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UEPA

Prof. Vladimir Almeida


Fisioterapeuta

PARAGOMINAS
2012
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1. PERSPECTIVAS HISTÓRICAS

As palavras do francês moderno masser (verbo) e massage (substantivo) podem


ser derivado de qualquer uma das três raízes srcinais, ou seja, da palavra hebraica
mashesh,da palavra árabe mass,ou da palavra grega massin. Embora obviamente de srcem
francesa, masseur (masculino) e masseuse (feminino) foram introduzidas na língua inglesa
para denotar os que praticam a massagem.
A massagem é mencionada como uma forma de tratamento nos registros
médicos mais antigos, e seu uso persistiu durante toda a historia escrita. Textos de
médicos, filósofos, poetas e historiadores mostram que alguma forma de fricção ou de
unção era utilizada desde a mais remota antiguidade nas culturas em todo o mundo. A
história da massagem é extensa e complexa. Neste capitulo, apresentamos uma visão geral
de sua cronologia.

1.1 Aspectos Gerais da História da Massagem

Época pré-histórica
Apesar de existir pouca evidência de que a massagem era praticada como
uma arte curativa nos tempos pré-históricos, parece muito provável que isto ocorresse.
Existe certa qualidade instintiva para o uso das mãos num movimento de fricção e
compressão, que é tanto calmante como confortante. De fato, observa-se que muitas
espécies animais, especialmente os primatas, tem um comportamento de contato (coçar,
cuidar dos pêlos); embora este comportamento não seja necessariamente terapêutico,
certamente faz parte do repertório comportamental de muitas espécies. Em suma, o contato
como atividade tem sua gênese num ponto muito remoto da evolução humana.
Embora esta cultura antiga tenha pouca ou nenhuma história registrada, com
quase absoluta certeza podemos afirmar que as técnicas de massagem faziam parte de sua
“cultura médica”. Certamente, os humanos pré-históricos eram capazes de praticar uma
forma de medicina bastante sofisticada, inclusive a cirurgia cerebral. A prática bem
conhecida de remover pequenos círculos de osso do crânio, chamada trepanação,
demonstra claramente que os praticantes daquela época tinha grande capacidade de
realizar tarefas médicas complexas. Eles eram não só capazes de fazer orifícios nos crânios
de seus “pacientes”, mas também eram capazes de realizar esta pratica mais de uma vez na
mesma pessoa. Além disso, os achados antropológicos demonstram claramente que muitas
pessoas sobreviviam a esse procedimento. Então, como não acreditar que uma cultura capaz
desse nível de pratica cirúrgica deve ter descoberto, muito tempo antes, os benefícios
consideráveis e óbvios de atividades similares á massagem.
História Antiga
O uso de técnicas de massagem manual em muitas culturas antigas está
sobejamente registrado em documentos pictóricos e escritos. Por exemplo, na época de
Hwang Ti, o Imperador amarelo (que morreu em 2599 a.C.), foi escrito o grade tratado
médico chinês conhecido como Nei Ching (por volta de 2760 a.C.). Esta obra contém
descrições
quantidade dedetalhadas
descriçõesdedetalhadas
procedimentos semelhantes
de seu uso. A massagemá massagem,
também estáedescrita
uma enorme
em um
dos primeiros dos grandes textos médicos da Índia antiga, os livros Ayur-Veda da sabedoria
(cerca de 1800 a.C.). Quase todas as grandes culturas antigas do mundo descreveram, com
certo detalhamento, os usos e benefícios da massagem, que freqüentemente era combinada
com outros tipos de tratamento tradicional, sobretudo os tratamentos por banhos. As
culturas egípcia, persa e japonesa, em particular, enfatizavam muito o uso da massagem e
destes tratamentos correlatos.
Os gregos antigos usavam amplamente a massagem para manter a saúde física
e, para assegurar uma beleza duradoura. Homero descreveu na odisséia como soldados
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“dilacerados pela guerra” erram massageados, o que lhe trazia de volta a saúde. Hipócrates
(460-360 a.c.) também escreveu sobre esse assunto, tendo descrito muitos dos usos da
massagem na prática médica.
Os gregos antigos, talvez mas que as outras culturas, são responsáveis por dar á
massagem tamanho grau de aceitação social. Este povo estabeleceu casas de banho muito
sofisticadas, onde havia possibilidade de práticas de exercícios, massagem e banhos, mas os
seus clientes amavam mais a luxuria, em vez de buscar a saúde.
Os romanos herdaram boa parte da tradição da massagem dos gregos e essa
prática era amplamente utilizada, especialmente em conjuntos com banhos quentes. Galeno
(131-201 d.C.), o médico mais famoso do Império romano, escreveu extensamente sobre o
tópico da massagem, tendo descrito diversos modos pelos quais a massagem poderia ser
administrada. O uso da massagem teve continuidade no inicio da idade média, porém sua
prática sofreu algum declínio na Europa e na Ásia. Esta era ficou conhecida como a “Idade
das trevas”, e duranteeste período foram abandonados muitos aspectos da cultura e prática
antigas.

História Moderna da Massagem Terapêutica


(Europa, principalmente Grã-Bretanha)

Grande parte da cultura e tradição antiga na medicina e na ciência se perdeu


durante a Idade Média e foi somente durante o século XVI que alguns dos métodos mais
antigos da prática médica voltaram a ser empregados. Avanços no estudo da anatomia e
fisiologia possibilitaram que os cientistas da época compreendessem mais a cerca dos
efeitos e usos de algumas dessas tradições mais antigas. Ambroise Paré (1518-1590), o
famoso cirurgião francês, encontrava-se entre os primeiros autores a levar em consideração
e a discutir os efeitos da massagem.
A descoberta da circulação sangüínea por Harvery, em 1628 contribuiu para
aumentar a aceitação da massagem, como medida terapêutica. Apesar desses avanços
aparentemente importantes, os tratamentos por massagem não se tornaram populares em
toda a Europa até o século XVIII. Naquela época, dois dos mais notáveis expoentes do
tratamento eram alemães: Hoffmann (1660-1742) e Guthsnuths, outro médico famoso, que
por volta de 1880 afirmava que a massagem podia ser um tratamento muito útil, sobretudo
para os tecidos moles depois de uma fratura, foi o francês Just Lucas-Championnière
(1843-1913). Pouco antes da virada do século XX, William Bennett havia se impressionado
com o trabalho de Lucas-championnière e começou o que, na época, era um tratamento
revolucionário: passou a usar a massagem no St. George’s Hospital, em Londres, Inglaterra.
Outros autores também defenderam vigorosamente a massagem para uma série de
problemas dos tecidos moles, especialmente a cãibra dos escritores.
Habitualmente, considera-se que a era da massagem moderna teve inicio no
começo do século XIX, quando uma vasta gama de autores estavam defendendo a
massagem e criando seus próprios sistemas.
Pode-se argumentar que a mais famosa e duradoura influência para a massagem
éestilo
a contribuição
de massagemdada por Pehr Henrik
e exercícios, que maisLing (176-1839).
tarde, adquiriramLing desenvolveuinternacional
reconhecimento seu próprio
(Massagens e Exercícios Medicinais Suecos). Ling era um instrutor de esgrima e em 1805
foi nomeado mestre de esgrima da Universidade de Ling, na Suécia. Ling projetou
pessoalmente um sistema que consistia de quatro tipos de ginástica: educacional, militar,
medicinal e estética. Em 1813, fundou o Instituto Central de Ginástica, em Estocolmo, e lá
ensinou até sua morte em 1839. Grande parte do trabalho de Ling foi publicada
postumamente, sobretudo graças aos esforços de seus alunos e colegas. Ling adquiriu
reputação internacional pela terminologia que leva seu nome, em muitos casos,
modificações de seus conceitos básicos de exercícios foram aplicadas em todo o mundo.
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Contudo, nos últimos anos, muitas das idéias srcinais de Ling perderam popularidade, mas
seu trabalho permanece exercendo uma influência muito importante nos primeiros passos
do desenvolvimento da massoterapia e fisioterapia como profissão.
Na Holanda, Johann Mezger (1839-1909) também utilizou amplamente da
massagem, tendo criado um estilo próprio. Por volta de 1900, técnicas modernas de
massagem médica estavam em uso na maior parte do mundo desenvolvido e, certamente,
continuaram a ser utilizadas nas culturas mais antigas. Em 1894, na Inglaterra, um grupo de
quatro mulheres dedicadas fundou a Society of Trained Masseuses, com o objetivo de
elevar os padrões da massagem e o “status” das mulheres que praticavam esse trabalho. Em
1900, essa sociedade foi incorporada, por licença, a câmara de comercio, ficando
conhecida como Incorporatend Society of Trained Masseuses. Durante a primeira guerra
mundial, o número de membros aumentou e, por volta de 1920, havia cerca de 5.000
membros praticantes. Nesse mesmo ano, a sociedade fundiu-se com o Instituto de
Massagem e Exercícios Terapêuticos (em Machester). Estas duas organizações receberam
uma carta patente real, resultando então na Chartered Society of Massage Medical
Gymnnastics (CSMMG), à medida que um grande números de soldados retornava de várias
partes do mundo e que o papel da fisioterapia se tornava cada vez mais importante. A
segunda guerra mundial presenciou o surgimento de uma nova profissão. Por outro lado, a
massagem considerada isoladamente passou a se tornar cada vez menos importante, à
medida que outros modos de reabilitação iam se desenvolvendo. Por essa razão, ficou
decidido que o nome da sociedade deveria ser mudado e em 1943 ela se tornou a Chartered
Society of Physiotherapy (CSP), nome que permanece até os nossos dias.
A massagem foi amplamente substituída por outros tratamentos mais ativos,
mas permanece sendo um dos modos mais importantes de desenvolvimento das habilidades
manuais no fisioterapeuta. Na prática da fisioterapia, a massagem em tecido mole evoluiu
para muitos tipos de técnicas de mobilização manual, que assumem a forma de grande
variedade de manipulações, realizadas tanto nos tecidos moles como nas estruturas
articulares.
Em muitas culturas asiáticas antigas, como a China, Japão e Índia, a massagem
é ainda, utilizada como parte dos métodos “tradicionais” de tratamento. A massagem como
tratamento especifico desempenha um papel relativamente pequeno na medicina
“ocidental” moderna; contudo, nos últimos anos, surgiram, em muitos paises, profissionais
especificamente massagistas (massagem-terapistas ou Massoterapeutas). Nesse caso, a
modalidade terapêutica é a própria massagem. As técnicas de massagem são utilizadas na
promoção de uma sensação geral de relaxamento e bem-estar, o público, em geral, ainda,
deposita grande fé na colocação das mãos; contudo, essas formas de massagem devem ser
diferenciadas das técnicas de massagem mais gerais, realizadas em pessoas que são
basicamente saudáveis, podem ser chamadas “massagem recreacional”. O Collins English
Dictionary define a palavra recreação como “promoção da saúde e repouso do espírito,
mediante o relaxamento e o divertimento”.
O Dorland’s Medical Dictionary define a palavra “terapêutico” como “o que
se refere à ciência e arte da cura”. Transparece nitidamente nesta definição e suposição da
existência
“massagemdeterapêutica”
um problema de saúde,noque
é empregado requer
sentido uma cura.
de denotar um Por essa razão,
tratamento o termo
por massagem
quando existe um problema de saúde especifico objetivado facilitar a cura.
Existem muitas variações da técnica utilizada na massagem recreacional.
Embora muitas dessas técnicas façam o cliente se sentir bem, elas podem ter pouco valor
terapêutico. Outras técnicas parecem similares aos procedimentos mais terapêuticos.
Certamente, todas estas técnicas possuem um valor psicológico considerável. Por essa
razão, será útil, neste ponto, que estabeleçamos uma diferenciação entre massagem
recreacional e massagem terapêutica. Estes dois termos serão definidos logo a seguir.

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Massagem Recreacional pode ser definida assim:

O uso de diversas técnicas manuais que objetivam aliviar o estresse e promover o


relaxamento e o bem-estar geral em uma pessoa que não tem um problema de saúde
definível.

Massagem terapêutica pode ser definida assim:

O uso de diversas técnicas manuais que objetivam promover o alivio do estresse


ocasionando relaxamento, mobilizar estruturas variadas, aliviar a dor e diminuir o edema,
prevenir a deformidade e promover a independência funcional em uma pessoa que tem um
problema de saúde especifico.
Outra técnica que parece assemelhar-se à massagem é denominada “toque
terapêutico”. Esta técnica um tanto controversa deve ser nitidamente diferenciada da
massagem terapêutica, embora, essencialmente, o nome implique o envolvimento do toque
(contato) no conceito, na verdade, o toque terapêutico não exige que o terapeuta toque o
paciente. As mãos do terapeuta simplesmente são movimentadas sobre a parte a ser tratada,
sem que, na verdade, ocorra o contato. Neste caso, a técnica pretende “equilibrar os campos
de energia” em torno das partes afetadas.
Tendo em vista que os efeitos principais da massagem terapêutica são
mecânicos, uma técnica que não possui um componente mecânico não pode funcionar com
base nos mesmos princípios.

2 EFEITOS DA MASSAGEM

Efeitos Mecânicos, Fisiológicos, Psicológicos e Terapêuticos da Massagem

Segundo o grande filósofo e cientista árabe Avicena, “o objetivo da massagem


consiste em dispersar as matérias gastas (metabólitos) formadas nos músculos e não
expelidas pelo exercício. Ela faz com que a matéria gasta se disperse, removendo assim a
fadiga”. Esta declaração de Avicena nitidamente demonstra que os eruditos clássicos
estavam muito interessados em entender os mecanismos pelos quais a massagem poderia
exercer seus efeitos benéficos.
A massagem dos tecidos moles exerce três efeitos básicos no paciente:
mecânicos, fisiológicos e psicológicos. Cada uma destas amplas áreas será discutida
separadamente embora estejam intimamente relacionadas. A compreensão destes efeitos
conduz a uma descrição lógica das indicações terapêuticas, e das prováveis contra-
indicações para a massagem.

2.1 Efeitos Mecânicos

Os movimentos de compressão, tração, estiramento, pressão e fricção exercem


evidentes efeitos de
afetam os tecidos mecânicos nos tecidos.
diversas formas. As forças
Devemos mecânicas
esperar, associadas
por exemplo, que as avárias
cada técnicas
técnica
de amassamento e torcedura exerçam um considerável efeito mobilizador (de amolecimento
ou estiramento) sobre a pele, tecido subcutâneo e músculos, graças à alternância de
compressões e estiramentos dos movimentos da massagem. Em contraste, espera-se que a
pressão gradualmente crescente da effleurage “empurre o sangue venoso e a linfa presentes
nos vasos superficiais na direção do coração, promovendo assim uma boa circulação e a
resolução do edema e do hematoma crônico. De modo semelhante, a pressão e direção das
técnicas de alisamento e effleurage promovem a mobilização do conteúdo intestinal.

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Então, o principal efeito da massagem consiste em produzir estimulação
mecânica dos tecidos por meio de uma pressão e estiramento ritmicamente aplicados. A
pressão comprime os tecidos moles e distorce as redes de receptores nas terminações
nervosas. O estiramento aplica tensão nos tecidos moles e distorce os plexos dos receptores
nas terminações nervosas. Ao aumentar os lumens dos vasos sanguíneos e espaços dos
vasos linfáticos, estas duas forças afetam a circulação capilar, venosa, arterial e linfática.
Podemos demonstrar um reflexo axonal; estimular uma série de receptores, tanto
superficiais como profundos, na pele, nos músculos e tendões; nos ligamentos e cápsulas
articulares e em muitos dos órgãos mais profundos do corpo. A massagem também pode
soltar o muco e promover a drenagem do excesso de líquidos nos pulmões.
O modo como estas forças mecânicas são aplicadas é determinado em grande
parte pela escolha das técnicas de massagem (alisamento, fricção, amassamento, percussão.
vibração) pelo terapeuta, e por sua habilidade em ajustar a duração, qualidade, intensidade e
ritmo do estímulo.

2.2 Efeitos Fisiológicos

Os efeitos mecânicos da massagem dão srcem a uma série de efeitos


fisiológicos importantes.
Efeitos Fisiológicos da Massagem
• Aumento da circulação sangüínea e linfática
• Aumento do fluxo de nutrientes
• Remoção dos produtos catabólicos e metabólitos
• Estimulação do processo de cicatrização
• Resolução do edema e hematoma crônico
• Aumento da extensibilidade do tecido conjuntivo
• Alívio da dor
• Aumento dos movimentos das articulações
• Facilitação da atividade muscular
• Estimulação das funções autonômicas
• Estimulação das funções viscerais
• Remoção das secreções pulmonares
• Estímulo sexual
• Promoção do relaxamento local e geral

2.2.1 Efeitos na Circulação Sanguínea e Linfática

Considerando que todas as técnicas de massagem envolvem certo grau de


manipulação da pele e dos tecidos subjacentes, é razoável esperar que elas possam exercer
um efeito considerável no fluxo sangüíneo e linfático nestes tecidos tratados. Além disto, é
de se esperar que um edema acumulado nestes tecidos seja similarmente afetado; Se os
músculos estão relaxados, eles passam a constituir uma massa mole contendo tubos cheios
de líquido.
direção Qualquer da
da aplicação pressão aplicada
pressão; à massa
portanto, se fordeve empurrar
aplicada o líquido
uma pressão nestes tubos
suficiente a todanaa
massa, as veias mais profundas também serão esvaziadas. Simultaneamente, esta pressão
poderia retardar o fluxo sangüíneo arterial, caso ele seja suficientemente vigoroso para
comprimir as artérias e veias. Teoricamente, se a quantidade de sangue venoso conduzida
ao coração puder ser aumentada pela massagem, a freqüência cardíaca ou o volume de
batimento também poderiam aumentar, e assim um maior volume de sangue arterial
poderia ser transportado até a periferia. De fato, existe pouca evidência de tão simples
reação mecânica do sistema arterial e arteriolar à massagem.

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O sistema nervoso, provavelmente através de sua divisão simpática, contribui
para uma influência reflexa sobre os vasos sangüíneos das partes envolvidas na massagem.
É provável que os vasos nos músculos ou em qualquer outra parte são esvaziados durante a
massagem, não apenas em virtude de serem espremidos, mas também por meio de uma
ação reflexa. A massagem pode fazer com que praticamente todos os menores vasos se
tornem visíveis, por promover a circulação sangüínea através deles. O volume efetivo de
sangue que passa através do membro durante o período de estimulação e recuperação não é
maior que o normal, mas que ocorre um esvaziamento mais completo durante breve
período, de modo que um volume maior de sangue fresco é trazido até a parte sob
tratamento, por 40 minutos, em comparação com apenas 10 minutos após o exercício. A
pressão leve produz uma dilatação praticamente instantânea, se bem que temporária, dos
vasos capilares, enquanto a pressão mais intensa pode promover uma dilatação mais
prolongada.
A massagem profunda pode aumentar o fluxo sangüíneo e o volume de
batimento e diminuir a pressão arterial sistólica e diastólica e a freqüência de pulso.
Experimentos com animais demonstram ocorrer pouquíssimo fluxo linfático
quando um músculo está em repouso. Os estudos de Von Mesengeil, e de Kellgren e
Colombo sobre os efeitos da massagem no fluxo linfático detectaram um aumento no fluxo
linfático, quando os músculos foram massageados. Outras pesquisas comprovaram o
aumento da rapidez de absorção de substâncias injetadas
A massagem tem sido estudada por seu efeito na circulação, como meio de
evitar a formação de úlceras de decúbito. Contudo, a massagem com esta finalidade não
segue as técnicas de massagem tradicionais. Na maioria dos casos, ela assume a forma de
um breve período (30 a 60 segundos)de “esfregamento da pele”, cuja intenção consiste em
estimular a circulação nas áreas de pele com tendência à formação de úlceras de decúbito.
Não é de surpreender que os resultados deste tipo de massagem são de difícil interpretação,
para não falar do seu emprego como base para fazer recomendações. Em alguns estudos,
este tipo de massagem aparentemente aumentou a circulação local; em outros, teve-se a
impressão que diminuía. Parece improvável que a massagem por fricção rápida da pele
produza o tipo de elevação genuína na circulação capaz de evitar a formação de úlceras de
decúbito. E isto ocorre porquê este tipo de massagem simplesmente gera pequeno grau de
fricção mecânica na superfície da pele. Esta prática provavelmente ficaria evidenciada
como uma alteração ligeira e breve na temperatura superficial. Por outro lado, seria de se
esperar que um tipo diferente de massagem produzisse um efeito mais profundo na
circulação, sobretudo se a massagem envolvesse o amassamento profundo dos músculos
situados em torno da área, onde tal prática fosse possível. Um modo mais eficiente de
produzir uma rápida mudança na circulação sangüínea da pele consiste em massagear a
área com um cubo de gelo. Neste caso, é o estímulo gelado que produz uma profunda
vasodilatação, em seguida à vasoconstrição inicial.

2.2.2 Efeitos no Sangue

A massagem
no sangue coletado produz
do dedo, sobum aumento
pressões da hemoglobina
barométricas e da contagem
ordinárias, enitrocitária
além de um aumento
limitado, mas definido, na capacidade de oxigenação do sangue após a massagem.
Uma pesquisa antiga verificou que a massagem consistindo do alisamento
suave mas firme da orelha do coelho na velocidade de 25 movimentos por minuto durante 5
minutos causou uma elevação local na contagem de plaquetas sanguíneas.
Observou-se também que uma massagem muscular em todo o corpo durante 20
minutos causa um efeito dilucional e altera a fluidez do sangue. Quando estes efeitos são
associados ao aumento dos fluxos sangüíneos e linfáticos promovido pela massagem, pode-

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se notar nitidamente que esta forma de tratamento tem um papel significativo a
desempenhar na manutenção e promoção da nutrição geral dos tecidos.

2.2.3 Efeitos no Metabolismo e Processo de Cura

Os achados do efeito da massagem geral no metabolismo e processo de cura do


homem são:
• O débito urinário fica aumentado, sobretudo após a massagem abdominal.
• A excreção de ácidos não sofre alteração, e não há mudança no equilíbrio
ácido-básico.
• As taxas de excreção para o nitrogênio, fósforo inorgânico e cloreto de sódio
são aumentadas.
• Em pessoas normais, não há um efeito imediato sobre o consumo basal de
oxigênio, ou na freqüência de pulso ou pressão sangüínea.
Em geral, os estudos que foram levados a termo sugerem que influências
amplas e gerais podem ser exercidas pela massagem, e que não ocorre um efeito imediato
ou importante no metabolismo geral por si.
A resolução do trauma agudo ou da inflamação crônica (processo de
cicatrização) consiste em uma cascata de alterações inter-relacionadas nos tecidos afetados.
Estas alterações dependem inteiramente da eficiência da circulação local até a parte afetada,
tendo em vista que todas as substâncias necessárias para a resolução do processo
inflamatório devem “chegar à cena” via corrente sangüínea. Além disso, todos os produtos
imprestáveis do metabolismo devem ser removidos da área igualmente através do sangue e
também dos canais linfáticos. Considerando que a massagem tem efeitos tão profundos nos
sistemas sangüíneo e linfático, parece-nos evidente que esta prática pode ter utilidade na
estimulação do processo de cicatrização, tanto na fase aguda como na fase crônica da
recuperação.
É importante que nos lembremos da importância crucial do sistema linfático, na
remoção das proteínas plasmáticas e outras grandes moléculas, depois de ter sido
depositadas no líquido intersticial. Estas moléculas são demasiadamente grandes para
reingressar nos capilares, devendo ser eliminadas via linfáticos. Portanto, a facilitação da
cicatrização é o subproduto dos outros efeitos mais diretos (por exemplo, aumento das
circulações sangüínea e linfática) nos tecidos.

2.2.4 Efeitos no Tecido Muscular

Considerando em separado os efeitos da massagem no tecido muscular normal


e anormal, temos:
Músculos Normais
A massagem produz um real aumento nas dimensões das estruturas musculares.
O músculo se torna mais firme e elástico sob esta influência. Há uma melhora a nutrição
dos músculos e, conseqüentemente, promove seu desenvolvimento.

danificada. ATendo
finalidade da massagem
a utilidade muscular
em tornar é a restauração
possível, do funcionamento
por exemplo, que um músculoda parte
seja
submetido a mais exercício, desenvolvendo assim sua força, tratando da fatiga muscular.
A massagem também pode causar relaxamento, que se expressa por um
aumento no comprimento dos músculos.
O termo “tono muscular” é empregado freqüentemente na descrição da
qualidade de um músculo que está firme e “pronto para contrair”; contudo, os músculos em
repouso não demonstram atividade eletromiográfica e, portanto, um músculo que exibe
tono não pode estar em repouso: deve estar em um estado de mínima contração. Embora
algumas afirmativas na literatura impliquem que a massagem aumenta o tono muscular, as
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evidências em favor desta colocação são inconclusivas, na melhor das hipóteses. Contudo,
teoricamente é de se esperar que vários movimentos de massagem aumentem a atividade
fusimotora de um músculo; qualquer dos movimentos de percussão (cutiladas, pancadas,
socamento), por exemplo, aumenta o disparo dos fusos musculares e, portanto, a ação
fusimotora. De fato, este é o mecanismo pelo qual os movimentos de massagem facilitam a
contração muscular. Ele equivale à estimulação direta dos reflexos de estiramento no
interior do músculo estimulado.
CONDIÇÕES PATOLÓGICAS DO MÚSCULO
A fibrose tende a ocorrer em músculos imobilizados, lesionados ou
desnervados. Um encurtamento significativo dos componentes elásticos em paralelo e em
série (contratura) é, com freqüência, o resultado final. O músculo, como um todo, torna-se
mais curto que seu comprimento em repouso normal, principalmente porque o tecido
fibroso perde elasticidade, e formam-se aderências entre as camadas do tecido conjuntivo.
Com o uso cuidadoso das várias técnicas de massagem é possível aplicar tensão
a este tecido fibroso; o objetivo consiste em impedir a formação de aderências, e na ruptura
das pequenas aderências que já se formaram. As técnicas mais adequadas para esta
finalidade são as diversas formas de pétrissage e de fricção profunda. Quando
complementadas por regimes apropriados de exercícios e estiramento, as técnicas de
massagem são um componente essencial na restauração do comprimento dos músculos e de
seu funcionamento normal.
Músculo Lesionado
Um músculo lesionado sem tratamento apresenta as seguintes características:
(1) dissociação das fibras musculares em fibrilas, o que ficou demonstrado pela estriação
longitudinal bem caracterizada; (2) hiperplasia (com freqüência, simples espessamento) do
tecido conjuntivo: (3) um aumento no número de núcleos no tecido conjuntivo; (4)
hemorragias intersticiais; (5) dilatação dos vasos sangüíneos, com hiperplasia de seus
revestimentos adventícios; e (6) habitual mente um sarcolema intato (mas, em uma secção.
a multiplicação dos núcleos deu uma aparência que lembrava um pouco a miosite
intersticial).
Em contraste, os membros massageados apresentaram as seguintes
características: (1) músculo de aspecto normal; (2) sem faixas fibrosas secundárias
separando as fibras musculares; (3) ausência de espessamento fibroso em torno dos vasos;
(4) maior volume muscular geral: e (5) nenhum sinal de hemorragia.
Músculo Desnervado
• A massagem não aumenta diretamente a força do músculo normal: contudo,
como meio para atingir determinado fim, a massagem é mais efetiva que o repouso na
promoção da recuperação da fadiga causada pelo exercício excessivo. Portanto.
teoricamente, a massagem torna possível praticar mais exercício, o que, por sua vez,
aumenta a força resistência musculares. Esse é um fator importante no tratamento. Parece
lógico que a massagem seja administrada entre períodos de exercício, quando o exercício é
praticado com o objetivo de desenvolver a força e a resistência musculares. Isso é
particularmente relevante na medicina esportiva.

manipulações• Em termos
podem sergerais. a massagem
aplicadas não aumenta
com o objetivo o tono amuscular,
de facilitar atividademas certas
muscular
(sobretudo técnicas de percussão).
• A massagem pode reduzir a quantidade de fibrose que inevitavelmente ocorre
no músculo imobilizado, lesionado ou desnervado.
• A massagem não impede a atrofia no músculo desnervado. Embora o músculo
possa sofrer considerável depleção, se a fibrose for mínima e se a circulação e a nutrição
são satisfatórias, um pequeno músculo poderá ter maior força que um músculo com massa
maior, se esta massa é resultante de um excessivo crescimento de tecido fibroso, que

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interfere com seu funcionamento e com a recuperação das restantes fibras musculares
inervadas.
• O objetivo da massagem no tratamento do músculo desnervado deve ser a
manutenção dos músculos no melhor estado possível de nutrição, flexibilidade e vitalidade,
de modo que, após a recuperação (caso isso seja possível) de um traumatismo ou
enfermidade, o músculo possa funcionar no seu limite máximo.

2.2.5 Efeitos nos Ossos e Articulações

No passado, a massagem era amplamente utilizada no tratamento das fraturas,


sendo então considerada benéfica por ajudar no reparo das lesões dos tecidos moles
ocorridas concomitantemente. Não foi estabelecido se, na verdade, a massagem ajuda na
consolidação óssea. A opinião do Comitê de Fraturas do Colégio Americano de Cirurgiões
era que, no processo do reparo ósseo normal após a fratura, “a eficácia e rapidez do
crescimento do tecido dependem da circulação eficiente nas partes... Portanto, todos os
esforços devem ser envidados, desde o início, no sentido de ajudar a eficiência da
circulação”.
É difícil também ver como estas técnicas podem ser aplicadas efetivamente sem
causar movimento aos fragmentos ósseos em um local fraturado: contudo, se o local
fraturado está estável, as técnicas de massagem podem ter muita utilidade.
Muitas das estruturas que circundam as diversas articulações do corpo, como
ligamentos, bolsas, cápsulas e tendões, são, com freqüência, locais de problemas crônicos.
Em muitos casos de disfunção crônica, o tratamento objetiva a ruptura do tecido cicatricial
nestas estruturas e das aderências entre elas. Tradicionalmente, a massagem por fricção
profunda tem sido a técnica de escolha, visto que seu vigoroso efeito mecânico no tecido
cicatricial tem evidente utilidade na restauração da amplitude de movimentos normais e
indolores em uma articulação afetada.

2.2.6 Efeitos no Sistema Nervoso

As respostas à massagem e seus efeitos sobre o sistema nervoso são


principalmente reflexas.
Em poucas palavras, o sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central
(SNC), que consiste em cérebro e medula espinal e seus revestimentos, e sistema nervoso
periférico, que consiste em nervos e gânglios. O sistema nervoso periférico é dividido ainda
nas divisões autônoma e somática. A divisão autônoma é subdividida nos sistemas
simpático e parassimpático. O SNA simpático é responsável por funções que consomem
energia em resposta a situações de emergência. A divisão parassimpática é mais
restauradora e normalizadora e devolve o corpo a um estado de não-alarme. A divisão
somática do sistema nervoso periférico é composta da inervação periférica de fibras
nervosas da parede do corpo (por exemplo, músculos, articulações e outras estruturas).
O sistema nervoso responde aos métodos de massagem terapêutica por meio da
estimulação dos receptores
padrão existente sensoriais.
nos centros A estimulação
de controle sensorial da
do SNC, resultando massagem
numa interrompe
mudança um
de impulsos
motores, com mais freqüência no sistema nervoso periférico, que restabelece a homeostase.
Em geral, a divisão somática e a autônoma do sistema nervoso periférico são influenciadas
quando o equilíbrio é restaurado.
Interações Neuroendócrinas
Para compreender os benefícios da massagem, tal como são definidos na
pesquisa mais atual, é importante entender as funções de algumas das substâncias químicas
neuroendócrinas.

10
O sistema endócrino é regulado através da influência do sistema nervoso, e o
sistema endócrino, por sua vez, influencia o sistema nervoso. É um circuito de feedback,
semelhante a um termostato numa fornalha. O sistema de feedback e auto-regulação
(manutenção da homeostase interna) são interligados com todas as funções do corpo. Os
controles para iniciação de uma reação chegam através do sistema nervoso e do sistema
endócrino. As substâncias químicas neuroendócrinas são os transmissores de comunicação
desses sistemas de controle. Uma substância química neuroendócrina na sinapse do nervo é
chamada de neurotransmissor. Uma substância neuroendócrina carregada na corrente
sangüínea é chamada de hormônio. Neuropeptídeo também é um termo usado para
descrever essas substâncias.
As substâncias neuroendócrinas carregam mensagens que regulam as funções
fisiológicas. A regulação neuroendócrina é uma mistura química contínua e em constante
mutação, que flutua com cada exigência interna e externa para o corpo responder, se
adaptar ou manter um grau funcional de homeostase. O sistema imunológico também
produz e responde a essas substâncias de comunicação. As substâncias que compõem essa
“sopa química” permanecem as mesmas, mas a proporção e razão mudam com cada função
reguladora ou transmissão de mensagem. O “tempero” da sopa, que é determinado pela
razão da mistura química, afeta fatores tais como o humor, a atenção, a excitação, a
passividade, a vigilância, a calma, a capacidade de dormir, a receptividade ao toque, a
resposta ao toque, a raiva, o pessimismo, o otimismo, a ligação com outros, o isolamento, a
depressão, o desejo, a fome, o amor e o compromisso.
Pesquisas atuais indicam que a maioria dos problemas no comportamento,
humor e percepção de estresse e dor, bem como outras desordens chamadas de
mentais/emocionais, são causadas pela desregulação ou falta das substâncias bioquímicas.
Muitas vezes, esses comportamentos, sintomas e estados emocionais e físicos são misturas
químicas normais que ocorrem em momentos impróprios. Por exemplo, a ansiedade
indicada por estresse não-resolvido e aumentado é uma sopa química apropriada para se ter
no fogo numa situação de refém, posto que a hipervigilância que acompanha esses estados
pode possibilitar que o refém veja uma oportunidade para escapar. Entretanto, essa mesma
sopa borbulhando no shopping center durante as compras de feriado não é produtiva.
Primeiras pesquisas sobre endorfina. Em 1969, pesquisadores observaram que a
dor poderia ser eliminada em ratos sem o uso de anestesia, estimulando-se a massa cinzenta
periaquedutal no tronco cerebral. Pouco tempo depois, outras descobertas importantes
confirmaram isso. O dedicado trabalho da Dra. Candice Pert e outros levou à descoberta
dos sistemas endógenos inibidores da dor (feitos no corpo) da endorfina e não-endorfina do
SNC. O corpo produz vários compostos endógenos semelhantes a narcóticos, inclusive a
encefalina e as beta-endorfinas (beta-endorfina é um fragmento do hormônio pituitário beta-
lipotropina). Esses peptídeos se ligam a receptores opiatos (como faz a morfina) e, na
maioria dos casos, aliviam a dor, especialmente a dor crônica, e produzem euforia. Essa
descoberta dá suporte à validade da acupuntura.
A acupressão usa compressão específica de precisão sobre 6 pontos. Alguns
indícios levam a crer que a acupuntura exerce seu efeito analgésico, causando a liberação de
encefalinas,
Além disso,e parece
se diz que
quea um
analgesia é bloqueada
componente pelo antagonista
da analgesia da morfina,
de estresse o naloxone.
surge dos opiatos
endógenos, porque em animais de experiência algumas formas de analgesia de estresse
foram bloqueadas pelo naloxone.
A acupuntura e a acupressão parecem funcionar aproveitando-se das influências
inibidoras naturais do corpo, que em geral podem bloquear os caminhos da dor. Por
exemplo, foi estabelecido que as fibras sensitivas de dor liberam um neurotransmissor
chamado de substância P que aumenta a transmissão dos impulsos de dor. A encefalina
bloqueia a liberação da substância P e, desse modo, inibe a transmissão da dor ao cérebro.
Os efeitos desse e de outros neurotransmissores liberados durante a massagem podem
11
explicar e validar o uso de métodos de estimulação sensorial para o tratamento de dor
crônica, da ansiedade e da depressão.
O efeito da acupuntura ou da acupressão é retardado até que o nível de
encefalina aumente a níveis inibidores. Em geral, leva cerca de quinze minutos para
começar a aumentar o nível de encefalina no sangue. A implicação para a massagem é que
os efeitos inibidores da dor não ocorrem de imediato. Os práticos de massagem devem ter
isso em mente em relação à intensidade e duração das aplicações quando trabalharem. De
maneira semelhante, o efeito da acupuntura se prolonga depois que pára a rotação ou
vibração das agulhas. Em relação à massagem, o cliente deve experimentar um efeito
prolongado que, em geral, dura cerca de 48 hora’s.

A Influência
Muito da Massagem
da pesquisa nas Substâncias
sobre massagem, Neuroendócr
em especial inas
aquela realizada no Touch
Research Institute, gira em torno das mudanças na proporção e razão da composição da
“sopa química” do corpo causadas pela massagem.
Algumas das principais substâncias químicas neuroendócrinas influenciadas
pela massagem são as seguintes:
Dopamina
Serotonina
Epinefrina/adrenalina
Norepinefrina/noradrenalina
Encefalinas/endorfinas
Ocitocina
Cortisol
Hormônio do crescimento
Dopamina. A dopamina influencia a atividade motora que envolve o
movimento (em especial o movimento delicado aprendido, como o de escrever à mão), a
seleção consciente (a capacidade de concentrar a atenção) e o humor em termos de
inspiração, intuição de possibilidade, alegria e entusiasmo. Baixos níveis de dopamina
resultam nos efeitos opostos, tais como falta de controle motor, falta de jeito, incapacidade
de concentrar a atenção e tédio. Parece que a massagem aumenta o nível de dopamina
disponível no corpo.
Serotonina. A serotonina permite que uma pessoa mantenha um comportamento
adequado ao contexto; isto é, fazer a coisa apropriada no momento apropriado. Ela regula o
humor em termos de emoções convenientes, atenção a pensamentos e efeitos calmantes,
tranqüilizantes e confortantes; também reduz a irritabilidade e regula estados de ímpeto, de
modo que podemos reprimir a ânsia de falar, tocar e ser envolvidos em lutas pelo poder. Por
exemplo, quando alguém lhe diz para “se controlar”, está dizendo que você poderia usar
uma boa dose de serotonina. A serotonina também envolve a saciedade; níveis adequados
reduzem a sensação de fome e ânsia, como a de comida e sexo. Também modula o ciclo de
sono/vigília. Um baixo nível de serotonina tem implicação na de pressão, distúrbios
alimentares, problemas de dor e desordens obsessivo-compulsivas. Tudo indica que a
massagem aumenta o nível disponível ede serotonina.
Epinefrina/adrenalina norepinefrina/noradrenalina. Os termos
epinefrina/adrenalina e norepinefrina/noradrenalina são usados de maneira intercambiável
em textos científicos. A epinefrina ativa mecanismos de excitação no corpo, ao passo que a
norepinefrina funciona mais no cérebro. Elas são as substâncias químicas da ativação,
excitação, do alerta e do alarme, na resposta de luta ou fuga e em todos os comportamentos
e funções de excitação simpática. Se os níveis dessas substâncias químicas estão altos
demais, ou se elas são liberadas num momento impróprio, a pessoa acha que alguma coisa
muito importante está exigindo sua atenção ou reage com os impulsos básicos de
sobrevivência de luta ou fuga (hipervigilância e hiperatividade). A pessoa pode ter um
12
padrão de sono perturbado, em particular uma falta de sono REM (movimento rápido de
olho), que é o sono restaurador. Com baixos níveis de epinefrina e norepinefrina, o
indivíduo fica moroso, sonolento, fatigado e subestimulado.
Ao que parece, a massagem tem um efeito regulador sobre a epinefrina e a
norepinefrina por meio da estimulação ou inibição do sistema nervoso simpático ou da
estimulação ou inibição do sistema nervoso parassimpático. Essa função da massagem de
equilíbrio generalizado parece recalibrar os níveis apropriados de adrenalina e
noradrenalina. Dependendo da resposta do SNA, a massagem pode despertar uma pessoa
com facilidade e aliviar a fadiga, como consegue acalmar uma outra que está furiosa e
andando de um lado para o outro. Deve-se observar que inicialmente o toque estimula o
sistema nervoso simpático, ao passo que demora quinze minutos, em média, com uma
estimulação sustentada para começar a engajar as funções parassimpáticas. Assim, faz
sentido que uma massagem de cadeira de quinze minutos tenda a aumentar a produção de
epinefrina e norepinefrina, o que pode ajudar os trabalhadores de empresa a ficarem mais
atentos, enquanto que uma hora de massagem lenta e rítmica ativa as funções
parassimpáticas, reduzindo os níveis de epinefrina norepinefrina, encorajando uma boa
noite de sono.
Encefalinas/endorfinas. As encefalinas e endorfínas são levantadores de ânimo
que dão suporte à saciedade e modulam a dor. A massagem aumenta os níveis disponíveis
de encefalinas e endorfinas.
Ocitocina. A ocitocina é um hormônio que pode ser associado à relação de par
ou casal, na ligação dos pais, nos sentimentos de atração e de tomar conta, junto com suas
funções mais clínicas durante a gravidez e a lactação. A massagem tende a aumentar o nível
disponível de ocitocina, o que poderia explicar o sentimento conectado e de intimidade da
massagem.
Cortisol. O cortisol e outros glucocorticóides são hormônios de estresse
produzidos pelas glândulas supra-renais durante estresse prolongado. Níveis elevados desse
hormônio indicam aumento de estimulação simpática. O cortisol e outros glucocorticóides
têm sido relacionados a muitos sintomas e doenças associadas ao estresse, inclusive estados
de imunidade suprimida, perturbações do sono e aumentos no nível da substância P. Foi
demonstrado que a massagem reduz os níveis de cortisol e da substância P.
Hormônio do crescimento. O hormônio do crescimento promove a divisão
celular e, em adultos, tem sido implicado nas funções de regeneração e reparação de tecido.
Esse hormônio é necessário para curar e é mais ativo durante o sono. A massagem
dinamiza, de maneira indireta, a disponibilidade do hormônio do crescimento, encorajando
o sono e reduzindo o nível de cortisol.
Influências neuroendócrinas combinadas. A massagem aumenta os níveis no
sangue de serotonina, dopamina e endorfinas, o que, conseqüentemente, facilita a produção
das células killer naturais no sistema imunológico. Essa resposta indica que seria benéfico
incluir a massagem como parte de um programa de tratamento total para estados viróticos e
algumas formas de câncer. A ocitocina tende a melhorar os sentimentos de suporte da
associação. Ao mesmo tempo, a massagem reduz o cortisol e regula a epinefrina e a
norepinefrina, o quever
É fácil facilita a ação
por que do hormônio
a massagem do crescimento.
é benéfica para tantos problemas e influencia
indiretamente muitas outras. Considere os seguintes exemplos:
• Uma pessoa solitária e deprimida se sente mais animada depois da massagem
(aumento de serotonina e ocitocina; diminuição de cortisol).
• Uma criança com deficiência de atenção e distúrbio de hiperatividade
(DADH) pode fazer seu dever de casa de pois de quinze minutos de massagem (aumento de
dopamina e noradrenalina).
• Alguém que sofre de dor crônica funciona melhor de pois de uma massagem
(aumento de endorfina, serotonina e ocitocina).
13
• Um fumante que esteja tentando parar de fumar pode evitar a ânsia por um
cigarro após uma sessão de massagem (aumento de noradrenalina, serotonina e endorfina).
• Uma pessoa que foi submetida a cirurgia tem cura mais rápida com massagem
(diminuição de cortisol e adrenalina; aumento de sono restaurador através da redução da
dor; aumento de endorfina e serotonina, resultando em maior disponibilidade de hormônio
do crescimento).
• Um indivíduo infectado com o vírus da deficiência imunológica humana
(HIV) pode ter uma resposta imunológica mais forte depois da massagem (aumento de
serotonina, dopamina e endorfina, diminuição de cortisol).
• Um casal tende a relacionar-se melhor com o filho recém-nascido depois de
aprender a fazer massagem no bebê (aumento de serotonina e ocitocina; diminuição de
cortisol).
• As pessoas simplesmente se sentem melhor, suportam a vida com mais
facilidade e têm mais alegria quando são massageadas (processos químicos
neuroendócrinos dão srcem a níveis mais elevados de pensamento integrado, como crenças
e valores, interpretar contexto e sentido, formar intuição, fazer planos e prever, escolher e
levar a cabo os sonhos).

Influências Autônomas
Os efeitos da massagem podem ser processados através do SNA. Esses efeitos,
que são sobretudo reflexos, são:
Ativação simpática e estresse
Padrões parassimpáticos e recolhimento para conservação
Entrainment (ritmo cardíaco)
Efeito corpo / mente
Enrijecimento / endurecimento
Efeito placebo
O Sistema Nervoso Autônomo
O SNA é mais conhecido por sua regulação da resposta simpática de
“luta/fuga/medo” e da resposta parassimpática de “relaxamento e restauradora”. Os
sistemas simpático e parassimpático funcionam juntos para manter a homeostase através de
um sistema de circuito de feedback. Ambos afetam e são afetados pelas glândulas
endócrinas. Padrões específicos de músculos são associados aos dois sistemas. Músculos do
braço e da perna podem ficar contraídos com resposta simpática e músculos posturais
contraídos com resposta parassimpática.
Excessiva produção simpática causa a maioria das doenças relacionadas ao
estresse que os médicos vêem. Exemplos dessas doenças incluem dores de cabeça,
dificuldades gastrointestinais, pressão sangüínea alta, ansiedade, dores, tensão muscular e
disfunção sexual.
O SNA é regulado por vários centros no cérebro, em particular no córtex
cerebral, no hipotálamo e na medula oblonga. O hipotálamo controla, em grande parte, o
SNA. Ele recebe impulsos das fibras sensórias viscerais (órgão) e de algumas fibras
sensórias
importante somáticas
na conexão(músculo e articulação).
corpo/mente. O hipotálamo
É um dos principais componentesdesempenha
do sistemaum papel
límbico.
O sistema límbico é um grupo de estruturas do cérebro, ativadas por excitação e
comportamento emocional, que influencia os sistemas endócrino e autônomo. As respostas
límbicas são refletidas numa alteração geral do humor e em sentimentos de bem-estar ou
angústia. Uma propriedade dos circuitos neurais límbicos é sua prolongada pós-descarga
que segue uma estimulação; isso pode explicar por que, em geral, as respostas emocionais
são prolongadas e duram mais tempo do que os estímulos que lhes deram início.
Pesquisas indicam que o cerebelo, a dor límbica e os centros de prazer, bem
como os vários centros de retransmissão, são parte de um circuito. O cerebelo controla tanto
14
os movimentos conscientes como subconscientes do músculo esquelético, o input dos
proprioceptores, os circuitos de feedback, a postura, o posicionamento futuro e as sensações
de raiva e prazer.
Ativação Simpática e Estresse
Hans Selve chamou as respostas do corpo ao estresse de síndrome de adaptação
geral, que, segundo sugeriu, pode ser dividida em três estágios: e o primeiro estágio é a
reação de alarme, também chamada de resposta de luta ou figa, que é a reação inicial do
corpo ao estressor percebido.
• O segundo estágio é a reação de resistência que, por meio
da secreção de hormônios reguladores, permite que o
corpo continue lutando contra um estressor muito
tempo depois que se dissiparam os efeitos da reação de
alarme.
• O terceiro estágio é a reação de exaustão que ocorre se a
resposta ao estresse continua sem alívio.
As respostas da síndrome de adaptação geral de Selve são chamadas,
normalmente, de ativações simpáticas. A ativação do sistema nervoso simpático resulta, em
geral, em sensações que as pessoas chamam de estresse. O estresse excessivo pode causar
fadiga em todo o corpo.
O que vem primeiro, a emoção ou a liberação de hormônios? A ciência
descobriu que isso é muito parecido com o problema do ovo e da galinha. Intensa emoção,
como medo, raiva e ansiedade, desempenham um papel na ativação da resposta de luta ou
fuga. Os hormônios epinefrina e norepinefrina são liberados em resposta à estimulação, e
começa a reação de alarme, que dura de 15 a 30 minutos. Quando ocorre essa resposta de
luta ou fuga, a pressão sangüínea aumenta, os músculos contraem-se, a digestão e
eliminação são suprimidas, mudam os padrões de circulação e o glicogênio é mobilizado.
O estresse de longo prazo (isto é, o estresse que não pode ser resolvido por fuga
ou luta) também pode disparar a liberação de cortisol, uma cortisona produzida pelo corpo.
Níveis altos de cortisol no sangue a longo prazo causam efeitos colaterais semelhantes
àqueles da droga cortisona, inclusive retenção de líquido, hipertensão, fraqueza muscular,
osteoporose, esgotamento do tecido conectivo, úlcera péptica, cura de ferimento agravada,
vertigem, dor de cabeça, capacidade reduzida para lidar com o estresse, hipersensibilidade,
ganho de peso, náusea, fadiga e perturbações psíquicas.
Quando o corpo não consegue mais tolerar os efeitos do estresse, começa a fase
de exaustão. No estresse simpático de longo prazo, a tensão aumenta até que o corpo
basicamente se esgota. Tendem a se desenvolver problemas cardiovasculares, respiratórios
e gastrointestinais. O corpo começa a sucumbir.
Em nossa sociedade, a maioria de nós não luta ou foge fisicamente dos
estressores, embora as reações químicas que comandam essas ações possam ser ativadas
várias vezes por dia. Então, o que acontece com as substâncias químicas? Cada um de nós
encontra o próprio jeito de dissipá-las, como gritar com nossa família ou dirigir de maneira
agressiva. A grande maioria, porém, gostaria de encontrar meios mais apropriados de
liberar as substâncias
se desfazer químicas.
das substâncias Os exercícios
químicas de luta oumoderados
fuga. são uma das melhores formas de
Estudos feitos com massagem nas costas com batidas lentas sugerem uma
complexa interação entre os elementos autônomos, somáticos, emocionais e cognitivos em
resposta à massagem. Os resultados indicam que bater nas costas com batidas longas e
lentas causa inibição reflexa do músculo estriado. Se a massagem continua por pelo menos
seis minutos, a massagem nas costas com batidas lentas diminui a excitação autônoma. O
efeito a longo prazo da massagem nas costas com batidas lentas é uma diminuição na
excitação psico-emocional e somática. Expressado em termos simples esse tipo de
massagem acalma as pessoas.
15
Padrões Parassimpáticos e Isolamento para Conservação
Como os padrões parassimpáticos são restauradores, a atividade física é
reduzida e a digestão e eliminação aumentam. Paz e calma são resultados da influência
parassimpática. Quando ficamos fatigados, essas funções sinalizam para o corpo descansar.
A síndrome de fadiga crônica é um bom exemplo de uma reação parassimpática ao estresse.
Uma depressão mais drástica pode manifestar-se com disfunção parassimpática.
Isolamento para conservação é um outro fator a ser considerado numa discussão
dos padrões parassimpáticos. Em animais, o recolhimento para conservação é semelhante
ao “fingir-se de doente” ou hibernação; nos seres humanos pode surgir como resultado de
intensas experiências negativas, como abuso, negligência ou inanição. Num nível menor,
padrões de isolamento para conservação desempenham um papel na depressão.
Uma massagem que seja mais estimulante pode ajudar a tirar um cliente de
padrões de isolamento. Todas as sensações, inclusive o toque, estimulam inicialmente, quer
sejam recebidas através de processos visuais, auditivos ou cinestéticos. A estimulação que é
rápida e inesperada atiça. Mais comumente, a massagem encoraja a ativação parassimpática
para responder aos efeitos da superexcitação simpática.
Entrainment
O entrainment é um importante efeito reflexo que parece ser processado através
do SNA.
Entram significa “arrastar com”. Entrainment é a coordenação do ritmo ou a
sincronização com um ritmo. No corpo, os osciladores biológicos, como o coração e o
tálamo, estabelecem o padrão de ritmo. Pesquisas feitas no Institute of Heart-Math e em
outros lugares indicam que o ritmo do coração tende a ser o guia para outros ritmos do
corpo. A sincronização dos batimentos cardíacos/ritmo respiratório/tálamo combina da
ajuda no processo de entrainment seguindo-se os outros ritmos do corpo mais sutis. A
sincronização do ritmo de nosso coração, da respiração e da digestão promove esse
equilíbrio, ou homeostase, para dar suporte a um corpo saudável. Um equilíbrio entre as
divisões simpáticas e parassimpáticas do SNA influencia o nódulo sinusal do coração e os
sistemas vasculares que, por sua vez, modulam o batimento cardíaco e a pressão sangüínea.
Nossos reflexos nasais, estimulados pelo movimento do ar através do nariz, interagem
ritmicamente com o coração, os pulmões e o diafragma. Desse modo, o corpo inteiro é
afetado porque os ritmos biológicos são interligados.
O SNC inclui um ritmo conhecido como impulso craniossacral, que pode ser
observado e apalpado. No momento estão sendo pesquisados os efeitos do trabalho corporal
nesse ritmo específico, mas métodos de entrainment que sincronizam os movimentos e
ritmos do corpo recebem o crédito por proporcionar maior benefício.
O corpo também acompanha ritmos externos. Qual quer atividade que usa um
som ou movimento repetitivo acalma ou excita o sistema nervoso (dependendo da
velocidade e andamento do ritmo) através do entrainment e, desse modo, altera o processo
fisiológico do corpo. Às vezes, os ritmos do corpo são interrompidos. A música com
desarmonia e dissonância pode ser disruptiva, como também múltiplos ritmos fora de
sincronia no mesmo
tipos de música ambiente,
sendo tocados como num
a um só shopping
tempo center com
e o zumbido luzes intermitentes,
de máquinas. muitos
Muitas vezes, as
pessoas ficam fatigadas ou mal-humoradas nesses ambientes desarmônicos.
O corpo tem muita facilidade para acompanhar ritmos naturais, como os sons
do murmúrio de um córrego, as ondas do mar ou o farfalhar de folhas ao vento. Estudos
demonstraram que os padrões rítmicos fisiológicos da respiração ou batimento cardíaco de
um cão ou gato podem ser benéficos para os idosos. A música com uma batida regular de
44 a 60 batidas por minuto ou menos tende a ordenar os ritmos e acalmar o corpo. Um
andamento mais rápido do que 60 batidas por minuto parece excitar fisiologicamente, mas
se o ritmo é uniforme, o corpo pode atingir um estado de alerta concentrado. Muitas formas
16
de música clássica proporcionam ricos ritmos de entrainment. A musicoterapia é uma das
principais fontes da pesquisa sobre entrainment. A música é um acréscimo comum à
massagem e proporciona um ritmo externo de entrainment para o profissional e o cliente.
Quando uma pessoa experimenta estados emocionais positivos, os ritmos
biológicos tendem naturalmente a começar a oscilar juntos ou a se acompanhar. Os
processos de entrainment do corpo também podem ser acentuados por técnicas que mudam
nossa consciência para os padrões de nossa respiração e batimento cardíaco. A maioria dos
processos de meditação ou métodos de relaxa mento cria um ambiente para o entrainment
ao reduzir as influências externas e se concentrar em ritmos internos, como a respiração.
Muitas disciplinas acalmam a mente e o corpo durante a meditação; a ioga, por exemplo,
leva a atenção para a respiração, ao passo que o Qigong concentra-se no ponto abaixo do
umbigo. Esses sistemas focalizam a atenção em áreas do corpo como conhecidos
osciladores biológicos. A localização do sistema de chakra se correlaciona com osciladores
biológicos. Os padrões rítmicos do cantar, dos cânticos e movimentos de nossas religiões e
rituais sociais interagem com padrões biológicos, resultando numa organização calmante ou
excitante ou na interrupção dos ritmos do corpo.
Serão necessários muitos anos de pesquisa antes que possamos compreender a
magnitude das influências que afetam os ritmos de nosso corpo. A pesquisa atual se
concentra na possibilidade de que os processos de doença possam resultar das interrupções
nos ritmos do corpo e nos efeitos do ambiente de trabalho que perturbam ou alteram
diretamente os ritmos naturais do corpo.
A influência da massagem sobre o entrainment. Para encorajar o entrainment, a
massagem é feita de uma maneira tranqüila e rítmica. A aplicação rítmica da massagem, a
proximidade do ritmo respiratório, e o batimento cardíaco centrado e compassivo do
profissional podem ajudar o entrainment restaurador se os ritmos do corpo es tiverem fora
de sincronia. O profissional centrado e enfocado introduz seus próprios ritmos ordenados
como parte do ambiente; eles servem como uma influência externa adicional que possibilita
que os ritmos do corpo do cliente se sincronizem. Quando a sincronização ocorre, parece
que os mecanismos de homeostase funcionam de maneira mais eficiente.
O Efeito Corpo/Mente
A associação do SNA é onde a ligação corpo/mente é melhor compreendida.
Um estado alterado de consciência é qualquer estado de consciência que difere da
consciência normal de uma pessoa consciente. Estados alterados de consciência são um
fator nas interações de corpo/mente. A consciência pode ser alterada de muitas maneiras;
por exemplo, por meio de medicações ou alimentos que mudam processos químicos,
através de sons ou atividades repetitivas (entrainment) e por um estado de transe. Durante
séculos, muitas culturas e religiões exploraram esta dos alterados de consciência e os
usaram prontamente em ações defensivas, em cura e no controle da dor. A meditação, o tal
chi e a ioga são exemplos de antigos métodos usados para atingir estados alterados de
consciência. Nós podemos chegar a um resultado semelhante praticando jardinagem,
desenhando, tricotando ou tocando um instrumento musical.
Tanto o profissional como o cliente podem entrar num estado alterado de
consciência
atingido, ele durante
deve seruma sessão
mantido pordepelo
trabalho
menosdequinze
corpo.minutos
Depoispara
que se
o estado alterado
obter um for
benefício
mais terapêutico.
Memória dependente de estado. Um outro aspecto da ligação corpo/mente que
interage com o SNA é a memória dependente de estado. O disparo de um padrão de
movimento ou uma sensação de pressão específica causada por trauma ou hábito aprendido
é suficiente, ás vezes, para possibilitar que o indivíduo atinja um estado alterado de
consciência. Isso resulta numa segunda liberação dos códigos químicos das emoções
envolvidas. O input emocional se registra no corpo através do SNA e do sistema endócrino.
Como já foi descrito antes, um fator químico definido está envolvido na excitação das
17
emoções baseadas na produção do corpo de endorfinas, encefalinas, epinefrina,
norepinefrina, outros hormônios e neurotransmissores. Se essas substâncias químicas são
liberadas na corrente sangüínea durante o trabalho corporal, o indivíduo pode sentir mais
uma vez a excitação química de uma emoção, talvez disparando uma lembrança.
Os hormônios supra-renais que interagem com as respostas simpáticas estão
intimamente envolvidos com a memória de curto prazo. A depleção de norepinefrina reduz
a armazenagem de memória, e a elevação a aumenta. O “estado” na memória dependente
dele é uma função simpática ou do sistema nervoso parassimpático junto com uma mistura
química neuroendócrina única. Se uma pessoa tem uma experiência enquanto está num
desses estados, a memória é codificada (armazenada nesse estado). Pesquisas mostram que
a memória só é acessível a um indivíduo quando a função e a química do corpo específica
são semelhantes àquelas experiências que ele já tenha vivido.
Devido aos seus efeitos sobre o SNA, a massagem pode estimular esses padrões
de memória dependentes de estado. Isso pode ser útil para permitir que o cliente resolva
uma experiência passada que não pôde ser resolvida quando ocorreu. Muitas vezes é
necessário o aconselhamento para ajudar a pessoa a selecionar o padrão de memória e
desenvolver estratégias para resolução, integração e enfrentamento. Embora essas
atividades estejam fora do âmbito de prática da massagem terapêutica, a massagem,
combinada com aconselhamento eficiente feito por profissionais treinados, pode ser uma
parte muito benéfica de um plano de tratamento global. No momento, estão em andamento
excitantes pesquisas sobre aprendizado dependente de estado em padrões de função
simpática ou parassimpática.
Enrijecimento /Endurecimento
A reação autônoma á massagem pode ser explicada por um conceito conhecido
como enrijecimento ou endurecimento. Enrijecimento /endurecimento é a reação á
exposição repetida a estímulos que fazem surgir respostas de excitação. A apresentação
planejada de estímulos ensina o corpo a lidar com mais eficiência com as respostas
simpáticas de estresse. Foi descoberto que formas de enrijecimento /endurecimento passivo,
como a exposição repetida a choque de frio, aumentam a tolerância do indivíduo ao
estresse. Durante a exposição ao frio, são liberados na corrente sangüínea dois hormônios
da medula supra-renal, a epinefrina e a norepinefrina.
Embora a massagem não seja tão severa quanto o choque de frio, o aumento do
funcionamento autônomo e sua natureza passiva podem ser caracterizados como uma forma
de enrijecimento /endurecimento passivo. Tal como ocorre com o exercício, os métodos de
massagem que exigem a participação do cliente ajudam a dissipar os hormônios simpáticos
de estresse (resposta simpato adrenal), permitindo que o sistema restabeleça a homeostase
(Exercício de Proficiência 4-3.
O Efeito Placebo
Através da história, as pessoas souberam que o tratamento em si influencia o
curso de uma doença, mesmo que não seja específico. É provável que esse efeito placebo
tenha como causa vários mecanismos, sendo que a maioria deles ainda não é compreendida
com clareza. O ambiente, atitudes e sugestões da pessoa que está dando o placebo e a
confiança do paciente
Alguns estudos em sua
informaram umaeficiência agem juntos
taxa de sucesso paraa produzir
de 70% um de
90% no uso efeito placebo.
placebos. A
atenção gentil e cuidadosa, enfocada no cliente durante a massagem terapêutica, pode
operar com o poderoso efeito placebo.

18
A Influência da Massagem sobre o SNA
Em decorrência de seu efeito generalizado sobre o SNA e funções associadas, a
massagem pode causar mudanças no humor e nos níveis de excitação, podendo induzir a
resposta relaxante /restauradora. Parece que a massagem é um modulador brando,
produzindo sentimentos de conforto e bem-estar geral. Entretanto, nem sempre isso
significa que o cliente responde à massagem ficando muito relaxado. A resposta mais
comum é uma sensação de que “o momento crítico já passou”, ou um estado emocional
menos urgente ou intenso.
O cliente pode ser mais capaz de funcionar de uma maneira auto-reguladora,
controlando o estado emocional em vez de ser controlado por ele. Essa capacidade de auto-
regular é muito importante no processo fisiológico. Um outro nome para a auto-regulação é
controle interno. Nós tendemos a nos sentir mais à vontade quando temos uma sensação de
controle interno.
Inicialmente, a massagem estimula as funções simpáticas. Isso, de fato,
surpreende os estudantes que acham que estão aplicando uma massagem relaxante. O
aumento nas funções autônomas é seguido por uma redução se a massagem é diminuída ou
encerrada. Para encorajar mais uma resposta simpática, são úteis as técnicas de energia
muscular. A compressão é um estilo de massagem em ritmo rápido, semelhante à massagem
pré- evento esportivo. Estimula respostas simpáticas e pode suspender a depressão
temporariamente.
Batida repetida, compressão de base ampla ou movimento iniciam respostas de
relaxamento. É o velho truque de indução de hipnose do “siga o relógio”. O trabalho de
corpo rítmico cria um efeito parecido com o transe. Nesse momento, as pessoas ficam
muito abertas a sugestões, e o terapeuta deve estar atento a qualquer tipo de sugestão ou de
discussão orientadora.
Técnicas simples de energia de músculo ativa podem substituir alguns
exercícios, dissipar o estresse simpático e ajudar a aliviar a depressão.
Pressionar o ponto, como a acupressão ou a reflexologia, e a inserção seca de
agulha da acupuntura liberam os analgésicos do próprio corpo e as substâncias químicas de
toda a classe da endorfina, que alteram o humor. Essas substâncias químicas estimulam
respostas parassimpáticas de relaxamento, restauração e contenta mento.
A acupressão causa inibição simpática. Esses métodos de massagem dependem
da criação de uma dor moderada e controlada para que possa ser aliviada. É preciso um
estímulo de estresse ou dor maior do que a percepção da dor existente, para gerar a resposta
de endorfina. Quando a liberação da substância P dispara a dor, encefalinas são liberadas, o
que anula o sinal da dor. Um sistema de feedback negativo ativa a liberação de serotonina e
opiatos, o que inibe a dor. Métodos de massagem terapêutica podem ser usados para criar
uma estimulação nociva controlada (dor) que dispara esse ciclo. Muitas vezes, os clientes se
referem a essa estimulação nociva como dor boa.
Respirar é uma maneira poderosa de interagir com o SNA. A respiração
torácica e a hiperventilação são componentes comuns da estimulação simpática aumentada.
Para o corpo lidar com o estresse, os padrões musculares da respiração precisam ser
normalizados.
entoar cânticos Asãomaioria dosdepadrões
maneiras de respiração
normalizar de através
esses padrões meditação, o ato de cantar
do entrainment. e de
Alterar os
músculos de modo que fiquem mais ou menos tensos ou mudar a consistência do tecido
conectivo afeta o SNA por um circuito de feedback, o que, por sua vez, afeta o poderoso
fenômeno corpo/mente.
Analgesia por Hiperestimulação
Em 1965, Melzack e Wall propuseram a teoria do controle da comporta. De
acordo com essa teoria, um mecanismo de comporta funciona ao nível da medula espinal;
isto é, impulsos de dor passam através de uma “comporta” para alcançar o sistema
espinotalâmico lateral. Impulsos dolorosos são transmitidos por fibras nervosas de grande e
19
de pequeno diâmetro. A estimulação de fibras de grande diâmetro impede as de pequeno
diâmetro de transmitir sinais. A estimulação (por exemplo, esfregar, massagear) de fibras de
grande diâmetro ajuda a suprimir a sensação de dor, especialmente da dor aguda.
A pele de todo o corpo é suprida por nervos espinais que carregam impulsos
sensórios somáticos à medula espinal. Cada nervo espinal serve a um segmento específico
da pele, chamado de dermátomo. Os dermátomos, passíveis de ser afetados por técnicas de
massagem que estimulam a pele, seriam responsáveis pela analgesia por hiperestimulação.
A estimulação tátil produzida por massagem viaja através das fibras de grande
diâmetro. Essas fibras também carregam um sinal mais rápido. Em essência, as sensações
da massagem ganham a corrida até o cérebro, e as sensações de dor são bloqueadas porque
a comporta está fechada.
Contra-Irritação
O Dicionário Médico Enciclopédico Taber (Ed. Manole) define contra-irritação
como a irritação superficial que alivia alguma irritação de estruturas mais profundas. Pode
ser explicada pela teoria do controle da comporta. A inibição em caminhos sensórios
centrais, produzida pelo esfregar ou sacudir de uma área, seria uma justificativa para a
contra-irritação. Estímulos nocivos suprimem estímulos nociceptivos (dor). Mudar a
percepção da dor pela introdução de um sinal de dor diferente é parecido com pisar no pé de
uma pessoa para aliviar a dor no polegar que acabou de ser atingido por um martelo.
A inibição em caminhos sensórios centrais pode explicar o efeito de contra-
irritantes. A estimulação da pele acima de uma área de dor ou disfunção produz um certo
alivio. O antiquado emplastro de mostarda atua segundo esse princípio, e vários cremes e
pastas para friccionar, do mercado, também funcionam dessa maneira.
A massagem e a produção de contra-irritação. Todos os métodos de massagem
podem ser usados para produzir contra-irritação. Muitas pessoas aprenderam por
experiência prática que tocar ou sacudir uma área ferida diminui a dor do ferimento.
Qualquer método de massagem que introduza uma estimulação sensória
controlada intensa o bastante para ser interpretada pelo cliente como um sinal de “dor boa”,
funcionará para criar contra-irritação.
A terapia de massagem em muitas formas estimula a pele sobre uma área de
desconforto. São eficientes as técnicas que friccionam a pele e o tecido subjacente para
causar avermelhamento.
Métodos de compressão e movimento exigem que o corpo atenda a um sinal
diferente e temporariamente ignore o desconforto srcinal.
Pontos-gatilho
Um ponto-gatilho é uma área de facilitação local de nervo com músculo ou
tecido conectivo associado que cria pequenas áreas de tensão ou micro-espasmo. Esses
pontos são sensíveis à pressão e, quando estimulados, se tornam local de dolorosa
neuralgia. A dra. Janet Travell passou muito tempo de sua carreira profissional pesquisando
e desenvolvendo tratamento para pontos-gatilho miofasciais. Parece que uma abundância de
termos, inclusive mialgia, miosite, fibrosite, fibromialgia, miofibrosite, fibromiosite,
fascite, miofascite, reumatismo, nódulo fibroso e miogelose, descrevem o ponto-gatilho
miofascial. As opiniões diferem quanto a se os pontos-gatilho são mais um fenômeno
neuromuscular ou do tecido conectivo, mas os efeitos reconhecidos da massagem indicam
uma forte interface neuromuscular, bem como uma resposta neuroendócrina.
O efeito da massagem nos pontos-gatilho. Travell, Simons e outros sugerem
que os efeitos da massagem sobre os pontos-gatilho miofasciais são o resultado da
estimulação de terminações nervosas proprioceptivas, da liberação de encefalina, do
alongamento de estruturas musculotendíneas que iniciam o relaxamento muscular reflexo
através dos órgãos tendíneos de Golgi e de receptores estriados, e aumentam a circulação.

20
Vários métodos de massagem, inclusive a pressão, o posicionamento e o alongamento
proporcionam essa estimulação.

Leis Neurológicas e suas Implicações para a Massagem

 Lei do Tudo ou Nada (Bowditch)


O mais fraco estímulo capaz de produzir uma resposta cria a resposta de
contração máxima nos músculos esqueléticos e cardíaco e nos nervos.
Implicação para a massagem: as técnicas não necessitam ser extremamente
intensas para gerar uma resposta; tudo que é preciso é uma estimulação sensória suficiente
para começar o processo.
 Lei de Arndt-Schulz
Estímulos fracos ativam processos fisiológicos; estímulos muito fortes os
inibem.
Implicação para a massagem: para encorajar uma resposta especifica, use
métodos mais delicados. Para excluir uma resposta, use métodos mais profundos.
 Lei de Bell
Raízes de nervo espinal anterior são raízes motoras, e raízes de nervo espinal
posterior são raízes sensórias.
Implicação para a massagem: massagem ao longo da coluna é uma forte
estimulação sensória.
 Lei da Desnervação de Cannon
Quando efectores autônomos são separados em parte ou por completo de suas
conexões nervosas normais, eles se tornam mais sensíveis à ação de substâncias químicas.
Essa supersensibilidade de desnervação envolve nervos feridos, que respondem
a toda estimulação sensória, independente de se a estimulação é especifica a esse nervo. A
supersensibilidade de desnervação é um fenômeno universal que afeta músculos, nervos,
glândulas salivares, glândulas sudoríparas, células ganglionares autônomas, neurônios
espinais e até mesmo neurônios do córtex. Também ocorrem mudanças na bioquímica e na
estrutura do músculo, bem como a destruição progressiva dos elementos contráteis das
fibras. Além disso, ao contrário das fibras musculares normais que resistem à enervação de
nervos estranhos, as fibras musculares degeneradas aceitam contato com outros nervos
motores, fibras autônomas pré-ganglionares e até mesmo nervos sensórios.
Implicação para a massagem: uma área ferida pode hiper-reagir a toda
estimulação sensória mesmo depois de curada. Se uma pessoa está resfriada, estressada no
trabalho ou não consegue dormir, áreas anteriormente feridas podem inflamar-se.
 Lei de Hilton
Um tronco nervoso que supre uma articulação também supre o músculo da
articulação e a pele sobre as inserções desse músculo.
Implicação para a massagem: é difícil imaginar se uma dor se srcina na própria
articulação, nos músculos em torno dela ou na pele sobre a articulação; a estimulação de
cada área afeta todas as partes.

Lei de Hooke
A pressão usada para estender ou comprimir um corpo é proporcional à tensão
experimentada, desde que não tenham sido ultrapassados os limites elásticos do corpo.
Implicação para a massagem: métodos que alongam o tecido devem ser bastante
intensos para corresponder ao encurtamento existente, mas não ultrapassá-lo.
 Lei da Facilitação
Quando um impulso passou através de um determinado conjunto de neurônios
com a exclusão de outros numa vez, ele tenderá a tomar o mesmo curso numa ocasião
futura e, cada vez que atravessar esse caminho, a resistência será menor.

21
Implicação para a massagem: o corpo gosta de uniformidade, o que produz
padrões habituais. Depois que o padrão foi estabelecido, é necessário menos estimulação
para ativar a resposta.
 Lei da Especificidade da Energia Nervosa
A excitação de um receptor sempre dá srcem à mesma sensação,
independentemente da natureza do estímulo.
Implicação para a massagem: qualquer que seja o método usado, se um receptor
sensório for ativado, ele responderá de uma maneira específica.
 Leis de Pflüger
 Lei da generalização
Quando a irritação se torna muito intensa, é propagada na medula oblonga, que
se torna um foco a partir do qual os estímulos se irradiam para todas as partes da medula,
causando uma contração geral de todos os músculos do corpo.
Implicação para a massagem: essa resposta deve ser evitada se possível. E
importante manter medidas invasivas de massagem (por exemplo, o friccionar) abaixo do
nível de intensidade que produz uma resposta geral do corpo.
 Lei da intensidade
Movimentos reflexos são, normalmente, mais intensos no lado da irritação; às
vezes, os movimentos do lado oposto são iguais aos movimentos em intensidade, mas em
geral apresentam-se menos pronunciados.21
Implicação para a massagem: veja Lei da simetria.
 Lei da radiação
Se a excitação continua a aumentar; é propagada para cima, e ocorrem reações
através de nervos centrifugos que vêm de segmentos mais elevados da medula.21
Implicação para a massagem: veja Lei da simetria.
 Lei da simetria
Se a estimulação é aumentada o suficiente, é manifestada reação motora não
apenas no lado irritado, mas também em músculos semelhantes no lado oposto do corpo.
Implicação para a massagem: usando-se níveis crescentes de intensidade de
massagem, pode ser criado um efeito bilateral, mesmo que apenas um lado do corpo seja
massageado. Isso é útil especialmente para aplicações de massagem em áreas dolorosas. Ao
massagear o lado não afetado, áreas dolorosas podem ser tratadas sem receber um trabalho
de massagem direto.
 Lei da unilateralidade
Se uma irritação suave é aplicada a um ou mais nervos sensórios, o movimento
ocorrerá em geral apenas no lado que foi irritado.
Implicação para a massagem: uma leve estimulação permanece bastante
localizada em resposta à massagem.
 Lei de Weber
O aumento no estímulo necessário para produzir o menor aumento perceptível
na sensação tem uma relação constante com a força do estímulo que já está atuando.
Implicação para a massagem: para um método de massagem mudar uma
percepção sensória, a intensidade do método precisa igualar e depois exceder um pouco a
sensação existente.

2.2.7 Efeitos na Dor

Desde a época mais remota, os humanos primitivos provavelmente tinham


conhecimento que a fricção vigorosa de uma área lesionada aliviava a dor. Este
comportamento é nitidamente instintivo, sendo exibido pelos seres humanos e por muitos
animais. A fricção da pele estimula mecanorreceptores cutâneos, e estes sinais aferentes são
capazes de bloquear a transmissão e, possivelmente, a percepção dos sinais nociceptivos
22
(dolorosos). Este efeito é facilmente demonstrável, e a maioria das pessoas já o
experimentou. Estes mesmos receptores cutâneos podem também ser estimulados por
outras modalidades, como a vibração mecânica e a estimulação elétrica.
Levando em consideração o conceito de “portal da dor” é óbvio que as técnicas
de massagem têm a capacidade de gerar informações aferentes significativas, mediante a
estimulação direta dos mecanoceptores de grande diâmetro em muitas estruturas.
Dependendo das técnicas em questão, estas estruturas estarão principalmente situadas na
pele, ou na pele e nos tecidos mais pro fundos. Qualquer que seja o caso, a ativação do
mecanismo de portão espinhal, as influências da supressão da dor descendente e a liberação
de opióides endógenos são explicações razoáveis para o alívio da dor produzido pelas
técnicas de massagem.
Os efeitos da massagem na circulação sanguínea e linfática também podem
contribuir para o alívio da dor. Tendo em vista que certas técnicas de massagem exercem
um efeito significativo sobre a circulação, espera-se que elas promovam a remoção de
“metabólitos da dor” (cininas) da região de uma área afetada. Este efeito de eliminação
pode constituir-se em uma contribuição significativa ao alívio da dor obtido com a
massagem dos tecidos moles.
O alívio da dor também provém do efeito relaxante produzido por certas
técnicas de massagem. Se o espasmo muscular é causa significativa da dor, então fica
evidente que a redução do espasmo muscular ajudará a aliviá-la. O relaxamento mais
generalizado que pode ser obtido com a massagem também pode contribuir para o alívio da
dor, especialmente se esta for de natureza central.

2.2.8 Efeitos nas Vísceras

Vísceras Abdominais
Até uma época bem recente, havia pouca informação publicada sobre os efeitos
da massagem nas vísceras abdominais. Mennell (1945) acreditava que a vigorosa
massagem abdominal, que outrora era empregada sobretudo por seus efeitos mecânicos,
derivava de uma compreensão insuficiente do intestino, Mennell alertou que a mais leve
percussão no intestino exposto de um sapo provoca um espasmo instantâneo daquela parte,
juntamente com inibição cardíaca, e que o efeito da manipulação dos músculos
involuntários dos intestinos pode ser observado durante a cirurgia abdominal. Uma
manipulação excessiva pode resultar em super-estimulação e paralisia temporária dos
músculos lisos (intestinais). Isso pode promover o efeito oposto à inibição da função
intestinal normal, e não sua estimulação.
Mennell acreditava ser impossível esvaziar mecanicamente o intestino delgado.
Este autor acreditava também que qualquer ação da massagem nos intestinos é pratica
mente (senão inteiramente) uma resposta reflexa à pressão da estimulação mecânica. Esta
estimulação pode aumentar o peristaltismo, assim acelerando o esvaziamento do conteúdo
intestinal. Algumas partes do intestino grosso são bastante constantes em sua relação com a
parede abdominal, e assim pode ser acompanhada a direção do trânsito do conteúdo
duodenal. Cólon
Beardascendente
e Wood eestavam
descendente, e cólon ilíaco.
convencidas de que a massagem do abdômen por
amassamento e alisamento profundo é efetiva na estimulação do peristaltismo, para
promover a evacuação de flatos e fezes do intestino grosso. Estes procedimentos podem ser
realizados pelo paciente, na posição sentada. O conteúdo do abdômen, com exceção do
duodeno e de partes fixas do cólon, pode ser facilmente deslocado ou afastado por
deslizamento, em função de qualquer pressão exercida sobre a parede abdominal, tornando
impossível exercer qualquer efeito mecânico da massagem.
Embora possa ser possível produzir um efeito mecânico com a massagem em
alguns órgãos abdominais (por exemplo, próstata), os efeitos provavelmente refletem uma
23
reação reflexa à estimulação mecânica. Pode ser possível também a produção de uma
contração reflexa da musculatura lisa do baço, mas fisiologicamente é difícil explicar
qualquer efeito benéfico. Esperar qualquer benefício proveniente da agitação do fígado,
como os autores mais antigos recomendavam, era algo muito errado, embora a massagem
abdominal possa estimular a circulação portal e, portanto, as funções hepáticas.
O tratamento por massagem do pâncreas foi sugerido por alguns autores. Este
órgão poderia ser afetado reflexamente, mas parece provável que este seja apenas um efeito
indireto de uma melhora generalizada do tono vascular. Sendo um órgão oco, a vesícula
biliar é sensível aos efeitos mecânicos da massagem.
Visto serem bastante limitados os conhecimentos acerca dos efeitos da
massagem nas vísceras abdominais, até que existam mais informações disponíveis, parece-
nos pouco aconselhável a realização de qualquer tipo de massagem abdominal, exceto para
músculos abdominais afetados e possivelmente de forma indireta para influenciar a
circulação e, através da resposta reflexa à pressão, estimular a atividade dos músculos
involuntários intestinais.
Há necessidade do uso de técnicas especiais para a massagem de órgãos
específicos, e estas técnicas devem ser praticadas apenas por pessoas especialmente
treinadas nos procedimentos. (Devido aos danos que podem resultar da massagem
abdominal, ela não deve ser incluída em uma massagem geral, a menos que tenha havido
uma consulta médica prévia).
Outros Órgãos Viscerais
Seria de se esperar que algumas formas de massagem afetassem vários órgãos
do corpo, em virtude de seus efeitos reflexos. A massagem do tecido conjuntivo é um
exemplo óbvio: espera-se que a estimulação de áreas específicas na região posterior do
tronco produza efeitos em uma série de órgãos e estruturas em outras partes do corpo. Este
conceito baseia-se na evocação de um reflexo autônomo, mediante a estimulação de
aferentes cutâneos reflexamente relacionados a órgãos e estruturas específicos.
Outro exemplo do potencial das técnicas de massagem em afetar reflexamente
os diversos órgãos do corpo fica expresso no conceito terapêutico da acupuntura. Neste
caso, a pressão digital aplicada a partes específicas do corpo objetiva a produção de efeitos
reflexos em vários órgãos e sistemas. Este é ainda outro excelente exemplo do princípio do
efeito em local remoto, no qual a estimulação em uma parte do corpo produz um efeito em
Outro local, mesmo em uma área aparentemente sem qual quer relação.

2.2.9 Efeitos na Pele

Os autores mais antigos propuseram que a massagem tinha um efeito direto nas
camadas superficiais da epiderme. que “liberava” as aberturas das glândulas sebáceas e
sudoríparas. O mecanismo era a melhora da circulação, que, por sua vez, melhorava
diretamente o funcionamento destas glândulas (Krusen, 1941). Outros escritores antigos
pensavam que o suor não era significativamente aumentado, mas que secreções sebáceas
poderiam ser espremidas.

previamenteAengessada
observação clínica
durante demonstra
algumas que,pode
semanas, em ser
seguida
notadaà uma
massagem
melhoraa definida
uma parte
na
textura e aspecto da pele. Se a pele ficou aderida aos teci dos subjacentes e se ocorreu
formação de tecido cicatricial. movimentos de fricção e tensão são empregados para o
afrouxamento mecânico dos tecidos aderidos, e também para o amolecimento da cicatriz.
Considerando que a pele é o órgão que primeiramente entra em contato com as
mãos do terapeuta, não é descabido esperar que a massagem exerça pelo menos alguns
efeitos na pele. Estes efeitos podem ser benéficos ou maléficos. Se for usada uma
quantidade excessiva de talco ou óleo na pele, é provável que sua superfície fique entupida
com resíduos do lubrificante.
24
2.2.10 Efeitos no Tecido Adiposo

Muitos têm afirmado, ao longo dos anos, que a massagem remove depósitos de
tecido adiposo. Krusen (1941) sustentava que as observações clínicas não corroboravam
esta teoria, e que as tentativas de redução dos depósitos localizados de gordura são inúteis.
Rosenthai (citado em Cuthbertson. 1933’) investigou este problema
experimentalmente. Uma massagem vigorosa foi aplicada a certas áreas da parede
abdominal de animais. Estudos microscópicos das áreas massageadas e não massageadas
não revelaram qualquer alteração na gordura das partes tratadas, mesmo nos casos em que a
massagem havia sido suficientemente vigorosa para freqüentemente causar pequenas
hemorragias. Wright (1939) e Kalb (194-1) chegaram a conclusões semelhantes.
2.3 Efeitos Psicológicos

 Relaxamento físico
 Alívio da ansiedade e tensão (estresse)
 Estimulação da atividade física
 Alívio da dor
 Sensação geral de bem-estar (conforto)
 Estímulo sexual
 Fé em geral na deposição das mãos

Foram publicados poucos relatos de pesquisa experimental sobre os efeitos


psicológicos da massagem. A maioria das pessoas está familiarizada com o efeito calmante
de uma massagem suave, embora não esteja presente qual quer lesão ou incapacidade física
(definida inicialmente como “massagem recreacional”). Na massagem terapêutica, a
atenção concentrada do terapeuta no paciente, em combinação com as agradáveis sensações
físicas da massagem, estabelece freqüentemente uma relação pessoal de proximidade e de
confiança. Nestas circunstâncias, os pacientes podem revelar ao terapeuta problemas,
preocupações e fatos sobre sua saúde que, em sua óptica, eram muito triviais para contar ao
médico. Nesta situação, o terapeuta ouve e preserva qualquer informação como sendo
confidencial. O terapeuta deve ter o cuidado de não permitir que o paciente fique
demasiadamente dependente dessa relação, incentivando-o a contar as informações
relevantes ao seu médico.
Muitos dos efeitos fisiológicos da massagem descritos anteriormente têm um
componente psicológico significativo. O alívio da dor, por exemplo, possui um componente
psicológico. visto depender intensamente da percepção do paciente. Desta forma, o alívio
da dor é um efeito psicológico legítimo da massagem.
Relaxamento Físico
Quase todas as pessoas acham que os tratamentos por massagem são
extremamente relaxantes. Certos movimentos em particular promovem relaxamento físico;
contudo, o como
psicológico conceito de relaxamento
fisiológico. nãoumé esforço
Isso exige principalmente físico,
consciente paraé,“senasoltar”.
verdade, tanto
A razão
porque algumas pessoas acham muito difícil relaxar seus membros pode ser uma
incapacidade de se soltar psicologicamente. Técnicas de massagem apropriadas podem
contribuir para este processo, porque elas ajudam o paciente a deixar que seus músculos e
membros relaxem.

25
Alívio da Ansiedade e da Tensão (Estresse)
O alívio da tensão por meio da massagem está intensamente ligado à. promoção
do relaxamento, identificada anteriormente. Um paciente que esteja significativamente
ansioso e tenso (estressado) achará muito difícil, senão impossível, relaxar. À medida que a
massagem promove relaxamento, também ajuda a reduzir a ansiedade e a tensão. Isto
ocorre porque o relaxamento precisa de um desligamento psicológico da ansiedade e da
tensão. Esta é uma das principais razões pela qual a massagem recreacional é tão popular,
como parte dos programas de redução do estresse.
Estimulação da Atividade Física
Certas técnicas de massagem são bastante estimulantes, produzindo uma forte
sensação de revigoramento. Estas técnicas se mostraram muito úteis no mundo esportivo, e
deram srcem ao conceito da massagem esportiva, que simplesmente reflete a noção do uso
de certas técnicas de massagem para a promoção da atividade física e melhora no
desempenho. Com freqüência ocorre um forte impacto psicológico em função da aplicação
das técnicas de massagem apropriadas.
Sensação Geral de Bem-estar (Conforto)
Há pouca dúvida de que o tratamento por massagem é urna forma muito
agradável de terapia. O estado geral de relaxamento e o alívio do estresse, possivelmente
em conjunto com a redução da dor, têm o efeito de induzir uma sensação de bem-estar no
paciente. Esta sensação também deve estar ligada à liberação de opióides endógenos ou de
outras substâncias. No mínimo, a massagem é um meio significativo de alcançar urna
sensação de bem-estar, e isso pode explicar, pelo menos em parte, a popularidade da
massagem recreacional em todo o mundo.
Estímulo Sexual
Certamente técnicas de massagem têm sido usadas durante incontáveis séculos
como meio de estimulação sexual.
A estimulação sexual não é um simples assunto de reflexos, que depende
apenas de suficiente estimulação de certas áreas do corpo. E tanto um processo psicológico,
como físico: a estimulação sexual ocorre na mente. Certamente, a estimulação periférica
ajuda, mas todo o processo não é apenas uma simples ação reflexa. A estimulação sexual
não é um objetivo da massagem terapêutica, e, por esta razão. muitas zonas erógenas
devem ser cidadosamente evitadas.

26
3 ANATOMIA E FISIOLOGIA BÁSICAS

O estudo da anatomia e fisiologia humana abre nossa compreensão para a


complexa maravilha que é o funcionamento orgânico do corpo.
O sistema energético no qual a massoterapia se baseia desenvolveu-se milhares
de anos antes dos conhecimentos modernos de anatomia e fisiologia. No entanto, esses
conhecimentos são importantes para melhor entendermos as funções dos meridianos de
energia (que são diretamente relacionados às diversas funções orgânicas) e a ação do
shiatsu e da acupressura em geral.

3.1 Sistema Ósseo

Aparelho de sustentação e “moldura” protetora dos órgãos. É a “estrutura” do


nosso corpo, formada normalmente por 206 ossos, que se ligam através de articulações que
tornam possível o movimento.
Os ossos são tecidos vivos. Na sua composição encontramos substâncias
minerais (carbonato e fosfato de cálcio) e orgânicas. Possuem glóbulos brancos e
vermelhos, vasos sangüíneos e linfáticos, e nervos. Apresentam sensitividade. As células
vivas são responsáveis pelo desenvolvimento dos ossos durante o período de crescimento e
pela sua recuperação após uma fratura.
Quanto aos ossos, os seguintes termos são empregados:
Processo ou apófise — é uma saliência óssea
Trocanter — um processo largo
Espinha — processo comprido e fino
Tubérculo — pequeno processo arredondado.
Tuberosidade — processo arredondado largo.
Fossa — depressão.
Forame ou forâmen — orifício.
As articulações ósseas podem ou não permitir movimentos entre os ossos. As
articulações entre os ossos do crânio, por exemplo, oferecem mobilidade extremamente
reduzida. O tipo de articulação que oferece maior mobilidade é a sinovial (joelhos,
cotovelos, ombros etc.).
Nas junturas sinoviais encontramos os ligamentos. São tecidos fibrosos, fortes e
flexíveis, que ligam os ossos — ajudando a mantê-los em seus lugares, impedindo que eles
“resvalem” uns sobre os outros, e limitando a amplitude dos movimentos articulares.

AGRUPAMENTOS ÓSSEOS PRINCIPAIS


Esqueleto axial:
Consiste dos ossos do crânio e face, coluna vertebral e tórax.
CRÂNIO Os ossos do crânio são em número de 8. Suas articulações são
rígidas. Temos:
1 occipital, 1 frontal, 2 parietais, 2 temporais, 1 esfenóide (encravado no meio
dos ossos naFACE
parte da
14 frente
ossos da base doecrânio),
angulares 1 etmóide
irregulares. (encravado
A estrutura no osso
do nariz é emfrontal).
grande parte
formada por cartilagem. Os ossos principais são:
2 maxilares superiores, 1 maxilar inferior (ou mandíbula), 2 malares (ossos da
maçã do rosto), 2 nasais, 2 lacrimais, etc.
COLUNA É o suporte central do esqueleto. Dá apoio aos órgãos in
VERTEBRAL ternos e abriga a medula espinhal, que se liga a todo o corpo através do
sistema nervoso periférico. Lesões na coluna podem interferir nos movimentos do corpo e,
através do sistema nervoso autônomo, no funcionamento dos órgãos. A coluna é formada
pelas vértebras. Temos:
27
7 cervicais — Grupo flexível de vértebras, de articulações delicadas que, no
conjunto, permitem boa amplitude de 66 movimentos. A 1ª, 2ª e 7ª vértebras apresentam
formatos singulares; São chamadas respectivamente atlas, áxis e proeminente.
12 torácicas ou dorsais — Grupo bastante rígido de vértebras. Articulam-se
com as 24 costelas. Com elas e com o esterno formam a caixa torácica.
5 lombares — Grupo com as maiores vértebras da coluna, cujas articulações
permitem razoável
sacrificadas mobilidade.
pelo fato do homemSuportam umabípede.
ter se tornado grande carga de peso, sendo especialmente
Sacro — Formado por 5 vértebras fundidas. Se articula com os ossos dos
quadris (ossos ilíacos), formando com eles a cóccix — Formado por pequenas vértebras
fundidas, cujo número normalmente varia em torno de 4. Ê o “rabinho” do ser humano.
TÓRAX: A caixa torácica abriga o coração e os pulmões. Ë uma estrutura de
certa flexibilidade, capaz de se contrair e expandir acompanhando a respiração.
Ossos: 24 costelas, esterno. As costelas se dividem em verdadeiras, falsas e
flutuantes. As verdadeiras (7 pares) se prendem diretamente ao esterno. As falsas (3 pares)
se ligam ao esterno de forma indireta. As flutuantes (2 pares) não se prendem ao esterno, só
28
à coluna. O esterno é um osso ímpar, localizado na parte da frente do tórax. Apresenta três
partes fundidas: punho ou manúbrio, corpo e processo xifóide.
Esqueleto apendicular:
Bem mais móvel que o esqueleto axial, consiste nos ombros e quadris,
membros superiores e inferiores. Liga-se ao esqueleto axial através das cinturas —
escapular (ombros) e pélvica (quadris). Fraturas nos ossos do esqueleto apendicular são
mais comuns, porém bem menos sérias do que nos do esqueleto axial.
CINTURA ESCAPULAR. Ossos: escápula (ou omoplata), clavícula. A
escápula só se prende ao esqueleto axial através de músculos. Por isto em algumas pessoas
ela parece tão “solta”.
MEMBROS SUPERIORES
Ossos:
do braço — Úmero. O úmero se articula com a escápula de forma bastante 68
solta, permitindo grande mobilidade ao braço.
do antebraço — ulna (lado do dedo mínimo) e rádio (lado do polegar) do pulso
Carpo (8 ossos)
da mão — 5 metacarpos dos dedos — 14 falanges. As falanges são numeradas
de 1 a 3 sendo a 1 a mais próxima da mão. Ou: falange (proximal), falanginha (média) e
falangeta (distal). Os metacarpos são numerados de 19 a 59, sendo o 19 o que se articula
com a falange proximal do polegar.
CINTURA PÉLVICA: A pelve feminina é mais larga que a masculina, para ser
capaz de abrigar o feto em desenvolvimento. (Pelve ou quadris) É composta pelos
6 ossos ilíacos: 2 ílios, 2 ísquios, 2 púbis. Cada ílio se articula com o sacro na sua parte
superior, e com 1 ísquio e 1 púbis na sua parte inferior. O ílio, o ísquio e o púbis formam o
osso do quadril. O osso do quadril do lado esquerdo se articula com o do lado direito na
frente do corpo, através da sínfise púbica (articulação entre os púbis).
MEMBROS INFERIORES
Ossos:
da coxa — fêmur
da perna — tíbia e fíbula
do joelho — patela (ou rótula)
do pé — tarso (7 ossos — entre eles o calcâneo) e 5 metatarsos
dos dedos — 14 falanges.
O fêmur é o osso mais longo do corpo. Observe que sua forma faz com que o
peso do corpo incida diretamente sobre os pés.
A articulação entre o fêmur e a pelve (articulação coxofemural) é firme, com
um encaixe profundo e fortes ligamentos. Por isto os movimentos da perna em relação ao
tronco são bem mais restritos do que os do braço.
A tíbia é um osso muito robusto, feito para suportar o peso do corpo.
Os pés são estruturas feitas para suportar o peso do corpo todo. Por isso, quando
aplicamos shiatsu nas solas, pode mos utilizar pressões fortes.
A numeração dos metatarsos e falanges dos pés é similar à dos metacarpos e
falanges das mãos.

29
Crista ilíaca

Fíbula

30
31
3.2 Sistema Muscular

O tecido muscular é elástico, apresenta propriedade de retornar imediatamente à


sua forma srcinal, podendo se contrair ou estender. Tensões nos levam a
inconscientemente manter determinados grupos de músculos contraídos de forma contínua,
até mesmo durante o sono. Formam-se verdadeiros “nós” musculares, que causam dor
física e desconforto psicológico, e limitam a livre movimentação do corpo. É importante
trabalharmos nosso corpo, para mantermos a musculatura flexível e o corpo-mente
equilibrado.
CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS
Temos três tipos básicos de músculos:
1) Estriados: São músculos de controle voluntário, ligados ao esqueleto. Sua
função é operar os ossos do corpo, produzindo movimento. Somam mais de 400.
2) Lisos: São músculos de controle involuntário. São encontrados nas paredes
dos vasos sangüíneos e órgãos internos. Operam os movimentos viscerais. Exceção:
musculatura da bexiga — lisa, porém voluntária.
3) Músculos cardíacos: São estriados, porém de controle involuntário.

OS MÚSCULOS E OS MOVIMENTOS DO CORPO


As articulações móveis do esqueleto formam um sistema de alavancas. Os
músculos atuam sobre estas alavancas. Os movimentos são produzidos basicamente por
grupos musculares, e não por músculos isolados. Grupos musculares de funções
complementares se colocam em oposição, e agem em conjunto. Assim, na parte interna do
antebraço temos flexores, e na externa extensores; na face anterior da coxa encontramos
extensores, e na posterior flexores, etc. Quando dizemos que um músculo é um flexor,
estamos nos referindo à sua ação principal, já que cada músculo participa em diferentes
movimentos. Por sua vez, mesmo os movimentos mais simples são complexos e envolvem
a ação de vários músculos.
Flexor: o que faz dobrar
Extensor: o que faz estender
Adutor: o que traz
Abdutor: o que afasta
Rotator: produz movimento de rotação em torno de um eixo.
Os tendões são feixes de fibras em que terminam os músculos. Ligam os
músculos aos ossos. São alongados, fortes e flexíveis.

PRINCIPAIS MÚSCULOS E PONTOS A ELES RELACIONADOS


Músculos que nos interessam na prática da Massoterapia:
FACE: Masseter: músculo de mastigação. Pode se apresentar tenso e
dolorido. O ponto E 6 atua sobre ele. Frontal: músculo delicado, de expressão facial,
situado na testa. Orbicular dos olhos: músculo de fechamento dos olhos. Os Pontos VB 1 e
B
ele2age
atuam sobreTai
o Ponto esseYo.
músculo. Temporal: músculo mastigador, situado nas têmporas. Sobre
PESCOÇO: Esternocleidomastóideo: importante músculo da face lateral do
pescoço. Atua na rotação e flexão da cabeça. Começa no esterno e na clavícula, indo até a
lateral do osso occipital.

32
Serrátil Anterior

Braquioradial
Flexores do Punho

Sartório

Fibular Longo

33
Trapézio Superior e médio
Trapézio Inferior

Redondo Maior
Redondo menor

Extensores do
punho

Tensor da Fácia lata

Gastrocnêmio

Solear

34
NUCA E OMBROS : Trapézio: outro músculo de grande importância.
Acumula grande tensão. Cobre a nuca, os ombros e parte das costas (região torácica).
Ligado às doze vértebras torácicas e à 7 cervical, ao occipital, à escápula e à clavícula. Atua
nos movimentos do ombro e da cabeça. O ponto B 10 situa-se sobre o trapézio, onde ele
encontra o osso occipital. Outros Pontos que usamos para “soltar” esse e os outros
músculos da nuca e dos ombros: VB2O, VB21, TA17, ID11, ID13 e pontos do meridiano
da bexiga na região torácica. Esplênio da cabeça: situa-se na nuca, sob os músculos trapézio
e esternocleidomastóideo, e entre eles. Atua em movi mentos da cabeça, em conjunção com
o esternocleidomastóideo. Atua sobre o esplênio da cabeça o Ponto VB 20, que se localiza
entre ele e o trapézio.
COSTAS: Longo: é a longa faixa muscular que podemos sentir correndo
paralela à coluna vertebral. Faz parte da musculatura profunda das costas, situando-se
embaixo do trapézio, do grande dorsal, e de outros músculos. Forma, com o íliocostal e o
espinhal, o músculo eretor da espinha. Sobre o músculo longo situam-se vários Pontos do
meridiano da Bexiga, incluindo-se o B 52. Grande dorsal: responsável pelo movimento de
rotação interna do braço. Rombóide (superior e inferior): músculos estabilizadores da
escápula, se localizam abaixo do trapézio inferior, entre as escápulas.
REGIÃO LOMBAR E DOS QUADRIS: Psoas-ilíaco: ilíaco, grande psoas e
pequeno
vértebras psoas são importantes
lombares, músculos
à última torácica, posturais.
ao osso ilíaco eSão músculos
ao fêmur. profundos,
Agem ligadosdos
como flexores às
quadris e estabilizadores da região lombar, tanto na posição sentada quanto de pé.
TÓRAX: Grande peitoral: srcina-se na clavícula, no esterno e nas costelas,
tem a ponta superior do úmero (osso do braço). Atua em movimentos do braço (adução e
rotação interna). Em algumas pessoas a musculatura peitoral se apresenta muito tensa.
Principal Ponto relacionado: P 1.
MÚSCULOS DA RESPIRAÇÃO: Diafragma: é o “chão” da cavidade torácica,
separando-a da cavidade abdominal. É o principal músculo da respiração. Contrai-se

35
quando inspiramos e relaxa na expiração. M. intercostais: situam-se entre as costelas. São
importantes músculos da respiração.
ABDÔMEN: Reto abdominal: atua na flexão do tronco. Situado embaixo dos
oblíquos abdominais interno e externo. Oblíquo externo ou grande oblíquo do abdômen:
rotação e inclinação lateral do tronco.
OMBRO: Deltóide: atua em vários movimentos do braço.
ESCÁPULA: Supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo (pequeno e grande) e
subscapular: Movimentos do braço. Pontos relacionados: ID 11 e ID 13.
BRAÇOS: Bíceps braquial: flexão do braço. Tríceps braquial: extensor do
braço.
ANTEBRAÇO: Na face interna do antebraço encontramos um grupo de
músculos flexores e na face externa um grupo de extensores, que atuam nos movimentos do
punho, da mão e dos dedos. O Ponto IG 10, visto anteriormente, situa-se sobre o músculo
extensor dos dedos, que pode ser sentido na face externa do antebraço quando abrimos e
fechamos a mão.
NÁDEGAS: Glúteo (grande, médio e pequeno): tem funções de extensão,
flexão, abdução e rotação do fêmur. São importantes músculos posturais, que atuam na
estabilização dos quadris quando ficamos de pé, andamos, corremos, escalamos etc. Podem
acumular grande tensão, tornando-se rígidos e doloridos. Principais Pontos relacionados à
musculatura glútea: Tem Shi, VB3O e B53.
COXAS: Quadríceps crural ou femural: compõe a larga massa muscular da face
anterior da coxa. Constitui-se de quatro músculos que convergem para um único tendão que
se insere na tíbia. São eles: o retrocrural, o vasto externo, o vasto intermediário e o vasto
interno. Atuam na extensão do joelho. O retrocrural também atua na flexão da articulação
coxofemural (entre o fêmur e a pelve). Adutores: situados na face interna da coxa. Temos 3
adutores (longo, curto e grande adutor), o grácil (ou reto- interno) e o pectíneo. Além da
adução atuam na flexão, extensão e rotação da articulação coxofemural. Bíceps crural e
semitendinoso: parte posterior da coxa. Ativos na flexão do joelho e na extensão da
articulação coxofemural. Esses músculos são os que se contraem quando nos inclinamos
para frente tentando tocar os pés com as mãos. Atrás dos joelhos dobrados podemos
facilmente sentir os tendões desses músculos, que vão se inserir na fíbula e na tíbia,
respectivamente. O ponto B 37 age sobre estes músculos.
PERNAS Tibial anterior: atua em movimentos do pé e tornozelo. Sobre esse
músculo, do lado da tíbia, encontramos o importante Ponto E36. Gastrocnêmicos: músculos
da batata da perna. Atuam nos movimentos dos pés e joelhos. Entre os músculos gêmeos
encontramos o B 57.

3.3 Sistema Digestivo

A função básica do aparelho digestivo é transformar os alimentos ingeridos —


através de ações mecânicas e reações químicas — preparando para serem absorvidos pelo
organismo. Essa absorção se dá através de células da parede interior dos órgãos digestivos e
de capilares (pequenos
a eliminação vasos)
dos resíduos sangüíneos e linfáticos. A função digestiva se completa com
não aproveitáveis.
O sistema digestivo é um canal (canal alimentar ou tubo digestivo) que vai da
boca ao ânus, “serpenteando” dentro do corpo na cavidade abdominal. Também fazem
parte deste sistema os órgãos anexos, que produzem substâncias que são lançadas no tubo
digestivo por pequenos canais, para auxiliar na digestão dos alimentos.
Shiatsu no hara, em áreas reflexas das costas e em determinados meridianos e
Pontos contribui muito para equilibrar e fortalecer o funcionamento do sis tema digestivo.

36
Compare a localização dos órgãos digestivos com o trabalho de diagnóstico-
terapia que realizaremos no hara (p. 146).
O TUBO DIGESTIVO
1) Boca: Com o auxílio dos dentes, língua e glândulas salivares o alimento é
umedecido e triturado, ficando pronto para ser engolido. E a primeira etapa da digestão.
2) Faringe: Via de acesso comum aos alimentos e ao ar. Quando engolimos,
uma pequena válvula (epiglote) fecha a entrada da laringe, impedindo que alimentos
penetrem as vias respiratórias.
3) Esôfago: A faringe se bifurca em laringe e esôfago. A laringe leva aos
brônquios, o esôfago ao estômago.
4) Estômago: Armazena a comida recém-ingerida e a prepara para o intestino
delgado.

5) Intestino: Continua o trabalho digestivo, com o auxílio das secreções


delgado: do fígado e do pâncreas. Aqui ocorre a maior parte da absorção dos
nutrientes. Divide-se em: duodeno, jejuno, íleo

37
6) Intestino Mais largo, menor em comprimento e mais “arrumado” grosso: na
cavidade abdominal que o intestino delgado. Absorve basicamente líquidos.
Divide-se em:
Ceco, cólon ascendente, transverso, descendente, sigmóide (local onde as fezes
se acumulam antes de serem eliminadas), reto e ânus.
Os nutrientes absorvidos são levados ao fígado (pela veia porta), onde são
tratados, armazenados e lançados na circulação sangüínea através das veias hepáticas,
alcançando rapidamente o coração e daí todo o organismo.
OS ÓRGÃOS ANEXOS
Glândulas Localizadas próximas à boca, onde lançam secreções que
salivares: ajudam a umedecer os alimentos.
Fígado: Produz a bílis, que é lançada no duodeno e auxilia na digestão de
gorduras.
Vesícula biliar: Armazena bílis, lançando-a no duodeno no momento
necessário.
Pâncreas: Produz enzimas que são lançadas no duodeno para auxiliar na
digestão de proteínas, gorduras e carboidratos.
Baço: Filtra o sangue, colabora na formação da bílis, produz glóbulos brancos
(função imunológica).

3.4 Sistema Circulatório

O aparelho circulatório é encarregado da circulação sanguínea. O sangue leva


nutrientes e oxigênio às células do corpo, removendo resíduos e gás carbônico.
Esse aparelho é formado pelo coração e vasos sangüíneos. O coração é a
“bomba” muscular que mantém o fluxo sangüíneo. Os vasos sangüíneos são as artérias,
veias e capilares.
As artérias levam sangue do coração para o resto do corpo, e as veias retornam
o sangue ao coração. Geralmente as artérias conduzem sangue arterial, rico em oxigênio, e
as veias sangue venoso, que contém gás carbônico.
Os capilares são tubos de diâmetro muito fino. Através deles substâncias e
gases se transferem do sistema vascular (dos vasos sangüíneos) para os tecidos do corpo, e
dos tecidos de volta ao sistema vascular.
No sangue encontramos glóbulos vermelhos (hemácias) e brancos(leucócitos).
Os glóbulos vermelhos são transportadores de oxigênio para o corpo. O oxigênio é
recolhido nos pulmões e levado até os capilares, de onde alcança as células. Os glóbulos
brancos desempenham importante papel imunológico. Combatem bactérias e defendem o
organismo de infecções.
A pequena circulação é o percurso que o sangue venoso faz do coração aos
pulmões, onde é purificado, e de volta ao coração. A grande circulação é feita pelo sangue
arterial do coração a todas as partes do corpo, e dos tecidos do corpo de volta ao coração na
forma de sangue venoso.
PRINCIPAIS ARTÉRIAS
As artérias nascem largas eEvão
VEIAS
se subdividindo e estreitando. As veias nas cem
pequenas e vão se alargando.
Artérias
TRONCO: Aorta: A principal artéria do corpo. Ë ela que muitas vezes sentimos
pulsar fortemente quando tocamos o abdêmen na altura do umbigo. Da aorta saem diversas
artérias que vão alimentar os órgãos internos, o cérebro, os membros, enfim, o corpo todo.
Renal: Alimenta os rins.

38
CABEÇA: Carótida: A artéria carótida comum sai da seção ascendente da
aorta. Vai se subdividir na carótida externa e carótida interna. A carótida externa alimenta a
face, e a interna o cérebro.

39
40
BRAÇOS: Braquial: É continuação da artéria axilar, que — por sua vez — é
continuação da artéria subclávia. Vai se ramificar nas artérias radial e cubital.
COXAS: Femural: A artéria aorta se bifurca na sua parte inferior, de modo a
alimentar as pernas. Ilíaca comum é o nome dado às artérias resultantes dessa bifurcação. A
ilíaca comum, por sua vez, vai se dividir nas ilíacas interna e externa. A artéria femural é a
continuação da artéria ilíaca externa.
PERNAS: Tibial anterior, tibial posterior e fibular: A artéria femural continua
sob o nome de artéria poplítea, e divide-se na perna nas artérias tibial anterior, tibial
posterior e fibular.
CORAÇÃO: Coronárias: Alimentam o músculo cardíaco, formando uma
“coroa” em torno do coração. A “drenagem” é feita através das veias cardíacas. Tronco
pulmonar: Começo das artérias pulmonares direita e esquerda. Leva sangue venoso do
coração aos pulmões, onde ocorrerá hematose (transformação de sangue venoso em
arterial). As veias pulmonares levam sangue arterial dos pulmões ao coração.
Veias
As veias normalmente correm juntas com as artérias do mesmo nome. Assim,
temos as veias cubital, radial, braquial, fibulares, femural, ilíaca comum, renal etc.
Veia cava: A veia cava inferior situa-se à direita da aorta e desemboca no
coração. A veia cava superior recebe veias da cabeça e dos braços.
Veia jugular interna: Corre junto com a artéria carótida interna e a carótida
comum. Drena o sangue venoso que vem do cérebro.
Veia porta: As ramificações da veia porta drenam o sangue rico em nutrientes
do trato gastrintestinal para o fígado. O fígado altera, armazena e, de acordo com as
necessidades, solta esses nutrientes. Através das veias hepáticas eles vão alcançar
rapidamente o coração, e daí são distribuídos a todas as partes do corpo pela circulação
sangüínea.

3.5 Sistema Linfático


Uma enorme parcela do corpo constitui-se de líquidos. Esses líquidos
necessitam manter-se em circulação. Os vasos linfáticos “escoam” dentro das veias os
líquidos do corpo que não se encontram dentro do sistema vascular, e que devem a ele
eventualmente retornar a fim de alcançarem o coração. Os vasos linfáticos são auxiliares
das veias na sua função de “drenagem”.
O sistema linfático não possui um “coração” — depende da ação dos músculos
vizinhos para realizarem sua função. Exercícios físicos e massagem auxiliam a manutenção
do fluxo normal do sistema linfático.

3.6 Sistema Respiratório

O aparelho respiratório compõe-se de:


1. Vias respiratórias: fossas nasais, faringe, laringe, traquéia, brônquios
2.
O Pulmões
aparelho respiratório traz ar para dentro do corpo e o prepara de modo que o
oxigênio nele contido possa ser absorvido pelo sangue. Ao mesmo tempo dióxido de
carbono se desprende, ocorrendo assim uma troca. Essa troca (absorção de oxigênio —
eliminação de dióxido de carbono) é chamada de hematose. O oxigênio absorvido vem
alcançar e suprir todas as partes do corpo através da circulação sangUínea.
O aparelho respiratório também participa na articulação de sons na realização
da fala.

41
3.7 Sistema Urinário

42
O aparelho urinário é composto de:
1. Rins
2. Vias urinárias: bacinetes, ureteres, bexiga, uretra.
Os rins “filtram” o sangue, removendo dele quantidades variáveis de água e
substâncias orgânicas e inorgânicas, na medida em que o fluxo sangüíneo passa por eles.
Dessa forma mantém o equilíbrio de composição e volume dos líquidos do corpo.
Os rins localizam-se na parte posterior da cavidade abdominal, um de cada lado
da coluna, entre a borda superior da 12 vértebra torácica e a 3 lombar. O rim direito situa-se
um pouco abaixo do esquerdo, devido ao grande espaço ocupado pelo fígado.
A urina contém resíduos desnecessários ao organismo dissolvidos em água.
Após ser produzida pelos rins, fica acumulada na bexiga até o momento de ser eliminada.

3.8 Sistema Nervoso

Os músculos agem sobre o esqueleto e sobre as vísceras, produzindo os movi


mentos do corpo e operando seu funcionamento orgânico. O sistema nervoso comanda a
ação dos músculos — através de impulsos enviados pelo sistema nervoso central. Logo
controla os movimentos voluntários e a vida vegetativa.
Os impulsos provenientes do sistema nervoso central ocorrem em resposta a
informações que ele mesmo recolhe, através dos receptores sensitivos — as sensações
externas (colhidas através dos órgãos dos sentidos, responsáveis pelo nosso senso de
localização no espaço) e internas.
Os impulsos nervosos são uma forma de energia eletroquímica. São gerados e
conduzidos pelas células nervosas (neurônios). Os neurônios são a unidade funcional
fundamental do sistema nervoso. Os neurônios sensitivos conduzem impulsos dos
receptores do corpo para o sistema nervoso central. Esses receptores podem ser sensíveis ao
calor, ao toque, à luz, ao paladar, à dor, à tensão muscular etc. Os neurônios motores levam
impulsos do sistema nervoso central para o corpo, produzindo a ação física e os
movimentos viscerais.
Os neurônios (sensitivos e motores) que conduzem impulsos entre a pele ou a
musculatura que movimenta o esqueleto e o sistema nervoso central são chamados de
neurônios somáticos. Neurônios viscerais são os que conduzem impulsos entre as vísceras e
o sistema nervoso central, tenham eles funções sensitivas ou motoras.
O sistema nervoso divide-se em sistema nervoso central e periférico.

1. SISTEMA NERVOSO CENTRAL


O sistema nervoso central constitui-se do encéfalo e da medula espinhal.
Encéfalo:
Divisão Embriológica: telencéfalo (hemisférios cerebrais ou cérebro),
diencéfalo, mesencéfalo, metencéfalo (cerebelo e ponte), Mielencéfalo (medula oblonga ou
bulbo).
1) Telencéfalo (hemisférios cerebrais ou cérebro)
A camada
do córtex cerebral superficial
recebem (córtex)dos
os nomes do cérebro é a sua área
ossos cranianos commais
os desenvolvida. Partes
quais se relacionam.
Assim temos os lobos frontal, temporal, parietal e occipital. Cada lobo é responsável por
determinadas funções. O lobo frontal ocupa-se primariamente de funções motoras (postura;
movimentos voluntários) e intelectuais (pensamento abstrato e racional; fala). O lobo
parietal ocupa-se, entre outras, de funções sensoriais, reconhecendo sensações físicas como
a dor, a temperatura, toque e paladar. O lobo temporal relaciona-se ao comportamento
emocional, ao olfato, audição, linguagem, etc. O lobo occipital é ligado à visão.

43
2) Diencéfalo
O diencéfalo se encontra incrustado por baixo e para dentro dos hemisférios
cerebrais. Se ocupa basicamente de funções sensoriais e autônomas, como controle da
temperatura do corpo, sensação de apetite, ligação entre reflexos viscerais e reações
emocionais, etc. Faz parte do diencéfalo a glândula pineal.
3) Mesencéfalo
Também incrustado na parte inferior do cérebro, por baixo do diencéfalo.
Ocupa-se de reflexos provocados por estímulos visuais e auditivos inesperados; conduz
impulsos motores do cérebro para o bulbo e a medula espinhal; etc.
4) Metencéfalo
Composto pela ponte e pelo cerebelo. A ponte, entre outras coisas, é
responsável pela nossa capacidade de permanecermos alertas e atentos. O cerebelo é
responsável por nosso senso de equilíbrio. Controla e coordena a atividade muscular em
geral (incluindo a manutenção do tono muscular).
5) Mielencéfalo
O mielencéfalo srcina a medula oblonga (alongada), ou bulbo, que se ocupa de
importantesDivisão
reflexosAnatômica:
orgânicos, como os ritmos cardíacos e respiratórios.
Anatomicamente podemos dividir o encéfalo em:
1) cérebro
2) tronco encefálico
3) cerebelo
O tronco encefálico constitui-se de todo o encéfalo, menos os hemisférios
cerebrais e o cerebelo — ou seja, o diencéfalo, o mesencéfalo, a ponte e o bulbo. Como o
diencéfalo se encontra recoberto pelos hemisférios cerebrais, alguns autores o consideram
parte do cérebro, e não do tronco encefálico.
44
A medula espinhal é uma continuação do encéfalo, que se estende pelo canal
existente no interior da coluna vertebral (canal formado pelos forames vertebrais) até o
nível da 2 vértebra lombar. Transmite impulsos do corpo para o encéfalo, e vice-versa.

II. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO


Formado por feixes de nervos (filamentos de tecido que conduzem os impulsos
nervosos) que se irradiam do encéfalo e medula espinhal alcançando todas as partes do
corpo. Através desse sistema transitam informações sensoriais do corpo para o sistema
nervoso central, e as respostas motoras do sistema nervoso central para os músculos do
corpo. O sistema nervoso periférico apresenta dois tipos de nervos, os cranianos e os
espinhais.
Nervos cranianos
São os nervos que se projetam da base do encéfalo. Inervam primariamente a
cabeça e o pescoço. Entre outros temos os nervos olfatórios, o nervo ótico, o nervo facial
(inerva a musculatura mímica), o nervo auditivo, o nervo trigêmeo, o nervo vago (que
inerva também órgãos do tórax e abdômen), etc.
Nervos espinhais
São os nervos que emergem bilateralmente da medula espinhal através dos
forames intervertebrais. Cada nervo possui duas raízes (uma ventral e uma dorsal) — ou
seja, se bifurca conectando-se com a medula espinhal em dois pontos. A raiz ventral possui
fibras motoras, e a raiz dorsal fibras sensitivas. O nervo espinhal então é sempre misto —
possui fibras motoras e sensitivas.
Após deixar a medula espinhal, cada nervo se divide e ramifica. Esses ramos
vão inervar músculos e pele. Os ramos que inervam os músculos do esqueleto vão supri-los
com fibras motoras (para a ação muscular), fibras motoras autônomas (para a musculatura
lisa das artérias musculares) e fibras sensitivas (para os receptores dos músculos e tendões).
Os ramos que inervam a pele a suprem com fibras sensitivas e fibras motoras autônomas
(para as artérias cutâneas e glândulas sudoríparas).
Os nervos espinhais formam “redes”, ou plexos nervosos que inervam áreas
específicas do corpo.
Principais plexos nervosos
PLEXO CERVICAL: Inerva pele e músculos do pescoço.
PLEXO BRAQUIAL: Inerva braços e ombros.
PLEXO LOMBOSSACRO: Compõe-se dos plexos lombar e sacro. Inerva
pernas, nádegas, região inferior do abdômen e genitais. Faz parte do plexo sacro o nervo
ciático (ou isquiático), cujas ramificações (nervos tibial e fibular comum) chegam até os
dedos e solas dos pés.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO


O sistema nervoso autônomo é parte do sistema nervoso periférico. Inerva os
músculos cardíacos e os músculos lisos e glândulas dos órgãos internos, controlando o
funcionamento involuntário do coração, estômago, intestinos, órgãos reprodutivos, etc.
Controla assim
respiração). as funções
É um sistema da vida evegetativa
motor, (comoOsa circulação
não sensorial. neurônios sangüínea, a digestão,
motores autônomos dasa
vísceras são diferentes dos neurônios motores somáticos (voluntários), e vão caracterizar o
sistema nervoso autônomo. Já os neurônios sensoriais viscerais são iguais aos somáticos —
portanto, não são considerados parte do sistema autônomo.
O sistema nervoso autônomo se divide nos sistemas simpático e parassimpático.
O sistema simpático é estimulante, e o parassimpático é regulador.

45
Sistema Nervoso Simpático
O sistema nervoso simpático reage a situações inesperadas ou de perigo de
vida, ou em manifestações emocionais — um barulho súbito, uma briga ou discussão, um
quase acidente de carro, etc. E ativado pela adrenalina. Quando o sistema simpático entra
em ação o coração bate mais rápido ou dispara, a pressão sangüínea sobe, a traquéia se
dilata e o ritmo da respiração aumenta, a pupila se dilata, começamos a suar, o sangue flui
para os músculos voluntários do esqueleto, os sistemas digestivo e sexual são desativados
— enfim, são tomadas medidas para enfrentar uma situação de emergência. Prepara a
pessoa para “lutar ou fugir” — to fight or to flight. Essas reações ocorrem com maior ou
menor intensidade, dependendo do caso específico.
Os nervos do sistema simpático se irradiam da medula espinhal (do nível da 1
vértebra torácica à 2 lombar). Tão logo deixam a coluna vertebral, separam-se dos nervos
espinhais e vão formar uma cadeia de gânglios (agrupa mento de células nervosas fora do
SNC) situada ao longo da coluna. Essa cadeia de gânglios se chama tronco simpático, e se
estende bilateralmente do nível da 1 vértebra cervical até o cóccix.
O sistema nervoso autônomo é associado aos diversos órgãos do corpo. Os
pontos Associados. que também se relacionam aos órgãos, situam-se sobre o tronco
simpático — existindo, pois, uma relação entre eles e o sistema nervoso que parece
justificar anatomicamente a mecânica de funcionamento desses pontos.
Sistema Nervoso Parassimpático
O sistema parassimpático tem efeito calmante sobre o organismo. Reduz o
ritmo cardíaco e a freqüência respiratória, estimula a digestão (e a absorção de nutrientes) e
a função sexual. A musculatura voluntária relaxa, o fluxo sangüíneo é orientado para os
tecidos superficiais da pele e para os órgãos digestivos (após uma lauta refeição, o
parassimpático entra em ação). Logo, o parassimpático regula o funcionamento da vida
vegetativa, num efeito quase antagônico ao sistema simpático. Na verdade, os dois sistemas
inter-relacionam-se de forma complexa, às vezes complementar. Por exemplo, o sistema
parassimpático é responsável pela ereção do órgão masculino (atua na vaso dilatação dos
órgãos genitais), e o simpático pela ejaculação (atua na vaso constrição). Quando fazemos
um relaxamento profundo, ou meditamos, ativamos o parassimpático. Na principal prática
espiritual do tantra yoga, onde a energia sexual é diretamente utilizada nas meditações, o
homem se relaciona sexualmente com a mulher sem ejacular.
Em seu livro A Função do Orgasmo, Reich menciona que quando sentimos dor
ou ansiedade ativa-se o sistema simpático — e o organismo se contrai. Por outro lado,
quando sentimos prazer o parassimpático é acionado, ocorrendo uma “expansão” — o
corpo se “abre”, se torna mais receptivo. Ainda comparando os dois sistemas, podemos
relacionar os exercícios de alongamento muscular ao parassimpático, e os de força ao
simpático.
As raízes nervosas do parassimpático srcinam-se no tronco encefálico e na
medula espinhal (ao nível do sacro). Seus gânglios não formam uma cadeia (como o
sistema simpático) — se localizam nas próprias vísceras que eles inervam.

O Shiatsulevamos
Quando e as Reações Simpáticas
um susto e nos esobressaltamos,
Parassimpáticaso sistema simpático reage
imediatamente — o coração dispara, a pressão sangüínea aumenta, etc. Passado o susto, o
sistema parassimpático entra em ação, trazendo o corpo de volta à normalidade. Se vivemos
uma emoção forte e o sistema simpático é ativado violentamente, quando o parassimpático
entra em ação nos faz sentir exauridos e até mesmo sonolentos — todos sabemos como as
emoções fortes cansam!
No shiatsu, quando aplicamos pressões enérgicas e súbitas, ativamos o sis tema
simpático — o corpo do paciente reage e se contrai, seu ritmo cardíaco se acelera, etc. A
ativação do sistema simpático (do ritmo cardíaco) é — inclusive — o propósito de alguns
46
estilos estimulantes de massagem ocidental — que por isso não são indicados a pessoas
debilitadas fisicamente, já que consumiria suas poucas reservas de energia.

47
48
Para equilibrarmos e tonificarmos o organismo precisamos acionar o sistema
parassimpático. Quando o parassimpático é ativado, a musculatura se torna macia, o corpo
“aberto”, receptivo. Essa é a função da mão “mãe” no zen shiatsu — ela mantém o paciente
relaxado, evitando que as pressões de nossa mão “livre” provoquem reações do sistema
simpático. Além disso, se tocamos com nossa mão “livre” um ponto ou área sensível e o
paciente sente dor, seu corpo se contrai, se “fecha” para a sensação de dor. Essa contração é
uma reação involuntária relacionada ao sistema simpático, que percebemos com facilidade
na palma de nossa mão “mãe”. Podemos então ajustar a pressão de nossas mãos de forma
que o sistema simpático seja desativado e o parassimpático acionado.
Essa reação de contração do sistema simpático é típica dos pontos kyo
profundos e sensíveis, O ponto kyo é um “ponto fraco”. Da mesma forma que quando
falamos dos defeitos e fraquezas psicológicas de uma pessoa sua reação normal é se
defender e se fechar para a crítica, quando tocamos um ponto kyo a reação automática do
corpo é de se “fechar” para defender o ponto “atacado”. Essa contração, esse “fechamento”
(uma reação do sistema nervoso simpático) não deve ser confundido com áreas rígidas jitsu.
A tensão provocada pelo sistema nervoso para “proteger” o ponto kyo é momentânea —
assim que o paciente relaxe (ou o estímulo cesse) ela se dissolve, a defesa do corpo se
desfaz e nossa mão “afunda” no ponto.
49
3.9 Sistema endócrino

Glândulas são grupos de células que separam certas substâncias do sangue e


delas produzem novas substâncias — as secreções. Temos dois tipos de glândulas:
1. As glândulas endócrinas (sem ductos), ou de secreção interna.
II. As glândulas de secreção externa, que secretam através de ductos (canais).
As glândulas de secreção externa secretam numa cavidade ou superfície do
corpo — como as glândulas sudoríparas (eliminação de toxinas e resfriamento do corpo),
salivares (auxiliam na digestão), lacrimais (umedecimento da córnea e conjuntiva), etc.
As glândulas endócrinas secretam seus produtos diretamente no sangue ou na
linfa. Os produtos das glândulas endócrinas são os hormônios. Hormônios são agentes
químicos que influem no funcionamento dos órgãos. São secretados em quantidades
diminutas, mas seus efeitos são importantíssimos. Têm papel fundamental na manutenção
do equilíbrio químico orgânico, já que atuam no metabolismo. Metabolismo é o conjunto
de reações químicas através das quais o organismo assimila as substâncias necessárias à
vida e elimina as desnecessárias. O pâncreas, por exemplo, atua no metabolismo do açúcar,
as paratireóides atuam no do cálcio, etc. As glândulas endócrinas são funda mentais para o
crescimento e para as funções de reprodução.
Existem divergências sobre a classificação das glândulas endócrinas, mas
tradicionalmente são:
Hipófise ou pituitária:
Situada na base do cérebro, a hipófise tem funções múltiplas. Seus hormônios
estimulam as outras glândulas a secretar seus produtos — como as supra- renais, a tiróide,
as gônadas. Atua também no sistema de reprodução e crescimento.
Corpo Pineal:
O corpo pineal é parte do diencéfalo. Suas funções são, aparentemente,
reguladoras de outras glândulas endócrinas e de certas atividades metabólicas.

50
Tireóide:
Situa-se em frente à traquéia, na parte baixa do pescoço. Produz o hormônio
tiroxina, de efeito estimulante sobre o metabolismo. A tiroxina facilita e aumenta o
consumo de oxigênio pelos tecidos do organismo. Também atua no crescimento, no
desenvolvimento, na atividade nervosa e no metabolismo de carboidratos e gorduras.
Para tireóides:
São quatro pequenos “botões” situados ao lado da tiróide. Secretam o
paratormônio, que regula o nível de cálcio no sangue, com efeitos sobre os sistemas
muscular e circulatório.
Timo:
Situa-se na parte superior do tórax, acima e na frente do coração. Atua nos
sistemas linfático e imunológico. Sua atividade diminui muito após a puberdade, sendo sua
substância eventualmente substituída por tecidos fibrosos.
Supra-renais:
Secretam a adrenalina, que afeta o organismo de modo a produzir energia para
consumo imediato, elevando os ritmos cardíaco e respiratório, etc. Secretam também
hormônios essenciais ao metabolismo e hormônios sexuais. As supra-renais localizam-se
sobre os rins.
Gônadas:

51
São as glândulas genitais — testículos e ovários. Produzem as células
germinativas masculinas (espermatozóides) e femininas (óvulos). Seus hormônios
controlam as características sexuais (crescimento dos cabelos, desenvolvi mento dos seios,
etc.). Os hormônios masculinos e femininos estão presentes em ambos os sexos, porém em
proporções diferentes.
Pâncreas:
O pâncreas é uma glândula mista, que secreta interna e externamente. Sua
secreção externa é o suco pancreático que, lançado no duodeno, atua na digestão. Sua
secreção interna é a insulina, que atua na absorção do açúcar pelas células do corpo. Na
ausência de insulina, o açúcar do sangue não é adequadamente consumido pelas células, se
acumulando de maneira irregular. Esse acúmulo de açúcar no sangue caracteriza a diabete.

3.10 O Shiatsu e os Sistemas Nervoso e Glandular Endócrino

O shiatsu lida essencialmente com energia — os meridianos são o fluxo dessa


energia. O sistema nervoso também opera energeticamente. Possui uma estrutura anatômica
(o encéfalo, a medula espinhal, os nervos), mas seu funcionamento ocorre pela transmissão
de energia eletroquímica (OS impulsos nervosos) através dessa estrutura. No impulso
nervoso íons (átomos carrega dos eletricamente) se propagam através dos tecidos nervosos.
As glândulas endócrinas atuam em sintonia com o sistema nervoso. Agem sobre todas as
funções do corpo, atingindo órgãos distantes e muitas vezes aparentemente sem qualquer
relação com a glândula em questão — lembrando a ação dos meridianos e pontos, que
também afetam órgãos e funções muitas vezes distantes e com os quais não parecem ter
qualquer relação.
O shiatsu age sobre o sistema nervoso e glandular, harmonizando seu
funcionamento. Age também através desses sistemas — pressão em certos pontos
provocam reações no sistema nervoso e nas glândulas endócrinas. Essas reações afetam os
órgãos e suas funções de uma forma positiva, contribuindo para o equilíbrio orgânico.
Principais relações entre pontos e os sistemas nervoso e glandular endócrino
Pontos Associados: Relacionados ao sistema nervoso autônomo, os pontos
Associados refletem irregularidades e equilibram o funcionamento dos órgãos internos do
corpo.
ID 11: É área da escápula em geral— atua sobre o plexo nervoso braquial.
Área T 11/T 12: A área reflexa do meridiano do Rim nas costas (ao das costas:
nível da 11 e 12 vértebras torácicas) atua sobre as glândulas supra-renais.
Pontos nas nádegas e região sacro-lombar: Pontos das nádegas (como o Ten Shi
e VB 30), região lombar e sacro agem sobre o plexo lombossacro, que inerva órgãos
genitais, pernas, nádegas e abdômen.
VG 16: Atua sobre o bulbo (parte de contato do encéfalo com a medula
espinhal), com reflexos sobre o sistema nervoso e atividades orgânicas.
Cabeça e face: Pressão sobre os pontos da face e cabeça estimula suave- mente
extremidades de nervos cranianos e o encéfalo. Pressão delicada sobre os olhos age sobre o
trigêmeo e outros
Pontosnervos cranianos.
do pescoço: Shiatsu no pescoço é feito com pressões suaves. Nas faces
laterais do pescoço atua sobre a tiróide, as paratireóides e o nervo vago (nervo craniano que
inerva órgãos auditivos, do pescoço, torácicos (coração, pulmões) e abdominais). Shiatsu
na nuca age sobre o plexo cervical.

52
4 OBJETIVOS DA MASSOTERAPIA

 Prevenir doenças, ao equilibrar a circulação de energia no corpo.


 Recuperar a vitalidade e o prazer de viver, ao restabelecer o fluxo de energia às
partes debilitadas do corpo.
 Aumentar a consciência corporal e restabelecer a unidade do corpo-mente.
 Promover melhor respiração, eliminação, assimilação, transpiração, aumento da
imunidade e fortalecimento renal.
 Aumentar a capacidade de expressão das emoções, ao reduzir a ação das
couraças musculares.
 Aliviar as tensões e eliminar o desconforto por elas causado, promovendo
relaxamento.
5 INDICAÇÕES

Edema crônico, Dor muscular,


Tecido cicatricial (superficial ou profundo), Prisão de ventre,
Lesões de músculos, tendões, ligamentos ou Zumbido no ouvido,
articulações (tendinites), Relaxamento,
Hematomas (superficiais ou profundos), Revitalização,
Constipação, Cansaço no corpo,
Entorse, Eliminação de toxinas,
Artrite, Aumento da Vitalidade,
Bursite, Fadiga muscular,
Sinusite (pouca contribuição), Irritação, Acalmar os nervos, Tensão,
Gastrite, Depressão leve.
Labirintite, Fraturas (tecidos moles, após consolidação)
Hipertensão, Asma,
Diabetes, Insônia,
Obesidade (fome, ansiedade), Bronquite,
Enxaqueca, Stress,

6 CONTRA-INDICAÇÕES (relativas)

 Pessoas com câncer ou tuberculose na área a ser tratada.


 Soropositivos (HIV)
 Áreas de hiperestesia grave
 Zonas com tumor
 Osteoporose avançada, Osteomielite.
 Hérnia de disco
 Febre alta e dores associadas a uma infecção
 Infecções de pele, ossos, articulações

 Doença
Áreas emdeque
peleestejam
(por exemplo, psoríase)
incrustados corpos estranhos como vidro e sujidades
 Artrite em uma articulação isolada (que pode indicar a presença de infecção
bacteriana)
 Hemorragia (qualquer sangramento interno pode ser aumentado pela
massagem)
 Distúrbios dos vasos sanguíneos: Veias varicosas, flebite aguda (inflamação de
vias), ou trombose (coágulo). (em partes distantes é seguro a aplicação)
 Sobre o local de uma fratura até que ela esteja curada: daí para frente, a
massagem acelerará ainda mais na cura.
53
 Massagem abdominal quando existe náusea, vômito e diarréia, assim como na
mulher grávida (abdominal, lombar e pontos abortivos)
 Pontos abortivos: pontos da região abdominal, lombar, extremidades das mãos e
pés.
 Distensão do abdome ou massa ou inchação abdominais.
 Caso: um paciente pode apresentar-se com uma tumefação crônica visível em
torno dos pés, tornozelos e parte inferior das pernas. Em uma análise
superficial, essa parece ser uma indicação ideal para a massagem de
mobilização dos líquidos e remoção do edema; contudo, se o edema é
decorrente de uma insuficiência cardíaca congestiva, isso poderia contra-indicar
o tratamento, a menos que o distúrbio cardíaco esteja muito bem controlado.
Neste caso, é provável que o inchaço das pernas seja um mecanismo pelo qual o
sistema cardiovascular inadequado do paciente descarregou liquido na periferia,
como meio de reduzir a carga de bombeamento no coração. A mobilização
deste líquido de volta para o sistema cardiovascular poderia sobrecarregar o
coração do paciente. Este exemplo esclarece a importância de compreender as
razões para os sinais e sintomas de paciente.

7 PRECAUÇÕES GERAIS

A massagem é um tratamento relativamente seguro; contudo, os pacientes


podem sofrer algum dano, caso recebam um tratamento inadequado ou não apropriado.
Obviamente, há necessidade de uma avaliação cuidadosa da situação global do paciente. A
lista a seguir contém muitas precauções baseadas no senso comum, e que devem ser
observadas antes, durante, e depois da massagem.
1. Obtenha um diagnóstico médico acurado.
2. Efetue uma anamnese e um exame físico apropriado, para que seja
determinado como a disfunção está afetando o paciente e formule um plano terapêutico
adequado. Lembre-se que as técnicas de massagem são melhor utilizadas em combinação
com outras técnicas de reabilitação, e não como tratamento exclusivo.
3. Verifique cuidadosamente as possíveis contra-indicações ao tratamento.
4. Cubra as partes que não estão sendo manipuladas, verifique o
posicionamento do paciente, e o apóie de forma apropriada.
5. Garanta um elevado padrão de limpeza, especialmente para suas mãos.
6. Efetue a massagem adequadamente, ao mesmo tempo em que é monitorada a
resposta do paciente.
7. Avalie e documente a resposta do paciente ao tratamento de modo que, em
caso de necessidade, sejam feitas modificações.

8 PROCEDIMENTOS

 Preparar o ambiente, criando uma atmosfera tranqüila e silenciosa no local da

 massagem.
Desligar o celular, para não ser interrompido.
 Cuidar de sua higiene pessoal, tais como unhas bem curtas, não usar perfume
ativo, cabelos presos, roupa confortável.
 Usar óleo na temperatura ambiente ou mais aquecido.
 Tirar todas as jóias ou bijuterias e aquecer as mãos friccionando-as antes de
iniciar o tratamento.
 Fazer uma anamnese ou entrevista com a pessoa, fazendo uma ficha para cada
pessoa.

54
 Trocar todos os lençóis a cada novo cliente e manter sempre a sala limpa e com
ar renovado.
 Utilizar uma música suave ao fundo.

9 A POSTURA DO MASSOTERAPEUTA

 Sua respiração deverá estar conectada com o movimento da massagem. Inspire


e expire compassadamente e mais profundo quando sentir zonas mais tensas.
 Lembrar de estar presente, se colocando em posições que permitam liberdade
de movimento.
 Manter sempre a mão em contato com o corpo do paciente. (Ayurvédica)
 Coloque-se de forma que tanto o seu lado direito quanto o esquerdo sejam
usados durante a massagem. Para que ambos os lados possam se desenvolver
com habilidade e sem sobrecarga.
 Quando pensamentos tomarem conta de sua mente (isto é sinal que você se
desconectou do trabalho) procure observar, respirando profundamente, e retome
o contato com mais presença.
 Ao executar as manobras e deslizamentos, procure observar que se você usar o
peso do seu próprio corpo estará evitando desgastes energéticos desnecessários.
 A fluidez dos movimentos com a sintonia de sua presença no trabalho, faz com
que a massagem se desenvolva de uma forma harmônica e bela.
 Use movimentos inteiros, toque toda a extensão das áreas trabalhadas,
lembrando-se que o toque é um dom que pode ser descoberto, desenvolvido e é
vital.
 Realizar a massagem num ritmo constante e com movimentos suaves,
uniformes e vigorosos evitando transições bruscas.
 Não comentar sobre as tensões da pessoa em tratamento.
 Não provocar no cliente, durante a massagem, dores intensas, e insuportáveis
que podem estragar todo um trabalho já realizado.
 Não dar vazão a conversas. O silêncio e uma música de fundo agradável
também fazem parte do tratamento.
 Após terminar o tratamento, o terapeuta deve relaxar por alguns minutos para
recompor a sua energia.

55
10 ÉTICA

Princípios fundamentais

O Massoterapeuta

I – Trabalhará na promoção do bem estar do indivíduo, da coletividade e do


meio ambiente, segundo o paradigma holístico;
II – Manterá constante desenvolvimento pessoal, científico, técnico, ético e
filosófico, através de supervisão, terapia e/ou psicoterapia, cursos e similares, estando a par
dos estudos e pesquisas mais atuais na área, bem como dos trabalhos milenares e
tradicionais, além de ser estudioso das ciências afins;
III – Usará em seus trabalhos, métodos os mais naturais e brandos possíveis,
buscando catalizar o auto-equilíbrio da pessoa atendida, despertando-lhe os seus próprios
recursos harmonizantes;
IV – Orientar-se-á, no exercício de sua profissão, pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos, aprovada em 10/12/1948 pela Assembléia Geral Das Nações Unidas.

Direito do Massoterapeuta

Art. 01 – Exercer a profissão de massoterapeuta sem ser discriminado por


questões de religião, raça, sexo, nacionalidade, cor, opção sexual, idade, condição social,
opinião política ou situações afins;
Art. 02 – Utilizar-se de técnicas que são de seu domínio.
Art. 03 – Recusar-se a realização de trabalhos terapêuticos que, embora sejam
permitidos por lei, sejam contrários aos ditantes de sua consciência;
Art. 04 – Suspender e/ou recusar atendimento público ou individual, se o local
não oferecer condições adequadas, ou se não houver remuneração condigna, ou ainda, se
ocorrerem fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com a pessoa a ser
atendida, impedindo o pleno exercício profissional;

Responsabilidades Gerais do Massoterapeuta

Art. 05 – São deveres do massoterapeuta:


§1 – Assumir apenas trabalhos para os quais esteja apto, pessoal, técnica e
legalmente;
§2 – Prestar serviços terapêuticos somente se: em condições de trabalho
adequadas, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidas ou pelas Tradições
Milenares, ou pela prática, ou pela ciência e, sobretudo, pela ética;
§3 – Zelar pela dignidade da categoria, recusando e denunciando situações
onde a pessoa atendida esteja sendo prejudicada;

§4geral.
holístico em Participar de movimentos que visem promover a categoria e o paradigma
§5 – Estar devidamente registrado para o exercício de sua atividade
profissional, quer seja como autônomo ou como pessoa jurídica;
§6 – Manter-se em dia com as obrigações definidas no

– Ao massoterapeuta é vetado:
§1 – Usar títulos que não possua;

56
§2 – Efetuar procedimentos terapêuticos sem o esclarecimento e
conhecimento prévio da pessoa atendida ou de seu responsável legal;
§3 – Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais;
§4 – Aproveitar-se de situações decorrentes do atendimento terapêutico para
obter vantagens, física, emocional, financeira, política ou religiosa;
§5 – Exercer técnicas de aconselhamento profissional, caso ele próprio há
mais de 03 meses não esteja se submetendo a tratamento terapêutico e/ou psicoterápico
de manutenção;
§6 – Reduzir o tempo de cada sessão a fim de aumentar o número de
atendimentos;
§7 – Permitir que a pessoa atendida, durante a sessão, fique sem o
acompanhamento de corpo presente de um profissional qualificado, em especial se
estiver recebendo aplicação ou sob efeito de quaisquer técnicas terapêuticas;

– Não será conveniente com erros, faltas éticas, crimes ou


contravenções penais praticadas por outros na prestação de serviços profissionais;
– Não intervirá prestação de serviços de outro Terapeuta. Salvo se: a
pedido do próprio profissional; quando comunicado por qualquer uma das partes da
interrupção voluntária do atendimento; quando se tratar de trabalho multiprofissional e
acomunicar
intervenção fizerimediatamente
o fato parte da metodologia
ao outroadotada;
terapeutaem; e,
situações emergenciais,
em situações descritasdevendo
no
, 3, dando ciência do ocorrido ao SINTE;
– No relacionamento com profissionais de outras áreas, trabalhará
dentro dos limites das atividades que lhes são reservadas pela legislação e reconhecerá os
casos que necessitem também dos demais campos de especialização profissional;
encaminhando-os às pessoas habilitadas para a tais funções;

– O Sigilo protegerá a pessoa atendida em tudo aquilo que o


Terapeuta venha a tomar conhecimento como decorrência do exercício de sua atividade
profissional;
– O menor impúbere ou interdito estará igualmente protegido,
devendo ser comunicado aos responsáveis apenas o estritamente necessário para
promover medidas em seu benefício;
– Com autorização da pessoa atendida, o Terapeuta poderá repassar
dados a outro profissional, desde que o recebedor esteja igualmente obrigado a preservar
o sigilo por Código de ética e que, sob nenhuma forma, permita a estranhos o acesso às
informações;

57
– O Terapeuta tem o dever de garantir, em seus atendimentos,
condições adequadas à segurança da pessoa atendida, bem como à privacidade que
garanta o sigilo profissional;
– Em caso de falecimento do Terapeuta, o SINTE, ao tomar
conhecimento do fato, providenciará a incineração de seu arquivo confidencial,
garantindo, assim, o sigilo das informações;
– A quebra do sigilo só será admissível se tratar-se de fato delituoso e
a gravidade de suas conseqüências para o próprio atendido ou para terceiros justificar a
denúncia do fato; ainda assim, o acontecido será julgado por comissão de ética e ser
designada pelo SINTE;

– Ao Terapeuta, na realização de sue estudos e pesquisas, bem como


no ensino e treinamento, é vedado:
§1 – Interferir na vida dos sujeitos, sem o consentimento dos mesmos, além
de informá-los sobre as possíveis conseqüências de tais atividades;
§2 – Promover experiências que envolvam qualquer espécie de risco ou
prejuízos a seres humanos, animais ou ambiente;
§3 – Negar o livre acesso das pessoas envolvidas aos resultados das pesquisas
ou estudos, se estas assim o desejarem;
§4 – Deixar de citar as fontes consultadas ou de mencionar as contribuições
prestadas
informaçõesporparticulares
assistentes,ainda
colaboradores ou outros
não publicadas autores, bem
sem autorização comodoutilizar-se
expressa autor; de
– Em todas as comunicações ou divulgações públicas, o terapeuta
omitirá e/ou alterará dados que possam conduzir a identificação da pessoa ou instituição
envolvida, exceto se houver interesse manifesto das mesmas;
– O Terapeuta a promover publicamente os seus serviços:
§1 – Informará com exatidão o número de seu CRT;
§2 – Não poderá utilizar o preço de serviço como forma de propaganda;
§3 – Não proporá atividades que impliquem invasão ou desrespeito a outras
áreas profissionais;
§4 – Em hipótese alguma fará previsão taxativa de resultados, ou se utilizará
de conteúdos falsos ou sensacionalistas;
§5 – Não fará uso de expressões, palavreado técnico, roupagem ou quaisquer
artifícios que possam induzir o público a acreditar que pertença a outra categoria
profissional, que não seja a de terapeuta;

– Os honorários serão fixados com dignidade e com o devido cuidado,


para que correspondam a uma justa retribuição aos serviços prestados, lembrando que o
terapeuta para manter a qualidade do seu trabalho precisa de recursos financeiros para

58
investir em supervisão, cursos, estudos, terapia e/ou psicoterapia, o que, indiretamente
implica em benefícios da pessoa atendida;
§Único – Se o Terapeuta, reduzindo o valor de seus honorários deixará de
cumprir qualquer recomendação do código de ética, em especial o
e os 6 e 7 do , diminuindo assim, o padrão de qualidade exigido pelo
SINTE, estará exercendo concorrência desleal;
– A fim de tornar a profissão de terapeuta reconhecida pela confiança
e aprovação da sociedade, os honorários poderão ser adaptados às condições financeiras
do atendido, tomando este, ciência da exceção feita e comunicando-se o fato ao SINTE,
para que não se caracterize como concorrência desleal;

– O SINTE assessorará os terapeutas na aplicação deste código e sua


observância, além de acatar denúncias de quaisquer procedências, instaurando
investigação sigilosa (só terão amplo acesso aos dados as partes diretamente interessadas,
ou seja, denunciante e denunciado, ou seus representantes);
– As infrações ao acarretarão penalidades várias,
obedecendo aos critérios estabelecidos no , além
da suspensão e até mesmo da perda do CRT;
– Competirá ao SINTE firmar jurisprudência quanto aos casos omissos
e fazê-la incorpor a este código, o qual poderá ser alterado mediante proposta da
diretoria e desde que aprovada em reunião oficial;
– O presenteserá
publicação e o seu cumprimento Código de obedecendo
exigido Ética entra aem vigor na data de sua

59
ANMA

1. Deslizamento Ascendente (Shu Ko Kei Satsu Ho)


Propósito:
Aquecer e trazer calor para a superfície da pele estimulando a imunidade.
Promover relaxamento sendo boa para pessoas sensíveis ou com tensão muscular.
Indicações: vertigem, rigidez no pescoço, peso no peito, distensão abdominal, soluço,
dores reumáticas ou reumatóide nas articulações e espasmos nos tendões e músculos.
Efeito: clarear e retificar a cabeça e os olhos, ventila o peito, ajuda o diafragma e
melhora a digestão, remove retensão de alimentos e relaxa e alivia a dor.
Aplicação: nas costas, membros inferiores e superiores, deslizando de baixo para cima
com a palma da mão, dedos apontados para cima. Até sentir o calor do corpo do
paciente nas mãos.

2. Deslizamento com Rotação (Shu Ko Kei Satsu Ho)


Aplicação: Grandes e pequenos círculos com a mão espalmada com os dedos apontados
para fora. Aplicado por toda a costa.

Círculo Grande

Círculo Pequeno
3. Pressão na musculatura paravertebral
3.1. Nas bordas medial e lateral de um lado.
Com os dois polegares posicionados nas bordas da musculatura paravertebral,
executar alternadamente uma pressão empurrando esta musculatura para fora e para
dentro, desde a lombar até o trapézio médio.

3.2. Nas bordas laterais de ambos os lados.


Pressionando simultaneamente estas bordas pelo mesmo percurso anterior.

60
4. Amassamentos
4.1. Com as regiões tênar e hipotênar
Aplicar com a mão à 45º. De inclinação, com os dedos apontados para o ombro
oposto, usando a mão direita do lado direito e vice-versa. Sobre toda musculatura
paravertebral dorsal entre o meio das escápulas e o começo da lombar.

4.2. Cruzado na região lombar


Na região lombar somente sobre a musculatura paravertebral com ambas as mãos
alternadamente usando as regiões tênar e hipotênar, com 45º de inclinação de ambas
as mãos sendo que uma aponta para baixo e a outra para cima. Bilateralmente.

4.3. Com a mão inteira


Posicionar o meio da palma sobre a coluna, com inclinação de 45º em direção ao
ombro oposto. Amassar puchando e empurrando ao mesmo tempo as duas regiões
paravertebrais de ambos os lados com a mão direita quando estiver do lado direito
do paciente, percorrendo do inicio da lombar para cima até o meio das escápulas.
Executar bilateralmente.

4.4. Com três dedos


Na Região interescapular subindo pelo trapézio médio, girando para fora e
pressionando e no ponto VB30 (glúteo), girando para fora e pressionando
localmente.

4.5. Com 4 dedos


Na região do trapézio médio, com o paciente em decúbito ventral, pressionar e
rotacionar para dentro com os quatro dedos em ambos os lados alternadamente.

4.6. Com as palmas das mão nos glúteos bilateralmente


61
Pressionar com o peso do corpo a região da articulação do quadril, em ambos os
lados alternadamente. Também é efetuada com três dedos.

e
4.7. Rolagem Lateral na coxa
Com ambas as mãos sobre a coxa do paciente, com os dedos direcionados para fora,
apertar e pressionar com as regiões tênar e hipotênar deslizando em rotação para
fora. Por toda a lateral da coxa.

4.8. Rotação na coxa com uma mão.


Aplicar técnica semelhante ao amassamento com as regiões
tênar e hipotênar sobre o dorso das coxas.

4.9. Rotação na panturrilha com as duas mãos.


Amassar a panturrilha com as duas mãos rotacionando-as
internamente, simultaneamente. E com uma mão da
mesma forma que na coxa.

4.10. Pressionar o ponto B57 e o B58 na panturrilha com os


polegares.

5. Vibração
5.1. Superficial
Com os dedos apontados para cima tocando somente com as regiões tênar e
hipotênar por toda a região paravertebral dorsal, sem deslizar mover os dedos para os
dois lados alternadamente em alta freqüência, como se desse sinal de adeus. Demorar
um pouco antes de passar para o trecho seguinte a ser massageado. Do lado direito com
a mão direita e com inclinação de 45º. Sempre durante a expiração do paciente.

5.2. Profunda

62
Com ambas as mãos paralelamente posicionadas sobre a coluna dorsal, pressionar
vibrando sempre durante a expiração do paciente.

5.3. Com três dedos


Executar pressão com vibração na região do trapézio
médio e inferior, com os dedos anular, médio e indicador unidos.

5.4. Com o cotovelo


Na região do ponto B34 na coxa. Apoiar o cotovelo (90º)
neste ponto, pressionando e vibrando sempre durante a
expiração do paciente.

6. Percussões
Nenhum tipo de percussão deve ser realizado nas regiões lombar e abdominal.
6.1. Punho oco
Com as mãos semi-fechadas, como se estivesse segurando o cabo de uma vassoura,
percutir sobre a região do trapézio médio e inferior, bilateralmente e um lado por
vez. Também é realizado na panturrilha.

6.2. Lateral da mão


Com os dedos relaxados, sem uni-los, percutir sobre todo o trapézio bilateralmente e
também um lado de cada vez. Também é realizado na panturrilha.

6.3. Mãos juntas


Com as mãos juntas e os dedos relaxados, percutir sobre a região do trapézio,
coluna torácica, escápula. Também é realizado na panturrilha.

6.4. Mão em concha


Percutir alternadamente sobre a região costal posterior.

63
7. Rotação com 2 dedos no pescoço e ombro simultaneamente
Na região do trapézio superior D com os dedos médio e anular da mão E e no
trapézio médio D com os mesmos dedos da mão D. Executar pressão com rotação
horária com a direita e anti-horária com a E simultaneamente. Inverter o
posicionamento para o lado oposto.

8. Pressão por baixo da escápula.


Posicionar o dorso da mão do lado a ser trabalhado do
paciente, sobre sua lombar e apoiar com a sua mão
contrária na região anterior do ombro e com a outra
usar o polegar e a lateral do indicador para pressionar
a região subescapular.

9. Rotação com os polegares sobre os pontos Huato de T1-


T4.
Trabalhar estes pontos situados principalmente entre as
escápulas, pressionando e girando para fora e para cima.

10. Pressão nos pontos de assentimento e no sacro

Pressionar com os polegares em ambos os lados nos pontos paralelos às apófises


espinhosas das vértebras torácicas, lombares e sacrais. De forma lenta e de baixo
para cima.

11. Pinçar a Pele ao Longo da Coluna


Usando a polpa dos polegares de um lado e a polpa dos dedos do outro, pinçar uma
grande massa de pele que cobre a região paravertebral. Pinçar para cima, segurar e
balançar um pouco para frente e para trás. Percorrer toda a paravertebral.

12. Alongar a Região Lombar

64
Posicionar uma das mãos na crista ilíaca de um lado e a outra na ultima costela do
outro lado e com os braços cruzados pressionar com o peso do corpo afastando e
torcendo esta região. Repetir do outro lado.

13. Empurrar e puxar o tendão de Aquiles


Segurar o tendão com o polegar D de uma lado e o anular junto
com o médio do outro lado. Balançando de forma a mover todo o
membro.

14. Massagem abdominal (AN PO KO)


Giro no sentido do peristaltismo com as mãos unidas envolta do
umbigo. Posicionando-se ao lado direito do paciente com as duas mãos sobre o
abdome. O movimento começa na mão direita empurrando com a base da palma,
depois segue empurrando com e esquerda até que a pele estique e faça o movimento
de puxar com a mão esquerda ainda, então finaliza 1 “giro” com o puxar da mão
direita. Repetir varias vezes até esquentar a região.
Giro com as mãos juntas sobrepostas ao umbigo.
Pressão com três dedos nos pontos ao redor do umbigo.

15. Pressão e deslizamento abaixo das costelas, durante a expiração.

AYURVÉDICA

1 Histórico

Oriunda da cultura Veda, antiga etnia indiana, a massagem ayurvédica, que não
tem um código escrito, tem sido passada de geração em geração pela tradição oral e o
costume.
A Ayurvédica começou na Índia há cerca de cinco mil anos atrás. Em sânscrito,
AYU significa vida e VEDA significa conhecimento ou ciência.
A Ayurvédica mobiliza o fluxo de energia do corpo pela ativação do sistema
sanguíneo-linfático. O resultado experiencial é o de uma purificação; toxinas vão sendo
eliminadas; a postura corporal adquire maior equilíbrio com o mundo físico; a respiração se
expande e a maior oxigenação do cérebro permite estados internos mais prazerosos e
favoráveis ao desenvolvimento das potencialidades intelectuais e intuitivas.
Ela é feita com óleo, combinado com um áspero pó produzido da raiz vacandi,
que estimula os músculos e as articulações. É muito vigorosa e isto ajuda a liberar toxinas
presas aos músculos e tecidos. Através de toques profundos com as mãos, a massagem
ayurvédica propicia um realinhamento postural, alívio de tensões, por vezes crônicas, no
corpo, fortalece o sistema imunológico, e tem efeito anti-stress e antidepressivo.

ambiente, seAum
saúde para
destes a ayurvédica
três componentesé um estado em
estiverem de equilíbrio entrea ohabilidades
desequilíbrio, corpo, mente eo
natural
do corpo e a resistência do sistema imunológico se perderá, e abre-se uma porta para a
instalação de doenças.
A Ayurvédica tem efeito terapêutico a nível emocional. As emoções e as
experiências vivenciadas e contraídas no corpo, são “tocadas” e libertadas, propiciando
também um profundo processo de autoconhecimento e transformação interna e externa, a
partir de uma consciência corporal.
É um poderoso sistema de tratamento para harmonização, balanceamento e
vitalização do ser, além de uma atuação específica em problemas crônicos e aqueles
65
localizados em diversas áreas do corpo, tais como: costas, pelves, joelhos, ombros, braços e
pescoço, dentre outras, sempre de uma forma natural e consciente.

66
2 PRÁTICA
Decúbito ventral:
1. Sintonizando a Respiração
Postura: Ajoelhado junto às costas do cliente.
Ação: Uma mão sobre as costas e outra no chão. Bastando uns instantes para
harmonizar o ritmo. Concentre-se em você e seu cliente, se desprendendo dos
pensamentos.

2. Estabelecendo contato
Ação: Colocar as mãos sobre o paciente e estando receptivo perguntar com que
qualidade seu cliente precisa que vc de a massagem? Vigorosa, sutil, rápida,
lenta, mais em um lugar que no outro.
3. Balanço
Ação: Uma mão na altura da escápula e outra na lombar. Realizando um suave
balanço.
Função: Relaxar a musculatura, aliviar a tensão

Posicione os membros inferiores corretamente, tracionando e empurrando


para as laterais:

4. Mobilizando a Coluna
Ação: Ajoelhado do lado
Direita desliza naesquerdo do cliente.
musculatura Mão “E”“D”
paravertebral na borda da escápula
da escápula até a“E” ea
crista
ilíaca. Invertem-se as mãos para realizar do outro lado. 3 x para cada lado.

67
5. Aquecendo as costas
Iniciar com mãos aquecidas e com óleo.
Postura: Com um joelho entre os joelhos do cliente e a outra perna com o pé ao lado
do corpo, apoiar-se sobre o pé.
Ação: Deslizamento profundo da região lombar até os ombros pela musculatura
paravertebral e voltar deslizando suavemente pela lateral do corpo. Repetindo
até aquecer. Num ritmo constante e vigoroso.
Variação: Da Musculatura paravertebral descendo entre as costelas sempre de baixo
para cima e por toda região dorsal.
Função: Aquecimento, relaxamento muscular, preparação para manobra seguinte.

Variação:

6. Deslizamento nas costas


Posição: ajoelhado sobre a cabeça do cliente.
Ação: Com as mãos sobre os ombros empurrá-los para baixo. Com as mãos nas
costas, deslizar suavemente medialmente para baixo e voltar lateralmente até
os ombros e descer pelos MMSS até as mãos.
Função: Integração
68
7. Deslizamento com o polegar
a. Na região paravertebral. 3x de baixo para cima bilateralmente nas três linhas
paralelas à coluna.

b. Entre as vértebras. Inicia do sacro e vai até a T1. Pressão moderada.

8. Quadril
Ação: Deslizamento progressivamente profundo iniciado no sacro e descendo
lateralmente pela crista ilíaca e voltando suavemente. Repetir 3 a 5 vezes.

9. Região glútea e Lombar


Ação na Lombar: Deslizamento bilateral com a região tênar e hipotênar e mãos
espalmadas sobre os paravertebrais lombares realizando um
deslizamento para a lateral superior e inferior alternadamente,
formando um X.

Ação nos Glúteos: Pressão com as regiões tênar e hipotênar sobre os glúteos

10. Trabalhando a fibrosealternadamente usando o peso do corpo.


Ação: Amassamento com a polpa dos dedos sobre a lateral da coluna com
movimentos de zig-zag transversais.

69
11. Pressionando a escápula
Ação: Posicionar a mão D espalmada ao lado da borda medial da escápula E,
pressionar e deslizar a mão juntamente com a pele para baixo da escápula,
estabilizando-a com a E pressionando sobre o ombro E em direção oposta ao
deslizamento. Levar com a mão E o antebraço E do cliente para cima da
região lombar até onde este suportar.
Conseguido isto iniciar um deslizamento rotatório com a polpa dos dedos
sob a escápula
Repetir 2x bilateralmente, um lado de cada vez.
Função: Mobilização da escápula:

12. Massageando os MMSS e mãos


Posição: Ajoelhado ao lado e de frente para o membro a ser trabalhado.
Ação: Realizar deslizamento e amassamento do ombro até os dedos utilizando o
polegar e a palma das mãos, simultaneamente ou alternadamente. Tracionar
os dedos massageando as regiões tênar, hipotênar e palmar. Encerrar com um
deslizamento profundo por todo o MS, da mão até o ombro.
Aquecendo e trabalhando o deltoide:

1 2 3

70
Alternando os polegares

Deslizando junto para cima e abrindo para fora

1 2 3
Alongando os dedos e pressionando a palma:

1 2
Tracionando os dedos:

Finalizando com deslizamento profundo (pulando o cotovelo)

1 2

71
13. Pescoço
Ação: Com um travesseiro ou almofada na região torácica e a testa no colchonete,
realizar deslizamentos transversais entre as vértebras cervicais; deslizamento
com a polpa dos dedos na musculatura paravertebral bilateralmente, várias
vezes. Deslizamento profundo com o polegar na mesma direção e região
anterior.

14. Pés
Posição: Com o joelho do paciente flexionado à 90 graus, colocar o joelho do
paciente entre os seus joelhos estabilizando a perna do pé a ser trabalhado.
Ação: Mobilize o pé em todas as direções, alongando rapidamente. Pressione com a
polpa dos dedos das duas mãos, toda a superfície plantar e bordas do pé.
Pressione e tracione todos os pododáctilos.
Pressionando com a ponta dos dedos
Alongamentos toda a planta

1 2
1 2 Aquecendo

3
Trabalhando os maléolos

72
15. Panturrilha
Posição: mesma da anterior, posicionando o dorso do pé sobre a sua coxa.
Ação: Balanço do tendão de Aquiles(1). Deslizamento global com a palma das mãos
alternadamente(2). Deslizamento profundo alternado com os polegares em
direção ao joelho e do centro para as laterais(3). Amassamento/rotação com
pressão com as regiões tenar e hipotênar(4). Direção dos movimentos do
calcanhar até o começo do joelho.

1 2 3

4
16. Coxa
Repetir os movimentos realizados anteriormente, só que do joelho até a prega glútea,
com os pés do paciente sobre o colchonete.

17. Mobilização de MMII


Dobrar os joelhos o máximo possível. Cruzar os pés rotacionando o quadril para dentro,
depois para fora.

Decúbito Dorsal
18. Face anterior das pernas
Deslizar com a palma da mão, em sentido ascendente, aquecendo a região anterior da
perna.

72
19. Joelho
Com os polegares, massagear em torno do joelho.

1 2

20. Face interna dos MMII.


Com o joelho do paciente apoiado na sua coxa, e seu pé apoiado por sobre o pé do
paciente que está na altura do joelho da perna oposta. Realizar deslizamentos do
tornozelo até o joelho e do joelho até a virilha, alternando as mãos repetidamente até
que aqueça bastante. Após aquecido, realizar deslizamentos com os polegares,
profundamente do joelho até a virilha seguindo o percurso dos músculos internos da
coxa.

21. Abdome
Posicionando-se em uma das laterais do paciente. Realizar deslizamentos com leve
pressão no sentido do peristaltismo, com as mãos espalmadas (sentido horário).

22. Pescoço
a. Aquecimento
Deslizamentos da nuca até o ombro.
b. Rotação
Com a face frontal dos dedos massagear rotacionando a mão apoiada na lateral-
posterior do pescoço.

73
23. Rosto
Deslizamentos: com os polegares = do centro da testa para as laterais, e nas duas
direções horizontalmente cruzando os polegares no centro
Sobrancelha: com os polegares deslizar o centro para a lateral bilateralmente.
Nariz: da lateral-superior para a face.
Orelhas: pressionar todo o pavilhão auricular.
Queixo: massagear rotacionando para baixo.
Cabeça: massagear o couro cabeludo com a polpa dos dedos.
Toques finais: passe suavemente a sua mão pelo rosto do paciente. Esquente as mãos e
repouse sobre as sobrancelhas por alguns minutos.

ACUPRESSURA

A Acupressura é a sofisticação da técnica do DO-IN e do Shiatsu, onde se


acrescentou com o passar dos tempos outros pontos reflexos fora do percurso dos
meridianos que são usados complementariamente ao DO-IN. A acupressura apresentada
aqui enfatiza os distúrbios músculo-esqueléticos onde correlacionaremos tanto os pontos
dos meridianos, quanto os pontos das outras técnicas específicas com os músculos e as
articulações.
Veremos neste módulo as seguintes técnicas:
DO-IN aplicado aos músculos e articulações.

 Pontos Reflexos da Linha temporoesfenóide.


Técnica usada para tratamento da coluna. Pode servir de complemento a
qualquer tratamento, pois é da coluna que parte-se as inervações periféricas. Pode-se
correlacionar com a localização de pontos dolorosos à palpação da coluna, ou usar os
pontos dolorosos à palpação desta técnica (ver figura 01).

74
 Pontos de massagem neurolinfáticos.
Estes pontos foram descobertos por um osteopata chamado Frank Chapman na
década de 30. Ele descobriu que ao estimular estes pontos a drenagem linfática em um
órgão específico aumentava, o estímulo é feito com a polpa dos dedos com pressão firme e
rotação por cerca de 1 min cada.

75
 Pontos V e Tabela das Associações entre músculos, órgãos,
meridianos e vértebras.
Neste caso iremos usar esta tabela no intuito de localizar a vértebra a ser
empregada a téc. dos pontos V, correlacionando com o músculo a ser tratado. Os pontos V
são paralelos ao processo espinhoso de cada vértebra em ambos os lados e devem ser
pressionados simultaneamente com pressão intermitente progressiva até que a dor da
pressão desapareça.

76
ESCALPOTERAPIA DE YAMAMOTO

A escalpoterapia é também conhecida como craniopuntura ou acupuntura


craniana, sendo que nós iremos aprender a técnica criada pelo médico japonês Toshikatzu
Yamamoto que a batizou de Yamamoto’s New Scalp Acupunture (YNSA – A nova
acupuntura craniana de Yamamoto).
É uma forma simples e fácil de se tratar através do crânio, tanto o seu
diagnóstico como o tratamento que pode ser empregados tento com conhecimentos
acidentais como da medicina chinesa.
Foi apresentada pelo próprio autor, que na época era o presidente da associação
brasileira de acupuntura (ABA), em um congresso em 92, e desde então vem se
disseminando cada vez mais por todos que praticam acupuntura e massoterapia. Sendo que
seu reconhecimento internacional já havia sido alcançado na década de 80.
Esta técnica faz parte das ditas reflexoterapias, somatotopias especiais ou
terapias por microssistemas, que são técnicas terapêuticas baseadas em descobertas feitas
por pesquisadores de vários países, sobre a relativa reprodutibilidade dos encontros
fisiológicos e patológicos de diferentes partes de um organismo em partes menores do
mesmo, como se frações distintas de um corpo tivessem relação proporcional com o
mesmo.
Os pontos desta técnica correspondem mais à áreas ou linhas do que a
verdadeiros pontos, são todos bilaterais e são classificados em básicos yin, básicos yang, Y
yin e Y yang. São as seguintes áreas:
PONTOS BÁSICOS YIN
 Área/Linha “A”
Localização: na implantação frontal dos cabelos a aproximadamente ½ cm
lateral à linha mediana com cerca de 2 cm de extensão.
Correspondência: Cabeça e cervical alta. (Alívio de dores nestas regiões)
 Área/Linha “B”
Localização: na implantação frontal dos cabelos a aproximadamente ½ cm
lateral ao ponto anterior com cerca de 2 cm de extensão.
Correspondência: Cintura escapular e cervical baixa. (Alívio de dores nestas
regiões)
 Área/Linha “C”
Localização: no ângulo entre a implantação frontal e a temporal dos cabelos
com cerca de 2 cm de extensão.
Correspondência: Membro Superior e escápula. (Alívio de dores nestas regiões)
 Área/Linha “D”
Localização: na implantação dos cabelos temporais, paralelamente a uma linha
que vai dos cantos dos olhos ao ângulo superior da orelha com cerca de 2 cm de extensão.
Correspondência: Membro Inferior, quadril e lombar. (Alívio de dores nestas
regiões)
 Área/Linha “E”

Localização:
lateral à linha mediana comna cerca
implantação frontal
de 2 cm de dos cabelos a aproximadamente ½ cm
extensão.
Correspondência: Tórax e coluna dorsal sendo que a primeira vértebra dorsal se
localiza acima e lateral nesta área. (Alívio de dores nestas regiões)

 Ponto do olho
Localização: 0,5 cm ao lado da linha mediana embaixo da área A.
Correspondência: olhos. (Alívio de dores nestas regiões)
 Ponto do nariz

77
Localização: na vertical abaixo do anterior.
Correspondência: Cavidade nasal e sinus. (Alívio de dores nestas regiões)
 Ponto do boca
Localização: na vertical abaixo do anterior.
Correspondência: Cavidade bucal. (Alívio de dores nestas regiões)
 Ponto do ouvido
Localização: no prolongamento caldau que vai do ponto C ao Yintang.
Correspondência: Orelhas e ouvidos. (Alívio de dores nestas regiões)
 Pontos Especiais
H – logo acima da área B - Lombalgia
I – logo acima da área C – Ciatalgia
Pontos Extra Lombares – dispostos verticalmente logo a frente da inserção da
orelha em ordem crescente de cima para baixo.
Pontos do Cérebro,– acima das áreas A (enxaquecas, insônia, desordens
psicológicas)
Cerebelo – acima dos pontos do cérebro (enxaquecas, insônia, desordens
psicológicas)
Gânglios basais – faixa medial estreita no meio dos pontos do cérebro e
cerebelo. (enxaquecas, insônia, desordens psicológicas)

78
Curso de Massoterapia
Apostila de TUI NA
Profa. Rosângela S. P. Almeida

Indicações:
- Relaxamento muscular
- Contratura muscular
- Dor Muscularde lesões.
Recuperação

Contra Indicações : (são relativas)

- gravidez – bem suavemente


- problemas circulatórios
- câncer
- dermatites
- cirurgia – depois de no mínimo 20 dias
- hipertensão com pressão descontrolada
- hérnia de disco – no local ou em crise
- artrite – em crise
- menstruação
- gripe
- febre – de jeito nenhum
- infecção
- inflamações

 Óleo de amêndoa doce

79
SEQUÊNCIA

Costa

1. Deslizamentos : superficial, médio e profundo

a) Geral – mãos espalmadas e paralelas de baixo para cima voltando pela


lateral.

b) Circular – mão espalmada na coluna de baixo para cima em sentido


horário.

c) Semi – circular – sentido coluna descendo para a lateral, uma mão


espalmada seguida pela outra de baixo para cima.

80
d) Vai e vem – mãos espalmadas, movimento de vai e vem aleatório.

e) Deslizamento: Empurrar de cima para baixo (Tui-fa)


Posicionando-se próximo à cabeça do paciente.
- Com uma mão ou com as duas deslizando alternadamente até a
lombar.

- Com a mão semi-fechada:

- Com a polpa dos dedos girando

81
- Com o antebraço deslizando para baixo:

- Com o polegar deslizando para baixo:

- Com a ponta dos oito dedos – Serrilhamento:

- Com as duas mãos deslizando de medial para lateral:

82
- Nas pernas com uma mão descendente. A outra apoiada nas costas:

2. Fricção com a mão sobre toda a costa (Mo-Fa)


- Com palma da mão

- Com dedos.

-Com polpa dos dedos.

83
3. Amassamentos: de médio a profundo

a) Simples – como se fosse amassar uma massa, tendo o cuidado para não
pinçar a musculatura.

b) Polegar costa inteira – sentido de baixo para cima, em três movimentos


com os dois polegares em circulo, com os polegares em círculos
alternados e com um polegar de cada vez, sempre em movimento
circular no sentido horário.

c) Trapézio – quatro dedos no ombro e o polegar na parte do trapézio,


movimentar no sentido do polegar.

d) 4 dedos – movimento no sentido do polegar no ombro.

84
e) Polegar – na área da escápula com o polegar no sentido horário

f) Bi - manual – cruzando os dedos

4. Pressões
a) Palmar – espécie de alongamento, mão na base do quadril e a outra
fazendo alongamento por partes.

b) Pressão com o polegar – nas costas, pontos paravertebrais Ou pontos de


tensão. Com as duas mãos. Um ponto de cada vez.

85
c) Com a articulação interfalangeana proximal – nas costas, pontos
paravertebrais ou pontos de tensão. Com uma mão. Um ponto de cada
vez.

d) Pressão com as duas mãos sobrepostas ou lado a lado

e) Com o antebraço

f) Com o cotovelo no glúteo

g) Com oito dedos na escápula

5. Rolamento –
86
5.1 Com o antebraço com o dorso da mão virada para o paciente.

5.2 Com os últimos 3 dedos da mão fechada – com uma ou duas mãos:

5.3 Com o polegar pressionado pela outra mão

5.4 Com a região hipotênar fazendo mov. De prono-supino

87
6. Vibração
– com a palma da mão espalmada em toda a costa.
- Com as duas mãos sobrepostas pressionando e vibrando

7. Percussões

7.1 – martelinho (oca)

7.2 - karate ( vassourinha)

7.3 - karate duplo ( duas mãos)

88
7.4 - Concha

7.5 Mãos em concha unidas

7.6 Com a ponta dos dedos – bicada da garça

Pescoço

89
1. Pressões circulares

1.1 – dois dedos começando pelo ombro subindo até o pescoço até a
base do crânio (p.c normal)
1.2 – dois dedos de um lado de cada vez (p.c específico)
1.3 – pressão nas vértebras desde a 7ª até a 1ª em diagonal
1.4 – pressão com o dedo médio nos dois pontos na base do crânio e
segura por 2 segundos.
1.5 –deslizamento
movimento ir
circular com o polegar de cima para baixo, no terceiro
até o ombro.

90
2. Movimentos passivos

2.1 – flexão e extensão

2.2 - desvio lateral – direita e esquerda

2.3 – rotação – direita e esquerda

2.4 – inclinação lateral – direita e esquerda – queixo em direção ao


mamilo.

2.5 – rotação completa – direita e esquerda.

91
Pernas – igual as das costa.

1. Deslizamentos

1.1 – geral de dentro para fora


1.2 – circular
1.3 – semi circular
1.4 – circular com os polegares
1.5 – vai e vem

2. Amassamentos

2.1 – simples
2.2 – bi - manual

3. Pressão palmar
4. Rolamento com a mão
5. Vibração
6. Percussões.

Pernas frente – igual a anterior, a partir dos amassamentos fazer apenas do


joelho para cima.

Mãos

1. Giro – dedo por dedo nos dois sentidos

2. Flexão e extensão – dedo por dedo

92
3. Abertura – dedo por dedo

4. Giro com rotação

5. Deslizamento circular com os polegares

6. Deslizamento circular específico

7. Rolo

93
8. Soco

9. Piano

10. Deslizamento circular com os polegares nos dorso

11. Deslizamento retilíneo no dorso.

94
Abdômen

1. Deslizamento circular

2. Pressão com a polpa dos dedos (três dedos)

3. Raio de sol

4. Punho fechado

95
5. Balanço

6. Concha dupla ( An po ko)

7. Deslizamento.

96
Reflexologia Podal - Mapa da reflexologia podal

97
98
99
Rotinas da massagem na reflexologia podal

100
101
102
103
CURSO DE MASSOTERAPIA
AUTO-MASSAGEM E ALONGAMENTOS

1 Auto-massagem
A técnica que aprenderemos é o auto-shiatsu, é claro que é sempre melhor
recebermos a massagem de outra pessoa, mas como nos dias de hoje o tempo é muito
restrito e há uma necessidade do massoterapeuta de manutenção de sua saúde para que
possa exercer suas atividades sem prejuízo a sua saúde, faz-se necessário a utilização dos
conhecimentos do shiatsu em nós mesmos.
O mais difícil de se trabalhar em nós mesmos é aprender a não gerar tensão nos
braços ao aplicar a técnica, para que se tenha melhor qualidade na aplicação. Usa-se para
que isso não ocorra o peso do próprio corpo em direção da nossa mão apoiada.
A seqüência que aqui aprenderemos pode ser alterada de acordo com a vontade
do terapeuta de acrescentar ou retirar pontos que achar necessários ou desnecessários.
Seqüência básica de Auto-Shiatsu, acrescido de algumas passagens musculares:
Do-in
1) Pressionar suavemente sobre os olhos fechados, com a polpa dos dedos.

2) Com o cotovelo apoiado, coloque o polegar sob o ponto B2 descansando o

peso da cabeça.

3) IG4 – dor de cabeça, intestinos, pescoço.

4) IG10 – músculos extensores do punho, vitalidade.

5) IG11 – prisão de ventre

6) E36 – Para problemas digestivos, ânimo, dor abdominal, gastrite

7) BP6 – problemas menstruais, cólicas,

8) VC 4 – problemas genito-urinários

9) VC12 – problemas estomacais

10) VC14-Fígado, digestão, gases

11) VC17 – Emocional, depressão, coração.

12) Dedos indicador e médio nas têmporas (VB1, E7, TA23) e envolta da

articulação temporomandibular – Distensionamento facial.


13) Com o cotovelo apoiado pressionar o VB20. – dores no pescoço, tensão,

nuca.

14) Pressionar com a polpa dos dedos o trapézio do lado oposto usando o peso

do braço. Alívio de tensão muscular.

104
15) Com uma das mãos apoiando a testa, pressionar com o polegar da outra mão

o ponto VG 16 na nuca. – Acordar a mente.

16) Pressão nos pontos Ting dos dedos das mãos. Acordar a circulação

energética.

17) Palmadas nos membros superiores = Vem– com a palma da mão para cima.

Vai – com a palma da mão para baixo.

18) Palmadas nos Membros inferiores – desce por fora e sobe por dentro.

19) Palmadas na lombar com as costas das mãos e no tórax com a mão fechada.

20) Massagem na linha temporoesfenoide no crânio. Para a coluna.

21) Visualização para harmonização dos hemisférios cerebrais.

22) Exercício cruzando braços e pernas. Para coordenação motora.

105
2 Alongamentos Direcionados
Os alongamentos são práticas de preparação da musculatura para o “trabalho”,
também servem para liberar a circulação sanguínea e os resíduos metabólicos do músculo.
E como há uma ligação entre a circulação energética dos meridianos, a circulação
sanguínea e a musculatura esquelética, podemos usar esta prática como um meio de nos
mantermos saudáveis.
Os alongamentos podem ser repetidos várias vezes durante o exercício e o
exercício pode ser feito várias vezes por dia. Cada alongamento deve ser feito de maneira
lenta e com duração de 20 a 30 segundos.
Seqüência de Alongamentos para auto harmonização dos meridianos acoplados.

1) Meridianos: Pulmão e Intestino Grosso.


4) Meridianos: Rins e Bexiga

2) Meridianos: Baço-pâncreas e Estômago 5) Meridianos: Pericárdio e Triplo Aquecedor

3) Meridianos: Coração e Intestino Delgado

6) Meridianos: Fígado e Vesícula Biliar

106
3 Alongamentos Gerais: 5. Costas
1. Antebraço

6. Pescoço

2. Deltóide e Rombóide

7. Quadríceps

3. Peitoral

8. Panturrilha

4. Tríceps
9. Isquiotibiais

107
CURSO DE MASSOTERAPIA

4 Alongando o Paciente

1. Primeiro

108
CURSO DE MASSOTERAPIA

109

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