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FÍSICA FRENTE A

Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães

CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
1 Conservação de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Trabalho de uma força . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Trabalho e energia cinética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Energia potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Energia potencial gravitacional . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Energia potencial elástica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Conservação de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

2121616 (AL)
MÓDULO
Conservação de energia

No Brasil, o uso de fontes de energias renováveis vem


crescendo nos últimos anos. Espera-se que o país esteja no
ranking mundial entre os cinco primeiros produtores deste
tipo de energia num futuro próximo. O emprego de biomassa
para produção de energia, tanto elétrica como em forma de
vapor, vem crescendo no país nos últimos anos. Na foto, a Usi-
na Da Mata, em Valparaíso, que, entre os seus produtos, está a
produção de energia elétrica a partir da queima do bagaço da
cana-de-açúcar (biomassa). Essa é uma importante alternati-
va, pois é uma fonte renovável de energia.
PAULO FRIDMAN/BLOOMBERG/GETTY IMAGES
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

Frequentemente fazemos uso da palavra energia,


que se apresenta sob diversas formas na natureza.
Os alimentos nos proporcionam energia quí-
mica, a combustão da gasolina libera energia
térmica, um carro em movimento possui ener-
gia cinética, a energia elétrica é utilizada em di-
versos aparelhos (transformando-se em energia
sonora, luminosa, etc.), a energia nuclear pode
ser usada tanto para benefício da humanidade
como para sua destruição.
Recentemente, com os problemas de seca do
país surge a necessidade de repensar a matriz
energética do Brasil. Seria uma solução para
este problema a utilização de energias renová-
veis como o emprego de biomassa para produ-
ção de energia elétrica? O que você entende
por conservação de energia?

www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO

1 Conservação de energia

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.


Objetivos:
TRABALHO DE UMA FORÇA
c Reconhecer trabalho Neste módulo faremos uma introdução ao estudo de energia. Iniciaremos com o conceito de
de uma força e trabalho, uma grandeza relacionada à medida de energia transferida entre corpos por uma força.
potência.
Trabalho
c Analisar as
transformações das
Considere um corpo sendo arrastado sobre uma mesa horizontal, submetido à ação de uma
diversas formas de força F & (fig. 1). Suponha que a força F & seja constante e que o corpo seja deslocado por uma distân-
energia. cia ΔS. Sendo u o ângulo entre F & e a direção do deslocamento do corpo, o trabalho τ, realizado pela
força constante F & é dado por τ 5 F ? ΔS ? cos u.
c Aplicar o princípio da Analisando a figura 1, percebemos que F ? cos u representa o módulo da componente da for-
conservação de energia ça F & na direção do deslocamento ΔS, que vamos designar por FΔS , isto é, FΔS 5 F ? cos u (desenhe na
mecânica. figura 1 o vetor F&ΔS e o vetor F&N componente de F & que é perpendicular ao deslocamento). Observe
que o trabalho sobre o corpo é de fato realizado apenas pela componente F&ΔS (a componente F&N
não contribui para o deslocamento do corpo ao longo de ΔS). Assim, podemos escrever:
τ 5 F ? ΔS ? cos u 5 (F ? cos u) ? ∆S ou τ 5 FΔS ? ∆S
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

F&
u

➠➠ ➠ ➠
∆S

Fig. 1 – A força F& realiza um trabalho ao deslocar o corpo.

Quando uma força F & atua sobre um objeto em movimento em direção inclinada com
1m relação ao seu deslocamento ΔS, apenas a componente da força paralela ao deslocamento, F&ΔS ,
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA

1N
realiza trabalho sobre o objeto. O valor desse trabalho é dado por:
τ 5 F ? ΔS ? cos u ou τ 5 FΔS ? ∆S

100 g τ51N?m51J Pela equação de definição de trabalho, lembrando que cos u é um número adimensional (não
possui unidade), notamos que a unidade de medida dessa grandeza, no Sistema Internacional (SI), é:
P51N
1 newton ? 1 metro 5 1 N ? m
Essa unidade é denominada 1 joule em homenagem ao físico inglês do século XIX, James P. Joule,
Fig. 2 – Ao se deslocar um corpo de
100 g por 1 m verticalmente e contra a que desenvolveu vários trabalhos no campo de estudo da energia. Assim:
gravidade, realiza-se um trabalho de 1 J. 1 N ? m 5 1 joule 5 1 J (fig. 2)

4 Conservação de energia
COMENTÁRIOS
1) Na definição de trabalho estão envolvidas duas grandezas vetoriais: força e deslocamento. Entretanto, na

LARS BARON/GETTY IMAGES


equação τ 5 F ? ΔS ? cos u estamos nos referindo apenas aos módulos dessas grandezas, isto é, o trabalho
é uma grandeza escalar.
2) Observe que, se uma força for aplicada a um corpo e esse corpo não sofrer um deslocamento (ΔS 5 0), a equa-
ção τ 5 F ? ΔS ? cos u nos mostra que o trabalho dessa força é nulo. Assim, se uma pessoa sustenta um objeto,
sem deslocá-lo (fig. 3), ela não está, do ponto de vista da Física, realizando trabalho.

Fig. 3 – Na fotografia temos o atleta brasileiro, Fernando Reis, levantando 407 kg ao conquistar a medalha
de ouro nos Jogos Sul-Americanos Santiago, 2014. Do ponto de vista da Física, o halterofilista não realiza
trabalho, pois quando uma força atua em um corpo que não se desloca, ela não realiza trabalho.

Influência do ângulo u
Consideremos um corpo submetido à ação de uma força F 5 10 N, sendo deslocado por uma
distância ΔS 5 2,0 m. O trabalho realizado por essa força dependerá, naturalmente, do ângulo u
que ela forma com a direção do deslocamento do corpo. Podemos destacar as seguintes situações:
1) A força F & atuando no mesmo sentido do deslocamento. Nesse caso, u 5 0° (fig. 4-A) e, como
cos 0° 5 1, teremos, com as unidades no SI:
τ 5 F ? ΔS 5 10 ? 2,0 [ τ 5 20 J
2) A força F & perpendicular ao deslocamento. Nesse caso, u 5 90° (fig. 4-B) e, como cos 90° 5 0,
teremos:
τ 5 F ? ΔS ? cos 90° [ τ 5 0
Assim, quando uma força atua perpendicularmente ao deslocamento, ela não realiza trabalho
sobre o corpo.
3) A força F & atuando em sentido contrário ao deslocamento (ou seja, a força atua tendendo a re-
tardar o movimento do corpo). Nesse caso, u 5 180° (fig. 4-C) e, como cos 180° 5 –1:
τ 5 F ? ΔS ? cos 180° 5 10 ? 2,0 ? (–1) [ τ 5 –20 J
Observe que, neste caso, o trabalho realizado pela força é negativo.
ARTMANNWITTE/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

u 5 0° B
A
ΔS&

F&

u 5 90°

F&

ΔS&
PHOTOFRIDAY/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
WAVEBREAKMEDIA/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

FRENTE A
u 5 180° F&
ΔS&
FÍSICA

Fig. 4 – O trabalho de uma força depende do


ângulo entre ela e o deslocamento.

Conservação de energia 5
A De modo geral, podemos dizer que, quando o ângulo estiver compreendido entre 0° e 90°
(fig. 5-A), o trabalho da força F & será positivo, pois cos u, nessas condições, é positivo. Se o ângulo u
estiver compreendido entre 90° e 180° (fig. 5-B), o trabalho de F & será negativo, uma vez que, nesse
caso, cos u é negativo. No primeiro caso (trabalho positivo), a força colabora para aumentar o valor
da velocidade do corpo; no segundo (trabalho negativo), a força tende a provocar uma diminuição
da velocidade e, no caso de τ 5 0 (u 5 90°), a força não colabora nem para aumentar nem para
diminuir o valor da velocidade do corpo.

F&

u
DS&
KAMENETSKIY KONSTANTIN/

ERIC ISSELEE/SHUTTERSTOCK/
SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES

F&

GLOW IMAGES
u
DS&

Fig. 5 – Em (A), a força realiza um trabalho Trabalho da força resultante


positivo, e em (B), realiza um trabalho Suponha que um corpo esteja se deslocando sob a ação de várias forças (fig. 6).
negativo.
O trabalho que cada uma dessas forças está realizando é calculado pela equação:
τ 5 F ? ΔS ? cos u

F&2

F&4 F&1

A B

F&3

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


F&2

F&4
F&1

A B
Fig. 6 – Quando várias forças atuam em um corpo, a soma
algébrica dos trabalhos de cada uma é igual ao trabalho
da resultante dessas forças. F&3

Podemos calcular o trabalho total dessas forças de duas maneiras: adicionando os trabalhos
τ1 , τ2 , τ3 , τ4 , etc. realizados pelas forças F1& , F2& , F3& , F4& , etc. ou determinando a resultante dessas forças
e calculando o trabalho dela. Em geral, é mais cômodo usar o primeiro processo, pois basta adicionar
grandezas escalares, enquanto no segundo é preciso operar com grandezas vetoriais.

O trabalho total τ realizado pela resultante de um sistema de forças F1& , F2& , F3& , F4& , etc. é igual
à soma (algébrica) dos trabalhos τ1 , τ2 , τ3 , τ4 , etc. que cada uma dessas forças realiza, isto é:
τ 5 τ1 1 τ2 1 τ3 1 τ4 1 …

6 Conservação de energia
EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Suponha que, na figura 6, as forças exercidas sobre o objeto RESOLUÇÃO:


tenham os seguintes valores e direções:
a) Sabemos que o trabalho é dado por τ 5 F ? ΔS ? cos u.
F1 5 2,0 ? 10–4 N na direção do deslocamento do objeto Para cada força, teremos os seguintes trabalhos (calcula-
(u 5 0°) dos com unidades no SI):
F2 5 4,0 ? 10–4 N formando um ângulo u 5 30° com o des- τ1 5 (2,0 ? 1024) ? (2,0) ? cos 0° ou τ1 5 4,0 ? 1024 J
locamento τ2 5 (4,0 ? 1024) ? (2,0) ? cos 30° ou τ2 5 6,9 ? 1024 J
F3 5 2,0 ? 10–4 N perpendicular ao deslocamento (u 5 90°)
τ3 5 (2,0 ? 1024) ? (2,0) ? cos 90° ou τ3 5 0
F4 5 5,0 ? 10–4 N no sentido contrário ao deslocamento
(u 5 180°) τ4 5 (5,0 ? 1024) ? (2,0) ? cos 180° ou τ4 5 210 ? 1024 J
Se o objeto for arrastado de A até B, percorrendo uma distân- b) O trabalho total τ será dado pela soma dos trabalhos que
cia ΔS 5 2,0 m, pede-se: cada força realizou. Portanto:
a) Calcule o trabalho realizado por cada força.
τ 5 τ1 1 τ2 1 τ3 1 τ4 5 4,0 ? 1024 1 6,9 ? 1024 2 10 ? 1024
b) Determine o trabalho total realizado sobre o objeto. [ τ 5 0,9 ? 1024 J

PARA CONSTRUIR

1 Uma pessoa arrasta um corpo sobre uma superfície horizon- 2 Considere a situação descrita no exercício anterior.
tal exercendo sobre ele uma força F 5 10 N, como mostra a a) Desenhe nela os vetores que representam o peso P& do
figura deste exercício. Sabendo-se que o corpo é deslocado corpo e a reação normal N& da superfície sobre ele. Qual o
de A até B, responda: ângulo que cada uma dessas forças forma com o desloca-
(Desconsidere as forças de atrito.) mento do corpo?
Como se pode ver pela figura, tanto P& quanto N& formam um ân-
N& gulo de 90° com o deslocamento do corpo.

ΔS&
60°
u F&
f&

A ΔS 5 4,0 m B
P&

a) Qual é o valor do ângulo u entre a força F& e o deslocamen- b) Qual o trabalho que a força P& realiza no deslocamento de
to do corpo? A para B? E a força N&?
O ângulo u entre F & e o deslocamento do corpo é aquele mostrado Como u 5 90°, concluímos que é nulo o trabalho de cada uma
na figura. Assim, temos u 5 30°. dessas forças, isto é, τP 5 0 e τN 5 0.

FRENTE A
b) Qual foi o trabalho realizado pela pessoa?
O trabalho realizado foi o da força F& que essa pessoa exerceu.
Então:
τF 5 F ? ΔS ? cos u 5 10,0 ? 4,0 ? cos 30° [ τF . 34 J
FÍSICA

Devemos observar que, sendo F expresso em newtons e ΔS em


metros, o trabalho será expresso em joules.

Conservação de energia 7
As competências e habilidades do Enem estão indicadas em questões diversas ao longo do módulo. Se necessário, explique aos alunos que a utilidade deste
“selo” é indicar o número da(s) competência(s) e habilidade(s) abordada(s) na questão, cuja área de conhecimento está diferenciada por cores (Linguagens: la-
ranja; Ciências da Natureza: verde; Ciências Humanas: rosa; Matemática: azul). A tabela para consulta da Matriz de Referência do Enem está disponível no portal.
3 Suponha agora que exista uma força de atrito f 5 2,5 N O trabalho realizado pelo estudante para mover o bloco nas si-
atuando no corpo do exercício 1, exercida pela superfície na tuações apresentadas, por uma mesma distância ΔS, é tal que: d
qual ele se desloca. a) τX 5 τY 5 τZ .
a) Desenhe nela o vetor que representa a força f .& Qual o va- b) τX . τY . τZ .
lor do ângulo uf entre f & e o deslocamento do corpo? c) τX , τY , τZ .
Vendo a figura, a força f & atua em sentido contrário ao desloca- d) τX 5 τY , τZ .
mento do corpo, como mostra a figura-resposta. Portanto, o ân- e) τX . τY 5 τZ .
gulo entre f & o deslocamento do corpo é uf 5 180°. Em cada situação temos:
τ 5 F ? ΔS ? cos u
Para a figura X → τX 5 F ? ΔS ? cos a
Para a figura Y → τY 5 F ? ΔS ? cos a
b) Calcule o trabalho da força de atrito. Para a figura Z → τZ 5 F ? ΔS ? cos 0° 5 F ? ΔS
Pela figura, teremos: Como 0 , cos a , 1, temos τX 5 τY , τZ.
τf 5 f ? ΔS ? cos uf 5 2,5 ? 4,0 ? cos 180°
[ τf 5 210,0 J
5 (Uerj) Uma pessoa empurrou um carro por uma distância de
c) Qual o trabalho total realizado sobre o corpo? Ele é positi- m
Ene-6
26 m, aplicando uma força F de mesma direção e sentido do
C 4
vo, negativo ou nulo? H2
- deslocamento desse carro. O gráfico abaixo representa a va-
O trabalho total τ realizado sobre o corpo será: riação da intensidade de F, em newtons, em função do deslo-
m
τ 5 τF 1 τP 1 τN 1 τf 5 34,8 2 10,0 Ene-5
C 7 camento ΔS, em metros.
[ 5 24,8 J (positivo) H-1

F (N)
d) A realização desse trabalho sobre o corpo acarretará au-
mento ou diminuição em sua velocidade?
Sendo positivo o trabalho total sobre o corpo, concluímos
que a velocidade desse corpo está aumentando.

4 (UFRGS-RS) Um estudante movimenta um bloco homogêneo


m
Ene-6
de massa M, sobre uma superfície horizontal, com forças de h
C 0
H2
- mesmo módulo F, conforme representam as figuras abaixo.

0 8 26 ΔS (m)
F F
a a Desprezando o atrito, o trabalho total, em joules, realizado
F
M M por F, equivale a: d M
a) 117.
b) 130.
ΔS c)ΔS143. ΔS
X Y Z
d) 156.
Para encontrar a altura h:
h 8
F 5
18 h
a a
F h2 5 8 ? 18
M M M h 5 144
h 5 12 m
O trabalho τ é dado pela área do gráfico F × ΔS:
ΔS ΔS ΔS
X Y Z τ 5 área do triângulo
τ 5 base ? altura
2
F 26 ? 12
τ5
a 2
M
F
M
τ 5 156 J

ΔS ΔS
Y Z

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 e 2 Para aprimorar: 1 e 2

8 Conservação de energia
POTÊNCIA
Como vimos, para se calcular o trabalho de uma força não é necessário conhecer o tempo
decorrido na realização desse trabalho. Na prática, porém, o conhecimento desse tempo pode ser
importante, pois, de maneira geral, temos interesse em que um determinado trabalho seja realizado
no menor tempo possível. Entre duas máquinas que realizem o mesmo trabalho, com a mesma
perfeição, preferimos sempre a mais rápida.
Para medir a rapidez com que se realiza um certo trabalho, utiliza-se uma grandeza denominada
potência.

Se uma força realiza um trabalho τ durante um intervalo de tempo Δt, a potência, P, dessa
força, é definida como:
P5
trabalho realizado pela força
ou P 5
τ
tempo decorrido na realização ∆t

Percebemos, pela definição dada, que quanto menor for o tempo empregado por uma máquina
para realizar um certo trabalho, maior será a sua potência.
A relação P 5 τ nos mostra que a unidade de potência no SI é 1 J/s. Essa unidade é deno-
∆t
minada 1 watt, em homenagem a James Watt pelo seu trabalho com a máquina a vapor. Assim, a
potência de 1 watt corresponde ao trabalho de 1 J realizado em 1 s, isto é:

1 J 5 1 watt 5 1 W
s

Um múltiplo dessa unidade, muito usado, é 1 quilowatt 5 1 kW, que corresponde a 103 W.

ARTUR OGAWA/ARQUIVO DA EDITORA


Quando você ouvir dizer, por exemplo, que a potência do motor de um automóvel é de 35 kW, você 1 CV 5 75 kgf ? m/s
deverá entender que esse motor é capaz de realizar um trabalho de 35 000 joules em cada segundo.
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA

1s 75 kgf
1m

Filho de um escocês, fabrican-


te de instrumentos e máquinas,
James Watt seguia a profissão
do pai, tornando-se um habi-
Incandescente
Fluorescente
LED
lidoso profissional. Em 1765,
compacta criou um novo modelo de má-
quina a vapor.
Recentemente, as lâmpadas incandescentes foram substituídas pelas lâmpadas fluorescentes
compactas, que são mais caras, mas consomem menos energia. A tendência atual nas grandes Watt também comparou a
cidades brasileiras é utilizar as lâmpadas de LED (Light Emitting Diode em inglês), que são potência da máquina a vapor
diodos emissores de luz, os quais são mais econômicas. Estudaremos os LEDs mais adiante. com a dos cavalos, usados na
época para retirar água das mi- FRENTE A
A tendência atual nas grandes cidades brasileiras é substituir as lâmpadas incandescentes pe- nas de carvão. Ele verificou que
las fluorescentes compactas, que consomem menos energia, em ambientes onde a lâmpada fica um cavalo forte era capaz de
acesa por longo período de tempo (sala, cozinha, por exemplo) e o acendimento da lâmpada não suspender, em velocidade cons-
tante, um peso de 75 kgf a 1 m
FÍSICA

seja frequente, como é o caso do banheiro. A potência representa o que uma determinada lâmpada
consome de energia elétrica para produzir um determinado fluxo luminoso (quantidade de luz). A de altura em 1 s. Essa potência,
equivalente a cerca de 735 W, é
eficiência de uma lâmpada defini-se pela relação entre o fluxo luminoso produzido dividido pela
denominada cavalo-vapor (CV).
potência consumida. Assim, as lâmpadas fluorescentes, apesar de terem uma potência menor, for- Logo, 1 CV 5 735 W.
necem a mesma quantidade de luz.

Conservação de energia 9
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

2 O operário de uma construção eleva, com velocidade 3 Imagine que o operário do exemplo anterior esteja elevando
constante, uma caixa de massa m 5 20 kg até uma altura a mesma caixa (m 5 20 kg) até a mesma altura de 3,0 m,
ΔS 5 3,0 m, como mostra a figura a seguir, gastando um usando uma rampa cujo comprimento AB é de 5,0 m, como
tempo Δt 5 10 s para realizar essa operação. mostra a figura abaixo. Despreze as forças de atrito e conside-
re g 5 10 m/s2.
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


T& F&
B N&

m ? g& 3,0 m mg&

F& a

C A

a) Qual a força F & que o operário deve exercer para que a


ΔS caixa suba a rampa com velocidade constante?
b) Nesse caso, qual o trabalho que o operário realiza para
elevar a caixa?

RESOLUÇÃO:

a) Como a caixa se desloca sobre um plano inclinado, a for-


ça F& exercida pelo operário, deverá equilibrar a compo-
nente do peso paralela ao plano. Essa componente vale
mg& ? sen a, em que a é o ângulo de inclinação do plano.
a) Qual o valor da força F& que o operário deve exercer para No triângulo retângulo ABC, temos:
que a caixa suba com velocidade constante? (Considere
g 5 10 m/s2.) cateto oposto a a (B
BCC ) 3,
3,0
sen a 5 5 ∴ sen
sen a 5 00,60
b) Qual o trabalho que o operário realiza nessa operação? hipotenusa ( AB ) 5, 0
5,0
c) Qual a potência desenvolvida pelo operário?
Assim, o valor de F & será:
RESOLUÇÃO: F 5 mg sen a 5 20 ? 10 ? 0,60 [ F 5 120 N
a) Se o movimento de subida da caixa se faz com velocidade Observe que, ao usar o plano inclinado, torna-se mais cô-
constante, a resultante das forças que atuam nela deve ser modo para o operário suspender a caixa, pois ele terá de
nula. Logo, | T&| 5 |m ? g&|. Como | T&| 5 | F&|, devemos ter, no SI: exercer uma força menor do que o peso dela.
F 5 m ? g 5 20 ? 10 [ F 5 200 N b) A força exercida pelo operário é F 5 120 N e, passando
b) Já sabemos que τ 5 F ? ΔS ? cos u. Nesse caso, F& será a força pela roldana, tem o mesmo sentido do deslocamento da
exercida pelo operário, que se transmite pela corda até a caixa, caixa, isto é, u 5 0°. A caixa se desloca por uma distância
nela atuando, como mostra a figura, na direção vertical, para ΔS 5 5,0 m, ao longo do plano inclinado. Logo, o trabalho
cima. Assim, F 5 200 N e u 5 0°. Como ΔS 5 3,0 m virá, no SI: do operário será:
τ 5 F ? ΔS ? cos u 5 200 ? 3,0 ? cos 0° [ τ 5 600 J τ 5 F ? ΔS ? cos u 5 120 ? 5,0 ? cos 0° [ τ 5 600 J
τ. Observe que esse trabalho é o mesmo que foi realizado
c) Como vimos, a potência P é definida pela relação P 5 pelo operário quando suspendeu verticalmente a caixa
∆t
No caso apresentado, τ representa o trabalho realizado (ver exercício anterior). Embora, com o plano inclinado, a
pelo operário (τ 5 600 J) no intervalo de tempo Δt 5 10 força exercida pelo operário tenha sido menor, a distância
s. Logo: percorrida pela caixa foi maior (ela se deslocou por 5,0 m,
P5 5
τ 600 ∴ P 5 60 J/s ou P 5 60 W na rampa, para atingir a altura de 3,0 m) de maneira que
∆t 10 o trabalho realizado tem o mesmo valor nos dois casos.

10 Conservação de energia
PARA CONSTRUIR

6 Frequentemente ouvimos nos noticiários a informação de b) Qual é o trabalho realizado pelo carregador?
Como a força F& do carregador e o deslocamento da saca são
que a potência da usina hidrelétrica de Itaipu é de 12 milhões
ambos verticais para cima, temos u 5 0°. Assim:
de quilowatts. τ 5 F ? ΔS ? cos u 5 600 ? 2 ? cos 0°
a) Expresse esse valor em watts, usando a notação de potên- [ τ 5 1,2 ? 103 J
cia de 10.
Lembrando que 1 kW 5 103 W, temos:
12 milhões de kW 5 12 ? 106 ? 103 W 5 1,2 ? 1010 W

b) Durante quanto tempo a usina deve operar para realizar


um trabalho de 240 bilhões de joules?
τ τ
De P 5 , obtemos ∆t 5 . Como:
∆t P
c) Qual é a potência desenvolvida pelo carregador?
A potência desenvolvida pelo carregador é:
P 5 1,2 ? 10 10
W e τ 5 240 bilhões de joules 5 τ 5 1,2 ⋅ 103 ∴ P 5 400 W
P5
5 240 ? 109 J 5 2,4 ? 1011 J, temos: ∆t 3,0

∆t 5
τ 5
2,4 ? 1011
∴ ∆t 5 20 s
P 1,2 ? 1010

c) Se a usina operar durante 10 minutos, qual o trabalho to- d) A potência desse carregador é maior, menor ou igual à
tal que ela seria capaz de realizar? potência de um liquidificador comum? (Consulte os da-
τ
Lembrando que 10 min 5 600 s, de P 5 , obtemos:
∆t dos no aparelho.)
τ 5 P ? ∆t 5 1,2 ? 1010 ? 600 Consultando as potências de alguns liquidificadores (esse valor vem
∴ τ 5 7,2 ? 1012 J
indicado no aparelho), os estudantes verificarão que suas potências
são valores não muito diferentes da potência desenvolvida pelo
carregador (as potências dos liquidificadores variam de cerca de
200 W até cerca de 500 W).

8 (Uerj) Uma pessoa adulta, para realizar suas atividades rotinei-


7 Um carregador eleva, em 3,0  s, com velocidade constante, ras, consome em média, 2 500 kcal de energia por dia. Calcule
uma saca de café de 60  kg do chão para uma prateleira a a potência média, em watts, consumida em um dia por essa
2,0 m de altura. pessoa para realizar suas atividades.
(Considere g 5 10 m/s2.) τ
P5
∆t
a) Qual é, em newtons, a força que o carregador exerce na
1 cal . 4,2 J
saca ao realizar essa operação? τ 5 2 500 ? 4,2 5 10 500 kJ 5 10 500 000 J
Para elevar a saca com velocidade constante, o carregador deverá
Para calcular o tempo:
exercer uma força F & igual e contrária ao peso dessa saca. Como Δt 5 24 ? 3 600 5 86 400 s FRENTE A
m 5 60 kg, virá:
F 5 m ? g 5 60 ? 10 [ F 5 600 N 10 500 000
P5
86 400
P . 121,5 W
FÍSICA

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 3 a 6 Para aprimorar: 3 e 4

Conservação de energia 11
TRABALHO E ENERGIA CINÉTICA
Conceito de energia
O termo energia é um dos mais empregados em nossa linguagem cotidiana. Por isso, já temos
certa compreensão do seu significado, embora seja difícil definir o que é energia.
Na Física, dizemos que energia representa a capacidade de realizar trabalho. Por exemplo, uma
pessoa é capaz de realizar o trabalho de suspender um corpo devido à energia que lhe é fornecida
pelos alimentos que ingeriu. Do mesmo modo, a água caindo de uma cachoeira possui energia,
porque é capaz de realizar o trabalho de movimentar as turbinas de uma usina elétrica.
A energia pode se apresentar sob diversas formas: energia química, energia mecânica, energia
térmica, energia elétrica, energia nuclear, etc. Os alimentos que a pessoa ingere sofrem reações
químicas e liberam energia; podemos dizer que os alimentos liberam energia química no organis-
mo humano. A água da cachoeira possui energia mecânica que, ao movimentar as turbinas, gera
energia elétrica. Nos reatores nucleares, a energia nuclear, armazenada nos combustíveis nucleares
(dióxido de urânio, UO2 , por exemplo), dá origem à energia térmica, que poderá ser utilizada para
produzir energia elétrica.
Por estar relacionada com o trabalho, a energia também é uma grandeza escalar. Consequentemente,
a unidade, no SI, utilizada para medir a energia é a mesma usada para medir o trabalho: 1 joule.

A energia no mundo atual


Os problemas relacionados com a produção e o consumo de
energia ocupam diariamente os noticiários de TV, rádios e jornais e Foguete brasileiro
constituem uma preocupação constante do governo e da população
a etanol é lançado
de todas as nações do mundo. com sucesso
Se um país possui grandes reservas de energia, terá possibilidades Com informações da
AEB – 02/09/2014
de se desenvolver, pois, além de poder exportar parte dessa energia, Inovação Tecnológica,
inovacaotecnologica.c 2 set. 2014. Disponível
ele poderá utilizá-la para instalação de indústrias, iluminação, aque- om em: <www.
brasileiro-etanol-lanca .br/noticias/noticia.php?artigo5foguete-
cimento, locomoção de veículos, etc. do-sucesso&id5020175
140902#.VHuOkjHF_
To>. Acesso em: 16 de
A energia desempenha um papel muito importante no mundo z. 2014.
atual; por isso, é justificável que procuremos conhecê-la melhor.

Etanol
28/05/2014 11h00 – Atu
Brasil alizado em
Usina pioneira de etanol celulósico coloca 28/05/2014 12h06
ia
entre líderes globais no uso da nova tecnolog
06/02/2013 Governo federal anun
cia
A construção da primeira usina de etanol celulósico
em escala aumento no percentual
início de 2014 em de
comercial do País, com previsão de inauguração no biodiesel no óleo dies
Alagoas, representa um grande avanç o para o Brasil porque o coloca el
retos de utiliz ação dessa tec- Mistura de biodiesel
entre os países que já têm planos conc bustível passará de
no com-
Tecno logia da União da
nologia na visão do consultor de Emissões e 7% até novembro. M
5% para
rc. Ele destaca que
Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwa parte de mudança pr
edida faz
ção consi derável.
a usina, do grupo GraalBio, terá capacidade de produ om
no marco regulatório ovida
unidades de
“Essa usina já inicia com uma produção equivalente a diesel.
do bio-
r caminhos simi-
primeira geração, estimulando outras empresas a segui
passo para a in-
lares, como é o caso da Petrobras e Raízen. É o primeiro Por tal G1, 28 maio 2014.
Disponível em: <http://g1
a produ tiva do País”, afirma Szwarc. .globo.com/
tegração da segunda geração na cadei economia/noticia/2014
/05/governo-federal-
fev. 2013.
União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), 6 anuncia-aumento-no-p
ercentual-de -
920343378786/usina-
Disponível em: <www.unica.com.br/noticia/29810917 biodiesel-no- oleo-diese
l.html>.
em: 12 dez. 2014.
pioneira-de-etanol-celulosico-coloca-brasil/>. Acesso Acesso em: 12 dez. 2014.

12 Conservação de energia
O que é energia cinética
Consideremos um bloco em movimento aproximando-se de uma mola, como mostra a figu-
ra 7-A. Ao colidir com a mola, a velocidade do bloco vai diminuindo, até se anular, enquanto a mola
vai sendo comprimida (fig. 7-B). Portanto, o bloco em movimento foi capaz de realizar o trabalho
de comprimir a mola. m

Do mesmo modo, um automóvel em movimento, que colide com v outro parado, realiza um
trabalho ao amassar e deslocar o carro parado (fig. 8).
A B
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA

m
m v50

v
Fig. 7 – Um corpo em movimento possui
energia cinética.
ROBERT CRUM/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

m
v50

Fig. 8 – Um corpo que possui energia


cinética é capaz de realizar trabalho.

Qualquer corpo em movimento tem capacidade de realizar trabalho e, portanto, possui energia.
Essa energia é denominada energia cinética e será representada por εc.
Podemos perceber que, quanto maior for a velocidade do bloco da figura 7, maior será sua capa-
cidade de comprimir a mola, isto é, maior será o trabalho que o bloco é capaz de realizar e, portanto,
maior sua energia cinética. Podemos perceber ainda que a compressão da mola seria tanto maior
quanto maior fosse a massa do bloco, ou seja, a energia cinética do bloco depende também de sua
massa. Na realidade, podemos mostrar que (fig. 9):

Quando um corpo de massa m está se movendo com uma velocidade v, a energia cinética
que ele possui, εc , é dada pela expressão:

εc 5 1 mv 2 FRENTE A
2
FÍSICA
ARQUIVO DA EDITORA

v& v&
CASA DE TIPOS/

Fig. 9 – A energia cinética de um corpo


depende da massa m e da velocidade v.

Conservação de energia 13
«c é proporcional a v2
1
A expressão εc 5 mv 2 nos mostra que o valor da velocidade tem grande influência no valor da energia cinética, pois v aparece
2
nessa expressão com o expoente 2. Isso indica que:
duplicando v → εc torna-se 4 vezes maior;
triplicando v → εc torna-se 9 vezes maior; e assim por diante.
Por exemplo, se um automóvel está a uma velocidade v1 5 50 km/h e sua energia cinética é εc1 5 50 000 J, se sua velocidade passar
a ser v2 5 100 km/h (duas vezes maior), sua energia cinética valerá εc2 5 200 000 J (quatro vezes maior).

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA
Este carro, a 50 km/h, ao ser freado percorre 20 m antes de parar. A 100 km/h, ao ser freado, nas mesmas condições, ele percorrerá uma distância
4 ? 20 m 5 80 m antes de parar. Isso ocorre porque sua energia cinética tornou-se quatro vezes maior e, portanto, ele realizará, até parar, um
trabalho quatro vezes maior (nos dois casos, a força que freou o carro foi a mesma).

Projeto de Pesquisa
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e 4 O bloco da figura 7-A tem massa m 5 4,0 kg e velocidade v 5 2,0 m/s.
aprofunde-se no assunto.
a) Que energia cinética ele possui?
b) Qual trabalho o bloco realiza ao colidir com a mola, até parar (fig. 7-B)?
RESOLUÇÃO:
a) Sabemos que a energia cinética de um corpo é dada por εc 5 1 mv 2, portanto, tere-
2
mos, para o bloco:

εc 5 1 mv 2 5 1 ? 4, 0 ? ( 2, 0)2 ∴ εc 5 8,0 J
2 2
Observe que o resultado foi expresso em joules, porque os valores de m e v estavam
expressos em unidades no SI.
b) Embora não se conheça a força que o bloco exerce sobre a mola nem a distância que
ele percorre até parar, poderemos calcular o trabalho que ele realiza, pois esse traba-
lho é igual à energia cinética que o bloco possuía antes da colisão. Portanto, o trabalho
que o bloco realiza, ao comprimir a mola, até parar, é de 8,0 J.

Relação entre trabalho e energia cinética


Na figura 10 representamos um corpo, de massa m, passando por um ponto A, com velocidade
vA. Considere várias forças atuando sobre o corpo, sendo R& a resultante dessas forças. Suponha
v&A v&B que R& seja constante e que seu sentido seja o mesmo do movimento do corpo. Assim, o corpo irá
desenvolver um movimento retilíneo, uniformemente acelerado e, após percorrer uma distância ΔS,
m R& m R&
chegará a B com uma velocidade vB . vA.
Procuremos calcular o trabalho total, τAB realizado sobre o corpo, desde A até B. Esse trabalho,
A B como vimos, é dado pelo trabalho da força resultante. Como a força R& atua no sentido do movi-
∆S
mento (u 5 0°) e desloca o corpo por uma distância ΔS, teremos:
Fig. 10 – O trabalho realizado pela força
resultante provoca uma variação na τAB 5 R ? ΔS
energia cinética do corpo. Sabemos, pela segunda lei de Newton, que R 5 m ? a, em que a representa a aceleração adqui-
rida pelo corpo. Além disso, como o movimento é uniformemente acelerado, podemos relacionar
vB , vA , a e ΔS. Logo:
v 2 2 v 2A
vB2 5 v 2A 1 2a∆S ∴ ∆S 5 B
2a

14 Conservação de energia
vB2 2 v 2A
Substituindo em τAB 5 R ? ΔS as expressões R 5 m ? a e ∆S 5 , temos que:
2a
vB2 2 v 2A 1 1
τ AB 5 m ? a ? ∴ τ AB 5 mvB2 2 mv 2A
2a 2 2
1
Mas 1 mvB2 representa a energia cinética do corpo ao chegar em B (εcB) e mv 2A é a energia
2 2
cinética que ele possuía em A (εcA). Logo, o trabalho total realizado sobre o corpo é igual à variação
de sua energia cinética, isto é:

τAB 5 εcB – εcA

Esse resultado demonstrado para o caso particular da figura 10 é válido para qualquer situação.

Se um corpo em movimento passa por um ponto A com energia cinética εcA e chega a um
ponto B com energia cinética εcB , a variação da energia cinética, experimentada por esse corpo,
será igual ao trabalho total, τAB , realizado sobre ele, isto é:
τAB 5 εcB – εcA

Veremos que essa forma de calcular o trabalho, a partir da variação da energia cinética, é
válida não só quando a força aplicada sobre o corpo é constante, mas também quando ela varia
ao longo do tempo.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

5 Um corpo, de massa m 5 2,0 kg, passa por um ponto A com velocidade vA 5 3,0 m/s.
a) Se a velocidade do corpo ao passar por um outro ponto, B, for vB 5 4,0 m/s, qual foi o trabalho total realizado sobre o corpo?
b) Se a força resultante atuasse sobre o corpo em sentido contrário ao movimento, realizando um trabalho negativo τAB 5 –7,0 J,
qual seria a energia cinética do corpo ao chegar a B?

RESOLUÇÃO:
a) Sabemos que o trabalho total é dado pela variação da energia cinética do corpo, isto é, τAB 5 εcB – εcA .
Como:

εc B 5 1 mvB2 5 1 ? 2, 0 ? ( 4,0)2 ∴ εc B 5 16,0 J


2 2
εcA 5 mv A 5 1 ? 2, 0 ? ( 3, 0)2 ∴ εcA 5 9,0 J
1 2
2 2

teremos:
τAB 5 εcB 2 εcA 5 16,0 2 9,0 [ τAB 5 7,0 J
Observe que uma força resultante deve ter atuado sobre o corpo, realizando o trabalho positivo de 7,0 J, que provocou o aumen-
to da energia cinética do corpo. Podemos perceber que o trabalho realizado sobre o corpo mede a energia que foi transferida FRENTE A
a ele. Em nosso caso, o corpo possuía energia cinética de 9,0 J e, ao receber 7,0 J de energia, pelo trabalho da força resultante,
passou a ter uma energia cinética de 16,0 J.
b) Usando novamente a expressão τAB 5 εcB – εcA e sabendo que τAB 5 –7,0 J e εcA 5 9,0 J, teremos:
FÍSICA

–7,0 5 εcB – 9,0 [ εcB 5 2,0 J


Nesse caso, o trabalho negativo realizado pela resultante representa uma quantidade de energia retirada do corpo e, por isso,
sua energia cinética reduziu de 9,0 J para 2,0 J.

Conservação de energia 15
1 térmica
2 mecânica
3 elétrica
4 mecânica PARA CONSTRUIR

9 Na figura a seguir, ocorrem transformações sucessivas de uma 11 (UFPE) Um bloco de massa 2 kg desliza, a partir do repouso,
m
Ene-5
forma de energia em outra. Indique a forma de energia corres- m
Ene-6
por uma distância ΔS 5 3 m, sob a ação de uma força de mó-
C 7 C 0
H-1 pondente a cada parte da figura (designadas por números). H-2 dulo F 5 10 N (ver figura). No final do percurso, a velocidade
do bloco é v 5 3 m/s. Calcule o módulo da energia dissipada

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


no percurso, em joules.
Dado: cos 37° 5 0,8.

F&
37º

Energia Energia Energia Energia


1 2 3 4
O trabalho realizado pela força resultante é igual à variação da energia
cinética.
As transformações de energia envolvidas na figura são: energia tér-
τR 5 ∆ε c ⇒ τ F 1 τ atrito 5 ∆ε c ⇒
mica (da caldeira) transforma-se em energia mecânica (da turbina);
⇒ τ atrito 5 ∆ε c 2 τ F ⇒
esta se transforma em energia elétrica (no gerador) que, por sua
⇒ τ atrito 5 mv 2 F ? ∆S ? cos 37° ⇒
2

2
vez, transforma-se em energia mecânica (no motor). Veja mais comen-
⇒ τ atrito 5 2 ? (3) 2 10 ? 3 ? 0,8 ⇒
2

2
tários desta questão no Guia do Professor. ⇒ τ atrito 5 9 2 24 ⇒
⇒ τ atrito 5 215 J

10 (Unicamp-SP) Um aerogerador, que converte energia eólica


m
Ene-5
em elétrica, tem uma hélice como a representada na figura 12 Uma força resultante F& atua sobre uma partícula, em movi-
C 1
H-2 abaixo. A massa do sistema que gira é m 5 50 toneladas, e m mento retilíneo, na direção e no sentido de sua velocidade.
Ene-6
a distância do eixo ao ponto P, chamada de raio de giração, C 4
H2
- O módulo de F& varia com a posição S da partícula de acordo
m
Ene-6 é R 5 10 m. A energia cinética do gerador com a hélice em
C 0
H-2
com o gráfico a seguir.
m
movimento é dada por εc 5 1 mvP2 , sendo vP o módulo da Ene-6
C 5
H-2
2 F (N)
velocidade do ponto P. Se o período de rotação da hélice é m
Ene-5 15,0
igual a 2 s, qual é a energia cinética do gerador? b C 7
H1
-
Dado: p 5 3.
v&P 10,0
P
R
5,0
I II III

0 1,0 2,0 3,0 S(m)

a) Qual o trabalho realizado por F& quando a partícula se des-


loca de S 5 0 até S 5 3,0 m?
Como F é variável, o trabalho que ela realiza deverá ser determina-
a) 6,250 ? 105 J do pela área sob o gráfico F 3 S. Essa área pode ser determinada
b) 2,250 ? 107 J adicionando-se as áreas I, II e III mostradas na figura (retângulo,
trapézio e triângulo). É claro que teremos, então, o seguinte tra-
c) 5,625 ? 107 J balho da força F:
d) 9,000 ? 107 J τ 5 área I 1 área II 1 área III
A velocidade linear em um movimento circular é dada por
2pr 2 ? p ? (10)
τ 5 5,0 ? 1,0 1 (5,0 1 15,0)
2
? 1,0 1,0 ? 15,0
1
2
v5 ⇒ v5 ⇒ v 5 10 ? 3 ⇒ v 5 30 m/s
T 2 τ 5 5,0 1 10 1 7,5
A energia cinética do gerador é dada por: τ 5 22,5 J
ε c 5 21 mv P2 ⇒ ε c 5 21 ? 50 ? 10 3 ? (30)2 ⇒ ε c 5 25 ? 10 3 ? 9 ? 10 2 ⇒
⇒ ε c 5 225 ? 10 5 J ⇒ ε c 5 2,250 ? 10 7 J

16 Conservação de energia
b) Sabendo-se que a partícula possuía uma energia cinética 13 (Uerj) Um carro, em um trecho retilíneo da estrada na qual
de 7,5 J ao passar por S 5 0, qual será sua energia cinética trafegava, colidiu frontalmente com um poste. O motorista
ao atingir a posição S 5 3,0 m? informou um determinado valor para a velocidade de seu
Pela relação entre trabalho e εc temos τAB 5 εcB 2 εcA. Conside-
veículo no momento do acidente. O perito de uma segura-
rando o ponto A em S 5 0 e o ponto B em S 5 3,0 m, teremos
τAB 5 22,5 J e εcA 5 7,5 J. dora apurou, no entanto, que a velocidade correspondia a
22,5 5 εcB 2 7,5 exatamente o dobro do valor informado pelo motorista.
εcB 5 30,0 J Considere εc1 a energia cinética do veículo calculada com a
velocidade informada pelo motorista e εc2 aquela calculada
com o valor apurado pelo perito.
εc1
A razão corresponde a: b
εc2
a) 1 . Para o veículo com a velocidade informada pelo motorista:
c) É possível determinar a velocidade da partícula ao passar 2 ε 5 mv 2
b) 1 .
C1
por S 5 3,0 m? Explique. 2

Não, pois a massa da partícula não é conhecida. 4 Para o veículo com a velocidade apurada pelo perito:
c) 1. εC2 5 m(2v)2
d) 2. 2
2
εC2 5 4 mv
2
A razão entre as duas energias é dada por:
εC1 1
5
εC2 4

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 7 e 8 Para aprimorar: 5

VANDERWOLF IMAGES/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


ENERGIA POTENCIAL
Suponha um corpo situado a uma altura h acima do solo (fig. 11). Por causa da atração da Terra,
se for abandonado, esse corpo será capaz de realizar um trabalho ao chegar ao solo: poderá amassar um
objeto, perfurar o solo, comprimir uma mola, etc.
De maneira semelhante, um corpo ligado à extremidade de uma mola comprimida (ou estica-
da), como mostra a figura 12, será empurrado (ou puxado) pela mola ao ser abandonado, adquirindo
capacidade de realizar um trabalho. Pode-se dizer também que o corpo ligado à mola comprimida
(ou esticada) possui energia.

Fig. 11 – Um corpo, situado a


determinada altura, possui energia
potencial gravitacional, pois tem
capacidade de realizar trabalho ao cair.

FRENTE A
RAZORPIX/ALAMY/LATINSTOCK

FÍSICA

Fig. 12 – Corpo ligado a uma mola


deformada. Na foto, o brinquedo Slinky,
da animação Toy Story, da Pixar.

Conservação de energia 17
Nos dois exemplos analisados, o corpo possui energia em virtude da posição ocupada por
ele: no primeiro caso, uma posição elevada em relação à Terra e, no segundo, uma posição ligada
a uma mola comprimida ou esticada.
Essa energia que um corpo possui devido à sua posição é denominada energia potencial e
vamos representá-la por εp. No primeiro caso (fig. 11), a εp que o corpo possui é denominada ener-
gia potencial gravitacional, porque está relacionada com a atração gravitacional da Terra sobre o
corpo. No segundo caso (fig. 12), a εp do corpo está relacionada com as propriedades elásticas de
uma mola e é denominada energia potencial elástica.
Vamos agora analisar a εp gravitacional, deixando o estudo da εp elástica na sequência.

ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL


CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA

Uma bola de massa m está a uma altura h em relação a um nível horizontal de referência (fig. 13).
A energia potencial gravitacional que ela possui nessa posição pode ser calculada pelo
trabalho que a força peso desse corpo realiza, sobre ele, quando cai, desde aquela posição até
o nível de referência. Como mg& é a força que atua sobre o corpo e h o seu deslocamento, o
trabalho mencionado será dado por:
τ5m?g?h
h
Consequentemente, a εp gravitacional do corpo, a uma altura h, é εp 5 mgh.

mg& Se um corpo de massa m está a uma altura h acima de um nível de referência, esse corpo
possui uma energia potencial gravitacional, relativa a esse nível, expressa por:
εp 5 mgh
Nível de
referência

Fig. 13 – Quando um corpo cai de uma Observe que a εp gravitacional está relacionada com o peso do corpo e com a posição que ele
altura h, o seu peso realiza um trabalho ocupa: quanto maior for o peso do corpo e quanto maior for a altura em que ele está, maior será
τ 5 mgh.
sua εp gravitacional.

Relação entre trabalho e «p gravitacional


Consideremos um corpo de massa m, inicialmente no ponto A, a uma altura hA acima de um nível
de referência (fig. 14). Quando esse corpo se desloca de A para outro ponto B qualquer (a uma altura hB
relativa ao mesmo nível), o seu peso realiza um trabalho τAB. Durante esse deslocamento, pode-
rão atuar sobre o corpo outras forças, além do seu peso. Entretanto, vamos calcular apenas o
trabalho realizado pelo peso do corpo. Como o corpo se desloca, completando uma distância
hA 2 hB , o seu peso, mg&, realiza um trabalho:
τAB 5 mg (hA 2 hB) ou τAB 5 mghA 2 mghB
Mas a expressão mghA representa εpA , que é a εp gravitacional do corpo em A, e mghB é sua εp
em B, ou seja, εpB . Assim:
τAB 5 Δεp 5 εpA 2 εpB

Quando um corpo cai de um ponto A para B, o seu peso realiza um trabalho


igual à diferença entre as energias potenciais gravitacionais desse corpo naqueles
A pontos, isto é:
τAB 5 εpA 2 εpB
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA

mg&
B Projeto de Pesquisa
hA
Acesse o Material Comple-
Fig. 14 – O trabalho realizado pelo peso do corpo mentar disponível no Portal e
hB
provoca uma variação em sua energia potencial aprofunde-se no assunto.
Nível mg& gravitacional.

18 Conservação de energia
EXERCÍCIO RESOLVIDO

6 Uma pessoa, situada no alto de um edifício cuja altura é a) Qual é a εp gravitacional do corpo no alto do edifício?
8,0 m, deixa cair um corpo de massa m 5 10,0 kg. (Consi- b) Qual é a εp gravitacional do corpo ao passar por um ponto
dere g 5 9,8 m/s2.) B, a uma altura hB 5 2,0 m acima do solo?
c) Qual o trabalho realizado pelo peso do corpo no desloca-

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


mento de A para B?
A
RESOLUÇÃO:

a) Calculemos a εp gravitacional em relação ao solo. Desig-


nando por A a posição do corpo no alto do edifício, temos
hA 5 8,0 m e, assim:
hA εpA 5 mghA 5 10,0 ? 9,8 ? 8,0 [ εpA 5 784 J
mg&
b) Para esse ponto:
εpB 5 mghB 5 10,0 ? 9,8 ? 2,0 [ εpB 5 196 J
B
c) Vimos que o trabalho do peso é dado por τAB 5 εpA 2 εpB .
hB
Logo:
τAB 5 εpA 2 εpB 5 784 2 196
[ τAB 5 588 J

PARA CONSTRUIR

14 Um lustre, de massa m 5 2,0 kg, desprende-se do teto, cain- a) Qual era a εp gravitacional do lustre, em relação ao chão,
m do sobre o chão da sala, de uma altura hA 5 3,0 m. quando ele estava na posição A? (Considere g 5 10 m/s2.)
Ene-6
C 0 Temos:
H-2
εpA 5 mghA 5 2,0 ? 10 ? 3,0 [ εpA 5 60 J

b) Qual o trabalho que o peso do lustre realizará ao cair de A


até o chão?
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

hA 5 3,0 m Esse trabalho será, como sabemos, igual à energia potencial que
o lustre possui em A, isto é, será de 60 J.
FRENTE A
hB 5 2,0 m
FÍSICA

0,50 m

Conservação de energia 19
15 Ao cair, o lustre do exercício anterior passa pelo ponto B, situa- 17 Comparando os resultados dos exercícios 14, 15 e 16, responda:
do a uma altura hB 5 2,0 m em relação ao chão (veja a figura). a) Os valores das energias potenciais calculadas se modifi-
a) Qual é a εp gravitacional do lustre ao passar pelo ponto B? cam quando mudamos o nível de referência?
Temos: Vemos claramente que os valores de εp modificam-se quando
εpB 5 mghB 5 2,0 ? 10 ? 2,0 [ εpB 5 40 J modificamos o nível de referência.

b) O valor de τAB se modifica quando mudamos o nível de


b) Lembrando-se da relação entre trabalho e energia poten-
referência?
cial, calcule o trabalho τAB realizado pelo peso do lustre no Devemos observar que, tanto para o nível de referência no chão
deslocamento de A para B. quanto para a mesa, obtivemos o mesmo valor (τAB 5 20 J) para
Usando a relação entre o trabalho do peso e a εp do corpo, virá: o trabalho do peso entre os pontos A e B. Portanto, como era de
τAB 5 εpA 2 εpB 5 60 2 40 [ τAB 5 20 J se esperar, o valor desse trabalho não depende da escolha do
nível de referência.

16 Os cálculos da energia potencial nos exercícios 14 e 15 foram


feitos adotando-se o chão como nível de referência. Conside- 18 (Unicamp-SP) As eclusas permitem que as embarcações fa-
re agora o plano da superfície do móvel mostrado na figura m
Ene-5
çam a transposição dos desníveis causados pelas barragens.
C 8
como nível de referência. H1
- Além de ser uma monumental obra de engenharia hidráu-
a) Calcule as energias potenciais ε'pA e ε'pB do lustre em rela- lica, a eclusa tem um funcionamento simples e econômico.
ção a esse novo nível. Ela nada mais é do que um elevador de águas que serve para
Com o novo nível, virá: subir e descer as embarcações. A eclusa de Barra Bonita, no
ε'pA 5 mgh'A 5 2,0 ? 10 ? 2,5 [ ε'pA 5 50 J rio Tietê, tem um desnível de aproximadamente 25 m. Qual
ε'pB 5 mgh'B 5 2,0 ? 10 ? 1,5 [ ε'pB 5 30 J é o aumento da energia potencial gravitacional quando uma
embarcação de massa m 5 1,2 ? 104 kg é elevada na eclusa? d
a) 4,8 ? 102 J
b) 1,2 ? 105 J
c) 3,0 ? 105 J
d) 3,0 ? 106 J
εP 5 mgh
εP 5 1,2 ? 104 ? 10 ? 25
b) Usando os valores encontrados em (a), calcule o trabalho εP 5 30 ? 105 J
τAB realizado pelo peso do lustre no deslocamento de A εP 5 3 ? 106 J
para B.
Teremos:
τAB 5 ε'pA – ε'pB 5 50 2 30 [ τAB 5 20 J

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 9 e 10 Para aprimorar: 6

20 Conservação de energia
ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA
Como já vimos, um corpo ligado à extremidade de uma mola comprimida (ou esticada) possui
BIOGRAFIA
energia potencial elástica. De fato, a mola comprimida exerce uma força sobre o corpo, a qual realiza
um trabalho sobre ele quando o abandonamos. Entretanto, se tentarmos comprimir uma mola, podemos Robert Hooke (1635-1703) foi um
observar que ela reage à compressão com uma força cujo valor cresce à medida que ela vai sendo com- grande cientista do século XVII.
primida. Para calcularmos o trabalho que a mola realiza sobre o corpo ligado à sua extremidade, devemos No período em que cursava a uni-
entender como a força exercida pela mola varia. versidade de Oxford, Hooke foi
contratado como assistente de
Força exercida por uma mola deformada Robert Boyle, para quem cons-
truiu as bombas de vácuo que
A figura 15-A mostra uma mola não deformada, a figura 15-B a mesma mola comprimida seriam utilizadas nos experimen-
e a figura 15-C a mesma mola distendida. Ao ser alongada ou comprimida, a mola exerce sobre tos de Boyle sobre gases ideais.
o bloco uma denominada força elástica F &. Com X representando o acréscimo ou decréscimo Em 1665, ele incentivou o uso de
no comprimento da mola, verifica-se experimentalmente que: microscópio em explorações cien-
dobrando o alongamento (2X), a força dobra (2F); tíficas com seu livro Micrographia
triplicando o alongamento (3X), a força triplica (3F); e assim por diante. e, baseado em suas observações
microscópias de fósseis, foi um
A dos primeiros defensores da evo-

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA
Mola
não deformada lução biológica. Ele também che-
gou perto de uma prova experi-
Nível de referência mental de que a gravidade segue
B
uma lei do inverso do quadrado
Mola
comprimida
(nesse caso, a distância entre dois
corpos), e a hipótese de que tal
relação governa os movimentos
X dos planetas, uma ideia que foi
C Mola posteriormente desenvolvida por
Fig. 15 – Uma mola,
distendida apresentando uma Isaac Newton.
0 deformação X, exerce
X uma força dada por
F 5 kX.

Portanto, a experiência nos mostra que a força exercida por uma mola é diretamente pro-
porcional à sua deformação, ou F ~ X.
Esse resultado é conhecido como lei de Hooke, pois foi Robert Hooke, um cientista inglês,
quem observou, pela primeira vez, essa propriedade das molas. Na realidade, essa lei só é verdadeira
se as deformações da mola não forem muito grandes.
Como F ~ X, podemos escrever que:
F 5 kX
em que k é uma constante, diferente para cada mola, e denominada constante elástica da
mola. Traçando-se um gráfico F × X, obtemos uma reta, passando pela origem (fig. 16), cuja incli-
nação é igual a k.
F

FRENTE A
FÍSICA

0
Fig. 16 – Gráfico da força exercida por uma
X
mola em função de sua deformação.

Conservação de energia 21
Cálculo da «p elástica
Consideremos uma mola, cuja constante elástica é k, apresentando uma deformação X e um
corpo ligado a ela (fig. 17). A εp elástica desse corpo, nessa posição, pode ser determinada pelo tra-
balho que a mola realiza sobre ele, ao empurrá-lo até a posição normal da mola, isto é, a posição em
que ela não apresenta deformação.
F

F 5 kX
τ

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


F 5 kX

Fig. 17 – Ao empurrar o corpo, a mola realiza, sobre ele, um X


trabalho cujo valor é dado pela área mostrada na figura.

À medida que o corpo é empurrado, a deformação da mola diminui e, consequentemente,


diminui também a força que a mola exerce sobre o corpo. Assim, devemos calcular o trabalho de
uma força que varia, desde o valor inicial F 5 kX até o valor final F 5 0, enquanto o corpo se desloca.
O cálculo desse trabalho não pode ser feito pela expressão τ 5 F ? ΔS ? cos u, que se aplica apenas
aos casos em que F& é constante.
Quando a força F& é variável, o trabalho que ela realiza pode ser obtido, numericamente, pela
área sob o gráfico força × deslocamento. Portanto, em nosso caso, o trabalho realizado pela mola
será dado pela área sob o gráfico F × X, mostrada na figura 17. Trata-se da área de um triângulo, de
1
base igual a X e altura igual a kX. Como a área de um triângulo é dada por ? base ? altura, teremos
2
a seguinte expressão para o trabalho realizado pela mola:

τ 5 1 ? X ? kX ∴ τ 5 1 kX 2
2 2

Consequentemente, a expressão da energia potencial elástica do corpo é εp 5 1 kX 2. Concluindo:


2

Um corpo, ligado a uma mola de constante elástica k, deformada de X, possui uma


energia potencial elástica dada por:

εp 5 1 kX 2
2

Observe que a εp elástica do corpo será tanto maior quanto maior for a constante elástica da
mola e sua deformação.

22 Conservação de energia
Relação entre trabalho e «p elástica
Suponhamos uma mola comprimida, cuja constante elástica seja k, empurrando um corpo
nela encostado. Procuremos calcular o trabalho τAB que a mola realiza sobre o corpo, ao deslocá-
-lo de um ponto A a um ponto B (fig. 18). Podem estar atuando várias forças sobre o corpo,
mas vamos calcular apenas o trabalho realizado pela força exercida pela mola. Já sabemos
que essa força é variável e que o seu trabalho será dado pela área sob o gráfico F × X, de A até
B (área ABCD da figura 18). Teremos:
τAB 5 área ABCD 5 área OAD 2 área OBC
ou τ AB 5 1 kX 2A 2 1 kXB2
2 2
1
Mas 1 kX 2A representa εpA , isto é, a energia potencial elástica do corpo em A, e kXB2 é sua
2 2
energia potencial elástica em B, ou seja, εpB.
Podemos escrever:
τAB 5 Δεp 5 εpA 2 εpB

Quando um corpo se desloca de um ponto A a outro ponto B, sob a ação da força elástica
exercida por uma mola deformada (comprimida ou esticada), o trabalho τAB que essa força rea-
liza sobre o corpo é igual à diferença entre as energias potenciais elásticas desse corpo naqueles
pontos, isto é:
τAB 5 εpA 2 εpB

Observe que essa expressão é análoga àquela obtida para o trabalho realizado pelo peso
de um corpo, como vimos na seção anterior. Em ambos os casos, o trabalho realizado está rela-
cionado com uma variação na energia potencial do corpo. Apenas deve-se ter em mente que a
energia potencial gravitacional é dada por εp 5 mgh e a energia potencial elástica é εp 5 1 kX 2 .
2
F
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

kXA
C
τAB
kXB

O B A X
XB
XA

FRENTE A

Projeto de Pesquisa
FÍSICA

Fig. 18 – O trabalho realizado


pela mola provoca variação na Acesse o Material Comple-
energia potencial elástica do mentar disponível no Portal e
B A corpo. aprofunde-se no assunto.

Conservação de energia 23
EXERCÍCIO RESOLVIDO

7 Suponha que para comprimir a mola da figura 18 em X 5 Esse resultado significa que seria necessária uma força de
5 30 cm fosse necessário exercer sobre ela uma força F 5 15 N. 50 N para deformar a mola em 1 m.

a) Qual é a constante elástica da mola? b) A energia potencial elástica é dada por εp 5 1 kX 2. Logo,
teremos, calculando no SI: 2
b) Considere, na figura 18, XA 5 20 cm e XB 5 10 cm. Quais os
valores da εp elástica do corpo em A e em B? em A: εpA 5 1 kX2A 5 1 ? 50 ? (0,20)2 ∴ εpA 51,00 J
2 2
c) Qual o trabalho que a mola realizou ao empurrar o corpo
de A para B? em B: εpB 5 1 kXB2 5 1 ? 50 ? (0,10)2 ∴ εpB 5 0,25 J
2 2
RESOLUÇÃO:
c) O trabalho realizado pela força elástica é dado por
a) Como F 5 kX, calculando no SI: τAB 5 εpA 2 εpB. Assim:
F 15 N τAB 5 εpA 2 εpB 5 1,00 2 0,25 [ τAB 5 0,75 J
k5 5 ∴k 5 550 N/m
X 0,30 m

PARA CONSTRUIR

19 (UERN) A tabela apresenta a força elástica e a deformação de F (N)


m
Ene-6
3 molas diferentes.
C 4 60
H-2
Mola Força elástica (N) Deformação (m)
m
Ene-5 45
C 7
H1
- 1 400 0,50
2 300 0,30
30
3 600 0,80

Comparando-se as constantes elásticas dessas 3 molas, 15

tem-se que: b
a) k1 . k2 . k3.
0,10 0,20 0,30 0,40 X (m)
b) k2 . k1 . k3.
c) k2 . k3 . k1.
d) k3 . k2 . k1.
Aplicando a lei de Hooke nas três situações temos:
F
F 5 kX ⇒ k 5
X O B A
400
k1 5 5 800 N/m
0,5
k2 5
300
5 1000 N/m
a) Calcule a inclinação desse gráfico. Qual é o valor da cons-
0,3 tante elástica da mola?
600 ∆F
k3 5 5 750 N/m
0,8 A inclinação do gráfico é dada por . Considerando os pontos
∆X
A e B da figura, temos:
ΔF 5 60 – 30 5 30 N
ΔX 5 0,40 – 0,20 5 0,20 m
Então:
∆F 30
inclinação 5 ∴ inclinação 5 150 N/m
20 O gráfico a seguir mostra uma mola comprimida empur- 5
∆X 0,20
m
Ene-6
rando um bloco do ponto A, no qual sua deformação é Sabemos que o valor da constante elástica da mola é igual à incli-
C 5
H-2 XA 5 0,40 m, até o ponto O, no qual a mola não apresenta nação do F × X. Logo, k 5 150 N/m.
deformação. O gráfico F × X mostra como varia a força F&
m
Ene-5
C 7 exercida pela mola sobre o bloco.
H1
-

24 Conservação de energia
b) Podemos usar a expressão τ 5 F ? ΔS ? cos u para calcu- 22 Um corpo está na extremidade de uma mola, deformada em
lar o trabalho realizado pela mola ao empurrar o bloco? um valor X. Se essa deformação aumentar para 2X:
Por quê? a) o valor da constante elástica da mola aumenta, diminui
Não, pois a expressão τ 5 F ? ΔS ? cos u só pode ser usada para ou não varia?
calcular o trabalho de uma força constante e isso não ocorre com a O valor da constante elástica é fixo para uma dada mola e,
força exercida pela mola, a qual varia à medida que a mola portanto, não se modifica quando a mola se deforma.
se deforma.
b) quantas vezes maior torna-se a força exercida pela mola
sobre o corpo?
Como essa força é diretamente proporcional à deformação da
c) Como você poderia calcular esse trabalho usando o mola, concluímos que o valor da força se tornará duas vezes maior.
gráfico F × X?
c) quantas vezes maior torna-se a εp elástica do corpo?
Sendo a força variável, o trabalho que ela realiza pode ser obtido
Sabemos que εp elástica é proporcional ao quadrado da deformação
calculando-se a área sob o gráfico F × X.
da mola  εp 5  1  kX 2  . Então, duplicando-se X, o valor de εp
  
2 
torna-se quatro vezes maior.

23 (UFPE) Considere um bloco de massa m ligado a uma mola


m
Ene-6
de constante elástica k 5 20 N/m, como mostrado na figura
21 Considerando a figura e a situação descrita no exercício ante- C 5
H-2 a seguir. O bloco encontra-se parado na posição X 5 4,0 m.
rior, responda: A posição de equilíbrio da mola é X 5 0.
m
Ene-5
a) Qual o valor da εp elástica do bloco quando ele está na C 7
H-1
posição A? k
1 1 m
εpA 5 kX 2A 5 ? 150 ? (0,40)2 ∴ εpA 5 12,0 J
2 2
0 2 4 x (m)

O gráfico a seguir indica como o módulo da força elástica da


mola varia com a posição X do bloco.
b) Qual o trabalho que a mola realiza ao empurrar o bloco de
A para O? |F| (N)
O trabalho que a mola realiza ao empurrar o corpo de A até O
(onde não há deformação da mola) é igual à energia potencial
80
que o corpo possuía em A. Logo, esse trabalho é igual a 12,0 J.

40
c) Qual é a εp elástica do bloco na posição XB 5 0,20 m?
εpB 5 1 kXB2 5 1 ? 150 ? (0,20)2 ∴ εpB 5 3,0 J
2 2

0 2 4 X (m)

O trabalho realizado pela força elástica para levar o bloco da


d) Lembrando-se da relação entre trabalho e εp elástica, cal- posição X 5 4,0 m até a posição X 5 2,0 m, em joules, vale: a
cule o trabalho τAB que a mola realiza ao empurrar o bloco a) 120. c) 40. e) – 80.
de A para B. b) 80. d) 160.
Usando a relação entre o trabalho da mola e a εp elástica, virá: A área sob o gráfico corresponde ao trabalho da força elástica:
τAB 5 εpA 2 εpB 5 12,0 2 3,0 [ τAB 5 9,0 J
τ52?
80 1 40 FRENTE A
2
τ 5 120 J
FÍSICA

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 11 a 13

Conservação de energia 25
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
Forças conservativas e dissipativas
Se um corpo se deslocar do ponto A até o ponto B, seguindo a trajetória 1 mostrada na figu-
ra 19, o trabalho que o peso do corpo realiza é dado por τAB 5 εpA – εpB . Imagine que o corpo se
deslocasse, de A para B, ao longo de outra trajetória; a trajetória 2 da figura 19, por exemplo. Pode-se
demonstrar que o trabalho realizado pelo peso do corpo seria o mesmo que foi realizado ao
longo da trajetória 1. Portanto, ainda para a trajetória 2, τAB 5 εpA – εpB . Esse resultado é válido para
a trajetória 3 e qualquer trajetória que leve o corpo de A para B e, por isso, dizemos que o trabalho
realizado pelo peso do corpo não depende da trajetória.
B

A
3

Fig. 19 – O trabalho realizado pelo peso não


depende da trajetória seguida pelo corpo.

Outras forças existentes na natureza também possuem essa propriedade, isto é, o trabalho que
elas realizam não depende da trajetória. Assim, o trabalho realizado pela força elástica de uma mola
é dado por τAB 5 εpA – εpB , para qualquer trajetória seguida pelo corpo ao se deslocar de um ponto
A até um ponto B. Outro exemplo de força cujo trabalho não depende da trajetória é a força elétrica.
As forças cujo trabalho não depende do caminho são denominadas forças conservativas. Sempre
que uma dessas forças realiza um trabalho sobre um corpo, há uma variação na energia potencial
desse corpo e essa variação é expressa por τAB 5 εpA – εpB . Devemos, portanto, destacar:

O trabalho realizado por uma força conservativa entre dois pontos A e B não depende da
trajetória seguida pelo corpo para ir de A até B, sendo dado, sempre, pela expressão:
τAB 5 εpA – εpB

As forças cujo trabalho depende do caminho são denominadas forças dissipativas ou forças
não conservativas. Um exemplo de força dissipativa é a força de atrito. Se você deslocar um corpo
sobre uma superfície, levando-o de um ponto A a outro ponto B, o trabalho realizado pelo atrito
terá valores diferentes, conforme o caminho que for seguido. Ao contrário das forças conservativas,
não existe uma energia potencial relacionada com uma força dissipativa.

Conservação da energia mecânica


Suponhamos que o corpo da figura 20 esteja se deslocando de A para B, ao longo de uma tra-
jetória qualquer, e que sobre ele estejam atuando apenas forças conservativas (no caso da figura 20,
o peso e a força elástica da mola). O trabalho realizado por essas forças é dado por:
τAB 5 εpA – εpB
Sabemos também que, quaisquer que sejam as forças, o trabalho total realizado por elas é igual
à variação da energia cinética do corpo, isto é:
τAB 5 εcB – εcA
Igualando as duas expressões para τAB:
εpA – εpB 5 εcB – εcA ou εpA 1 εcA 5 εpB 1 εcB
Em resumo, a soma da energia potencial e da energia cinética de um corpo no ponto A é igual
à soma da energia potencial e da energia cinética no ponto B.

26 Conservação de energia
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
A
F&

M
Fig. 20 – A energia mecânica
mg&
de um corpo não varia
quando atuam, sobre ele,
B apenas forças conservativas.

Como A e B são pontos indeterminados, podemos dizer que:

Se apenas forças conservativas atuam sobre um corpo em movimento, a soma da energia ci-
nética do corpo com sua energia potencial permanece constante para qualquer ponto da trajetória.

A soma da energia cinética de um corpo com sua energia potencial, em um dado ponto, é
denominada energia mecânica total do corpo nesse ponto, que representaremos por ε, ou seja:

ε 5 εp 1 εc

Voltando à expressão εpA 1 εcA 5 εpB 1 εcB , percebemos que εpA 1 εcA representa a energia
mecânica total εA , em A, e εpB 1 εcB representa a energia mecânica total εB , em B. Portanto:
εA 5 εB
A definição anterior também pode ser expressa da seguinte maneira:

Se apenas forças conservativas atuam sobre um corpo em movimento, sua energia mecâ-
nica total permanece constante para qualquer ponto da trajetória, isto é, a energia mecânica
do corpo se conserva.

Portanto, quando atuam apenas forças conservativas, se a εp de um corpo diminuir, sua εc


aumentará e vice-versa, de modo que a sua energia mecânica total ε permaneça constante, isto é, se
conserve. É por esse motivo que essas forças são denominadas forças conservativas.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

8 Suponha que, na figura 20, o corpo representado tenha, em A, uma energia potencial εpA 5 20 J e uma energia cinética εcA 5 10 J.
a) Qual a energia mecânica total do corpo em A?
b) Ao passar pelo ponto M (fig. 20), o corpo possui uma energia potencial εpM 5 13 J. Qual é a sua energia cinética nesse ponto?
c) Ao chegar a B, o corpo possui uma energia cinética εcB 5 25 J. Qual é a sua εp nesse ponto?

RESOLUÇÃO:
a) A energia mecânica em A será:
FRENTE A
εA 5 εpA 1 εcA 5 20 1 10 [ εA 5 30 J
b) Como estão atuando apenas forças conservativas, a energia mecânica do corpo se conserva, isto é, εM 5 εA ou εM 5 30 J. Como
εM 5 εpM 1 εcM , então: 30 5 13 1 εcM [ εcM 5 17 J
FÍSICA

Observe que a εp do corpo diminuiu 7 J, enquanto sua εc aumentou em 7 J.


c) O mesmo raciocínio usado no item anterior permite-nos escrever que εB 5 30 J. Logo, como εB 5 εpB 1 εcB , então:
30 5 εpB 1 25 [ εpB 5 5 J

Conservação de energia 27
Princípio geral de conservação da energia
Se na figura 20 estivesse atuando no corpo uma força dissipativa, a energia mecânica dele não
seria conservada. Por exemplo, se uma força de atrito cinético atuasse no corpo, verificaríamos que
sua energia mecânica em B seria menor do que em A. Entretanto, nesse caso, observaríamos um
aquecimento do corpo, o que não acontecia quando atuavam apenas forças conservativas.
Alguns físicos do século XIX, destacando-se entre eles James P. Joule, analisando um grande
número de experiências, chegaram à conclusão de que o calor é uma forma de energia. Por isso,
acabaram deduzindo que no deslocamento do corpo sob a ação da força de atrito o que ocorreu
foi a transformação em calor da energia mecânica.
Esse resultado é observado sempre: se uma dada quantidade de energia de determinado tipo
diminui, verifica-se o aparecimento de outro tipo de energia em quantidade equivalente, isto é,
nunca se observa o desaparecimento de energia, mas apenas a transformação de uma forma de
energia em outra.
Assim, a energia mecânica se transforma em energia elétrica (em uma usina hidrelétrica), a
energia térmica em energia mecânica (em um automóvel), a energia elétrica em energia mecâni-
ca (no motor de um ventilador), a energia elétrica em calor (em um aquecedor), etc. Em todas
essas transformações observa-se que não há criação nem destruição da energia, de modo que
a quantidade total de energia envolvida em um fenômeno permanece sempre a mesma, isto é,
ela se conserva.
Essas observações constituem a base do princípio geral de conservação da energia, que pode
ser enunciado da seguinte maneira:

A energia pode ser transformada de uma forma em outra, mas não pode ser criada nem
destruída; a energia total é constante.
PARA
REFLETIR
Esse princípio é sempre válido, em qualquer fenômeno que ocorra na natureza. A sua genera-
As fontes de energia utilizadas lidade torna-o extremamente importante, e ele é amplamente empregado com grande sucesso na
pelos seres humanos podem solução de inúmeros problemas.
ser classificadas em renováveis e
A conservação da energia mecânica é um caso particular do princípio geral de conservação da
não renováveis. Dê alguns exem-
plos de cada tipo. energia. A energia mecânica se conserva quando atuam no corpo apenas forças conservativas, e a
energia total, considerando-se todas as suas formas, conserva-se sempre.
DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA


Dentro de uma usina hidrelétrica

Represa
Reservatório Usina geradora
Linhas de
Transformador energia

Gerador

Porta de
Admissão Corrente
controle Duto Turbina

A vazão de duas turbinas da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, corresponde a 700 m3 de água por segundo cada.

28 Conservação de energia
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

9 Um corpo é lançado verticalmente para B


ao deslocamento. Podemos, portanto, aplicar a conservação
v50
cima com velocidade inicial v0 5 6,0 m/s, da energia mecânica:
conforme a figura ao lado. Que altura o εpA 1 εcA 5 εpB 1 εcB
corpo atinge? Medindo as alturas em relação a um nível horizontal que pas-
h
sa por B e designando por m a massa do menino:
RESOLUÇÃO:
εpA 5 mgh εcA 5 0 εpB 5 0 εcB 5 1 mv 2
Vamos considerar desprezível a resistên- v &0
2
cia do ar. Nessas condições, a única força A
em que v é a velocidade do menino ao chegar a B.
que atua sobre o corpo é o seu peso, que Logo:
1
é uma força conservativa e, portanto, a energia mecânica do mgh 5 mv 2 ∴ v 5 22gh
2
corpo permanece constante. Enquanto o corpo sobe, sua
energia cinética diminui, mas ele adquire energia potencial Se o menino caísse verticalmente, a partir de A, ele adquiri-
em quantidade equivalente à energia cinética perdida. ria essa mesma velocidade, como você perceberá se usar as
Designando por A o ponto em que o corpo tinha velocidade v&0 equações do movimento de queda livre.
(ponto em que o corpo é lançado) e por B o ponto mais alto
11 Na figura a seguir, um bloco de massa m 5 2,0 kg está apoia-
da trajetória (ver figura), podemos escrever:
do em uma superfície horizontal lisa, encostado a uma mola
εpA 1 εcA 5 εpB 1 εcB de constante elástica k 5 32 N/m. A mola está comprimida
Medindo as alturas a partir do ponto A, isto é, considerando o em X 5 10 cm e mantém-se assim por meio de um barbante
nível de referência em A: amarrado a ela. Queimando-se o barbante, a mola se disten-
de, empurrando o bloco. Qual é a velocidade com que o blo-
εpA 5 0 pois, para o pon
pois, ponto
ponto
to A, h 5 0
co abandona a mola?
εcA 5 1 mv 20 em que m é a massa do corpo

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQQUIVO DA EDITORA
B A
2
v&
εpB 5 mgh sendo h a altura de B em relação a A
εcB 5 0 porque a velocidade do corpo é nula em B

Assim: 1 mv 2 5 mgh v2
0 mgh∴h 5 0 x
2 2g

Observe que, qualquer que fosse a massa do corpo, ele atin- RESOLUÇÃO:
giria a mesma altura, pois o valor de h não depende de m. Observe que a mola empurra o bloco com uma força variável
Substituindo o valor v0 5 6,0 m/s e considerando g 5 10 m/s2, (F 5 kX) e, portanto, a aceleração adquirida pelo bloco não é
obtemos: constante, isto é, o bloco adquire um movimento acelerado,
mas não uniformemente acelerado. Portanto, as equações
v 20 (6,0)2 estudadas na Cinemática não se aplicam a esse movimento.
h5 5 ∴h 5 11,8 m
2g 2 ? 110 Entretanto, como o peso do bloco e a reação normal da su-
A perfície se equilibram, a única força atuante na direção do
10 Um menino desliza, sem atrito, ao
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQQUIVO DA EDITORA

movimento é a força elástica da mola, que é conservativa.


longo do escorregador representa- Assim, à medida que a mola se distende, a energia potencial
N&
do na figura ao lado. Se ele parte do elástica do corpo vai diminuindo, enquanto sua energia ciné-
repouso em A, com que velocidade h
tica aumenta. Pela conservação da energia mecânica: FRENTE A
chega ao ponto mais baixo do es- εpA 1 εcA 5 εpB 1 εcB
corregador (ponto B)? mg&
1 1
B Mas εpA 5 kX , εcA 5 0, εpB 5 0 e εcB 5 mv 2
2

2 2
RESOLUÇÃO:
FÍSICA

Assim:
As únicas forças que atuam no menino são seu peso, que é
1 2 1 2  k
uma força conservativa, e a reação normal da superfície, que kX 5 mv ∴ v 5  X
2 2  m 
não realiza trabalho sobre ele, pois ela é sempre perpendicular

Conservação de energia 29
Do mesmo modo que no exercício anterior, devemos destacar a grande facilidade com que foi calculada a velocidade adquiri-
da pelo bloco. Se tivéssemos tentado resolver o problema sem empregar a conservação de energia, a solução teria sido muito
mais complicada.
Substituindo os valores k, m e X expressos em unidades SI:

 
v 5  k  X 5 32 ? 0,10
0,10 ∴ v 5 00, 40 m/s
 m 2

12 Suponha que existisse atrito no movimento do menino, ao descer o escorregador da figura do exercício 10. Sabendo-se que a al-
tura do escorregador é h 5 8,0 m, a massa do menino m 5 50 kg e que ele chega a B com uma velocidade v 5 10 m/s, determine:
a) a energia mecânica total do menino em A e em B.
b) a quantidade de calor gerada pelo atrito no deslocamento do menino.

RESOLUÇÃO:

a) No ponto A, a energia mecânica do menino é representada apenas por sua energia potencial, pois sua energia cinética, nesse
ponto, é nula. Considerando g 5 10 m/s2:
εA 5 mgh 5 50 ? 10 ? 8,0 [ εA 5 4,0 ? 103 J
Ao chegar a B, o menino possui apenas energia cinética, pois h 5 0 (as alturas estão contadas em relação a B). Assim, a energia
mecânica do menino, em B, é:
εB 5 1 mv 2 5 1 ? 50 ? 102 ∴ εB 5 2,5
2, 5 ? 11003 J
2 2
b) Observe que a energia em B é menor do que a energia mecânica em A, isto é, a energia mecânica não se conservou. Esse resul-
tado já era esperado, pois atua no menino uma força de atrito que não é conservativa. O trabalho realizado pelo atrito faz com
que parte da energia mecânica se transforme em calor. Pelo princípio geral da conservação de energia, podemos concluir que
a quantidade de calor gerada será igual à diminuição da energia mecânica do menino, isto é:
calor gerado 5 εA 2 εB 5 4,0 ? 103 2 2,5 ? 103 [ calor gerado 5 1,5 ? 103 J

PARA CONSTRUIR

Para os exercícios seguintes, considere a situação representada 24 Despreze o atrito com o ar durante a queda e responda:
na figura, na qual uma pessoa arremessa uma bola, vertical- m a) Qual é a energia mecânica total εA da bola em A?
Ene-5
mente para baixo, do alto de um edifício. No ponto A, quando C 7
H-1 A energia mecânica total é dada pela soma das energias cinética
a pessoa solta a bola, a energia potencial (em relação ao solo) e potencial do corpo. Logo:
da bola é εpA 5 8,0 J e sua energia cinética é εcA 5 5,0 J.
m
Ene-6
C 0
εA 5 εpA 1 εcA 5 8,0 1 5,0 [ εA 5 13,0 J
H2
-
b) Qual a única força que atua na bola enquanto ela estiver
caindo? Essa força é conservativa ou dissipativa?
A Como não há atrito com o ar, a única força que atua na bola é o
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

seu peso, que, como sabemos, é uma força conservativa.

c) Qual é a energia mecânica εM da bola em M? E em B (ime-


M
diatamente antes de tocar o solo)?
Já que não atuam sobre a bola forças dissipativas, sua energia
mecânica se conserva. Então, temos εM 5 13,0 J e εB 5 13,0 J.

25 Nas condições do exercício anterior:


a) Supondo que a energia cinética da bola em M seja εcM 5 7,0 J,
qual é sua energia potencial nesse ponto?
B Temos εM 5 εpM 1 εcM. Logo:
εpM 5 εM – εcM 5 13,0 – 7,0 [ εpM 5 6,0 J

30 Conservação de energia
b) Qual a energia potencial da bola em B? E sua energia ciné- c) A energia cinética da bola em M será maior, menor ou
tica nesse ponto? igual a 7,0 J?
Em B (imediatamente antes de tocar o solo), temos hB 5 0 e, Sendo εM 5 εpM 1 εcM , como εM diminuiu e εpM não sofreu alte-
então, εpB 5 0. Logo, εcB 5 εB , ou seja, εcB 5 13,0 J. Em outras ração, concluímos que εcM terá diminuído, isto é, a εc da bola ao
palavras, no ponto B toda a energia mecânica da bola encontra-se passar por M é menor do que 7,0 J. Em outras palavras, podemos
sob a forma de energia cinética. dizer que a εp perdida pela bola não foi totalmente transformada
em εc, pois parte dela se transformou em calor.
26 Considerando os dados dos exercícios 24 e 25, responda:
m
Ene-5
C 7
a) Qual foi a perda de energia potencial da bola ao passar de
H-1 A para M? E qual foi o acréscimo em sua energia cinética? 29 Suponha que, ao chegar em B, a energia cinética da bola seja
Como εpA 5 8,0 J e εpM 5 6,0 J, vemos que, ao passar de A para
m
Ene-6 M, a bola perdeu 2,0 J de energia potencial. Então, sua energia
εcB 5 10,0 J.
C 0
H-2 cinética deve ter aumentado 2,0 J, pois a energia mecânica total a) Qual foi a perda de energia potencial da bola ao se deslo-
da bola permanece constante (de fato, a εc da bola passou de car de A para B?
εcA 5 5,0 J para εcM 5 7,0 J). Como vimos no exercício 26, a bola perde 8,0 J de εp ao passar
b) Qual foi a perda de energia potencial da bola ao passar de de A para B. Como já dissemos, esse resultado é válido indepen-
A para B? E qual foi o acréscimo em sua energia cinética? dentemente de haver ou não haver força de atrito.
Como εpA 5 8,0 J e εpB 5 0, vemos que, ao passar de A para B,
a bola perdeu 8,0 J de energia potencial. Então, sua εc deve ter
b) Qual foi o acréscimo de energia cinética da bola entre A e
sofrido acréscimo de 8,0 J (de fato, sua εc passou de εcA 5 5,0 J B? Por que esse acréscimo não foi igual à perda de energia
para εcB 5 13,0 J). potencial?
Como εcA 5 5,0 J e εcB 5 10,0 J, vemos que o acréscimo da εc
da bola foi de 5,0 J. O aumento da εc da bola (5,0 J) foi inferior à
27 Suponha que a força de atrito com o ar durante a queda da
diminuição de εp (8,0 J) porque, devido à ação da força de atrito,
bola não seja desprezível. houve dissipação de energia em forma de calor (a εp perdida não
a) Nesse caso, quais as forças que atuam na bola durante a foi totalmente convertida em εc da bola).
queda? Essas forças são conservativas?
Nesse caso, as forças que atuam na bola são o seu peso e a força c) Qual é a energia mecânica total da bola em B?
εB 5 εpB 1 εcB 5 0 1 10,0 [ εB 5 10,0 J
de atrito com o ar e a bola. A força de atrito é uma força dissipativa.

d) Quanto diminuiu a energia mecânica da bola no movi-


b) A energia mecânica da bola se conservará durante a queda? mento de A para B?
Não, pois a energia mecânica de uma partícula não se conserva Como a energia mecânica total em A era εA 5 13,0 J e εB 5 10,0 J,
vemos que houve uma diminuição de 3,0 J na energia mecânica
quando há forças dissipativas atuando sobre ela. da bola.

e) Qual a quantidade de calor gerada pela força de atrito?


28 Considerando ainda que exista atrito entre a bola e o ar e A quantidade de energia térmica gerada pelo atrito deve ter sido
lembrando dos dados do exercício 25, responda: exatamente igual à quantidade de energia mecânica perdida pela
bola (“Princípio geral de conservação da energia”). Portanto, fo-
a) A energia mecânica da bola em M será maior, menor ou ram gerados 3,0 J de energia térmica pelo atrito.
igual a 13,0 J?
A energia mecânica da bola em A era de 13,0 J. Em virtude da ação 30 No exercício resolvido 9, suponha que a massa do corpo lan-
m
Ene-5
çado para cima seja m 5 200 g.
da força de atrito, parte dessa energia é dissipada em forma de calor C 7
H-1 a) Qual o valor da energia cinética do corpo ao ser lançado
quando a bola se desloca. Logo, ao chegar em M, sua energia
m pela pessoa (εcA)?
mecânica total será menor do que 13,0 J. Ene-6
C 0 Teríamos, com m 5 0,200 kg:
H-2
εcA 5 1 mv 20 5 1 ? 0,200 ? (6,0)2 ∴ εcA 5 3,6 J
2 2
b) Qual será o valor da energia potencial do corpo ao atingir
b) A energia potencial da bola em M será maior, menor ou o ponto mais alto (εpB)?
igual a 6,0 J? Ao atingir o ponto mais alto, temos εcB 5 0 e, então, toda a εc FRENTE A
que o corpo possuía em A terá se transformado em εp. Assim,
A energia potencial gravitacional é dada por εp 5 mgh. Logo, o
concluímos que εpB 5 3,6 J.
seu valor independe do fato de existirem ou não forças de atrito.
c) Qual o valor da energia cinética com que o corpo retorna
Portanto, a εp da bola em M continua tendo o mesmo valor, isto é,
FÍSICA

ao ponto de lançamento? E o valor de sua velocidade ao


εpM 5 6,0 J. voltar a esse ponto?
Ao descer, a εp do corpo transforma-se novamente em εc , de
modo que, ao retornar ao ponto A, teremos εcA 5 3,6 J e vA 5 6,0 m/s
(mesmos valores do momento de lançamento).

Conservação de energia 31
31 No exercício anterior, considere o corpo ao subir, passando 33 Imagine o bloco do exercício resolvido 11 substituído por um
1 segundo bloco de maior massa que o primeiro, mantendo-se
m
Ene-5 por um ponto D situado a da altura máxima que ele atinge. m
Ene-6
C 1
H-2 3 C 0
H-2 inalteradas as demais condições do problema.
a) Qual é a sua energia potencial nesse ponto?
De εp 5 mgh vemos que εp ~ h. Então, em D, a εp do corpo será a) A energia potencial elástica do segundo bloco, em A, será
1 maior, menor ou igual àquela que o primeiro bloco pos-
de εpB , isto é, εpD 5 1,2 J.
3
suía nesse ponto?
A εp elástica de um corpo na posição A é dada por εpA 5   kX 2.
1
 2
Portanto, o valor de εp independe de massa m do corpo. Assim,

a εp do 2o bloco será igual à do 1o naquela posição.


b) Qual é sua energia cinética ao passar por D?
O corpo adquiriu 1,2 J de εp ao se deslocar de A para D. Logo, sua
εc deve ser diminuída dessa quantidade. Então, teremos: b) A energia cinética do segundo bloco, ao abandonar a
εcD 5 εcA 2 1,2 5 3,6 2 1,2 [ εcD 5 2,4 J mola, será maior, menor ou igual àquela que o primeiro
bloco possuía nessa situação?
Como os dois blocos possuem a mesma εp em A, concluímos,
pela conservação de energia mecânica, que eles possuirão a
mesma εc ao abandonarem a mola.
32 No exercício resolvido 10, suponha que o menino fosse subs-
tituído por um adulto de massa duas vez maior. Conside-
re a energia potencial do menino no alto do escorregador c) A velocidade do segundo bloco, ao abandonar a mola,
εpA 5 800 J e sua velocidade ao chegar ao solo vB 5 7,0 m/s. será maior, menor ou igual à velocidade com que o pri-
a) Qual seria a energia potencial do adulto no alto do escor- meiro bloco a abandonou?
regador? Como os dois blocos possuem a mesma εc e a massa do 2o bloco
De εp 5 mgh, vemos que εp ~ m. Então, a εp do adulto no alto do
é maior, é claro que sua velocidade, ao abandonar a mola, será
escorregador seria duas vezes maior do que a do menino, isto é,
seria εp 5 2 ? 800 J 5 1 600 J. menor que a do 1o bloco.

34 Considere a situação descrita no exercício resolvido 12.


m
Ene-6
C 0
a) Quais são as forças que estão atuando no menino en-
H-2 quanto ele desliza no escorregador?
b) Qual seria a energia cinética do adulto ao chegar ao solo?
Pela conservação de energia mecânica, a εc do adulto, ao chegar Além do peso mg& do menino e da reação normal N& escorregador
ao solo, seria igual à εp que ele possuía no alto do escorregador,
sobre ele, atua também a força de atrito cinético.
isto é, seria εc 5 1 600 J.
b) Qual dessas forças realiza um trabalho positivo? Qual rea-
liza um trabalho negativo? E qual não realiza trabalho?
Vemos facilmente que a força que realiza um trabalho positivo
(contribui para aumentar a velocidade do menino) é o peso mg&.
c) A velocidade do adulto, ao chegar ao solo, seria maior, A força de atrito tem sempre sentido contrário ao deslocamento do
menor ou igual a 7,0 m/s? menino e, então, realiza um trabalho negativo. Por sua vez, a reação
No exercício resolvido 10 vimos que a velocidade com que a pes-
soa chega ao solo é dada por v 5 2gh. Portanto, essa veloci- normal é, em cada instante, perpendicular ao deslocamento
dade não depende da massa m da pessoa. Então, a velocidade
e, portanto, não realiza trabalho.
com que o adulto chegaria ao solo é a mesma do menino, isto é,
v 5 7,0 m/s.

c) Todas essas forças são conservativas?


Não. A força de atrito cinético é dissipativa.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 14 a 25 Para aprimorar: 7 a 11

32 Conservação de energia
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

Suponha que o conjunto formado pelo satélite e pelo fogue-


PARA PRATICAR
te lançador possua massa de 1,0 ? 103 toneladas e seja im-
pulsionado por uma força propulsora de aproximadamente
1 (Unicamp-SP) A tração animal pode ter sido a primeira fonte 5,0 ? 107 N, sendo o sentido de lançamento desse foguete
m
Ene-6
externa de energia usada pelo homem e representa um as- perpendicular ao solo.
C 4
H-2 pecto marcante da sua relação com os animais.
Desconsiderando a resistência do ar e a perda de massa
m a) O gráfico abaixo mostra a força de tração exercida por um devido à queima de combustível, assinale a alternativa que
Ene-6
C 5
H-2 cavalo como função do deslocamento de uma carroça. O apresenta, corretamente, o trabalho realizado, em joules, pela
trabalho realizado pela força é dado pela área sob a curva força resultante aplicada ao conjunto nos primeiros 2,0  km
m
Ene-5 F × ΔS. Calcule o trabalho realizado pela força de tração
C 7
H-1 de sua decolagem. Considere a aceleração da gravidade
do cavalo na região em que ela é constante. g 5 10, 0 m/s2 em todo o percurso descrito.
a) 4,0 ? 107 J
F (N)
b) 8,0 ? 107 J
1 000 c) 4,0 ? 1010 J
d) 8,0 ? 1010 J
800
e) 10,0 ? 1010J
600

400
3 (Unicamp-SP) O óleo lubrificante tem a função de reduzir o
m
Ene-6
atrito entre as partes em movimento no interior do motor
200 C 4
H-2 e auxiliar na sua refrigeração. O nível de óleo no cárter va-
m
ria com a temperatura do motor, pois a densidade do óleo
10 20 30 40 50 60 70 ΔS (m) Ene-6
C 5 muda com a temperatura. A tabela abaixo apresenta a densi-
H2
-
dade de certo tipo de óleo para várias temperaturas.
b) No sistema internacional, a unidade de potência é o m
Ene-5
C 7
watt (W) 5 1 J/s. O uso de tração animal era tão difundi- H-1
do no passado que James Watt, aprimorador da máquina T (°C) r (kg/litro)
a vapor, definiu uma unidade de potência tomando os 0 0
cavalos como referência. O cavalo-vapor (CV), definido
a partir da ideia de Watt, vale aproximadamente 740 W. 20 0,882
Suponha que um cavalo, transportando uma pessoa ao
40 0,876
longo do dia, realize um trabalho total de 444 000 J. Sa-
bendo que o motor de uma moto, operando na potência 60 0,864
máxima, executa esse mesmo trabalho em 40 s, calcule a
80 0,852
potência máxima do motor da moto em CV.
100 0,840
2 (UEL-PR)
e m
En -1 O Brasil prepara-se para construir e lançar um satéli- 120 0,829
C 3
H-
te geoestacionário que vai levar banda larga a todos os 140 0,817
m municípios do país. Além de comunicações estratégicas
Ene-5
C 1
H2
- para as Forças Armadas, o satélite possibilitará o acesso à
a) Se forem colocados 4 litros de óleo a 20 °C no motor de
banda larga mais barata a todos os municípios brasileiros.
m
Ene-6
um carro, qual será o volume ocupado pelo óleo quando
C 7 O ministro da Ciência e Tecnologia está convidando a Ín-
H-1 o motor estiver a 100 °C? FRENTE A
dia – que tem experiência nesse campo, já tendo lançado
70 satélites – a entrar na disputa internacional pelo proje- b) A força de atrito que um cilindro de motor exerce sobre
to, que trará ganhos para o consumidor nas áreas de inter- o pistão que se desloca em seu interior tem módulo
FÍSICA

net e telefonia 3G. Fatrito  5  3,0  N. A cada ciclo o pistão desloca-se 6,0  cm
BERLINCK, D. Brasil vai construir satélite para levar para frente e 6,0 cm para trás, num movimento de vai
banda larga para todo país. O Globo, Economia, mar. 2012. e vem. Se a frequência do movimento do pistão é de
Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/
brasil-vai-construir-satelite-para-levar-banda-larga-para- 2 500 ciclos por minuto, qual é a potência média dissi-
todo-pais-4439167>. Acesso em: 16 abr. 2012. Adaptado. pada pelo atrito?

Conservação de energia 33
4 (IFSP) Para modernizar sua oficina, um marceneiro foi a uma 7 Uma bala de revólver, cuja massa é de 20 g, tem uma veloci-
m
Ene-6
loja de ferramentas e pediu ao vendedor que lhe mostrasse dade de 100 m/s. Essa bala atinge o tronco de uma árvore e
C 5
H-2 uma furadeira e uma serra elétrica. Ao consultar os manuais nele penetra uma certa distância até parar.
de instrução, obteve as informações mostradas na tabela. a) Qual era a εc da bala antes de colidir com a árvore?
m
Ene-5
C 7
H1
- b) Qual o trabalho que a bala realizou ao penetrar no tronco
Potência (W) da árvore?

Furadeira 500 8 (IFSP – Adaptada) Um atleta de 80  kg massa, durante uma


prova de atletismo, percorre 100 m rasos durante um inter-
Serra elétrica 1 500 valo de tempo de 9,0  segundos, cruzando a linha de che-
gada com uma velocidade escalar de 43,2 km/h. Adote que
Segundo suas estimativas, a furadeira e a serra elétrica seriam 1 cal 5 4 joules e desconsidere os efeitos de resistência do
utilizadas diariamente, em média, por 15 minutos e 30 minu- ar que consumiria energia do organismo do atleta. Podemos
tos, respectivamente. Dessa forma, fazendo rápidos cálculos, afirmar que a energia média gasta, por segundo, pelas forças
descobriu que, se comprasse as ferramentas e as utilizasse pelo musculares do atleta, em calorias, é de:
tempo previsto, ao final de um mês de trinta dias a energia
a) 160. d) 640.
elétrica consumida pelas ferramentas, em kWh, seria igual a:
b) 240. e) 720.
a) 18,25. d) 32,50.
b) 26,25. e) 36,75. c) 360.
c) 29,50. 9 (UFPE) Uma criança, que está brincando com blocos cú-
5 (Vunesp) A quantidade de energia informada na embala- m
Ene-5
bicos idênticos, constrói as configurações compostas de
C 7
gem de uma barra de chocolate é igual a 200 kcal. Após o H-1 três blocos mostradas na figura. Cada bloco tem aresta
consumo dessa barra, uma pessoa decide eliminar a energia m
a 5 10 cm e massa M 5 100 g. A criança pode até perce-
Ene-5
adquirida praticando uma corrida, em percurso plano e re- C 8
H1
- ber intuitivamente que a configuração A é mais estável do
tilíneo, com velocidade constante de 1,5 m/s, o que resulta que a B, mas não consegue quantificar fisicamente essa
em uma taxa de dissipação de energia de 500 W. Consideran- estabilidade. Para tal, é necessário determinar a diferença
do 1 kcal 5 4 200 J, quantos quilômetros, aproximadamente, de energia potencial gravitacional ∆εp 5 εpB 2 εpA entre
a pessoa precisará correr para dissipar a mesma quantidade as duas configurações. Qual é o valor de Δεp , em unidades
de calorias ingeridas ao comer o chocolate? de 1022 joules?
Configuração B
6 (Enem) Podemos estimar o consumo de energia elétrica de
m
Ene-6
uma casa considerando as principais fontes desse consumo. M
C 4
H-2 Pense na situação em que apenas os aparelhos que constam da
tabela abaixo fossem utilizados diariamente da mesma forma. Configuração A
M
m
Ene-6
C 5
H-2 A tabela fornece a potência e o tempo efetivo de uso diário
M M M M
de cada aparelho doméstico.

Tempo de uso
Aparelho Potência (kW)
diário (horas) 10 (UFMT) Dois amigos, o primeiro com peso de 490  N e o
Ar-condicionado 1,5 8 segundo com peso de 539 N, disputavam para ver quem
pulava mais alto ao realizarem saltos verticalmente para
1 cima. A partir do solo, o primeiro tomou impulso e elevou
Chuveiro elétrico 3,3
3 seu centro de massa em 0,4 m relativamente ao chão, en-
Freezer 0,2 10 quanto o segundo, sob as mesmas condições do anterior,
conseguiu elevar seu centro de massa em 0,5 m, também
Geladeira 0,35 10 relativamente ao chão. Desconsiderando a existência de
Lâmpadas 0,10 6 forças dissipativas como a resistência do ar, a energia que
faltou ao saltador que deu o pulo mais baixo, para que a
Supondo que o mês tenha 30 dias e que o custo de 1 kWh é altura por ele atingida se equiparasse à do vencedor, cor-
de R$ 0,40, o consumo de energia elétrica mensal dessa casa responde, em J, aproximadamente a:
é de aproximadamente: a) 30. d) 60.
a) R$ 135,00. c) R$ 190,00. e) R$ 230,00. b) 40. e) 70.
b) R$ 165,00. d) R$ 210,00. c) 50.

34 Conservação de energia
11 (IFPE) O sistema da figura é formado por um bloco de 80 kg a) Determine o módulo e a orientação das forças que
e duas molas de massas desprezíveis associadas em paralelo, atuam sobre a esfera no instante de máxima deforma-
de mesma constante elástica. A força horizontal F&mantém o ção da mola.
corpo em equilíbrio estático, a deformação elástica do siste- b) Determine o módulo e a orientação da força resultante
ma de molas é 20 cm e a aceleração da gravidade local tem sobre a esfera no instante de máxima deformação da
módulo 10 m/s2. Então, é correto afirmar que a constante mola.
elástica de cada mola vale, em N/cm: c) Determine o módulo e o sentido da máxima aceleração
sofrida pela esfera.
F& d) Determine a força normal exercida pelo solo sobre a mola
no instante de sua máxima deformação.

14 (UFRGS-RS – Adaptada) Assinale a alternativa que preenche


m
Ene-5
corretamente as lacunas no fim do enunciado que segue, na
C 8
H-1 ordem em que aparecem.
Um objeto desloca-se de um ponto A até um ponto B do
espaço seguindo um determinado caminho. A energia
mecânica do objeto nos pontos A e B assume, respectiva-
mente, os valores εA e εB , sendo εB < εA . Nesta situação,
80 kg existem forças atuando sobre o objeto, e a diferença
de energia εB – εA do entre os pontos A e B.
a) dissipativas – depende – caminho
a) 10. d) 60. b) dissipativas – depende – deslocamento
b) 20. e) 80. c) dissipativas – independe – caminho
c) 40. d) conservativas – independe – caminho
e) conservativas – depende – deslocamento
12 (ITA-SP – Adaptada) Um aro de 1  kg de massa encontra-se
preso a uma mola de massa desprezível, constante elástica 15 (Cefet-PB) A construção de grandes projetos hidráulicos,
k 5 10 N/m e comprimento inicial L0 5 1 m quando não dis-
m
Ene-1
no Polígono da Seca, deve ser analisada tanto do ponto
tendida, afixada no ponto O. A figura mostra o aro numa po- C 4
H- de vista social como do ponto de vista tecnológico. Em
sição P em uma barra horizontal fixa ao longo da qual o aro
relação à transposição das águas do rio São Francisco para
pode deslizar sem atrito. A energia potencial elástica do m
Ene-3
C 8
H-
o sertão nordestino (através de canais), será necessário
aro nessa posição é, aproximadamente:
elevar a água a uma altura de 300 m acima do nível inicial
m
T P Ene-6
C 8 do rio com uma vazão de 10 m3/s. Em relação ao projeto,
2m H2
-
é correto afirmar que, sob o ponto de vista da Mecânica
m
Ene-6
Newtoniana:
C 9
H-2
a) a transposição não causa impactos ao rio, uma vez que
a água que alimenta o canal prossegue rio abaixo com a
2m mesma vazão e velocidade com que desaguaria no mar
em seu curso normal.
b) do ponto de vista da Física, trata-se de um processo rever-
sível, sendo a água reposta no rio através das chuvas, com
O impacto ambiental nulo.
c) será necessária uma energia externa para realizar o traba-
a) 10 J. c) 18 J. e) 28 J.
lho de elevar a água que vai transpor as elevações encon-
b) 14 J. d) 40 J.
tradas no percurso.
FRENTE A
13 (UFPR) Com o objetivo de analisar a deformação de uma d) é possível que toda a água se desloque espontanea-
mola, solta-se, a partir do repouso e de uma certa altu- mente através do canal devido, apenas, a uma diferen-
ra, uma esfera de massa m 5 0,1 kg sobre essa mola, de ça de altura entre o nível da água do rio São Francisco e
FÍSICA

constante elástica k 5 200 N/m, posicionada em pé sobre as partes do sertão paraibano, por exemplo, para onde
uma superfície. A deformação máxima causada na mola serão transpostas.
pela queda da esfera foi 10 cm. Considere a aceleração da e) fisicamente, esse projeto entraria em colapso, pois a
gravidade igual a 10 m/s² e despreze a massa da mola e o energia cinética das águas é uma fonte de energia não
atrito com o ar. renovável.

Conservação de energia 35
16 (Enem) Uma das modalidades presentes nas olimpíadas é o Assinale a alternativa correta.
m salto com vara. As etapas de um dos saltos de um atleta estão a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
Ene-5
C 7
H-1 representadas na figura: b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
m
Ene-5
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA

C 8 Etapa I Etapa II d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.


H1
-
e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

18 (UFPA) A Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, é a maior usina hidre-


m
Ene-5
létrica em potência 100% brasileira. A sua barragem cria um
C 1
H-2 desnível de 72 m no rio Tocantins. Quantos litros de água pre-
Atleta corre com a vara. Atleta apoia a vara no chão.
m
cisam descer desta altura, para que a correspondente variação
Ene-5
C 8
H-1
de energia potencial gravitacional, transformada em energia
Etapa III Etapa IV elétrica, mantenha ligado um ferro de passar roupa de 1 kW
de potência, durante uma hora? Para responder à questão,
assuma que o processo é 100% eficiente, ou seja, a variação
de energia potencial gravitacional da água converte-se inte-
gralmente na energia elétrica consumida pelo ferro de passar.
Considere também que 1 litro de água tem uma massa de 1 kg
Atleta atinge certa altura. Atleta cai em um colchão.
e que a aceleração da gravidade é 10 m/s2. A resposta correta é:
Desprezando-se as forças dissipativas (resistência do ar e atri- a) 50 litros. c) 2 000 litros. e) 5 000 litros.
to), para que o salto atinja a maior altura possível, ou seja, para b) 720 litros. d) 3 600 litros.
que o máximo de energia seja conservada, é necessário que:
19 (CN-RJ) De acordo com a lei da conservação da energia, a
a) a energia cinética, representada na etapa I, seja totalmen-
energia não pode ser criada nem destruída, podendo apenas
te convertida em energia potencial elástica representada
na etapa IV. ser transformada de uma forma em outra. Baseado nesse prin-
b) a energia cinética, representada na etapa II, seja totalmen- cípio, algumas equipes de fórmula 1 usaram, durante a tempo-
te convertida em energia potencial gravitacional, repre- rada de 2009, um Sistema de Recuperação da Energia Cinética
sentada na etapa IV. (em inglês KERS) que proporcionava uma potência extra ao
c) a energia cinética, representada na etapa I, seja totalmen- carro de cerca de 80 CV durante 6 segundos, melhorando as-
te convertida em energia potencial gravitacional, repre- sim as ultrapassagens. Essa energia era acumulada durante as
sentada na etapa III. frenagens usando parte da energia cinética do carro, que seria
d) a energia potencial gravitacional, representada na etapa II, dissipada pelos freios em forma de calor. Se toda a energia acu-
seja totalmente convertida em energia potencial elástica, mulada pelo KERS pudesse ser integralmente utilizada por um
representada na etapa IV. elevador para erguer uma carga total de 1 000 kg, qual seria,
e) a energia potencial gravitacional, representada na etapa I, aproximadamente, a altura máxima atingida por esse elevador,
seja totalmente convertida em energia potencial elástica, desprezando-se todos os atritos envolvidos?
representada na etapa III. Dados: 1 CV 5 735 W; g 5 10 m/s2.
a) 20 m. c) 30 m. e) 40 m.
17 (UFPR) Considere um edifício em construção, constituído pelo
b) 25 m. d) 35 m.
andar térreo e mais dez andares. Um servente de pedreiro dei-
xou cair um martelo cuja massa é 0,5 kg a partir de uma altura 20 (UFPE) Em uma partida de futebol, o goleiro põe a bola em
do piso do décimo andar. Suponha que cada andar tem uma jogo através de um tiro de meta: um chute na bola que se en-
altura de 2,5 m e que o martelo caiu verticalmente em queda contra em repouso no gramado. O tiro de meta imprime à bola
livre partindo do repouso. Considere a aceleração da gravida- uma trajetória parabólica, como ilustrada na figura abaixo.
de igual a 10 m/s² e o martelo como uma partícula. Despreze a
resistência do ar, a ação do vento e a espessura de cada piso. b

Levando em conta as informações dadas, analise as seguin-


tes afirmativas:
1. A velocidade do martelo ao passar pelo teto do 1o andar
a c
era 20 m/s.
2. A energia cinética do martelo ao passar pelo piso do 5o
andar era maior que 100 J. Nesse contexto, considere:
3. Se a massa do martelo fosse o dobro, o tempo de queda O ponto ‘a’ é o ponto em que a bola perde o contato com
até o chão diminuiria pela metade. o solo.

36 Conservação de energia
O ponto ‘c’ é o ponto imediatamente anterior àquele em 23 (Espcex-SP) Uma esfera é lançada com velocidade horizontal
que a bola entra em contato com o solo. constante de módulo v 5 5 m/s da borda de uma mesa ho-
O ponto ‘b’ é o ponto mais alto da trajetória. rizontal. Ela atinge o solo num ponto situado a 5 m do pé da
A partir dessas informações e admitindo que o ponto ‘a’ en- mesa conforme o desenho a seguir.
contra-se no nível de referência para a energia potencial nula,
identifique as afirmativas corretas: g&
I. Toda a energia transferida do jogador para a bola no pon- v&
to ‘a’ será transformada em energia cinética.
II. Toda a energia da bola no ponto ‘b’ é potencial.
III. Toda a energia da bola no ponto ‘c’ é cinética.
IV. A única força que exerce trabalho sobre a bola, durante a
sua trajetória abc, é a força gravitacional.
V. As energias cinética e potencial são, isoladamente, con- 5,0 m
servadas durante o trajeto abc. desenho ilustrativo - fora de escala

21 (UFRN) Em um processo de demolição de um prédio, foi uti- Desprezando a resistência do ar, o módulo da velocidade
m
Ene-5
lizado um guindaste como o mostrado na figura a seguir. com que a esfera atinge o solo é de:
C 8
H-1 Dado: Aceleração da gravidade g 5 10 m/s2.

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a) 4 m/s. c) 5 2 m/s. e) 5 5 m/s.
b) 5 m/s. d) 6 2 m/s.
L
24 (Unifor-CE) A figura a seguir mostra uma das cenas vistas du-
M m
Ene-6
rante a Copa das Confederações no Brasil. Os policiais milita-
C 0
H S H-2 res responderam às ações dos manifestantes com bombas
h de gás lacrimogênio e balas de borracha em uma região to-
m
Ene-5
C 2 talmente plana onde era possível avistar a todos.
H-2

YASUYOSHI CHIBA/AGÊNCIA FRANCE-PRESSE


Nesse guindaste há um pêndulo formado por um cabo de aço
de comprimento, L, e por uma esfera de ferro (esfera de demo-
lição) de massa, M. Para realizar a demolição, a esfera é puxada
pelo guindaste até a posição mostrada na figura e, logo após, é
solta, indo, assim, de encontro ao prédio a ser demolido.
Considerando a aceleração da gravidade, g; o comprimento
do arco, S, formado pelo movimento da esfera; a diferença de
altura, h, entre a posição inicial e sua posição no momento
da colisão; a altura, H, da esfera em relação ao solo na posição
inicial; e o comprimento do cabo, L, conforme mostrados na
Fonte: <http://noticias.uol.com.br/ultimasnoticias/efe/2013/09/07/
figura, pode-se concluir que a energia máxima disponível em protestos-em-saopaulo-terminam-com-violencia-e-confrontos.htm>.
uma colisão é:
Suponha que o projétil disparado pela arma do PM tenha
a) MgS. b) MgH. c) MgL. d) Mgh.
uma velocidade inicial de 200,00 m/s ao sair da arma e sob
22 (Uece) Uma pessoa, do alto de um prédio de altura H, joga um ângulo de 30,00° com a horizontal. Calcule a altura máxi-
uma bola verticalmente para baixo, com uma certa velocidade ma do projétil em relação ao solo, sabendo-se que ao deixar
de lançamento. A bola atinge o solo com velocidade cujo o cano da arma o projétil estava a 1,70 m do solo. Despreze
módulo é vI. Em um segundo experimento, essa mesma bola as forças dissipativas e adote g 5 10,00 m/s2.
é jogada do mesmo ponto no alto do prédio, verticalmente a) 401,70 m c) 601,70 m e) 801,70 m
para cima e com mesmo módulo da velocidade de lança- b) 501,70 m d) 701,70 m
mento que no primeiro caso. A bola sobe até uma altura H 25 (Uerj) Duas gotas de orvalho caem de uma mesma folha de FRENTE A
acima do ponto de lançamento e chega ao solo com veloci-
m
Ene-5
árvore, estando ambas a uma altura h do solo. As gotas pos-
dade cujo módulo é vII. C 1
H-2 suem massas m1 e m2, sendo m2 5 2m1 . Ao atingirem o solo,
Desprezando todos os atritos e considerando as trajetórias suas velocidades e energias cinéticas são, respectivamente,
FÍSICA

retilíneas, é correto afirmar-se que: v1 , ε1 e v2 , ε2 .


v
a) vI 5 2vII. c) vI 5 II . Desprezando o atrito e o empuxo, determine as razões
2
v1 ε1
v e .
b) vI 5 vII. d) vI 5 II . v 2 ε2
4

Conservação de energia 37
PARA APRIMORAR 2 (UPE) Um corpo de massa m desliza sobre o plano horizontal,
m
Ene-6
sem atrito, ao longo do eixo AB, sob ação das forças F1 e F2
C 4
H-2 de acordo com a figura a seguir. A força F1 é constante, tem
1 (Uerj) Um homem arrasta uma cadeira sobre um piso módulo igual a 10 N e forma com a vertical um ângulo u 5 30°.
m
m
Ene-6
plano, percorrendo em linha reta uma distância de 1  m. Ene-6
C 5
C 4 H2
-
H2
- Durante todo o percurso, a força que ele exerce sobre a
cadeira possui intensidade igual a 4 N e direção de 60° em m
Ene-5
F1
m
Ene-6 C 7 
C 5 relação ao piso. H-1 F2
H-2
O gráfico que melhor representa o trabalho τ realizado por
m
Ene-5
C 7
essa força ao longo de todo o deslocamento ΔS, está indi-
H1
-
cado em: A B

a) τ (J) A força F2 varia de acordo com o gráfico a seguir:


2 F2 (N)

0 0 1 2 3 4 X (m)
1 ΔS (m)

b) τ (J) O trabalho realizado pelas forças F1 e F2 para que o corpo so-


2 fra um deslocamento de 0 a 4 m, em joules, vale:
1
Dados: sen 30° 5 cos 60° 5 .
2
a) 20. b) 47. c) 27. d) 50. e) 40.

3 (UFPR) A humanidade usa a energia dos ventos desde a Anti-


m
Ene-5
guidade, através do uso de barcos a vela e moinhos de vento
C 8
H-1 para moer grãos ou bombear água. Atualmente, a preocupa-
0 1 ΔS (m) ção com o meio ambiente, a necessidade de energias limpas
m
Ene-6 e renováveis e o desenvolvimento da tecnologia fizeram com
C 8
c) τ (J) H-2
que a energia eólica despertasse muito interesse, sendo con-
2 m
Ene-6 siderada como parte da matriz energética de muitos países.
C 9
H2
- Nesse caso, a energia cinética dos ventos é convertida em
energia de movimentação das pás de uma turbina que está
acoplada a um gerador elétrico. A partir da rotação da turbi-
na a conversão de energia é semelhante à das usinas hidrelé-
tricas. Considere uma turbina que gera a potência de 2 MW e
cujo rotor gira com velocidade constante de 60 rpm.
a) Considerando que cada pá da turbina tem um compri-
0 1 ΔS (m) mento de 30 m, calcule o módulo da velocidade tangen-
cial de um ponto na extremidade externa da pá.
d) τ (J)
b) Calcule o módulo da aceleração centrípeta desse ponto.
2 c) Se a energia gerada pela turbina for armazenada numa
bateria, determine a energia armazenada em duas horas
de funcionamento.

4 (Fuvest-SP) A energia que um atleta gasta pode ser determina-


m
Ene-6
da pelo volume de oxigênio por ele consumido na respiração. A
C 5
H-2 seguir está apresentado o gráfico do volume V de oxigênio, em
litros por minuto, consumido por um atleta de massa corporal de
0 1 ΔS (m) 70 kg, em função de sua velocidade, quando ele anda ou corre.

38 Conservação de energia
4,0 c) o número N de caminhadas de 6  km que essa pessoa
precisa fazer para perder 2,4 kg de gordura, se mantiver a
dieta diária de 2 000 kcal.
3,0
7 (Vunesp) Em um aparelho simulador de queda livre de um
parque de diversões, uma pessoa devidamente acomo-
V (L/min)

2,0 dada e presa a uma poltrona é abandonada a partir do


repouso de uma altura h acima do solo. Inicia-se então um
movimento de queda livre vertical, com todos os cuidados
1,0 necessários para a máxima segurança da pessoa. Se g é a
Andando aceleração da gravidade, a altura mínima a partir da qual
Correndo deve-se iniciar o processo de frenagem da pessoa, com
0,0 desaceleração constante 3g, até o repouso no solo é:
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
h. b) h . c) h . e) h .
Velocidade do atleta (km/h)
a) d) h .
8 6 5 4 2
Considerando 1 cal 5 4 J e que para cada litro de oxigênio
consumido são gastas 5 kcal e usando as informações do grá- 8 (Enem) A figura abaixo ilustra uma gangorra de brinquedo
fico, determine, para esse atleta: feita com uma vela. A vela é acesa nas duas extremida-
m
Ene-5
a) a velocidade a partir da qual ele passa a gastar menos C 7
des e, inicialmente, deixa-se uma das extremidades mais
H-1
energia correndo do que andando; baixa que a outra. A combustão da parafina da extremida-
b) a quantidade de energia por ele gasta durante 12 horas m
Ene-5 de mais baixa provoca a fusão. A parafina da extremidade
C 8
de repouso (parado); H-1
mais baixa da vela pinga mais rapidamente que na outra
c) a potência dissipada, em watts, quando ele corre a 15 km/h; extremidade. O pingar da parafina fundida resulta na dimi-
d) quantos minutos ele deve andar, a 7 km/h, para gastar nuição da massa da vela na extremidade mais baixa, o que
a quantidade de energia armazenada com a ingestão ocasiona a inversão das posições. Assim, enquanto a vela
de uma barra de chocolate de 100 g, cujo conteúdo queima, oscilam as duas extremidades.
energético é 560 kcal.
5 (IFCE) Um móvel de massa M 5 2 kg encontra-se na posição
S0 5 0 (origem), em repouso, sobre uma superfície plana e ho-
rizontal. A partir do instante t 5 0, passa a atuar, sobre o móvel,
uma força resultante constante e horizontal de intensidade 10 N.

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São desprezadas as forças resistivas. É correto afirmar-se que:
a) no instante t 5 10 s, o móvel possui energia cinética de
2 500 joules.
b) no instante t 5 10 s, o móvel tem velocidade escalar de 40 m/s.
c) a equação horária do movimento do móvel é S 5 10t 1 5t2.
d) a posição do móvel no instante t 5 10 s é 250 m da origem.
e) no instante t 5 5 s, o móvel desenvolve potência de 2 500 J/s.
Nesse brinquedo, observa-se a seguinte sequência de trans-
6 (Fuvest-SP) Uma pessoa faz, diariamente, uma caminhada de
formações de energia:
6 km em uma pista horizontal, consumindo 80 cal a cada me-
tro. Certo dia, ela fez sua caminhada habitual e, além disso, a) energia resultante de processo químico → energia poten-
subiu um morro de 300 m de altura. Essa pessoa faz uma ali- cial gravitacional → energia cinética.
mentação diária de 2 000 kcal, com a qual manteria seu peso, b) energia potencial gravitacional → energia elástica →
se não fizesse exercícios. → energia cinética.
c) energia cinética → energia resultante de processo quími-
Com base nessas informações, determine: co → energia potencial gravitacional.
Dados: A aceleração da gravidade local é igual a 10 m/s2; d) energia mecânica → energia luminosa → energia poten- FRENTE A
1 cal 5 4 J; 9 kcal são produzidas com a queima de 1 g de cial gravitacional.
gordura. e) energia resultante do processo químico → energia lumi-
a) a percentagem P da energia química proveniente dos ali- nosa → energia cinética.
FÍSICA

mentos ingeridos em um dia por essa pessoa, equivalente


à energia consumida na caminhada de 6 km; 9 (ITA-SP) A partir do repouso, um carrinho de montanha-russa
b) a quantidade C de calorias equivalente à variação de ener- desliza de uma altura H 5 20 3 m sobre uma rampa de 60°
gia potencial dessa pessoa entre a base e o topo do mor- de inclinação e corre 20 m num trecho horizontal antes de
ro, se sua massa for 80 kg; chegar em um loop circular, de pista sem atrito. Sabendo que

Conservação de energia 39
1 assi- h
o coeficiente de atrito da rampa e do plano horizontal é a) a razão ;
2 R
nale o valor do raio máximo que pode ter esse loop para que b) a força que o trilho exerce sobre o esquiador no ponto
o carrinho faça todo o percurso sem perder o contato com a mais alto do loop.
sua pista.
11 (UPE) Duas partículas de massas M e 2M foram fixadas em
m
Ene-5
uma estrutura com formato de roda, de raio R e massa des-
C 1
H-2 prezível. A configuração inicial desse sistema está ilustrada na
H figura a seguir:
2R
60º

20 m g&

a) R 5 8 3 m ( )
d) R 5 4 2 3 2 1 m
2M M
b) R 5 4 ( )
3 21 m
( 3 21) m R
e) R 5 40
c) R 5 8 ( 3 2 1) m 3

10 (UFG-GO) Um esquiador de massa m desce por uma rampa,


Sabendo-se que o conjunto é abandonado do repouso,
de altura h, e na parte inferior entra em um loop de raio R,
obtenha uma expressão para a velocidade da partícula 2M,
conforme ilustra a figura a seguir.
quando a partícula de massa M passar pela posição o mais
alto possível pela primeira vez.

2gR
a) v 5
3
h R
A 2gR
b) v 5
3
c) v2 5 gR
Tendo em vista que no ponto A, a altura R do solo, o módu-
d) v 5 2gR
lo da força resultante sobre o esquiador é de 26 vezes o
valor de seu peso, e que o atrito é desprezível, determine: e) v 5 2gR

ANOTAÇÕES

40 Conservação de energia
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Revisão”. As resoluções
encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

REVISÃO As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

1 (Uerj) Um objeto é deslocado em um plano sob a ação 4 (UFJF-MG) Um sistema de polia móvel, como mostrado
de uma força de intensidade igual a 5 N, percorrendo em m
Ene-5 na figura abaixo, pode ser muito útil para suspender al-
C 7
linha reta uma distância igual a 2 m. Considere a medida H-1 gum objeto utilizando uma força menor que o peso do
do ângulo entre a força e o deslocamento do objeto igual m próprio objeto. Considere a corda sem massa e inextensí-
Ene-6
a 15° e τ o trabalho realizado por essa força. Uma expres- C 0
H 2 vel e despreze as massas das polias e qualquer perda de
-

são que pode ser utilizada para o cálculo desse trabalho, energia do sistema.
em joules, é τ 5 5 ? 2 ? sen u.
Nessa expressão, u equivale, em graus, a:
a) 15. b) 30. c) 45. d) 75.

2 (ITA-SP) Um corpo de massa M, mostrado na figura, é pre-


m
Ene-5 so a um fio leve, inextensível, que passa através de um
C 7 A
H-1 orifício central de uma mesa lisa. Considere que, inicial-
m mente, o corpo se move ao longo de uma circunferên- F&
Ene-6
H 2 cia sem atrito. Posteriormente, o fio é puxado para baixo,
C 0
-

aplicando-se uma força FF&, constante, em sua extremida-


de livre. Podemos afirmar que:

P&
M
a) Considerando que o peso m foi deslocado a uma altu-
ra h, qual o trabalho realizado pela força P&?
b) Qual o deslocamento total da extremidade A e qual o
trabalho realizado pela força F &?
c) Qual o valor da força F&para um sistema formado por N
F& polias móveis? Justifique sua resposta.

a) o corpo permanecerá ao longo da circunferência. 5 (FGV-SP) Contando que ao término da prova os vestibu-
b) a força F& não realiza trabalho, pois é perpendicular à landos da GV estivessem loucos por um docinho, o ven-
trajetória. dedor de churros levou seu carrinho até o local de saída
c) a potência instantânea de F& é nula. dos candidatos. Para chegar lá, percorreu 800 m, metade
d) o trabalho de F& é igual à variação da energia cinética sobre solo horizontal e a outra metade em uma ladeira
do corpo. de inclinação constante, sempre aplicando sobre o carri-
e) o corpo descreverá uma trajetória elíptica sobre a mesa. nho uma força de intensidade 30 N, paralela ao plano da
superfície sobre a qual se deslocava e na direção do mo-
3 (Espcex-SP) Um bloco, puxado por meio de uma corda vimento. Levando em conta o esforço aplicado pelo ven-
inextensível e de massa desprezível, desliza sobre uma dedor sobre o carrinho, considerando todo o traslado,
superfície horizontal com atrito, descrevendo um movi- pode-se dizer que:
mento retilíneo e uniforme. A corda faz um ângulo de 53° a) na primeira metade do trajeto, o trabalho exercido foi
com a horizontal e a tração que ela transmite ao bloco é de 12 kJ, enquanto, na segunda metade, o trabalho FRENTE A
de 80 N. Se o bloco sofrer um deslocamento de 20 m ao foi maior.
longo da superfície, o trabalho realizado pela tração no b) na primeira metade do trajeto, o trabalho exercido foi
bloco será de: de 52 kJ, enquanto, na segunda metade, o trabalho
FÍSICA

Dados: sen 53° 5 0,8 e cos 53° 5 0,6. foi menor.


a) 480 J. d) 1280 J. c) na primeira metade do trajeto, o trabalho exercido
b) 640 J. e) 1600 J. foi nulo, assumindo, na segunda metade, o valor
c) 960 J. de 12 kJ.

Conservação de energia 41
d) tanto na primeira metade do trajeto como na segunda que um cavalo, em média, eleva 3,30 ? 104 libras de carvão
metade, o trabalho foi de mesma intensidade, totali- (1 libra – 0,454 kg) à altura de um pé (0,305 m) a cada
zando 24 kJ. minuto, definindo a potência correspondente como 1 hp
e) o trabalho total foi nulo, porque o carrinho parte de (figura a seguir).
um estado de repouso e termina o movimento na
mesma condição.

6 (Uece) Em um corredor horizontal, um estudante puxa


uma mochila de rodinhas de 6 kg pela haste, que forma
60° com o chão. A força aplicada pelo estudante é a mes-
ma necessário para levantar um peso de 1,5 kg com ve-
locidade constante. Considerando a aceleração da gravi-

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dade igual a 10 m/s2, o trabalho, em joules, realizado para 1 horsepower (hp)
puxar a mochila por uma distância de 30 m é:
a) Zero.
b) 225,0.
c) 389,7.
d) 900,0.

7 (IFSP) Para transportar os operários numa obra, a empre-


Posteriormente, James Watt teve seu nome associado à
m
Ene-5 sa construtora montou um elevador que consiste numa
C 7
H-1
unidade de potência no Sistema Internacional de Unida-
plataforma ligada por fios ideais a um motor instalado no
des, no qual a potência é expressa em watts (W).
m telhado do edifício em construção. A figura mostra, fora
Ene-6 Com base nessa associação, 1 hp corresponde aproxima-
C 8 de escala, um trabalhador sendo levado verticalmente
H-1
para cima com velocidade constante, pelo equipamento. damente a:
Quando necessário, adote g 5 10 m/s2. a) 76,2 W.
b) 369 W.
Motor
c) 405 W.
d) 466 W.
e) 746 W.

9 (Cefet-MG) Um motor é capaz de desenvolver uma po-


Ene-5 tência de 500 W. Se toda essa potência for usada na rea-
m
C 1
H-2 lização do trabalho para a aceleração de um objeto, ao

final de 2,0 minutos sua energia cinética terá, em joules,


um aumento igual a:
a) 2,5 ? 102.
b) 1,0 ? 103.
Considerando que a massa total do trabalhador mais pla- c) 3,0 ? 103.
taforma é igual a 300 kg e sabendo que com esse eleva- d) 6,0 ? 104.
dor o trabalhador sobe um trecho de 6 m em 20 s, pode-
-se afirmar que, desconsiderando perdas de energia, a 10 (EEAr-SP) Uma cachoeira lança 20 m3 de água por segun-
Ene-5 do, de uma altura de 15 m. Assim sendo, a potência forne-
m
potência desenvolvida pelo motor do elevador, em watts, C 1
H-2 cida, em CV, vale:
é igual a:
a) 2 000. Dados: rágua (densidade absoluta da água) 5 1,0 g/cm3,
b) 1 800. 1 CV (cavalo-vapor) 5 735 W e g (aceleração da gravidade
c) 1 500. local) 5 9,8 m/s2.
d) 900. a) 1 000. c) 3 000.
e) 300. b) 2 000. d) 4 000.

8 (UFRGS-RS) O termo horsepower, abreviado hp, foi inven- 11 (ITA-SP) Deixa-se cair continuamente areia de um re-
tado por James Watt (1783), durante seu trabalho no de- servatório a uma taxa de 3,0  kg/s diretamente sobre
senvolvimento das máquinas a vapor. Ele convencionou uma esteira que se move na direção horizontal com

42 Conservação de energia
velocidade v &. Considere que, por causa do atrito, a ca- k 5 180 N/m e um pino acoplado a ela tendo esse con-
mada de areia depositada sobre a esteira se locomove junto massa desprezível.
com a mesma velocidade v &. Desprezando a existência
v0
de quaisquer outros atritos, conclui-se que a potência
em watts, requerida para manter a esteira movendo-se
a 4,0 m/s, é: K
m

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Reservatório

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de areia
20 cm

Esteira v&

m v50

a) 0. c) 12. e) 48.
b) 3. d) 24. A caixa tem massa m 5 3 kg e escorrega em linha reta so-
bre a bancada, quando toca o pino do amortecedor com
12 (Fuvest-SP) Um jovem sobe correndo, com velocidade velocidade v0.
constante, do primeiro ao segundo andar de um shop- Sabendo que o coeficiente de atrito entre as superfícies
ping, por uma larga escada rolante de descida, ou seja, da caixa e da bancada é 0,4, que a compressão máxima
sobe “na contramão”. No instante em que ele começa a sofrida pela mola quando a caixa para é de 20 cm e ado-
subir, uma senhora, que está no segundo andar, usa a tando g 5 10 m/s2, calcule:
mesma escada para descer normalmente, mantendo-se a) o trabalho, em joules, realizado pela força de atrito que
sempre no mesmo degrau. Ambos permanecem sobre atua sobre a caixa desde o instante em que ela toca o
essa escada durante 3,0  s, até que a senhora, de massa amortecedor até o instante em que ela para.
MS 5 60 kg, desça no primeiro andar e o rapaz, de massa b) o módulo da velocidade v0 da caixa, em m/s, no ins-
MJ 5 80 kg, chegue ao segundo andar, situado 7,0 m aci- tante em que ela toca o amortecedor.
ma do primeiro.
14 (CN-RJ) Observe a figura a seguir.
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA

m
Ene-6
C 0
H2
-
2o- F
20 kg
g&
Senhora
1o-

Jovem 7m Uma força constante F de 200 N atua sobre o corpo, mos-


trado na figura anterior, deslocando-o por 10 s sobre uma
superfície, cujo coeficiente de atrito vale 0,2.
Supondo desprezíveis as perdas por atrito, determine: Supondo que, inicialmente, o corpo encontrava-se em
a) a potência P, em watts, que a senhora cede ao sistema repouso, e considerando a gravidade local como sendo
da escada rolante enquanto permanece na escada; 10 m/s2, pode-se afirmar que o trabalho da força resultan-
b) o número N de degraus que o jovem de fato subiu te, que atuou sobre o bloco, em joules, foi igual a:
para ir do 1o ao 2o andar, considerando que cada de- a) 20 000. d) 64 000.
grau mede 20 cm de altura; b) 32 000. e) 80 000.
c) o trabalho τ em joules, realizado pelo jovem, para ir do c) 40 000. FRENTE A
1o ao 2o andar, na situação descrita.
15 (UFPE) Um objeto com massa igual a 1,0  kg é lança-
13 (Unifesp) Em uma bancada horizontal da linha de produ- do para cima na direção vertical com velocidade inicial
FÍSICA

Ene-5 ção de uma indústria, um amortecedor fixo na bancada


m
C 8
v0 5 10 m/s. Quando ele retorna ao ponto de partida, a
H 1 tem a função de reduzir a zero a velocidade de uma caixa,
-
sua velocidade tem módulo v 5 8,0 m/s. Calcule o módu-
para que um trabalhador possa pegá-la. Esse amortece- lo do trabalho realizado pela força de resistência do ar, em
dor contém uma mola horizontal de constante elástica joules, ao longo de todo o trajeto do objeto.

Conservação de energia 43
ΔS ΔS
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4

16 (Unicamp-SP) O Projeto Auger (pronuncia-se “ogê”) é b) FR FR


m
Ene-6 uma iniciativa científica internacional, com importan-
C 4
H-2 te participação de pesquisadores brasileiros, que tem
m
como objetivo aumentar nosso conhecimento sobre os
Ene-6
C 5 raios cósmicos. Raios cósmicos são partículas subatômi- ΔS ΔS
H-2
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
cas que, vindas de todas as direções dos pontos mais
m
C 8 distantes do Universo, bombardeiam constantemente
Ene-5
H-1
a Terra. O gráfico seguinte mostraFo fluxo (número de
R FR
partículas por m2 por segundo) que FR atinge a superfície c) FR
terrestre em função da energia da partícula, expressa em
eV (1 eV 5 1,6 ? 10219 J).
ΔS ΔS
1025 0 1 2 3 4 ΔS 0 1 2 3 4 ΔS
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
Fluxo (partículas m–2 s–1)

1027

1029
FR d) FR
10211 FR FR

10213

10215 ΔS ΔS
1014 1015 1016 1017 10180 10191 10220 3 4 ΔS 0 1 2 3 4 ΔS
Energia (eV) 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4

Considere a área da superfície terrestre 5,0 ? 1014 m2.


a) Quantas partículas com energia de 1016 eV atingem a 18 (PUC-RJ) O Cristo Redentor, localizado no Corcovado, en-
Terra ao longo de um dia?
contra-se a 710 m do nível do mar e pesa 1 140 toneladas.
b) O raio cósmico mais energético já detectado atingiu a
Considerando-se g 5 10 m/s2, é correto afirmar que o tra-
Terra em 1991. Sua energia era 3,0 ? 1020 eV. Compare
balho total realizado para levar todo o material que com-
essa energia com a energia cinética de uma bola de
põe a estátua até o topo do Corcovado foi de, no mínimo:
tênis de massa 0,060 kg num saque a 144 km/h.
a) 114 000 kJ. d) 2 023 500 kJ.
b) 505 875 kJ. e) 8 094 000 kJ.
17 (AFA-SP) A energia cinética εC de um corpo de massa m
c) 1 010 750 kJ.
m
Ene-6que se desloca sobre uma superfície horizontal e retilínea
C 4
H-2é mostrada no gráfico em função do deslocamento ΔS. 19 (IFCE) Uma pessoa sobe um lance de escada, com veloci-
m
Ene-6 εC dade constante, em 1,0 min. Se a mesma pessoa subisse
C 5
H-2 o mesmo lance, também com velocidade constante em
m
2,0 min, ela realizaria um trabalho:
Ene-5
C 8
H-1
a) duas vezes maior que o primeiro.
b) duas vezes menor que o primeiro.
ΔS
0 1 2 3 4 c) quatro vezes maior que o primeiro.
d) quatro vezes menor que o primeiro.
e) igual ao primeiro.
O gráfico da força resultante FR que atua sobre o corpo
em função do deslocamento ΔS é: 20 (UFRGS-RS) Um plano inclinado com 5 m de comprimen-
to é usado como rampa para arrastar uma caixa de 120 kg
a) FR FR para dentro de um caminhão, a uma altura de 1,5  m,
como representa a figura abaixo.
ARQUIVO DA EDITORA

ΔS ΔS
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
CASA DE TIPOS/

FR FR

44 Conservação de energia
Considerando que a força de atrito cinético entre a caixa e 24 (UFPR) Uma pessoa de 80 kg, após comer um sanduíche
a rampa seja de 564 N o trabalho mínimo necessário para com 600 kcal de valor alimentício numa lanchonete, deci-
arrastar a caixa para dentro do caminhão é: de voltar ao seu local de trabalho, que fica a 105 m acima
a) 846 J. do piso da lanchonete, subindo pelas escadas. Calcule
b) 1 056 J. qual porcentagem da energia ganha com o sanduíche
c) 1 764 J. será gasta durante essa subida. 
d) 2 820 J.
e) 4 584 J. 25 Uma mesma força F& é aplicada, sucessivamente, a duas
molas diferentes, A e B. Observa-se que a deformação XA
21 (Uespi – Adaptada) Uma pessoa de peso 500 N desce de da mola A é maior do que a deformação XB da mola B.
elevador do décimo andar de um edifício até o térreo. Se a) Você acha que a mola A é mais dura ou mais macia do
o décimo andar encontra-se 30 metros acima do andar que a mola B?
térreo, desprezando-se a altura do andar térreo, pode-se b) A constante elástica kA da mola A é maior ou menor do
afirmar que a energia potencial gravitacional dessa pessoa: que a constante elástica kB da mola B?
a) diminuiu em 530 J. c) Molas que têm constantes elásticas de valor elevado
b) diminuiu em 1 500 J. são molas mais duras ou mais macias?
c) permaneceu constante.
d) aumentou em 1 500 J. 26 (UFPE) O gráfico seguinte mostra como a energia
e) aumentou em 530 J. m
Ene-6 potencial de uma partícula varia com a sua posição.
C 4
H-2 O  valor da energia mecânica da partícula, εM , tam-
22 (Uece) Uma bola está inicialmente presa ao teto no in-
m bém aparece no gráfico. A partícula de massa 0,1  kg
terior de um vagão de trem que se move em linha reta Ene-6
C 5 se move em linha reta. Todas as forças que atuam na
H2
-
na horizontal e com velocidade constante. Em um dado partícula são conservativas.
instante, a bola se solta e cai sob a ação da gravidade. Para m
Ene-5
C 8
um observador no interior do vagão, a bola descreve uma H-1 εP (J)
trajetória vertical durante a queda, e para um observador
parado fora do vagão, a trajetória é um arco de parábola.
Assim, o trabalho realizado pela força peso durante a des- εM 5 45
cida da bola é:
a) maior para o observador no solo.
b) diferente de zero e com o mesmo valor para ambos os
15
observadores.
c) maior para o observador no vagão.
d) zero para ambos os observadores. 0 x

23 (UFG-GO) Na digestão, os alimentos são modificados qui- Obtenha a velocidade máxima da partícula, em m/s.
m
Ene-7 micamente pelo organismo, transformando-se em molé-
C 4
H2
- culas que reagem no interior das células para que ener- 27 (Unicamp-SP) Em agosto de 2012, a NASA anunciou o
m
gia seja liberada. A equação química, não balanceada, pouso da sonda Curiosity na superfície de Marte. A sonda,
Ene-7
C 5 a seguir representa a oxidação completa de um mol da
H-2 de massa m 5 1 000 kg, entrou na atmosfera marciana a
substância tributirina, também conhecida como butirina, uma velocidade de v0 5 6 000 m/s.
presente em certos alimentos. a) A sonda atingiu o repouso, na superfície de Marte,
C15H26 O 6 1 O2 → CO2 1 H2O ΔH 5 –8 120 kJ/mol 7 minutos após a sua entrada na atmosfera. Calcule o
Considerando-se que toda a energia da reação esteja dis- módulo da força resultante média de desaceleração
ponível para a realização de trabalho mecânico, quantos da sonda durante sua descida.
mols de O2 são necessários para que uma pessoa levante b) Considere que, após a entrada na atmosfera a uma FRENTE A
uma caixa de 20,3 kg do chão até uma altura h 5 2,0 m? altitude h0 5 125 m, a força de atrito reduziu a ve-
Dado: g 5 10 m/s2. locidade da sonda para v 5 4 000 m/s quando a al-
a) 2,03 ? 10–4 titude atingiu h 5 100 km. A partir da variação da
FÍSICA

b) 4,06 ? 10–4 energia mecânica, calcule o trabalho realizado pela


c) 9,25 ? 10–4 força de atrito neste trecho. Considere a aceleração
d) 18,50 ? 10–4 da gravidade de Marte, neste trecho, constante e
e) 20,00 ? 10–4 igual a gMarte 5 4 m/s2.

Conservação de energia 45
28 (ITA-SP) Uma massa inicialmente em repouso é liberada

ILUSTRAÇÕES: CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA


de uma altura h acima do nível do solo e desliza sem atrito m
em uma pista que termina em um loop de raio r, conforme
indicado na figura. Determine o ângulo u relativo à vertical
e ao ponto em que a massa perde o contato com a pista.
Expresse sua resposta como função da altura h, do raio r e h
da aceleração da gravidade g.
d

h.r

r Para que a exigência do projetista seja satisfeita, a mola a


ser empregada deve ter constante elástica dada por:
2mg(h
h1d d) mgh
a) 2
. d) .
d d
29 (Fuvest-SP) No desenvolvimento do sistema amortece-
b) 2mg(hh2d d) . e) mg .
m
Ene-5
dor de queda de um elevador de massa m, o engenheiro d 2
d
C 1
H-2projetista impõe que a mola deve se contrair de um valor
2mgh
máximo d, quando o elevador cai, a partir do repouso, de c) .
uma altura h, como ilustrado na figura a seguir. d2

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO, M.; FINN, E. J. Física. Madrid: Addison-Wesley, 1999.
CAMINHOS da Ciência (coleção). São Paulo: Scipione, 1996. 8 v.
CANIATO, R. As linguagens da Física Mecânica. São Paulo: Ática, 1990.
CHAVES, A. Física. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2000. v. 1-4.
FEYNMANN, R.; LEIGHTON, R. B.; SANDS, M. Lectures on Physics. New York: Addison-Wesley, 1972.
GRUPO de Reelaboração do Ensino de Física (Gref). Física. São Paulo: Edusp, 1990. 3 v.
LUCIE, P. Física básica: Mecânica. Rio de Janeiro: Campus, 1979. v. 2-3.
NUSSENZVEIG, M. H. Curso de Física básica. São Paulo: Edgard Blücher, 1988. v. 1-2.
REIF, F. Berkeley Physics course: statistical Physics. Berkeley: McGraw-Hill, 1965. v. 5.
TIPLER, P. A. Física. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1978.
. Física moderna. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1981.

46 Conservação de energia
MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

Os Países Baixos têm 41 526 km² dos quais 27% de sua área está Os Países Baixos também se destacaram na área das artes
situada abaixo do nível do mar. Devido a essa condição topográfica, com os grandes mestres holandeses Rembrandt van Rijn, Johannes
até o século XIV, boa parte dos Países Baixos estava submersa, e os Vermeer, Vincent van Gogh e Maurits Cornelis Escher. Deste últi-
moinhos de vento eram empregados para drenar vastas áreas alagadas. mo, Waterfall ou Queda-d'água, em português, é uma das suas lito-
Para manter essas áreas secas foram construídos diques e barragens grafias mais famosas (fig. 2). Nessa figura a água de uma cachoeira
que protegiam as cidades e permitiram o desenvolvimento da agri- cai movimentando a roda de um moinho. Essa água é coletada
cultura. Os canais fluviais substituíam ruas, facilitando o transporte de por uma calha inclinada entre duas torres e sobe novamente até o
passageiros e a circulação de mercadorias. Em Amsterdam, capital dos ponto em que o ciclo se repete.
Países Baixos, estão os canais mais requintados da época (fig.1).

REPRODUÇÃO/FUNDAÇÃO M.C. ESCHER, BAARN, HOLANDA


CREATIVENATURE R.ZWERVER/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Fig. 1 – Canal Voorburgwal, no centro de Amsterdam. Fig. 2 – Waterfall, M. C. Escher (1961).

Acredita-se que os Países Baixos passaram a ser conhecidos 1 O artista holandês Maurits Cornelis Escher é conhecido por seus
como Holanda, mundialmente, devido às províncias Holanda do desenhos que utilizam a ilusão de óptica para produzir cenas que
Norte e do Sul, que mantiveram o controle econômico e marítimo aparentemente desafiam as leis da Física. Na figura 2 está a obra
da região por muito tempo. No século XVII, conhecido como a Idade Queda-d’água. A ilusão de óptica produzida por Escher nesta fi-
de Ouro, essas províncias estabeleceram-se como importantes po- gura apresenta um sistema que desafia qual lei da Física? c
tências navais, fundando a Companhia das Índias Orientais em 1602 a) A primeira lei de Newton: lei da inércia;
e controlando o porto de Roterdã, o maior do mundo em extensão b) A terceira lei de Newton: lei da ação e reação;
e um dos mais importantes do Velho Continente, situado na Holan- c) A lei da conservação de energia;
da do Sul. Nessa época, a Holanda estabeleceu colônias em lugares d) A segunda lei da termodinâmica;
distantes como no Brasil, Caribe e Japão. e) A lei de Coulomb.

47
QUADRO DE IDEIAS

Conservação
de energia
εM 5 εp 1 εc Presidência: Mário Ghio Júnior
Direção: Carlos Roberto Piatto
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Conselho editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves,
Trabalho Carlos Roberto Piatto, Daniel Augusto Ferraz Leite,
τ 5 F ? ∆S ? cos θ Eduardo dos Santos, Eliane Vilela, Helena Serebrinic,
Lidiane Vivaldini Olo, Luís Ricardo Arruda de Andrade,
Marcelo Mirabelli, Marcus Bruno Moura Fahel,
Marisa Sodero, Ricardo Leite, Ricardo de Gan Braga,
Tania Fontolan
Gerência editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello
Potência
P5 τ Edição: Tatiana Leite Nunes (coord.), Pietro Ferrari
Assistência editorial: Carolina Domeniche Romagna,
∆t Rodolfo Correia Marinho
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.),
Danielle Modesto, Edilson Moura, Letícia Pieroni,
Marília Lima, Tatiane Godoy, Tayra Alfonso,
Vanessa Lucena; Colaboração: Aparecido Maffei
Transformações Maiza Prande
de energia Coordenação de produção:
Fabiana Manna da Silva (coord.);
Colaboração: Adjane Oliveira, Dandara Bessa

Supervisão de arte e produção: Ricardo de Gan Braga


Edição de arte: Daniela Amaral
Diagramação: Antonio Cesar Decarli,
Energia cinética Energia potencial Energia potencial Claudio Alves dos Santos, Fernando Afonso do Carmo,
Flávio Gomes Duarte, Kleber de Messas
elástica
εc 5 1 mv 2 e gravitacional Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão),
2 εp 5 mgh e εp 5 1 kX2 e Marcella Doratioto; Colaboração: Fábio Matsuura,
τ AB 5 εcB 2 εcA τ AB 5 εpA 2 εpB
2 Fernanda Siwiec, Fernando Vivaldini

τ AB 5 εpA 2 εpB Licenças e autorizações: Edson Carnevale


Capa: Daniel Hisashi Aoki
Foto de capa: Fábio Colombini
Projeto gráfico de miolo: Daniel Hisashi Aoki
Editoração eletrônica: Casa de Tipos

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Luz, Antônio Máximo Ribeiro da


Sistema de ensino ser : ensino médio, caderno
5 : física : frente A : PR / Antônio Máximo
Ribeiro da Luz, Beatriz Alvarenga Álvares,
Carla da Costa Guimarães. -- 2. ed. -- São Paulo :
Ática, 2015.
1. Física (Ensino médio) I. Álvares, Beatriz
Alvarenga. II. Guimarães, Carla da Costa.
III. Título
15-01590 CDD-530.07

Índices para catálogo sistemático:


1. Física : Ensino médio 530.07

2015
ISBN 978 85 08 17316-7 (AL)
ISBN 978 85 08 17314-3 (PR)
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1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação

48 Conservação de energia

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