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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO –UNIFSA

DIREÇÃO DE ENSINO
NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO - NUAPE
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DESLOCAMENTOS DEVIDO AO
EFEITO DA TEMPERATURA

LEONARDO DO NASCIMENTO CUNHA

MARÇO
2020
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
❑INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO;

❑DESLOCAMENTOS EM SEÇÕES ADJACENTES;

❑ESTADO DE DEFORMAÇÃO (VARIAÇÃO DE TEMPERATURA);

❑ESTADO DE CARREGAMENTO;

❑APLICAÇÃO NO P.T.V

❑EXEMPLOS;

❑VARIAÇÃO UNIFORME DA TEMPERATURA;


INTRODUÇÃO

❑A variação de temperatura provoca deslocamentos em


uma estrutura? Como?

❑E em estruturas isostáticas há o surgimento de esforços?


E nas estruturas hiperestáticas?
INTRODUÇÃO
1.0 Conceito:

➢A variação de temperatura é uma importante ação na


prática na maioria das estruturas. Tais efeitos podem
provocar em estruturas isostáticas deslocamentos (linear e
rotação), porém não provocam esforços.

Isso ocorre, pois em estruturas isostáticas


não há restrição para expansão ou
encurtamento logo não surgem esforços
INTRODUÇÃO
1.0 Conceito:

➢Entretanto em estruturas hiperestáticas, variações de


temperatura provocam deformações e esforços internos.
INTRODUÇÃO
1.0 Conceito:
➢Estrutura isostática:

Após o aquecimento
uniforme da viga
INTRODUÇÃO
1.0 Conceito:
➢Estrutura Hiperestática:

Após o aquecimento
uniforme da viga
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
❑INTRODUÇÃO;

❑DESLOCAMENTOS
DESLOCAMENTOSEM
EMSEÇÕES
SEÇÕESADJACENTES;
ADJACENTES

❑ESTADO DE DEFORMAÇÃO (VARIAÇÃO DE TEMPERATURA);

❑ESTADO DE CARREGAMENTO;

❑APLICAÇÃO NO P.T.V

❑EXEMPLOS;

❑VARIAÇÃO UNIFORME DA TEMPERATURA;


2.0 DESLOCAMENTOS EM DUAS SEÇÕES
ADJACENTES
➢ A variação de temperatura pode provocar dois tipos
deslocamentos em duas seções adjacentes:

✓ Deslocamento axial relativo da barra;

✓ Rotação relativa entre essas seções;


2.0 DESLOCAMENTOS EM DUAS SEÇÕES
ADJACENTES
Deslocamento axial relativo (dδ):

Essa é a mesma fórmula da


dilatação:
2.0 DESLOCAMENTOS EM DUAS SEÇÕES
ADJACENTES
➢Deslocamento axial relativo (dδ):

Onde:
• α = coeficiente de dilatação linear (1/Cº);
• Tcg = Variação de temperatura do centro geométrico da seção (Cº);
• dx = Comprimento do elemento infinitesimal;
2.0 DESLOCAMENTOS EM DUAS SEÇÕES
ADJACENTES
Rotação relativa entre as seções (dθ):
➢Esse tipo de deslocamento só ocorre quando há variações de
temperatura diferentes ao longo da altura da seção.

Variação de temperatura
na face superior da barra

Variação de temperatura
na face inferior da barra
2.0 DESLOCAMENTOS EM DUAS SEÇÕES
ADJACENTES
Rotação relativa (dθ):
2.0 DESLOCAMENTOS EM DUAS SEÇÕES
ADJACENTES
Rotação relativa (dθ):
2.0 DESLOCAMENTOS EM DUAS SEÇÕES
ADJACENTES
Rotação relativa (dθ):
➢Para pequenos ângulos, pode-se considerar que a tangente do
ângulo é igual ao próprio ângulo, logo:

É conhecido como
gradiente de temperatura
(gT)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
❑INTRODUÇÃO;

❑DESLOCAMENTOS EM SEÇÕES ADJACENTES;

❑ESTADO DE
ESTADO DEDEFORMAÇÃO
DEFORMAÇÃO (VARIAÇÃO DETEMPERATURA)
(VARIAÇÃO DE TEMPERATURA);

❑ESTADO DE CARREGAMENTO;

❑APLICAÇÃO NO P.T.V

❑EXEMPLOS;

❑VARIAÇÃO UNIFORME DA TEMPERATURA;


3.0 ESTADO DE DEFORMAÇÃO
3.0 Estado de Deformação (P.T.V)
➢ Considerando que a variação de temperatura é responsável pelos deslocamentos
reais, então o E.D. (Estado de Deformação) caracteriza-se:

Não há esforços internos


(estrutura isostática)

Esforços Deformações
Solicitantes relativas
M=0 𝑑𝜃
dθ = 𝛼 . 𝑔𝑇 . 𝑑𝑥
N=0 dδ
Q=0 dh = 0
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
❑INTRODUÇÃO;

❑DESLOCAMENTOS EM SEÇÕES ADJACENTES;

❑ESTADO DE DEFORMAÇÃO (VARIAÇÃO DE TEMPERATURA);

❑ESTADO
ESTADO DE
DE CARREGAMENTO;
CARREGAMENTO

❑APLICAÇÃO NO P.T.V

❑EXEMPLOS;

❑VARIAÇÃO UNIFORME DA TEMPERATURA;


4.0 ESTADO DE CARREGAMENTO
4.0 Estado de Carregamento (P.T.V)
➢ O E.C (Estado de Carregamento) é considerado da mesma forma que na
aplicação de carregamento externo, em que as cargas virtuais dependem da
deformação procurada, assim:

Esforços Deformações
Solicitantes relativas
𝑀 𝑑𝜃 = dθ
𝑁 𝑑𝛿 = dδ
𝑄 𝑑ℎ = dh
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
❑INTRODUÇÃO;

❑DESLOCAMENTOS EM SEÇÕES ADJACENTES;

❑ESTADO DE DEFORMAÇÃO (VARIAÇÃO DE TEMPERATURA);

❑ESTADO DE CARREGAMENTO;

❑APLICAÇÃO
APLICAÇÃO NO P.T.V
P.T.V

❑EXEMPLOS;

❑VARIAÇÃO UNIFORME DA TEMPERATURA;


5.0 APLICAÇÃO NO P.T.V.
5.0 Aplicação no P.T.V.
➢ Tendo conhecimento dos E.D. (Estado de deformação) e do E.C (Estado de
Carregamento) aplicação o Princípio dos Trabalhos Virtuais através do método da
carga unitária, assim:

ത 𝛿 = න 𝑀.
𝑃. ഥ 𝑑𝜃 + න 𝑁. ത 𝑑ℎ
ഥ 𝑑𝛿 + න 𝑄.

➢ Considerando as deformações relativas no E.D. (As deformações virtuais podem


assumir quaisquer valor)
0

ത 𝛿 = න 𝑀.
𝑃. ഥ 𝑑𝜃 + න 𝑁. ത 𝑑ℎ
ഥ 𝑑𝛿 + න 𝑄.
5.0 APLICAÇÃO NO P.T.V.
5.0 Aplicação no P.T.V.
➢ Substituindo as deformações relativas pelas expressões encontradas nesta aula
(Deslocamento axial relativo e rotação relativa), têm-se:

ത 𝛿 = න 𝑀.
𝑃. ഥ 𝛼 . 𝑔𝑇 . 𝑑𝑥 + න 𝑁.
ഥ 𝛼. 𝑇𝑐𝑔 . 𝑑𝑥

➢ Considerando seção transversal e coeficiente de dilatação constantes, posiciona-


se as constantes para fora das integrais.

ത 𝛿 = 𝛼 . 𝑔𝑇 . න 𝑀.
𝑃. ഥ 𝑑𝑥 + 𝛼. 𝑇𝑐𝑔 . න 𝑁.
ഥ 𝑑𝑥

Área do gráfico do diagrama Área do gráfico do diagrama


de momento fletor no E.C de esforço normal no E.C
5.0 APLICAÇÃO NO P.T.V.
5.0 Aplicação no P.T.V.
➢ Assim, a expressão para dos deslocamentos devido ao efeito da temperatura:

ത 𝛿 = 𝛼 . 𝑔𝑇 . 𝐴 𝑀
𝑃. ҧ
ഥ + 𝛼. 𝑇𝑐𝑔 . 𝐴𝑁

Onde:
▪ α = Coeficiente de dilatação térmica;

▪ 𝑔𝑇 = Gradiente térmico;

ഥ = Área do gráfico do diagrama de momento fletor no E.C.;


▪ 𝐴𝑀

▪ 𝑇𝑐𝑔 = Variação de temperatura no centro geométrico da seção;

ҧ = Área do gráfico do diagrama de esforço normal no E.C..


▪ 𝐴𝑁
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
❑INTRODUÇÃO;

❑DESLOCAMENTOS EM SEÇÕES ADJACENTES;

❑ESTADO DE DEFORMAÇÃO (VARIAÇÃO DE TEMPERATURA);

❑ESTADO DE CARREGAMENTO;

❑APLICAÇÃO NO P.T.V

❑EXEMPLO
EXEMPLOS01;

❑VARIAÇÃO UNIFORME DA TEMPERATURA;


EXEMPLO 01
Exemplo 01:
➢ Determine o deslocamento horizontal do ponto (seção) C do pórtico abaixo,
devido a ação dos acréscimos de temperatura indicados. (𝛼 = 10−5 𝐶 −1° )

c
EXEMPLO 01
Resolução - Exemplo 01:
➢ 1º Passo: Estado de Deformação (E.D.)-Temperatura
O E.D. consiste em
determinarmos a 𝑇𝑐𝑔 e o 𝑔𝑇
EXEMPLO 01
Resolução - Exemplo 01:
➢ 1º Passo: Estado de Deformação (E.D.)-Temperatura
O E.D. consiste em
determinarmos a 𝑇𝑐𝑔 e o 𝑔𝑇
EXEMPLO 01
Resolução - Exemplo 01:
➢ 2º Passo: Estado de Carregamento (E.C.)
O E.C. é calculado da mesma forma que
com a aplicação de carregamento externo

1 3
EXEMPLO 01
Resolução - Exemplo 01:
➢ 2º Passo: Estado de Carregamento (E.C.)

D.M.F D.E.N.
EXEMPLO 01
Resolução - Exemplo 01: Correspondem as áreas
dos diagramas das 3 barras
➢ 3º Passo: Cálculo do δHC : do pórtico

ത 𝛿 = 𝛼 . 𝑔𝑇 . 𝐴 𝑀
𝑃. ҧ
ഥ + 𝛼. 𝑇𝑐𝑔 . 𝐴𝑁

1 2 3 1 2 3
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
➢ Determine o deslocamento horizontal do ponto (seção) B do pórtico abaixo,
devido a ação dos acréscimos de temperatura indicados. (𝛼 = 10−5 𝐶 −1° )

B
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
a)
➢E.D. (Estado de Deformação)
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
a)
➢ E.C. (Estado de Carregamento)
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
a)
➢ E.C. (Estado de Carregamento)

D.M.F D.E.N
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
ത 𝛿 = 𝛼 . 𝑔𝑇 . 𝐴 𝑀
𝑃. ҧ
ഥ + 𝛼. 𝑇𝑐𝑔 . 𝐴𝑁
a)
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
➢ b) Determine a rotação do ponto (seção) C do pórtico abaixo, devido a ação dos
acréscimos de temperatura indicados. (𝛼 = 10−5 𝐶 −1° )

B
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
b)
➢E.D. (Estado de Deformação)
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
b)
➢ E.C. (Estado de Carregamento)
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
b)
➢ E.C. (Estado de Carregamento)

D.M.F D.E.N
EXEMPLO 02
Exemplo 02:
ത 𝛿 = 𝛼 . 𝑔𝑇 . 𝐴 𝑀
𝑃. ҧ
ഥ + 𝛼. 𝑇𝑐𝑔 . 𝐴𝑁
b)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
❑INTRODUÇÃO;

❑DESLOCAMENTOS EM SEÇÕES ADJACENTES;

❑ESTADO DE DEFORMAÇÃO (VARIAÇÃO DE TEMPERATURA);

❑ESTADO DE CARREGAMENTO;

❑APLICAÇÃO NO P.T.V

❑EXEMPLO 01;

❑VARIAÇÃO
VARIAÇÃO UNIFORME
UNIFORMEDE
DATEMPERATURA
TEMPERATURA;
VARIAÇÃO UNIFORME DE
TEMPERATURA
6.0 Efeito devido a variação uniforme de temperatura
❑Para o cálculo de deformação numa estrutura isostática devida a variação
uniforme de temperatura, podemos substituir a estrutura dada por outra
qualquer, desde que a nova estrutura mantenha os mesmos vínculos e
pontos de aplicação de carga no E.C (Estado de Carregamento)

Essa situação só é possível, pois o trabalho desenvolvido somente pelo


esforço normal caracteriza o trabalho de forças conservativas, a qual
não depende da trajetória, logo não depende do formato da estrutura.

ത 𝛿 = 𝛼 . 𝑔𝑇 . න 𝑀.
𝑃. ഥ 𝑑𝑥 + 𝛼. 𝑇𝑐𝑔 . න 𝑁.
ഥ 𝑑𝑥 =

ത 𝛿 = 𝛼. 𝑇𝑐𝑔 . න 𝑁.
𝑃. ഥ 𝑑𝑥
VARIAÇÃO UNIFORME DE
TEMPERATURA
6.0 Efeito devido a variação uniforme de temperatura
❑6.1 Exemplo 03:
➢Calcular o deslocamento horizontal de B devido a um aumento uniforme
de 20º C, para o pórtico abaixo: (𝛼 = 10−5 /Cº)
VARIAÇÃO UNIFORME DE
TEMPERATURA
6.0 Efeito devido a variação uniforme de temperatura
❑6.1 Exemplo 03:
VARIAÇÃO UNIFORME DE
TEMPERATURA
6.0 Efeito devido a variação uniforme de temperatura
❑6.1 Exemplo 03:
❑A) E.D.
VARIAÇÃO UNIFORME DE
TEMPERATURA
6.0 Efeito devido a variação uniforme de temperatura
❑6.1 Exemplo 03:
❑B) E.C. D.E.N

1 1

HA =1 P =1
EXEMPLO 02
Exemplo 03:
ҧ
ത 𝛿 = 𝛼. 𝑇𝑐𝑔 . 𝐴𝑁
𝑃.
REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-MARTHA, Luiz. Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos.
Elsevier Brasil, 2010.

-SORIANO, Humberto Lima; DE SOUZA LIMA, Silvio. Análise de


estruturas: método das forças e método dos deslocamentos. Ciencia
Moderna, 2004.

-SÜSSEKIND, J. C. Curso de Análise Estrutural–Vol. 2: Deformações


em Estruturas, Método das Forças–Vol. 3: Método das Deformações,
Processo de Cross. 1977.

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