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O. Direitos Das Minorias
O. Direitos Das Minorias
“Nos Estados em que existam minorias étnicas, religiosas ou linguísticas, as pessoas per-
tencentes a essas minorias não devem ser privadas do direito de ter, em comum com os
outros membros do seu grupo, a sua própria vida cultural, de professar e de praticar a sua
própria religião ou de utilizar a sua própria língua.”
Artº 27º do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos. 1966.
468 II. MÓDULOS SOBRE QUESTÕES SELECIONADAS DE DIREITOS HUMANOS
HISTÓRIA ILUSTRATIVA
O caso de D.H. e outros c. República Checa considerou existir um padrão de discrimi-
nação por todo o país e, pela primeira vez,
Em 2000, no caso de D.H. e outros c. Repú- reconheceu explicitamente, pelo nome, o
blica Checa, dezoito alunos da comunidade conceito de discriminação indireta. O Tribu-
Roma, colocados em escolas especiais para nal também considerou os dados estatísticos
crianças com deficiências mentais e físicas, disponibilizados pelo Comité Consultivo, ou
na cidade de Ostrava, na República Checa, seja, o órgão de monitorização no âmbito
levaram o seu caso ao Tribunal Europeu da Convenção Quadro para a Proteção das
dos Direitos Humanos (TEDH). Os alunos Minorias Nacionais do Conselho da Europa,
foram representados tanto por advogados que revelaram que aproximadamente 70%
locais, como por advogados do European de todas as crianças Roma, na República
Roma Rights Centre – ERRC (Centro Euro- Checa, tinham aprendido em escolas para
peu para os Direitos dos Roma), tendo estes crianças com deficiências mentais e físicas.
defendido que as crianças foram colocadas O governo Checo não pôde contestar estes
em escolas especiais sem justificação obje- argumentos. Assim, o TEDH considerou que
tiva, a não ser a sua pertença étnica à mi- tinha sido violado o normativo da Conven-
noria da comunidade Roma. ção Europeia dos Direitos Humanos.
Na cidade de Ostrava e por toda a Repúbli- (Fontes: Tribunal Europeu de Direitos Hu-
ca Checa, a colocação de crianças Roma em manos. 2007. D.H. and Others v. the Czech
escolas especiais para crianças com defici- Republic, No. 57325/00 of 13 November
ências mentais e físicas era particularmen- 2007 (grand chamber); Jennifer Devroye.
te elevada. A probabilidade de uma criança 2009. The Case of D.H. and Others v. the
Roma ser colocada numa escola especial Czech Republic. JIHR vol. 7/1.)
para crianças com deficiências mentais e fí-
sicas era 27 vezes maior do que no caso de Questões para debate
crianças não Roma. Deste modo, foi pedido 1. Quais foram os direitos humanos vio-
ao TEDH que aferisse se a colocação eleva- lados?
da, desproporcional de alunos Roma em “es- 2. Por que é que o TEDH considerou que as
colas especiais” constituía uma violação da disposições da Convenção Europeia dos
Convenção Europeia dos Direitos Humanos. Direitos Humanos tinham sido violadas?
A Grande Câmara do TEDH proferiu a sen- 3. Em que aspetos é que os alunos da co-
tença final em 2007 – uma decisão de refe- munidade Roma foram discriminados?
rência em que o Tribunal considerou que 4. Por que é que a sentença é importante
a concentração especialmente elevada de para os direitos das minorias em geral?
alunos Roma em escolas para crianças com
Direito à Educação
deficiências mentais e físicas violava o direi-
Não Discriminação
to à educação, assim como a proibição da
discriminação (nos termos do artº 2º do
“Um país deve ser julgado pela forma como
Protocolo nº 1 e do artº 14º da Convenção
trata as suas minorias.”
Europeia dos Direitos Humanos). A senten-
Mahatma Gandhi.
ça é de importância capital, já que o TEDH
O. DIREITOS DAS MINORIAS 469
A SABER
1. A LUTA PELA PROTEÇÃO DOS DIREI- emitiram declarações para a proteção das
TOS DAS MINORIAS: DESENVOLVI- suas minorias. Estes tratados estabelece-
MENTO HISTÓRICO ram o direito a usar a língua da mino-
ria na vida privada e pública, contendo
Podemos facilmente ficar com a impressão também cláusulas de não discriminação.
de que os assuntos de direitos humanos Porém, não existia um quadro específico
relacionados com as minorias constituem de direitos humanos e a ideia de direitos
descobertas recentes e de que são sobre- de grupo era contestada.
tudo uma preocupação nas políticas euro- Assim, depois da Segunda Guerra Mun-
peias. No entanto, um olhar mais atento dial a proteção das minorias foi substituí-
sobre a história do direito internacional da por instrumentos que protegiam os di-
revela um quadro diferente. No início, os reitos humanos individuais e liberdades,
assuntos das minorias estavam proxima- baseados nos princípios da não discri-
mente ligados às liberdades religiosas. O minação e igualdade. A Segunda Guer-
Tratado de Vestefália, de 1648, concedeu ra Mundial marcou o fim dos regimes de
direitos a determinadas – certamente não minorias na Europa Central, suplantados
a todas – minorias religiosas. As liberda- pela ideologia comunista da unidade dos
des na educação de grupos religiosos esta- trabalhadores. As minorias foram pressio-
vam ligadas a direitos religiosos acordados nadas a adaptarem-se à cultura do regime
pelas partes do Tratado. No século XVII, a ideológico dos Estados comunistas. De-
“proteção de minorias” tinha uma relevân- pois dos eventos de 1989 e da consequente
cia especial para as minorias religiosas ao dissolução do Império Soviético, a afilia-
passo que, posteriormente, a atenção mu- ção ou atribuição nacional e étnica come-
dou para as minorias étnicas ou nacionais. çou a desempenhar um papel importante.
O final da Primeira Guerra Mundial, em A identidade nacional e o sentimento de
1918, conduziu à dissolução do Império pertença a um grupo étnico ou nação tor-
Otomano e do Império Habsburgo multi- nou-se, em determinados casos, o veículo
nacional. Na Europa Central, emergiu o para a criação de novos Estados ou para a
princípio da autodeterminação nacional reclamação da independência nacional. A
e foram criadas novas leis para as mino- proteção das minorias e o reconhecimen-
rias. Além disso, celebraram-se tratados to dos seus direitos reemergiu, assim, na
de paz bilaterais e multilaterais, tam- agenda política. A proteção dos direitos
bém com disposições específicas para a das minorias tornou-se uma das condições
proteção das minorias. Depois da Primeira para a obtenção da qualidade de membro
Guerra Mundial, a Sociedade das Nações do Conselho da Europa. A União Europeia
foi incumbida de monitorizar os níveis de exigiu a proteção das minorias como con-
proteção concedidos a grupos minoritá- dição para o estabelecimento de relações
rios. Também alguns Estados, tais como a diplomáticas entre a União e os novos Es-
Finlândia ou a Estónia, em 1921 e 1923, tados.
470 II. MÓDULOS SOBRE QUESTÕES SELECIONADAS DE DIREITOS HUMANOS
European National Minorities-FUEN) apre- os assuntos que lhes digam respeito, tanto
sentou um projeto para uma convenção quanto possível; porém, explicitamente,
sobre direitos de autonomia de grupos não lhes confere soberania estatal.
étnicos, na Europa. Segundo a FUEN, “Au- (Fontes: Thomas Benedikter. 2006. Minori-
tonomia deverá significar um instrumento ties in Europe. Legal Instruments of Minor-
para a proteção das minorias nacionais e ity Protection in Europe - An Overview.;
étnicas que, sem prejuízo da integridade Jan Klabbers. 2009. Self-Determination.;
do território dos Estados Partes, garanta Gabriel Toggenburg, Günther Rautz. 2010.
o mais elevado grau possível de autode- ABC des Minderheitenschutzes in Europa.)
terminação interna e, em simultâneo, um
correspondente mínimo de dependência Deveres do Governo: os Princípios da
da maioria nacional”. De acordo com Não Discriminação, Integração e Medi-
outro conceito, distinguem-se três tipos das Positivas
de autonomia: 1. a autonomia territo- As pessoas pertencentes a minorias são
rial para as regiões em que uma minoria frequentemente discriminadas porque
constitui a maioria da população local; 2. são vistas como “diferentes”. São trata-
a autonomia cultural para as áreas comu- das, em situações comparáveis, sem que
nitárias tradicionais de uma minoria em motivos o justifiquem, de forma menos
que esta minoria não constitui a maioria favorável do que a maioria da população.
da população; e 3. a autonomia local para Estão frequentemente em desvantagem na
as unidades administrativas singulares (ou vida quotidiana, por exemplo, na área da
seja, em comunidades isoladas) em que a educação, quando procuram trabalho ou
minoria constitui a maioria da população habitação, quando vão a bares ou a res-
local. taurantes, na área da saúde, etc. A discri-
Um outro conceito distingue entre dois ti- minação pode ocorrer nas esferas política,
pos de autonomia, nomeadamente, a au- social, cultural ou económica, afetando
tonomia cultural e territorial. O primeiro aqueles que pertencem às minorias, numa
conceito envolve a proteção e a promoção variedade complexa de possibilidades ne-
de línguas, religiões e costumes de uma gativas.
minoria, normalmente não limitada a um Os Estados estão obrigados a respeitar e
território definido e que pode estar dis- a proteger o princípio da não discrimi-
persa em largas distâncias. A autonomia nação. As disposições proibindo a dis-
cultural permite que essa minoria orga- criminação encontram-se em todos os
nize a sua vida política, elegendo os seus documentos internacionais e numerosos
próprios órgãos para a sua autodetermi- documentos regionais de direitos huma-
nação. A autonomia territorial é uma op- nos, tais como a Convenção Europeia dos
ção preferencial sempre que uma minoria Direitos Humanos, a Carta Social Euro-
viva numa área comunitária relativamente peia, a Convenção Quadro para a Prote-
compacta, já que inclui o direito à autoad- ção das Minorias Nacionais do Conselho
ministração, mas também um mínimo de da Europa, o Documento do Encontro de
competências legislativas num determina- Copenhaga da Conferência sobre a Di-
do território. Este tipo de autonomia con- mensão Humana da OSCE, a Convenção
fere às minorias, num território determina- Americana sobre Direitos Humanos (Or-
do, o direito de, por si mesmas, regularem ganização dos Estados Americanos) e a
O. DIREITOS DAS MINORIAS 475
Carta Africana dos Direitos Humanos e tais como as fundadas no sexo, raça,
dos Povos (Organização de Unidade Afri- cor, língua, religião, opiniões políticas
cana, desde 2002 União Africana). A Car- ou outras, a origem nacional ou social,
ta dos Direitos Fundamentais da União a pertença a uma minoria nacional, a ri-
Europeia também proíbe a discriminação queza, o nascimento ou qualquer outra
com base na “pertença a uma minoria na- situação.”
cional”. De acordo com o Relatório da EU-
MIDIS, de 2009, da Agência dos Direitos Artº 14º da Convenção Europeia dos
Fundamentais da União Europeia, persis- Direitos Humanos
tem na Europa, níveis elevados de dis- “É proibida a discriminação em razão,
criminação e de crimes motivados por designadamente, do sexo, raça, cor ou
racismo. Os resultados são alarmantes já origem étnica ou social, características
que a educação e o emprego são geral- genéticas, língua, religião ou convicções,
mente considerados como as áreas chave opiniões políticas ou outras, pertença a
para a integração e a inclusão social. Um uma minoria nacional, riqueza, nasci-
outro resultado alarmante apontado no mento, deficiência, idade ou orientação
Relatório é um índice baixo de relatos das sexual.”
experiências negativas de discriminação.
Artº 21º da Carta dos Direitos Funda-
O mesmo se aplica às vítimas de ataques
mentais da União Europeia
e de ameaças. Isto deve-se a uma falta de
informação dos grupos vulneráveis sobre
a legislação antidiscriminação. O estudo “Existe a necessidade, em todos os Estados,
também revelou que a maior parte dos de terem um campo de ação comum no
inquiridos não acreditava que a denún- que respeita à igualdade e à não discrimi-
cia ou o registo dos atos de discrimina- nação. Isto implica inevitavelmente algum
ção pudesse conduzir a quaisquer conse- grau de integração. [...] A integração deve
quências positivas. ser desenvolvida com base na igualdade,
com todos os grupos a contribuírem com os
Não Discriminação seus valores e culturas para a definição do
campo de ação comum, no qual todos os
“Todos os seres humanos podem invocar membros irão interagir”, tal como referido
os direitos e as liberdades proclamados pelas Nações Unidas, em 1993. O concei-
na presente Declaração, sem distinção al- to de integração enquanto diretriz política
guma, nomeadamente de raça, de cor, de de imigração foi desenvolvido enquanto
sexo, de língua, de religião, de opinião opção alternativa, tanto à assimilação,
política ou outra, de origem nacional ou como à segregação. A assimilação pode
social, de fortuna, de nascimento ou de ser definida como um processo unilateral
qualquer outra situação”. de adaptação ao estilo de vida e sistemas
valorativos da sociedade anfitriã e, conse-
Artº 2º, nº1 da Declaração Universal
quentemente, implica o requisito de que a
dos Direitos Humanos
cultura dominante seja aceite como a su-
“O gozo dos direitos e liberdades reco- perior. As políticas de integração visam a
nhecidos na presente Convenção deve participação e oportunidades iguais para
ser assegurado sem quaisquer distinções, pessoas pertencentes a minorias e para
476 II. MÓDULOS SOBRE QUESTÕES SELECIONADAS DE DIREITOS HUMANOS
imigrantes. Partindo desta perspetiva, é vi- posição foi adotada pelo Alto Comissa-
tal promover todas as áreas de integração riado das Nações Unidas para os Direitos
social, incluindo o mercado de trabalho, a Humanos: “As diferenças no tratamento
educação, a vertente cultural, assim como destes grupos, ou indivíduos a estes per-
a integração jurídica. Outro aspeto central tencentes, justificam-se se forem realiza-
é a participação na vida pública, através das para promover a igualdade efetiva
de determinados direitos e deveres civis. e o bem-estar da comunidade como um
(Fonte: United Nations. 1993. Possible todo. Este tipo de ação afirmativa pode
ways and means of facilitating the peace- ter de ser mantido durante um período
ful and constructive solution of problems de tempo prolongado, de forma a permi-
involving minorities.) tir que os grupos de minorias beneficiem
de um posicionamento equitativo com a
São necessárias ações positivas para maioria.”
compensar as desvantagens históricas
das minorias e proteger e promovê-las Não Discriminação
ativamente, bem como a sua cultura úni-
ca. As pessoas que pertençam às mino- Instrumentos Internacionais
rias têm de ter a oportunidade de contri- de Direitos Humanos
buírem para uma sociedade culturalmen- para a Proteção
te diversa. das Minorias
Muitos instrumentos de direitos huma-
“A proteção das minorias inclui tanto a nos internacionais e regionais estabe-
proteção da discriminação como a proteção lecem direitos especiais para a proteção
contra a assimilação.” de pessoas pertencentes às minorias. A
John Humphries. disposição chave no ordenamento jurídi-
co internacional dos direitos humanos é o
Originalmente, considerava-se que a im- artº 27º do Pacto Internacional sobre Di-
plementação eficaz do princípio da não reitos Civis e Políticos (PIDCP), que refere
discriminação iria tornar as disposições o seguinte: “Nos Estados em que existam
especiais para os direitos das minorias minorias étnicas, religiosas ou linguísticas,
redundantes. Porém, muito rapidamen- as pessoas pertencentes a essas minorias
te se tornou óbvio que a proteção dos não devem ser privadas do direito de ter,
indivíduos contra a discriminação não em comum com os outros membros do seu
era suficiente para proteção e a promo- grupo, a sua própria vida cultural, de pro-
ção eficazes das minorias. São neces- fessar e de praticar a sua própria religião
sárias medidas ativas para proteger e ou de empregar a sua própria língua.”.
promover as minorias. Estes direitos Este artigo constitui a disposição vincula-
“especiais” não são privilégios; de fac- tiva mais amplamente aceite para a pro-
to, pretendem dar aos membros das mi- teção e promoção das minorias. Garante
norias a possibilidade de alcançarem as aos membros das minorias o direito à
mesmas condições de vida que a maio- identidade nacional, étnica, religiosa ou
ria da população. Além disso, os direitos linguística (ou uma combinação destas)
das minorias devem garantir às minorias e o direito a preservar as características
a preservação da sua identidade. Esta que pretendam manter e desenvolver. É
O. DIREITOS DAS MINORIAS 477
das minorias. No que respeita aos casos que os instrumentos de direitos humanos
de discriminação, NÓS devemos saber e tratados internacionais têm, desde há
qual a autoridade pública a quem pode- tanto tempo, tentado proteger”.
mos contactar e como tratar as viola- Acima de tudo, é especialmente impor-
ções de direitos humanos, especialmen- tante que os formadores de direitos hu-
te as violações dos direitos das minorias. manos levem as lições dos direitos hu-
O que NÓS podemos fazer é tornar pú- manos e direitos das minorias não ape-
blicas as violações dos direitos das mi- nas ao público em geral e aos funcioná-
norias, ao chamar a atenção dos meios rios governamentais, mas especialmente
de informação, tribunais e autoridades às próprias pessoas pertencentes às
competentes nacionais e internacionais, minorias. Desta forma, elas podem rei-
bem como das Nações Unidas ou ONG vindicar os seus direitos, apesar dos
relevantes. Assim, NÓS podemos procu- desafios potenciais colocados pela maio-
rar a reparação jurídica das violações ria da população que pode ser insensível
dos direitos das minorias. Deste modo, aos seus interesses legítimos.
a educação para os direitos humanos e
(Fontes: Claudia Mahler, Anja Mihr,
o compromisso de cada um de nós são
Reetta Touvanen (eds.). 2009. The Unit-
ferramentas excelentes para se apoiar os
ed Nations Decade for Human Rights
grupos minoritários.
Education and the Inclusion of National
Tal como refere Theodore Orlin, “De- Minorities.; Theodore Orlin. 2009. Mi-
vemos converter a retórica do direito norities and Human Rights Education.
internacional dos direitos humanos Human Rights Law as a Paradigm for the
numa realidade prática, em que, nas Protection and Advancement of Minority
relações de uns com os outros, pratique- Education in Europe.)
mos as exigências do direito dos direi-
tos humanos, de propiciar a dignidade
Direito à Educação
CONVÉM SABER
balha conjuntamente, em particular, com
1. BOAS PRÁTICAS comunidades de minorias, realizando ini-
ciativas de educação e de formação, sobre
Grupo Internacional de Direitos das Mi- como estas comunidades podem fazer uso
norias - GDM (Minority Rights Group In- dos seus direitos. A organização também
ternational) exerce pressão sobre governos e sobre as
O GDM é uma das ONG mais importan- Nações Unidas em prol das minorias. Tam-
tes no campo da proteção das minorias. bém publica relatórios científicos sobre
A organização visa assegurar, em todo o assuntos relacionados com as minorias.
mundo, os direitos das pessoas perten- Desta forma, a organização procura que
centes a minorias e povos indígenas. Tra- as minorias e os povos indígenas, estan-
O. DIREITOS DAS MINORIAS 489
ATIVIDADES SELECIONADAS
ATIVIDADE I: nação, especialmente contra as minorias.
CONFRONTAÇÃO ENTRE Os grupos que sofrem discriminação in-
PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO cluem as minorias étnicas, linguísticas,
religiosas e outras. O preconceito e a ig-
Parte I: Introdução norância promovem a desumanização
A identificação dos preconceitos, da dis- das minorias étnicas e protegem e apoiam
criminação, do racismo, do sexismo e do muitas formas de discriminação.
etnocentrismo constitui uma parte impor-
tante da educação para os direitos huma- Parte II: Informação Geral
nos. Estas formas de exclusão moral são Tipo de atividade: debate em grupo
manifestações fundamentais do problema Metas e objetivos: reflexão sobre o proces-
central da negação da dignidade humana, so e caraterísticas da discriminação e as
resultando em diversos tipos de discrimi- suas origens no preconceito, identificando
O. DIREITOS DAS MINORIAS 493
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