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TRABALHO
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SUMÁRIO
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1 CONTEXTO HISTÓRICO | SEGURANÇA NO TRABALHO
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observações, relacionando métodos de trabalho e substâncias manuseadas com
doenças. Citando na sua obra, a silicose e as intoxicações pelo chumbo e pelo
mercúrio sofridas pelos mineiros e fundidores de metais (RODRIGUES, 1982;
NOGUEIRA, 1979; PIN, 1999).
Os registros encontrados, a segurança e a saúde no trabalho também não eram
motivos de preocupação para a grande maioria dos empregadores, pois os trabalhos
pesados e manuais ficavam restritos aos escravos ou aos cidadãos de classes menos
favorecidas da sociedade.
Somente em meados de 1700, na cidade de Modena, Itália, o médico italiano
Bernardino Ramazzini. Publicou uma importante obra a respeito do assunto, a De
Morbis Artificium Diatriba – As Doenças do Trabalho. Consistia em um verdadeiro
tratado sobre doenças ocupacionais, no qual estavam descritas pelo menos 50
ocupações e as respectivas medidas que deveriam ser tomadas no intuito de reduzir
os perigos à saúde dos trabalhadores. Essa publicação foi considerada pioneira e
serviu como base para o desenvolvimento da medicina ocupacional, por isso
Bernardino Ramazzini é visto até os dias atuais como o “pai da medicina ocupacional”.
Algo interessante ser mencionado é que, nessa época, já existia na sociedade
europeia a crença de que as doenças ocupacionais causavam perdas de
produtividade e, consequentemente, de dinheiro advindo do trabalho. Em 1776, o
economista Adam Smith, publicou a obra A Riqueza das Nações. Em um dos trechos
do livro, o economista nos diz:
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1.2 Revolução Industrial
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Além das difíceis condições de trabalho, nasceu o receio de que a mão de obra
humana fosse totalmente substituída pelas máquinas, o que desencadeou o primeiro
movimento de luta operária, iniciado pelos trabalhadores que passaram a reivindicar
seus direitos associando-se a sindicatos, recusando-se a desempenhar suas
atividades laborais e resistindo ao controle dos gerentes. Essa revolta forçou os
empresários capitalistas a pensarem em novas formas de organizar o trabalho.
Essa foi uma época foi marcada por diversos movimentos sociais e trabalhistas,
pressionando assim legisladores e políticos. Surgiram, dessa maneira, as legislações
e proteções aos trabalhadores, que permitiram que as atividades fossem
regulamentadas. Ainda assim, as mudanças ocorreram de forma muito lenta e
gradual. Onde as primeiras ações de regulação jurídica dos direitos trabalhistas,
surgiu o Direito do Trabalho, que se destina a proteger os trabalhadores do
esgotamento, estabelecendo limites para as horas laborais e garantias mínimas contra
demissões por meras razões econômicas ou decorrentes do arbítrio patronal. As
empresas foram obrigadas a melhorar as condições de higiene e segurança, e foram
criados sistemas de pensões, de reforma e de seguro contra acidentes ou
desemprego. Sendo criadas também legislações de proteção mais rigorosas para
mulheres e crianças, os quais eram muito explorados.
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denúncias de trabalhadores, levaram à publicação de legislações voltadas à proteção
do trabalhador.
Destacou-se a seguir alguns registros que foram responsáveis por influenciar
na elaboração das legislações brasileiras:
1918: Decreto no 3.550, cria o Departamento Nacional do Trabalho,
regulamentando a organização do trabalho;
1919: Decreto Legislativo no 3.724, institui a reparação em caso de doença
contraída pelo exercício do trabalho; é conhecido como a primeira lei sobre
acidentes de trabalho;
1920: reforma “Carlos Chagas”, incorpora a Higiene do Trabalho ao âmbito da
saúde pública por meio do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP),
órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Higiene do
Trabalho, ou Higiene Ocupacional, é um termo relacionado à área de
Segurança e Saúde no Trabalho, mais especificamente ao combate das
doenças ocupacionais;
1923: Decreto no 16.027, cria o Conselho Nacional do Trabalho e a Inspetoria
de Higiene Industrial e Profissional junto ao Departamento Nacional de Saúde,
no Ministério da Justiça e Negócios Interiores;
1930: Decreto no 19.433, cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
desenvolvendo dispositivos regulamentadores das condições de trabalho, da
organização sindical e da previdência social;
1934: Decreto Legislativo no 24.637, cria a Inspetoria de Higiene e Segurança
do Trabalho, tornando-se conhecido como a segunda lei sobre acidentes de
trabalho;;
1938: a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho se transforma em
Serviço de Higiene do Trabalho, passando, em 1942, a denominar-se Divisão
de Higiene e Segurança do Trabalho;
1938: fundação da American Conference of Governmental Industrial Hygienists
(ACGIH), denominada, na ocasião, de National Conference of Governmental
Industrial Hygienists;
1943: pelo Decreto-lei no 5.452, de 1o de maio, entra em vigor a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), com capítulo específico dedicado a Higiene e
Segurança do Trabalho;
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1944: Decreto no 7.036, institui a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA);
1953: Recomendação no 97 da OIT sobre “Proteção da Saúde dos
Trabalhadores”;
1953: Portaria no 155, regulamenta as ações da CIPA;
1956: Decreto Legislativo aprova a Convenção no 81 – Fiscalização do
Trabalho, da OIT;
1959: Conferência Internacional do Trabalho aprova a Recomendação n o 112,
que trata dos Serviços de Medicina do Trabalho;
1966: Lei no 5.161, cria a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e
Medicina do Trabalho (Fundacentro), posteriormente denominada Fundação
Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho;
1978: Portaria no 3.214, aprova as Normas Regulamentadoras (NRs) do
Capítulo V, Título II, da CLT, referentes a segurança e medicina do trabalho;
após a aprovação provida pela referida Portaria, foram viabilizadas legalmente
e editadas 28 Normas Regulamentadoras, as quais sofreram várias alterações
ao longo do tempo, até os dias atuais, inclusive com a inclusão das demais
NRs, Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho;
1988: promulgada a Constituição Federal do Brasil e criadas as Normas
Regulamentadoras Rurais (NRRs).
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O termo “trabalho decente”, formalizado pela OIT em 1999, tem como
finalidade, o respeito aos direitos do trabalhador, em especial aqueles definidos como
essenciais pela Declaração Relativa aos Direitos e Princípios Fundamentais no
Trabalho e que são os quatro objetivos estratégicos dessa organização:
Foi por meio da OIT que passaram a surgir diversos tratados internacionais que
visavam promover a melhoria das condições de segurança e saúde no trabalho.
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2 OS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
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funções em condições inseguras, sem qualidade de vida, participando ativamente das
cobranças e sugestões de melhorias para o ambiente de trabalho.
Nos dias que correm, o profissional especializado na área de segurança e
saúde no trabalho não atua apenas com o objetivo de prevenir acidentes e cumprir a
legislação vigente, mas também acrescenta valores ao negócio da organização por
meio de ações de segurança e saúde que levam à redução das despesas com
doenças ocupacionais e afastamentos, acidentes de trabalho e reclamações
trabalhistas, os quais, ainda que de forma indireta, podem afetar os custos do produto
ou serviço final destinado aos clientes.
Após anos de muito trabalho, experiência, atualização e criação de leis, normas
e procedimentos, o Brasil tornou-se referência para muitos países na área de
segurança e saúde no trabalho, com modelos exemplares de legislação, literaturas
específicas e cases de sucesso apresentados internacionalmente.
Apesar da posição de prestígio conseguida ao longo do tempo, ainda hoje
estamos entre os líderes mundiais de acidentes de trabalho, atrás apenas da China,
EUA e Rússia. Essa aparente contradição se deve ao fato de que estamos passando
por constante desenvolvimento em diversas áreas de negócios, como, por exemplo,
o segmento da construção civil e energias, além de empresas e trabalhadores ainda
não terem naturalizado a cultura de segurança e saúde no trabalho.
O Anuário Estatístico da Previdência Social apresenta os números de acidentes
de trabalho no país durante o ano. Na Figura 1 são apresentados os números de
acidentes de trabalho entre os anos de 2005 e 2014.
A Figura 1 demonstra que o índice de acidentes de trabalho no Brasil ainda é
bastante elevado. Vale destacar que esses números, disponibilizados pela
Previdência Social, são oficiais, ou seja, consideram apenas as notificações de
ocorrências relativas a trabalhadores que possuem trabalho formal, ou seja, registro
em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
Se considerarmos todas as ocorrências de acidentes, notificadas ou não,
incluindo os referentes a trabalhadores que não possuem registro na CTPS, esse
número poderia ser bem maior. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em pesquisa realizada em parceria com o Ministério da Saúde, o
número de acidentes de trabalho entre 2012 e 2013, envolvendo trabalhadores com
ou sem registro em carteira de trabalho, está próximo de 5 milhões, ou seja, um
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número muito superior ao que foi apresentado pela Previdência Social para o mesmo
período.
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O SESMT tem a sua existência jurídica assegurada nas empresas, em nível de
legislação ordinária, por meio do Art. 162 da CLT:
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Engenheiro de 1* 1 1 1*
segurança do trabalho
Auxiliar de enfermagem 1 1 1 1
do trabalho
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 1
3 Técnico de segurança 1 2 3 4 6 8 3
do trabalho
Engenheiro de 1* 1 1 2 1
segurança do trabalho
Auxiliar de enfermagem 1 2 1 1
do trabalho
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1 1 2 1
4 Técnico de segurança 1 2 3 4 5 8 10 3
do trabalho
Engenheiro de 1* 1* 1 1 2 3 1
segurança do trabalho
Auxiliar de enfermagem 1 1 2 1 1
do trabalho
Enfermeiro do trabalho 1
Médico do trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
*Tempo parcial (mínimo de 3 h). **O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em
consideração o dimensionamento de faixas de 3.501 a 5.000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s)
de 4.000 ou fração acima de 2.000.
Observação: hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e
estabelecimentos similares com mais de 500 empregados deverão contratar um enfermeiro em tempo
integral.
Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência Social. Alterada pela Portaria SSMT n o 34, de 11 de
dezembro de 1987.
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intuito de estabelecer a segurança e a saúde no trabalho, prevenir acidentes e
doenças ocupacionais, melhorar a qualidade de vida dos profissionais, bem como
preservar o meio ambiente e o patrimônio da empresa.
Adiante veremos a importância de cada um dos profissionais do SESMT, suas
atribuições no campo de trabalho, remuneração e número mínimo de profissionais
necessários de acordo com o GR da empresa, entre outras informações mais
específicas.
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A referida NR foi revogada pela Portaria no 262, de 29 de maio de 2008, sendo
o registro profissional de técnico de segurança do trabalho regulado, a partir de então,
por tal portaria.
As atividades desempenhadas pelo técnico de segurança do trabalho estão
descritas na Portaria no 3.275, de 21 de setembro de 1989. Esse profissional deve
dedicar-se a desempenhar exclusivamente as atribuições descritas nessa portaria,
não sendo permitido o exercício de nenhuma outra função paralela ou similar e que
não esteja estabelecida em lei.
De acordo com o Art. 1o da portaria, o técnico de segurança do trabalho é
responsável pelas seguintes atribuições:
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XII. Executar as atividades ligadas a segurança e higiene do trabalho
utilizando métodos e técnicas científicos, observando dispositivos legais e
institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução permanente
dos riscos de acidentes do trabalho e a melhoria das condições do ambiente,
para preservar a integridade física e mental dos trabalhadores;
XIII. Levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho,
doenças profissionais e do trabalho, calcular a frequência e a gravidade
destes para ajustes das ações prevencionistas, normas, regulamentos e
outros dispositivos de ordem técnica que permitam a proteção coletiva e
individual;
XIV. Articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos
humanos, fornecendo-lhes resultados de levantamentos técnicos de riscos
das áreas e atividades para subsidiar a adoção de medidas de prevenção em
nível de pessoal;
XV. Informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubres,
perigosas e penosas existentes na empresa, seus riscos específicos, bem
como as medidas e alternativas de eliminação ou neutralização dos mesmos
XVI. Avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que
subsidie o planejamento e a organização do trabalho de forma segura para o
trabalhador;
XVII. Articular-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção
de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho;
XVIII. Participar de seminários, treinamentos, congressos e cursos visando
ao intercâmbio e ao aperfeiçoamento profissional.
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de segurança do trabalho. Todo o processo de credenciamento das instituições de
ensino que ofertam o curso de especialização, devem ser aprovados pelo CREA.
Não há no Brasil um sindicato específico para engenheiros de segurança do
trabalho, que, por isso, fazem parte do sindicado dos engenheiros em geral. O que
existe em alguns estados são associações específicas para engenharia de segurança;
em São Paulo, por exemplo, temos a Associação Paulista dos Engenheiros de
Segurança do Trabalho (APAEST), cuja missão consiste na “atuação na defesa de
seus associados, fortalecer a engenharia de segurança do trabalho, promover o
desenvolvimento sustentável na comunidade, incluindo a melhoria das condições de
trabalho e a preservação do meio ambiente e da integridade física dos trabalhadores”.
Por se tratar de uma profissão regulamentada, existem diversas leis e
resoluções referentes à Engenharia de Segurança do Trabalho. A principal delas é a
Resolução no 325, de 27 de novembro de 1987, que “dispõe sobre o exercício
profissional, o registro e as atividades do engenheiro de segurança do trabalho, e dá
outras providências”.
O Art. 1o dessa resolução trata do exercício da especialização de engenheiro
de segurança do trabalho, que é permitido, exclusivamente:
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2. Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das
instalações e equipamentos, com vistas especialmente aos problemas de
controle de risco, controle de poluição, higiene do trabalho, ergonomia,
proteção contra incêndio e saneamento;
3. Planejar e desenvolver a implantação de técnicas relativas a
gerenciamento e controle de riscos;
4. Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos técnicos
e indicar medidas de controle sobre grau de exposição e agentes agressivos
de riscos físicos, químicos e biológicos, tais como: poluentes atmosféricos,
ruídos, calor, radiação em geral e pressões anormais, caracterizando as
atividades, operações e locais insalubres e perigosos;
5. Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo
medidas preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos, inclusive
com respeito a custos;
6. Propor políticas, programas, normas e regulamentos de segurança do
trabalho, zelando pela sua observância;
7. Elaborar projetos de sistemas de segurança e assessorar a elaboração de
projetos de obras, instalações e equipamentos, opinando do ponto de vista
da engenharia de segurança;
8. Estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando seus pontos
de risco e projetando dispositivos de segurança;
9. Projetar sistemas de proteção contra incêndio, coordenar atividades de
combate a incêndio e de salvamento e elaborar planos para emergência e
catástrofes;
10. Inspecionar locais de trabalho no que se relaciona com a segurança do
trabalho, delimitando áreas de periculosidade;
11. Especificar, controlar e fiscalizar sistemas de proteção coletiva e
equipamentos de segurança, inclusive os de proteção individual e os de
proteção contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade e eficiência;
12. Opinar e participar da especificação para aquisição de substâncias e
equipamentos cuja manipulação, armazenamento, transporte ou
funcionamento possam apresentar riscos, acompanhando o controle do
recebimento e da expedição;
13. Elaborar planos destinados a criar e desenvolver a prevenção de
acidentes, promovendo a instalação de comissões e assessorando-lhes o
funcionamento;
14. Orientar o treinamento específico de segurança do trabalho e assessorar
a elaboração de programas de treinamento geral, no que diz respeito à
segurança do trabalho;
15. Acompanhar a execução de obras e serviços decorrentes da adoção de
medidas de segurança, quando a complexidade dos trabalhos a executar
assim o exigir;
16. Colaborar na fixação de requisitos de aptidão para o exercício de funções,
apontando os riscos decorrentes desses exercícios;
17. Propor medidas preventivas no campo de segurança do trabalho, em face
do conhecimento da natureza e gravidade das lesões provenientes do
acidente de trabalho, incluídas as doenças do trabalho;
18. Informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por meio de
seus representantes, as condições que possam trazer danos à sua
integridade e as medidas que eliminam ou atenuam estes riscos e que
deverão ser tomadas.
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De acordo com a NR-4, as empresas são obrigadas a manter em seu quadro
de funcionários o auxiliar de enfermagem do trabalho. Tem se tornado comum, porém,
que as instituições de ensino deixem de formar o auxiliar de enfermagem do trabalho,
dando exclusividade apenas para o técnico de enfermagem do trabalho, o que, para
as empresas, acaba se tornando um bom negócio, pois terão a possibilidade de
contratar um profissional mais especializado. Hoje, quem inicia o curso de auxiliar de
enfermagem acaba dando preferência ao curso técnico, ao passo que os auxiliares já
formados estão voltando para escola para complementar sua formação por meio do
curso de formação e de especialização de nível técnico.
A inclusão do auxiliar de enfermagem do trabalho junto à equipe de saúde
ocupacional ocorreu em 1972 por meio da Portaria n o 3.237 do MTE, que tratava da
obrigatoriedade da existência dos SESMT no Brasil.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Conselho Regional de
Enfermagem (Coren) são os responsáveis pelos critérios de formação, registro e
fiscalização desses profissionais. Existem diversas leis e resoluções pertinentes à
enfermagem do trabalho; a Resolução no 238/2000 do Cofen “fixa normas para a
qualificação em nível médio de enfermagem do trabalho e dá outras providências”.
Esse profissional integra o SESMT com a finalidade de promover a saúde do
trabalhador no ambiente de trabalho, auxiliando os demais profissionais do SESMT.
De acordo com a Lei no 7.498/1986, que “dispõe sobre a regulamentação do exercício
da Enfermagem”, esse profissional deve atuar sob a supervisão de um enfermeiro do
trabalho no atendimento ambulatorial, além de exercer as seguintes atividades:
Atender o trabalhador;
Auxiliar nos exames admissionais;
Atender as emergências e oferecer primeiros socorros;
Coletar materiais para exames quando necessário;
Fazer encaminhamento de exames laboratoriais;
Preparar o empregado para a realização de exame médico;
Auxiliar nas campanhas educativas e eventos de segurança e saúde no
trabalho, como, por exemplo, campanhas de prevenção a diabetes, doenças
sexualmente transmissíveis (DST), tabagismo, hipertensão, obesidade,
alcoolismo e drogas ilícitas;
Controlar e preparar equipamentos;
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Organizar, controlar e arquivar documentos médicos.
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O técnico e o auxiliar de enfermagem do trabalho auxiliam o SESMT no
desenvolvimento de projetos, aplicando técnicas que visam à prevenção e ao controle
de doenças do trabalho, auxiliando na investigação de acidentes, quando necessário,
e na realização de treinamentos específicos relacionados à saúde dos trabalhadores.
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de absenteísmo, fazem levantamentos de doenças profissionais e lesões
traumáticas, procedem a estudos epidemiológicos, coletam dados estatísticos
de morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigando possíveis relações
com as atividades funcionais, para obter continuidade operacional e aumento
da produtividade;
Executar e avaliar programas de prevenções de acidentes e de doenças
profissionais ou não profissionais, fazendo análise da fadiga, dos fatores de
insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da mulher,
para propiciar a preservação de integridade física e mental do trabalhador;
Prestar primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou
doença, fazendo curativos ou imobilizações especiais, administrando
medicamentos e tratamentos e providenciando o posterior atendimento médico
adequado, para atenuar consequências e proporcionar apoio e conforto ao
paciente;
Elaborar e executar ou supervisionar e avaliar as atividades de assistência de
enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento
ambulatorial, no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando
medicamentos prescritos, curativos, inalações e testes, coletando material para
exame laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para reduzir o
absenteísmo profissional;
Organizar e administrar o setor de enfermagem da empresa, provendo pessoal
e material necessários, treinando e supervisionando auxiliares de enfermagem
do trabalho, atendentes e outros, para promover o atendimento adequado às
necessidades de saúde do trabalhador;
Treinar trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado
ao tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes;
Planejar e executar programas de educação sanitária, divulgando
conhecimentos e estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir
doenças profissionais, mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar
informes para subsídios processuais nos pedidos de indenização e orientar em
problemas de prevenção de doenças profissionais.
Além das funções definidas pela CBO, é também sua função registrar dados
estatísticos de acidentes e doenças profissionais, mantendo cadastros atualizados, a
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fim de preparar informes para subsídios processuais nos pedidos de indenização e
orientar em problemas de prevenção de doenças profissionais.
Essa é uma especialidade que trata das relações entre a saúde dos
trabalhadores no seu campo de trabalho. Cuidando da prevenção de acidentes,
doenças ocupacionais e do trabalho, desenvolvendo programas apropriados de
segurança, saúde e qualidade de vida no trabalho. Para proporcionar aos
trabalhadores o bem-estar nos âmbitos sociais e profissionais.
O médico do trabalho é o profissional graduado em Medicina e especialista em
Medicina do Trabalho. Dentro de uma empresa, é o responsável por área médica,
procedimentos de saúde, realização de consultas e atendimentos médicos, tratamento
e acompanhamento das doenças dos profissionais, negociação com empresas,
implantação e acompanhamento de ações de prevenção de doenças e promoção da
saúde dos trabalhadores, por meio de programas e serviços de saúde, efetuando
perícias e auditorias médicas e elaborando documentos de medicina do trabalho.
Entre as demais tarefas do médico do trabalho estão elaboração, implantação
e implementação do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO),
que se baseia nas informações apresentadas no Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA) desenvolvido pelo engenheiro de segurança do trabalho e pelo
técnico de segurança do trabalho.
Dentre as atribuições do médico do trabalho, temos: as investigações de
acidentes e doenças ocupacionais e do trabalho; elaboração a comunicação de
acidente de trabalho (CAT); avaliações ergonômicas; auxilio na elaboração do Laudo
Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) e dos laudos de insalubridade
e periculosidade; dentro outros.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Diniz MH. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil. vol. 7. 29. ed. São
Paulo: Saraiva; 2015.
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