Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O TÚMULO DE D. INÊS: Inês não está só no seu túmulo, tem a ladeá-la anjos e três cães que
são o símbolo da fidelidade e acompanham-na como certamente o fizeram em vida. O túmulo
assenta sobre seis animais, que têm o rosto humano e o corpo de animal, que representam
os homens que a mataram. Porém, há um que tem cara de macaco e simboliza a luxúria,
indicando que D. Inês foi uma dama da corte carregando toda a carga pejorativa que daí
advém. O túmulo de D. Inês é constituído por 12 nichos nos DOIS FRONTAIS, sendo ali
desenvolvido o tema da vida de Cristo desde o anúncio do seu nascimento até à crucificação .
Este é o 1° GRANDE TEMA que suporta o túmulo. O sofrimento de Inês recorda o de Cristo,
ambos sofreram e morreram por "uma causa justa". O FACIAL DOS PÉS retrata o grande dia,
o dia do Juízo Final e procura traduzir a seguinte mensagem: toca a todos os grupos sociais. Só
os de indivíduos: os bons e os maus. A RESSURREIÇÃO ESTÁ ELABORADA SEGUNDO 3
PATAMARES: a ressurreição propriamente dita está no PATAMAR INFERIOR que ocupa a parte
esquerda, no centro do PATAMAR INTERMÉDIO é feita a separação. O destino dos bons está
na esquerda e em direcção a JERUSALÉM CELESTE; os outros (maus) precipitam-se para a
direita e para baixo, para o abismo (inferno) aqui representado por LEVIATÃ. No PATAMAR
INTERMÉDIO, ao centro, está Cristo e na parte superior vemos a Jerusalém prometida, a
Virgem como testemunho de uma nova vida. D. INÊS TEM NA CABEÇA UMA COROA o que faz
retirar qualquer dúvida sobre a sua realeza. A fama da beleza de D. Inês fez com que O
TÚMULO FOSSE PROFANADO POR VÁRIAS VEZES. A primeira vez foi profanado por D. João III
e mais tarde por seu filho D. Sebastião. A última vez é profanado durante a invasão francesa.
D. PEDRO – tem um ar vigilante e atento pronto a intervir em qq momento para que Inês não
corra novamente perigo, pois sempre disse que não deixaria que ninguém fizesse mal à D.
Inês. Ladeado de anjos e com um cão (LEBRÉU – especialista em detetar lebres). Aparece
também na ESCULTURA S. BARTOLOMEU padroeira dos gagos pois dizia-se que D. Pedro era
bastante gago. NO FACIAL DOS PÉS aparece D. Pedro a receber os últimos sacramentos.
NUMA PARTE DO FACIAL DE CIMA percebe-se a forma como foi decapitada, um nobre é
nobre até ao fim, por isso, a morte de um nobre é sp a decapitação; não poderia ser o
enforcamento, etc. No entanto, a representação da sua morte, no túmulo de D. Pedro, sugere
que este tb se sentiu culpado pela sua morte. D. Pedro expressou a sua vontade que os dois
túmulos fossem colocados na igreja do mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, mas lado a lado,
como se de uma sepultura conjugal se tratasse. Houve um iluminado que nos anos 60 separou-
os e agora um está numa ponta e outro na outra. O TÚMULO DE D. INÊS FOI PROFANADO
POR TRÊS VEZES – profanar é muito forte porque na campa não se toca (uma no tempo de D.
Miguel; outra na época de D. Sebastião; e por fim pelos invasores franceses no inicio do século
XIX).
RUI DE PINA: D. DUARTE (CRÓNICA) D. Duarte esteve, desde muito cedo, associado ao ofício
da governação (Finanças e Justiça), estando ao lado do pai, D. João I e, desta forma, recebeu
uma vasta experiencia em matéria de funcionamento das alavancas do poder e do Estado que,
certamente, lhe foram úteis quando assumiu em definitivo o poder, a 15 de agosto de 1433.
Do ponto de vista literário e artístico, D. Duarte foi ainda mais importante que D. João I. Na sua
biografia, escrita pelo cronista Rui de Pina, este descreve D. Duarte da seguinte maneira: alto e
forte; homem muito humano; no campo da Corte, na paz a na guerra, um perfeito príncipe;
era uma pessoa ponderada e madura, com bastante sentido de humor; cavaleiro de ambas as
artes (brida e ginete); foi um príncipe muito católico e amigo de Deus. Contudo, este retrato
poderia ter sido pintado de outra maneira, pois o seu curto reinado foi marcado por algumas
vicissitudes menos favoráveis, nomeadamente a Batalha de Tanger, uma derrota profunda
para o reino português (D. Henrique, comandante da expedição, é obrigado a aceitar a
rendição imposta pelos mouros; D. Fernando é capturado e morto, D. Duarte sente-se culpado
pela morte do irmão, acabando por morrer pouco tempo depois). O rei acaba assim a sua vida
amargurado, triste e desiludido, algo não relatado pelo cronista Rui de Pina. Uma crónica
significa um trabalho em honra de alguém, um trabalho laudatório relativamente ao
personagem ali contemplado. É um trabalho que visa, essencialmente, o registo da memória
dos reis, tratando apenas dos elementos positivos do monarca, omitindo o que é menos bom.