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Como já sabemos, existem um conjunto de 20 aminoácidos que são encontrados nas proteínas dos
seres vivos, esses aminoácidos se juntam e formam ligações peptídicas dentro de nossos organismos
para desempenhar suas respectivas funções. A ligação entre dois aminoácidos ocorre de forma que o
c-terminal de um aminoácido se liga ao c-terminal do outro, neste processo ocorre a liberação de uma
molécula de água e a formação de uma ligação entre esses resíduos. Nessas ligações ocorre a
formação de ângulos, Phy e Psi, estes possibilitam que as ligações possuam um certo grau de
flexibilidade pela rotação em sua estrutura.
Considerando que uma proteína tenha apenas 100 aminoácidos e que cada resíduo possa adotar apenas
duas conformações, para cima e para baixo, teríamos cerca de 2100 conformações possíveis para
determinada proteína.
Se essa proteína levasse cerca de 1ps para passar de uma conformação para outra, levaria cerca de 3.9
x 1010 anos, no mínimo, para a proteína conseguir atingir o seu estado nativo, visto isso, seria
matematicamente impossível que essa proteína alcançasse esse estado apenas por mudanças aleatórias
em sua estrutura. Hoje sabemos que esse mecanismo é impossível de acontecer, ademais, o tempo
médio de enovelamento de uma proteína depois que a mesma é produzida dentro da célula ou de um
sistema artificial, ocorre na ordem de milisegundos a microsegundos.
Para produção de novas proteínas, inicialmente seria necessário entender como a estrutura primária da
proteínas iria se enovelar, para assim, alcançar determinado potencial energético que correspondesse
ao estado em que a proteína fosse capaz de desempenhar a sua função proteica. Visto que o
entendimento do processo de enovelamento ainda é pequeno, a síntese de novas proteínas ainda é
considerada utópica.
Atividade 2
Esse tipo de ligação, por exemplo, pode aumentar a estabilidade funcional de determinada enzima sob
condições ruins como; alta temperatura, baixa agitação e em solventes, quando comparadas com sua
forma nativa. Outro exemplo é a inutilização da enzima por modificações estruturais que afetam o sítio
ativo da mesma, culminando na perda de sua atividade.
Atividade 3
Outra forma de realizar esse tipo de processo é por meio de um vetor bacteriano, onde o pesquisador
retira determinada sequência do DNA bacteriano e substitui por uma sequência mutante que produzirá
um produto de interesse.
Seguindo exemplo citado em aula, podemos relacionar a atividade de determinada enzima presente em
um detergente com a sua estrutura nativa e mutada. Em um cenário onde determinado resíduo, Met
222, da enzima Substitulina têm sua atividade influenciada negativamente pela ação de oxidantes,
mutações sítio-dirigidas podem ser utilizadas para normalizar a atividade catalítica desta enzima, ou
seja, por meio de métodos de biologia molecular é possível deletar esse resíduo de (Met 222) da
enzima e substituir pontualmente por outro resíduo que faça com que a atividade não seja assim
influenciada de forma negativa. Esse processo pode ser utilizada industrialmente para obtenção de
enzimas “engenheiradas” mais eficientes para atuação em seus processos específicos.
Atividade 4
Baseado em conhecimentos pré estabelecidos como; base de dados de proteína, artigos e literatura
acerca da enzima em que o pesquisador estiver trabalhando. Esse tipo de design aborda de forma
precisa determinada proteína, isto é, neste tipo de processo pode-se realizar mutações pontuais para
formação de produto/atividades de interesse por meio de um processo denominado mutagênese
sítio-dirigida.
Nesse caso ocasionalmente o pesquisador têm uma enzima, proteína, onde aquele não conhece
especificamente como funciona o mecanismo de atuação, estrutura e características próprias daquela
enzima, visto isso, experimentos devem ser realizados não considerando características pontuais e
específicas da enzima em questão.
Atividade 5
Descreva os princípios das técnicas de DNA shuffling e Evolução Dirigida. Cite um exemplo de
enzima industrial desenvolvida ou aprimorada através de cada uma destas técnicas. Se
necessário, faça uma pesquisa na internet para responder a esta questão.
A técnica de DNA shuffling necessita de sequências homólogas que servirão de base para a produção
de moléculas recombinantes denominadas Biblioteca de DNA shuffling. Nesse processo, graças a
similaridade entre as sequências iniciais, outros fragmentos poderão recombinar de forma a produzir
fragmentos híbridos e melhorados quando comparados as sequências homólogas iniciais.
O processo de DNA shuffling pode ser dividido em quatro etapas denominadas; seleção dos
homólogos, quebra enzimática dos genes, ciclos de PCR sem a adição de primers para que ocorra
recombinação e amplificação das sequências por PCR com adição de primers.
Etapa de seleção
Nessa etapa os genes devem ser escolhidos para criação da biblioteca, tamanho dos fragmentos,
temperatura de reação e quantidade de processos de PCR, todos atuaram de forma a influenciar a
diversidade gênica do processo em questão.
Etapa de fragmentação
O processo pode ocorrer de duas formas, a primeira acontece pela ação de enzimas randômicas, DNase
I, que atua na fragmentação da fita em posições aleatórias. A segunda é baseada na fragmentação não
randômica, ou seja, pela utilização de enzimas de restrição que atuarão em regiões específicas da fita
de DNA, podendo assim prever o número de fragmentos e tamanho dos mesmos. Vale salientar que no
processo randômico, o número de fragmentos e tamanho dos mesmos não são quantificados com
exatidão. Ainda no processo de fragmentação, a técnica de eletroforese em gel de agarose se torna
essencial para purificação do intervalo de interesse da proteína.
Nessa etapa os fragmentos resultantes dos homólogos pode se recombinar e formar híbridos, gerando
assim DNA para a biblioteca. Outro parâmetro atuante na etapa é a reação cíclica de desnaturação,
pareamento e extensão do fragmento para obtenção do produto desejado.
Na fase de desnaturação, a dupla fita de DNA inicial é submetida a altas temperaturas que quebram as
ligações de hidrogênio entre as fitas produzindo assim duas fitas simples.
Posteriormente ocorre a fase de pareamento onde os fragmentos desnaturados irão parear novamente,
nesta etapa pode ocorre pareamentos homoduplex, quando os fragmentos unidos são derivados do
mesmo homólogo e heteroduplex, quando os fragmentos unidos são derivados de homólogos
diferentes. Quanto maior a taxa de heteroduplex, maior a diversidade gênica resultante do processo.
Por fim o processo de extensão é realizado por meio de enzima DNA polimerase que de fato irá
formar a dupla fita de DNA.
Etapa de amplificação
Fragmentos resultantes do processo anterior são submetidos a uma reação de PCR para amplificação
dos fragmentos recombinados. Finalmente os fragmentos são clonados e adicionados a biblioteca de
recombinantes.
Existem dois tipos de inibidores de alfa-amilase em Phaseolos vulgares, onde a Zabrotes subfasciatus é
inibida pelo inibidor dois (α-AI-2), já a α-amilase pancreática de porca é inibida pelo inibidor um
(α-AI-1).
Por meio de uma método teórico ou design racional, mutagênese sítio dirigidas promoveram a
produção de quatro tipos de mutantes de α-AI-2. Destes mutantes duas alças foram identificadas como
importantes no processo de determinação de especificidade, porém, apenas essas mudanças não foram
o suficientes para sanar todas as necessidades para com a enzima. Neste cenário a técnica de DNA
shuffling foi utilizada para produção de diversas variedades de recombinantes utilizando os homólogos
α-AI-2 e α-AI-1. Por fim os mutantes foram clonados em vetores de expressão, fagos e transformados
em E. coli para análise das mutações, os resultados mostraram eficiência no processo e os clones
foram introduzidos na biblioteca de DNA shuffling.
Evolução dirigida
Na primeira, genes clonados durante a PCR serão modificados em áreas pontuais aleatórias. Para que
erros aconteçam, modificações nas reações condicionais são realizadas de forma que os
oligonucleotídeos sejam inseridos com o maior número de erros pela enzima DNA pol. As
modificações reacionais vão diminuir a propriedade de pareamento de bases, dessa forma, a taxa de
mutação aumenta a uma taxa de 104 ~103 por base replicada por ciclo.
Basicamente os processos envolvidos na evolução dirigida são similares aos processo do DNA
shuffling, utilizando enzimas de restrição e PCR com ou sem adição de primers, visto isso, uma das
diferenças entre as duas técnicas é que na segunda, a partir de menos clones é possível encontrar mais
características desejáveis quando comparada a primeira que de vários clones são filtradas as
características desejadas.
De todos os clones gerados no processo, alguns são selecionados e submetidos a outras cargas de
processos cujo objetivo é filtrar as características desejadas pelo pesquisador, visto isso, quanto maior
a quantidade de processos direcionados a enzima, maior a filtragem dessas enzimas e menor a
quantidade de clones no final do processo.
Esse fármaco é utilizado no tratamento de diabetes do tipo II, onde por meio de modificações no sítio
catalítica da enzima ω-transaminase, maiores quantidades de substratos passaram a ser aceitos pela
mesma.
Neste processo foram realizados 27 mutações com o objetivo de acomodar uma cetona precursora de
prositagliptina no sítio catalítico da enzima, essas mutações utilizaram diversas bibliotecas e foram
responsáveis pelo aumento do menor bolsão da enzima e uma série de mutagêneses em vários trechos
da mesma.
Quando comparada com a enzima anterior, a nova apresentou um rendimento maior de 10% e
aumento de 56% na sua produtividade.