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A MATEMÁTICA NO ENSINO
FUNDAMENTAL
1. INTRODUÇÃO
A matemática fornece instrumentos eficazes para compreender e atuar no
mundo que nos cerca; ela é uma ferramenta essencial na solução de vários
tipos de problemas. Nela são desenvolvidas estruturas abstratas baseada
em modelos concretos; além de método, a matemática é um meio de
comunicação – uma linguagem formal e precisa – requer uma prática
constante de forma clara e universal. O conhecimento matemático faz parte
do patrimônio cultural da humanidade porque possui características e
procedimentos próprios que também tem evoluído no contexto de outras
ciências.
2. JUSTIFICATIVA
Por quê? Ensinar matemática? Para quê? Porque a matemática é uma das
mais importantes ferramentas da sociedade moderna, ela contribui para a
formação do futuro cidadão que se engajará no mundo do trabalho, das
relações sociais, culturais e políticas. Para exercer plenamente a cidadania,
é preciso saber contar, comparar, medir, calcular, resolver problemas,
construir estratégias, comprovar e justificar resultados, argumentar
logicamente, conhecer formas geométricas, organizar, analisar e interpretar
criticamente as informações, conhecer formas diferenciadas de abordar
problemas.
3. OBJETIVOS GERAIS
O ensino de matemática de 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental deve levar
o aluno a:
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Nestas séries (ou ciclos), o ensino de matemática deve procurar
desenvolver:
6. AVALIAÇÃO
A avaliação é um instrumento fundamental para fornecer informações sobre
como está se realizando o processo ensino-aprendizagem como um todo –
tanto para o professor e a equipe escolar conhecerem e analisarem os
resultados de seu trabalho como para o aluno verificar seu desempenho – e
não simplesmente focalizar o aluno, seu desempenho cognitivo e o acumulo
de conteúdos, para classificá-lo em “aprovado” ou “reprovado”.
Além disso, ela deve ser essencialmente formativa, na medida em que cabe
à avaliação subsidiar o trabalho pedagógico, redirecionando o processo
ensino-aprendizagem para sanar dificuldades, aperfeiçoando-o
constantemente. Tendo em vista a diversidade de ritmos e processos de
aprendizagem dos alunos, um dos aspectos importantes da ação docente
deve ser a organização de atividades cujo nível de abordagem seja
diferenciado. Isso significa criar situações, apresentar problemas ou
perguntas e propor atividades que demandem diferentes níveis de raciocínio
e de realização.
O ato de mostrar ao aluno onde, como e por que ele cometeu o erro o ajuda
a superar lacunas de aprendizagem e equívocos de entendimentos.
Com o repertório de todos os erros mais freqüentes cometidos pelos alunos,
o professor, ao trabalhar aquele assunto, saberá chamar atenção para os
pontos mais críticos e, como isso, diminuir a possibilidade de erro.
7. CONCLUSÃO
Para formar as competências necessárias para que se adquira
conhecimento, o professor deve utilizar todos os recursos disponíveis e mais
os que ele criar para que seja efetivada a aprendizagem. Para cumprir sua
função, a escola precisa ter como foco um ensino e uma aprendizagem que
levem o aluno a aprender a aprender, aprender a pensar, a saber construir a
sua própria linguagem e a se comunicar, a usar a informação e o
conhecimento para ser capaz de viver num mundo em transformação. Para
isso, é preciso que a formação e a atuação do educador seja
necessariamente direcionada para um novo paradigma de educação.
Fazendo relação do que eles conhecem do seu convívio sócio-cultural com o que a escola ensina,
além de fornecer elementos básicos para a participação desses alunos para a vida em sociedade.
Hoje, entende-se que uma educação de qualidade só é alcançada pelo aluno se o professor levá-lo a
refletir sobre situações que o rodeia no mundo real, na busca de fazer com que esse aluno vislumbre
a aprendizagem seja matemática ou não fazendo relações.
Introdução
No âmbito escolar, a educação da matemática é vista como uma linguagem capaz de traduzir a
realidade e estabelecer suas diferenças. Na escola a criança deve envolver-se com atividades
matemáticas que a educam nas quais ao manipulá-las ele construa a aprendizagem de forma
significativa, pois o conhecimento matemático se manifesta como uma estratégia para a realização
das intermediações criadas pelo homem, entre sociedade e natureza.
Mas, a construção desse conhecimento pelos alunos ainda está muito longe porque a prática
desenvolvida por muitos professores ainda é tradicional, a prática deles não leva seus alunos a
construírem uma aprendizagem voltada para a realidade na qual seus alunos participam.
Infelizmente o ensino da Matemática, em muitas escolas e por muitos professores, ainda está
direcionado para atuar como um instrumento disciplinador e excludente. Uma grande maioria de
professores tem como único objetivo ensinar a Matemática sem se preocuparem em repassar para o
aluno um conhecimento matemático significativo.
No entanto as críticas, que de todos os lados se levantam contra os vários aspectos e resultados do
ensino da Matemática, vêm, em todo o mundo, ocasionando debates que levam os profissionais da
área a repensar o seu papel e a procurar novas estratégias didáticas. Eles buscam atividades
matemáticas que sejam realmente educativas e não meramente um treino em uma linguagem sem
sentido para o aluno.
Se o professor conseguir trabalhar nessa linha, a Matemática será um instrumento de primeira para
educar o indivíduo socialmente. Mas ainda, ela será um instrumento ímpar para trabalhar sua
formação. Basta lembrarmos que ela é uma das atividades humanas que exigem o trabalho
simultâneo dos dois hemisférios cerebrais, como vimos no fascículo 1 de Contactos Matemáticos do
Primeiro Grau de Reginaldo Naves de Souza Lima. A aplicação de pelos menos dezoito raciocínios e
a utilização de pelo menos três inteligências, tendo um fundo emocional não desprezível que a
maioria das pessoas desconhece.
Na vida, ninguém quer enfrentar dificuldades, suportar dores ou ter sofrimentos indevidos. Por outro
lado, as coisas que são capazes de provocar satisfação real nas pessoas não causam aborrecimento
a elas, porque nelas, as pessoas sempre descobrem experiências novas. É razoável então, pensar
que as abordagens da aprendizagem que não conseguem dar satisfação às pessoas ou manter seu
interesse, não trarão mais alegria e plenitude para a vida delas. Assim, para levar o aluno a aprender,
é necessário fazer que o objeto da aprendizagem lhe se agradável e divertido.
A criança e o jovem gostam de movimentar-se, conversar, perguntar, rabiscar, brincar, colorir, cantar,
jogar e, principalmente, agir. Em Educação Matemática, todas essas ações que a criança ou jovem
adoram tornam-se veículos estupendos para o aluno aprender. Pois, além de satisfação e alegria, é
necessário compreender que a criança ou jovem tem que se formar para enfrentar o mundo a sua
frente; infelizmente, muitos não sobrevivem a esse enfrentamento.
Então, só é possível deflagrar ideias matemáticas na cabeça de alguém, se esse alguém é colocado
diante de uma situação envolvente que lhe seja problemática, interessante, desafiante e, ao mesmo
tempo, que seja capaz de estimulá-lo a aprender. Não é uma situação lida em livro, não é uma
situação apenas explicada oralmente, descrita ou exposta no quadro negro pelo professor. Tem que
ser uma situação que vislumbre o aluno, que faça com que ele consiga aprender plenamente.
Infelizmente, algumas escolas e professores não estão preparados para isso, falham por serem
incapazes de realizar tal situação.
Aprendemos nesses estudos matemáticos que a aprendizagem matemática da criança tem que
acontecer com atividades que lhe tragam significação. Atualmente algumas escolas e professores têm
dado o conhecimento matemático pronto e acabado para o aluno. Não permitem ao aluno construir
sua aprendizagem estabelecendo essa relação de significação.
O conhecimento matemático tem que ser construído pelo aluno por meio de atividades que lhe
despertem o interesse para aprender. Fazendo relações do que ele vê dentro da escola com o que
ele já conhece fora da escola. Compartilhado por ele no seu convívio sócio-cultural.
Nosso trabalho foi dividido em momentos. No primeiro refletiremos acerca do ensino da Matemática,
abordando sobre os estudos de Gardner acerca das inteligências múltiplas, o ensino da matemática e
a avaliação da aprendizagem. No segundo, discutiremos sobre a criança e a ideia do número e sua
representação. No terceiro, um enfoque ao ensino da Geometria. Por fim, trazemos nossas
considerações finais e as obras pesquisas para se concluir este relatório de final de área.
1 Reflexão acerca do ensino da Matemática
A Matemática surgiu na antiguidade por necessidades da vida cotidiana, converteu-se em um imenso
sistema de variedades e extensas disciplinas. Como as demais ciências, reflete as leis sociais e serve
de poderoso instrumento para o conhecimento do mundo e domínio da natureza.
A Matemática move-se quase exclusivamente no campo dos conceitos abstratos e de suas inter-
relações. Para demonstrar suas afirmações, o matemático emprega apenas raciocínios e cálculos.
Em sua origem, a matemática constituiu-se a partir de uma coleção de regras isoladas de decorrentes
experiências diretamente conectadas com a vida diária. Da mesma forma, a sobrevivência numa
sociedade complexa, que exige novos padrões de produtividades, depende cada vez mais do
conhecimento matemático. É importante destacar que a matemática deverá ser vista pelo aluno como
um conhecimento que pode fornecer o desenvolvimento do seu raciocínio, de sua capacidade
expressiva, de sua sensibilidade e estética e de sua imaginação.
No âmbito escolar, a educação matemática é vista como uma linguagem capaz de traduzir a realidade
e estabelecer suas diferentes mudanças e implicações. Segundo D`Ambrósio, a matemática tem sido
concebida e tratada como conhecimento congelado, criando barreiras entre o educando e o objeto de
estudo por não possuir a dinâmica do mundo na qual o mesmo está inserido.
A história nos mostra que o ensino da matemática foi organizado a partir das necessidades de cada
povo. Os primeiros indícios de construção de conhecimentos matemáticos são heranças dos povos
egípcios e babilônios (2500 a.c). Esses povos a usavam para resolver problemas práticos, geralmente
ligados ao comércio, cálculo de impostos, construções de habitações, monumentos funerários e
medidas de terras. Porém a concepção do conhecimento matemático abstrato, independente do
empírico, influência, até hoje, na matemática que se quer ensinar na escola.
No início da década de 1980, Howard Gardner, claramente explica em suas obras, as teorias das
inteligências múltiplas que possui atualmente milhares de adeptos e que se constituiu como prática
pedagógica de inúmeras escolas no mundo inteiro.
Segundo Gardner o nosso cérebro abriga oito inteligências ou capacidades, são elas:
Cabe a escola estimular nos alunos essas inteligências por meio de estratégias pedagógicas (jogos,
brinquedos e brincadeiras), de forma que eles consigam desenvolver suas habilidades e
competências. Assim, é importante que o professor saiba como atuar pedagogicamente com seus
alunos para que eles alcancem esses objetivos. Porque durante muitos anos, o cérebro humano foi
considerado como sendo uma área impenetrável. Há muitas décadas já se compreendia o
funcionamento de várias partes do corpo humano, mas, o cérebro ainda era considerado como sendo
uma estrutura impenetrável, apenas era possível visualizá-lo após o falecimento de suas funções
neuronais. Nos dias de hoje, estudos acerca do funcionamento da mente e do cérebro vêm se
tornando cada vez mais populares, pois, atualmente dispomos de novas tecnologias que são capazes
de fornecer subsídios mais concretos sobre estes assuntos.
A avaliação na maioria das nossas escolas, públicas ou não, é eminentemente somativa, sempre
preocupada com os resultados finais que levam a situações irreversíveis no que diz respeito ao
desempenho dos alunos, sem que sejam levadas em contas a muitas implicações, inclusive sociais,
de um processo decisório fatal do ponto de vista educativo.
Avaliar a aprendizagem corresponde a uma necessidade social. A escola recebe o mandato social de
educar as novas gerações e por isso, deve responder por esse mandato, obtendo dos seus
educandos a manifestação de suas condutas aprendidas e desenvolvidas“ (LUCKESI, p.174,2002).
Nos valendo das ideias de Piaget (1991) que considera que a escola e alguns professores têm
retirado a autonomia do aluno como meio para desenvolver a aprendizagem com maior eficiência e
criatividade. Segundo ele, os professores com atitudes negativas não encorajam os alunos a
desenvolverem e a atingirem a esta autonomia, limitando muito o desenvolvimento do pensamento
crítico, isto, os professores com atitudes negativas dão oportunidade aos alunos de persistirem em
seus próprios esforços. Portanto, é de fundamental importância que as escolas desenvolvam
programas que ajudem não apenas o aluno, mas também os professores a desenvolver atitudes
favoráveis em relação a aprendizagem matemática.
É fundamental ver o aluno como um ser social e político sujeito de seu próprio desenvolvimento. O
professor não precisa mudar suas técnicas, seus métodos de trabalhos; precisa sim, ver o aluno
como alguém capaz de estabelecer uma relação cognitiva e efetiva, mantendo uma ação interativa
capaz de uma transformação libertadora, que propicia uma vivencia harmoniosa com a realidade
pessoal e social que o envolve.
Assim, compreendemos que o professor que leciona matemática nas séries iniciais do Ensino
Fundamental deve agir sempre como facilitador, aquele que ajuda o aluno a superar seus limites.
Valendo-se de atividades e avaliações criativas que permita ao seu aluno construir a aprendizagem
de forma significativa, ou seja, que o faça interagir conhecimento escolar com o meio social no qual
está inserido.
Os documentos de fontes babilônica e egípcia revelam, desde épocas muito remotas, um grande
adiantamento nos processos de cálculos, compreendendo a adição, a multiplicação, a divisão, a
determinação de quadrados e cubos. As tabuas babilônicas remontam ao ano 2300 a.C., e empregam
os sistemas de numeração decimal e sexagesimal. Serviam os cálculos e fins exclusivamente
utilitários; nas medidas, nas trocas comercia nas combinações do calendário, etc.
O numeral, de acordo com Piaget, e uma síntese de dois tipos de relações que a criança elabora
entre os objeto (por abstração reflexiva). Uma é a ordem e a outra é a inclusão hierárquica.
Portanto, a visão de Piaget constata com a crença de que um mundo dos números em direção ao que
toda criança deve ser socializada. Pode-se afirmar que há consenso a respeito da soma de 2+3, mas
nem o número, nem a adição estão lá fora, no mundo social, para serem a resposta correta para 2+3,
mas não será possível ensinar-lhes diretamente as relações que subjazem esta adição. Da mesma
forma, até as crianças de dois anos podem ver a diferença entre uma pilha de três blocos e uma de
dez. Mas isto não implica que o número esteja lá fora, no mundo físico, para ser aprendido através da
abstração empírica. “A atividade matemática escolar não é um olhar para as coisas prontas e
definidas, mas a construção e a apropriação de um conhecimento pelo aluno, que se servira dele para
compreender e transformar sua realidade”, (PCN: Matemática, p.19, 2001).
A criança que já construiu o conhecimento lógico-matemático é capaz de representar esta ideia com
símbolos ou com signos. Na teoria de Piaget os símbolos diferem dos signos no sentido de que os
símbolos mantêm uma semelhança figurativa com os objetos representados e são criados pela
criança.
O objetivo para ensinar o número e o da construção que a criança faz da estrutura mental de número
uma vez que esta não pode ser ensinada diretamente, o professor deve priorizar o ato de encorajar a
criança a pensar ativa e autonomamente em todos os tipos de situações. Uma criança que pensa
ativamente, constrói o número. A tarefa do professor a encorajar o pensamento espontâneo da
criança, o que é muito difícil porque a maioria de nos foi treinada para obter das crianças a produção
de respostas certas. As relações são criadas pelas crianças a partir de seu interior e não lhe são
ensinadas por outrem. No entanto, o professor tem um papel crucial na criação de ambiente material
e social que encoraje a autonomia e o pensamento.
As crianças não aprendem conceitos numéricos com desenhos. Tampouco aprendem conceitos
numéricos meramente pela manipulação de objetos.Elas constroem esses conceitos pela abstração
reflexiva a medida em que atuam (mentalmente) sobre os objetos.
Algumas habilidades matemáticas que a criança pré-escolar e ate a idade de 8 anos apresenta antes
mesmo de ser formalmente instruída sobre conceitos matemáticos. Essas habilidades referem-se aos
conceitos espontâneos que a criança constrói a partir de suas experiências e ações sobre o mundo.
“É possível concluir que existe um conhecimento intuitivo, espontâneo, sobre adição e a subtração
desde muito cedo, conhecimento este que antecede a instrução escolar”, (Revista SBEM, nº 3, p. 43,
2º sem 1994).
Na teoria piagetiana, a brincadeira não recebe uma conceituação especifica. Entendida como ação
assimiladora, a brincadeira aparece como forma de expressão da conduta, dotada de características
metafóricas com espontânea, prazerosa, semelhantes as do romantismo da Biologia. Ao colocar a
brincadeira dentro do conteúdo da inteligência e não na estrutura cognitiva, Piaget distingue a
construção das estruturas mentais da aquisição de conhecimentos. A brincadeira enquanto processo
assimilativo e participa da inteligência, a semelhança da aprendizagem.
Sumérios, egípcios e babilônios já usavam frações em 3100 a.C. quando registravam em tabuletas de
argila fresca o inventário de seus bens com sacos de grãos, etc. As representações eram esquisitas,
bem diferentes da atual. Um lado da tabuleta trazia a quantidade dos bens. Os totais vinham no
verso. Como no criptograma das palavras cruzadas, os símbolos foram decifrados pelos historiadores
depois de seguidas substituições nas duas faces das tabuletas. Primeiro se chegou aos inteiros,
entalhes simples que se repetiam. Como esses números eram sempre registrados em ordem
crescente, concluiu-se que o que estava à esquerda da unidade era sempre uma fração.
Aguiar (1980), desenvolveu um estudo com o objetivo de analisar, dentre outros, a natureza dos
processos envolvidos na construção do conceito de fração, verificando que as relações parte-todo e
parte-parte, indicadas por Piaget, entram no desenvolvimento dos conceitos de frações...idênticas e
equivalentes,... inicialmente, através da contagem e da impressão perceptiva da magnitude das
figuras geométricas, e sem que haja articulação entre esses dois processos (p.6-7).
Guimarões e Silva (1991), observaram que as dificuldades dos alunos e dos professores envolvendo
as frações com quantidades discretas eram as mesmas, embora estes tenham apresentado um
melhor desempenho que os alunos, resolvendo as frações com quantidades contínuas. Encontraram,
trataram, também, indicações de que as dificuldades se relacionavam mais ao ensino do que
aobstáculos relativos ao desenvolvimento dos alunos. Para aprofundar a analise sobre dificuldades na
resolução de problemas com frações, Carraher e Schliemann (1992) investigaram a utilização de
frações literais e frações relativas. Concluíram que havia uma grande tendência, por parte de alunos,
em relacionar o numerador e o denominador, respectivamente, ao numero de elementos marcados e
ao numero total de elementos de um conjunto. Quando não havia essa relação muitos alunos não
aceitavam a fração como uma representação da figura.
Os resultados das análises quantitativas evidenciaram o progresso dos alunos, com a intervenção e
os seguintes aspectos: os alunos não cogitam de que a divisão tem que ser em partes iguais para que
se obtenha uma fração; as questões de equivalência crescem em dificuldade quanto há necessidade
de um passo intermediário; é muito difícil para os alunos estabelecerem relações entre as questões
que envolvem representações gráficas relacionadas com equivalência; as dificuldades nas questões
de ordenação aumentam sensivelmente quando o número de frações é maior do que dois.
A noção de equivalência é em geral explorada apenas por meio da regrinha obtêm-se uma fração
equivalente a uma fração dada, multiplicando ou dividindo mero, diferente de zero . Ela, no entanto,
não diz nada ao aluno.
O fato de o aluno ser estimulado a questionar sua própria resposta, questionar o problema, a
transformar um dado problema numa fonte de novos problemas, evidenciar uma concepção de
ensino e aprendizagem não pela mera reprodução de conhecimentos, mas pela via da ação refletida
que constrói conhecimentos. (PCN: Matemática, p.45, 2001).
O conceito de frações equivalentes como àquelas que representam a mesma quantidade só pode ser
construído a partir de experiências concretas e representações gráficas que são dadas aos alunos por
meio de atividades lúdicas que trazem a realidade que eles vivenciam para a sala de aula.
Num outro período histórico, os egípcios utilizaram processos de medição de terras com a finalidade
de resolver o problema oriundo das enchentes anuais do rio Nilo que apagava as demarcações das
terras ao seu redor. Essas demarcações foram determinantes para regularizar as posses e efetuar a
cobrança dos impostos sobre as terras. Todos esses conhecimentos antigos foram deixados como
experiência para a posteridade.
Inúmeras circunstâncias da vida, até mesmo do homem mais primitivo, o levavam a um certo
montante de descobertas geométricas subconscientes. A noção de distância foi, sem dúvida, um dos
primeiros conceitos geométricos a serem desenvolvidos. A necessidade de delimitar a terra levou à
noção de figuras simples tais como retângulos e quadrados. Outros conceitos geométricos simples,
como as noções de vertical, paralelismo e perpendicularismo, teriam sido sugeridos pela construção
de muros e moradias.
Em outros registros aparece o desenho do lançamento de uma pedra, que arremessada descreve o
trajeto de uma parábola; uma corda não esticada e pendurada pelas pontas forma uma catenária;
uma corda enrolada forma um espiral; os círculos de crescimento do tronco de uma árvore, os
círculos concêntricos provocados na superfície de um lago por uma pedra nele arremessada e figuras
sobre certas conchas que sugerem a ideia de famílias de curvas.
Muitas frutas e seixos são esféricos e bolhas de água são hemisféricas; alguns ovos de pássaros são
aproximadamente elipsóides de revolução; um anel é um toro; troncos de arvores são cilindros
circulares; configurações cônicas são frequentemente encontradas na natureza. Oleiros primitivos
construíam muitas superfícies e sólidos de revolução. Corpos de homens e animais, a maioria das
folhas e flores e certas conchas e cristais ilustram a ideia de simetria. A ideia de volume surge
imediatamente ao se considerarem recipientes para conter líquidos e outras mercadorias. Assim,
podemos dizer que a geometria empregada pelo homem primitivo para fazer ornamentos decorativos
e desenhos preparou o caminho para o desenvolvimento geométrico posterior.
Por volta do ano 600 a.C., os gregos começaram a introduzir a dedução geométrica, dando origem ao
que hoje consideramos geometria demonstrativa. Com o passar do tempo esse olhar sobre o
pensamento geométrico tornou-se o estudo axiomático-material do espaço físico idealizado: formas,
tamanhos e relações de objetos físicos contidos no espaço. Para os gregos só havia um espaço físico
e uma única geometria; estes eram conceitos absolutos, o espaço não era pensado como uma
coleção de ponto de vista, a relação básica em geometria era a de congruência ou superposição.
Por um longo tempo a compreensão da geometria esteve intimamente ligada ao espaço físico,
começando na verdade como uma acumulação gradual de noções subconscientes sobre o espaço
físico e as formas contidas nesse espaço. A essa visão primitiva damos o nome de geometria
subconsciente. Mais tarde, a inteligência humana evoluiu tornando-se capaz de consolidar
conscientemente algumas das noções primitivas da geometria num conjunto de leis e regras um tanto
geral. Os estudiosos chamam essa fase laboratorial do desenvolvimento do pensamento geométrico
de geometria cientifica.
Todos esse caminhar concuminou na atual conhecimento chamada de geometria analítica que, na
primeira metade do século XVII, passa a considerar o espaço como sendo como uma coleção de
pontos. Com a invenção da geometria não euclidiana clássica, cerca de dois séculos mais tarde, os
matemáticos aceitaram a situação de que há mais do que um espaço concebível e, portanto, mais do
que um só olhar geométrico. Mas o espaço ainda era considerado como um lugar onde as figuras
podiam ser comparadas entre si. A ideia central tornou-se a de um grupo de transformações
congruentes do espaço em si mesmo, e a geometria passou ser considerada como estudo das
propriedades das configurações de pontos que permanecem inalterados, como os espaços
circundantes que estão sujeitos constantemente a transformações.
Os resultados que destacam o papel da geometria no ensino da matemática são em número reduzido
e ainda não chegaram às escolas. O próprio desenvolvimento da ciência matemática, ao gerar teorias
mais abrangentes, vem dedicando menos tempo as investigações nesse campo, porque se considera
a geometria difícil, muito abstrata.
Ocasionalmente, a maior parte dos professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental
direciona sua preferência apenas para temas aritméticos. Esses temas, por sua vez, são
desenvolvidos em um nível de abstração não condizente com estágio de desenvolvimento dos alunos,
por exemplo, o estudante é levado a repetir definições, regras, propriedades e processos sem
significação funcional para ele. Desprezam-se, desta forma, experiências preparatórias,
indispensáveis a construção lógica matemática que o estuda da geometria proporciona.
O ensino da Geometria, se comparado com ensino de outras partes da matemática, tem sido o mais
desvairador; alunos, professores, autores de livros didáticos, educadores e pesquisadores, de tempos
em tempos, têm se deparado com modismos fortemente radicalizantes, desde o formalismo
impregnado de demonstrações apoiadas no raciocínio lógico dedutivo, passando pelo raciocínio
algébrico, indo até o empirismo inoperante.
No Brasil, o ensino da Geometria esta ausente ou quase ausente das salas de aula. Vários trabalhos
de pesquisadores brasileiros, entre eles Peres (1991) e Pavanelo (1993), confirmam essa lamentável
realidade educacional. São inúmeras as causas, porém, duas delas estão atuando fortemente e
diretamente em sala de sala: a primeira é que muitos professores não detêm os conhecimentos
geométricos necessários para realização de suas de práticas educativas. A segunda causa da
omissão geométrica se deve a exagerada importância que entre nós, desempenha o livro didático,
quer devido à má formação de nossos professores, quer devido à estafante jornada de trabalho a que
estão submetidos.