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com - HP1231596711216
Copyright © 2020 by Herbert Ricardo Garcia Viana
Inclui bibliografia.
ISBN 978-65-991725-0-2
CDD: 658.202
CDU: 658.2.005.4
2020
IMPRESSO NO BRASIL
ENGETELES Editora
www.engeteles.com.br
editora@engeteles.com.br
Aos líderes que investiram no modelo de gestão no livro apresentado, incentivando a im-
plantação em suas operações: Marisa Sonehara, Divaldo Pessoa, Karleone Oliveira, Lucas
Luiz, David Rodrigues, Fernando Rodrigues, Marcos Rogério de Almeida e Werner Jost.
Considerando o segmento industrial, onde grande parte das empresas estão necessitando
avançar muito rumo à excelência, a manutenção é um dos pilares para esta caminhada.
É preciso considerar que apenas uma menor parte da comunidade tem uma cultura proa-
tiva. Entretanto, uma maior parte dela tem uma cultura reativa o que dificulta muito esta
caminhada.
Esta caminhada passa por uma forte capacitação tecnológica aliada à capacitação de ges-
tão, e que ambas são fundamentais para buscar se tornar benchmark.
É com muita satisfação que vejo o professor Herbert Viana, estudioso da matéria, propor
novos caminhos para agregar maior valor à manutenção e, consequentemente, para a or-
ganização.
Relembrando o grande Albert Einstein onde, em uma das suas célebres frases, afirma:
“insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”!
Pode parecer óbvio, e realmente o é., entretanto, como já vimos, apenas uma menor parte
da comunidade da manutenção, pela sua cultura proativa, a conhece e a pratica e, por isto,
está a nível de excelência.
Por outro lado, uma grande parte da comunidade de manutenção, pela sua cultura rea-
tiva, embora conheça esta frase não a pratica e, por isto, não está colhendo os melhores
resultados.
É por isto que eu tenho a satisfação de fazer a apresentação desta obra pela importante
razão dela apresentar novos caminhos para ajudar as pessoas e as empresas a caminha-
rem rumo a excelência e, consequentemente, chegar à sustentabilidade empresarial que
passa pelo tripé financeiro – ambiental – social.
Sendo fundamental que cada leitor não somente a leia, mas que pratique os ensinamen-
tos nela contidos.
Alan Kardec
Conselheiro da ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos
Consultor Empresarial e de Gestão de Ativos
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Agradecimentos..........................................................................................................................................7
Prefácio.........................................................................................................................................................15
Capítulo 1 – Introdução.............................................................................................................................17
9.2.1.3 Termografia...................................................................................................................................148
10.2 – Aprovisionamento........................................................................................................................173
10.3 – Programação..................................................................................................................................175
Posfácio.....................................................................................................................................................185
Lista de Tabelas........................................................................................................................................191
Referências...............................................................................................................................................192
Esta obra busca se posicionar como um livro para as disciplinas que versam sobre a Ges-
tão da Manutenção, tanto no ambiente universitário, como nas escolas técnicas espa-
lhadas pelo Brasil. Para tanto uma revisão conceitual é feita em seus capítulos iniciais,
equalizando os entendimentos sobre fundamentos da matéria. E em seguida, inicia a
apresentação de um modelo de articulação dos processos da Manutenção, com suas res-
pectivas atividades.
Através do modelo apresentado, que chamo de CIT & CSM, abre-se o aprendizado em mé-
todos, técnicas e protocolos de como fazer as mais diversas atividades relacionadas a uma
Gestão da Manutenção eficiente. Garantindo sua articulação, buscando minimizar o risco
da dispersão dos esforços dos gestores e técnicos na condução das rotinas mantenedoras.
Em minhas palestras costumo dizer que mais importante do que “saber o que fazer”, é
saber a sequência correta do que fazer. Na Manutenção, a desarticulação dos trabalhos
das equipes envolvidas é mortal, se o PCM, a Engenharia de Manutenção e a Execução não
estiverem em ritmo de orquestra sinfônica - onde cada instrumento entra e sai perfeita-
mente de acordo com a evolução da música.
E por que? Por que uma área que investiu em RCM, softwares de gerenciamento, ERP’s,
engenharia da confiabilidade e outras técnicas voltadas para Manutenção moderna, ainda
assim, não surtiu os resultados esperados?
Muitas vezes as respostas repousam na escolha do momento certo para implantação das
diversas atividades que permeiam este universo. Por exemplo, como ter uma engenharia
de confiabilidade frutífera se a empresa não tem um bom banco de dados das falhas dos
ativos? Como um PCM pode articular paradas preventivas eficazes, se não há uma política
de suprimentos e estoques adequada para planta?
Na manutenção é preciso conhecer a técnica, ter um método e uma liderança que mante-
nha as equipes motivadas e engajadas em uma disciplina operacional de forma cotidiana.
E este livro aborda, em sua maior parte, o método para gerir uma área de Manutenção.
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Agora, se vislumbra uma nova perspectiva de estudo onde há uma ampliação do tema,
buscando efetivamente subsidiar os leitores na construção de uma Manutenção de Exce-
lência Máxima, a qual chamamos de “Manutenção Classe Mundial”.
O caminho que nos leva à edificação de tal intento se assenta em uma abordagem ampla
e profunda, discutindo princípios e políticas. Como também a operacionalidade dos mes-
mos no chão de fábrica, de maneira a proporcionar um manual tanto utilizado na implan-
tação de uma Gestão da Manutenção de primeira linha, como orientador para auditorias
em sistemas vigentes nas plantas industriais.
Meu principal objetivo com este livro é ajudar na definição dos parâmetros que qualifi-
cam uma organização como Manutenção Classe Mundial e também apresentar um novo
sistema de gestão da manutenção, o qual denomino “Sistema CIT & CSM”. Desta forma
fornecendo, sem muita prolixidade, as ferramentas orientadoras para sua concretização na
indústria, como também um checklist prático, mas bem fundamentado, com fins de au-
ditoria e classificação em níveis de excelência dos sistemas a ele submetido. Tendo como
norte a perfeita prestação de serviços de um organismo mantenedor, ou seja, ter pesso-
as realizadas, entregando aos seus clientes, disponibilidade e confiabilidade de ativos e
tranquilidade operacional, gastando nada mais, nem menos do que o necessário.
Quando iniciei minha carreira na indústria na antiga “Companhia Cervejaria Brahma”, não
era comum no Brasil em 1997, o mercado deter conhecimento apurado sobre sistemas in-
tegrados de gestão do processo produtivo. Cada organização tinha sua forma de conduzir
suas operações, sendo dependentes do talento pessoal de seus diretores e gerentes em
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estruturar suas equipes, bem como, em torná-las disciplinadas no cumprimento dos seus
procedimentos técnicos de produção. Aos jovens engenheiros, adentrar neste mercado se
assemelhava a enfrentar a esfinge e seu enigma: “Decifra-me ou devoro-te”.
Para não ser devorado, o profissional contava com sua formação acadêmica e sua energia
para realização, ou seja, “fazer acontecer”. Na Brahma, o primeiro dia de um engenheiro de
fábrica desenrola-se em uma das suas distribuidoras. Aprende-se na cabine de um cami-
nhão vermelho ou amarelo (marca da Skol), como se dá a fluidez do produto no ambiente
de vendas. O segundo marco para um iniciante na segunda metade da década de 1990,
estava no treinamento acompanhado do livro “Gerenciamento da Rotina” do professor
Vicente Falconi. Nele fundamentava-se a organização e os caminhos na gestão.
Nas principais empresas brasileiras, como a Brahma, investiu-se na padronização das ta-
refas, no programa de 5S das instalações fabris, no uso das sete ferramentas da qualidade
e no monitoramento dos resultados. Levando a cabo as palavras de Ishikawa: “Só é geren-
ciado aquilo que se mede”.
As empresas donas de uma prática efetiva e plena destes conceitos conseguiram evoluir,
fortalecendo-se em suas rotinas internas e, consequentemente, contraiu-se melhores re-
sultados no mercado em que atuavam.
A partir deste momento histórico, a indústria nacional começa a apresentar melhores re-
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sultados, um deles na sua produtividade do trabalho. Hora, que entre em 1985 e 1989
apresentou taxa de crescimento médio de 0,74%, avançando para 6,25% entre 1990 e
1993, e saltando para quase 8% entre 1994 a 1997, sendo este período dono da queda no
número de empregos, e mesmo assim, um aumento na produção. A partir daí no setor
industrial, o Brasil inaugura na prática, o conceito de “fazer mais com menos”.
Na primeira década do século XXI vimos um Brasil pujante que, empurrado pelo super
ciclo dos minérios teve uma evolução significativa nas atividades industriais. Testemu-
nhei este processo estando no “olho do furacão” do movimento de valorização das nossas
commodities minerais, uma vez que entre 1999 e 2016 tive a oportunidade de gerenciar
equipes de operações e manutenções na Votorantim, Mineração Rio do Norte e Vale. Pude
sentir e ser instigado a buscar resultados com base em confiabilidade dos ativos, não só
em sua disponibilidade. Vi se intensificar no país a aplicação da engenharia de confiabili-
dade, bem como, de ambientes de simulações matemáticas para definição e discussão de
projetos de implantação e melhorias operacionais. E principalmente, participei ativamente
na implantação de softwares ERP (Enterprise Resource Planning) e sistemas de gestão
integrados nas operações, expressando o esforço das organizações na construção de uma
metodologia do “como fazer” em suas rotinas operacionais.
Apesar das crises de 2008 e de 2015, o Brasil vem crescendo na busca de uma indústria
4.0. Dizem que no nosso país temos um delay (atraso) de 50 anos em relação as revolu-
ções industriais promovidas nos países centrais. Acredito que exista sim um atraso, mas
no século XX e XXI, desenvolvemos bons talentos na indústria, que a despeito das tra-
palhadas dos nossos políticos, vêm conseguindo proporcionar avanços além de boas e
relevantes conquistas no campo de produtividade e inovação.
Monchy (1989) observa que o emprego do termo manutenção tem origem no ambiente
militar, onde o sentido da palavra reportava a manter as unidades de combate, seu mate-
rial e efetivo, constantemente, em um bom nível.
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Por algum tempo, a ideia de que os valores de produção estariam atrelados unicamente
ao tamanho do investimento em tecnologia e ampliação das plantas, foi dominante. Com
isso as atividades de manter as instalações em perfeito estado de conservação recebiam
atenção secundária.
A geração seguinte, Industrialização, começa em 1950 e termina por volta de 1975. Esta
geração acompanhou a disseminação das linhas de produção contínuas, onde cresce a
dependência dos produtos e processos industriais em relação à Manutenção.
A terceira geração, Automação, inicia em 1975. Neste período, a sociedade começa a con-
sumir em larga escala, surgindo uma concorrência globalizada nos diferentes setores in-
dustriais. Os equipamentos são mais exigidos em sua capacidade nominal, tornando a
disponibilidade dos mesmos um fator essencial e assim, aumentando a importância da
manutenção.
Nesta geração, a manutenção passou a ser objeto de estudo de vários profissionais, sendo
que vários livros foram publicados (NASCIF, 1999; KARDEC, 1999, TAVARES, 1999 e VIA-
NA, 2002).
Não se sabe ao certo quem lançou o conceito da Manutenção Classe Mundial, mas, para
Mirshawka e Olmedo (1993), o termo “classe mundial” significa um fabricante ter as con-
dições para competir em qualquer lugar do mundo, oferecendo produtos com qualidade,
preços atrativos, prazos de entrega enxutos e reconhecimento como um fornecedor con-
fiável. Nessa definição, observa-se, a presença do termo “confiável”. A busca pela confia-
bilidade é um conceito sempre presente na manutenção, sendo este um balizador para se
afirmar quem tem ou não uma manutenção classe mundial.
Imbuído desta ideia, Blanco (1996) menciona pela primeira vez na América Latina em um
artigo técnico, o termo “Manutenção Classe Mundial”, durante a XXIV Convenção Pan-a-
mericana de Engenheiros – UPADI/96.
Na verdade, Blanco (1996) definiu um conceito, o qual estabelecia um norte dos próximos
anos para os organismos mantenedores, tendo como ideia central atingir a excelência na
organização e operacionalização da Função Manutenção.
Ingalls (2001) arguiu que a Manutenção Classe Mundial está fundamentada nas melhores 23
Muitos autores entendem que a estratégia empresarial tem como principal alicerce a fun-
ção produção. Segundo Stevenson (2001), a função produção surge como a responsável
pela geração do bem (tangível ou intangível) que uma empresa oferecerá ao mercado.
Ballestero-Alvarez (2010) afirma que a função produção é a responsável pela definição,
captação e agenciamento dos recursos necessários para a perfeita obtenção do bem a
ser oferecido. Sendo ela colaboradora e participante, junto com outras duas, marketing e
finanças, na definição adequada e coerente de uma estratégia empresarial. Ballestero-Al-
varez (2010) observa que as três funções, embora diferentes em seus objetivos particula-
res, são interdependentes, inter-relacionadas e todas são imprescindíveis para o sucesso
da organização.
A área de manutenção ganhou status de função estratégica decorrente do seu atual papel
nos sistemas produtivos, onde repousa em seu bom desempenho, a disponibilidade dos
ativos e suas devidas calibrações. Este fato contribui para garantir a qualidade intrínseca
dos produtos, sendo a manutenção uma participante ativa e importante da estratégia das
organizações (NASCIF; KARDEC, 1999).
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A norma brasileira ABNT NBR 5462 define os termos relacionados com a confiabilidade
e a mantenabilidade. Ao ler a norma, percebemos uma série de conceitos sobre “defeito”,
“falha” e “pane” e ainda, são indicadas diversas configurações destes conceitos, tais como,
“defeito crítico”, “defeito maior”, “falha por fragilidade”, “falha primária”, “falha secundária”,
“pane permanente”, “pane temporária”, etc.
Neste livro vamos focar no entendimento do conceito geral do que venha a ser um “defei-
to”, uma “falha” e uma “pane” e quando inicia e termina cada um deles.
1. Defeito - Qualquer desvio de uma característica de um item em relação aos seus re-
quisitos. Notas: a) Os requisitos podem, ou não, ser expressos na forma de uma espe-
cificação. b) Um defeito pode, ou não, afetar a capacidade de um item em desempe-
nhar uma função requerida
Prefiro observar tais conceitos através da linha do tempo que representa a progressão do
estado do item ou equipamento, de acordo com seu atendimento ante as suas funções
requeridas.
Pode-se exemplificar tal situação como a descoberta, através da análise de vibrações me-
cânicas, de uma folga em um rolamento que não gera alta temperatura, nem vibração
excessiva. No entanto, é considerada anormal, o que provoca a emissão de um laudo para
correção, acarretando assim uma manutenção sob condição.
O defeito precede uma falha, uma vez que esta consiste em uma anomalia que afeta algu-
ma das funções requeridas. A existência da falha, mesmo que não interrompa totalmente
o funcionamento do equipamento, já confere ao mesmo um estado de inconfiabilidade.
Basta observarmos o conceito de confiabilidade apresentado na NBR-5462, “capacidade
de um item desempenhar uma função requerida sob condições especificadas, durante um
dado intervalo de tempo”.
Sendo assim, ao não atender 100% das suas funções requeridas, o item se encontra em
falha, perdendo a sua confiabilidade. A definição do momento da perda da confiabilidade
é importante, pois estabelece o término das ações preventivas sobre o equipamento
Um exemplo da degradação gerada por este entendimento, são as cenas espalhadas pelas
plantas industriais mundo afora, como mancais sendo refrigerados na base da mangueira
de água ou de ar comprimido, ou equipamentos móveis com uma série de alarmes, mas
operando mesmo assim. Enquanto não houver a pane geral, se insiste em sua operação.
Nota-se que o MTBF (equação 1), de uma empresa que adota a falha como momento da
manutenção corretiva, é menor do que naquela em que se adota a pane. Visto a diminui-
ção da contabilidade do número de “corretivas”, conferindo uma falsa impressão de con-
fiabilidade para aqueles que observam a pane como início das ações corretivas.
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Muitos autores abordam os vários tipos de manutenção possíveis, que nada mais são do
que as formas como são encaminhadas as intervenções nos instrumentos de produção.
Observa-se uma série de tipos com algumas variações irrelevantes, são exemplos:
Manutenção Preventiva;
Manutenção Preditiva;
Engenharia de manutenção;
Confiabilidade de ativos.
Percebe-se uma verdadeira confusão nestas definições, muitas vezes provocadas por “on-
das” de modismos que buscam introduzir algo novo e mais atraente no mercado, e assim,
conquistar uma maior favorabilidade para a venda de um novo serviço de consultoria ou
sistema (software) de gestão da manutenção.
Na verdade, a meu ver, existem apenas dois tipos de manutenção: (1) Manutenção Preven-
tiva e (2) Manutenção Corretiva.
A manutenção preventiva se divide em dois grupos: (1) Manutenção Sistemática e (2) Ma-
nutenção sob Condição.
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Este tipo de manutenção planejada oferece uma série de vantagens para um organismo
fabril. Com relação às corretivas, por exemplo, um almoxarifado mais enxuto e eficiente,
através de um plano de preventivas bem elaborado e consolidado na área.
As pautas sistemáticas são definidas através de uma pré-análise dos técnicos e engenhei-
ros de manutenção. Esta singularidade proporciona uma redução drástica no fator impro-
visação, desta forma o índice de qualidade do serviço alcança um nível bem mais alto do
que em um ambiente alicerçado basicamente em corretivas.
Cabe ressaltar que as inspeções, no que tange ao cumprimento das suas rotas de coleta de
dados, são manutenções preventivas sistemáticas. Nota-se algumas dúvidas de conceito
na prática em empresas. Por exemplo, a inspeção preditiva é uma manutenção preventiva
sistemática ou uma manutenção sob condição?
Quanto a realização da coleta dos dados para análise preditiva, ela é uma manutenção
sistemática, pois segue uma pauta pré-definida e com uma frequência definida de repe-
tição. Ou seja, faça chuva ou faça sol, o inspetor irá cumprir suas rotas sistematicamente.
Quando se observa uma anomalia (defeito ou falha) em um dos equipamentos que com-
põem a rota de inspeção, surge a manutenção sob condição através da demanda gerada
pelo inspetor para correção de tal anomalia. Na maioria das vezes, os inspetores geram
laudos para tais correções. Se a anomalia detectada for um defeito, temos uma manuten-
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ção sob condição de caráter preventivo, mas se a anomalia detectada consistir em uma
falha, temos uma manutenção sob condição de caráter corretivo.
A manutenção sob condição tem origem no acompanhamento (inspeção) dos ativos, daí,
tem-se três tipos de observação sobre os equipamentos: (1) Inspeção Sensitiva; (2) Inspe-
ção Preditiva e (3) Acompanhamento por Telemetria.
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As quatro técnicas preditivas mais utilizadas nas indústrias nacionais que optaram por um
programa de Inspeção Preditiva são: Ensaio por Ultrassom; Análise de vibrações mecâ-
nicas; Análise de óleos lubrificantes e Termografia. No capítulo 8 abordaremos com mais
detalhes essas técnicas. O acompanhamento por telemetria em equipamentos trata-se
de um monitoramento contínuo de um ativo. Para Kardec e Nascif (2009), sistemas de
monitoramento contínuo podem enviar dados em tempo real para computadores com
programas de controle, onde especialistas fazem verificações no sistema e são capazes
de detectar falhas ocultas. Na maioria dos casos, nas empresas onde se aplica tal práti-
ca, os equipamentos são monitorados através de diversos sensores como pressostatos,
termopares ou acelerômetros que passam a enviar sinais. Tais sinais são analisados por
profissionais que se revezam em regime de turno, de maneira a garantir que ao sinal de
demanda de manutenção, defeito ou falha, a atuação de correção seja encaminhada. Em
alguns casos (defeitos) direcionada para o PCM, uma vez que há tempo para o planeja-
mento da ação e em outros casos (falhas), são direcionadas para o pronto atendimento da
manutenção, conhecidas nas empresas como equipes “da corretiva” ou “do turno” - uma
vez que já afetam o desempenho dos equipamentos, podendo até gerar danos irrepará-
veis aos mesmos.
Importante ressaltar que o conceito de manutenção corretiva adotado neste livro, difere
do conceito apresentado na NRB-5462, o qual transcrevo: “Manutenção efetuada após
a ocorrência de uma pane destinada a recolocar um item em condições de executar uma
função requerida”.
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Observe que a definição de corretiva, seja a que considera a “pane” ou a “falha” para seu
início, omite o caráter planejamento em tal tipificação, no entanto, a corretiva em alguns
momentos pode e deve ser planejada e programada, daí surge duas variações da manu-
tenção corretiva: (1) Corretiva Emergencial e (2) Corretiva Planejada.
A situação não pode esperar, sendo assim, mobiliza-se as equipes de pronto atendimento
existentes na empresa, buscando-se soluções a curtíssimo prazo para recolocar o ativo em
condições para o atendimento das suas funções requeridas.
No entanto, na manutenção nem tudo corre perfeitamente, existem situações que a falha
leva a uma pane de grandes proporções, ou de grande dificuldade para resolução, surgindo
então a necessidade de planejar a intervenção mantenedora, ou seja, temos então a Ma-
nutenção Corretiva Planejada.
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Nota-se que o viés de “planejada” não repousa em escolher o dia em que a corretiva irá
ocorrer, isto é impossível e ilógico, na verdade quando fala-se em corretiva planejada, quer-
-se dizer que a intervenção mantenedora para realocação do equipamento em ordem terá
caráter planejável e programável. Logo, a palavra “planejada” neste contexto denota a pre-
paração da ação mantenedora para resolução de uma demanda surgida corretivamente.
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A área de Gestão de Ativos assumiu com o passar do tempo um papel estratégico nas
organizações, visto que os resultados dos seus processos podem afetar substancialmente
a sustentabilidade empresarial e a sua imagem perante a sociedade, especialmente em
casos de insucessos nos aspectos ambientais (LOPES; 2016) e de serviços prestados dire-
tamente à população.
Alinhado com este contexto presente nas organizações em todos os cantos do globo, sur-
giu em 2014 as normas ISO da série 55000, demonstrando a clara opção dos engenheiros
de manutenção e operações em desenvolver métodos gerenciais capazes de elevar o nível
de coordenação entre os diversos processos que suportam o desempenho de um ativo.
De acordo com a norma ISO 55000:2014, “o controle eficaz e a governança dos ativos
pelas organizações são essenciais para obter valor por meio do gerenciamento de riscos
e oportunidades, a fim de atingir o equilíbrio desejado entre custo, risco e desempenho”
(ABNT; 2014).
Partindo do pressuposto da ISO 55000:2014 (ABNT; 2014), onde “um sistema de gestão
de ativos é um conjunto de elementos inter-relacionados e interagidos de uma organiza-
ção, cuja função é estabelecer a política e objetivos de gestão de ativos e os processos ne-
cessários para alcançar esses objetivos”, podemos entender que a Gestão da Manutenção
como uma função, onde repousa diversos elementos inter-relacionados e que interagem
fortemente com outras áreas de uma organização, como a função operar, suprimentos,
segurança no trabalho, gestão econômica, pesquisa operacional, entre várias outras.
43
Figura 2 – Articulação entre áreas no contexto da Gestão de Ativos: Adaptado da Norma ABNT: ISO 55000
A discussão promovida neste livro visa versar sobre a organização da Função Manutenção,
buscando atender aos objetivos referentes a área de Manutenção na Gestão de Ativos,
cabe ressaltar que diversas atividades da Gestão da Manutenção, uma vez executadas,
suportarão ações de outras áreas no contexto da Gestão de Ativos, como por exemplo,
o planejamento de investimentos na área financeira e as premissas de capacitação das
equipes mantenedoras na área de Recursos Humanos (RH).
Surge então a conclusão de que uma adequada Gestão de Ativos, passa necessariamente
por uma Gestão da Manutenção bem articulada e competente.
45
No entanto, deixemos este tema da Função Manutenção e sua articulação com a quarta
revolução industrial para o volume II, onde discutiremos mais detalhadamente.
46
Calligaro (2003) observa que questões como: posição, níveis hierárquicos e configuração
da organização, devem ser estabelecidos com base nos objetivos e metas traçadas por
cada organização. O autor também identifica três formas básicas de organização: centrali-
zada, descentralizada e combinada.
Para Monchy (1989), a centralização deve ser administrativa e hierárquica, enquanto a des-
centralização geográfica deve ser realizada no nível das atividades, para o autor as vanta-
gens de uma estrutura centralizada, são:
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No Brasil percebe-se uma variação nas empresas em relação à escolha do modelo organi-
zacional da manutenção. O documento nacional da ABRAMAN de 2013 suporta tal enten-
dimento. Ao observar a Tabela 2, nota-se que em oito pesquisas, ocorridas em diferentes
anos, não existe um modelo preferido pela indústria brasileira, reforçando a percepção de
Campbell e Calligaro sobre a inexistência de um modelo fechado para as organizações,
ficando a cargo da especificidade de cada uma sobre sua escolha.
Este entendimento também é observado por McGuen apud Higgins et al. (2001), quando
afirma que nenhuma planta industrial demanda uma organização totalmente centralizada
ou totalmente descentralizada, sendo importante a utilização de uma combinação que
resulte no melhor conjunto de vantagens para dada operação produtiva, daí a escolha
50 dependerá de aspectos como localização, geografia, tamanho e idade da planta, tamanho
Nas grandes organizações é possível identificar a existência de uma Diretoria com foco em
manutenção, revelando em alguns casos a opção da Manutenção como Função estratégi-
ca. Esta tendência em 2013, sofreu um viés de elevação, passando de 24,83% para 29,53%
das pesquisadas, talvez devido a importância estratégica cada vez maior da manutenção
dos ativos em um ambiente de indústria 4.0, as organizações estejam movimentando-se
para se aparelhar para uma realidade bem mais complexa em torno da função Manuten-
ção, o que de fato percebemos em vários aspectos no mercado, daí minha expectativa
para um futuro promissor para os profissionais e estudantes que militam ou desejam mi-
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O PCM consiste em uma área staff, ou seja, de suporte à manutenção, sendo ligado dire-
tamente a gerência de departamento, como podemos visualizar no organograma apresen-
tado na figura 3.
Cabe a tais equipes o papel da execução das ordens de serviço de caráter de intervenção
nos ativos, ou seja, como se diz no chão de fábrica, são as equipes com a “mão na mas-
sa”, ou com a “mão na ferramenta”, nelas se encontram os profissionais gabaritados nas
técnicas que envolvem o projeto do ativo, como a mecânica, hidráulica, elétrica, eletrônica,
programação, instrumentação, etc. Sua demanda de conhecimento é imensa, bem como,
de atualização, uma vez a velocidade de transformação dos processos fabris que testemu-
nhamos neste século XXI.
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A área de Engenharia de Manutenção pode existir ou não nas empresas, depende do grau
de maturidade das mesmas, no entanto, no contexto da indústria 4.0 cada vez mais pre-
sente, é praticamente inviável a inexistência da engenharia de manutenção, pois através
da mesma, tem-se a aplicação dos processos de modificações e melhorias, bem como, o
poder de análise e proposição para o futuro da função.
53
Nos Congressos Internacionais de Manutenção dos últimos anos, um grande número das
conferências trata da Gestão de Ativos (TAVARES & GOMES, 2015), uma vez que, com a
evolução tecnológica, a globalização e a competitividade, cada vez mais empresas devem
buscar ser mais eficientes e eficazes, mantendo alto nível de qualidade, tempo de entrega
adequados, eliminação de riscos de acidentes e de contaminação (WAGNER, 2014).
A norma ISO 55000 lançada em janeiro de 2014, surge dentro deste contexto da busca
de uma gestão por processos, que envolvem a gestão de ativos, onde a gestão da manu-
tenção encontra lugar de destaque, o que indica uma nova abordagem para área, como
Tavares & Gomes (2014) afirmam, “não existem mais dúvidas de que a Manutenção deixou
de ser uma função de mera “reparadora daquilo que quebrou” para se converter na mais
importante área funcional das empresas (seja de processo ou serviço) ao se converter em
Gestora de Ativos Físicos e, em consequência, coordenadora do processo geral de admi-
nistração de ativos das empresas”.
Assim, torna-se necessário estudos sobre a função Manutenção através das lentes da
gestão de processos, contribuindo neste esforço de formulação de sistemas de gestão
de ativos cada vez mais alinhados com os objetivos e particularidades das organizações,
as quais dependem do melhor desempenho dos seus ativos físicos, uma vez que, não é
possível a formulação de uma “receita padrão” para o desenvolvimento dos processos da
gestão de manutenção em direção à excelência, visto sua complexidade, mas é possível
explicar alguns aspectos comuns em diferentes tipos de indústrias (SPÖRK, 2007).
A norma ISO 55000 (2014) fornece uma visão geral da gestão de ativos e sistemas de
gestão de ativos, observa-se através da norma a cooperação internacional de profissionais
na identificação de práticas comuns no tema, que podem ser aplicadas em grande número
de empresas detentoras de ativos físicos para suas operações.
57
A figura 4 indica o raciocínio adotado pela norma ISO 55000 (2014), no encadeamento
entre os termos-chave na gestão de ativos, observa-se em especial o posicionamento do
“Sistema de gestão de ativos”, onde consiste no conjunto de elementos inter-relaciona-
dos que estabelecem a política, os objetivos da gestão de ativos e processos na busca do
atendimento as metas da gestão de ativos.
Figura 4 – Encadeamento entre os termos-chave na gestão de ativos – Adaptado da norma ABNT ISO 55000
Netto (2004) propõe ligações entre estratégia em operações, cultura organizacional e ges-
tão de macroprocessos (figura 5).
58
Estratégia em
Operações
Ind
a
pi r
Im
uz
Ins
pli
ca
ça
m
for
Ro
Prepara para
a mudança
Figura 5 – Ligações entre estratégia em operações, cultura organizacional e gestão de processos –Adaptado de Netto
(2004)
Por quase 20 anos trabalhei no setor de mineração, liderando equipes em desafios na área
de operações, passei por diversas experiências de implantação de sistemas integrados de
gestão, como por exemplo, na Mineração Rio do Norte, Votorantim e Vale.
Também, entre 2010 e 2013 decidi estudar a nível de doutorado, sob a orientação do pro-
fessor José Luiz Ribeiro na UFRGS, os fatores de sucesso na gestão da manutenção de
ativos.
Figura 6 – Macroprocesso da manutenção em uma mineradora - Fonte: Adaptado de Saraiva e Silva (2012)
Quando houve minha migração da iniciativa privada para a universidade pública, pude
desenvolver alguns projetos em empresas de vários ramos produtivos, em uma delas, no
setor sucroenergético, pude contribuir na elaboração de um plano diretor da manutenção,
onde o mesmo lançava as bases para um novo sistema de gestão, a figura 7 apresenta o
macroprocesso desenvolvido, com a indicação de 6 (seis) processos da Manutenção e suas
respectivas atividades, sendo uma prévia da construção do macroprocesso que proponho
neste livro.
60
o
Figura 7 – Macroprocesso de uma empresa do setor Sucroenergétic
61
Esta abordagem é relevante, na medida em que sugere que nenhum avanço na função
manutenção terá sustentabilidade, caso não se tenha um fundamento sólido nas ativida-
des básicas da manutenção, como aquelas que garantem a adequada aplicação de uma
manutenção preventiva.
Em 2016 lancei o livro “Fatores de sucesso na gestão da manutenção de ativos”, nele além
de explorar os autores até aqui citados, abordei diversas outras obras, buscando entender
62
Dentro deste contexto de base teórica e vivência prática, complementado pelo conheci-
mento adquirido após várias revisões bibliográficas e experiências em campo, decidi pro-
por um sistema de gestão da manutenção para organizações de capital intensivo, onde a
estratégia de produção depende necessariamente do bom desempenho dos ativos físicos
nelas instalados.
Destes, seis processos têm origem a denominação que escolhi para o sistema de gestão,
o chamando de “Sistema CIT & CSM” para gestão da manutenção, sendo o termo “CIT”
alusivo aos processos mínimos, ou podemos chamar de básicos, para o funcionamento da
função manutenção, no caso: (1) “C” de Controle Inicial; (2) “I” de Identificação da Deman-
da e (3) “T” de Tratamento da Demanda.
Já o termo “CSM” refere-se aos processos mais avançados para uma função manutenção,
sendo eles: (1) “C” de Controle da Manutenção; (2) “S” de Suporte ao tratamento da de-
manda, e (3) “M” de Modificações de Melhorias para manutenção.
Vinculados aos seis processos identificados existem 26 (vinte e seis) atividades neces-
sárias para a adequada atuação da função Manutenção em uma organização de capital
intensivo, conforme indicado na figura 10.
A partir do macroprocesso do sistema CIT & CSM explora-se neste livro cada um dos pro-
cessos e suas respectivas atividades, buscando manualizar o máximo possível o trabalho,
oferecendo desta forma para o leitor as condições necessárias para que possa utilizar a
obra como literatura básica para o entendimento de como se processa a Gestão da Ma-
nutenção, neste caso visando atender o público dos estudantes, como se pode implantar
e também gerir um departamento de manutenção, sendo assim uma literatura de apoio
aos profissionais da área.
O modelo CIT & CSM foi implantando com sucesso em empresas de diversos setores pro-
dutivos, por exemplo, pode-se citar a implantação até o ano de 2020, no setor de açúcar
e álcool (Raizen Energia), movimentação de cargas (Makro Engenharia), Logística (Makro
Transporte) e Carcinicultura (Camanor Produtos Marinhos). Desta forma percebe-se a ver-
satilidade do modelo, demonstrando adaptabilidade a Função Manutenção em diversos
contextos de produção e gestão de ativos.
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65
Segundo Martins e Laugeni (2002), todas as atividades desenvolvidas por uma empre-
sa visando atender seus objetivos de curto, médio e longo prazo se inter-relacionam, na
maioria das vezes de forma complexa.
Abordar a Função Manutenção de forma sistêmica, encarando-a não apenas com um Pla-
no Diretor da Manutenção (PDM), mas com um Sistema de Gestão da Manutenção de Ati-
vos (SGMA), onde o plano diretor (PDM), faz parte deste sistema, ocupando o seu núcleo
estratégico, gerando as diretrizes para os processos da gestão manutenção (ver figura 11).
69
Governança PDtec
PDinfra
PDRH
PDM
Procedimentos Gestão
Subcomitê de Engenharia
Sistema
Subcomitê de Planejamento
Subcomitês Técnicos
Cabe também ao CLM zelar pela implantação e seguimento do SGMA, através da facilita-
ção de esforços ligados a implantação do mesmo, bem como, na discussão e validação de
auditorias relativas à aderência dos departamentos ao SGMA.
Os subcomitês devem discutir no campo tático as práticas e regramento para temas trans-
versais a manutenção, gerando assim recomendações corporativas a serem validadas pelo
CLM.
Os DTM’s terão como foco a aferição das atividades de campo, verificando se as mes-
mas seguem os passos corretos, verificando possíveis desvios, corrigindo-os rapidamente,
através de alinhamentos individuais em campo, ou com a utilização de técnicas didáticas
simples, como a lição ponto a ponto.
Com a “governança” e a “auditoria” o SGMA tende a receber uma energia externa capaz de
incentivar a sua implantação e seguimento, construindo assim uma atmosfera de apren-
dizado, disciplina operacional e busca da melhoria contínua.
72
Kardec e Nascif (2012), retratam que essa etapa estabelece um sistema de gerenciamento
de forma antecipada, favorecendo assim a eliminação de falhas nas fases iniciais, bem
como a concepção de sistemas de monitoria, onde um bom processo, equipamento ou
produto advém de ações prévias e meticulosas.
Configura-se o processo de Controle Inicial como um dos oito pilares da TPM, com as
seguintes atribuições: (1) redução do tempo de startup dos equipamentos por meio do
conhecimento já adquirido; (2) introdução de novos projetos sem perdas em relação aos
equipamentos já instalados; (3) garantir maior performance inicial do equipamento, mini-
mizando falhas precoces (TAKAHASHI, 1993; PALMEIRA; TENÓRIO, 2002).
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76
Para esta atividade é importante que a Manutenção acompanhe cada etapa do ciclo de
vida do projeto, tendo a responsabilidade de suprir as áreas da organização responsáveis
pela implantação do projeto, bem como, atender aos objetivos do Controle Inicial.
A última fase do ciclo de vida do projeto refere-se a busca pelo “domínio da operação”,
consiste na fase de startup e ramp-up, ou seja, o esforço é em colocar as instalação em
marcha, cuidando da transferência de conhecimento para aqueles que irão operá-lo, esta
fase é composta por 2 (duas) etapas: (1) startup ou etapa de testes operacionais; e (2) ram-
p-up ou operação assistida.
A figura 12 sintetiza os objetivos de cada uma das etapas que formam o ciclo de vida do
projeto, importante lembrar que os mesmos não são os objetivos específicos do Controle
Inicial, logo, da Manutenção, em cada uma das etapas.
Para uma adequada gestão do processo, cada etapa deve possuir um conjunto bem de-
finido e claro de entregas, consiste em condição para continuidade para etapa seguinte, a
finalização das entregas da etapa anterior.
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79
Como dito anteriormente, a figura 12 sintetiza os objetivos de cada etapa do ciclo de vida
do projeto, mas é importante não confundir os mesmos com os objetivos específicos da
Manutenção, os quais o Controle Inicial é responsável.
Em cada uma das fases do ciclo de vida do projeto a Função Manutenção terá objetivos
que devem ser alcançados através do processo do Controle Inicial.
Engenharia detalhada:
1. Estabelecer premissas de manutenibilidade ao projeto;
2. Verificar aspectos de manutenibilidade e layout do projeto;
3. Identificar os equipamentos prioritários.
Compras:
1. Definir impacto da aquisição de equipamentos na manutenção;
2. Relacionar sobressalentes (Spare Parts) necessários;
3. Avaliação propostas técnicas (equipamentos prioritários à manutenção).
Fabricação e Recebimento:
1. Suporte à Engenharia de Implantação no acompanhamento da fabricação, visando
garantia da qualidade, padronização e absorção de tecnologia.
Montagem e Obras:
1. Suporte à Engenharia de Implantação no acompanhamento da montagem, visando
absorção de tecnologia, capacitação da mão-de-obra e manutenibilidade;
2. Estruturação dos planos de manutenção;
80
Para atendimento de tais objetivos o processo de controle inicial envolverá uma série de
protagonistas, sendo alguns deles de áreas externas à Manutenção. Para compreender
melhor a relação entre tais protagonistas, a figura 13 indica as principais atividades envol-
vidas.
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Vale ressaltar que o sucesso do Controle Inicial passa necessariamente por uma boa quali-
dade da informação gerada sobre os novos ativos físicos. As saídas geradas pelo processo,
indicadas na figura 13, serão mais adequadas com esta premissa atendida, e de posse
delas (saídas), a Manutenção alcançará seus objetivos, que são: (1) receber os ativos físico
com alta mantenabilidade; e (2) preparar previamente as rotinas de manutenção sobre tais
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ativos físicos, gerando assim uma perfeita assimilação do mesmo aos demais processos
da Função Manutenção.
Nota-se que os itens de (1) a (4) nada mais são, do que o planejamento de curto prazo
de uma Ordem de Serviço (OS), o que distingue o plano de manutenção preventiva sis-
temática, é o seu caráter de “repetição” ao longo do tempo ou do uso do ativo. O plano
irá gerar OS´s sistematicamente, à medida que a condição de “periodicidade” definida no
mesmo, for sendo atingida. Importante destacar o item (5) da última lista, pois é nele que
repousa a distinção entre um plano de manutenção preventiva sistemática, e um plano
de monitoramento das condições, ambos são preventivos, a nuance que os distingue é
o fato de que o primeiro “intervém” no ativo, ou seja, é prevista nas tarefas do plano de
manutenção preventiva sistemática, a ação mantenedora sobre o ativo de forma invasiva,
84
daí, a utilização de verbos como: “substituir”; “calibrar”; “trocar”; “soldar”; “calandrar”, etc.
Durante o Controle Inicial dos novos ativos físicos, são elaborados os planos de manuten-
ção sistemáticos e de monitoramento das condições (inspeções), para tanto, são necessá-
rias as informações da documentação do projeto, bem como, entendimento técnico dos
novos ativos físicos, daí a importância das Entradas indicadas na figura 13.
Outra ação importante a ser realizada ainda na fase do Controle Inicial, trata-se dos cadas-
tros das informações técnicas dos novos ativos físicos, a razão deste cadastro repousa no
fato de que o PCM deverá possuir vinculado a cada equipamento, um arquivo com suas
características técnicas: especificações, desenhos, etc.
A base para documentação das características técnicas dos novos ativos físicos, são as Fo-
lhas de Especificação (F.E.), para uma gestão otimizada da informação, faz-se necessário
a existência de vários modelos de F.E., visando atender a cada grupo de equipamentos, de
acordo com suas famílias, como por exemplo, motores, redutores, britadores, etc.
85
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A aplicação da lógica de localização dos ativos físicos em uma planta, bem como, sua
representatividade em um sistema computadorizado de manutenção, deve-se a necessi-
dade dos controles setorizados e a atuação organizada da manutenção.
Analogamente, pode-se dizer, que é o endereçamento das residências dos nossos ativos
físicos em cidade, bairro, rua e casa. Uma empresa de médio ou grande porte poderá optar
por cinco níveis de Tag para a estrutura de seu tagueamento, sendo o nível mais alto reser-
vado para as Gerências, o segundo sendo as áreas que estas gerências se responsabilizam,
o terceiro os sistemas, o quarto os aglutinadores, e por último a posição dos equipamen-
tos/subconjuntos (ativos físicos). A figura 15 ilustra esta lógica.
87
Pode-se também optar por uma estrutura mais enxuta, com 4 níveis de Tag’s, conforme
apresentado na figura 16, os níveis hierárquicos aglutinadores são os seguintes: (1) Área; (2)
Divisão e (3) Subdivisão. O quarto e último nível é chamado “Máquina” ou “Equipamento”,
os quais recebem as manutenções das equipes mantenedoras.
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A questão é que em um cenário como este, a gestão de ativos é inviável, tornando o am-
biente produtivo em um eterno “quebra e conserta”, gerando prejuízos operacionais e
financeiros, e também, desgastes humanos, resultando em uma empresa “moedora de
gente e de carreiras”.
No sentido de uma melhor fixação dos conceitos, utilizei no livro PCM – Planejamento
e Controle da Manutenção, um exemplo de uma hipotética indústria de cerveja, a qual
chamei de “Cervejaria X” (figura 17), retomo a este exemplo para melhor exemplificar a
estrutura de um tagueamento com maior número de níveis.
1. GC – Gerência de Cerveja.
2. GU – Gerência de Utilidades.
3. GE – Gerência de Envase.
Cada gerência deverá ser desmembrada em suas áreas, onde é necessário seguir a lógica
de cada processo. Para a identificação correta das áreas, é preciso que verifiquemos deta-
lhadamente o esquema de funcionamento da Cervejaria X (figura 17).
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No processo da fábrica, as três gerências são responsáveis de forma macro, pelas seguin-
tes atividades produtivas:
Cada um destes processos subdivide sua atuação em várias etapas, analisando tais etapas
e podemos determinar as áreas das gerências. A divisão será feita respeitando as carac-
terísticas da fabricação, bem como a racionalização do gerenciamento. Esta estruturação
é feita pelo pessoal de produção, logo a Função Manutenção deve guiar essa atividade,
dentro dos padrões preestabelecidos.
Para o tagueamento será necessário que tanto as Áreas (Nível II), como os Sistemas (Nível
III), possuam Unidades de Propriedade (UP), que consistem em códigos de dois dígitos.
O Tag Nível II será formado por três letras e três dígitos, sua finalidade é indicar a área. O
primeiro da esquerda para direita, indicando a fase do projeto, como a cervejaria X não
expandiu suas instalações, este dígito será 0. Os dois dígitos seguintes serão a Unidade
de Propriedade.
O desmembramento das áreas com suas respectivas UP’s e Tag’s, será o seguinte:
GC – Gerência de Cerveja
UP Tag Área
01 BRS-001 Brassagem
02 FRM-002 Fermentação e Maturação
03 FLT-003 Filtração
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GU – Gerência de Utilidades
UP Tag Área
04 CAL-004 Caldeiras
05 CPR-005 Compressores de ar
06 CPA-006 Compressores de amônia
07 ETA-007 Estação de Tratamento de Água
08 ETE-008 Estação de Tratamento de Efluentes
GE – Gerência de envase
UP Tag Área
09 LIE-009 Linha de envase 1
10 LIE-010 Linha de envase 2
Após esta definição, registram-se no sistema estas informações, escolhendo a área LIE-
009 da Gerência de Envase como um exemplo. Escolhe-se a LIE-009, pois esta contém
no envase a maior diversidade em equipamentos.
92
Figura 18 – Sistemas que formam a linha de envase – Fonte: PCM – Planejamento e Controle da Manutenção, Editora
Qualitymark, 2002.
Teremos 8 (oito) sistemas, pois o “arrolhador” e “inspetor de garrafas cheias” serão reu-
nidos no sistema “enchedora” para fins de tagueamento. Logo a disposição ficará da se-
guinte forma:
Tag Sistema
DPL-009 Despaletizadora
DCX-009 Desencaixotadora
LVA-009 Lavadora
IGV-009 Inspetor de garrafas vazia
ECH-009 Enchedora/arrolhador/inspetor de garrafas cheias
PST-009 Pasteurizador
RTL-009 Rotuladora/encaixotadora
PAL-009 Paletizadora
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Tag Aglutinador
ECH-009-001 Enchedora
ECH-009-002 Rinser
ECH-009-003 Arrolhador
ECH-009-004 Inspetor de garrafas cheias
ECH-009-005 Transporte de garrafas vazias inspecionadas
ECH-009-006 Transporte de garrafas cheias inspecionadas
ECH-009-007 Transporte de retorno para lavadora
Tag Posição
ECH-009-001-001 Estrutura da enchedora
ECH-009-001-002 Motor principal da enchedora
ECH-009-001-003 Redutor principal da enchedora
ECH-009-001-004 Bomba de Vácuo
ECH-009-001-005 Válvulas de enchimento
ECH-009-001-006 Macacos de elevação
ECH-009-001-007 HDE
ECH-009-001-008 Painel de Controle
ECH-009-001-009 Instrumentação
Podemos notar que o tag ECH-009-001-009 não faz referência a um equipamento, mas
sim, a um conjunto de vários sensores e dispositivos eletrônicos. Taguear todos estes pe-
quenos dispositivos se faz desnecessário, visto que a área ocupada por uma enchedora
pode ser facilmente observada por um mantenedor. Tal decisão se justifica não só pelo
bom senso, mas também, um por uma economia.
94
Recomenda-se definir um padrão para este registro. A sugestão dada é que tal padrão seja
composto de três letras, um hífen e quatro algarismos, da seguinte forma:
XXX-9999
Os três caracteres iniciais deverão conter a informação que designe o equipamento, como
por exemplo: (1) MOT – Motor; (2) RED – Redutor e (3) GAV – Gaveta Elétrica.
95
O equipamento será posicionado sempre nos tag’s de último nível, servindo como uma
“casa” do equipamento. Cada um destes tag’s tem capacidades distintas para recebê-los,
por exemplo, o tag ECH-009-001-002 terá a capacidade de receber apenas um motor
elétrico, pois uma enchedora de garrafas só possui um motor principal. Já o tag ECH-
009-001-005, terá uma capacidade de acordo com número de válvulas de enchimento
existentes na enchedora.
Também é recomendável termos um tag Nível V, para a oficina, pois poderão ser movi-
mentados vários equipamentos para este endereço em decorrência da necessidade de
uma recuperação mais demorada dos mesmos.
longo das operações da companhia, sofrer alterações e revisões. A necessidade para tanto
terá origem no processo de “Modificações e Melhoria” através de estudos da engenharia
de manutenção que demandem tais revisões, a qual indicará ao PCM tais necessidades e
este efetuará as recomendações na atividade “Controle de Planos, Cadastros e Criticida-
de”, que faz parte do processo de “Controle da Manutenção”, conforme apresentado no
macroprocesso da figura 10.
tica, do monitoramento das condições ou da simples corretiva nos ativos, de acordo com
a sua criticidade.
Neste livro apresentam-se cinco métodos para a definição da criticidade dos ativos: (1)
classificação ABC através do algoritmo de decisão proposto pelo Japan Institute for Plant
Maintenance – JIPM; (2) classificação de criticidade proposta no meu livro de PCM – Pla-
nejamento e Controle da Manutenção; (iii) matriz GUT proposta por Charles Kepner e Ben-
jamin Tregoe; e (iv) MCC proposto por Jonh Moubray;.
Os critérios de análise podem variar de acordo com os valores e crenças de cada organi-
zação, por exemplo, uma empresa que tem a “vida em primeiro lugar”, terá o critério “Se-
gurança no trabalho” como sendo o primeiro a ser avaliado. Já outra empresa que possui
um forte apelo à questão ambiental, optará pelo critério de decisão do “Meio-ambiente”.
Observa-se na literatura, bem como nas empresas, algumas variações na lista de critérios
adotados para análise do impacto da indisponibilidade dos ativos físicos sobre as opera-
ções. De maneira geral pode-se indicar os seguintes critérios como os mais comuns, não
excetuando alterações desta lista, visto especificidades de uma organização.
3. Indisponibilidade da produção;
98
5. Custos de Manutenção.
Atualmente não se aceita uma operação que conviva com riscos à segurança dos seus
trabalhadores, nem tampouco, ao meio-ambiente. As maiores organizações industriais do
Brasil e do mundo, trazem esta crença em sua missão, visão e valores, não à toa. Empresas
que têm sua imagem associadas a danos ambientais e acidentes fatais dos seus colabo-
radores, perdem credibilidade e criam uma animosidade perigosa com os consumidores
para sua sustentabilidade nos negócios.
A partir deste contexto, as operações de uma organização devem tratar de forma destaca-
da, ativos físicos que ao falharem possam levar riscos à vida dos seus trabalhadores, possa
gerar um dano à coletividade (sociedade) ou infração a norma legal.
O risco da falha está associado à confiabilidade do ativo. Para Fogliatto e Ribeiro (2009)
a confiabilidade é a probabilidade de um produto ou serviço operar corretamente, isto é,
de desempenhar satisfatoriamente a função requerida durante um especificado período
de tempo sob condições de operação estabelecidas sem que apresente falhas. Para tanto,
alguns indicadores costumam ser utilizados para representar a confiabilidade de um ativo 99
físico, a saber: (1) tempo médio entre falha (MTBF); (2) função de confiabilidade (R(t));e a
(3) função de risco (h(t)).
Por fim, o critério de custos da manutenção configura em uma importante avaliação, visto
seu impacto no orçamento da área. Ativos físicos que demandam altos custos em seus
reparos corretivos devem ter um destaque na sua criticidade, com o objetivo de se evitar
ao máximo tal impacto no custo da manutenção. Uma vez que o “cobertor é curto” em
termos de orçamento, o que enseja a regra das compensações orçamentárias, ou seja, o
gestor da manutenção será pressionado para reduzir em alguma conta contábil prevista no
seu orçamento, uma despesa inesperada advinda de uma falha em um ativo físico.
Estabelecidos estes critérios de avaliação da criticidade dos ativos físicos, a Japan Institu-
te of Plant Maintenance, sugere o algoritmo de decisão apresentado na figura 19.
100
Figura 19 – Algoritmo de decisão – Fonte: Adaptado de Japan Institute of Plant Maintenance (1995)
Observa-se que cada losango remete a uma pergunta associada a um dos critérios de
análise da criticidade do ativo físico. É importante ressaltar que a avaliação é realizada
sobre o Tag e não no código do equipamento, ou seja, importa o endereço do ativo na
planta industrial, uma vez que o impacto do mesmo será maior ou menor de acordo com
a posição ocupada no sistema produtivo.
Outro ponto que pode variar bastante são os níveis dos marcadores para os critérios
“MTBF (M)” e “Custo de Manutenção (C)”. A tabela 4 apresenta sugestões do autor, mas
as mesmas podem não se adequar as situações vividas por determinadas organizações.
Por exemplo, o nível de confiabilidade da planta de uma determinada empresa pode estar 101
aquém do desejado, de tal forma que uma falha a cada mês pode estar no patamar de
“sonho” a ser atingido, ou seja, longe da sua atual realidade. Nessa situação todos ativos
avaliados irão se encaixar no nível máximo do marcador. Desta forma, a tabela 4 deve
customizada para cada empresa, levando em considerações as reflexões apresentadas até
aqui.
Uma vez com todas as posições (Tag´s) dos ativos físicos de uma operação analisadas,
tem-se a distribuição dos mesmos nas criticidades “A”, “B” e “C”. Para cada uma delas
deve-se optar por um tratamento distinto em termos de aplicação dos tipos de manu-
tenção na sua rotina, ou seja, a escolha das estratégias de manutenção para os ativos. A
tabela 5 relaciona o nível de criticidade com as recomendações de acompanhamento do
equipamento.
102
Nota-se que o foco principal da Manutenção será os ativos físicos críticos “A”. Estes de-
vem possuir alta confiabilidade e disponibilidade, para tanto as estratégias de manuten-
ção aplicadas sobre os mesmos devem prever um monitoramento das condições on-line
se possível, ou no mínimo off-line, com a previsão da aplicação das técnicas preditivas, as
quais serão abordadas no próximo capítulo.
Este monitoramento levará a atuação por manutenção sob condição nos ativos físicos
ainda em estado de “defeito”, além disto, deve-se aplicar a Manutenção Preventiva Siste-
mática sempre que não haja a possibilidade de um monitoramento eficaz das condições.
Por fim, a Engenharia de Manutenção estará sempre mobilizada na busca de melhorias
neste grupo de ativos físicos, estejam eles ou não destacados em eventuais perfis de per-
das, pois o grau da sua importância para as operações torna-os prioritários nos estudos e
pesquisas por parte da Engenharia de Manutenção.
Quanto aos ativos físicos críticos “B”, é importante considerar que os resultados esperados
indicados na tabela 5, podem sofrer alterações de empresa para empresa, pelas mesmas
103
Tais ativos serão monitorados off-line através de técnicas preditivas que possibilitem o
mínimo de interrupção em sua disponibilidade. Recomenda-se uma aplicação moderada
da Manutenção Preventiva Sistemática, prevendo minimamente os planos de lubrificação
e trocas de itens de desgastes. No que tange aos trabalhos de melhorias da Engenharia de
Manutenção, aconselha-se realiza-los de acordo com a demanda apresentada pelo perfil
de perdas da planta ou outro tipo de acompanhamento de falhas.
Os dois primeiros critérios seguem o mesmo apelo e lógica daqueles com a mesma no-
menclatura apresentados na seção anterior. Já o critério “operacionalidade” consiste em
uma combinação dos critérios “regime de trabalho” e “indisponibilidade”, discutidos an-
teriormente.
A avaliação de cada critério será de acordo com três questões em cada um deles, com um
peso especifico para tais perguntas (o que levará a pontuação final (PF)), o que definirá a
classificação da criticidade do equipamento será o resultado da média entre as três pon-
tuações dos três critérios avaliados.
104
A matriz GUT se popularizou bastante no meio industrial, sendo largamente utilizada por
grupos de CCQ (Círculos de Controle da Qualidade), grupos focados de técnicos, engenhei-
ros e profissionais em geral, quando diante da necessidade de priorizar quais problemas
105
resolver primeiro.
No contexto da avaliação da criticidade de ativos físicos, a matriz GUT pode ser utilizada
em uma organização que deseja rapidez e simplicidade neste processo, para tanto basta
substituir o “problema” a ser priorizado, pelo ativo físico a ser avaliado como crítico ou não.
Esta adaptação foi proposta por Helmann (2008), que considerou os seguintes enten-
dimentos para os critérios “Gravidade”, “Urgência” e “Tendência” para fins de análise de
criticidade de ativos físicos:
1. Gravidade: relacionada aos possíveis efeitos no médio e/ou longo prazo no caso da
ocorrência de uma falha e o seu impacto sobre o processo, colaboradores e resultados;
Para cada um dos critérios são atribuídos pesos, respeitando uma escala qualitativa de 1 a
5. O analista escolhe o grau de impacto do ativo físico para cada um dos critérios, lembran-
do que a análise deve ser feita no Tag. A determinação do nível de criticidade será definida
pela multiplicação dos pesos atribuídos a cada um dos critérios. A figura 21 apresenta a
matriz GUT para análise de criticidade de ativos físicos.
106
Cada Tag terá sua avaliação realizada por uma matriz GUT, a lógica é destacar como mais
críticos aqueles que obtiveram as maiores pontuações resultado da classificação GUT
(Gravidade x Urgência x Tendência), aplicando as “estratégias” de manutenção, conforme
a tabela 5, de acordo com a criticidade obtida pelo conjunto de Tag’s avaliados.
Para Moubray (1996) o método RCM ou MCC, consiste em um processo utilizado para de-
terminar os requisitos de manutenção de qualquer item físico no seu contexto operacional.
Este método visa estudar as diversas formas de como um componente pode vir a falhar,
visualizando através disto as ações de bloqueios pertinentes a serem tomadas, e repousa
em tais ações de bloqueios as “estratégias” de manutenção a serem adotadas de forma
customizada para cada um dos ativos físicos que compõem a planta. Percebe-se que o
método exige um maior grau de envolvimento da engenharia de manutenção, PCM e equi-
pes de execução para sua construção, o que muitas vezes torna-o desinteressante para al-
gumas empresas. Isso porque leva tempo e dedicação, e infelizmente, a visão imediatista
(onde tudo é “para ontem”) impede sua implantação plena em uma organização.
A Manutenção Centrada na Confiabilidade tem sua origem nos estudos de falhas em equi-
pamentos aeronáuticos. Quando falamos em aviação comercial nos dias de hoje, imedia-
tamente nos vem à ideia de segurança e a certeza de estarmos diante do meio de trans-
porte mais seguro existente, no entanto nem sempre foi assim.
Por volta da metade do século XX, o número de acidentes na aviação civil era de 60 por
milhão de decolagens, um índice considerado alto. Fazendo um comparativo, seria o mes-
mo que dois acidentes por dia na atual época.
A aviação civil buscou o bloqueio destes acontecimentos e foi através da aplicação do MCC
que ela alcançou os melhores resultados. Este processo foi desenvolvido nas décadas de
1960 e 1970, mas foi em 1978 que se deu seu marco inicial, com a publicação por parte dos
funcionários da United Airlines, Howard Heap e Stanley Nowlan, do livro Reliability-Cente-
107
Resultou desta opção do mercado pelo processo, o seu aprofundamento e evolução, sen-
do Jonh Moubray o principal estudioso e divulgador pelo mundo da MCC, chegando a
incorporar à forma inicial novas premissas e melhoramentos na sua aplicabilidade, que
resultou em uma nova versão do processo, batizada de RCM2.
Pode-se fazer o seguinte comparativo: Moubray está para Nowlan e Heap, como Lênin
está para Marx e Engels. Ou seja, um aplicou em casos práticos a teoria desenvolvida pelos
seus percussores.
Aquecimento normal.
perceptível pelo tato
P -F Intervalo: 1 a 5 dias
Condição
Falha Funcional
Tempo F
Observe a figura 22, ela expressa um exemplo utilizado por Moubray com base no compor-
tamento de anomalias em um rolamento de esferas. Moubray chama de P (Potential), o
que entendo como Defeito, ou seja, uma anomalia que ocorre no ativo físico, mas que não
afeta nenhuma das suas funções requeridas. Tais defeitos surgem ao longo do tempo de
operação do equipamento e como indicados por Moubray podem ser detectados por dife-
rentes técnicas em tempos distintos. Por exemplo, a análise de vibrações consegue perce-
ber mudanças vibracionais do equipamento, antes que a análise de óleo capture partículas
advindas dos desgastes devido ao processo de degradação oriundo de tais vibrações. E
assim, também vemos que a percepção de ruídos e calor excessivo nos equipamentos
surge bem depois da ocorrência que podem ser observadas por análise de vibrações e de
óleo. E caso não se faça nada, chega-se a Falha (F), que em nosso entendimento pode se
expressar em uma falha ou pane, como descrita no capítulo 3, gerando a corretiva no ativo
físico.
A curva PF nos ensina que as estratégias de manutenção podem antecipar uma inter-
venção mantenedora, gerando assim maior confiabilidade e menor custo com reparo. Ou
seja, a aplicação de MPS (Manutenção Preventiva Sistemática) ou MPC (Manutenção Pre-
ventiva Condicional), evita o surgimento de falhas ou panes indesejáveis, no entanto, não
há recursos para aplicação de MPC e MPS em todos os ativos. Daí surge à necessidade de
escolha, que reflete em qual estratégia aplicar em um determinado ativo físico, Moubray e
outros estudiosos da MCC indicam um caminho para a construção de tais escolhas.
O passo seguinte é a formação da equipe de MCC, onde deverá se fazer presente um re-
presentante de cada área que tenha influência sobre o sistema escolhido, sendo coordena-
dos por um facilitador que possua um excelente conhecimento na técnica, pois do mesmo
dependerá o sucesso do empreendimento. É ele que orientará a equipe na aplicação cor-
reta da filosofia da MCC, organizará o escopo dos trabalhos, de forma a abranger todos os
equipamentos pertinentes, presidirá todas as reuniões da equipe primando pelo caminho
da objetividade e foco no resultado. E por fim, reunirá todas as informações levantadas e
condensadas em uma única documentação, que se constituirá o trabalho final da revisão
109
A equipe de MCC (figura 23), como já foi dito, será formada por representantes de cada
área que influencia no sistema escolhido. Isto se dar devido ao fato de tanto as perguntas,
como também as respostas sobre os itens, não serem de domínio completo de uma só
pessoa. Há coisas que só o mantenedor se atém, por outro lado, também existem ques-
tões de domínio exclusivo do operador. Deste modo a reunião destes vários pontos de vis-
ta de um mesmo equipamento, enriquece de sobremaneira a sua avaliação por completo,
evitando assim que importantes nuances sejam esquecidas. Suppervisor
Produção
Mantenedor Técnico
Elétrico Segurança
Mantenedor
MCC
Planejador
Mecânico Manutenção
Manutenção
Supervisor
Montada a equipe de MCC, ela buscará o alcance dos quatro objetivos da manutenção
centrada em confiabilidade, segundo Smith (1997):
De acordo com o mesmo Smith (1997), para se chegar à concretização destes quatro obje-
tivos, deve-se desenvolver o trabalho em MCC seguindo sete passos, sendo eles:
111
O sistema escolhido para o exemplo da MCC será uma parte do bombeamento de polpa,
que visa garantir o fornecimento dos fluxos de material dentro das características de acor-
do com a figura 24. Nota-se aqui a importância da pesquisa sobre as funções requeridas
do sistema estudado, pois baseado nos mesmos é que se desenrolarão os trabalhos da
equipe de MCC, e sempre lembrando a definição de confiabilidade: “Capacidade do item
em atender suas funções requeridas em determinado período de tempo, sob condições
especificas de uso” ABNT-NBR-5462.
112
Onde:
S% - Percentual de sólidos; e
Início: Alimentação de minério nos lavadores, introdução de água nos lavadores, peneiras,
tanques e tanque de finos.
Término: saída das peneiras vibratórias para descarga na correia transportadora, com ca-
racterísticas do fluxo 8, saída do tanque de finos para bombeamento em direção a ciclo-
nes, com características do fluxo 16 e saída do ciclone para tanque, com característica do
fluxo 17, para posterior envio a baterias de ciclones.
113
A figura 25 ilustra o sistema, indicando os seus fluxos de trabalho, e ativos físicos que o
compõem.
Subsistema 5 – Tanques;
Subsistema 7 – Ciclones.
As funções dos subsistemas descritos são variadas. Os Lavadores tem como funções a
de limpeza do minério retirando a argila, o acréscimo de água ao particulado sólido e a
separação da polpa em duas categorias: uma de massa de sólido de 233,4 t/h e massa
de água de 34,9 t/h que será encaminhada para rebitagem, e outra de massa de sólido
de 874,2 t/h e massa de água de 775,2 t/h que será encaminhada as peneiras vibratórias.
tanques de finas partículas abaixo de 150 mench e polpa para outra bateria de ciclonagem.
Figura 25 – Fluxograma de parte do processo de polpa – Fonte: PCM – Planejamento e Controle da Manutenção, Editora
Qualitymark, 2002.
Após isso, devem-se especificar as funções de cada subsistema e as possíveis falhas fun-
cionais dos mesmos, utilizando a tabela 6 como exemplo.
115
4. Qual ação, ou ações, pode ser tomada para evitar a ocorrência da falha?
Segundo a IEC 60812 (2006), o risco pode ser definido como a probabilidade de um even-
to ocorrer ou a frequência no qual o mesmo ocorre, combinado ao efeito desse evento.
A mensuração do NPR, segundo a IEC 60812 (2006), pode ser realizada através de duas
equações: a equação 2, quando se considera o nível de detecção (D), ou pela equação 3,
quando a detecção (D) não é considerada. Para a Função Manutenção recomenda-se a
utilização da equação 2.
NPR= S x O x D (2)
NPR=S x O (3)
117
Podem-se hierarquizar as falhas utilizando o NPR, ou seja, definir sua criticidade. Para
tanto é necessário classificar para cada falha levantada sua Severidade (S), Ocorrência (O)
e Detecção (D), a equipe de MCC pode utilizar a tabela 8 como sugestão.
Tabela 8 – Valores sugeridos para Severidade (S), Ocorrência (O) e Detecção (D).
A tabela 8 consiste em uma sugestão baseada no método, podendo uma equipe de MCC
definir tabelas que sigam os princípios do FMEA, mas com pequenas alterações para aten-
der a particularidade de seu processo.
Observa-se que o maior valor de NPR será 250, logo, a equipe pode levar para o diagrama
de decisão modos de falhas com valor de NPR maior que 60 ou de índice de gravidade
igual a 5.
118
O diagrama de decisão (figura 26), objetiva a partir das características dos modos de falhas
e suas consequências ao processo, definir as ações preventivas aplicáveis à falha. Perce-
be-se que tais ações nada mais são do que os tipos de manutenção aplicados aos ativos
físicos, ou como vários autores nomeiam, as “estratégias de manutenção”. Relembrando
o capitulo 3, temos:
4. RP – Redefinição do Projeto.
119
120
Recomenda-se também uma revisão das falhas com indicação de MC (Manutenção Cor-
retiva), pois com isso a equipe de MCC evita um julgamento equivocado cometido. Smith
(1997) indica os critérios para esta reavaliação:
4. Defeso em Lei – Se existir alguma norma de órgãos reguladores ligados ao estado, que
entre em divergência com a indicação do trabalho de MCC, deve-se seguir o disposto
na norma;
Nota-se que o processo de Controle Inicial é bem extenso e nele repousa várias das fontes
do sucesso de uma Gestão da Manutenção. È importante frisar que uma vez cumprida
todas as atividades previstas neste processo, não se terá exaurido os temas a ele ligado,
visto a necessidade de planos de manutenção, cadastros técnicos, entre outras atividades.
A percepção desta demanda revisionista será observada nos processos de “Modificações e 121
122
Segundo Kumar (2013) um dos principais desafios enfrentados pelas empresas correspon-
de a escolher as melhores estratégias operacionais para aprimorar suas capacidades atu-
ais, reduzindo os custos de manutenção e o alcance da competitividade desejada, ligada a
uma boa avaliação da eficiência e eficácia.
Diante disso a “identificação da demanda” é uma etapa que auxilia no processo de aper-
feiçoamento da melhor observação das necessidades de manutenção do conjunto de ati-
vos físicos de uma organização.
Neste processo são consideradas 4 (quatro) atividades: (i) Planos de Manutenção Preven-
tiva Sistemática (MPS); (ii) Manutenção Preventiva Condicional (MPC); (iii) Manutenção
Corretiva Emergencial e Programada (iv) Solicitação de Serviço.
Nota-se que a MPS e MPC atuam ainda no estado de defeito ou na redução da probabili-
dade de falha, sendo assim, fontes proativas de identificação da demanda. Já a Manuten-
ção Corretiva e a Solicitação de Serviço têm caráter reativo, ou seja, identificam a demanda
após a ocorrência de falha ou pane.
Segundo Pereira (2009), é preciso realizar o levantamento dos equipamentos por meio de
cadastros atualizados que precisam conter algumas informações como:
3. Subprocessos ou subconjunto;
Figura 27 – Sequência de passos para elaboração de um plano de Manutenção Preventiva Sistemática (MPS).
127
Na elaboração de um Plano de MPS, o primeiro passo é listar as tarefas que deverão ser
executadas na Ordem de Serviço por ele gerada, esta lista refere-se ao “o quê” fazer. Em
seguida estima-se o tempo dedicado para cada tarefa listada.
O leitor mais atento deve ter percebido uma sútil mudança de nomenclatura em torno
do termo “HH”. Anteriormente, a maioria dos autores, inclusive os meus textos, o definia
como “Homem-Hora”. Neste livro opto por usar a nomenclatura “Humano-Hora”, visto
entender que as mulheres fazem parte da Função Manutenção desde suas mais remotas
origens e devem-se empreender esforços para seu reconhecimento, evitando, por exem-
plo, a adoção de termos e nomenclaturas que não corrobore com a verdadeira história
feminina neste campo de trabalho.
Na sequência devem-se indicar quais ferramentas especiais devem ser mobilizadas para
a execução das tarefas previstas no plano, nota-se que não se trata das ferramentas indi-
viduais que os mantenedores mantem em suas caixas ou carrinhos de ferramentas. Neste
caso, referem-se aquelas que são de uso coletivo e respeitam uma programação para uti-
lização, como por exemplo, caminhões guindautos (munck), guindastes, cilindros hidráuli-
128
O próximo passo consiste em listar os padrões especiais a serem seguidos durante a exe-
cução das tarefas previstas no plano. Os chamados PTE’s, Padrões Técnicos Especiais,
que várias organizações possuem para normatizar trabalhos em situação especificas de
alto risco, como por exemplo, o trabalho em altura ou em espaço confinado. Neste caso, o
plano irá prever a necessidade de seguimento ao protocolo especificado para esta situação
especial e deverá ser anexado em formato PDF ou outro similar, tal padrão no software
de manutenção gerenciador do plano, para fácil acesso a esta informação seja no planeja-
mento ou na execução das atividades mantenedoras.
Por fim, se vinculará o plano de Manutenção Preventiva Sistemática (MPS) aos tag’s em
que se deseja gerar as ordens de serviço. Nota-se que um plano MPS pode estar vinculado
a vários tag’s e com isso gerando várias Ordens de Serviço ao longo do tempo. Vários sof-
twares de manutenção permitem a “suspensão” de um plano por completo, abrangendo
todos os tag´s vinculados a ele ou apenas em determinados tag´s a escolha do Planejador
da manutenção.
No livro PCM publicado em (2002), indiquei que os planos de manutenção são divididos
em 5 categorias:
2. Roteiros de lubrificação;
Aqui aproveito para realizar pequenos ajustes em tais categorias, apontando a seguinte
lista atualizadas:
4. MPS de intervenção.
O objetivo em se lubrificar, é reduzir o atrito entre superfícies ajustadas entre si, fazendo
com que haja o mínimo possível de atrito interno. Assim evitam-se desgastes e tempera-
turas indesejáveis de trabalho através da inclusão de uma substância (lubrificante) entre
tais superfícies.
Na formação do plano MPS, o primeiro passo é distinguir aplica-se óleo lubrificante e onde
é necessária a utilização de graxa lubrificante, pois há uma diferença nos dois casos, a co-
meçar pela constituição de ambos.
Existem lubrificantes gasosos (como o ar) e sólidos (como a grafita e a mica), no entanto
na indústria utiliza-se em larga escala os líquidos (óleos) e semissólidos (graxas), por isto
130
Óleo Lubrificante: os óleos minerais têm como base crua de petróleo, através da sua parte
mais viscosa. Existem várias formas de obtenção: separados por destilação, produzidos
por síntese a partir de hidrocarbonetos, etc.
Os óleos lubrificantes são diferenciados de acordo com sua base, sendo divididos em três
grupos: (i) os de base parafínica; (ii) de base intermediária; e (iii) de base naftênica.
Os óleos lubrificantes podem receber aditivos, no sentido de atingir vários objetivos. Neste
leque de aditivos podem-se encontrar detergentes, dispersantes, antioxidantes, anticorro-
sivos, passivadores, desemulsificantes, etc.
Na família dos óleos pode-se também citar os de origem vegetal, animal e sintética, res-
saltando que os de origem de mineral representam a grande maioria dos utilizados em
plantas industriais.
Graxa Lubrificante: Pode-se definir graxa lubrificante como sendo “produto de dispersão
de um agente espessante num lubrificante líquido, com uma consistência entre sólida
e semifluida, podendo conter outros ingredientes destinados a conferir-lhe propriedades
especiais”, conforme designação D288 da ASTM.
As graxas são utilizadas em pontos onde há um alto risco de contaminação, isto devido
à exposição ao ambiente e de constante vazamento, ensejando a aplicação de umas das
características da mesma, a de ser vedante. Além destes casos, também se utiliza a graxa
em ocasiões onde o elemento mecânico a se lubrificar não for acessível.
Existem vários tipos de graxa: à base de alumínio, de cálcio, de sódio, de lítio, de bário e a
graxa mista.
Após se dividir os pontos a se lubrificar, com relação à utilização de óleo ou graxa, deve-
-se subdividir estes grupos de acordo com o tipo mais adequado de óleo ou graxa a ser
aplicado e a periodicidade da ação lubrificante. O passo seguinte é definir os métodos de
aplicação do lubrificante: lubrificação fluida, por camada limítrofe, etc.
Sendo assim, as “ordens filhas” que porventura não forem executadas durante a realiza-
ção de um roteiro, ficarão pendentes, sem impedir o encerramento da Ordem gerada pelo
plano MPS e poderão ser executadas em Ordem de serviços abertas manualmente. Desta
forma, não interrompendo a contagem para geração da próxima pauta MPS.
132
Em quase todas as máquinas existem itens de sacrifício, que são componentes feitos
para desgastarem-se em prol do bom funcionamento do conjunto. A sua recuperação não
é compensatória, ou seja, após eles cumprirem seu objetivo, são descartados sem mais
delongas. Como por exemplo, gaxetas, escovas em um motor, correias de transmissão,
tulipas em uma enchedora, lonas de embreagem, etc.
133
Primeiro deve-se ter ciência de quais são e onde estão os itens de desgaste, após isso,
seguir os passos da figura 26 na formulação do seu plano. Ressaltando a determinação
da periodicidade de troca, que coincidirá com a vida útil de cada um, desta forma ter-se-á
planos de manutenção que gerarão ordens de serviço de simples troca, sem a necessidade
133
da avaliação do componente.
O levantamento dos itens de desgaste deve ser feito durante o trabalho de estudo das
características técnicas de cada grupo de máquina. Pode haver a coincidência de períodos
entre a troca de itens de desgaste e uma preventiva mais elaborada, com ajustes e cali-
brações (MPS de intervenção). Neste caso não será necessário à criação de dois planos de
MPS, basta assimilar na pauta preventiva as ações de substituição de componentes. Com
isso o equipamento terá apenas uma Ordem de Serviço, gerando uma “economia proces-
sual” importante em tempo e dinheiro.
Normalmente os verbos utilizados na descrição das tarefas que caracterizam uma MPS
de intervenção, estão em forma infinitiva de ação, por exemplo, “desmontar”, “montar”,
“calibrar”, “substituir”, “trocar”. Diferentemente de uma MPS de inspeção onde os verbos
remetem a observação, ou seja, “verificar”, “medir”, “coletar dados”, etc.
Vale ressaltar que um bom plano de manutenção, é aquele que se encontra sempre em
revisão, pois os mantenedores podem e devem propor alterações nas pautas (lista de ta-
refas), à medida que as executam, melhorando-as constantemente, de forma a ter-se o
melhor conteúdo possível.
Importante frisar, que a Ordem de Serviço de inspeção é gerada por uma Manutenção
134
O inspetor procura “defeitos” nos ativos físicos através das técnicas sensitivas, preditivas
ou de telemetria, desta forma, sua atuação é preventiva, uma vez que o defeito é uma
anomalia no ativo que ainda não impacta nenhuma das suas funções requeridas, confor-
me explicado no capítulo 2.
Não há lógica em inspeções que identificam falhas e panes, pois, as mesmas já impactam
o atendimento (entrega) dos objetivos do equipamento (funções requeridas). Sendo as-
sim, o inspetor ao identificá-las “chega tarde”, gerando uma corretiva, e forçando à atuação
reativa.
Para Purohit e Lad (2016) a Manutenção Preventiva Condicional (MPC) visa aumentar a
disponibilidade do sistema produtivo e na inexistência da mesma, ocorre deterioração de
todo o equipamento, resultando em quebras bruscas e processos com alto tempo de ina-
tividade. Segundo Souza (2008) esse tipo de manutenção utiliza dados de registros que
informam os desgastes ou processo de degradação do equipamento, avaliando assim o
tempo de vida útil dos componentes, detendo a finalidade de prolongar a vitalidade dos
mesmos.
De acordo com Baptista (2016) o monitoramento das condições pode ser dividido em dois
grupos: (i) monitoramento subjetivo e (ii) objetivos. O primeiro é realizado de forma sensi-
tiva, ou seja, visão, audição, tato e olfato de uma pessoa que detenha habilidades no pro-
cesso de manutenção. A segunda forma de monitoramento é aquela em que se necessita
de instrumentos de medição, para avaliar algum parâmetro em específico. Alguns testes
realizados nesse tipo de monitoramento são: análise de vibração, ultrassom, verificação de
óleo, temperatura, raio x, etc.
Como dito no capítulo 3, a inspeção através de técnicas preditivas, que também é co-
nhecida como manutenção preditiva, consiste em tarefas de manutenção preventiva que
visam acompanhar o ativo físico e/ou seus componentes. Por monitoramento, por medi-
ções através de ensaios não destrutíveis ou por controle estatístico, buscando predizer a
135
Existem quatro técnicas preditivas bastante utilizadas nas indústrias nacionais que opta-
ram por um programa desta envergadura, são elas: (1) Ensaio por Ultrassom; (2) Análise de
vibrações mecânicas; (3) Termografia e (4) Análise de óleos.
O ensaio por ultrassom caracteriza-se como método não destrutivo que tem por objetivo
a detecção de defeitos ou descontinuidades internas, presentes nos mais variados tipos
ou formas de materiais ferrosos ou não ferrosos.
Tais defeitos são caracterizados pelo próprio processo de fabricação da peça ou compo-
nente a ser examinado como, por exemplo: (1) bolhas de gás em fundidos; (2) dupla lami-
nação em laminados; (3) micro trincas em forjados; (4) escorias em uniões soldadas, entre
outros.
136
5. Necessidade de acesso por somente uma superfície da amostra, uma das pontas do
eixo ou uma das paredes para análise espessura.
Além disto, para a interpretação das indicações, dispensa processos intermediários, agili-
zando a inspeção. Ao contrário dos ensaios por radiações penetrantes, o método não re-
quer planos especiais de segurança ou quaisquer acessórios para sua aplicação. A localiza-
ção, avaliação do tamanho e interpretação das descontinuidades encontradas são fatores
intrínsecos ao exame, enquanto que outros exames não definem tais fatores.
137
A lógica de funcionamento é excitar o cristal com uma corrente elétrica, o mesmo por
efeito piezoeléctrico se deforma gerando as ondas mecânicas em frequência de ultras-
som, assim tem-se o emissor. Já para o receptor do sinal de ultrassom, a lógica é inversa:
submete-se o cristal a um esforço mecânico (recepção da onda mecânica), que constitui
no retorno do sinal enviado e desta forma, o cristal gera a corrente elétrica que será a fonte
de interpretação do ensaio.
Existem três tipos de cabeçotes (transdutores): (1) cristal normal ou reto; (2) duplo cristal
e (3) angular.
Como existe uma distância relevante entre a emissão do sinal, localizadas na face de uma
138
das pontas do eixo, em relação ao comprimento da peça, é possível utilizar o mesmo cris-
tal piezoeléctrico para emissão e recepção da onda mecânica, sem o risco de dificuldades
de medição e interpretação dos resultados.
Por fim, o cabeçote angular é utilizado para exames em soldas em uniões chanfradas. Sua
lógica obedece ao rebatimento do sinal para avaliação da estrutura da solda na base da
peça que a recebeu. A figura 32 ilustra o esquema envolvido no exame utilizando o cabe-
çote angular.
Esta forma simples de vibração em torno de posição de referência, pode ser expressa ma-
tematicamente pela equação 4.
X(t)=A.sin ωt (4)
Onde:
A, a amplitude do movimento;
141
O movimento vibratório de uma máquina é o resultado das forças dinâmicas que a exci-
tam. Essa vibração se propaga por todas as partes da máquina, bem como para as estru-
turas interligadas a ela.
É importante que a frequência natural de vibração seja conhecida para o processo de aná-
lise destes sinais. Conforme Collacott (1978), a frequência natural é a frequência na qual
uma máquina ou estrutura vibra quando submetida a uma vibração livre, é a sua resposta
após a aplicação de uma força momentânea f(t). A equação de movimento é dada pela
equação 5.
ft=m.x+c.x+k.x (5)
Onde:
m, é a massa do sistema;
c, o amortecimento; e
k a sua rigidez.
f= 1T (6)
O valor RMS, também denominado como valor eficaz, constitui-se na métrica mais impor-
tante no estudo da amplitude de vibração, pois o mesmo leva em consideração a evolução
do sinal no tempo e está relacionada diretamente a energia intrínseca à vibração. Assim,
expressa de forma adequada, o efeito danoso que a mesma submete um elemento de
máquina. Em um movimento harmônico o valor da amplitude RMS é dado pela equação 7.
valor global da vibração corresponde da velocidade RMS no intervalo entre 10 e 1KHz. Po-
de-se também calculá-lo nas unidades de deslocamento e aceleração do sinal. Sua limi-
tação é de não identificar as frequências da anomalia (defeito) principal. De posse deste
valor, os analistas o comparam ao normatizado em documentação técnica especifica, as
chamadas normas de severidade. Como por exemplo, a ISO 10.816 que trata da análise
de vibrações em máquinas rotativas que operam entre 120 e 15.000 RPM (Rotações Por
Minuto). Nela dividem-se as classes das maquinas por potência e dimensão, apresentado
os limites admissíveis de vibração. A figura 34 exemplifica uma destas tabelas contidas na
norma.
143
As faixas “A”, “B”, “C” e “D”, conforme a ISO 10.816, referem-se às seguintes condições dos
equipamentos:
A análise de espectro é mais completa do que a baseada no valor global, uma vez que pos-
sibilite maior precisão na indicação do defeito e sua caracterização, o que possibilita um
laudo dono de maior e melhor nível de informação. Gerando assim, uma Ordem de Serviço
mais clara e com maior facilidade de planejamento e execução.
144
Nota-se uma sobreposição de sinais que prejudicam a análise. Em uma situação real, a
quantidade de sinais de fontes excitadoras de vibrações em uma máquina é bem maior,
gerando mais dificuldades de interpretação dos fenômenos destrutivos associados à vi-
bração mecânica.
145
Observando o sinal pelo plano formado pelos eixos “t-a”, tem-se a visão expressa na figura
35. Os sinais sobrepostos sobre domínio do tempo e o desmembramento por frequências
harmônicas expresso na figura 34, possibilita uma nova observação, desta feita utilizando
o plano formado pelos eixos “f-a”.
A observação das amplitudes do eixo “a” relacionadas às frequências presentes no eixo “f”,
deste modo, maximiza o poder de análise do inspetor, conforme a figura 37.
146
Várias anomalias (defeitos) podem ser detectadas pelo inspetor através da análise do
espectro de frequência. Por exemplo, o desalinhamento caracteriza-se pela presença de
amplitudes elevadas na 1ª e 2ª harmônicas (figura 38). Outro exemplo são as folgas que
podem apresentar amplitudes consideráveis da 1ª a 10ª harmônica.
Podem-se definir parâmetros para níveis de “alerta” e “alarme”, ou seja, estabelecer valo-
res globais de vibração que alertam a equipe para um acompanhamento mais frequente
do equipamento (alerta) e outro que alarma de forma a demandar uma ação da Manuten-
ção (alarme). Desta forma, a gestão pode articular de melhor forma os recursos existentes,
bem como, interagir com maior qualidade com a programação de produção nas discus-
sões sobre paradas preventivas, uma vez que a análise de tendência oferece um horizonte
de datas limites para atuação sobre os ativos físicos “alarmados” ou em “alerta”.
147
9.2.1.3 Termografia
A Termografia é a técnica de ensaio não-destrutivo que permite o sensoriamento remoto
de pontos ou superfícies aquecidas por meio da análise imagens geradas por radiação
infravermelha, como por exemplo, a imagem da figura 39.
Figura 39 – Imagens Infravermelhas de instalações elétricas. Fonte: PCM – Planejamento e Controle da Manutenção,
Editora Qualitymark, 2002.
Segundo Altoé e Oliveira Filho (2012), remonta a 1800 as primeiras pesquisas acerca do
tema, através de estudos realizado por Willians Herschel e John Herschel. No ano de 1946
tem-se o surgimento do primeiro scanner de infravermelho para uso militar que levava
várias horas para produzir a imagem termográfica.
Apesar de sua aplicação ser relativamente simples, não se pode banalizar o seu uso. O
equivalendo ao simples ato de tirar fotos com uma máquina fotográfica “especial”, os ma-
nuais das câmeras termográficas trazem uma série de recomendações para sua utilização.
Por exemplo, a atmosfera exerce influência sobre o valor de radiação capturado pela câme-
ra, daí a importância da calibração do aparelho com valores adequados de emissividade e
transmitância a cada inspeção.
149
Por fim, a termografia pode ter uma abordagem qualitativa e quantitativa. A primeira
quanto às imagens termográficas são compradas com padrões de normalidade predefini-
dos e diante de uma anomalia pode-se concluir pela existência de um “defeito”. Já a abor-
dagem quantitativa repousa nas medições de temperatura como fonte para identificação
de anomalias, bem como, critérios para avaliação da necessidade de acompanhamento
mais frequente do ativo ou para a indicação de um laudo para correção de defeito, o qual
será base para uma Manutenção Preventiva Condicional (MPC).
(i) Diesel: buscando evitar a perda de produtividade dos equipamentos e as falhas prema-
turas de bombas e bicos injetores;
(ii) Hidráulico: prevenir falhas em bombas e válvulas, evitar perda de eficiência por fugas
internas, desgaste prematuro do equipamento e excesso de consumo de óleo, por eleva-
ção da frequência de troca da carga do mesmo;
(iii) Lubrificante: prevenir a perda de eficácia do lubrificante, o que pode gerar deficiência
na reduz da vida útil dos elementos de maquinas lubrificados.
No caso da análise de óleo lubrificante tem-se dois objetivos: (1) acompanhar as condições
de degradação do fluido, verificando a necessidade ou não de antecipação da troca siste-
mática e (2) identificar sintomas de desgaste de um componente através da avaliação dos
níveis e qualificação dos contaminantes presentes na amostra.
A análise de óleo não deve ser utilizada para estender o tempo de uso do mesmo além do
previsto para sua troca sistemática. Isto deve ser evitado, pois a degradação das caracte-
rísticas físicas do fluido pode em algumas situações apresentar curvas exponenciais, o que
gera um risco considerável de perdas corretivas de equipamentos, daí a importância de
respeitar o tempo definido para troca da carga de óleo e utilizar a análise na verificação se
este tempo previsto não deve ser antecipado, mas nunca postergado.
A análise de óleo lubrificante faz parte do universo de estudo da tribologia, palavra oriunda
da composição de dois vocábulos gregos: τρίβω (tribo) e λόγος (logos), a primeira signifi-
150
Assim, pode-se dizer que a tribologia é o estudo do atrito. Em uma definição mais acadê-
mica, JOST (2006) a define como sendo “a ciência e tecnologia da interação de superfícies
em movimento relativo e assuntos e práticas relacionados”.
Existem várias técnicas para análise de óleos, as mais comuns no ambiente da manuten-
ção são: (1) ferrografia; (2) espectrometria e (3) análise físico-química.
Existem dois tipos de análise ferrográfica: (1) a quantitativa, também chamada de direta ou
DR do inglês, Direct Reading Ferrography, e (2) a analítica, também chamada de qualitati-
va ou AN do inglês, Analytical Ferrography.
151
FALHA DO COMPONENTE
DESGASTE SEVERO
INÍCIO DO
DESGASTE SEVERO
2. Partículas não-ferrosas: originadas por ligas de cobre, ligas de metal patente ou anti-
fricção;
Pode-se dizer que espectrometria tem uma abordagem quantitativa e qualitativa para
análise de óleo. Uma vez que a técnica se baseia na medição (quantitativa) da absorção da
luz pelas partículas, onde a concentração no óleo da substância das partículas absorventes
(qualitativa) é proporcional à quantidade de luz absorvida. Ou seja, o ensaio oferece a no-
ção de quantidade e de caracterização dos contaminantes presentes na amostra.
Segundo Lockwood (1992) os SOAP’s, Spectrometric Oil Analysis Program, tiveram sua
implantação na década de 1940, através das empresas de logística em suas ferrovias. Tais
programas alcançaram em seguida a aviação, com o surgimento do espectrômetro de
emissão atômica.
Na espectrometria utiliza-se vários métodos, como: (1) absorção atômica; (2) emissão atô-
mica; (3) plasma induzido por emissão e (4) Raio X por fluorescência.
Em decorrência do seu custos e velocidade de ensaio, os mais utilizados nos ensaios vol-
tados para Manutenção são o de emissão atômica e o de plasma induzido por emissão.
1. Viscosidade;
2. Acidez;
3. Ponto de congelamento;
4. Ponto de fulgor;
153
Pode-se dizer que um dos fundadores da tribologia moderna é o cientista russo Nicolai
Petrov (1836-1920), juntamente com os britânicos Beauchamp Tower (1845-1904) e Os-
borne Reynolds (1842-1912).
Dois aspectos importantes em relação ao estudo da tribologia foram apontados por Pe-
trov: (1) a propriedade mais importante do fluido com relação ao atrito não era a densida-
de, mas sim a viscosidade, e (2) a natureza do atrito num mancal hidrodinâmico repousa
no atrito viscoso do fluído com as duas superfícies sólidas em contato, e não entre apenas
as superfícies sólidas.
A viscosidade pode ser definida como a propriedade física que caracteriza a resistência
de um fluido ao escoamento e pode ser expressa em termos de viscosidade cinemática
(mm2/s ou cSt) ou viscosidade absoluta ou dinâmica (Pa.s).
Dois grandes nomes da ciência moderna têm trabalhos relevantes ligados ao estudo do
comportamento da viscosidade nos fluídos, Sir George Gabriel Stokes (1819 – 1903) e Sir
Isaac Newton (1643-1727).
Stokes encontrou uma expressão para a força friccional em objetos esféricos com peque-
nos números de Reynolds, seu trabalho originou a chamada “Lei de Stokes”, baseada no
cálculo da velocidade terminal de uma esfera caindo em um meio viscoso. Em sua home-
nagem, nomearam uma das unidades de medida da viscosidade.
Por sua vez, Newton definiu a “lei de Newton da viscosidade” (equação 8), para os deno-
minados “fluidos newtonianos”, no caso a água e a maioria dos gases.
154
Onde:
Onde:
Z é a viscosidade em cSt (cStokes) ou mm2/s;
ρ é a massa específica.
Importante ressaltar que na maioria dos óleos lubrificantes, a viscosidade dos fluidos di-
minui com a temperatura (figura 41), o que enseja a observação do fluido na temperatura
de trabalho.
155
Para se chegar no IV utiliza-se os métodos elencados nas normas ABNT: (i) NBR 10441:2014
a qual aborda o processo de medição da viscosidade cinemáticas sob as temperaturas de
40º Celsius e 100º Celsius; e (ii) NBR 14358:2012 onde há a demonstração do cálculo do
índice de viscosidade.
Diante disto, muitas empresas terceirizam a análise de óleo, visto o custo da montagem
da estrutura de laboratórios. Porém, onde a demanda de análise é vultosa, a organização
156 opta pela primarização da atividade.
A inspeção sensitiva demanda mais recursos humanos do que uma preditiva, esta po-
dendo ter sua coleta de dados feita até por monitoramento on-line. Além disto, como
análise subjetiva, a sensitiva repousa na experiência (conhecimento tácito) do inspetor, daí
a importância de uma boa preparação técnica do mesmo, bem como, uma comprovada
vivência junto ao tipo de ativos físicos monitorados.
No que tange a instrumentação, a inspeção sensitiva tem menor custo do que a preditiva,
pois utiliza equipamentos mais simples para auxiliar as avaliações como trenas a laser,
paquímetros, endoscópios industriais, drones, etc.
O uso de um drone equipado com uma máquina fotográfica, não torna tal inspeção em
preditiva. Apesar do seu incremento tecnológico, ela continua sendo sensitiva. A diferença
é que o drone aguçou o senso da “visão” do inspetor, levando-a a pontos antes inaces-
síveis. Os instrumentos utilizados pela inspeção sensitiva visam maximizar o espectro de
percepção dos inspetores, mas ainda requer o exame subjetivo dos mesmos, neste ponto
repousa uma das diferenças entre a preditiva e sensitiva.
Esta observação deve ser periódica e a sua eficácia consiste na constância na observação,
pois tal como um médico, que atua diante uma mudança mínima de uma característica de
seu paciente, a qual na última visita não existia, o inspetor sensitivo também o fará ante
seus ativos físicos visitados.
158
Figura 42 – Modelo para rota de inspeção (frente). Fonte: PCM – Planejamento e Controle da Manutenção,
Editora Qualitymark, 2002.
Figura 43 – Modelo para rota de inspeção (verso). Fonte: PCM – Planejamento e Controle da Manutenção, Editora Quali-
tymark, 2002.
159
Essa detecção pode ocorrer de forma rotineira (check-list do operador), ou por meio de ob-
servações aleatórias, importante que as solicitações sejam avaliadas pela equipe de ma-
nutenção, normalmente o inspetor ou planejador, constatada sua pertinência é encami-
nhada a abertura de uma Ordem de Serviço para o tratamento do pedido (VIANA, 2016).
Atualmente as solicitações são realizadas cada vez mais nos próprios softwares de ma-
nutenção, tornando-se comum a utilização de soluções mobile, onde sua abertura é feita
via aplicativo em celulares, o que a torna mais popular entre operadores e profissionais de
áreas clientes da Manutenção.
A Manutenção Corretiva é composta por ações imprevisíveis que ocorrem durante o pro-
cesso produtivo, com o intuito de reparar um equipamento/item devido a algum tipo de
falha ou deficiências descobertas, onde essa manutenção é imprescindível para a conti-
nuidade da produção (DUTA, 2012).
Nota-se que tanto Slack (2009), como Duta (2012), trazem em suas definições de ma-
nutenção corretiva, o traço de imprevisibilidade da mesma, o que é correto, apesar da
mesma configura-se em um tipo de manutenção que pode ser adotada como estratégica
para equipamentos de criticidade “C”, como visto no capítulo 8, não se pode precisar sua
ocorrência.
Já a corretiva que pode ser realizada pelas equipes de pronto atendimento, e também não
desfrutam de um equipamento stand-by, devem ser tratadas emergencialmente.
Nota-se que o esforço da Função Manutenção é de evitar as corretivas. Mas não se pode
161
Diante disto, nos parques industriais dificilmente existe a “corretiva zero”, a não ser nos
equipamentos de criticidade “A”, o que se busca é trabalhar com um nível adequado des-
tes acontecimentos, atendendo às estratégias definidas no planejamento da Função Ma-
nutenção.
quais devem ter menor peso na Carteira, por trazerem baixa previsibilidade, e assim, difi-
culdades no seu tratamento. E por conseguinte, no atendimento as metas das operações
em seus vários aspectos: segurança no trabalho e meio-ambiente, produção, custos, etc.`
163
168
A primeira versão deverá ser feita em setembro de cada ano, juntamente com o período de
início do orçamento na maioria das empresas para o ano subsequente.
1. Possuir um horizonte de serviços a executar durante o ano e com isso estabelecer or-
çamento, compra de material e níveis de estoque economicamente adequados;
170
A figura 48 ilustra as etapas a serem seguidas pelo planejador para a efetiva realização do
planejamento de curto prazo da Ordem de Serviço.
171
Nota-se que a figura 46 é similar à figura 27, retirando as duas últimas etapas da primeira.
Isto ocorre porque o planejamento de curto prazo segue o mesmo rito da elaboração de
um plano de Manutenção Preventiva Sistemática (MPS). A diferença é que a ordem de ser-
viço gerada em uma MPS tem caráter automático e consiste na “cópia” das informações
presentes no plano que a origina. Já um planejamento de curto prazo tem foco nas cha-
madas Ordens de Serviço nascida manualmente, ou seja, não se sabe previamente qual
a pauta e materiais irá ser mobilizados para o seu atendimento, cabendo ao planejador
estabelecer os mesmos caso a caso.
As demandas que geram OS´s abertas manualmente são a MPC, a Solicitação de Serviços
uma vez aprovada e a Corretiva planejada, todas irão ser tratadas pelo PCM, começando
pelo seu planejamento de curto prazo.
2. Estimar tempo dedicado a cada tarefa por especialidade: Consiste na definição por
parte do Planejador dos tempos em HH (Humano-Hora), que serão consumidos em
cada tarefa da Ordem de Serviço. Sendo tais tempos atribuídos a cada especialidade
envolvida na tarefa, entende-se por especialidade, o cargo do agente mantenedor de
acordo com seu nível de complexidade, como por exemplo, “Eletricista I” e “Eletricista
II”, entendendo que o Eletricista II assume tarefas mais complexas do que aquele que
se encontra no nível “I”. Está etapa é de suma importância para a fase de programa-
ção da manutenção, bem como, para aferição de indicadores, como por exemplo, o
Backlog;
3. Listar materiais a serem consumidos: Nesta etapa o planejador irá definir todos os
materiais que serão necessários para a efetiva execução da Ordem de Serviço, esta
172
etapa é importante para o aprovisionamento das OS´s, pois sem a correta definição
dos materiais a serem consumidos, os riscos da não realização da OS do campo são
maiores.
5. Listar Padrões Especiais: Nesta etapa o Planejador irá listar quais os padrões (protoco-
los) especiais de segurança e/ou meio ambiente, devem ser seguidos durante a exe-
cução da Ordem de Serviço. Não será necessário descrever no corpo da OS, cada etapa
do padrão (protocolo), mas sim indicar a necessidade da sua utilização, e anexa-lo em
formato PDF, para que o executante possa consultá-lo facilmente.
Uma vez realizado as 5 (cinco) etapas previstas no Planejamento de Curto Prazo, a Ordem
de Serviço é considerada “Planejada”, podendo ser liberada para a próxima fase do “Trata-
mento de demanda” que consiste na etapa do “Aprovisionamento.
10.2 – Aprovisionamento
Conforme Nabais (2014) o “Aprovisionamento da Demanda” consiste no dimensionamen-
to dos suprimentos de peças, componentes, ferramentas e demais materiais necessários à
manutenção. Afirma ainda que nessa fase a disponibilidade dos instrumentos de trabalho
são quantificáveis, avaliando assim a segurança e a argumentação sobre o que será possí-
vel executar. Desta forma, o aprovisionador terá a missão de solicitar os materiais previstos
na Ordem de Serviço na etapa de planejamento, fazendo o seu acompanhamento de en-
trega junto aos setores de almoxarifado ou suprimentos, além disto, também compete ao
aprovisionador a solicitação dos serviços de apoio, como por exemplo, movimentação de
cargas (uso de guindastes ou guindautos).
173
O Aprovisionador será responsável por prover os materiais das OS´s, inclusive das oriun-
das dos planos de Manutenção Preventiva Sistemática – MPS, as quais nascem no estado
“planejadas”, mas “aguardando material” ou “aguardando aprovisionamento”, esperando
a confirmação do aprovisionador para sua liberação.
Cabe ressaltar que os atuais softwares de manutenção, por estarem inseridos em uma
plataforma ERP (Enterprise Resource Planning), proporcionam a funcionalidade da requi-
sição automática dos materiais previstos na lista prevista em uma MPS. Desta forma, a
empresa que opta pela utilização de tal facilidade têm as OS´s oriundas dos planos MPS
além de já planejadas, também já aprovisionadas, sendo assim, geradas no estado “aguar-
dando programação”.
174
10.3 – Programação
A “Programação da Demanda” segundo Baptista (2016) é o processo de estudar detalha-
damente o melhor momento de realizar a manutenção. Entretanto essa análise baseia-se
em parcerias com os demais setores por meio de cálculos que compatibilizem a carga de
trabalho com a disponibilidade real de recursos e consequências eventuais geradas pelos
defeitos nos equipamentos.
Desta forma, entende-se como programação a etapa na qual se define o “quê”, “onde”,
“quem” (equipes) e “quando” será executada a Manutenção, utilizando os recursos pla-
nejados e reservados ou solicitados no aprovisionamento. As variáveis básicas de uma
programação são: tempo, lista de ordens abertas, recursos e calendário de parada alinhado
com a operação. O Programador será responsável por programar todas as OM´s, inclusive
das oriundas dos planos de Manutenção Preventiva Sistemática – MPS.
Nota-se que a programação será o principal elo entre a Gestão da Manutenção e o Pla-
nejamento e Controle da Produção (PCP), uma vez que as informações para gestão da
capacidade de produção dependem da disponibilidade dos ativos e esta sofre impactos
da gestão de paradas preventivas, as quais são percebidas mais adequadamente pela pro-
gramação da manutenção.
A programação mensal deverá seguir o mesmo nível de informações do anual, só que de-
talhado por semana. Antes do início de cada mês, esta programação deverá ser discutida
em reunião mensal entre PCM, Execução e Operação.
176
6. Backlog Pronto, ou seja, Ordens de Serviços prontas a serem executadas com sua
respectiva priorização;
7. Atualização por parte da Inspeção sobre possíveis falhas iminentes por ativo.
A programação semanal deverá ser aprovada em conjunto entre PCM, Execução, operação
e segurança. Assim, serão emitidas as Ordens de Serviço da semana seguinte, gerando
o espelho de programação semanal onde as ordens de serviço assumirão o estado “em
execução”.
Assim, o programador gerará uma programação semanal onde constem as OS´s libera-
das, as quais foram alinhadas com as equipes de operação e execução da manutenção,
disponibilizando ao líder da execução de campo e em seguida controlando a aderência a
mesma.
177
Em termos práticos, uma empresa deve buscar a qualificação de seus profissionais para
que estes realizem sempre o melhor serviço no menor tempo possível, favorecendo a re-
dução de custos e o aumento da disponibilidade operacional (VIANA, 2016).
O fluxo de uma Ordem de Serviço para uma demanda originada na Solicitação de Serviço
(figura 50), com o cadastramento da SS por parte do usuário solicitante, que como vimos
podem ser profissionais da operação, segurança do trabalho, meio-ambiente ou outros
com interesse no ativo físico. Esta solicitação será avaliada pelo pessoal da Manutenção,
podendo ser o Inspetor ou Planejador e havendo procedência na mesma, abre-se uma OS
manualmente para seu tratamento. OS´s manuais são todas aquelas que não são geradas
por planos sistemáticos. A partir da abertura passa-se para as etapas do tratamento: pla-
nejamento de curto prazo, aprovisionamento, programação e execução.
O fluxo para Ordem de Serviço gerada por planos de Manutenção Preventiva Sistemática
(MPS), conforme a figura 51 inicia-se com a criação do plano por parte da Engenharia de
Manutenção. Gera-se então a primeira OS advinda do plano MPS, a mesma passa para
o aprisionamento caso a empresa não opte pela requisição automática de material, pois
se optar, a OS gerada pelo MPS nascerá “planejada” e “aprovisionada”, sendo direcionada
diretamente para a etapa de programação. O fluxo apresentado na figura 49 considera que
a organização não deseja o aprovisionamento automático, indicando que as OS´s geradas
pelo plano MPS necessariamente passarão pela etapa de aprovisionamento.
Quando a primeira OS gerada pelo plano for executada e encerrada, inicia-se a conta-
gem para geração da próxima OS. Isto ocorrerá quando o tempo ou a utilização (horas ou
quilômetros) atingir o previsto na periodicidade prevista no plano MPS, gerando assim a
próxima OS que irá passar pelas as mesmas etapas de tratamento da primeira e assim o
fluxo entra em loop, garantindo a sistematização do plano MPS.
Com base no laudo emitido pela inspeção será gerada uma Ordem de Serviço manual
que passará por todas as etapas do tratamento da demanda, inclusive o planejamento de
curto prazo, uma vez que a demanda é especifica e deve ser avaliada do zero em termos
de elaboração de lista de tarefas para sua execução.
181
A figura 53 ilustra os estados que uma OS pode assumir ao longo do seu tratamento. No-
ta-se que a OS nasce sob o estado “Aguardando Planejamento”, o que representa que ela
aguarda o planejamento de curto prazo ser realizado por parte do Planejador. Lembrando
que as OS´s oriundas dos planos de Manutenção Preventiva Sistemática (MPS) nascem
já planejadas, uma vez que replicam as informações contidas no plano de manutenção.
182
Uma vez “Aprovisionada” a OS pode ser liberada pelo Aprovisionador para próxima etapa
que consiste no estado “Aguardando Programação”, onde a mesma ficará sob responsa-
bilidade do Programador, o qual após cumprir seus procedimentos relativos a tal ativida-
de, libera-a para o estado “Programada”. E em seguida, para “Em andamento”, quando
a mesma chega às mãos do executante que após a realização dos trabalhos em campo,
passa-a para o estado “Concluída” o qual representa que o serviço foi realizado, mas ainda
resta alguma pendencia processual a ser fechada. Como por exemplo, o apontamento de
algum HH. Para não impactar as rotinas de fechamento de indicadores da Manutenção e
nem uma reprogramação equivocada de uma OS já realizada em campo. Opta-se por este
estado que permite o fechamento de indicadores, mas deixando ainda a possibilidade da
realização de algum apontamento de HH ou material que porventura tenha se esquecido.
Importante ressaltar que os diversos softwares existentes no mercado podem adotar no-
menclaturas distintas acerca os estados das Ordens de Serviço, mas não fogem a lógica
apresentada nesta seção.
184
Por fim, nos seus três últimos capítulos, a obra investe em uma necessária abordagem
mais operacional dos processos da Manutenção, apresentando formas de como fazer
suas atividades e buscando em alguns casos, apresentar mais de uma maneira para tanto,
abrindo assim a possibilidade de escolha daquilo que melhor julgar adequado. Além disto,
buscou-se indicar fontes, como normas técnicas e outros autores, para um aprofunda-
mento de pesquisa, bem como, uma ampliação de visões sobre o universo da Manuten-
ção. Uma vez que não é prudente lermos apenas um livro, o conhecimento e a ciência são
vastos e resolvem todos os nossos desafios. Como não canso de falar: “Onde o estudo for
e não resolver é porque foi pouco”.
Encerramos aqui o volume I desta obra deixando encontro marcado para o volume II, o
qual versará sobre os três últimos processos do modelo CIT/CSM, o “Controle da Manu-
tenção”, o “Suporte ao Tratamento”, e por fim, o processo de “Modificações e Melhorias”.
185
187
189
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Tabela 8 – Valores sugeridos para Severidade (S), Ocorrência (O) e Detecção (D)................118
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1° Edição: 2020