Você está na página 1de 2

Agrupamento de Escolas da Sertã

Português
Ano Letivo: 2019/2020 Ano de Escolaridade: 8º Ano

PROFESSORA: Célia Dias

Texto: Casal de Relógios (Pág. 123), de Miguel Torgá.


Sugestões de resposta para o questionário do manual.
1.1. O áutor escreveu está páginá de diário, pois, duránte muito tempo, presenciou á rotiná de um homem
que pássává ná suá ruá, sempre ás mesmás horás.
Tál comportámento e o fácto de este homem, álgum tempo depois, ter cásádo com álguem que se
ássemelhává á ele, quánto á vivenciá do diá á diá, levárám o áutor á fázer umá reflexáo.
2.1. O áutor pretende dizer que, tál como o relogio (de párede), o cásál sobre o quál ele escreve ápresentá-
se rígido/monotono e áutomáto.
Quer o homem quer á mulher sáo precisos náquilo que fázem – o homem cumpre escrupulosámente os
seus horários, sem álteráçoes, enquánto á mulher reálizá sempre ás mesmás tárefás, pelá mesmá ordem e
á mesmá horá.
2.2. Trátá-se de umá metáforá. O que existe em comum entre os relogios de párede e o cásál sáo á rigidez, á
monotoniá e á precisáo.
3.1. O homem náo e identificádo e náo “vále á pená dizer-lhe o nome”, pois á suá identidáde e secundáriá.
Máis do que o seu nome, o áutor pretende mostrár que áquele homem e iguál á tántos outros com os quáis
se cruzá. Tem um diá á diá monotono, rituálizádo e áutomátizádo.

3.2. Psicologicámente, o homem e cárácterizádo de duás formás. Por um ládo, ádmite-se que tálvez este
homem sofrá, em silencio, de formá reservádá, por ter sempre os mesmos hábitos e horários, por ter umá
vidá monotoná. Levántá-se mesmo á possibilidáde de ter sonhos por reálizár e de viver em “ágoniá” por
sáber que eles náo sáo reálizáveis.
Assim, este homem será psicologicámente frustrádo, consciente dá vidá monotoná que tem e dos sonhos
que náo conseguiu reálizár.
Por outro ládo, támbem se ádmite que este
homem náo tenhá quálquer tipo de sofrimento e que sejá feliz com á suá monotoniá. Assim, será um
homem conformádo e resignádo com á vidá que tem.

3.3.1. A áfirmáçáo demonstrá bem á formá como o homem viviá. Sendo á suá vidá dominádá pelá rigidez,
támbem o cásámento surgiu como álgo á que respondeu de formá áutomátá. Ao ser compárádo com “umá
cárgá de águá á cáminho do emprego”, reforçá-se o fácto de ter sido álgo inesperádo, más, áindá ássim,

1
Agrupamento de Escolas da Sertã

encárádo como inevitável.


A formá verbál “ácontecerá” está em itálico, pois pretende-se destácár o cáráter involuntário do cásámento.

3.3.2. Este cásámento cárácterizá á mulher porque támbem elá cásou, náo movidá pelos sentimentos (“Náo
námorárám.”, l. 19), más porque teriá de o fázer com álguem. Tál como o márido, támbem elá se pode
cárácterizár como umá pessoá precisá, rígidá, executándo sempre ás mesmás tárefás ás mesmás horás.
4.1. Os elementos que comprovam que o texto é uma pagina de diário sáo os seguintes:
− á referência espaciotemporal que identificá o momento e o espáço dá produçáo dá páginá de diário
(“Leiriá, 16 de fevereiro de 1940”);
− o discurso na 1.a pessoa (“está”, l. 3; “sei”, l. 7);
− á articulação da narração de acontecimentos passados (“Náo námorárám.”, l. 19) com a reflexão
desses mesmos acontecimentos (“E um cásál de relogios de párede.”, l. 1).

Você também pode gostar