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Uberaba - MG
2017
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Uberaba - MG
2017
Resumo
Lista de Figuras
1 Introdução p. 5
2 Objetivos p. 10
3 Metodologia p. 11
4 Cronograma p. 13
Referências p. 15
Lista de Figuras
1 Introdução
As proteínas encontradas nos seres vivos são formadas por combinação desses
20 aminoácidos e sua conformação biologicamente ativa pode conter quatro níveis de estrutura,
que são denominados respectivamente por estrutura primária, secundária, terciária e quaterná-
ria. A sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica determina a estrutura primária (ou
a sequência da proteína). Grupos locais de aminoácidos que formam padrões que se repetem
pela proteína como estruturas de hélices alfa, folhas beta ou voltas aleatórias formam sua es-
trutura secundária. O arranjo tridimensional dessas estruturas secundárias e sua topologia com
as coordenadas de cada átomo (incluindo-se aí as cadeias laterais) formam a estrutura terciária.
Algumas proteínas têm duas ou mais subunidades separadas, que podem ser iguais ou diferen-
tes. O arranjo dessas subunidades forma a estrutura quaternária. A proteína só tem atividade
biológica quando ela está na sua forma de estrutura terciária (ou quaternária, quando houver).
Contudo, quando ela é codificada nos ribossomos, são feitas somente as ligações peptídicas
entre os aminoácidos, ou seja, ela está desenovelada. É importante descobrir como uma pro-
teína atinge sua forma nativa, quais são os mecanismos, as forças e parâmetros que atuam nesse
processo de enovelamento.
ção. Além disso, concluiu que o estado nativo de uma proteína estava ligado ao nível energético
mais baixo da energia livre de Gibbs do sistema. Por outro lado, observa-se que é impossível
acessar todos os estados possíveis de uma proteína a fim de buscar a menor energia livre de
Gibbs em um tempo relativamente curto, já que o número de conformações cresce exponenci-
almente com o número de resíduos de aminoácidos [3]. Tal problema é conhecido na literatura
como paradoxo de Levinthal.
• o rearranjo ocorre de maneira difusa e segue uma brusca queda de altas energias para
baixas energias conformacionais;
Sob essa perspectiva, a superfície de energia pode ser associada a um funil par-
cialmente rugoso. Quanto mais baixo o nível de energia, mais próximo do estado nativo está o
sistema. Uma proteína caminha do seu estado desenovelado para o seu estado nativo dinami-
camente através dos caminhos presentes nesse funil, que são determinados pela forma e pela
rugosidade do relevo de energia da proteína. Quanto mais próximo do estado nativo, menor é
o número de estados acessíveis e isso permite que o estado nativo seja alcançado mais rapida-
mente [6].
Figura 1.1: Superfície de energia (à esquerda) e perfil de energia livre (à direita). Alguns estados
da proteína foram representados.
tos tem contribuído para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dessa teoria para sistemas mais
complexos.
Como o processo de enovelamento não ocorre por uma sequência de passos obri-
gatórios (pathways) intermediários (microestados), mas por uma multiplicidade de rotas dentro
do funil de enovelamento descrito por macroestados (ensemble) [8], podemos acompanhar a
evolução do enovelamento no funil através de parâmetros de ordem macroscópicos, ou seja,
uma coordenada de reação efetiva. A coordenada de reação normalmente é o número de conta-
tos corretos (nativos) (Q) numa conformação. Ela descreve quão próximo da sua estrutura nativa
está uma determinada conformação. Normalmente essa coordenada de reação generalizada é
normalizada, ou seja, se Q = 1, a conformação em questão é a estrutura nativa e enovelada da
proteína e, se Q = 0, tem-se uma proteína totalmente desenovelada.
na equação 1.1, de maneira geral ele pode depender da coordenada de reação generalizada (Q)
e da temperatura (T ), ou seja, D(Q, T ). Em uma determinada temperatura, esse coeficiente de
difusão configuracional local D(Q) depende da rugosidade da superfície de energia e reflete
o tempo para escapar de seus mínimos locais no sistema próximo da transição para a fase de
vidro.
A energia livre F(Q, T ) depende da competição entre dois termos, o termo ener-
gético que diminui à medida que ocorre o enovelamento e o termo entrópico que aumenta com
o enovelamento. Além disso, a energia livre é fortemente dependente da temperatura. Em altas
temperaturas, a função energia livre possui um vale com uma barreira de energia muito grande
e o tempo de enovelamento aumenta exponencialmente. Na temperatura de enovelamento, a
energia livre possui dois estados com uma pequena barreira termodinâmica que tem origem na
competição entre o termo entrópico e o energético, à medida que o sistema tende ao enovela-
mento. A baixas temperaturas, o tempo de enovelamento se comporta como uma exponencial
decrescente. Por isso o coeficiente de difusão D(Q,T) depende da temperatura e da coordenada
de reação e, dessa forma, o tempo de enovelamento dependerá das forças termodinâmicas que
o governam. O tempo de enovelamento em uma dada temperatura pode ser escrito como uma
integral dupla [10]:
Z Q f old Z Q β {F(Q)−F(Q0 )}
0e
τf = dQ dQ . (1.2)
Qun f 0 D(Q)
Para uma função de energia livre F(Q) com uma barreira bem definida, Qun f
corresponde ao vale de F(Q) onde a cadeia está desenovelada e Q f old é a coordenada de reação
para o outro vale onde a cadeia está enovelada.
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2 Objetivos
Objetivos específicos:
• Comparar esses dois métodos com o método desenvolvido pelo grupo com o potencial
harmônico.
11
3 Metodologia
Nos sistemas que serão estudados, uma pequena proteína globular real será sim-
plificada como um heteropolímero de 27 monômeros (equivalentes aos aminoácidos de proteí-
nas reais) em uma rede cúbica 3D. Os monômeros estão ligados covalentemente ao longo da
cadeia. Cada monômero pode ocupar somente um sítio na rede (condição de volume excluído).
A estrutura inicial desenovelada do heteropolímero é criada aleatoriamente na rede. A estrutura
maximamente compacta (enovelada) é um cubo de tamanho 3 × 3 × 3 com número máximo de
contatos igual a 28. Em [11] foram enumeradas todas as conformações maximamente compac-
tas desse polímero com 27 monômeros, encontrando um número total de 103346 cubos. Se
for determinado um potencial que favoreça a formação de contatos, uma conformação maxima-
mente compacta será o estado de menor energia.
Através desses dois modelos, nesse trabalho será estudada a dependência do co-
eficiente de difusão nos tempos de enovelamento de um heteropolímero em um sistema de rede
cúbica e em algumas proteínas reais (usando o modelo baseado no carbono-α).
13
4 Cronograma
Referências
5 ANFINSEN, C. B. Principles that govern the folding of protein chains. Science, JSTOR,
v. 181, n. 4096, p. 223–230, 1973.
6 BRYNGELSON, J. D. et al. Funnels, pathways, and the energy landscape of protein folding:
A synthesis. Proteins: Structure, Function, and Bioinformatics, Wiley Subscription Servi-
ces, Inc., A Wiley Company, v. 21, n. 3, p. 167–195, 1995. ISSN 1097-0134. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1002/prot.340210302>.
8 DILL, K. A. et al. Principles of protein folding — A perspective from simple exact models.
Protein Science, Cold Spring Harbor Laboratory Press, v. 4, n. 4, p. 561–602, 1995. ISSN
1469-896X. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1002/pro.5560040401>.
9 BRYNGELSON, J. D.; WOLYNES, P. G. Spin glasses and the statistical mechanics of pro-
tein folding. Proceedings of the National Academy of Sciences, National Acad Sciences,
v. 84, n. 21, p. 7524–7528, 1987.
10 KRAMERS, H. A. Brownian motion in a field of force and the diffusion model of chemical
reactions. Physica, Elsevier, v. 7, n. 4, p. 284–304, 1940.
12 OLIVEIRA, R. J. et al. The origin of nonmonotonic complex behavior and the effects
of nonnative interactions on the diffusive properties of protein folding. Biophysical journal,
Elsevier, v. 99, n. 2, p. 600–608, 2010.
16
14 LEE, C.-L. et al. Diffusion dynamics, moments, and distribution of first-passage time on
the protein-folding energy landscape, with applications to single molecules. Physical Review
E, APS, v. 67, n. 4, p. 041905, 2003.