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TRATO GATROINTESTINAL II Prof.

Cristina Fajardo Diestel


cristinadiestel@nutmed.com.br

Fatores reguladores da função motora do intestino:


(Chemin) fermentação bacteriana excessiva e sugerem má absorção
- volume do conteúdo intestinal; de um substrato fermentável.
- temperatura dos alimentos;
- atividade somática; A quantidade e o tipo de gases dependem da
- composição química dos alimentos  destaque celulose composição de microorganismos colônicos do indivíduo e
(faz estímulo mecânico, aumentando a secreção intestinal dos substratos alimentares ingeridos.
e o volume intestinal, absorvendo líquidos e aumentando o
conteúdo intestinal, ou o estímulo químico com resposta São estimulantes da fermentação que devem ser
neuromuscular). restritos no tratamento da flatulência:

As mudanças dietéticas nos distúrbios intestinais são - as fibras (especialmente as solúveis),


elaboradas para aliviar os sintomas, corrigir as deficiências - amido resistente,
nutricionais e, quando possível, dar tratamento à causa - lactose em intolerantes,
primária da doença. O tratamento envolve tanto a lesão - álcool, sorbitol (quantidades modestas, segundo
primária da mucosa intestinal e às condições secundárias Krause 2013)
que surgem como conseqüência. - quantidades exageradas de frutose (quantidades
modestas, Krause 2013) e sacarose.
- estaquiose e a rafinose - carboidratos indigeríveis
Sintomas Comuns de Disfunção específicos das leguminosas fazem com que a ingestão
Intestinal das mesmas produza flatos.

Gases Intestinais e Flatulência (Krause) Tratamento Nutricional dos Gases (Krause, 2010)

Os gases intestinais incluem N2, O2, CO2, H2 e, em O movimento de gases em direção ao intestino
alguns indivíduos, CH4 (metano). delgado proximal e além pode ser reduzido por refeições
altamente calóricas e ricas em lipídios. A excreção mais
Cerca de 200ml de gás estão presentes no TGI e os lenta, ou gases retidos, contribuem para a percepção da
humanos excretam em média 700ml de gás ao dia, mas distensão. Desta forma, é indicado o consumo de
estes volumes podem variar bastante. Os gases refeições com poucas calorias e pobre em lipídios para
conduzidos para dentro do TGI (engolidos) ou produzidos ajudar o movimento de gases do trato GI superior e o
nele podem ser absorvidos na circulação e perdidos na movimento e o exercício podem ajudar a expelir os gases
respiração, expelidos através da eructação ou passados através de eructações e eliminação retal.
retalmente.
Constipação
A queixa de flatulência pode decorrer de:
 Quantidade aumentada de passagem de gás; Conceito (Krause, Cuppari, Chemin 2011):
(eliminação de flatos retais e eructações)
 Distensão abdominal ou cólica devido ao acúmulo de É uma condição na qual: o indivíduo:
gases no TGI superior ou inferior. - defeca fezes duras,
- faz esforço para defecar e
O intestino delgado apresenta menor tolerância aos - os movimentos intestinais não são freqüentes.
gases do que o cólon, e a distensão pode causar dor.
Segundo Chemin (2011), de acordo com o Comitê de
As causa da flatulência são: Roma, para poder ser considerado constipado, um
paciente deve preencher dois ou mais dos seguintes
 TGI superior: critérios:
- engolir ar e, - dificuldade em 25% das defecações
- em menor extensão, reações químicas que ocorrem - sensação de evacuação incompleta após 25% ou mais
durante a digestão dos alimentos. das defecações
- fezes duras ou caprinas em 25% ou mais da evacuações
Poucos gases engolidos chegam ao cólon e altas - menos de 3 evacuações semanais
concentrações de N2 e O2 nos gases retais são resultantes
de aerofagia. O peso normal das fezes é de 100 a 200 gramas ao
dia e a freqüência pode varias de uma vez a cada 03 dias
Para evitar-se aerofagia deve-se comer lentamente, a 03 vezes por dia. O tempo de trânsito normal através do
mastigar com a boca fechada, restringir o uso de goma de TGI varia de 18 a 48 horas. (Krause)
mascar e privar-se de beber em canudos.
Krause 2013: Embora várias definições para
O movimento do gás através do TGI pode ser constipação sejam baseadas na frequência, dificuldade ou
melhorado pela postura ereta, exercícios leves ou consistência das fezes, a sensação de “sentir-se
massagens abdominais. constipado” pode ser suficiente para justificar uma
intervenção. Muitas vezes os pacientes se sentem
 TGI inferior: incomodados pelo desconforto físico do esforço para
- quantidades aumentadas de CO2, H2 e, algumas vezes, evacuar, fezes duras ou evacuação incompleta do que
CH4 (1/3 dos indivíduos) nos gases retais, indicam pela raridade das evacuações.

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Causas da constipação: O resíduo se refere à quantidade de massa fecal
remanescente após os processos de ingestão e secreção
As causas mais comuns de constipação em indivíduos GI, absorção de fermentação GI.
completamente saudáveis incluem:
-ausência repetida de resposta ao estímulo de Os componentes principais do resíduo fecal são:
defecar, bactérias e água, os quais constituem 60-80% do peso das
- insuficiência de fibra na dieta, fezes. O conteúdo restante inclui fibra dietética, células
- ingestão insuficiente de líquido, mucosas descamadas, muco e quantidades variáveis de
- inatividade e amidos não absorvidos.
- uso crônico de laxantes.
- tensão nervosa Aumentando-se a fibra dietética aumenta-se o
resíduo, por aumentar todos os componentes que fazem
Tratamento parte da massa fecal. O resíduo fecal também pode
aumentar sem aumentar-se a ingestão de fibra, a ingestão
Inclusão na rotina diária pessoal, de: de sorbitol ou lactose em indivíduos com intolerância, por
- fibra dietética adequada, exemplo, pode levar ao aumento do resíduo fecal
- líquidos adequados aumentado pela má absorção de açúcares, teor osmolar
- exercício e do lúmen colônico aumentado e massa fecal bacteriana
- atenção ao estímulo de defecar. aumentada. (Krause)

Os efeitos primários das fibras da dieta sobre a função Dieta de Alto Teor de Fibras (Krause)
intestinal se relacionam a capacidade de reter água e
aumento da massa microbionana, a qual presumivelmente Esta dieta fornece 25g ou mais de fibras (Krause),
leva à fezes maiores, mais macias e seu efeito de porém quantidades maiores de 50g/dia parecem não
distensão do cólon distal e reto, o qual aumenta o estímulo melhorar ainda mais a função intestinal e podem criar
de defecar e a velocidade do trânsito colônico (Figura 1). problemas com distensão abdominal e flatulência
excessiva.
O uso de frutooligossacarídeos (FOS) – substância
prebióticas que não são digeridas e são fermentadas nos A composição de fibras desta dieta pode ser
cólons levando ao crescimento de bactérias benéficas – alimentar ou usarem-se suplementos a base de pós (que
tem demonstrado efeitos promissores na constipação, devem ser dados dividindo-se em 02 ou mais vezes ao
porém ainda não se estabeleceu as quantidades indicadas. dia). (Krause). As dietas ricas em fibras devem ser
(Cuppari) lentamente implementadas, em um período de 1 a 2
semanas para minimizar sintomas de desconforto ou
O uso de caldo de ameixa preta, devido à presença do gases. (Krause, 2010)
ácido deiidroxifenilisatin, pode ter uma ação benéfica na
constipação. (Dan e Cuppari) Em pessoas com obstrução ou síndrome de
motilidade, os incrementos de fibra devem ser graduais,
demorando muitas vezes um mês para se atingir 25-
38g/dia. (Krause)

A fibra não é destruída pelo cozimento, apesar de sua


estrutura sofrer alterações. A ingestão aumentada de
líquidos (02 litros ao dia ou 08 copos) é importante para
facilitar a eficácia da dieta com alto teor de fibra. Efeitos
colaterais desta dieta são: flatulência aumentada,
borborigmo (ruído intestinal), cólica e diarréia. Estes
sintomas diminuem dentro de 4-5 dias do início de uma
dieta rica em fibras, mas um aumento da flatulência é
normal. (Krause)
Fig.01 Ação das fibras no tratamento da constipação
As recomendações para aumento de fibras dietéticas
para laxação não devem ser aplicadas a pacientes com
Fibra e resíduo: doenças neuromusculares, síndrome de dismotilidade, uso
crônico de opioides, distúrbios do assoalho pélvico ou
Fibra é definida como a porção do alimento que se outros GI graves. Em algumas doenças neuromusculares,
origina amplamente das paredes da célula vegetal e que um regime especial de medicação laxante é uma parte
não é prontamente digerida pelas enzimas no TGI. necessária ao tratamento.
(Krause)

Recomendação diária de fibras:


 Dan  25 a 35 g/dia, ou o correspondente a 10g de
fibras para cada 1000 kcal.
 Cuppari e Chemin (2011)  20 a 35g/dia de fibras
(ADA)
 Krause (2005/2010/2013)  mais do que 25g ao dia
ou 14g para cada 1000 kcal. (25g para mulheres e 38g
para homens)

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(Dan, Krause) Atenção! Casos especiais de No caso de cirurgia, após hemorroidectomia deve ser
constipação: utilizada uma dieta com resíduo mínimo, diminuir a
freqüências das fezes e favorecer a cicatrização. Uma
 Pacientes com obstipação decorrente de dieta normal é reassumida após a cicatrização estar
megacólon chagásico, em fases avançadas da doença, completa e o paciente deve ser instruído a consumir uma
não respondem positivamente ao acréscimo de fibras à dieta de alto teor de fibras para prevenir a constipação.
alimentação, podendo favorecer a formação de fecalomas. (Krause)
Recomendação: Dieta de resíduo mínimo + alimentos
laxativos (caldo de ameixa preta). Diarréia
Hemorróidas
Conceito (Krause e Cuppari)
O esforço evacuatórios decorrente da expulsão de
fezes duras predispõe ao prolapso muco-hemorroidário e É caracterizada pela evacuação freqüente de fezes
ao sangramento. Encontramos hemorróidas internas e líquidas (normalmente acima de 03 vezes/dia, excedendo
externas. Podem ser sintomáticas e assintomáticas, 300ml), acompanhadas de perda excessiva de líquidos e
hemorrágicas e não hemorrágicas. eletrólitos, especialmente Na e K.

Outros fatores desencadeantes que devem ser O uso de antibióticos pode contribuir para a diarréia,
valorizados além da constipação intestinal são: o abuso de pois destrói as bactérias intestinais e compromete a
laxativos, em especial os catárticos, a diarréia crônica, a produção de AGCC que estimulam a absorção de água e
gravidez, pelo aumento da pressão intra-abdominal, ou a eletrólitos no cólon. Os antibióticos também podem ter
associação à posição ortostática do ser humano. efeito direto sobre a função GI. A eritromicina, por
exemplo, aumenta a função GI. A eritromicina, a
O tratamento consiste em banho de assento, calor claritromicina e a clindamicina pode aumentar as
úmido, compressas, medicação emoliente de fezes SOS, secreções GI. Além disso, alguns antibióticos permitem a
supositórios, cirurgia SOS. proliferação oportunista de organismos competitivos no
trato GI. Estes microorganismos e suas toxinas diminuem
Orientação dietética: a absorção e aumentam a excreção de líquidos e
- dieta rica em fibras (20 a 30g) e líquidos; além eletrólitos. O Clostidium difficile é o mais comumente
de supressão de bebidas alcoólicas, pimentas e relacionado a esta situação, mas Crostridium perfringens,
condimentos, pela ação irritante nas mucosas. Nos Samonella, Shigella, Campylobacter, Yersínia
pacientes com constipação devem ser acrescentados Enterocolítica e Escherichia coli, também são associados à
auxiliares da evacuação como mucilagem, metilcelulose, diarréia causada por antibióticos.
sene e semente de plantago. (Chemin, 2011)
Os tipos de diarréia e as suas características podem
ser observados na tabela 02.

Tab. 02 Tipos e características das diarréias (Krause e Cuppari)


Tipo Características Patologias associadas
Osmóticas Presença de solutos osmoticamente ativos pouco Intolerância a lactose
absorvidos no lúmen intestinal Síndrome de dumping
Responde ao jejum
Secretórias Secreção ativa de eletrólitos e água pelo epitélio intestinal Causadas por exotoxinas
Não responde ao jejum bacterianas, vírus e secreção
aumentadas de hormônios
intestinais
Exsudativas Associadas a lesão da mucosa, o que leva a perda de Doença de Crohn
muco, sangue e proteínas plasmáticas, com acúmulo de Colite ulcerativa crônica
líquidos e eletrólitos no intestino Enterite de radiação
Obs.: segundo Krause (2010)
nestas situações também
podem ocorrer diarréias
secretórias e exsudativas
Contato mucoso limitado Mistura do quimo e exposição deste ao epitélio intestinal Doença de Crohn
(Krause, 2005) / Diarréia mal inadequadas Ressecção intestinal extensa
absortiva (Krause, 2010) , Quando uma doença prejudica o processo de digestão e
Disabsortiva (Krause, 2013) absorção ou existe transito GI rápido
Obs: geralmente acompanhada de esteatorréia.

Cuidado Nutricional nas Diarréias: Os líquidos podem ser repostos por ingestão oral,
particularmente daqueles ricos em Na e K como soluções
Como a diarréia é sintoma, o objetivo do tratamento é de eletrólitos, água de coco e bebidas isotônicas.
remover a causa. Em seguida executar a reposição de
líquidos e eletrólitos e enfim, dar atenção às considerações As recomendações nutricionais nas diarréias
sobre nutrição. encontram-se na tabela 3.

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Tab. 03 Recomendações nutricionais na diarréia
Grupo alimentar Recomendado Evitado
Leite e derivados Ricota e iogurte, se tolerados Leite
Carnes e caldos de carnes Preferencialmente, as brancas (aves e peixes) bem Carnes vermelhas e caldos de carne
cozidas, caldos de carnes (Krause) (Dan)
Cereais e derivados Fontes de fibras solúveis Fontes de fibras insolíveis
Frutas e sucos Fruitas cozidas e sucos diluídos a 25 ou 50%, suco Sucos puros e frutas cruas
de limão, água de coco
Hortaliças Cozidas, devendo ser evitadas as folhosas, em Cruas e folhosas
caldo.
Obs.: segundo a Krause, recomenda-se o uso de caldos de carne, segundo o Dan, não este não deve ser utilizado devido
ao alto teor de purinas que estimula o peristaltismo intestinal.

A pectina ou um suplemento de pequena quantidade benéfico na diarréia do viajante, diarréia relacionada a


de uma fibra solúvel (hidrofílica) também pode ajudar a antibióticos, super-crescimento bacteriano e em algumas
controlar a diarréia, pela viscosidade que proporciona e diarréias pediátricas.
pela estimulação da produção de ácidos graxos de cadeia
curta, importantes para a integridade e recuperação da Krause 2013  Os probióticos mostram alguma
mucosa intestinal. Deve-se evitar a oferta de fibras promessa na prevenção da recorrência de infecções por C.
insolúveis. dificcili, mas não há dados suficientes para recomendar
probióticos como tratamento primário desta infecção.
A perda de potássio altera a motilidade intestinal e
aumenta a anorexia e pode principiar um ciclo de Dieta com Restrição de Fibras (Krause)
desconforto intestinal.
Uma dieta de pouco resíduo ou resíduo mínimo é
O objetivo dietético fundamental é limitar grandes usada, então, em pacientes com má- digestão, má
quantidades de carboidratos hiperosmóticos, que podem absorção ou diarréia e inclui alimentos que são digeridos
ser mal digeridos ou mal absorvidos; alimentos que por completo e bem absorvidos e que não aumentarão
estimulam secreção de líquidos e alimentos que aceleram excessivamente as secreções GI.
o trânsito GI.
A dieta com restrição de fibras tipicamente restringe
Os álcoois, açúcares lactose, frutose e grandes frutas, vegetais e grãos brutos e, usualmente, fornece
quantidades de sacarose podem piorar as diarréias menos de 20g de fibra dietética.
osmóticas e podem precisar ser limitados. Nas doenças
que causam diarréia secretória ou exsudativa (DII ou Os alimentos/nutrientes que devem ser evitados são:
infecção) os açúcares também têm que ser restritos pela  lactose (máximo 6-12 gramas devem ser ingeridos ao
diminuição das dissacaridases. dia),
 fibra (excesso, mais que 20g),
Quando há melhora da diarréia, as quantidades  amido-resistente (especialmente estaquiose e rafinose
alimentares fornecidas devem aumentar, seguindo a das leguminosas),
tolerância individual, iniciando-se com amidos complexos,  sorbitol, manitol e xilitol (excesso, mais de 10g/dia),
seguidos de proteínas e gorduras.  frutose (excesso, mais de 20 a 25g/refeição),
 sacarose (excesso, >20-25g/refeição – Krause, 2005
Pode–se lentamente aumentar o incremento de fibras ou > 20-50g/refeição – Krause, 2010 e 2013),
na dieta o que auxilia no restabelecimento da função  cafeína e
mucosa normal. As deficiências nutricionais em si causam  bebidas alcoólicas (principalmente vinho e cerveja)
alterações mucosas, tal como diminuição da altura de vilos Obs,: este dois últimos por aumentar as secreções GI
e secreção de enzimas diminuída contribuindo ainda mais e o café por estimular a motilidade colônica.
para a má absorção. Então, se houver deficiências de
micronutrientes ou até proteínas e gorduras estes podem
ser repostos por via enteral (se necessário com dieta
elementares ou oligoméricas) ou parenteral.

No período de remissão utilizar probióticos para a


recuperação da flora bacteriana. Este uso tem se mostrado

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Tratamento da Diarréia em Bebês e Crianças (Krause) Os ácidos graxos de cadeia curta e média são capazes de
A desidratação é comum e a reposição deve ser entrar diretamente no sangue venoso portal até o fígado
agressiva. A solução de reidratação oral padrão sem serem ressintetizados em triglicerídeos. Um grama de
recomendada pela OMS e pela Associação Americana de TCM fornece 8,3 kcal
Pediatria pode ser observada na tabela 05.
Estrituras e Obstruções Gastrointestinais
Tab. 05 Composição da Solução de Reidratação Oral
Elemento Composição (Krause)
Glicose (g/100ml) 20
A doença inflamatória intestinal, a úlcera péptica,
Na (mEq/L) 90
cirurgia gastrointestinais e tumores podem obstruir parcial
K (mEq/L) 20
ou completamente o trato gastrointestinal. (Fig. 2) A
Cl (mEq/L) 80 enterite de radiação crônica pode ser outra causa de
HCO3 30 obstrução ou estreitamento.
Osmolaridades (mOsm/L) 330

Receita da solução de re-hidratação oral  Para 01


litro de água, adicionar 3,5g de cloreto de sódio, 2,5g de
bicarbonato de sódio, 1,5g de cloreto de potássio e 20g de
glicose.

Algumas crianças, mesmo com diarréia podem manter


uma ingestão alimentar adequada quando se oferece uma
dieta líquida ou semi-sólida e mesmo durante a diarréia, o
intestino pode absorver até 60% do alimento consumido. O Fig. 02. Obstrução intestinal com redução do diâmetro de
jejum não é benéfico, a oferta alimentar auxilia a reparação passagem do quimo
intestinal. Com diarréia intratável, a NPT às vezes é
necessária. A reposição ou suplementação de folato pode As obstruções no estômago que resultam da ingestão
ser útil para diarréia aguda, possivelmente, porque ele de alimentos chamados fitobenzoares são mais comuns
acelera a reposição normal de células epiteliais mucosas em pacientes com dentição precária ou que usam
danificadas. próteses. Os alimentos comumente incriminados na
formação de fitobenzoares incluem cascas de batatas,
Esteatorréia (Krause) bagaços de laranjas e da toronja, porém, muitos alimentos
que são consumidos em grandes pedaços ou que
É uma conseqüência da má absorção na qual a possuem peles difíceis de mastigar podem ser
gordura não absorvida permanece nas fezes. problemáticos. Quando a obstrução acontece no intestino
Normalmente 94 a 98% da gordura ingerida é absorvida, delgado, o paciente com freqüência sente distensão
mas, na esteatorréia, a porcentagem de gordura nas fezes abdominal, dor, e algumas vezes, náuseas e vômitos.
pode aumentar em até 20%.
Nestes pacientes tanto a quantidade (menos que 10 a
O limite superior de gordura fecal normal é de 7%. 15 gramas ao dia) como o tamanho das fibras devem ser
(Krause, 2010) controlados, já que as fibras podem não ser totalmente
mastigadas ou reduzidas o suficiente para passar pelos
O diagnóstico é feito através da coleta de fezes de 72 segmentos estreitos.
horas, quando então, é analisada a gordura fecal. Uma
dieta que contenha de 75 a 100 gramas de gordura é Especialmente, com as obstruções distais pode ser
normalmente sugerida. benéfico manter uma quantidade pequena de fibras em
partículas de pequeno tamanho para manter as fezes
A esteatorréia pode resultar de: macias.
 Insuficiência biliar secundária a hepatopatia, obstrução
biliar, síndrome da alça cega ou ressecção ileal; Alguns casos de obstrução intestinal podem
 Insuficiência pancreática; necessitar de líquidos claros ou de restrição total de
 Falha de absorção normal devido a dano da mucosa alimentos e nutrição parenteral.
(doença celíaca, DC e irradiação intestinal);
 Reesterificação de gordura diminuída formação e Doenças do Intestino Delgado
transporte diminuído de quilomícrons
(abetalipoproteínemia ou linfangiectasia intestinal)
Doença Celíaca ou Enteropatia Sensível ao
Como a esteatorréia é um sintoma e não uma doença,
a causa subjacente de má absorção deve ser determinada
Glúten ou Espru não-tropical
e tratada.
É causada por uma reação às proteínas do glúten. As
Deve-se verificar se há perda de peso e é necessário proteínas deletérias do glúten, responsáveis pela lesão na
aumento calórico, as proteínas e os carboidratos mucosa são a gliadina (trigo), a hordeína (cevada), a
complexos devem estar em grande quantidade na dieta e secalina (centeio) e avidina (aveia), sendo a gliadina o
as gorduras conforme tolerado. Pode ser necessários componente mais estudado.
suplementação de vitaminas e minerais, especialmente as
lipossolúveis e cálcio, zinco, magnésio e ferro. As gliadinas apresentam as frações alfa, beta, gama e
ômega, sendo a ALFAGLIADINA o fator protéico tóxico.
Pode se fazer uso dos triglicerídeos de cadeia média (Dan, 2009) A gliadina e gluteninas do trigo são ricas em
(TCM) que possuem 8 a 10 carbonos, e por esta razão são prolina e glutamina que são potentes ativadores da
hidrolisados rapidamente pela lipase intestinal não resposta imunológica na doença celíaca. (Krause, 2010 e
necessitando da lipase pancreática nem de ácidos biliares. Dan, 2009).
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A doença primariamente afeta a mucosa das porções
O mecanismo pelo qual a gliadina danifica o intestino proximal e média do intestino delgado, mas os segmentos
delgado é desconhecido. Combinação de suscetibilidade mais distais também podem estar envolvidos.
genética e um desencadeante desconhecido que permite
ao sistema imunológico criar uma resposta imune anormal A resposta inflamatória auto-imune leva à atrofia dos
quando exposto ao glúten. (Krause, 2010) vilos, má absorção e desnutrição. (Krause, 2010), além de
hiperplasia das criptas e aumento da celularidade. (Dan,
Epidemiologia 2009) As células plasmáticas e linfócitos aumentados
prejudicam a absorção de nutrientes. (Dan, 2009)
Há um predomínio da doença em indivíduos de raça
branca e no sexo feminino. A atrofia e o achatamento das vilosidades afetam
gravemente, a área disponível para absorção de
Cerca de 8 a 13% dos pacientes adultos com nutrientes. Além disso, as células das vilosidades se
doença celíaca irão desenvolver alguma doença maligna, tornam deficientes nas dissacaridases e peptidases
sendo as mais freqüentes o linfoma intestinal não-Hodgkin, necessárias para digestão e também nos carreadores
carcinoma de esôfago e carcinoma de orofaringe. O risco necessários para transporte de nutrientes para a corrente
reduz de modo importante com a exclusão do glúten da sangüínea. A liberação diminuída de colecistoquinina
dieta, tornando-se semelhante ao da população em geral diminui as secreções da vesícula biliar e pancreática e
após 05 anos de tratamento adequado. contribui ainda mais para a má absorção. Na figura 3A
observamos uma mucosa intestinal normal e na figura 3B
Fisiopatologia uma mucosa atrofiada.

A B

Fig. 03 Mucosa intestinal normal (A) e atrofiada (B)

Diagnóstico da Doença Celíaca:


Segundo Chemin, o quadro clínico apresenta a tríade
O diagnóstico de doença celíaca é feito por uma dominante clássica constituída por diarréia, perda de peso
combinação de avaliações clínicas, laboratoriais e e astenia.
histológicas, porém a biópsia de intestino delgado é o
ponto final (padrão ouro) do diagnóstico. Os sintomas mais comuns nas crianças de 06 meses
a 03 anos de idade são: diarréia, esteatorréia, atraso de
É realizada uma biópsia inicial (no duodeno, jejuno ou crescimento e puberdade, apatia, pouco ganho de peso,
íleo) enquanto o paciente está com uma dieta com glúten. vômito e distensão abdominal.
Em seguida é obtida a remissão com a retirada da gliadina.
Os anticorpos circulantes como anticorpo Os adultos podem experimentar perda de peso,
antitransglutaminase tecidual e antiendomísio e peptídio apesar de apetite aumentado, dor abdominal, diarreia,
gliadina desaminada e seu subseqüente desaparecimento fraqueza e fadiga ou eles podem se apresentar com
com dieta sem glúten adiciona força ao diagnóstico sintomas extra-intestinais como artralgia, anemia
(principalmente por deficiência de ferro), osteopenia,
Manifestações clínicas: infertilidade e aborto recorrente ou espontâneo, síndrome
do intestino irritável, neuropatia periferia, estomatite
Segundo Dan (2009), A DC pode ser classificada em recorrente e outras formas de doença auto-imune.
clássica, atípica, silenciosa e latente. Segundo a Krause(2010) são manifestações da odença
celíaca também, constipação crônica e má absorção de
 Clássica: Sintomas de má-absorção GI após exposição vitaminas e minerais.
ao glúten da dieta – diarréia ou esteatorréia, perda de
peso, dor e distensão abdominal e deficiências As pessoas com dermatite herpetiforme, um distúrbio
nutricionais. Se manifesta entre 6 e 24 meses de idade. de pele papulovascular com prurido, mostram sensibilidade
 Não – Clássica ou atípica: Pouco ou nenhum sintoma intestinal à gliadina: 60% também possuem atrofia vilosa
GI (sem diarréia). Predomínio das manifestações grave do intestino delgado. A manifestação cutânea
extraintestinais. Surge mais tardiamente. Os únicos também responde a uma dieta sem glúten.
indícios podem ser a baixa estatura ou anemia.
 Silenciosa: Pacientes assintomáticos, mas com Na tabela 06 podemos observar as manifestações
sorologia e biopsia positivas para a DC. extra-intestinais de doença celíaca.
 Potencial ou Latente: Sorologia positiva, mas com
biopsia intestinal normal, mesmo com dieta contendo
glúten.

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Tab. 06 Manifestações extra-intestinais da doença celíaca e suas possíveis causas
Órgão Manifestação Causa provável
Hematopoiético Anemia Deficiência de folato, ferro, vitamina B12
Hemorragia, púrpura Hipoprotrombinemia, geralmente devido a má absorção de vitamina K
Esquelético Osteomalácia Absorção prejudicada de vitamina D
Osteoporose, dor óssea Formação de sabões de cálcio insolúveis por ácidos graxos no lúmen
Osteopenia, fraturas intestinal levando ao transporte e absorção de cálcio defeituosas
Hipolasia de esmalte dentário
Muscular Parestesias, Câimbras Depleção de cálcio ou magnésio devido à absorção precária
musculares, tetania, fraqueza Hipocalemia devido a perdas a potássio
Neurológico Neuropatia periférica Deficiências de vitaminas tais como tiamina e vitamina B12

Endócrino Hiperpartireoidismo 2° Má absorção de cálcio e vitamina D causando hipocalcemia


Hipopituitarismo 2° Desnutrição devido à má absorção
Insuficiência adrenocortical Hipopituitarismo
Hiperceratose folicular Deficiência de vitamina A
Petéquias e equimoses Hipoprotrombinemia
A intolerância à lactose ocorre algumas vezes
Tratamento da Doença Celíaca secundariamente à doença celíaca e necessita de
terapêutica apropriada. Normalmente após a dieta sem
Dentro de 02 a 08 semanas do início de uma dieta gliadina a lactase volta a níveis normais e a intolerância a
sem glúten, a maioria dos pacientes relata que os sintomas lactose desaparece.
clínicos desaparecem. (Krause, 2010)
Outras suplementações de nutrientes específicas
A retirada da gliadina (e das outras proteínas) podem ser necessárias de acordo com as seqüelas
geralmente reverte o processo e a mucosa intestinal volta nutricionais relacionadas na tabela 6.
ao normal, entretanto alguns pacientes podem necessitar
de meses até anos de dieta para a recuperação máxima. A Os pacientes que continuam com má absorção devem
gliadina deve ser evitada por toda a vida. Nesta dieta, trigo, receber um suplemento de vitaminas e minerais para
centeio, aveia e cevada são excluídos. atingir a RDA. Se houver má absorção o TCM pode auxiliar
a fornecer calorias.
Pode-se utilizar milho, batata, arroz, soja, tapioca,
amaranto, quinoa, painço, araruta, polvilho doce e azedo, Espru Tropical (Krause)
sagu, mandioca, fécula de batata, fubá, farinha de milho,
amido de milho e canjica e trigo sarraceno (é assim É uma síndrome de diarréia que ocorre em áreas
conhecido, mas não pertence a família do trigo comum e tropicais. Ela pode ser a seqüela de uma diarréia
não possui glúten). infecciosa aguda, com subseqüente contaminação do
intestino por bactérias. Como na doença celíaca, as
A ausência de sintomas após consumir gliadina (e as vilosidades intestinais são encurtadas, porém as
outras proteínas) não necessariamente significa que as alterações de superfície celular são muito menos graves. A
vilosidades não estão danificadas. A condição precipitante mucosa gástrica pode ser inflamada, com secreção
continua a existir e a gliadina causa alterações mucosas diminuída de ácido clorídrico e fator intrínseco.
dentro de horas. Entretanto os sintomas podem levar 02
até 08 semanas ou mais para reaparecer. Os sintomas incluem diarréia, anorexia, distensão
abdominal, assim como sintomas de deficiência nutricional,
Foi observado que adultos que iniciam e param a dieta tais como cegueira noturna, glossite, estomatite, queilose,
sem gliadina várias vezes podem atingir um estado no qual palidez e edema. A anemia pode resultar de deficiências
não respondem mais à dieta. Em casos não tratados, a de ferro, ácido fólico e vitamina B12.
resposta exagerada imune e inflamatória eventualmente
resulta em lesão suficiente da mucosa intestinal, a ponto Tratamento do Espru Tropical
de comprometer as funções secretoras, digestivas e
absortivas normais, especialmente no intestino delgado Envolve a restauração de fluídos, eletrólitos e
proximal. nutrientes. Esta patologia freqüentemente responde à
terapia com antibióticos e folato. Juntamente com outros
Recentemente, a necessidade de se restringir aveia nutrientes quando necessário, o folato é administrado
na dieta de pessoas com doença celíaca e dermatite oralmente, juntamente com vitamina B12 intramuscular
herpetiforme tem sido desafiada, sendo que as (1000 g/mês).
manifestações clínicas e GI de sensibilidade ao glúten não
parecem recorrer em avaliação de ingestão de aveia que
Deficiências de Enzima da Borda em Escova
durem de 06 meses a 05 anos ou mais. Porém, ainda
reluta-se quando a esta indicação e são necessários mais Intestinal
estudos. As organizações celíacas da América do Norte
não recomendam a ingestão de aveia. Podem ocorrer como:

Inicialmente, a dieta deve ser suplementada por 1) Defeitos raros congênitos tais como deficiências de
vitaminas e minerais e proteínas EXTRAS para suprir as sacarase, de isomaltase ou lactase, vistas no recém
deficiências e repor os depósitos de nutrientes. (Krause, nascido;
2010) Deve-se orientar os pacientes a ler os rótulos dos 2) Formas generalizadas secundárias a doenças que
alimentos atenciosamente, administrar cálcio e vitamina D danifiquem o epitélio (doença de Crohn ou doença
além de fazer suplementação de ômega 3. (Krause, 2010) celíaca);

7
3) Uma forma que usualmente aparece após a A maioria dos adultos pode tolerar pequenas
infância, mas pode aparecer até os 02 anos de quantidades como 06 a 12 gramas sem sintomas,
idade. especialmente quando consumida com refeições ou na
forma de iogurte. Com freqüência os derivados de leite
Deficiência de lactase sólidos ou semi-sólidos tais como queijos envelhecidos,
são bem tolerados porque o esvaziamento gástrico destes
É causada por uma deficiência de lactase, a enzima gêneros alimentares é mais lento que o de bebidas lácteas
que digere o açúcar do leite, a lactose. líquidas e o teor de lactose é baixo. A tolerância ao iogurte
deve ser devido à presença de -galactosidase microbiana
A lactase é uma beta-galactosidade, que tem na cultura bacteriana que facilita a digestão de lactose no
predomínio no jejuno e está localizada no ápice das intestino.
vilosidades, o que a torna mais sensível à lesão da
mucosa intestinal. Muitos adultos com intolerância a quantidades
moderadas de leite podem se adaptar e tolerar 12 gramas
A quantidade de lactase é cerca de metade das outras ou mais de lactose no leite (240 ml de leite) quando
dissacaridases, como a sacarase, dextrinase ou introduzidas gradualmente durante várias semanas
glicoamilase. (Krause).

A lactose não é hidrolisada a galactose e glicose e As pessoas que evitam produtos lácteos devem tomar
permanece no intestino e atua osmoticamente para atrair suplementos de cálcio e ler os rótulos dos alimentos
água para o intestino. As bactérias colônicas fermentam a cuidadosamente (Krause).
lactose não digerida, gerando ácidos graxos de cadeia
curta, dióxido de carbono e gás hidrogênio. O consumo de A enzima lactase, como o Lactaid (Figura 04) e os
mais de 12 gramas (01 copo de leite) pode resultar em produtos do leite tratados com a enzima lactase estão
inchaço, flatulência, cólicas e diarréia. disponíveis para auxiliar a digestão dos intolerantes.

Normalmente, a atividade de lactase declina


exponencialmente no desmame para cerca de 10% do
valor neonatal. O declínio da lactase é comumente
conhecido como hipolactasia. A hipolactasia do tipo adulto
é o tipo mais comum de deficiência de lactase. A atividade
de lactase retorna após cirurgia intestinal ou desuso
prolongado do TGI como em NPT, porém, geralmente,
lentamente.
Fig.04 – Enzima lactase comercial – Lactaid
Segundo a Krause (2010), a hipolactasia pode ter
relação com o aumento do câncer de cólon em algumas Má absorção de Frutose (Krause, 2013)
populações.
O consumo de frutose, especialmente a partir de
A deficiência de lactase é diagnosticada com base: suco de frutas, bebidas à base de frutas e refrigerantes
contendo xarope de milho rico em frutose e doces tem
 Uma história de sintomas GI após a ingestão de leite aumentado significativamente. O intestino delgado humano
(Krause); tem capacidade limitada para absorver frutose e sua
absorção é melhor quando é ingerida com glicose, que
 Teste da absorção de lactose (Krause)  um teste de estimula as vias de absorção da frutose.
tolerância a glicose anormal. Após a oferta de 02 g/kg de Embora a má absorção de frutose seja comum
lactose, máximo de 50 g (50g = conteúdo de lactose de 01 em indivíduos saudáveis, seu surgimento parece depender
litro de leite) a glicose sérica aumenta menos de 25 g/ml da quantidade de frutose ingerida. Aqueles com doença GI
ou mg/dl quando comparada ao nível de jejum. O jejum coexistentes estão mais propensos a sentir sintomas GI.
deve ser de 08 horas para crianças eutróficas e 04 horas Estes indivíduos podem não ter problemas com
para as desnutridas. (Teixeira Neto, 2003) alimentos que contém quantidades balanceadas de glicose
e frutose, mas podem precisar evitar os alimentos com
 Teste do Hidrogêncio Expirado (Krause) O grandes quantidades de frutose livre como pera, maça,
hidrogênio é produzido na fermentação da lactose pelas manga e pera asiática. Além disso, a maioria dos sucos
bactérias quando ela chega ao intestino grosso, onde não de frutas e frutas secas pode ser problemática se ingerida
deveria chegar. O hidrogênio é absorvido pelo intestino, em grandes quantidades, assim como, os alimentos
transportado pela corrente sangüínea até os pulmões e, adoçados com xarope de milho rico em frutose.
então, exalado pelo ar expirado. A dose teste do açúcar O metabolismo hepático da frutose é semelhante
utilizada é de 02 g /kg de peso corporal, máximo de 50g ao do etanol, na medida em que ambos servem como
em solução de 20%. A determinação da quantidade de substratos para a lipogênese de novo, promovendo assim,
hidrogênio é feita através de técnica de cromatografia resistência hepática à insulina, dislipidemia e esteatose
gasosa. Considera-se resultado positivo, um aumento de hepática.
concentração de hidrogênio maior que 20 ppm em relação O grau de intolerância à frutose e os sintomas são
ao valor em jejum em quaisquer amostras. variáveis entre os indivíduos e a quantidade a ser ingerida
deve ser individualizada.
Os sintomas dessa deficiência são aliviados com
restrição à ingestão de lactose.

As pessoas que fazem restrição de lactose devem


tomar suplementos de cálcio e ler rótulos de alimentos
cuidadosamente.

8
Doenças Inflamatórias Intestinais (DII)
Embora possa acometer qualquer faixa etária a DC
predomina em pessoas jovens, com pico de incidência
As duas principais DIIs são a doença de Crohn (DC) e
entre 10 e 40 anos de idade, porém, 15% das pessoas têm
a retocolite ulcerativa inespecífica (RCUI). São de
mais de 60 anos ao diagnóstico, caracterizando um
evolução crônica, de etiologia desconhecida,
segundo pico de incidência, menos evidente, entre 60-80
caracterizadas por períodos de atividade e/ou
anos, configurando uma apresentação bimodal.
complicações, intercalados com fases de aparente
acalmia, possuem respostas terapêuticas semelhantes,
As características particularmente importantes da DC
mesmo que, fisiopatologicamente devam ser consideradas
incluem:
doenças diferentes.
 Pode envolver qualquer parte do TGI, da boca ao
ânus. O intestino delgado, particularmente o íleo terminal
Apesar de serem de etiologia desconhecida, a
estão envolvidos;
predisposição genética e o fenômeno auto-imune estão
 Inflamação segmentar – áreas sadias intercaladas
presentes, sendo também influenciadas por fatores
com áreas inflamadas;
ambientais (possivelmente a dieta e interações virais e
 Envolvimento transmural da parede levando à
bacterianas com células intestinais). Nas DIIs os
complicações como fístulas, ulceração, abscessos,
mecanismos reguladores da resposta imune são
espessamento submucoso, estenoses (Figura 5) e
defeituosos ou os fatores que estimulam a resposta
obstruções parciais do trânsito.
imunológica e a fase aguda são intensificados, levando a
fibrose e destruição tecidual.

Os fatores associados ao desenvolvimento de DII em


estudos epidemiológicos incluem um aumento na ingestão
de sacarose, redução na quantidade de frutas e hortaliças,
baixa ingestão de fibras alimentares, ingestão de carne
vermelha e álcool e alteração na proporção de ácidos
graxos poliinsaturados w3/w6. (Krause, 2013)

A DC e a RCUI compartilham algumas características


clínicas, por exemplo, as intolerâncias alimentares,
diarréia, febre, perda de peso, desnutrição (principalmente
na DC), deficiência de crescimento e manifestações extra- Fig. 05 Estenose na doença de Crohn
intestinais (artrítica, dermatológica e hepática) ocorrem em
ambas doenças. Em ambas o risco de doença maligna é As cirurgias podem ser necessárias para reparar
aumentado com doença de longa duração. As duas estreitamento ou remover porções do intestino quando o
doenças, entretanto, possuem características diferentes tratamento clínico falha. A cirurgia não cura a doença,
em termos de genética, apresentação clínica e tratamento apenas trata as complicações.
que podem ser observadas na tabela 7.

Epidemiologia: (Chemin, 2011) Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI)

- As DIIs são mais comuns em parentes de 1º grau: A RCUI acomete igualmente ambos os sexos, e ao
exposição aos mesmos fatores ambientais ou pela contrário da DC, a RCU apresenta dois picos de
presença de fatores genéticos comuns. incidência: um primeiro no adulto jovem, entre 15 e 35
- As DIIs são mais incidentes em países com alto anos, e um segundo entre os 60 e 70 anos, sendo que a
poder sócio-econômico  relação com dieta, hábito de doença no idoso caracteriza-se por um quadro mais leve.
fumar e outras questões ainda não definidas. O aumento
da higiene pessoal e a conseqüente redução da exposição Ao que parece a nicotina e o hábito de fumar exerce
do sistema imune do intestino a micróbios durante a efeito protetor na RCUI e precipitante na DC, mas não
infância podem ser identificados como um denominador explicações definitivas para este mecanismo até o
comum para estes fatores que, posteriormente, resultam momento.
em resposta imune alterada, ou seja, em uma DII.
As características particularmente importantes da
Etipatogenia: (Chemin, 2011) RCUI são:
 A doença envolve apenas o cólon e sempre se
- Há alterações quantitativa e qualitativas na estende a partir do reto;
microbiota intestinal de pacientes com DIIs. Também  A inflamação é limitada a camada mucosa;
ocorre aumento de bactérias anaeróbias com redução de  A doença contínua é característica ao contrário da DC;
bifidobactérias e lactobacillus.  O sangramento retal ou diarréia com sangue são
comuns (e maiores que a DC)

Doença de Crohn (DC) Na doença grave ou no risco aumentado de câncer, é


recomendada a remoção completa do cólon, com a criação
A incidência de doença de Crohn vem aumentando de uma ileostomia ou bolsa ileal. (Veremos a descrição
nos últimos anos por motivos não determinados. Acomete destes procedimentos cirúrgicos mais adiante, ainda neste
mais a raça branca, sem preferência por sexo. O fator capítulo)
genético parece ter papel mais importante na DC que na .
RCU.

9
Tab.07 Diferenças entre DC e RCUI (Krause)

Cuidado Nutricional nas DIIs

Tratamento Clínico das DIIs A dieta e a nutrição desempenham um papel


importante no tratamento de exacerbações e sintomas das
Os objetivos do tratamento das DIIs são induzir e manter a DIIs.
remissão e o estado nutricional.
Os principais objetivos da terapia nutricional são:
O tratamento das manifestações GI primárias parece - recuperar e/ou manter o estado nutricional,
corrigir a maioria das características extra-intestinais da - manter o crescimento em crianças,
doença também. As medicações utilizadas são os - fornecer aporte adequado de nutrientes,
corticosteróides, os agentes anti-inflamatórios - contribuir para o alívio dos sintomas,
(aminossalicilatos), agentes imunossupressores e - proporcionar recursos nutricionais adequados para
antibióticos (metronidazol). facilitar a cicatrização das lesões
- garantir suporte nutricional no pré e pós-operatório de
Um novo agente terapêutico que vem sendo pacientes com indicações cirúrgicas
utilizado principalmente da DC é o infliximab que é um anti - utilizar dietas que diminuam a atividade de doença
TNF-, sendo assim, inativa uma das citocinas pró- (Chemin, 2011)
inflamatórias primárias. Ele é normalmente utilizado nos - aumentar o tempo de remissão da doença (Chemin,2011)
casos mais graves de doença de Crohn e no tratamento de - reduzir as indicações cirúrgicas (Chemin, 2011)
fístulas, mas ainda não se mostrou eficaz na colite
ulcerativa Ainda não está claro se os fatores dietéticos
contribuem para exacerbar a doença, mas certamente
podem agravar os sintomas.
Tratamento Cirúrgico das DIIs (Krause, 2010)
Segundo Chemin (2011), na literatura recomenda-se o
A cirurgia não cura a doença de Crohn e geralmente uso de dietas de exclusão, especialmente para pacientes
ocorre reincidência dentro de 1 a 3 anos após a cirurgia. que estão constantemente com a doença em atividade. A
Na colite ulcerativa, aproximadamente 20% dos pacientes dieta de exclusão consiste em identificar e excluir
realizam colectomia e remoção do cólon, e isto resolve a alimentos que afetam a atividade da doença ou exacerba
doença. A colectomia é dependente da gravidade da os sintomas, promovendo menos surtos de ativação da
doença e de indicadores do aumento do risco de câncer. doença do que a dieta normal, aumento da albumina sérica
e diminuição da velocidade de hemossedimentação (VHS).

A DII pelo seu envolvimento do TGI e seus efeitos


sobre a ingestão alimentar é comum estar associada a
10
deficiência nutricional, podendo esta variar desde
alterações discretas nos níveis de oligoelementos até Os pacientes com estenose ou obstrução parcial do
estados óbvios de desnutrição severa, com grande perda intestino se beneficiam de uma redução nas fibras
de peso (Chemin, 2011) alimentares ou limitação do tamanho da partícula de
alimento (Krause, 2013)
Na tabela 08 podemos observar os principais
problemas nutricionais associados às DIIs. A desnutrição, por si só, compromete a função
digestiva e absortiva (redução da secreção de enzimas
Tab. 08 Principais problemas nutricionais nas DIIs pancreáticas e diminuição da atividade enzimática na
borda em escova das células da mucosa intestinal) e pode
1. Anemias relacionadas à perda de sangue e pouca aumentar a permeabilidade do TGI a agentes inflamatórios
ingestão alimentar. (Na DC – por deficiência de ferro, folato potenciais.
e vitamina B12, na RCU-deficiência de ferro)
2. Estreitamento GI que levam ao inchaço, náusea, Á desnutrição aguda observada durante os surtos de
crescimento bacteriano excessivo e diarréia. atividade de doença tem como principais manifestações
3. Inflamação e ressecções cirúrgicas resultando em clínicas  perda de peso, anemia e hipoalbuminemia.
diarréia e má absorção de sais biliares, micronutrientes e (Chemin, 2011)
macronutrientes.
4. Secreções GI aumentadas com inflamações e trânsito Segundo Chemin (2011)/Krause (2013), pacientes
aumentados. com DII (especialmente de DC) têm um risco maior de
5. Dor abdominal, anorexia, náusea, vômito, inchaço e fratura óssea consequente a redução do conteúdo mineral
diarréia. ósseo. Constituem fatores de risco para a osteoporose
6. Aversões alimentares, ansiedade e medo de comer nesses pacientes o uso de corticoides, baixo peso, má-
relacionado a experiências com os sintomas citados no absorção de cálcio e vitaminas lipossolúveis e o próprio
item 5. processo inflamatório.
7. Interações de droga-nutriente.
Corticóides (diminui absorção de cálcio e estimula perda Segundo Projeto Diretrizes, crianças e adolescente
de proteínas) apresentam redução na velocidade de crescimento em 15-
Sulfassalazina (inibe a absorção folato e é irritante 40% dos casos
gástrico)
Colestiramina – retentor de sais biliares (diminui a
absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis) A tabela 09 o resume as recomendações nutricionais
8. Alergias alimentares verdadeiras e percebidas na fase aguda das DIIs.
9. Aumento das necessidades nutricionais  febre,
infecção, formação de abscesso e fístula e atividade da
doença
10. Restrições alimentares, ambas iatrogênicas e auto-
impostas.
11. Falha de crescimento, perda de peso, deficiências de
micronutrientes e desnutrição protéico-calórica.
12. Concentrações séricas elevadas de homocisteína,
representando depleção de vitaminas do complexo B
(Krause, 2010)

Tab. 09 Cuidado Nutricional na Fase Aguda das DIIs


(Dieta de resíduo mínimo)

Característica da dieta Recomendação


Valor energético total Cuppari, 2005 - GEB x FA x 1,75 (devido ao hipermetabolismo das DIIs)
Krause – Necessidades não são muito aumentadas a não ser que se deseje ganho de peso
Chemin (2011) – 35-40 kcal/kg/dia
Projeto Diretrizes e Cuppari, 2014 - Oferta de 25-30 kcal/kg pode ser adequada para a maioria dos pacientes
Proteínas Cuppari e Chemin (2011)- 1 a 1,5 g (até 02g para desnutridos)/kg peso ideal/dia
Krause -  50% das necessidades na fase ativa da doença
Hoje, o uso de pré e próbióticos é considerado
Krause 2013 – 1,3 a 1,5g/kg/dia plausível porque eles têm o papel de alterar a microflora GI
Lipídios Hipolipídica (< 20% das calorias totais), uma vez que podem piorar a diarréia (defic. sais biliares)
Carboidratos Normoglicídica
Isenta de lactose (níveis de lactase diminuídos pela diarréia)
Controle de mono e dissacarídeos para evitar soluções hiperosmolares que possam aumentar a diarréia
Rica em fibras solúveis (atuam na formação de AGCC) e pobre em fibras insolúveis.
Antifermentativa Evitar alimentos formadores de gases - brócolis, couve-flor, repolho, nabo, cebola crua, pimentão verde,
rabanete, pepino, batata doce, grãos de leguminosas, frutos do mar, melão, abacate, melancia, ovo cozido ou
frito quando consumido inteiro, semente oleoginosas, bebidas gasosas, excessos de açúcar e doces
concentrados.
Vitaminas e minerais Estimula-se a suplementação devido às restrições alimentares
A reposição de zinco e vitamina C tem importância para o sistema imune, estimulando a proliferação de
linfócitos T
Krause (2010/2013) – a suplementação de vitaminas, especialmente folato, vitamina B6 e B12, minerais e
oligoelementos pode ser necessária. A diarreia pode agravar as perdas de zinco, potássio e selênio
Volume Diminuído
Fracionamento Aumentado

11
Os probióticos alteram a flora e a resposta imune a servir para evitar o crescimento bacteriano excessivo de
nível intestinal. Segundo Chemin (2011) eles atuariam bactérias no intestino delgado e para tratar a diarreia.
como coadjuvantes na terapia de manutenção,
aumentando seu período tanto na DC quanto na RCU. Segundo Cuppari, 2014, o uso de probióticos é contra
indicado na fase ativa da doença, pela falta de evidência
Os probióticos produzem efeito benéfico na científica.
imunidade intestinal, produzem AGCC, amenizam a
intolerância à lactose, controlam a diarréia aguda, Os suplementos com AGPw3: (Krause, 2013)
melhoram a atividade clínica da doença e previnem as - doença de Crohn reduzem significativamente a
recidivas das DIIs. (Chemin, 2011). Segundo a Krause atividade da doença.
(2010), os prebióticos Krause (2010) favorecem a - colite ulcerativa parece resultar em um efeito
formação de lactobacilos e bifidobactérias. A flora alterada poupador de fármaco importante, com redução na
e AGCCs produzidos também podem servir para atenuar o atividade da doença e um aumento do tempo de remissão
processo inflamatório, especialmente na RCU. relatado.

Entretando, segundo Krause (2013), embora os A modificação das dietas orais e enterais com ácidos
probióticos pareçam ser úteis na colite ulcerativa, até o graxos ômega 3 (que tem efeito anti-inflamatório),
momento eles não mostraram melhora significativa na aminoácidos específicos (glutamina) e anti-oxidantes e o
atividade da doença de Crohn em doentes adultos e uso de fibras fermentáveis são estratégias terapêuticas
pediátricos; os suplementos probióticos parecem não junto com os outros tratamentos. A tabela 10 mostra os
prolongar a remissão da DC. O uso de probióticos pode efeitos propostos para alguns destes nutrientes.

Tab. 10 Efeitos de nutrientes específicos


Nutrientes Funções
Glutamina Fonte de energia para células de replicação rápida (enterócitos, linfócitos,
fibroblastos), auxilia manutenção barreira mucosa nas DIIs
Cuppari – 30 g/dia
Arginina e Ativadores potentes de células polimorfonucleares e células T (melhor
glutamina resposta imune)
Ác. graxo – RCUI melhora da inflamação (3-5g/dia) - Cuppari e Chemin (2011)
ômega 3 - Cuppari, 2014 – 3 a 6g/dia
Fibras São fermentadas pelas bactérias que produzem AGCC que fornecem 4,4
solúveis kcal/g, importante fonte E no cólon
Chemin (2011) – menor frequencia de evacuações com sangue em pacientes
com RCU em atividade com a utilização de enema de butirato por via retal.
Uso de fibra mostrou ser útil na remissão em RCU

Terapia Nutricional nas DIIs - A melhora do crescimento e desenvolvimento, sem os


efeitos colaterais dos corticoides, faz com que a terapia
A dieta enteral deve ser utilizada quando os pacientes nutrcional enteral, a melhor escolha para tratamento de
não conseguem atingir adequadamente suas primeira linha em crianças com DC ativa.
necessidades por via oral. Existem divergências sobre a - As fórmulas com aminoácidos livres ou peptídeos
fórmula mais adequada para nutrição de pacientes com não são recomendadas no tratamento da DC, sendo
DII. Sugere-se que o uso de fórmulas elementares pode preferidas as fórmulas poliméricas
ser mais vantajoso do que as fórmulas poliméricas, já que - O benefício de fórmulas especializadas
promove repouso intestinal mais completo e menores
cargas bacteriana e antigênica protéica, mas isso não é
(modificação do teor lipídico, inclusão de glutamina,
consenso. Cuppari, 2014 relata que não há eficácia ácido graxo ômega 3 e TGF-) não está claro no
superior de dietas elementares. tratamento da DC.

Atualmente, existe a teoria de que o uso de dieta Hoje, sabe-se que “descanso intestinal” com NPT não
enteral pode auxiliar a indução da remissão da doença. é necessário para atingir a remissão e a NE é o meio
Porém, no uso de dieta enteral há demora de 4 a 8 preferido de suporte nutricional e pode resultar em sucesso
semanas para que os efeitos clínicos sejam observados. de maior indução de remissão que a NPT. Porém, a NPT
(Krause, 2010). Segundo Chemin (2011), as hipóteses em pode ser necessária para restaurar a nutrição em
relação ao mecanismo de ação incluem: alteração na flora pacientes com obstruções, fístulas, doença grave
microbiana intestinal, eliminação de ingestão de antígenos clinicamente de difícil controle e frente a ressecções GI.
dietéticos, diminuição da síntese intestinal dos mediadores Segundo Chemin (2011), na prática, contudo, alguns
inflamatórios pela redução da gordura dietética, reposição pacientes não conseguem tolerar a nutrição enteral, sendo
nutricional global e administração de micronutrientes recomendado, nestes casos, o tratamento com a nutrição
importantes ao intestino doente. parenteral.

Projeto Diretrizes - Doença de Crohn: As dietas elementares são praticamente totalmente


- Em crianças com DC, a TNE deve ser indicada para absorvidas no duodeno e jejuno proximal e podem ser
evitar o atraso no crescimento na doença leve a moderada eficazes no fechamento de fístulas distais. As fístulas de
- A TNE exclusiva melhora a qualidade de vida em estômago e jejuno podem receber dieta a montante por
crianças sonda ou jejunostomia. É importante o acompanhamento
- Em adultos com DC, a taxa de remissão com o uso da do débito para verificar a eficácia da NE, se não pode
NE exclusiva é alta, independente da fórmula, mas os introduzir-se a NPT.
corticoides são mais efetivos em induzir remissão.
Os pacientes com DIIs tem maior probabilidade no
desenvolvimento de alergias alimentares. A confirmação
12
das reações GI alérgicas verdadeiras aos alimentos é um o 50-75% do intestino ressecado  serão
processo difícil. O paciente deve desejar consumir uma necessárias modificações dietéticas específicas,
dieta de aminoácidos ou uma dieta muito rígida composta geralmente há indicação de nutrição parenteral no
de apenas 3 ou 4 alimentos com adição de cada um dos pós-operatório imediato (curto período) para manter
alimentos suspeitos de cada vez. O alergeno é identificado o balanço de nutrientes e fluídos, a suplementação
com base nos sintomas subjetivos e objetivos relacionados de vitaminas e minerais também pode ser
à adição e eliminação repetidas de alimento. Os anticorpos necessária e o nível sérico destes minerais também
circulantes às proteínas alimentares têm sido considerados deve ser acompanhado, podendo haver
como um sinal de alergia, mas eles podem, na verdade, necessidade de farmacoterapia para auxiliar o
ser um sinal de permeabilidade aumentada, ao invés de controle da diarréia, especialmente durante a fase
uma alergia GI local. de adaptação;
o Mais de 75% do intestino ressecado  há
Cuidado Nutricional na remissão das DIIs segundo necessidade de nutrição parenteral (cuja
Chemin (2011)  a dieta deve ser o mais liberal possível dependência será determinada pela capacidade
na remissão da doença. adaptativa do intestino remanescente) e a terapia
nutricional é muito específica, bem como a
farmacoterapia, que deve levar em conta não só o
As ressecções intestinais exigem atenção à terapia controle da diarréia, como também a reposição de
nutricional dependendo da área e da extensão da nutrientes, cuja absorção não é satisfatória.
ressecção.

Ressecção Duodenal (Fig. 6): (Dan)


Colite Microscópica (Krause 2013)
 Não produz maiores conseqüências se a ressecção
É caracterizada pela inflamação do cólon que não é
for da 1ª e/ou 2ª porção e for mantido o canal bíleo-
visível pela inspeção do cólon durante a colonoscopia e só
pancreático.
é evidente quando o revestimento do cólon é submetido à
 A absorção de ferro, ácidos graxos e cálcio são,
biópsia e então examinado ao micoscópio.
então, compensados pelo jejuno.
Os pacientes com DC têm probabilidade 70 vezes
maior do que a população normal de desenvolver colite
microscópica. Os pacientes com DC e colite microscópica
têm atrofia mais severa das vilosidades e frequentemente
necessitam de tratamento com esteroide ou
imunossupressores, além de uma dieta sem glúten para
controlar a diarreia.

Estão sendo feitas pesquisas para determinar


possíveis tratamentos eficazes para a colite microscópica,
incluindo corticosteroides e imunossupressores. O
tratamento nutricional é de suporte, voltado para manter o
Fig. 06 Anatomia duodenal
peso e o estado nutricional, evitar a exacerbação dos
sintomas e manter a hidratação.
Ressecção Jejunal: (Dan, Krause)
Ressecções do Intestino Delgado
 Pode haver prejuízo na absorção de açúcares, ácidos
As complicações e os distúrbios nutricionais e graxos, proteínas, vitaminas hidrossolúveis, cloretos e
metabólicos dependem da região ressecada e de sua potássio, eventualmente o duodeno ou íleo poderão
extensão. compensar esta absorção sem haver prejuízos
nutricionais.
Chemin:  Esta ressecção pode levar ao aparecimento de
 O pós-op. implica em jejum, com a utilização de intolerância a lactose, dada à atividade desta e de outras
sondas de descompressão até detecção da presença dissacaridases neste local.
de ruídos hidroaéreos, quando inicia-se a via oral, se  A passagem do alimento no jejuno exerce influência
não houver nenhum impedimento; nas secreções exócrinas pancreáticas e biliares (estímulo
 A cirurgia pode levar a  dos níveis de lactase, a secreção de secretina e colescitoquinina) o que, na
comprometendo a digestão da lactose  evitar ausência deste, pode causar  na absorção de nutrientes e
produtos lácteos em geral, nos primeiros dias de tempo de trânsito intestinal acelerado.
alimentação. A tolerância posterior depende de cada
indivíduo e é melhor ao iogurte que ao leite de vaca; Ressecção Ileal: (Dan, Krause)
 Quando a ressecção ocorre no intestino delgado, o
íleo é capaz de assumir as funções do jejuno, mas a  Se for do íleo distal terá conseqüências importantes,
recíproca não é verdadeira; pois ele é o único local da absorção do complexo vitamina
 Um fator importantíssimo para o prognóstico e B12/fator intrínseco e sais biliares além que o íleo absorve
conduta nutricional é levar em conta o tamanho da quantidades importantes de líquidos e fluídos ingeridos /
ressecção intestinal, o que pode-se estabelecer: secretados;
 Ocorre trânsito rápido de conteúdos intestinais e
o Até 50% do intestino ressecado  geralmente é existe área absortiva diminuída;
bem tolerado, pois a capacidade absortiva é  Se o íleo remanescente ao for capaz de reciclar os
recuperada com o processo de adaptação; sais biliares secretados no TGI, a produção hepática não

13
pode manter o pool adequado para emulsificação de alimentos sólidos podem ser gradualmente introduzidos,
lipídeos. individualmente.
 A lipase gástrica e a pancreática podem digerir alguns
triglicerídeos, mas sem a formação de micelas estes não Síndrome da Alça Cega (Krause)
podem ser adequadamente absorvidos.
 A má absorção de gordura leva a má absorção de Distúrbio caracterizado pelo crescimento bacteriano
vitaminas lipossolúveis A, D e E. excessivo que resulta da estase do TGI como resultado de
 Os ácidos graxos mal absorvidos formam “sabões” de doença obstrutiva, enterite de radiação, fístula ou reparo
cálcio, zinco e magnésio o que resulta também na má cirúrgico.
absorção destes nutrientes.
 Conseqüentemente à formação destes “sabões”, há As bactérias desconjugam os sais biliares que além de
um  da absorção colônica de oxalato que normalmente serem citotóxicos, são menos eficazes na formação de
está ligado aos cátios Ca, ZN e Mg levando a hiperoxalúria micelas. Pode ocorrer má absorção de carboidratos devido
e cálculos de oxalato renal. a lesão secundária da borda em escova pela ação dos
 Ocorre a formação de ácidos graxos hidroxi por produtos bacterianos tóxicos. As bactérias também usam a
bactérias colônicas a partir de gordura mal absorvida e vitamina B12 para seu crescimento.
resultar em absorção diminuída de fluídos e eletrólitos;
 A desidratação relativa e a urina concentrada podem  O tratamento medico envolve o uso de antibióticos,
o risco de formação de cálculos. probióticos e prebióticos para controlar o crescimento
 Os cálculos biliares de colesterol podem acontecer bacteriano excessivo e modificação cirúrgica.
com maior freqüência, pois a proporção de ácido biliar,
fosfolipídeo e colesterol nas secreções biliares está Tratamento dietético:
alterada, resultado das ressecções ileais. - Dieta que limite os carboidratos refinados, como amidos
 Pode-se verificar a intolerância a lactose e sacarose, refinados e açúcares (lactose, frutose e açúcar-álcool) e
devido a deficiências de dissacaridases na mucosa substitua os grãos integrais, vegetais e oligossacarídeos, o
intestinal, porém, caso o paciente tolere podem ser usadas que pode limitar a proliferação dos microorganismos e o
em pequenas doses. aumento da motilidade. (Krause, 2010)
 Chemin  Cirurgias onde o íleo remanescente é - Pode-se usar TCM e deve-se administrar vitamina B12
menor que 100 cm, implicarão em reposição intramuscular parenteral.
de vitamina B12 e dieta hipolipídica. Recomenda-se o uso
de TCM (gordura de coco – 80% TCM e industrializado). Doenças do Intestino Grosso
Como TCM não fornece AGE, verificar absorção, para
avaliar reposição endovenosa.
Síndrome do Intestino Irritável (SII) (ou
Tratamento nos Pacientes submetidos a Síndrome do Cólon Irritável)
Ressecção Intestinal
Não se constitui uma doença e sim uma síndrome que
envolve dor abdominal, inchaço e movimentos intestinais
As medicações são prescritas para retardar o
anormais (Figura 7).
esvaziamento gástrico,  as secreções intestinais, tornar
mais lenta a motilidade GI e tratar o crescimento
As alterações fisiológicas parecem ser: sensibilidade
bacteriano excessivo.
visceral e motilidade alteradas em resposta ao estímulo GI
e ambiental, ou seja, as pessoas com SII são mais
A maioria dos pacientes com ressecção intestinal
sensíveis à distensão abdominal, imprudências dietéticas e
importante necessita de NPT inicialmente e a duração
fatores psicossociais. (Krause)
desta até sua evolução para NE, depende da extensão da
ressecção ileal, do estado de saúde do paciente e na
condição do TGI remanescente. Alguns pacientes podem
necessitar usar NPT para suplementação por toda a vida.

Quanto a NE, deve-se: 1) iniciar o mais precoce


possível e; 2)  a concentração e o volume da dieta
gradualmente. As dietas em regime contínuo de infusão
são mais bem toleradas.

Os alimentos estimulam a adaptação e a melhora do


TGI, diminuindo a má absorção e podem ser melhoradas
com a suplementação de glutamina (combustível Fig.07. Características da SII
energético para enterócitos) e AGCC produzidos pela
fermentação bacteriana colônica (combustível energético Chemin atribui a esta alteração na função peristática
para colonócitos). do intestino o principal fator da formação da sintomatologia
como sendo o psicogênico.
A dieta oral deve ser oferecida com pequeno volume e
fracionada, evitando-se fibras (principalmente insolúveis), Os sintomas mais comuns são: (Krause)
lactose, grandes quantidades de doces e cafeína e  diarréia alternante e constipação;
gorduras (usar TCM). Um suplemento de vitaminas e  dor abdominal (tipicamente aliviada por defecação);
minerais pode ser necessário para atingi-se as  inchaço;
necessidades e devido às perdas de vitaminas  percepção de flatulência excessiva;
lipossolúveis e de cálcio, zinco e magnésio podem ser  sensação de evacuação incompleta;
necessárias quantidades extras destes nutrientes. A  dor retal;
consistência inicial da dieta oral pode ser líquida e  muco nas fezes

14
 outras variações incluem – diarréia sem dor e colinérgicos, anti-diarréicos, pró-cinéticos ou anti-
constipação crônica. depressivos.

O diagnóstico é baseado na presença de sintomas Segundo a Krause, a SII não resulta em má digestão
clínicos de intestino irritável por três meses ou mais e ou má absorção de nutrientes, porém a dieta é importante
devem incluir pelo menos duas das três características: no controle dos sintomas. São importantes as seguintes
(Krause) diretrizes dietéticas:
- desconforto aliviado pela defecação,  Alto teor de fibras (25 g/dia-Krause2005) - auxiliando a
- início associado a uma alteração na freqüência de motilidade GI normal;
fezes e  Grande quantidade de líquidos (água);
- início associado a uma mudança na forma das fezes.  Evitar excessos de gordura, cafeína, açúcar
(principalmente frutose, álcool e lactose em indivíduos com
O diagnóstico ainda classifica a síndrome em um dos deficiência) e refeições grandes.
3 subtipos: predominância de diarreia, predominância de  Doses elevadas de farelo de trigo não são mais
constipação ou mista. recomendadas e podem exacerbar os sintomas.
(Krause, 2010)
Além de estresse e hábitos alimentares, os fatores
que podem piorar os sintomas e confundir o diagnóstico Alguns suplementos probióticos pode oferecer
são: benefício a SII, como o Bifidobacterium infantis cujo uso foi
1) excesso de uso de laxantes e outros associado a melhora da dor ou desconforto abdominal,
medicamentos sem prescrição; inchaço e distensão, sensação de evacuação incompleta,
2) antibióticos; flatulência, esofrços para defecação e satisfação do hábito
3) cafeína; intestinal. (Krause, 2013)
4) enfermidade GI prévia;
5) ausência de regularidade em sono, descanso e Segundo a Krause (2013) uma dieta pobre em
ingestão de líquido. oligossacarídeoa, dissacarídeos e monossacarídeos
fermentáveis e polióis. Esta dieta restringe os alimentos
Em pacientes com alergias alimentares, a que contém frutose, lactose, fruto e galacto-
hipersensibilidade a alimentos pode ser a causa da SII. oligossacarídeos (frutanos e galactanoas) e alcoóis de
Uma experiência de eliminação alimentar pode ser açúcar (sorbitol, manitol, xilitol e maltitol). Estes nutrientes
importante em certas situações. (Krause) são pouco absorvidos no intestino delgado, são altamente
osmóticos e rapidamente fermentados por bactérias e, tem
Segundo a Krause (2010), o crescimento excessivo de diso demonstrado que a restrição destes alimentos por
bactérias no intestino delgado foi descrito em um número refeição reduz os sintomas GI em pacientes com SII,
significativo de pacientes com SII. A erradicação de porém a quantidades adequadas para ingestão desses
micróbios por antibióticos pode erradicar a população alimentos deve ser definida individualmente para cada
microbiana e reduzir os sintomas da SII. paciente (Krause 2013) Ver tabela abaixo.

O tratamento constitui-se em abordagem para


controlar os sintomas e fatores que podem dispará-los. As
medicações podem incluir anti-espasmódicos, anti-

15
- Não são problemáticos: sementes de tomate, abobrinhas,
O uso do óleo de menta também tem sido associado a pepinos, morangos, framboesas e papoulas.
melhora dos sintomas abdominais.
A Krause (2013) relata que existe uma associação
Segundo Chemin, o tratamento dietéticor deve ser inversa entre o consumo de frutos de casca rígida e pipoca
feito com o objetivo de corrigir a constipação espástica, a e o risco de diverticulite.
diarréia e lembrar de todas as alterações dos fármacos em
uso. Câncer de cólon
Doença Diverticular (Krause)
 Este tipo de câncer é típico de civilizações
A diverticulose se refere à herniações semelhantes a industrializadas;
sacos na parede colônica (Figura 7), provavelmente
decorrentes de pressões colônicas aumentadas a longo  Fatores de risco e protetores:
prazo, possivelmente decorrente da constipação intestinal
(fezes secas e duras). Fatores de risco alimentares  dieta pobre em fibras e rica
em gordura, alto consumo de carne vermelha e álcool.
A ocorrência de diverticulose está diretamente (Chemin e Krause). E ainda, segundo Krause, obesidade e
relacionada a dieta com baixo teor de fibras e falta de ingestões inadequadas de vários micronutrientes.
exercícios e inversamente relacionada a dieta com alto Fatores protetores alimentares  vitaminas A, C, D, E e os
teor de fibras. minerais selênio e cálcio (alto consumo de frutas, vegetais
frescos, cereais) e prática de atividade física. (Chemin e
Krause). E ainda, segundo Krause, ingestão de
fitoquímicos, grãos de alto teor de fibra, ácidos graxos
ômega 3 e carotenóides; a manutenção de um peso
aceitável, ingestão de folato e zinco.
Outros fatores de risco  portadores de RCUI e Doença
de Crohn, especialmente após 10 anos de doença;
portadores de polipose adenomatosa familiar.

 Pacientes com câncer de cólon geralmente se


apresentam com pouca ou nenhuma perda de peso;

Fig. 08 Divertículos colônicos  Sintomas: alteração do hábito intestinal é o mais


freqüente.
As complicações da doença diverticular variam de o Tu cólon direito  diarréia e dor vaga no abdômen,
sangramento leve sem dor e hábitos intestinais alterados nos estágios mais avançados surgem anemia e
até diverticulite, que constitui a inflamação do divertículo e tumor palpável no quadrante inferior direito.
pode levar a formação de abscessos, perfuração aguda, o Tu cólon esquerdo  constipação intestinal, fezes
sangramento agudo, obstrução e sepse. afiladas, escuras ou eventualmente com sangue.
o Tu de reto  tenesmo e evacuações
Tratamento nutricional: mucossangüinolentas.

- diverticulose: dieta de alto teor dietético de fibras e, é  Tratamento: cirurgia, rádio e quimioterapia ou uma
claro, de líquidos e esta prática alivia os sintomas de associação destas modalidades.
muitos pacientes. Pode-se proceder ao aumento gradual
do teor de fibras da dieta procurando-se evitar efeitos  Cirurgias para Tratamento do Câncer de Cólon:
colaterais como inchaço ou gases. Os suplementos de o Hemicolectomia direita  para tumores do cólon
metilcelulose e psyllium são utilizados com bons direito. Se houver ressecção da válvula íleo-cecal e
resultados. (Krause, 2010) de uma porção do íleo terminal pode ocorrer diarréia
aquosa ocasionada pela entrada de sais biliares no
- diverticulite: dieta com pouco resíduo, uma dieta cólon, bem como pela perda funcional da válvila.
elementar ou, em casos complicados, NPT, seguida de um o Retirada do cólon transverso para tumores neste
retorno gradual para dieta com alto teor de fibra conforme local
melhora a inflamação. o Hemicolectomia esquerda  para tumores do cólon
esquerdo;
Existe uma questão controversa a respeito se deve ou o Retossigmoidectomia Abdominal  para tumores
não ser evitado alimentos como sementes, nozes e cascas de sigmóide;
para impedir complicações como diverticulite, mas ainda Observação  se o tumor invade órgãos vizinhos
não existe nada conclusivo. Porem em casos de obstrução este também pode ser retirado junto com o tumor,
e perfuração, estes alimentos devem sim ser evitados. como um “bloco”;
(Krause, 2005) o Colectomia Total com Íleoretoanastomose (retirada
completa do intestino grosso e união do íleo com o
A Krause de 2010, segundo as sementes coloca: reto)  indicada para casos de câncer colorretal
- Devem ser limitados: castanhas, cascas de pipoca, hereditário sem polipose ou com polipose
sementes de: girassol, abóbora, alcaravia (cominho) e adenomatosa familiar. Esta cirurgia pode ocasionar
gergelim.  eliminação das fezes e diarréia. Como tempo, as

16
evacuações passam a ser mais sólidas, numa eletrólitos. As injeções de vitamina B12 são necessárias,
freqüência de cerca de 2 a 3 vezes por dia. porque, como na síndrome da alça cega, os micróbios
o Proctocolectomia Total (retirada completa do cólon podem competir e utilizar a vitamina B12 intraluminal.
e reto)  faz-se a união do intestino delgado com o
ânus. Faz-se um reservatório com o próprio Uma das complicações deste procedimento é a bolsite
intestino delgado (bolsa ileal) para fazer o papel do ou inflamação da bolsa. Sua etiologia parece estar
reto e conter as fezes antes da evacuação. relacionada ao crescimento bacteriano excessivo, má
o Quando um segmento significativo do intestino absorção de sais biliares ou produção insuficiente de
grosso é retirado da continuidade por um desvio ácidos graxos de cadeia curta. A terapia primária é com
onde não passa fluxo de fezes, pode ocorrer a antibióticos, mas estão sendo investigados o uso de fibras,
chamada colite de desvio  caracterizada por pré e próbióticos.
cólicas e diarréia e a solução ocorre com a
reanastomose. A infusão no reto de AGCC parece Ileostomias e Colostomias (Estomias)
ter um efeito curativo. Exemplo desta situação
ocorre na exclusão de parte do cólon nas
Consiste na abertura de um canal para permitir a
colostomias.
defecação da porção intacta do intestino, pode localizar-se
no íleo (ileostomia) ou no cólon (colostomia).
Ressecção de cólon: (Chemin)
Podem ser temporárias ou definitivas. A consistência
 No pós-op é comum a diarréia pelo menos até da evacuação pelo estoma depende de sua localização
adaptação e porções do intestino anteriores a (Figura 10). A consistência das fezes de uma ileostomia é
ressecção efetuem a compensação e  de eletrólitos e líquida enquanto de uma colostomia varia de mole a bem
água. formada.
 Recomenda-se o uso de próbióticos após cirurgia
intestinal para recolonização da flora;
 Próbióticos devem conter microorganismos viáveis de
linhagem pertencente à flora microbiana, que resiste à
acidez gástrica, seguro par o ser humano, com
durabilidade durante o armazenamento e capacidade
de aderência na mucosa intestinal, produzindo efeitos
benéficos.
 Uso de probióticos com bactérias láticas nas
concentrações de 109 a 1011, têm sido relacionadas à:
o  incidência, gravidade e duração de doenças
gástricas e intestinais;
o preservação da integridade intestinal;
o atenuação dos efeitos de outras doenças intestinais,
como diarréia associada ao uso de antibióticos, DIIs
e colite
o Melhora da intolerância à lactose

Bolsa Ileal pós-colectomia (Krause) Fig 10 Consistência das fezes dependendo do local da
colostomia. (Krause)
É uma alternativa a realização de uma ileostomia, a
criação de uma bolsa usando porção do íleo distal Ileostomia:
anastomosado no reto. (Figura 09)
As fezes da ileostomia possuem um odor fracamente
ácido que não é desagradável.

Na ileostomias, a adaptação acontece, as perdas


fecais vão diminuindo e as fezes se tornando menos
líquidas, o que acontece em torno de 07 a 15 dias. O
débito normal do íleo para o cólon é de 750ml a 1,5L no
TGi intacto. (Krause, 2010)

Os pacientes com ileostomia têm necessidades acima


da média de sal (perda de 1,4g/dia) e água (02 litros/dia –
Krause, 2005 / 01 litro de água + débito ileostomia –
Krause, 2010 ou de acordo com débito da ileostomia) para
Fig. 09 Bola ileal em J compensar as perdas nas fezes.

Como o cólon, a bolsa desenvolve uma microflora Segundo Chemin, quando débito da ileostomia é alto
capaz de fermentar, pelo menos, parcialmente as fibras e > 3 litros  devem-se associar medicações antidiarréicas.
carboidratos. Como o reservatório é menor que o cólon, o
indivíduo evacua maior n.° de vezes, pelo menos 4 a 8 ao Bebidas esportivas apresentam baixo teor de sódio (
dia. 20 mmol/litro) e não são a melhor opção para a reidratação
dos pacientes  soluções de reidratação são mais
A freqüência e volume das fezes não retornam ao indicadas, pois indica-se 90mmol sódio/litro para promover
normal. As mesmas diretrizes dietéticas para eliminação absorção proximal deste eletrólito. (Chemin)
de fezes aumentadas e restrição de resíduos devem ser
seguidas. Deve-se monitorar ingestão de líquidos e
17
A ileostomia normal bem funcionante não esgota o
paciente nem lhe confere um gasto energético aumentado. Os alimentos que tendem a causar odor nas fezes da
Os pacientes com ileostomia possuem, normalmente, colostomia são: milhos, feijões, secos, cebolas, repolho,
baixas ingestões de vitamina C e folato, devido a baixas alimentos muito condimentados, peixe além de antibióticos
ingestões de vegetais e frutas e podem necessitar de sua e alguns suplementos de vitaminas e minerais. Então,
suplementação. deve ser dada atenção a estes alimentos fermentecíveis,
pois além de cólicas causadas pelos gases, a retenção
Segundo a Krause (2013), uma vez que, nestes destes na bolsa coletora da ostomia causa desconforto.
pacientes, o esvaziamento gástrico pode ser rápido e os (Chemin)
gêneros alimentícios não são fermentados com a mesma
intensidade, a absorção de nutrientes pode ser um pouco
melhor a partir de frutas e hortaliças cozidas, trituradas ou Cirurgia do reto
amassadas. Já que é possível que um bolo alimentar fique
retido no ponto onde o íleo se estreita, conforme o bolo Segundo Chemin as cirurgias para tratamento de
entra na parede abdominal, é importante alertar o paciente câncer de reto incluem:
para evitar vegetais muito fibrosos e mastigar bem os o Ressecção anterior de reto  retirada do sigmóide
alimentos. e do reto com anastomose do cólon com o ânus.
Em algumas situações pode ser necessária uma
Colostomia: colostomia temporária para proteção da
anastomose;
As fezes com odor desagradável, geralmente são o Amputação Abdominoperineal  para tumores de
causadas pela esteatorréia ou bactérias que atuam sobre reto baixo, é realizada uma colostomia permanente.
os alimentos produzindo gases mal cheirosos. (Krause)

Recomendações Nutricionais para Via Oral para Cirurgias Intestinais de uma forma geral (Chemin)

Síndrome do Intestino Curto (SIC) íleo cecal favorece a compensação frente à extensa
ressecção intestinal.
Nos indivíduos normais, o comprimento do intestino
A falência intestinal se estabelece quando não se
delgado é muito variável, indo de 300 a 850 cm, ficando
pode manter o estado nutricional através de alimentação
numa média em 620 cm.
oral ou enteral, sendo necessário o uso contínuo da
nutrição parenteral.
Manifestações graves podem ser observadas em
paciente após ressecção intestinal e menos de 200 cm de
A abordagem atual para determinar a capacidade
intestino delgado remanescente (jejuno e íleo).
funcional do enterócito e/ou intestinal está centrada na
Consideram-se casos ainda mais graves quando restam
avaliação dos marcadores específicos dessa atividade,
menos de 100 cm de intestino delgado. Segundo Chemin,
como a concentração sérica da citrulina. Desse modo, a
ressecções maciças que envolvem mais de 75% do
avaliação pós-absortiva da concentração sérica da citrulina
intestino, caracterizam a SIC (Estas ressecções segundo
se correlacionou intensamente com outras medidas da
Dan(2009), deixam 70-100cm de intestino delgado
função intestinal, como a capacidade digestiva básica para
remanescente).
proteínas e gorduras. (Projeto Diretrizes)
A etiologia da SIC é variada, no adulto, predominam a
Pacientes submetidos a ressecções distais do
doença vascular mesentérica, câncer e doença de Crohn.
intestino delgados, geralmente apresentam:
Em crianças, destaca-se a enterocolite necrotizante, volvo
 Falta de sais biliares e problemas para absorção de
e atresia intestinal.
gorduras;
 Não conseguem absorver B12 (sítio absortivo íleo
O intestino delgado possui grande capacidade de
terminal);
reserva funcional para absorção de nutrientes, permitindo
a remoção de até 45% sem prejuízo da absorção. A
preservação do íleo terminal e particularmente do esfíncter
18
 Ocorre possivelmente, deficiência de vitaminas  TCL, TCM e Fibras: (Dan, 2009)
lipossolúveis;  TCL (óleo de peixe e outros óleos w-3) – papel
 Ocorre possivelmente, deficiência de cálcio, magnésio importante durante a fase aguda da SIC
e zinco (formação de sabões insolúveis com ácidos  TCM – Possibilidade de aumentar o valor calórico
graxos); e não piorar a esteatorréia naqueles com o
 Maior risco de formação de cálculos de oxalato pela cólon funcionante.
maior absorção deste no cólon.  FIBRAS (pectina) – favorece o controle da diarréia
 Irritação do cólon por sais biliares e ácidos graxos não e o processo absortivo após ressecção
absorvidos; intestinal.
 Na ausência da válvula íleo-cecal, ocorre refluxo de Obs.: segundo Chemin a adaptação atinge um máximo em
conteúdo bacteriano colônico, desconjugação dos sais cerca de dois anos após a cirurgia.
biliares e utilização bacteriana de vitamina B12.
Na SIC, existem alguns fatores prognósticos, que são:
Pacientes submetidos a ressecções proximais do  Idade avançada;
intestino delgados, geralmente apresentam:  Tamanho pequeno de intestino residual;
 Hipersecreção gástrica  resposta aumentada à  Ressecção distal ou invés de proximal;
pentagastrina, que estimula a secreção gástrica de ácido  Ausência de válvula íleo-cecal e/ou cólon (o cólon
clorídrico, pepsina e fator intrínseco. pode atuar no esvaziamento gástrico, pelo mecanismo
 Inativação da lípase pancreática por acidez gástrica; inibitório de retroalimentação hormonal, o chamado “freio
 Insuficiência pancreática por redução da secretina e colônico”);
colecistoquinina;  Relação entre tamanho do intestino residual e peso do
 Carga osmótica dos acúcares não absorvidos (falta de paciente;
dissacaridases).  Doenças nos segmentos intestinais remanescentes;
 Enterite de radiação;
Adaptação Intestinal:  Desnutrição coexistente.
 Incapacidade adaptativa do intestino remanescente
Caracteriza-se pelo aumento progressivo da (Dan, 2009)
capacidade absortiva do intestino remanescente, ocorre
hipeplasia da mucosa. (Krause, 2010) 1) Fase inicial da SIC (Dan, 2009) esta fase dura, em
média, 01-03 meses quando há redução da diarréia.
O processo adaptativo tem início após 12 a 24h da
ressecção, com aumento gradativo ao longo do tempo. Características: (Dan, 2009)
(Krause, 2010) - Fase logo após a ressecção intestinal
- Desequilíbrio hidroeletrolítico
Para adaptação intestinal, é de extrema importância o - Incapacidade de usar o TGI
uso do tubo digestivo para alimentação. A ausência de - Início da NPT – 3 a 4 dias no pós-operatório
nutrientes intraluminais diminui a adaptação intestinal pós- - Controle de quadros infecciosos relacionados ao cateter
ressecção, pela liberação ou intensificação da apoptose venoso profundo
enterocítica na mucosa. - Controle da diarréia e hiperglicemia e da hipersecreção
gástrica
A adaptação intestinal na SIC pode ser influenciada
por: Segundo Chemin, um dos objetivos nutricionais é
 Presença de nutrientes na luz intestinal, promover o desmame da NP o mais breve possível.
metabolizados ou não;
 Secreções pancreático-biliares estimuladas pela Segundo Projeto Diretrizes, a maioria dos pacientes
ingestão de nutrientes com ressecção intestinal ampla, e consequente SIC,
 Gastrina – Ação trófica intestinal. Efeito somente necessitará da TNP, por no mínimo 7-10 dias, mas, em
na parte mais proximal do intestino delgado. geral, este período pode durar até um ou mais meses.
Efeito nulo ou mínimo na porçãos mais distal.
 Enteroglucagon – sintetizado no íleo e na porção 2) Fase intermediária (Dan, 2009)  transição entre na
distal do cólon. NPT e a TNE
 GLP -2 – hormônio produzido pelas células
endócrinas intestinais. Estimula a hiperplasia dos Características: (Dan, 2009)
vilos intestinais em uma fase mais tardia. - Caracterizada pelo processo adaptativo
 Hormônios como GH (hormônio do crescimento), IGF- - Desmame progressivo na NPT e concomitante introdução
1 (hormônio insulina símile 1), insulina, EGF – fator de da TNE
crescimento epidérmico - TNE participa no processo de adaptação intestinal (efeito
 Redução da motilidade (o quimo passa através do ID trófico)
em menos que 1/3 do tempo) - A composição da dieta exige cuidado (carboidratos,
 Presença do cólon, pois este assume importância na lipídeos, proteínas e osmolaridade)
digestão de carboidratos que, podem ser fermentados
pelas bactérias colônicas formando AGCC que quando Segundo Projeto Diretrizes, a TN deve ser
absorvidos fornecem calorias adicionais (4,4 kcal/g) e iniciada o mais precocemente possível, podendo ter como
estimulam a absorção de sódio e água. O cólon também parâmetro de início, perdas fecais menores que 2,5 litros
tem a capacidade de absorver TCM. ao dia.
 Arginina : O intestino é um importante local para seu
metabolismo. È precursora das poliaminas, que são Sugere-se a progressão da via enteral/oral em 05 fases,
essenciais para o crescimento e a diferenciação de células porém nem todos os pacientes toleram todas as fases
eucarióticas. (Dan, 2009) conforme a tabela 10.
 Glutamina: Participa na síntese de ac. Nucléicos e
na proliferação celular. (Dan, 2009)

19
Tab. 10 Fases da Re-introdução alimentar na SIC A TNP deve ser utilizada, 25 a 30 Kcal/Kg/dia, quando a
(Dan) via oral ou enteral for insuficiente para adequar as
FASE DIETA DURAÇÃO necessidades.
I Água de coco = amido de tapioca, 1° mês
dieta enteral elementar/ Recomendações Nutricionais (Chemin)
polimérica*
II Dieta com alimentos pouco 1° - 3° mês
formadores de resíduos Energia: Enteral – acréscimo de 50% ou em torno de
intestinais, pouco fermentativa, 60kcal/kg/dia
hipolipídica, baixa ou isenta de Com adaptação, na fase de manutenção – 24 kcal/kg/dia
dissacarídios
III Dieta II + TCM + caldo de 3 – 5° mês Proteínas: 1,5 a 2 g/kg/dia
leguminosas
IV Dieta III + incliuir TCL (30 a 50g 5 – 7° mês
de gordura/dia, sendo 50% TCM) Recomendações Nutricionais (Projeto Diretrizes)
+ folhas tenras + frutas cruas
selecionadas Energia: até adaptação
V Dieta adaptada, restringindo Após o 7° 0,85-1,5 x o GEB / 60 kcal/kg/dia
apenas os alimentos inclusos mês Fase tardia – 35 kcal/kg/dia
anteriormente e não tolerados
* Atualmente, as equipes multiprofissionais têm preferido Proteínas: 1 a 1,5 g/kg/dia – 15 a 20% ou 1,5 a 3g/kg/dia
utilizar dietas POLIMÉRICAS, isosmóticas, pobres em Fase tardia – 1,5 g/kg/dia
gordura e lactose, que estimulam a secreção
biliopancreática e consequentemente o processo Fibras – recomenda-se solúveis - Os AGCC são
adaptativo intestinal. rapidamente absorvidos pela mucosa colônica e utilizados
como energia, que pode constituir quantidade considerável
Existe também a progressão dietética usada pelo em pacientes com SIC, em torno de 500 kcal.
GANEP, conforme quadro abaixo:
O consumo do ácido oleico antes das refeições ativa os
Fases da Re-introdução alimentar na SIC segundo mecanismos de retroalimentação inibidores fisiológicos,
GANEP que são estimulados pelos nutrientes, diminuindo o trânsito
gastrointestinal (GI) e a eliminação fecal.

A absorção de pacientes com SIC é de 65% (Dan) e


60% (Chemin) da ingestão calórica total, que deve ser
compensada com aumento da ingestão. Recomenda-se
32kcal/kg/dia peso ideal (pode dobrar naqueles com mais
de 50% do intestino ressecado) Ex: se a ingestão oral é de
32kcal/kg/dia, pode-se dizer que 19 serão absorvidos de
modo que deverão ser completadas as outras 13kcal pela
NPT.

Para manutenção do estado nutricional após uma


adaptação dietética, é necessário 50 a 70cm de intestino
delgado remanescente com o cólon intacto ou 110 a 150
cm de intestino remanescente na ausência de cólon.

Segundo Projeto Diretrizes, o comprimento crítico de


intestino remanescente capaz de evitar a dependência
permanente da NPT, segundo análise radiológica é:
- > 35 cm nos pacientes com anastomose jejunoileal;
- > 60 cm nos pacientes com anastomose
jejunocólica;
Recomendações Nutricionais (Dan,2009) - > 115 cm nos pacientes com jejunostomia terminal.
Energia: 30 – 40 Kcal/Kg de peso ideal/dia – Dobrar O uso de medicações constipantes é por vezes útil em
recomendação para aqueles pacientes que perderam retardar o trânsito entérico e favorecer a absorção.
50% ou mais do seu intestino. Segundo Chemin, são necessárias suplementações de
vitaminas e minerais.
Proteínas: 1,5 a 2g/Kg/dia
3) Fase tardia (fase crônica) (Dan, 2009)

Atingir necessidades de forma gradual e progressiva! Características: (Dan, 2009)


- A máxima adaptação intestinal deve ser atingida
Dietas pobres em gordura (30% do VET) e enriquecidas - Ocorre a dependência ou independência de NPT
com CHO(60% do VET) mostra benefícios  reduz - Prevenção de complicações da SIC ou da terapia
perdas eletrolíticas e de gordura fecal em pacientes com nutricional (sepse, deficiências nutricionais, hipersecreção
o cólon presente. gástrica, falência hepática e cálculos renais)

A terceira fase ocorre na vigência de ingestão oral


para manter o peso estabilizado. Nem todos os pacientes

20
chegam a este estágio. Até chegar a esta fase pode variar Reabilitação em falência intestinal (Dan,
de 03 a 12 meses, podendo chegar a 02 anos. Após a 2009)
ingestão oral os pacientes vão necessitar de
suplementações vitamínicas, dependendo da área
A insuficiência intestinal(II) é uma condição
ressecada de vitaminas A, D, K, B12 e ácido Fólico.
decorrente da obstrução, dismotilidade, ressecção
Ajustes devem ser feitos na oferta de Na, K, Cl, Ca, Mg,
cirúrgica, defeitos congênitos ou perda da absorção em
Fe, Zn e Cu de acordo com os exames
associação à doença e se caracteriza pela incapacidade
de manter o balanço protéico-calórico, hídrico,
Esta fase marca o término do processo adaptativo
eletrolítico ou de micronutrientes.
intestinal.
A SIC é uma das formas mais comuns de II.
A reabilitação intestinal é o processo de restaurar
 A alimentação oral deve ser fracionada em 6 a 8
a função intestinal pela dieta, medicação e terapias
refeições/dia, pobre em resíduos, mas rica em fibras
cirúrgicas não envolvendo o transplante.
solúveis. (Dan, 2009)
O Objetivo principal é: Otimizar a função intestinal
remanescente, reduzindo ou eliminando a necessidade
HIPERPROTEICA, HIPERCALÒRICA, POBRE EM
de TNP
GORDURA E COM RESTRIÇÃO DE LACTOSE E
Este tipo de adaptação tem seu inicio
SACAROSE. (Dan, 2009)
imediatamente após a ressecção e ainda continua por 2
a 3 anos.
 Suplementar vit. Lipossolúveis parenterais. (Dan,
2009)
Traduzindo a prescrição nutricional à dieta:
 Complementos industrializados por via oral, 2 a 3
vezes/dia, no intervalo das refeições. (Dan, 2009) Na presença de cólon  Consumir de 5 a 6
refeições/dia.
50 a 60% de CHO
Transplante de Intestino Delgado (TID) 20% proteínas
(Dan) 20 a 30% de lipídios
Evitar Oxalato.
Recentemente o TID despontou como a única opção
terapêutica para pacientes em falência intestinal OBS: Pacientes com continuidade ao colo intestinal
irreversível (FI), onde a NPT deixou de ser uma estão em risco aumentado de nefropatia por oxalato.
possibilidade terapêutica. Nesses casos o TID, aumenta a Há 2 abordagens para este tratamento:
sobrevida e restabelece o prazer da degustação dos 1º) Fornecer cálcio extra na dieta + limitar lipídios.
alimentos. O TID pode ser isolado, somente do intestino 2º) Restringir o conteúdo de oxalato da dieta
delgado ou combinado com outros órgãos abdominais Na ausência do cólon  Consumir de 4 a 6
como com o fígado, por exemplo. refeições/dia.
40 a 50% de CHO
A função intestinal envolve vários fatores relativos a 20% de proteínas
transporte, digestão, absorção de nutrientes, produção 30 a 40% de lipídios
enzimática e hormonal, proteção mecânica e imunológica. Não há necessidade de restringir oxalato.
A total desconexão da inervação e da drenagem linfática
promove graus variados de distúrbios na fisiologia do O sal deve ser adicionado liberalmente para aumentar a
enxerto. A função hormonal do enxerto, em geral é pouco absorção.
afetada no TID.
Novos fatores de crescimento em SIC (Dan,
A NPT é iniciada dentro de 01 a 02 dias após TID, 2009)
quando o paciente se torna hemodinamicamente estável. A
conversão de NPT em enteral ou oral é de tempo variável. A terapia hormonal com GH e o péptide
Logo que ocorre o retorno da peristalse, por volta do 7° ao glucagoniforme 2 (GLP-2), passou a ser utilizada
10° dia de pós-operatório, e com a integridade da mucosa recentemente para intensificar o processo de adaptação
avaliada por endoscopia, a alimentação enteral por natural.
jejunostomia pode ser iniciada com baixo volume e de A FDA dos EUA já aprovou o hormônio do
forma contínua, dando-se preferência a fórmulas crescimento e a glutamina para serem usadas. As outras
elementares ou semi-elementares com glutamina. Após 02 terapias hormonais, atualmente, só devem ser
a 03 semanas administra-se gordura como uma mistura de consideradas em contextos de pesquisas.
TCL e TCM que pode ser absorvida diretamente na
circulação portal, contudo, ácidos graxos essenciais devem  Pacientes nos quais fracassem os esforços de
ser administrados por via parenteral para evitar carência. reabilitação dietéticos, médicos e cirúrgicos podem ser
Com a melhora do enxerto, a alimentação vai progredindo mantidos com NP. Entretanto, considerando os riscos,
até o paciente conseguir ingerir por via oral. custos e qualidade de vida da NP prolongada, o
transplante de intestino delgado e multivisceral deve ser
A função do enxerto intestinal pode acompanhada considerado como uma opção terapêutica.
pelo estudo da dependência de NPT, peso, altura (em
pediatria), volume de urina e da drenagem pelo estoma
(normalmente deixa-se uma ostomia e a reconstrução do Transplante Intestinal e multivisceral (Dan)
trânsito é feita em 02 a 03 meses) e freqüência e natureza
das fezes. Permite adquirir a autonomia gastrointestinal e
recuperar o EN. As principais indicações para sua
prática incluem a disfunção hepática e falta de acesso
vascular para TNP.

21
Existem 3 tipos de transplante intestinal: Exercem efeitos funcionais comprovadamente importantes
pacientes com falência apenas do intestino, que devem e diminuem o risco de para o aparecimento de
receber transplante intestinal isolado; pacientes com determinadas doenças.
falência intestinal associada à doença hepática
avançada que recebe enxerto combinado intestino – Na categoria de “prebióticos”:
fígado e pacientes com falência de vários órgãos  Aumentam o número de bífido bactérias
abdominais que necessitam de transplante multivisceral  Favorecem a biodisponibilidade de alguns
( pelo menos 3 orgãos abdominais são transplantados minerais
em bloco).  Atuam favoravelmente no metabolismo lipídico e
A rejeição celular aguda é frequentemente glicídico
observada no transplante intestinal e causa alta  Reduzem o risco para infecções intestinais,
morbimortalidade. doenças cardiovascular, DM, obesidade,
osteoporose e câncer
Uso de Pré e Probióticos nas Doenças  Aumentam a qualidade de vida com o avançar da
idade.
Intestinais (Cuppari e Dan, 2009)
Oligossacarídeos não digeríveis, hidrolizados e
Resultados positivos no controle de diarréias e fermentados no intestino grosso, apresentam
melhora da obstipação, assim como nas doenças características favoráveis, caracterizando-se como
inflamatórias intestinais, alergias intestinais e prevenção do prebióticos.
câncer.
Melhor classificação para PREBIÓTICOS: carboidratos
Os possíveis mecanismos envolvidos são: com alto grau de polimerização e não suscetíveis à
 inibição da adesão de bactérias; digestão pelas enzimas pancreáticas e as da borda em
 atividades diretamente contra os patógenos como: escova.
síntese de compostos que inibem o seu Para ser efetivo, o probiótico deve alcançar o ceco na sua
crescimento/desenvolvimento, estimulação das resposta forma inicial.
imunes e consumo de nutrientes requeridos por patógenos
Critérios para determinação de prebióticos (fibras e outros
Os objetivos principais para o acréscimo de probióticos no carboidratos não digeríveis):
tratamento são:  Resistentes à digestão hidrólise e fermentação;
 Influenciar perfil da microflora colônica  Seletivamente estimular o crescimento de um ou
 Garantir sobrevivência dos lactobacillus mais microorganismos nas fezes;
administrados Influenciar aumentando a biodisponibilidade de magnésio,
 Habilidade em influenciar a produção de citocinas ferro, zinco e cálcio
e minimizar processos inflamatórios.

Fibras e Prébióticos (Dan, 2009)

22
Questões: 8) Na má absorção de nutrientes, em conseqüência da
diarréia presente na doença de Crohn, é fundamental o
1) Uma das preocupações de pacientes ileostomizados é o seguinte cuidado: (Residência – HUPE/2002)
odor. Alguns alimentos parecem ser particularmente
produtores de odor. São eles: (Residência – HUPE/1992) (A) Restrição de lipídeos e de calorias
(B) Suplementação de zinco e de oxalato
(A) Maçã, couve-flor e pepino (C) Adição de triglicerídeo de cadeia média e de cálcio
(B) Laranja, cebola e pimentão (D) Redução de proteínas e suplementação de magnésio
(C) Melancia, abacate e rabanete
(D) Repolho, feijão e batata-doce 9) A doença celíaca caracteriza-se pela intolerância
(E) Alimentos condimentados, peixe e milho genética ao glúten da dieta. Na prescrição dietética
devemos excluir, além do trigo, os seguintes alimentos:
2) Quando há necessidade de remoção cirúrgica do cólon, (Residência – HUPE/2002)
reto e ânus, é confeccionada uma ileostomia terminal. No
acompanhamento nutricional, atenção especial deve ser (A) Cevada, malte, aveia
dada para evitar a deficiência das seguintes vitaminas: (B) Aveia, centeio, milho
(Residência HUPE / 2005) (C) Milho, malte, centeio
(D) Cevada, centeio, arroz
(A) B12 e C
(B) B12 e K 10) Na colite ulcerativa, a diarréia esta associada a lesões
(C) B1 e C da mucosa que levam à eliminação de muco, sangue e
(D) B1 e K proteínas plasmáticas. Esta diarréia é classificada como:
(Residência – HUPE/2004)
3) Um paciente masculino de 35 anos é encaminhado pela
dermatologia ao ambulatório de nutrição por ser portador (A) Osmótica
de dermatite herpetiforme. A conduta nutricional deverá (B) Infecciosa
contemplar dieta isenta de: (Residência HUPE / 2005) (C) Exsudativa
(D) Secretória
(A) lactose
(B) glúten 11) Na síndrome do intestino curto, diferentes alterações
(C) álcool metabólicas podem ocorrer, dependendo da região
(D) fibras afetada. Entre os itens abaixo, o que não faz parte destas
alterações é: (Residência – HUPE/1997)
4) Na doença inflamatória intestinal, a esteatorréia
promove a perda dos seguintes minerais: (Residência – (A) Esteatorréia
HUPE/2000) (B) Hipocalcemia
(C) Diarréia osmótica
(A) Cobre, zinco e enxofre (D) Hipermagnesemia
(B) Selênio, cobre e enxofre (E) Anemia megaloblástica
(C) Cálcio, magnésio e zinco
(D) Cálcio, fósforo e magnésio 12) Nas síndromes disabsortivas presentes em doenças
(E) Magnésio, selênio e fósforo intestinais inflamatórias, podemos afirmar que: (Residência
– HUPE/1996)
5) A conduta nutricional clássica para diverticulose prevê a
seguinte prescrição: (Residência – HUPE/2003) (A) a esteatorréia decorre da hipersecreção de sais
biliares
(A) Alto teor de fibras e diminuição de gorduras (B) a reação inflamatória colônica reduz a absorção de
(B) Aumento de carboidratos simples e proteínas nutrientes
(C) Aumento da ingestão hídrica e baixo teor de resíduo (C) a ressecção de jejuno terminal favorece a deficiência
(D) Restrição de fibras solúveis e uso de triglicerídeos de de vitamina B12
cadeia média (D) as dietas hipercalóricas e hiperlipídicas melhoram o
quadro de desnutrição
6) Na doença celíaca, alem da restrição de glúten da dieta, (E) o crescimento bacteriano exagerado pode provocar
pode ser necessária a restrição inicial de: (Residência – deficiência de vitamina B12
HUPE)
13) Secundárias as ressecções do intestino delgado,
(A) Triglicerídios de cadeia longa ocorrem complicações como: (Residência – HUPE/1996)
(B) Gliadina
(C) Frutose (A) hiperplasia celular, diarréia e hiperglicemia
(D) Lactose (B) esteatorréia, perda hidroeletrolítica, hipoplasia celular
(E) Malte (C) hipoglicemia, hipoalbuminemia, hipersecreção de
gastrina
7) Após a ressecção do intestino delgado, a condição (D) má absorção de proteína e carboidrato, saponificação
secundária que contribui para a má absorção é: de Na e K, hiposecreção de ácido clorídrico
(Residência – HUPE/2002) (E) Hipersecreção gástrica, aumento do peristaltismo e
motilidade gastrointestinal e crescimento bacteriano
(A) Hipoproliferação bacteriana
(B) Inativação de lípase pancreática 14) Um dos ácidos graxos de cadeia curta, relacionados
(C) Diminuição da secreção de ácido gástrico abaixo, apresenta menor concentração no sangue portal
(D) Aumento do nível do hormônio colecistocinina pela sua intensa utilização na mucosa colônica: (HUPE /
2002)

23
(A) Láurico 21) A síndrome do intestino curto consiste em conjunto de
(B) Acético sinais e sintomas usados para descrever as
(C) Butírico conseqüências nutricionais e metabólicas de grandes
(D) Propiônico ressecções do intestino delgado. As causas mais comuns
da síndrome do intestino curto são: (Prefeitura Municipal
15) No plano alimentar de um paciente portador de espru de Niterói – 2003)
não-tropical em fase aguda, devem ser incluídos na dieta:
(A) doença de Crohn, doença vascular mesentérica e
(A) Leite de vaca, macarrão, biscoitos malignidade;
(B) Arroz, milho, amido de araruta (B) retocolite ulcerativa, esofagite e malignidade;
(C) Salsicha, azeite, ovomaltine (C) úlcera péptica, doença vascular mesentérica e
(D) Refrigerantes, biscoitos e vegetais cremosos esofagite;
(D) doença de Crohn, insuficiência hepática e retocolite
16) Dentre as causas da esteatorréia, assinale aquela que ulcerativa;
não se relaciona com a síndrome do intestino curto: (E) insuficiência hepática, esofagite e malignidade.

(A) Insuficiência pancreática 22) A síndrome do cólon irritável, dentre os elementos


(B) Formação de sabões de cálcio e AG permitidos, os seguintes são particularmente importantes:
(C) Ausência de válvula íleo-cecal (Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara – 2002)
(D) Menor absorção de sais biliares
(A) Fibra dietética e água
17) A reintrodução alimentar na Síndrome do Intestino (B) bebida alcoólica e gordura dietética
Curto deve ser realizada de maneira gradual. Na fase 3 (C) Café e fibra dietética
não está indicado: (D) Água e café

(A) A reintrodução de clara de ovo e frango, além de caldo 23) Indivíduos com ressecções intestinais extensas,
de feijão poupando menos de 60 cm de intestino delgado,
(B) Administração de TCL, além de caldo leguminosas e necessitarão inicialmente do seguinte tipo de alimentação
uso de alimentos pouco formadores de resíduos para atingir as suas necessidades: (Hospital Geral Dr.
(C) Isenção de lactose e sacarose Waldemar Alcântara – 2002)
(D) Baixa oferta de lipídeos, utilizando-se TCM
(A) Líquida, isenta de lactose através da via oral
18) A doença diverticular refere-se à herniações (B) Fórmula polimérica através de cateter
semelhantes a sacos na parede colônica e tem sua (C) Fórmula oligomérica através de cateter
incidência aumentada com o avanço da idade. O (D) Nutrição parenteral central
tratamento nutricional de paciente com diverticulose
baseia-se na ingestão: (Casa da Moeda – 2005) 24) A doença celíaca ocorre em pacientes que apresentam
reação a um componente do glúten, a gliadina. O
(A) elevada de fibras alimentares tratamento nutricional baseia-se na remoção completa da
(B) elevada de proteína de alto valor biológico gliadina da dieta. Qual a preparação abaixo que pode ser
(C) reduzida de carboidratos refinados consumida normalmente por esses pacientes?
(D) reduzida de gordura saturada (Nutricionista Jr 2005)
(E) reduzida de leites e derivados
(A) Croquete de carne.
19) Atualmente, na síndrome do intestino curto, vem sendo (B) Biscoito de aveia.
realizado, na prática clínica, o procedimento que preconiza (C) Creme de espinafre.
o fluxo direto de nutrientes. O conteúdo da dieta é (D) Polenta frita.
importante para a atrofia intestinal, sendo considerados (E) Quibe de Forno.
fatores tróficos os seguintes: (Cia Nacional de
Abastecimento – 2005) 25) Crianças portadoras de doença celíaca podem ingerir
os seguintes alimentos: (Comando da Marinha 2004)
(A) hormônios intestinais, secreções gástricas e colesterol;
(B) fibras dietéticas, ácidos graxos de cadeia curta e (A) mingau de aveia, suco de frutas cítricas e leite
glutamina; enriquecido com frutas.
(C) sais biliares, glucagon e hormônio do crescimento; (B) bolo simples, leite com cevada e suco de frutas.
(D) poliaminas, prostaglandinas e pepsinogênio; (C) sorvete, leite enriquecido com 3 cereais (arroz, milho e
(E) camitina, putrescina e HCl. centeio) e mingau de fubá.
(D) mingau de fubá, picolé de frutas e leite enriquecido
20) A intolerância ao glúten, ou doença celíaca, em geral com frutas .
manifesta-se durante a 1ª infância, por diarréia, má (E) biscoitos tipo cream cracker, mingau de fubá e leite
absorção, desnutrição atraso do crescimento. Nesses enriquecido com frutas.
casos a dieta recomendada deveria ser: (EMAFER – 2005)
26) Em relação a mucosa intestinal durante a terapia
(A) Pobre em caloria e proteína, rica em lactose e isenta nutricional, e incorreto afirmar que: (Comando da Marinha
de glúten 2004)
(B) Rica em caloria e proteína, pobre em lactose e isenta
de glúten (A) o butirato é o alimento preferido das células do
(C) Rica em caloria e proteína, rica em lactose e glúten intestino grosso, e é produzido pela ação de fermentação
(D) Rica em caloria e proteína, pobre em lactose e rica em das bactérias do intestino sobre a fibra de dieta.
glúten (B) os prebióticos podem ser utilizados para restabelecer
(E) Todas alternativas estão incorretas as populações de microflora saudável, quando estas
populações foram devastadas pelo uso de antibióticos.
24
(C) os antibióticos de amplo espectro causam impacto (E) dieta restrita em fibras
negativo sobre a integridade intestinal.
(D) o trato gastrintestinal desempenha um papel 33) Um indivíduo com constipação intestinal precisa ingerir
fundamental ao impedir a entrada de toxinas exógenas no diariamente, pelo menos, a seguinte quantidade em g de
sistema circulatório, pela função de barreira da mucosa fibra dietética: (PMRJ 2000)
intestinal.
(E) o sistema imunológico intestinal é composto pela IGE (A) 5
secretória, que dentre outras funções, inativa toxinas e (B) 10
bactérias como a E. Coli. (C) 15
(D) 25
27) “Pacientes portadores de doença celíaca ou espru não (E) 40
tropical apresentam dano às vilosidades da mucosa
intestinal, resultando em mal absorção de todos os 34) Em relação a características, recomendações e
nutrientes”. O cuidado nutricional deverá ser ingestão de fibras, assinale a alternativa incorreta: (Corpo
fundamentado na: (Bombeiros – nutricionista – 2001) Saúde Marinha 2001)

(A) retirada de milho, batata e arroz; (A) a ingesta excessiva de fibras pode interferir com a
(B) retirada de tapioca, araruta e soja; absorção de cálcio e zinco, especialmente em crianças e
(C) retirada de trigo, aveia e centeio; idosos
(D) retirada de cevada, milho e trigo; (B) a ingesta de fibra deve constituir uma mistura de fibras
(E) retirada de trigo, milho e centeio. solúveis e insolúveis, numa proporção de 3:1
(C) o consumo de dietas ricas em fibras parece estar
28) A perda do íleo terminal é mais problemática que a inversamente relacionada a incidência de doença
perda do jejuno devido às funções ileais que envolvem a cardiovascular, câncer do cólon, diabetes e desordens
absorção de: (Bombeiros – nutricionista – 2001) gastrointestinais
(D) recomenda-se uma ingestão de fibras de 25 a 35
(A) ferro; gramas por dia ou 10 a 13 gramas por 1.000 kcal
(B) cálcio; (E) as fibras solúveis são substratos para fermentação
(C) vitamina B12; pelas bactérias colônicas
(D) vitamina C;
(E) vitamina B1. 35) Na orientação dietética para doença inflamatória
intestinal na fase aguda deve ser recomendada dieta:
29) A intolerância a carboidratos mais comum e que afeta (Corpo de Saúde da Marinha 2001)
as pessoas de todos os grupos etários é: (Bombeiros –
nutricionista – 2001) (A) hipercalórica, rica em fibras
(B) hipercalórica, sem lactose
(A) intolerância a sacarose; (C) hiperglicídica, sem lactose
(B) intolerância a lactose; (D) hiperlipídica, sem fibras
(C) intolerância a glicose; (E) normoproteica, hiperglicídica
(D) intolerância ao amido;
(E) intolerância a maltose. 36) Nos últimos anos, estudos com ácidos graxos tem se
mostrado promissores em interferir na atividade da doença
30) A diarréia é caracterizada pela freqüente evacuação de de pacientes portadores de retocolite ulceratriva baseados
fezes liquidas acompanhada de perda excessiva de liquido nas seguintes premissas.
e eletrólitos. É considerada diarréia osmótica: (Bombeiros
– nutricionista – 2001) I – os ácidos graxos de cadeia curta são troficos para a
mucosa colônica
(A) diarréia que acompanha a doença de Crohn II – os ácidos graxos de cadeia curta são fontes
(B) diarréia que acompanha a colite ulcerativa crônica energéticas preferenciais para o epitélio colônico
(C) diarréia que acompanha a síndrome de Dumping III – a eficácia dos ácidos graxos polinsaturados da serie
(D) diarréia que acompanha intoxicação alimentar w6 no controle clinico da doença deve-se a formação de
(E) diarréia que acompanha o cólon irrritável metabólitos com atividade pró-inflamtoria pouco potente
IV – os ácidos graxo polinsaturados são precursores de
31) A colite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal agentes pró-inflamatórios que estão envolvidos na
caracterizada por ulceração da mucosa. A anemia pode patogênese da retocolite ulcerativa.
estar presente como resultado: (Bombeiros – nutricionista
– 2001) Assinale a alternativa correta? (Corpo Saúde Marinha
2001)
(A) menor ingestão de alimentos ricos em gordura
(B) perda sanguínea (A) I e III.
(C) hipovitaminose (B) I, II e IV
(D) malabsorvição (C) III e IV
(E) desidratação (D) II
(E) IV
32) Para o portador de doença diverticular do cólon
(diverticulose) é indicado: (Bombeiros – nutricionista – 37) A doença celíaca ou espru não tropical, e
2001) caracterizada pela sensibilidade ao glúten. No entanto
essa doença é especificamente causada por uma reação
(A) dieta com alto teor de fibras ao componente solúvel em álcool do glúten. Qual é este
(B) dieta com baixo teor de resíduos componente? (P.M.SAQUAREMA)
(C) dieta hiperprotéica
(D) dieta normolipídica (A) Histidina
25
(B) Gliadina classificado etiologicamente como diarréia tipo: (Prefeitura
(C) Glicina do RJ – 2008):
(D) Glutamina
(A) osmótica
38) O nutriente que contribui para a diminuição da (B) secretória
resposta inflamatória é: (HUAP 2003) (C) exsudativa
(D) contato mucoso limitado
(A) ômega – 3
(B) acido butírico 45) Na diverticulose recomenda-se dieta: (Prefeitura de
(C) ferro Niterói – 2008)
(D) vitamina K
(E) palmitado (A) hiperlipídica
(B) hipohídrica
39) A diarréia que ocorre após a ingestão de lactose em (C) rica em alimentos refinados
pacientes com deficiência de lactase é: (HUAP 2003) (D) pobre em fibras
(E) rica em fibras
(A) exsudativa
(B) por contato mucoso limitado 46) Na doença celíaca limita-se o uso de: (Prefeitura de
(C) secretoria Niterói – 2008)
(D) osmótica
(E) fermentativa (A) arroz, tapioca, soja e araruta
(B) trigo, aveia, centeio e cavada
40) No tratamento dietoterápico da constipação intestinal, (C) soja, batata, milho e cevada
um dos aspectos a serem considerados para que as fibras (D) tapioca, arroz, aveia e araruta
possam agir alterando o peso e a consistência das fezes é: (E) mandioca, feijão, soja e milho
(HUAP 2003)
47) A maioria dos pacientes submetidos à ressecções
(A) a oferta de glutamina intestinais importantes necessitam de um tratamento
(B) a proporção de carboidratos nutricional inicial com: (Prefeitura de Angra dos Reis –
(C) o conteúdo protéico 2008)
(D) a cota lipídica
(E) a oferta hídrica (A) maior quantidade de vitaminas hidrossolúveis na
terapia nutricional enteral
41) Em relação a doença de Crohn, é correto dizer que : (B) maior oferta de zinco, magnésio e cálcio durante o
(PMRJ-2001) desmame da terapia nutricional parenteral
(C) menor oferta de vitaminas lipossolúveis na terapia
(A) passada a crise aguda, deve se instituir uma dieta com nutricional parenteral
pouco teor de fibras; (D) substituir TCM por TCL e aumentar a oferta de ácidos
(B) é muito comum a ocorrência de nefrolitiase; graxos essenciais
(C) não ocorre esteatorreia; (E) nutrição enteral precocemente rica em açúcares
(D) o conteúdo proteico da dieta deve ser reduzido simples
(E) a suplementação com ácidos graxos ômega 3 pode ser
útil no tratamento 48) Na terapia nutricional das doenças inflamatórias
intestinais, objetivando a remissão das mesmas, deve-se
42) Dentre as complicações secundarias as ressecções do empregar: (Prefeitura de Angra dos Reis – 2008)
intestino delgado, podem-se citar : (UFRJ/UNIRIO 2005)
(A) dieta hipoprotéica
(A) adaptação intestinal, desidratação e hipovitaminose ; (B) nutrição parenteral
(B) hipertrofia celular, hipoglicemia e hipoalbuminemia; (C) nutrição enteral
(C) deficiência de vitamina B12 , menor secreção de ácido (D) dieta rica em fibras
clorídrico e inativação da lípase pancreática (E) menor fracionamento das refeições
(D) desconjugação de sais bilares, saponificação de
magnesio e sódio e esteatorréia 49) Os sintomas da hipolactasia são aliviados pelo uso de:
(E) nefrolitíase, colelitiase, hipersecreção gástrica e (Secretaria de Saúde do Estado do RJ/2009)
acidose metabólica
(A) 50% de sacarose em substituição a frutose
43) “A glutamina, formada pelo acido glutâmico e a (B) aminoácidos ramificados em substituição a aromáticos
aspargina, a partir do acido aspartico, tem importantes (C) 6 a 12 g de lactose
papeis como reservatórios de grupos amino por todo o (D) 20-30g de fibras solúveis
corpo”. Assinale a alternativa que indica uma função de (E) 10% do VET de ácidos graxos saturados
glutamina: (Bombeiros – nutricionista – 2001)
50) Do total de ingestão de fibras recomendado para
(A) é precursora do oxido nítrico, que e modulador da adultos, a parcela de fibras solúveis deve ser de:
síntese hepática de proteínas; (Secretaria de Saúde do Estado do RJ/2009)
(B) estimula a secreção de insulina e prolactina ;
(C) é substrato energético para os enterocitos; (A) 6 a 10 gramas
(D) estimula a síntese de colina e carnitina; (B) 10 a 20 gramas
(E) precursor do pigmento da pele e do cabelo. (C) 15 a 20 gramas
(D) 10 a 15 gramas
44) O aumento da freqüência de eliminação de fezes com (E) 1 a 6 gramas
presença de muco, sangue e proteínas pode ser

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51) A esteatorréia na doença inflamatória intestinal pode
promover a perda dos seguintes minerais e vitaminas: (A) leite, hambúrguer e marmelada
(Especialização INCA/2009) (B) mate, macarrão e molho de tomate
(C) sorvete, biscoito de polvilho e goiabada
(A) Cobre, Zinco, Ferro e Vitamina A (D) suco de fruta, maisena e pão de mandioquinha
(B) Cálcio, Fósforo, Magnésio e Vitamina C
(C) Cálcio, Magnésio, Zinco e Vitamina D 57) É um alimento proibido ao paciente celíaco:
(D) Selênio, Cálcio, Ferro e Vitamina E (Aeronáutica/2009)

52) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) ao lado de cada A) Fécula de batata.


uma das seguintes recomendações nutricionais a serem B) Araruta.
feitas na fase aguda das doenças inflamatórias intestinais: C) Polvilho doce.
(Especialização INCA/2009) D) Aveia em flocos.

( ) Dieta isenta de lactose 58) Na dieta da doença celíaca, os alimentos, dentre


( ) Controle de mono e dissacarídeos outros, que devem ser obrigatoriamente excluídos são:
( ) Dieta rica em fibra solúvel (Macaé, 2009)
( ) Dieta pobre em fibra insolúvel
(A) trigo e centeio
A seqüência CORRETA é: (B) tapioca e centeio
(C) farinha de soja e fubá
(A) V,V,V,V (D) cevada e trigo sarraceno
(B) V,F,V,F
(C) F,F,V,V 59) A terapia nutricional para pacientes com doença
(D) V,V,F,V inflamatória intestinal deve incluir: (Marinha – 2009)

53) Após investigação clínica da etiologia da diarréia que (A) restrição de gorduras, fibras e lactose na fase de
um paciente apresentava na enfermaria, diagnosticou-se remissão da doença
diarréia do tipo osmótica, provavelmente devido a: (B) restrição de gorduras e açúcar simples na fase de
(Especialização INCA/2009) remissão da doença
(C) restrição de gorduras, fibras e lactose na fase aguda
(A) Colite ulcerativa da doença
(B) Síndrome do intestino curto (D) indicação exclusiva de nutrição elementar por sonda
(C) Deficiência de lactose nasoentérica na fase aguda da doença
(D) Exotoxinas bacterianas (E) indicação exclusiva de NPT na fase de agudização da
doença
54) Após ressecção íleo terminal, faz-se necessária à
suplementação de: (Especialização INCA/2009) 60) Que nutrientes ficam com a absorção seriamente
comprometida após ressecção intestinal com retirada de
(A) Vitamina E importante parcela do íleo e presença da síndrome do
(B) Magnésio intestino curto? (Marinha – 2009)
(C) Ferro
(D) Vitamina B12 (A) gorduras e vitamina B12
(B) selênio e sódio
55) Janete tem 65 anos, é negra e tem diagnóstico de (C) cálcio e vitamina B1
nefropatia hipertensiva. Encontra-se em tratamento (D) vitaminas A e C
dialítico há cinco anos. Durante a hemodiálise Janete (E) triglicerídeos de cadeia média e sódio
relatou ao nutricionista perda de apetite e constipação
intestinal. 61) A colite ulcerativa é uma doença intestinal de causa
A avaliação neste dia revela: (Residência HUPE/2009) desconhecida, caracterizada por inflamação na mucosa e
Avaliação nutricional: Avaliação laboratorial: submucosa. No tratamento nutricional é indicada a
Peso pré-hemodiálise: Glicose: 80 mg/dl suplementação de: (Petrobrás 2010)
62Kg Uréia: 82 mg/dl
Peso seco: 58Kg Creatinina: 3,4 mg/dl (A) tiamina
Estatura: 1,60m Sódio: 133 mEq/l (B) biotina
Diurese residual: 500ml Potássio: 5,8 mEq/l (C) riboflavina
(D) vitamina C
Para o tratamento da constipação de Janete o nutricionista (E) vitamina A
orientou o aumento da ingestão de:
62) O tratamento dietoterápico para pacientes com doença
(A) água celíaca, deverá excluir os seguintes cereais: (Emgepron,
(B) azeite 2010):
(C) mamão
(D) farelo de trigo (A) aveia, polvilho e tapioca
(B) araruta, farinha de milho e de trigo
56) Douglas tem 16 anos e apresenta diagnóstico de (c) centeio, araruta e polvilho
doença celíaca há sete meses. Foi internado com (D) centeio, trigo e cevada
emagrecimento associado à diarréia crônica e distensão
abdominal. O manejo inicial do tratamento nutricional de 63) A suspensão do glúten dietético é fundamental para o
Douglas consiste em permitir o consumo de: (Residência controle da doença celíaca. Dos alimentos que constituem
HUPE/2009) as principais fontes, o que contém menos glúten é: (INCP,
2010)
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(D) hiperproteica, isenta de fibras solúveis, com adição
(A) cevada demarginina e glutamina
(B) trigo
(C) centeio 68) As fibras insolúveis, que aceleram o trânsito intestinal
(D) aveia e reduzem a constipação intestinal, estão presentes nos
seguintes alimentos: (Fiocruz/2010)
64) A doença celíaca foi considerada por muito tempo
como uma síndrome de má absorção, é definida como (A) aveia, tomate e linhaça;
uma resposta de hipersensibilidade à glidina. No (B) morango, banana e cebola;
tratamento dietoterápico, o alimento que pode ser (C) alho, maçã e leguminosas;
consumido sem restrição é a (o): (Petrobrás, 2010) (D) grãos integrais, repolho e ervilha;
(E) casca de frutas cítricas, leguminosas secas e farelo.
(A) tapioca
(B) bolo simples 69) No tratamento nutricional dos casos de diarréia em
(C) pão de centeio adultos é recomendada uma dieta pobre em resíduos,
(D) repolho empregando os seguintes itens: (Friocruz/2010)
(E) mingau de aveia
(A) inulina, pectina e flocos de chicória.
65) A constipação intestinal pode ser classificada em dois (B) farelo de trigo, granola e cereais integrais.
tipos (atônica e espástica). Correlacione a 1ª coluna (tipo (C) frutose, triglicerídeos de cadeia média e amendoim.
de constipação intestinal) com a 2ª coluna (descreve a (D) feijões, repolho e soja.
característica da dieta). (Polícia Militar, 2010) (E) ervilha, farinha de trigo integral e maçã.

1ª coluna – tipo de 2ª coluna – característica da dieta 70) Para pacientes com doenças inflamatórias intestinais,
constipação a dieta deve ter as seguintes características:
1. Atônica ( ) volume diminuído concentrado (Fiocruz/2010)
2. Espástica ( ) hiperfibrínica optando por
celulose crua (A) rica em fibras insolúveis e com 1,0 a 1,5g de
( ) temperatura fria ou gelada em proteínas/kg de peso/dia.
jejum (B) pobre em fibras insolúveis e com lipídeos de 25-30%
( ) evitar concentração de do VET.
dissacarídeos (C) rica em fibras insolúveis e TCM.
( ) Isento de caldo concentrado em (D) rica em fibras solúveis e isenta de lactose.
purina (E) pobre em fibras solúveis e lipídeos.

Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta: 71) No tratamento nutricional de pacientes portadores de
doença inflamatória intestinal, deve-se evitar alimentos
(A) 2, 1, 1, 2, 2 ricos em: (IABAS, 2010):
(B) 1, 2, 2, 1, 1
(C) 1, 2, 1, 2, 1 (A) ácidos graxos da série ômega 3
(D) 2, 1, 2, 1, 2 (B) fibras solúveis
(C) gordura polinsaturada
66) Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela na qual (D) fibras insolúveis
todos os alimentos citados são permitidos na dieta de um (E) potássio
indivíduo com doença celíaca: (Pm São Gonçalo, 2010)
72) A doença de Crohn é uma doença inflamatórioa
(A) maçã, vitamina de bana com aveia, milho cozido, intestinal segmentar, que pode afetar qualquer parte do
bolacha água e sal trato alimentar, desde a boca até o ânus, porém envolve
(B) maça, bana amassada com farinha Láctea, pão predominantemente o íleo terminal e o cólon. Leia as
francês, bolo de fubá afirmativas abaixo e marque a opção CORRETA.
(C) pão de batata, biscoito de araruta, cream cracker e (Residência INCA/2011)
macarrão
(D) mingau de aveia, cuscuz de tapioca, bolacha cream I A glutamina é fonte energética para células intestinais,
cracker garantindo a manutenção da estrutura e funções
(E) bolo de milho, suco de laranja, canjiquinha com feijão, intestinais, durante o comprometimento da barreira
pão de batata mucosa.
II Na fase aguda da doença de Crohn a dieta deve ser
67) Paciente, 39 anos, com diagnóstico de doença de isenta de lactose, devido à baixa atividade da enzima.
Crohn em segmento jejunal, apresentando-se na fase III As fibras solúveis devem ser restritas por serem
aguda doença. Assinale a alternativa com as substratos de ácidos graxos de cadeia curta para as
recomendações dietéticas para este paciente. (Residencia bactérias intestinais, que agridem a mucosa intestinal.
UFRJ/2011)
(A) As afirmativas I e II são verdadeiras.
(A) hipolipídica, isenta de lactose, com restrição de (B) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
monossacarídeos e rica em fibras solúveis (C) As afirmativas II e III são verdadeiras.
(B) normolipídica, restrita em fibras dietéticas, isenta de (D) As afirmativas I, II e III são verdadeiras.
sacarose e lactose
(C) hiperglicídica, rica em fibras insolúveis, 73) A obstipação intestinal é uma alteração do trânsito
antifermentativa e com adição de ácidos graxos da série intestinal, mais especificamente do intestino grosso,
n-3 caracterizada por diminuição do número de evacuações,
fezes endurecidas e esforço à defecação. Leia as

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afirmativas abaixo e marque a opção correta. (Residência
INCA/2011) 76) O termo “Má- Absorção Intestinal” é usado para
descrever processos que primariamente envolvem
I A ameixa preta e seu suco auxiliam no tratamento prejuízos na digestão, disfunção em nível de mucosa ou
dietético da obstipação intestinal, porque contém o ácido manejo pós-absortivo de nutrientes. História de prejuízo no
diidroxifinil isotina, que estimula a motilidade intestinal; crescimento infantil ou diarreia em adultos pode sugerir a
II Recomenda-se a ingestão de 8 copos/dia de líquidos presença de processos latentes ou crônicos de má-
para auxiliar na maciez das fezes. absorção de nutrientes. Relacione cada nutriente com sua
III As fibras alimentares aumentam o volume e a maciez manifestação clínica de má absorção intestinal. (São
das fezes, além de acelerar o trânsito intestinal. Gonçalo, 2011)

(A) A afirmativa I está errada. (a) lipídios


(B) As afirmativas I, II e III estão corretas. (b) vitamina B12
(C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. (c) ferro
(D) A afirmativa III está errada. (d) magnésio
(e) vitaminaA
74) A diarreia é caracterizada pelo aumento da frequência (f) vitamina K
de eliminação de fezes semipastosas ou líquidas, sendo
acompanhada por perda de eletrólitos. Assinale a opção ( ) anemia macrocítica
CORRETA quanto à recomendação nutricional: ( ) diarreia sem distensão ou flatulências
(Residência INCA/2011) ( ) hemorragia
( ) hiperqueratose folicular
(A) A dieta deve oferecer líquidos e eletrólitos para repor ( ) anemia microcítica
as perdas, prebióticos para recompor a flora bacteriana e ( ) parestesia
diminuir fibras insolúveis.
(B) A dieta deve conter fonte de fibra insolúvel para reduzir A resposta correta, de cima para baixo, é:
o trânsito intestinal; isenta de lactose, devido
à baixa atividade da lactase e usar probióticos para A) b, a, f, e, c, d.
recuperar a flora bacteriana. B) d, c, e, f, a, b.
(C) A dieta deve conter fonte de fibra solúvel para auxiliar C) a, b, f, e, d, c.
no controle do trânsito intestinal; excluir lactose, pois pode D) b, a, e, f, d, c.
ficar temporariamente intolerante e ofertar líquidos e E) d, c, f, e, a, b.
eletrólitos para repor as perdas.
(D) A dieta deve oferecer fibra insolúvel, que regula o
trânsito intestinal pela viscosidade que proporciona, e GABARITO
ácidos graxos de cadeia curta; restringir fibras solúveis,
que aceleram o trânsito intestinal, excluir lactose e uso de 1D 2A 3B 4C 5A 6D
prebióticos para repor a flora. 7B 8C 9A 10C 11D 12E
13B 14C 15B 16A 17B 18A
75) A microbiota intestinal promove a fermentação de 19B 20B 21A 22A 23D 24D
carboidratos que são mal absorvidos ou resistentes à
25D 26E 27C 28C 29B 30C
digestão. Em indivíduos saudáveis, tal fermentação ocorre
31B 32A 33D 34B 35B 36B
após o consumo dos seguintes nutrientes abaixo,
37B 38A 39D 40E 41E 42E
EXCETO em: (São Gonçalo, 2011)
43C 44C 45E 46B 47B 48C
A) quantidades significantes de frutose. 49C 50A 51C 52A 53C 54D
B) pequenas quantidades de sorbitol e manitol. 55B 56D 57D 58A 59C 60A
C) lactose, quando a deficiência de lactase está 61A 62D 63D 64A 65A 66E
presente. 67A 68D 69A 70D 71D 72A
D) fibras dietéticas. 73B 74C 75E 76A
E) ácidos graxos de cadeia curta.

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