Psicanálise
Texto 3: Algumas consequências psíquicas da
distinção anatômica
❥ Distinção entre a menina e o menino: Ponto
do processo de desenvolvimento em que se
encontraria essa distinção não ficou claro.
➠ Menino: Sua posição pertence a fase fálica e
é dissolvida pela angustia de castração,
interesse narcísico no genital.
↪ Dificuldade: O édipo é duplamente
orientado, ativo e passivo, de acordo com a
constituição sexual. O menino também quer
substituir a mãe como obj de amor do pai,
chamado de posição feminina.
↪ Pré-história do Édipo: Identificação com o
pai de natureza terna, da qual ainda está
afastado o sentido da rivalidade pela mãe;
atividade masturbatória do genital, cuja
repressão ativa a castração.
↪ Enurese prolongada: Resultado do
onanismo; sua repressão seria tomada pelo
menino como uma inibição da atividade
genital, sentido de uma ameaça de castração.
➦ O fato de perscrutar o coito dos pais pode
dar lugar a primeira excitação sexual e, através
de seus efeitos posteriores ser o ponto de
partida para o desenvolvimento sexual inteiro.
↳ Pode não ser um acontecimento regular.
➠ Menina: Como a menina abandona a mãe, e
em seu lugar, toma o pai como objeto?
↪ Descoberta plena de consequências: Ela
percebe o pênis notadamente visível, identifica-
o como o correspondente superior de seu
próprio órgão pequeno e escondido, e a partir
daí cai vítima da inveja do pênis.
➦ Quando o menino vê pela 1º vez a região
genital da menina, ele se mostra pouco
interessado; não vê nada ou recusa.
↳ Mais tarde, com a ameaça de castração é
que essa obs tomará sentido para ele, o submete
a crença na realidade da ameaça.
↪ Na menina é diferente: Num instante ela está
preparada para o seu julgamento e sua decisão.
⇩
Bifurca-se o complexo de masculinidade
⇩
Esperança de um dia ter o pênis e igualar-se ao
homem.
↬ Recusa: A menina se recusa aceitar o fato de
sua castração, reforça a convicção que tem o
pênis, e é obrigada a conduzir-se como se fosse
um homem.
❥ Consequências psíquicas da inveja do pênis:
↪ Com o reconhecimento de sua ferida
narcísica instala-se um sentimento de
inferioridade
↪ Depois de superar a primeira tentativa de
explicar sua falta como punição pessoal e ter
entendido a generalidade, começa a
compartilhar o menosprezo do homem pelas
mulheres e insiste em sua igualdade com o
homem.
↪ Essa inveja continua viva no traço
característico do ciúme.
↪ Afrouxamento da relação terna à mãe como
objeto.
↪ Quase sempre a mãe é responsável pela
invejado pênis, logo após a descoberta da
desvantagem no genital, aflora o ciúme de
outra criança, quem supostamente a mãe ama
mais, com o qual a criança ganhou motivação
para se soltar da ligação com a mãe.
↪ A natureza da mulher está mais afastada da
masturbação, pelo menos a masturbação do
clitóris seria uma atividade masculina e que o
deslocamento da feminilidade teria como
condição a eliminação da sexualidade
clitoriana.
➦ Logo depois dos indícios da inveja do pênis,
entra uma intensa contracorrente aposta ao
onanismo, que não pode ser unicamente
remetida a influência da pessoa que cuida da
criança.
↳ Precursor da onda recalcante que na
puberdade quer eliminar grande parte da
sexualidade masculina, para deixar espaço para
o desenv. da feminilidade.
➠ Menino: Não é simplesmente recalcado, ele
é despedaçado formalmente sob o impacto da
ameaça de castração.
↪ Seus investimentos libidinais são
abandonados, dessexualizados e em parte
sublimados; seus objetos são incorporados ao
eu, onde formam o núcleo do supereu e
emprestam e essa neoformação suas
propriedades características.

❥ Revolta da menina contra o onanismo fálico: ➠ Menina: Falta o motivo para a destruição do
O prazer dessa atividade agradável lhe será complexo de édipo, a castração já produziu
estrago por algum fator concorrente; a ofensa antes seu efeito.
narcísica ligada a inveja poderia ser a ↪ Pode ser abandonado lentamente, resolvido
advertência que ela não pode concorrer com o por recalcamento e deslocar seus efeitos
menino e seria melhor abandonar a amplamente na vida anímica normal da mulher.
concorrência. ↪ O supereu nunca se torna tão implacável,
impessoal, independente de suas origens
↪ O conhecimento da diferença anatômica
afetivas como no homem. Traços de caráter que
entre os sexos força a menina a afastar-se da
sempre foram criticados na mulher estariam
masculinidade e do ananismo masculina por
amplamente fundamentados na modificação da
novas vias, que levam ao desdobramento da
formação do supereu.
feminilidade.
❥ Inicia-se o complexo de Édipo na menina: A
libido da menina desliza para um novo
posicionamento.
↪ Abandona o desejo do pênis para colocar em
seu lugar o desejo de uma criança, e com essa
intenção, toma o pai como objeto de amor, e a
mãe objeto de ciúme.
↳ Quando essa ligação ao pai vier a ser
abandonada como malsucedida, ela pode ceder
lugar a uma identificação ao pai, com a qual
retorna ao complexo de masculinidade e a ele
se fixa.
↪ O édipo é uma formação secundária.
↪ O da menina é possibilitado e introduzido
pela castração.
↪ O complexo de castração sempre opera
inibindo a masculinidade e promovendo a
feminilidade em cada caso.
➦ Diferença entre os sexos: Castração
consumada e ameaça de castração.
❥ Final do Édipo