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Universidade Federal do Pará

Instituto de Ciências Biológicas


Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Oscar Vinícius Moraes dos Santos

Estudo dirigido do artigo “Structure of filamentous viruses infecting


hyperthermophilic archaea explain DNA stabilization in extreme environments”
de Wang e colaboradores.

01. Qual a diferença entre as formas A, B e Z do DNA? Os vírus analisados por Wang e
colaboradores possuem que tipo de forma?

R: Primeiramente, as formas A e B são dextrogiras, ou seja, giram para a direita,


enquanto o Z-DNA apresenta giro para a esquerda.
O DNA apresenta a forma A, quando se encontra em um meio com altas concentrações
de sais ou em estado de desidratação parcial. É uma molécula composta por 11 pares de
bases, além de ser uma dupla hélice mais robusta. O B-DNA por sua vez, apresenta por
volta de 10,4 pares de base por molécula., e ao contrário do A-DNA, essa conformação
é encontrada em soluções onde existe uma baixa concentração de sais.
O Z-DNA é a única conformação descoberta até o momento que é levogira. O Z-DNA
está presente em moléculas que são ricas em G:C e que apresentam resíduos de purinas
e pirimidinas alternados. Além disso, difere das outras conformações por apresentar por
volta de 12 pares de bases e ter 1,8 nm de diâmetro, além de ter um único sulco
profundo.
Os vírus encontrados no estudo de Wang e colaboradores tem a conformação do A-
DNA.

02. Por que a forma A é mais comumente encontrando em organismos que vivem em
ambientes extremos?
R: Aparentemente, com a desidratação, o DNA é encolhido até chegar em sua forma A,
protegendo o DNA em uma forma mais compacta de ambientes extremos. Inclusive,
existe a forte possibilidade que esse tipo de DNA seja uma adaptação de vírus
hipertermofílicos às condições ambientais em que são encontrados.

03. Descreva a estrutura do vírus SSRV1 analisada por Wang e colaboradores.


Explicando de que forma o DNA interage com a Principal Proteína do Capsídeo (Major
Capsid Protein – MCP).
R: Primeiramente, o vírus apresenta um dímero simétrico de proteínas, o qual reveste
12pb de A-DNA, possuindo assim uma simetria helicoidal. Essa simetria relaciona a fita
5’-3’ com a fita 3’-5’ vertente. Além do mais, essa simetria helicoidal permite uma
preservação muito bem feita dos 12 pb de DNA do genoma. Ademais, o DNA tem uma
torção nativa contentando 11,2 pb por volta. O superenrolamento do DNA do Vírion
conta com 14,67 unidades assimétricas por volta da hélice do DNA. A torção nativa do
DNA é portanto, composta por 528 pb em 44 voltas (44 voltas locais mais três voltas
super condensadas.
Com isso foi descoberto que a gp10 de 108 aa não funciona como uma MCP. A proteína
mais indicada para essa posição é a gp11, a qual compartilha cerca de 80% de
identidade com a sequencia da MCP do SIRV2.
Ao focar na MCP, percebe-se que essa proteína, apesar de estar desordenada em
algumas regiões, apresenta diversos resíduos N-terminais polares no SSRV1, fazendo
contato com a estrutura do fosfato do DNA. Com essas ligações a MCP protege e regula
o A-DNA viral para manter sua integridade. Além do mais, pode-se ver moléculas de
água ligadas aos grupos fosfato, criando cristais, ou seja, os esses grupos estão
presumivelmente fazendo ligações com essas águas ou cadeias de proteínas adjacentes.
As colunas de água que se ligam nos sulcos menores do B-DNA, que teriam a função de
hidratar a molécula, não existe nesse caso, demonstrando assim característica evolutiva
da forma A do DNA para a sobrevivência em locais extremos.

04. Explique uma possível aplicação biotecnológica para as MCPs descritas pelos
autores.
R: Creio que pela função de manutenção do DNA, uma MCP pode ser utilizada para o
aumento da viabilidade da vida humana quando em contato com radiação ou outro fator
que cause mutação gênica, por meio de terapia gênica. Ao conseguir induzir as MCPs a
se ligarem em pontos específicos que irão inibir a divisão celular forçada a humanidade
poderia trabalhar em ambientes mais hostis nos quais teria a possibilidade de achar
descobertas incríveis.

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