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Revista trimestral • Informação Geral • Distribuição gratuita • abril 2012 • Nº26

notícias

nacional
Certificação de empresas
1ª Conferência aborda o tema

Petróleo
Pré-sal
Página dourada no sector

Nacional
36º Aniversário
Sonangol balanceia actividade

Destaque
Conselho de Administração
tomA posse
Francisco de Lemos José Maria é o novo Presidente
revista disponivel nos voos da:

14

Nacional
Pré-Sal
Novo capítulo começou
06 Notícias a escrever-se no sector
petrolífero nacional.
Breves da Actualidade
As últimas novidades no sector
do petróleo e no Universo Sonangol.

11 Nacional
Certificação de empresas 18
A Sonangol organizou, em parceria com
o Ministério dos Petróleos,
a 1ª Conferência sobre Certificação
de Empresas.

34

DESTAQUE
Entrevista
36º Aniversário
Tomás Faria Na última conferência de imprensa foram
Conheça o vice-presidente
apresentados os resultados da empresa
do Atlético Petróleos
pelo novo PCA da Sonangol, Francisco de Lemos.
de Luanda.

42 Cultura
Marcela costa
A mentora da Galeria Celamar
organizou o evento Mostra de Arte
Mulher, a propósito da celebração do
Dia Internacional da Mulher.

Colabore com a Revista Sonangol Notícias, mande os seus textos para hld.gci@sonangol.co.ao

Conselho de Administração
• Presidente – Francisco de Lemos José Maria • Administradores Executivos – Anabela Fonseca, Fernando Roberto,
Mateus de Brito, Baptista Muhongo Sumbe, Sebastião Gaspar Martins e Raquel Vunge.
• Administradores Não Executivos – Albina Assis Africano, José Guime, André Lelo e José Paiva
Propriedade Edição
Sonangol, E.P. • Gabinete de Comunicação e Imagem – hld.gci@sonangol.co.ao • Director – João Rosa Santos • Redacção –
Hélder Sirgado (Coordenador), Paula Almeida, José Augusto, Kimesso Kissoca e Edvaldo Nelumba • Colaboradores
Permanentes – José Mota, Beatriz Silva, Sandra Teixeira, Nadiejda Santos, Carlos Guerreiro, Lúcio Santos e
• Sede Sarissari Diniz • Interlocutores nas Subsidiárias – Andresa Silva, Ângela Feijó, Ariel Escórcio, Estêvão Félix, Gil
Rua Rainha Ginga, 29/31 Miguens, José Oliveira, Lúcia Anapaz, Luís Alexandre, Marta Sousa, Miguel Mendonça, Mondlane Boa Morte, Nelson
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Sonangol
Opinião

36 anos a Produzir para Transformar

palavra dO director
João Rosa Santos*

A
Sonangol assinalou a 25 de Feve- de políticas e acções capazes de promo- excepcionalidade do seu trabalho, quer
reiro último o seu 36º Aniversário. ver a sustentabilidade e o crescimento pela capacidade de inovação e cresci-
Um dia especial para os angola- da indústria petrolífera nacional, cujo mento.
nos em geral e para os trabalhadores objectivo principal é assegurar um maior Simples, discreta e extraordinariamente
da Sonangol em particular. Um per- retorno para o Estado e garantir a par- talentosa, a petrolífera estatal angolana
curso prenhe de realizações cujo valor ticipação efectiva das empresas e dos conseguiu impor-se no exigente e con-
e potencial não podem ser ignorados. quadros angolanos nas actividades da corrido universo do petróleo com algum
Um excelente exemplo do saber e do indústria, bem como o benefício da so- à vontade, devido à competência, se-
bem-fazer. ciedade nos resultados gerados. riedade e profissionalismo que sempre
O mais e o melhor fazem parte do quoti- Ao longo dos tempos, a Sonangol tem se imprime a cada novo desafio.
diano da Sonangol que tem como prática destacado pela competência e talento Essencialmente voltada para o Upstre-
comum a virtude de incentivar e motivar na gestão dos mais complexos dossiers am (Pesquisa e Produção e Gás Natural),
os colaboradores da empresa, não im- ligados à indústria petrolífera e não só, Midstream (Refinação), Downstream
porta a distância, tão pouco a geogra- assumindo-se como uma verdadei- (Distribuição, Logística, Shipping) e
fia. Criada em 1976, a petrolífera estatal ra empresa social e ambientalmente Non-Core (Formação, Saúde, Habitação,
angolana tem sabido dar cartas e estar responsável. Aviação, Indústria, Telecomunicações),
à altura das suas responsabilidades e A comprová-lo está a consolidação de a Sonangol faz morada nos quatro can-
desafios. uma filosofia de crescimento sustenta- tos do planeta terra, sendo de desta-
Embora tenha apenas 36 anos de exis- da e geoestratégicamente bem deline- car a presença nos Estados Unidos da
tência, a Sonangol tem um percurso de ada que encontra esteio em valores de América, na Inglaterra, em Singapura,
vida notável, integrando já a incondicio- importância capital como é o caso da no Brasil, em Cabo Verde, em S.Tomé
nal legião de empreendedores de su- orientação ao cliente, o desempenho, o e Príncipe, em Portugal, em Cuba, no
cesso, colhendo, dentro e fora do país, trabalho em equipa, a qualidade, saúde, Iraque, entre outros países.
os mais rasgados elogios e reconheci- segurança e ambiente, a conduta ética Enquanto empresa cidadã, está presente
mento, tal é a dimensão dos resultados e a comunicação efectiva. nas 18 províncias do país, desenvolvendo
positivos que ano após ano crescem e No país e no estrangeiro, hoje em dia a acções pontuais que permitem gradu-
se multiplicam. Sonangol é uma referência obrigatória. almente a oferta de serviços e produtos
Esta onda de bons resultados assenta Os seus valores são nacional e inter- de qualidade com o sempre modesto
fundamentalmente na implementação nacionalmente reconhecidos, quer pela propósito de melhorar continuamente

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a satisfação dos seus clientes. Com nhentos trabalhadores, a Sonangol está mudanças significativas na cadeia de
ideias singulares e projectos cada vez consciente de que cada processo tem o mando. Depois de 12 anos a frente da
mais modernos, a Sonangol nestes seus seu tempo de maturação e desenvolvi- empresa, Manuel Vicente, agora promo-
36 anos de existência conseguiu crescer mento. Imbuída deste princípio e ana- vido à Ministro de Estado e da Coorde-
de tal forma que passou a ser presen- lisando o quotidiano com propriedade nação Económica, dá lugar à Francisco
ça obrigatória nos principais eventos da e em profundidade procura introduzir de Lemos José Maria, até então Admi-
indústria petrolífera mundial. com talento e originalidade soluções nistrador Executivo da Sonangol E.P.
Não por mera casualidade, até 2015 a de incomparável valia que criam forte À partida esta alteração tem a virtude de
petrolífera estatal angolana tem em empatia e contribuem para a elevação assentar na renovação na continuidade,
carteira a intenção de se tornar uma dos níveis motivacionais do pessoal. facto que por si só dá maior alento e
empresa de energia integrada, compe- A história da Sonangol é rica em reali- crença na prossecução da estratégia
titiva e de projecção internacional, com zações. É uma empresa digna de nota da empresa constante da Visão 2015.
alto nível de desempenho na base das que orgulha todos os angolanos. No ar, Por este e outros factos significativos, a
melhores práticas de governação das no mar e na terra, escreve páginas de Sonangol está cada vez mais certa do
sociedades. glória com suor e trabalho, conseguindo seu destino e, de mangas arregaçadas,
Mas, os desafios não ficam por aqui. No criar uma marca singular e inconfundível. passo a passo, sem cerimónias, contri-
seu quadro de prioridades consta a ne- No fundo, é uma empresa que bem sabe bui decididamente para a construção
cessidade de estar permanentemente ser e estar, que busca energias no meio da nova Angola.
à altura dos seus compromissos com o que a rodeia, enfim, um ente que evo-
Estado, a sociedade, parceiros e empre- lui a cada ciclo da vida com princípio,
gados, perspectivando sempre a criação meio e fim. (* Jornalista)
de valor. Com uma força de trabalho O 36º aniversário comemora-se num
estimada em cerca de oito mil e qui- momento de viragem já que acontecem
Rússia na Feira de Petróleo de Cape Town
A Rússia enviou, pela primeira vez, uma delegação comercial à petróleo e do gás, incluindo a engenharia petroquímica, dese-
exposição de Petróleo e Gás que decorreu no centro de conven- nho industrial, construção, segurança, engenharia submarina,
ções da Cidade do Cabo, África do Sul. A organização do certame bem como gestão de eventos e diplomacia.
declarou que a presença daquele país europeu é impulsionada O Conselho Russo do Comércio, a embaixada e o Ministério do
pelo interesse que passou a nutrir pelas recentes descobertas Desenvolvimento Económico do país europeu fazem parte da
que ocorreram no continente africano no domínio energético. missão empresarial que veio a Angola. Recorde-se que esta
A delegação russa integrou executivos de empresa, directores exposição é dedicada a fornecedores e provedores de servi-
do domínio das tecnologias, assim como decisores que a orga- ços da indústria do petróleo e do gás, organizada em asso-
nização afirma que vão tentar explorar as oportunidades pro- ciação entre a Aliança Sul-Africana do Petróleo e do Gás e a
porcionadas pela África Subsaariana. Agência Sul-Africana para a Promoção da Pesquisa e Produ-
De acordo com a organização, a missão representa um largo ção de Petróleo.
espectro de ramos industriais relacionados com o sector do

Sonangol assina acordo de financiamento


com bancos angolanos

A Sonangol E.P. celebrou, no passado dia 26 de Março do corrente ano, na sua Sede, em Luanda, um acordo de financiamento no
valor de sessenta mil milhões de Kwanzas concedido por um sindicato constituído pelos dez principais bancos angolanos liderados
pelos Bancos Angolano de Investimentos (BAI) e de Fomento Angola (BFA).
O referido financiamento será reembolsável num período de 36 meses, sendo os juros calculados na base do LUIBOR (Luanda Inter-
bank Offered Rate), a taxa de juros de referência do mercado interbancário angolano.
Foi signatário do acordo, em nome e representação da Sonangol E.P., o Presidente do Conselho de Administração da referida empresa
petrolífera angolana, Francisco de Lemos José Maria. Assistiram a cerimónia de assinatura os Administradores da Sonangol E.P. e
altos funcionários das duas instituições bancárias acima mencionadas.

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Angola reconduzida à presidência da ARA


Angola foi reconduzida à presidência não executiva da Associação de Refinadores
Africanos (ARA), no decorrer da mais recente conferência dessa organização, rea-
lizada de 19 a 23 de Março, em Marraquexe, Marrocos, responsabilidade que o país
assume desde Março de 2011.
O mandato de Angola está a ser exercido pela Administradora da Sonangol E.P., Ana-
bela Fonseca, que assim ficará até 2013 na presidência não executiva da ARA, cuja
reunião este ano teve como tema central “o Desenvolvimento do Downstream Afri-
cano”. Refira-se que a Sonangol apresentou o tema sobre o Downstream em Angola.
A Associação de Refinadores Africanos é integrada por Angola, Argélia, Egipto, Sudão,
Líbia, Zâmbia, Quénia, África do Sul, Nigéria, Marrocos, Senegal, Costa do Marfim,
Gana, Camarões e República Democrática do Congo.

Entidade apoiada pela Sonangol distinguida na Suíça


O Centro de Apoio Empresarial (CAE), um órgão da Câmara de objectivos da criação, em 2005, do Centro de Apoio Empresa-
Comércio e Indústria de Angola, cuja actividade tem beneficiado rial, destaca-se a prestação de acções de formação e assistên-
do apoio da Sonangol, foi recentemente distinguido pela orga- cia técnica e empresarial para as Pequenas e Médias Empresas
nização internacional Business Initiative Directions, com o pres- nacionais, nas mais diversas áreas, sendo que as PME’s consti-
tigiado Prémio de Qualidade, na Categoria Ouro. tuem os principais clientes do CAE.
No decorrer da cerimónia de entrega do referido Prémio, rea- O referido órgão da Câmara de Comércio e Indústria de Angola
lizada em Genebra (Suíça), o Centro de Apoio Empresarial viu também tem trabalhado com bancos comerciais angolanos na
reconhecido o seu esforço na divulgação de oportunidades de procura de soluções para as necessidades de financiamento
negócio para as empresas angolanas e na implementação de das empresas por si certificadas. De realçar, nesse âmbito, que
acções que visam capacitá-las a participarem, de forma mais o CAE possui um processo de certificação amplamente aceite
representativa e competitiva, na indústria petrolífera e assim con- pelas operadoras petrolíferas que exercem actividade no país.
tribuírem para o crescimento económico do país. Entre os vários

Petrobras tem segunda maior produção de petróleo no Brasil


A produção de petróleo da Petrobras no Brasil em Janeiro subiu 2%
em relação ao mesmo mês do ano passado e atingiu o segundo maior
volume mensal da história da companhia no país, de acordo com dados
divulgados pela empresa. A produção de petróleo no Brasil, em Janeiro
passado, atingiu 2,110 milhões de barris diários em média, contra 2,084
milhões de barris/dia em Dezembro, alta de 1,2%. “Contribuíram para
esses resultados a entrada em produção de novos poços nas platafor-
mas P-57, no campo de Jubarte, na P-56, no campo de Marlim Sul, e do
Teste de Longa Duração (TLD) de Aruanã, no pós-sal da porção sul da
Bacia de Campos, operado pelo navio plataforma FPSO Cidade do Rio
das Ostras", explicou a Petrobras. Mas o volume de Janeiro ainda fica
abaixo do recorde mensal, de 2,121 milhões de barris diários obtidos em
Dezembro de 2010. O volume de Janeiro ficou acima da média registada
no ano passado, de 2,021 milhões de barris, quando a estatal ficou 3,7
% abaixo da meta, sofrendo com pausas não programadas nas pla-
taformas, problemas técnicos e atrasos na entrega de plataformas.
EM LUANDA
DELEGAÇÕES GOVERNAMENTAIS DE PORTUGAL
E SUDÃO DO SUL MANTÊM CONTACTOS COM SONANGOL
O ministro de Estado e das Finanças de Portugal, Victor Gas- de visita à Angola, manteve igualmente um encontro com Fran-
par, manteve em finais de Março de 2012, no Edifício Sede da cisco de Lemos José Maria.
Sonangol E.P., um encontro de trabalho com o Presidente do Na ocasião, o ministro dos Assuntos do Gabinete do Presidente
Conselho de Administração da petrolífera estatal angolana, da República do Sudão do Sul, Deng Alor Kuol, que chefiou a refe-
Francisco de Lemos José Maria. rida delegação, falou do interesse do seu país em cooperar com
Acompanharam o ministro português, neste seu contacto com a Sonangol no domínio da exploração e produção de petróleo.
a Administração da Sonangol E.P., os secretários de Estado do Por seu lado, Francisco de Lemos, que se fazia acompanhar
Tesouro e Finanças e dos Assuntos Fiscais de Portugal, Maria do Administrador da Sonangol E.P. Gaspar Martins, manifes-
Luís Albuquerque e Paulo Núncio, respectivamente. tou a disposição da estatal angolana em prestar apoio técnico
Refira-se que a delegação lusa esteve em Angola para uma ao sector petrolífero daquele estado do continente africano.
curta visita oficial ao país, no decorrer da qual se reuniu com Acompanharam Deng Alor Kuol outros membros do governo
vários membros do governo angolano. do Sudão do Sul, entre os quais os ministros dos Petróleos e
Sensivelmente na mesma data, uma outra delegação gover- Minas e das Finanças.
namental, desta feita do Sudão do Sudão, que também esteve

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Fórum de Energia no Kuwait

O titular da pasta dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, bilateral no domínio dos petróleos. A ministra sul-africana foi
participou no mês de Março, na cidade do Kuwait, no XIII uma das convidadas ao XIII Fórum Internacional de Energia.
Fórum Internacional de Energia. Mais de 1.500 pessoas parti- Petróleo, produtos petroquímicos, fertilizantes e serviços
cipam na reunião em que são discutidos, entre outros assun- financeiros são os principais produtos de exportação do
tos, a satisfação futura da procura energética, o processo Kuwait, que importa desde alimentares e têxteis a máqui-
de planeamento e os investimentos no sector a longo prazo. nas. O seu mais importante parceiro comercial é o Japão e
O encontro também se debruçou sobre mercados energé- a seguir os Estados Unidos, Índia, Coreia do Sul, Singapura,
ticos, sobretudo os relacionados com a redução da volatili- China, União Europeia e Arábia Saudita.
dade, alcance da sustentabilidade ambiental e social e com
as baixas emissões. O acesso de todos às energias e a neces-
sidade de um diálogo internacional sobre o assunto, funda-
mentalmente as perspectivas quanto à cooperação neste
domínio, foram aspectos igualmente em análise. Presente
no V Fórum Internacional das Empresas de Energia esteve
a delegação angolana para debater o reforço dos investi-
mentos nas energias e o delineamento de directrizes para
parcerias bem sucedidas. A Sonangol esteve representada
pelo administrador Gaspar Martins.
À margem do XII Fórum Internacional, Botelho de Vasconce-
los teve ainda um encontro com a ministra sul-africana dos
Recursos Minerais e Energia, Dipuo Peters, com quem abor-
dou questões relacionadas com o reforço da cooperação
Nacional

Delegação da Comunicação Social


moçambicana visita Sonangol E.P.

U
ma delegação de responsáveis da sições, localizada no hall de entrada, compete ao Gabinete de Informação
Comunicação Social de Moçam- bem como o Gabinete de Comunicação de Moçambique, entre outras respon-
bique esteve recentemente na e Imagem cujo Gestor prestou, aos visi- sabilidades, assessorar o governo em
Sonangol E.P, onde foi recebida pelo tantes, informações detalhadas sobre questões específicas da área de infor-
Director de Comunicação e Imagem da o processo de comunicação institucio- mação e o 1º ministro em matéria de
petrolífera estatal angolana, João Rosa nal e comercial da Sonangol. comunicação social, facilitar a articu-
Santos, em representação do Adminis- Acompanharam Ricardo Dimande, nesta lação entre o governo e os meios de
trador supervisor da referida área fun- sua deslocação à Sonangol E.P., os comunicação social, bem como faci-
cional, Mateus de Brito. Presidentes dos Conselhos de Admi- litar o acesso dos órgãos de comuni-
Durante a sua permanência no Edifí- nistração da Rádio, da Televisão e da cação social e do público em geral à
cio Sede da Sonangol E.P., a delegação Agência de Informação de Moçambi- informação sobre as actividades gover-
moçambicana, chefiada pelo Director do que, o Director Geral do Jornal Notí- namentais.
Gabinete de Informação daquele país, cias e assessores do Gabinete do 1º
Ricardo Dimande, visitou a Sala de Expo- ministro moçambicano. Refira-se que

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Primeira conferência sobre

nacional
certificação de empresas
em Angola

Ângela Correia (Texto)


Malocha (Fotos)

L
uanda acolheu a primeira confe-
rência internacional sobre certi-
ficação de empresas em Angola.
A abertura teve lugar no Centro de Con-
venções de Talatona e teve como orador
principal Gaspar Martins, Administrador reguladores, especialistas nacionais e gidos para maior qualidade da oferta”,
da Sonangol E.P.. internacionais, no âmbito da certifica- prosseguiu o interlocutor.
O Administrador defendeu que Angola ção das empresas. De acordo com o Administrador da Sonan-
é um país que tem possibilidade de criar “Tendo em mente esta realidade, é com gol E.P., que se pronunciava em repre-
estruturas básicas para a certificação grande prazer que a Sonangol E.P. se sentação do Presidente do Conselho de
de empresas e a sustentabilidade como associa ao Ministério dos Petróleos, ao Administração (PCA) da empresa, Fran-
estratégia de negócios e benefícios da Instituto Angolano de Normalização e cisco de Lemos, com a realização do cer-
integração dos sistemas de gestão. Qualidade (IANORQ) e à Total Angola tame deu-se um importante passo para
Para o Administrador, a certificação é actu- na promoção deste evento”, disse Gas- a competitividade e sustentabilidade
almente, para qualquer empresa, uma par Martins. dos negócios realizados pelas empre-
vantagem competitiva e, para Angola, “Cada vez mais, os clientes exigem a qua- sas em Angola.
em particular, um factor de desenvolvi- lificação dos seus parceiros de negócios “Pretendemos contribuir para a divul-
mento, visto que faz transparecer para e essa (certificação) é uma garantia que gação das boas práticas e sensibilizar o
o mercado a imagem de uma organi- a empresa atenderá os requisitos exi- empresariado nacional para o uso das
zação que procura obter altos padrões normas internacionais de qualidade no
de qualidade. mercado ” frisou.
O Administrador acrescentou que a certi- A “1ª Conferência sobre Certificação
ficação dá também garantias da aptidão de Empresas em Angola” iniciou efec-
de determinada instituição ou organiza- tivamente os trabalhos no dia 28, com
ção oferecer, aos seus clientes, os melho- a abordagem de dez temas na sua pri-
res serviços e produtos. meira sessão técnica, e terminou no
“Somente com um sistema de gestão dia 29, após discussão de outros nove
da qualidade, devidamente estruturado assuntos, por especialistas angolanos
e credível, será possível garantirmos ao e estrangeiros.
mercado a consistência da prestação Paralelamente a este encontro, esteve
dos nossos serviços e produtos” enfati- patente uma exposição tecnológica sobre
zou o responsável, considerando a cer- a qualidade, com a participação de mais
tificação uma homologação do saber, de dez empresas, que expuseram maio-
conhecimento e da competência das ritariamente equipamentos de calibra-
empresas perante o mercado. ção, medição e variados produtos de
Neste contexto, disse ser objectivo da qualidade comprovada por entidades
Sonangol E.P. e restantes parceiros na de direito.
organização do referido evento, que o A Primeira Conferência sobre Certifica-
mesmo ajude a promover a partilha de ção de Empresas decorreu sob o lema
conhecimentos e o debate de perspec- Criando Competitividade e Sustentabi-
tivas entre o sector empresarial, órgãos lidade nos Negócios.
MANUEL VICENTE
nacional

nomeado Ministro de Estado


e da Coordenação Económica

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, nomeou e empossou Manuel Vicente
para o cargo de ministro de Estado e da Coordenação Económica. Dentro das novas
competências de Manuel Vicente está a coadjuvação do Presidente da República
na Comissão Económica e auxílio na formulação, coordenação, execução e controlo
da política do Governo no domínio económico.

gol E.P., Manuel Vicente despediu-se da O Administrador garantiu também que


Francisco Graça (Texto)
Arquivo & JA (Fotos) Sonangol durante uma cerimónia na todos os trabalhadores da Sonangol
qual foi homenageado pelo Conselho vão manter o seu engajamento, visando

F
ormado em Engenharia Electro- de Direcção e trabalhadores do Grupo o crescimento contínuo da petrolífera
técnica desde 1983, pela Univer- Sonangol e que contou com a presença estatal angolana e a consequente dig-
sidade Agostinho Neto, Manuel do Presidente do Conselho de Adminis- nificação do país.
Domingos Vicente, 55 anos, junta-se aos tração, Francisco de Lemos José Maria. Em resposta, Manuel Vicente agradeceu
ministros de Estado Carlos Maria Feijó Ao intervir durante o acto, que teve o carinho e a amizade que lhe foram dedi-
e Hélder Vieira Dias, respectivamente, lugar no Edifício Sede da Sonangol cados ao longo de tantos anos e reiterou
chefe da Casa Civil e da Casa Militar E.P., o Administrador Fernando Roberto a importância do trabalho em equipa.
do Presidente da República.
Manuel destacou o brio e o profissionalismo “Ninguém trabalha sozinho”, enfatizou,
Vicente irá agora coadjuvar o Presidente de Manuel Vicente enquanto PCA da a propósito. Ao referir-se ao papel das
da República na Comissão Económica concessionária angolana, bem como lideranças, o ex-PCA da Sonangol E.P.
e auxiliá-lo na formulação, coordena- os seus feitos que contribuíram sig- considerou que o sucesso das organi-
ção, execução e controlo da política nificativamente para os bons resulta- zações assenta, fundamentalmente, na
do Executivo no domínio económico. dos que a empresa vem registando ao maneira como se conduzem as pessoas.
Outro decreto presidencial, apreciado longo dos anos. Em nome dos trabalhadores, o Conse-
recentemente pelo Conselho de Minis- Fernando Roberto considerou que a pro- lho de Administração da Sonangol E.P.
tros, determina que o novo ministro de moção de Manuel Vicente para ministro fez a entrega de lembranças ao actual
Estado passa a coordenar as comis- de Estado e da Coordenação Económica ministro de Estado e da Coordenação
sões bilaterais Angola-Brasil, Angola- constitui um orgulho para a Sonangol Económica.
-China, Angola-Cuba e Angola-França. e manifestou o desejo de a empresa
Deixando as funções de Presidente do poder continuar a contar com o aconse-
Conselho de Administração da Sonan- lhamento do actual ministro de Estado.

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Assinatura dos Contratos de Partilha
de Produção dos Blocos do Pré-Sal
Nacional

Uma página dourada do sector


petrolífero angolano

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Helder Sirgado (Texto)


José Quarenta & Arquivo (Fotos)

A
Sonangol E.P., na qualidade de Blocos 19/11, 20/11, 22/11, 24/11, 25/11, 35/11, mónia, Manuel Vicente realçou que o acto
concessionária, e as companhias 36/11, 37/11, 38/11, 39/11 e 40/11. realizado teve um significado bastante par-
petrolíferas que integram os diver- Pela Sonangol Pesquisa e Produção foram ticular para a petrolífera estatal angolana.
sos Grupos Empreiteiros dos Blocos do Pré signatários o Presidente e o Vogal da Comis- “Ele realiza-se não só numa época festiva,
Sal angolano, nomeadamente a Sonangol são Executiva da referida Subsidiária da mas vem, em termos de datas, de um bom
Pesquisa e Produção, BP, China Sonan- Sonangol E.P., Bento Lourenço e Fernando resultado a nível de exploração petrolífera
gol, TOTAL, Cobalt, Statoil, Repsol, ENI e dos Santos, respectivamente, enquanto que tivemos na semana passada”, disse,
ConocoPhillips, assinaram no dia 20 de as demais petrolíferas estiveram repre- a propósito, referindo-se à recente confir-
Dezembro de 2011, em Luanda, os respec- sentadas por altos funcionários da sua mação da existência de hidrocarbonetos
tivos Contratos de Partilha de Produção. administração. na Bacia do Kwanza.
No decorrer da cerimónia, que contou com Presentes ao acto estiveram igualmente “Diria que aquilo que andávamos a pro-
a presença do Ministro angolano dos Petró- os membros do Conselho de Administra- cura foi alcançado e temos agora resul-
leos, Botelho de Vasconcelos, e na qual a ção e Gestores da Sonangol E.P., o Director tados que nos encorajam a prosseguir”,
Sonangol E.P. esteve representada pelo Nacional dos Petróleos, representantes dos acrescentou o antigo PCA da Sonangol
então Presidente do Conselho de Admi- Ministérios da Justiça e das Finanças, con- E.P. que terminou a sua intervenção dando
nistração, Manuel Vicente, foram assina- vidados, bem como um grande número de os parabéns à equipa envolvida em todo o
dos os Contratos de Partilha de Produção jornalistas nacionais e estrangeiros. processo que culminou com a assinatura
referentes às concessões petrolíferas dos Ao proferir um breve discurso no final da ceri- dos Contratos referentes aos Blocos do
DESCOBERTA DO PRIMEIRO
POÇO DO PRÉ-SAL EM ANGOLA
Pré-Sal. Refira-se que Manuel Vicente foi
muito recentemente nomeado pelo Presi- A Sonangol E.P., a Maersk Oil (Angola) e os demais
Nacional

dente da República para desempenhar o parceiros, anunciaram a descoberta petrolífera do


cargo de ministro de Estado e da Coorde- poço de exploração Azul-1 localizado em águas
nação Económica. profundas do Bloco 23 da Bacia do Kwanza.
Por seu lado, os representantes das com- O referido poço – o primeiro a penetrar objectivos
panhias petrolíferas integrantes dos Gru-
no pré-Sal em águas profundas – foi perfurado
pos Empreiteiros manifestaram-se, de uma
numa lâmina de água de 923 metros e atingiu a
forma geral, bastante satisfeitos e encora-
profundidade final de 5.334 metros. As condições
jados com a assinatura dos Contratos de
Partilha de Produção dos Blocos do Pré Sal do poço não permitiram aferir a sua capacidade de
angolano. Regozijaram-se também com o fluxo através do teste de formação convencional,
facto de terem a Sonangol como parceiro e tendo sido realizado um mini teste que possibi-
com a boa nova da Bacia do Kwanza refe- litou a recuperação de duas amostras de petró-
rida por Manuel Vicente, no decorrer da sua leo de boa qualidade. Entretanto, a interpretação
intervenção. preliminar dos dados adquiridos indicaram uma
Recorde-se que em Janeiro de 2011 a Sonan- capacidade de fluxo potencial superior a 3.000
gol apresentou os resultados dos concursos barris de petróleo dia. Com base nestes resul-
públicos limitados sobre o Pré Sal realiza-
tados que se afiguram bastante encorajadores,
dos pela petrolífera estatal angolana ao
a Maersk Oil Angola irá proceder a avaliação da
abrigo do Decreto Presidencial nº 297/10,
referida descoberta e prosseguir com os traba-
de 2 de Dezembro.
lhos de exploração no referido poço. A Sonan-
As particularidades dos concursos gol E.P. é a Concessionária do Bloco. A Maersk
Oil & Gas (Angola) como operador do Bloco 23
Um dos aspectos singulares dos concur- detém (50%) de participação, a Svenska (30%)
sos acima referidos tem a ver com o facto e a Sonangol P&P (20%).
de os mesmos integrarem Blocos Petrolí-
feros nos quais se tem em vista a pesquisa
e produção de hidrocarbonetos primaria-
mente no objectivo geológico do Pré Sal
situado a profundidades que, se conside-

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rada a lâmina de água, podem ir até aos Outrossim, a pesquisa e produção de hidro- b) Incremento do Recrutamento, Inte-
10 mil metros, embora este não constitua carbonetos ao nível do Pré Sal coloca à gração, Formação e Desenvolvimento
o único objectivo geológico. Sonangol, entre outros, o desafio da dis- de Pessoal Angolano – Trata-se de um
Outra particularidade é a entrada no mer- ponibilidade do capital humano nacional processo que visa aumentar o Recruta-
cado petrolífero nacional de novas empre- à altura das exigências impostas por esse mento e Qualificação da força de traba-
sas investidoras, o que permitiu o aumento tipo de projectos. Assim, como forma de lho nacional e que será implementado
de entidades operadoras. São os casos, por contribuir para os esforços do país no que nos Blocos 35/11, 36/11, 37/11, 38/11, 39/11
exemplo, da espanhola Repsol (operadora concerne à formação de quadros angola- e 40/11.
do Bloco 22/11), da norte americana Cono- nos para o sector petrolífero, os Termos de A implementação dos dois conceitos
coPhillips (operadora dos Blocos 36/11 e Referência do concurso para os Blocos do atrás mencionados, cujos custos fica-
37/11) e da Statoil, da Noruega, operadora Pré Sal incluíram as seguintes matérias: rão sob responsabilidade dos Grupos
dos Blocos 38/11 e 39/11. a) Transferência da operação para a Empreiteiros, será regulada por acordos
Quanto à Sonangol Pesquisa e Produção, Sonangol Pesquisa e Produção, meca- pontuais a concluir em prazos determi-
esta Subsidiária da Sonangol E.P. aumen- nismo através do qual se convencionou nados e as suas linhas gerais constituem
tou o seu interesse participativo nos Gru- que a empresa operadora vai liderar a um novo Anexo aos Contratos de Parti-
pos Empreiteiros de alguns dos Blocos do operação de alguns Blocos pré-selec- lha de Produção dos referidos Blocos.
Pré Sal, o que, para além de lhe permitir um cionados até ao 5º ano do período de c) Centro de Investigação e Tecnologia da
interesse participativo financiado médio de produção (caso haja uma única des- Sonangol – Tem igualmente por objec-
30%, também a coloca em pé de igualdade coberta comercial), ou até ao 8º ano tivo a transferência de know-how para o
com as empresas estrangeiras, no que diz do referido período, isto para o caso de país, assim como a promoção da inves-
respeito a investimentos. existirem várias descobertas. Daí para tigação ligada às actividades do sector.
A Sonangol Pesquisa e Produção fica assim diante, a operação será transferida para O conceito será implementado através
exposta aos mesmos riscos que as empre- a Sonangol Pesquisa e Produção, pas- de contribuições pecuniárias e mate-
sas estrangeiras, situação que, entretanto, sando o antigo operador à posição de riais a cargo das empresas investidoras
lhe possibilita, por um lado, aumentar as assistente, tendo em vista a transferên- estrangeiras.
reservas petrolíferas do Estado e, por outro, cia de know-how à empresa angolana.
tornar-se técnica e financeiramente mais Esse processo vai ocorrer nos Blocos
robusta. 19/11, 20/11, 22/11, 24/11 e 25/11.
36º Aniversário da Sonangol
ESPECIAL

“2011 foi um ano positivo


para a Sonangol”

Por ocasião do aniversário da Sonangol,


e seguindo a tradição dos anos anteriores,
realizou-se no dia 24 de Fevereiro, no
Edifício Sede da Sonangol E.P.,
a conferência de imprensa que tem como
objectivo dar a conhecer à sociedade
angolana o estado actual e o futuro
da petrolífera nacional.
Francisco Graça (Texto)
Malocha (Fotos)

18 • Novembro
Abril 20122011
- Nº26- Nº25
19
A
conferência de imprensa come- Sonangol caiu 6,9%, - os resultados nacionais e estrangeiros presentes cen-
çou com a apresentação, pelo tiveram um aumento devido à subida do traram-se, de um modo geral, não só
recém-nomeado Presidente do preço do petróleo. Desta forma, a maior nas actividades internas da Sonangol,
Conselho de Administração da Sonan- empresa angolana terminou o ano com mas também na internacionalização da
gol E.P., Francisco de Lemos José Maria, um lucro de 3,3 mil milhões de dólares estatal angolana. No seguimento das
do balanço do desempenho da Sonan- (4,9 mil milhões antes de impostos) o perguntas dos muitos jornalistas pre-
gol em 2011, nas mais distintas vertentes, que representa um aumento de 32% sentes, abordou-se a questão da partici-
bem como das perspectivas da empresa. face ao ano anterior. pação da Sonangol no banco português
Nesta sua primeira intervenção, no Durante a apresentação dos resultados BCP do qual é a maior accionista e da
decurso da actividade, Francisco Maria à imprensa, o novo Presidente do Con- possibilidade de entrar directamente
congratulou todos os trabalhadores da selho de Administração indicou ainda na petrolífera portuguesa Galp com-
companhia face aos resultados positi- que as vendas de petróleo se cifraram prando a posição de 33,4% do capital
vos alcançados pela Sonangol no ano em 33,78 mil milhões de dólares no ano detido pela italiana ENI.
em referência. “O ano passado foi posi- passado e a de derivados de crude atin- O Projecto ALNG, a Refinaria do Lobito,
tivo para a Sonangol”, assumiu o res- giram 2,88 mil milhões. Nesse período, os investimentos na banca, a presença
ponsável. a empresa recebeu do Estado ango- da Sonangol no Iraque, a exportação
Apesar da produção nacional de petró- lano, como subvenção aos preços dos de petróleo para os Estados Unidos da
leo ter decrescido em 2011, - a queda combustíveis, cerca de 7,1 mil milhões América e para a China foram algumas
das multinacionais que operam no país de dólares. das questões abordadas pelos profis-
foi de 18,2% e a produção directa da As perguntas dos inúmeros jornalistas sionais da comunicação social e cujas

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21

respostas foram dadas, de forma alter-


nada, pelo PCA e pelos Administradores
da Sonangol E.P.
Relativamente à internacionalização dos
negócios da empresa, Francisco de Lemos Lucro de
fez o anúncio da interrupção das opera- 3,3 mil milhões de dólares
ções no projecto de gás natural no Irão, + 32% do que no ano anterior
avaliado em 7,5 mil milhões de dólares,
devido às sanções económicas impos-
tas contra àquele país pela comunidade
internacional. No entanto, Francisco de
Lemos acrescentou que os investimen-
tos subiram 20% no ano passado. Além
de Angola, a empresa investiu no Brasil,
Cuba, Iraque e Venezuela. Vendas de derivados
Vendas de petróleo
A conferência de imprensa contou tam-
bém com a participação dos Presiden-
33,78 mil milhões de crude
tes e Vogais das Comissões Executivas de dólares 2,88 mil milhões.
das Subsidiárias da Sonangol E.P. e de
Gestores de topo do Grupo Sonangol.
Francisco de Lemos José Maria:
O novo presidente
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
da Sonangol E.P.

Francisco de Lemos José Maria é quadro


da Sonangol desde Abril de 1989.
Natural do Lobito, província de Benguela,
e licenciado em Economia, desempenhou
vários cargos de gestão na Sonangol.

Antes de integrar o Conselho de Admi-


nistração da Sonangol E.P., foi Director
de Finanças.

22 • Abril 2012 - Nº26


23

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Nacional
DA SONANGOL E.P.
TOMOU POSSE

O
Conselho de Administração da e Raquel David Vunge, todos Adminis- mas de transformação e de desenvol-
Sonangol E.P. tomou posse no tradores Executivos. O Ministro da Eco- vimento da empresa.
dia 17 de Fevereiro, em Luanda, nomia conferiu igualmente posse aos O Ministro de Estado e da Coordena-
em cerimónia presidida pelo Ministro da Administradores Não Executivos, nome- ção Económica reiterou que a mudança
Economia, Abraão Gourgel, ante a pre- adamente, Albina Assis Africano, André deve ser a única constante nas orga-
sença do Ministro de Estado e da Coor- Lelo, José Gime e José Paiva. nizações, desde que agreguem valor
denação Económica, Manuel Vicente, e Ao intervir, na ocasião, Manuel Vicente acrescentado, tendo manifestado, a
do Ministro dos Petróleos, Botelho de congratulou-se com a recondução do esse propósito, a sua plena confiança
Vasconcelos. Conselho de Administração e apelou na equipa reconduzida.
No decurso do acto foram empossados aos seus membros para se empenharem Assistiram a cerimónia de tomada de
Francisco de Lemos José Maria, Presi- para que possam levar avante este novo posse representantes das companhias
dente do Conselho de Administração, desafio. Referiu igualmente que com a petrolíferas a operar em Angola, os
Anabela de Brito Fonseca, Baptista realização da cerimónia de tomada de Presidentes das Comissões Executi-
Sumbe, Fernando Roberto, Sebastião posse o Conselho de Administração tem vas das Subsidiárias da Sonangol E.P.,
Gaspar Martins, Mateus Morais de Brito legitimidade para prosseguir os progra- bem como convidados.
Nacional

Incentivos às empresas
nacionais do sector petrolífero

O Executivo pretende que cada vez mais empresários


angolanos operem nas actividades directamente ligadas
ao ramo dos petróleos. Um decreto recentemente
promulgado expressa esta directiva nacional

O
Presidente da República, José
Eduardo dos Santos, promulgou
um Decreto que estabelece um
regime de incentivos às empresas ango-
lanas que actuam no sector petrolífero,
conferindo-lhes um estatuto especial no
acesso a apoios e direitos e obrigações
especiais, à luz da Lei nº 10/04 de 12 de
Novembro das Actividades Petrolíferas.
Um comunicado da Casa Civil do Presi-
dente da República informa que o diploma
tem como objectivo garantir, promo-
ver e incentivar a participação no sector
petrolífero de empresas tituladas por
cidadãos angolanos e estabelecer as con-
dições necessárias.
O decreto estipula
que as empresas associadas à Sonan-
gol, em contratos de partilha de produ-
ção, passam a beneficiar da redução da
taxa do Imposto sobre o Rendimento do
Petróleo em 50 por cento para uma taxa
equivalente à taxa em vigor do Imposto
Industrial.
As empresas que estejam
associadas à concessionária nacional
sob outras modalidades de contratos dução, S.A. e do pagamento das contri- capitais públicos, ficam impedidas de
petrolíferos beneficiam da redução da buições para projectos sociais previstos ceder a totalidade ou parte do seu capital
taxa do imposto sobre o rendimento de nos contratos petrolíferos entre a Sonan- a pessoas singulares ou colectivas estran-
petróleo de 65,75 por cento para uma taxa gol e as suas associadas.
O Decreto Pre- geiras.
O diploma legal define as empresas
equivalente à taxa em vigor do Imposto sidencial estabelece ainda que o regime de capitais públicos como aquelas “orga-
Industrial. O decreto define ainda que as de incentivos do fomento das empresas nizadas sob a forma de empresa pública
empresas petrolíferas angolanas ficam petrolíferas angolanas é aplicável àque- ou sob a forma de sociedade comercial
isentas do pagamento de bónus na assi- las que sejam detentoras de interesses com capitais inteiramente públicos”. As
natura de novos contratos petrolíferos e participativos em contratos petrolíferos privadas são as “constituídas por sócios
também da obrigação de comparticipa- em vigor, a partir do ano fiscal após a sua que sejam pessoas singulares de nacio-
ção no financiamento das empresas de publicação. As empresas abrangidas no nalidade angolana e detenham 100 por
pesquisa da Sonangol - Pesquisa & Pro- diploma, que podem ser privadas ou de cento do capital”.

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ENERGIA RENOVAVÉL -

opinião
DESAFIO ALCANçÁVEL

em tempo integral. Mesmo assim, julgo


que para o caso de Angola ela pode ser
aplicável nos lugares mais recônditos
onde a energia eléctrica para lá che-
gar é um sonho de vários anos. O custo
da energia solar desabou nos últimos
anos mas ela só consegue concorrer
com o carvão e o gás natural em pou-
cos mercados onde o preço da electri-
cidade é alto demais.
Através da energia eólica ou solar, a
electricidade só flui quando o vento
está a soprar ou o sol está brilhando e
isso é o que mais temos em Angola e a
custo zero em quase toda a extensão
do país, pelo que, para nós, essas fon-
tes de energia são bem-vindas.
Os defensores como eu da energia reno-
vável dizem que os governos devem
continuar a apoiar o seu crescimento,
Afonso Chipepe (Economista) (Texto)
Arquivo (Fotos) que pode servir obviamente para criar
uma fonte de empregos e produção
económica para as próximas gerações.

N
a minha mais recente viagem aos tos de energia renovável e de financia- Porém, convém também destacar que
E.U.A pude constatar que a alta mentos governamentais para a pesquisa Angola poderia dar aproveitamento à
do petróleo e da gasolina vol- e aplicação de tecnologias de energia reciclagem de lixo para energia renová-
tou a esvaziar os bolsos da população. limpa e de redução do consumo ener- vel, reduzindo as emissões de dióxido
Nos Estados Unidos, o presidente Barack gético. Os EUA ficaram em terceiro lugar de carbono, beneficiando com isso o
Obama anunciou planos para diminuir com um total de US $15 bilhões inves- meio ambiente, a saúde e a qualidade
a dependência dos países do petróleo tidos em 2009, segundo a Ren 21, um do ar local.
importado com o aumento da produ- centro de divulgação de políticas para Estamos certos de que a busca por um
ção de etanol. o sector, sedeado em Paris. combustível que substitua o petróleo
Fiz referência no meu anterior artigo que Entretanto, a energia renovável ainda levará ainda alguns anos, mas o certo
o momento parece favorecer a ascen- não conseguiu superar críticas que a é que as empresas não desistem, con-
são da energia renovável derivada de perseguem. Ela continua cara para tinuando a pesquisa não obstante as
fontes como a solar, eólica ou de bio- concorrer directamente com os com- reclamações de haver um preço a ser
massa. Essas fontes têm crescido nos bustíveis fósseis e depende demais de pago pela dependência excessiva da
últimos anos, atraindo investidores de subsídios governamentais. energia renovável e que se pode tornar
peso e alimentando cadeias de supri- Convém referir que a maioria das fon- um grande fardo económico. Embora as
mento. A Alemanha e a China foram os tes de energia renovável enfrenta um fontes renováveis ainda sejam caras, o
países que mais investiram no sector grande desafio: boa parte delas é inter- preço pode melhorar daqui a vinte anos.
(entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões mitente e ainda não surgiram os avan- E até lá, quando olharmos para trás,
cada, em 2009), através de empresas ços tecnológicos que podem torná-la diremos que valeu a pena a persistên-
que fabricam ou compram equipamen- uma provedora de energia confiável cia de lutar, de buscar, até encontrar.
curiosidades

HISTÓRIA DO PETRÓLEO

Do ouro ao petróleo

Aqui damos a conhecer alguns factos curiosos sobre aquela que é a mais rentável indústria
do planeta: a indústria do Petróleo.
Francisco Graça (Texto)
DR (Fotos)

D
urante os séculos XVI e XIX o África Ocidental e depois no Brasil, onde recentemente haviam conquistado do
verdadeiro motor das expan- os grandes filões só foram encontra- México. Os ingleses descobriram os pri-
sões marítimas e das activida- dos no século XVIII, na região de Minas meiros veios na Austrália no século XVIII
des económicas era a procura do ouro. Gerais, os espanhóis lançaram-se sobre e depois na África do Sul, na região dos
Reis, marinheiros, soldados e mercado- o México e esvaziaram o ouro e a prata Transvaal, na década de 1880.
res uniram-se para localizá-lo e explorá- dos astecas, o mesmo fizeram com os Mas a partir de 1859 um novo produto
-lo em qualquer parte do mundo. incas no Peru. Os americanos só o encon- começou a atiçar a cobiça humana. Visi-
Os portugueses tentaram no litoral da traram depois de 1848, na Califórnia, que tando a Pensilvânia, George Bissel encon-

1853 1873 1885


George Bissel, respon- Mina de petróleo de Baku A Royal Dutch encontra
sável pela criação da (Rússia) aberta para petróleo em Sumatra.
indústria do petróleo, desenvolvimento.
visita minas de petróleo A família Rotschild asso-
na Pensilvânia. A família Nobel entra no cia-se ao segmento russo
ramo de petróleo. de petróleo.

1859 1870 1882


Coronel Drake perfura o John D. Rockfeller cria A Standard
primeiro poço de petró- a Standard Oil Company. Oil torna-se
leo em Titusville – Pen- monopolista.
silvânia.

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tra petróleo. A partir de então começa ras, tornou-se o principal produto estra- ram-se mundialmente conhecidos por
a grande corrida atrás do ouro negro. tégico do mundo moderno. estarem associados ao petróleo ou ao
No ínicio, extrai-se apenas o querosene As maiores 100 empresas do século automóvel.
para a iluminação, mas com o advento XX estão ligadas ao automóvel ou ao
da indústria automobilística (a Ford petróleo. E os nomes de John Rockeffe-
fabrica o primeiro modelo em 1896) e ler (fundou a Standar Oil em 1870), Paul Livro "The Prize", escrito por Daniel Yergin,
do avião (os irmãos Wright voam em Getty, Leopold Hammer, Alfred Nobel, em 1991 e que lhe rendeu prémio Pulitzer.
1903), somado à sua utilização nas guer- Nubar Gulbenkian e Henry Ford torna- (Fonte)

1908
1892 Descoberto petró-
Marcus Samuel envia o 1905 leo na Pérsia, indu-
navio Murex pelo Canal Em função das zindo a criação da
de Suez. É o começo da revoltas na Rússia, Anglo-Persian Oil
Shell. os campos de Bako Company, que mais
são incendiados. tarde será a BP.

1901
O petróleo jorra em Spin-
1896 dletop – Texas – assina- 1907
lando o início da Sun, Fusão da Royal
Henry Ford constrói Texaco e Gulf. Dutch e Shell, colo-
o seu primeiro carro. cando Henri Deter-
William Knox D’Arcy ding no comando.
adquire uma concessão
na Pérsia.
ACTUALIDADE

Evento SAP-Madrid

A troca de experiências e a partilha


de conhecimentos sobre novas funcionalidades
são os objectivos dos encontros organizados
pela SAP.

Joaquim Vicente (Fonte)


Arquivo (Fotos)

T
odos os anos a SAP AG organiza instale em Angola e para que a Sonan- o slogan do evento SAP Madrid+ SAP
eventos espectaculares, como gol E.P. seja o seu maior e mais concei- Teched, esta última com uma forte com-
por exemplo o SAPPHIRE +SAP- tuado cliente. ponente de passagem de know-how. A
Teched, Road Shows de novas funciona- Há pouco menos de dez anos o Conse- adesão às secções foram livres e a parti-
lidades, visando interagir e até mesmo lho de Administração da Sonangol E.P. cipação aos Key Notes e aos stands tive-
receber inputs dos seus principais par- deliberou, em reunião do Conselho de ram resultados surpreendentes. Houve
ceiros estratégicos e também dos não Gestão, a combinação da gestão por pro- testemunhos como o da multinacional
estratégicos. cessos com a melhoria contínua, impli- Red Bull sobre a performance do sis-
Nos países ao sul do Sahara, incluindo a cando, consequentemente, a necessidade tema SAP.
África do Sul e Angola, a SAP já realizou da fixação de objectivos e a medição de Alias, como já foi enfatizado, tudo esteve
eventos de grande e de pequena dimen- resultados. Os processos de negócios à medida e pessoalmente fiquei com
são, que tiveram como objectivo princi- submetidos à melhoria contínua necessi- a impressão de que a organização do
pal a troca de experiências e a partilha de tam do SAP como ferramenta de gestão evento tinha sido traçada com régua e
conhecimentos com os parceiros sobre adequada para efectuar essa avaliação esquadro.
novas funcionalidades, agregando valor dos indicadores Sobre a actual crise que assola a Europa,
para os clientes. Actualmente, as empresas buscam a a cidade de Madrid viveu alguns dias de
O Conselho de Administração da Sonan- integração da sua gestão por proces- boom económico. O desempenho das
gol E.P. tem assento, com direito a opi- sos, aplicam princípios coordenados e empresas foi excelente, a começar pelos
nião, nas reuniões estratégicas desta recorrem à normas internacionais de transportes públicos e privados, hotéis,
multinacional em software do sistema Gestão da Qualidade, nomeadamente, cadeias de restaurantes, cafés, incluindo
SAP, reconhecimento feito por carta ISO 9000, 14000, 18000, meio ambiente, salas de teatros e outros entretenimentos
enviada em 2009. segurança e saúde no trabalho. O governo Espanhol abriu as mãos de
Os factos por si só o demonstram. Hoje O certame que serviu de base para este contente, facturou dos conferencistas
a empresa Sonangol EP é membro do artigo teve lugar na Península Ibérica, elevados impostos e taxas, incluindo
grupo restrito do EMEA IAC “Europa, concretamente em Madrid, numa das um IVA (Imposto S/Valor Acrescentado)
Médio Oriente e África”, do qual fazem maiores Feiras da Europa, com cerca de sobre todos os produtos sem excepção.
parte as principais indústrias de OIL & 4.000m2, sendo que os outros grandes À margem das secções, os participantes
GAS do mundo. eventos já mencionados foram realiza- da Sonangol ao certame tiveram uma
A história de implementações SAP no dos nos EUA e China, respectivamente. agenda intensa preenchida de encon-
grupo Sonangol merece seguramente Desde as infra-estruturas aos meios de tros. É o caso da reunião anual do EMEA
referência pelos esforços que a admi- apoio, a feira SAP de Madrid foi um exce- AIC, presidida pelo seu Director Industrial
nistração da petrolífera angolana tem lente recital de organização. para o Oil & Gás, John Timson, onde se
feito para que a multinacional SAP se The Best Run Businesses Run SAP foi passou em revista o passado, o presente

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e o interessante futuro do SAP enquanto dos angolanos. Realizaram-se jantares


ferramenta para alavancar os processos de confraternização entre comunidades
de negócios. de países africanos que utilizam o SAP
Outro importante encontro foi com uma para gerenciar os processos de negócios,
proeminente personalidade da referida incluindo um inédito e deslumbrante show
multinacional. Trata-se do Presidente da que juntou todos os participantes num
SAP Europa, Médio Oriente e África, que recinto para mais de cinco mil pessoas.
nos garantiu um tratamento mais equili- Os angolanos também rejubilaram à
brado no desagravamento das taxas em parte. Pena é que tenhamos ido despre-
50% sobre as consultorias e a retirada, venidos e não tenhamos levado sequer
definitivamente, do país da zona de ris- uma música de Paulo Flores nem de
cos para a realização de investimentos. um outro cantor mwangolê para brin-
O êxito maior foi a proposta de fazer parte darmos o aniversário de um colega que
do currículo de cursos SAP para serem na véspera completara mais uma riso-
ministrados na Universidade Corporativa, nha primavera.
e potenciar a Subsidiária ESSA como um Mas, como dizem os mais velhos, o que
centro de excelência no ensino do SAP. é de Deus o Diabo não come e a boda
O certame SAPPHIRE não ficou só pela de arromba ficou adiada para o dia D.
apresentação dos produtos. Também
foi associada a parte da boémia à moda
História

Atlético petróleos de Luanda

Ângela Correia (Texto)


JA Imagens e Arquivo (Fotografia)

O
Atlético Petróleos de Luanda, Luanda teve diferentes motivos:
vulgo Petro de Luanda, é uma 1°- Responder a estratégia da compa-
agremiação de carácter des- nhia petrolífera nacional no que tange
portivo, associativo e admi- a sua integração com a comunidade,
nistrativo, gerida juridicamente e de contribuindo para o engrandecimento
forma autónoma. do desporto nacional, pondo ao seu
Foi fundado em 14 de Janeiro de 1980, serviço a sua capacidade organizativa
da fusão de três clubes da época: Grupo e financeira.
Sonangol; Clube Atlético de Luanda e 2°- Responder à superior directriz ema-
o Benfica de Luanda. nada pela Secretaria de Estado da Edu-
O nascimento do clube é fruto do coope- cação Física e Desportos (SEEFD), que
rativismo empresarial e o relançamento preconiza que seriam as empresas o
do desporto numa Angola Indepen- motor de arranque e elemento dina-
dente. Por isso, tem como objectivo mizador das actividades desportivas
social principal, promover a prática e a no seio das massas tralhadoras do
expansão dessas actividades no seio da país. Nesta conformidade, homenagem
juventude e dos seus associados, pro- deve ser rendida ao camarada Hermí-
porcionando igualmente aí, um serviço nio Escórcio, a António Couto Cabral
em prol da cultura e recreação. Júnior e ao então Ministro dos Petró-
O surgimento do Atlético Petróleo de leos, Jorge Morais. A instituição Atlé-

No início do ano, em Janeiro, Mateus de Brito foi empossado como


novo presidente do Petro de Luanda e prometeu aos adeptos um
clube ganhador a lutar pelo título angolano e para, em dois anos,
tentar conquistar a Liga dos Campeões Africanos, prova nunca
antes conquistada por um emblema de Angola. “Queremos ser
campeões, vencer a Taça de Angola e lutar pela Liga dos Campeões.
Precisamos reforçar o estatuto do Petro como instituição promotora
do desporto nacional”, referiu o presidente durante a tomada de
posse. Mateus de Brito garantiu que vai manter a aposta nos escalões
de formação.
“Esse é o caminho. A formação tem de ser aposta regular. Esperamos
colocar em prática algumas ideias que possam colocar o Petro no
lugar que merece”, assumiu Mateus de Brito, actual presidente do
emblema com mais títulos no futebol angolano.
No ano de transição, também a claque merece atenções dos novos
corpos sociais. Com efeito, Mateus de Brito prometeu dialogar mais
com o grupo de adeptos e vai muni-los de instrumentos de apoio
que ajudem a equipa a resgatar a mística vencedora.

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O nascimento
do clube é fruto
do cooperativismo
empresarial e o
relançamento
do desporto
numa Angola
Independente
História

tico de Luanda, em associação com o Modalidades Desportivas çado por Armando Machado, uma figura
então Sport Luanda e Benfica, deu ori- conhecida nas hostes do desporto).
gem ao Atlético Petróleo de Luanda, o A primeira modalidade a ser inscrita a No ano de 1987 foi criado mais um Órgão,
que lhe permitiu ter instalações despor- nível oficial foi o Futebol. Participou no o Conselho Geral, que comportava um
tivas compatíveis com as aspirações Campeonato da 2ª Divisão, em 1980, Presidente (António de Couto Cabral
preconizadas pelo novo clube formado. sagrando-se campeão. Com essa con- Júnior), um Vice-Presidente (Júlio Sam-
Após consumar-se a sua criação, os res- quista teve acesso ao Campeonato da paio) e dois Secretários (Sérgio F. dos
ponsáveis pelo clube viram-se obriga- 1ª Divisão, no qual se consagrou cam- Santos e Francisco José Gonçalves).
dos a indigitar elementos que passariam peão pela primeira vez em 1982. A seguir, Daí para frente o clube tem sido gerido
a dirigir os destinos do clube. Foi assim depois do Futebol, foram inscritos o por elementos nomeados nas Assem-
que se realizou a primeira Assembleia- Hóquei em Patins, a Ginástica, o Bas- bleias-gerais e Extraordinárias, que são
-geral que criou dois Órgãos Directi- quetebol, o Andebol e outras. realizadas, há algum tempo, a cada
vos da nova equipa, nomeadamente a Com o Futebol o nome do Petro de quatro anos.
Mesa da Assembleia-geral, constituída Luanda subiu muito cedo aos quatro O novo Presidente do clube é Mateus
por um Presidente (Hermínio Escórcio), ventos, seguindo-se as modalidades Morais de Brito. Foi eleito no dia 14 de
um Vice-Presidente (António do Couto de Hóquei em Patins, de Basquetebol Janeiro do ano em curso por 56 votos
Cabral), e dois Secretários (Sérgio F. e Andebol (esta última é uma das mais a favor e oito abstenções. A Mesa da
dos Santos e Luís F. Rita), respectiva- importantes no continente africano). Assembleia-Geral é presidida por Sebas-
mente, Direcção composta por um Pre- Com o crescimento e desenvolvimento tião Gaspar Martins. O antigo Vice-Pre-
sidente (António Barroso Mangueira), desportivo, e porque se tornava neces- sidente para o futebol, Tomás Faria,
um Vice-Presidente (José Luís de Melo sário, foi criado mais um Órgão Directivo, mantém-se no cargo.
Brigham), e dois Vogais (Telmo Guer- o Conselho Fiscal e de Disciplina, que Uma das novidades é a presença do
reiro e Miguel Bernardo). era constituído por um Presidente (Júlio antigo Director Nacional do Desporto
Com esta direcção, o Petro deu os seus Sampaio), um Vice-Presidente (Domin- (DND), Victor Geovety Barros, como
primeiros passos, começando com gos de S. Lima Viegas), um Secretário Vogal de Direcção.
a integração dos atletas dos clubes (Raul de Couto Cabral) e um Relator O Petro tem actualmente as modalida-
que fizeram parte da sua constituição, (José F. Lima). Nesta altura aumen- des de atletismo, andebol, basquete-
o ajuste do staff administrativo bem tou-se o número de Vice-Presidentes bol, futebol, ginástica, hóquei em patins,
como a gestão das novas infra-estru- de Direcção e, foi-lhes atribuída uma karaté-dó, vela e voleibol.
turas (que pertenciam ao extinto Ben- função específica bem como se criou
fica de Luanda e ao Atlético de Luanda). o posto de Secretário-Geral (encabe-

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Curiosidades:

Osvaldo Saturnino de Oliveira (Jesus) fora o artilheiro dos dois pri-


meiros campeonatos conquistados pelo Petro Atlético: em 1982 (21
golos) e 1984 (19 golos). Ele ainda seria o artilheiro do campeonato
angolano em 1985, com 19 golos.
José Lourenço, fundador do Petro, foi o 2° classificado na Corrida
de São Silvestre, em 2005.
O seu primeiro título continental viria em 1993, no Benin, só que não
foi no futebol e sim no Andebol.

Competições Nacionais

Campeonato Angolano: 1982, 1984, 1986, 1987, 1988, 1989, 1990,


1993, 1994, 1995, 1997, 2000, 2001, 2008 e 2009.
Campeonato Angolano da Segunda Divisão: 1980
Taça de Angola: 1987, 1992, 1993, 1994, 1997, 1998, 2000 e 2002.
Super copa de Angola: 1988, 1993, 1994 e 2002
Desporto

“O desporto é a minha vida”

Tomás Faria, vice-presidente do Atlético Petróleo de Luanda, vive dividido entre o escritório
na Sonangol e o clube que tem como paixão.

Ângela Correia (Entrevista)


Malocha (Fotos)

Fale-nos um pouco da sua rotina di- andebol porque na época treinava-se


ária, escritório, clube e casa... de noite e fiquei lá duas épocas como
É uma actividade bastante delicada, federado.
mas eu faço desporto porque gosto.
Quanto ao Petro, no dia a dia, rece- Mas essa não era a sua paixão...
bo documentos aqui no escritório Não era mesmo e por isso fui para a
e os despacho normalmente, para área de treinamento, na qual fui trei-
as actividades desportivas normais nador de futebol infantil. Depois fui
faço sempre que posso, é uma ro- treinando as equipas dos juvenis e
tina minha e gosto muito de fazer, juniores do Ferroviário da Huila
a grande diferença é que os meus por duas épocas. Mais tarde
fins de semana não são muito iguais passei para sócio do Petro
aos outros. Gosto de ficar em casa, e fiz futebol de salão. En-
mas normalmente os dias de sema- tretanto, tive algumas
na estou no escritório e aos fins-de- lesões e deixei. Passei
-semana estou no Petro e aproveito para o atletismo como
e faço os meus exercícios normais, amador nos anos 90
amo muito o desporto porque é mui- e pratico até hoje.
to bom. Gosto do atle-
tismo porque
Qual é a área que lhe está destinada não tem os
no Petro? problemas que
No Petro eu sou o Vice-Presidente as modalidades colectivas têm.
para a área do futebol, por isso nos
últimos quatros anos ocupei-me de Como é que a família vê essa sua de-
todo o futebol do clube, desde a ca- voção ao desporto?
mada de formação até ao futebol Não é fácil. Na verdade eu sou a refe-
sénior. Recentemente, fui recondu- rência da minha esposa no desporto.
zido para mais quatro anos para me Ela hoje já faz também as suas ca-
dedicar ao futebol do Petro. minhadas. Relativamente ao Petro já
é mais complicado porque eu saio
Desde quando pratica desporto? de casa cedo e não consigo voltar
Na verdade eu pratico desporto desde à hora do almoço, por isso até já
sempre, mas desporto federado a pri- tinha anunciado à imprensa que
meira vez fiz no futebol na camada juve- já não queria esse cargo nova-
nil do Ferroviário da Huila. Infelizmente mente. Realmente gosto do que
não fui para os juniores porque, nesta faço mas a minha família fica
mesma altura, as aulas não permitiam sempre prejudicada com esse
acumular. Por essa razão, entrei para o cargo que ocupo, muitas vezes

34 • Abril 2012 - Nº26


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Desporto

vou ao Petro às oito da manha e fico lá equipa são precisos bons elementos. ticipar dos jogos directamente. Não
quase todo o dia...Mas a minha família E isso é que é muito difícil. Quando posso fugir, mas se pudesse gostaria
apoia-me muito e sabe aquilo que o vamos ao mercado muitas das vezes de ver em casa.
Petro exige de mim. Curiosamente a não encontramos bons atletas para
minha família sofre mais do que eu vestirem a camisola do Petro. Por isso Quando há uma derrota do Petro como
quando o Petro sofre uma derrota. A estamos a investir na nossa escola reage?
minha esposa, por exemplo, envolveu- de formação para que de lá saiam É verdade que derrota é derrota e dói-
-se muito com o clube. pessoas capacitadas para responder -nos muito perder um jogo. Eu, parti-
às nossas necessidades. O nosso pro- cularmente, sofro muito quando so-
O Petro é uma das equipas com mais jecto é que a nossa equipa tenha 80% fremos uma derrota mas faz parte do
títulos nacionais e o ano passado saiu da base da equipa formada em casa. jogo, o futebol é mesmo assim e isso
em 3º lugar. Quais são os desafios para tranquiliza-nos.
este ano? Quais são os ganhos disso?
O Petro, como tenho dito, é candi- Um dos ganhos é o alinhamento por- Deixe uma mensagem para os adeptos
dato natural nas competições que que um indivíduo que foi formado por do Petro...
participa. Agora sabemos que, às nós recebe todas as regras de como Aos adeptos, tal como sempre, agra-
vezes, estamos bem para conseguir as coisas funcionam. O balneário fica deço por esse carinho, principalmente,
e outras vezes não. Tal como previsto seguro porque ele já sabe como fun- nos últimos dois anos que não ganha-
para o mandato até 2015, projecta- ciona e como se comportar. mos. Gostaria de dizer que continuem
mos construir uma equipa que não a apoiar-nos porque eles são a razão
é para um jogo apenas, mas sim Normalmente onde gosta de ver os da nossa existência. Também pedimos
que seja forte durante muito tempo. jogos do Petro? que todos os adeptos se comportem
Queremos ser campeões Africanos, Relativamente aos jogos do Petro na hora dos jogos sem muita euforia e
chega de ter apenas títulos internos. gosto de vê-los em casa a descansar que não arremessem objectos à relva
Temos consciência de que isso não é e depois saber dos resultados, mas porque isso mancha o nome que o Petro
fácil porque para se formar uma boa tenho obrigações e tenho que par- lutou muito para erguer.

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Carnaval
Cultura

e o Grupo União Mundo da Ilha

Ao nosso Carnaval havemos de voltar!

Kapembawe (Texto)
Malocha (Fotos)

A
lgures em Luanda, num dia de komba da dona Minga Diajina no bairro
1967, no komba da dona Minga Rangel que os dois grupos oriundos da
Diajina, viu-se o fim do antago- ilha que se encontraram e decidiram a
nismo entre os filhos da ilha divididos união. Desde então o grupo obedece
entre os grupos Cidrália e Senguessa. a uma hierarquia sustentada por um
Em simultâneo deslumbrava-se o estatuto devidamente definido.
nascimento daquele que seria um O xinguilamento em forma de dança, nos
dos maiores grupos carnavalescos ao som do batuque, na perspectiva de des-
do nosso país. União Mundo da Ilha, espantar os males, a vontade de divul- files. Hoje o
que escolhe por unanimidade o dia 8 gar a cultura daquela região e a unifi- grupo vai a caminho
de Dezembro de 1968 como a data cação da grande família ilhoa, são as da quarta geração, com uma
oficial para a sua fundação, ostenta grandes aspirações que inerentes à participação internacional, isto
na sua galeria 12 títulos das 36 parti- supra citada fizeram nascer este bri- é em Espanha há 20 anos atrás.
cipações neste evento de tamanha lhante grupo. O União Mundo da Ilha é um dos
manifestação cultural. Com mais de melhores grupos carnavalescos
400 integrantes dançantes, desde a A trajectória do país.
sua fundação, vem dando o ar da sua Desde a sua fundação, o grupo acom-
graça brincando o carnaval com har- António Miranda como primeiro presi- panha a dinâmica da sociedade e do
monia, paz, e amor trilhando deste dente do grupo, estigmatizava o início mundo. Sem esquecer os ideais que
modo a trajectória traçada pela pri- de uma trajectória coroada de êxitos o originaram, o grupo realiza algumas
meira geração do mesmo. onde como primeira rainha e rei esta- mudanças com a finalidade de torná-lo
vam respectivamente, o tio Elias e a tia cada vez mais moderno e interactivo.
Sua fundação Esperança Fernandes, e como primeira Tem uma corte, 48 peixeiras, 50 mari-
princesa do grupo União Mundo da Ilha nheiros, 12 no xinguilamento, 14 toca-
Valéria António Fernandes de Almeida, estava Maria da Conceição. Desde a dores. Mais ou menos 400 integrantes
Maria Manuel Cosmo, Maria Paixão, sua fundação, o grupo não deixou de dançantes, dão hoje o ar da sua graça
Maria da Conceição, Valéria Afonso, participar em nenhum desfile carna- nos desfiles carnavalescos realizados
Maria Pascoal, António Miranda, tio valesco, completando um total de 36 no país ostentando a marca União
Elias, e tantos outros. Movidos pelo participações. Das 36 participações, o Mundo da Ilha.
desejo de verem seus filhos longe das grupo conseguiu granjear 12 títulos exi- Da marginal ao farol, “se não na Ingom-
posições antagónicas, brincando o Car- bindo os hábitos e costumes levados bota toda”, encontramos membros do
naval como uma grande manifestação aos espectadores por meio de core- grupo que tem como seus principais
cultural, uniu-se o grupo Senguessa e o ografias que os deixam maravilhados adversários o grupo União Kiela e o
Cidrália, ambos oriundos da ilha, para ao ver tanto sincronismo nos passos, 54, respectivamente dos municípios
então o União Mundo da Ilha. Foi no na dança e na euforia demonstrada do Sambizanga e da Samba. Ambos

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com características similares, uma adaptada nas coreografias exibidas levantada a bandeira para a entrada do
vez que “ boa parte dos habitantes do pelo União Mundo da Ilha. grupo União Mundo da Ilha, começou
Sambizanga são oriundos da Ilha e da uma forte chuva que fez parar o des-
Samba, e por sua vez, a Ilha e a Samba Momentos mais marcantes file, sendo que foi escolhido um outro
fazem parte do mesmo corredor. dia para o grupo desfilar. O grupo apa-
Depois de 41 anos da sua existência, o Como não podia deixar de ser, a parti- receu, desfilou e ganhou. Entre altos e
União Mundo da Ilha é presidido pelo cipação numa festa carnavalesca em baixos, estes são os momentos mar-
Senhor António Custódio, que também Espanha é um momento que durante cantes do União Mundo da Ilha.
brinca o Carnaval ocupando a posi- muito tempo estará na memória do
ção de chefe de alas. Como rei e rai- União Mundo da Ilha, concomitante- Perspectivas
nha encontramos, respectivamente, mente,” terão sempre nas suas lem-
Mário Fernandes e Beatriz Domingos, branças a participação no ano 2003 em Continuar a brincar o Carnaval na base
e Beatriz de Almeida como princesa. que justamente na hora em que devia da unidade, harmonia, paz e amor,
entrar o grupo União Mundo da Ilha, levando aos quatro cantos de Angola
Características peculiares do grupo bateram sobre a marginal de Luanda e pelo continente afora um trecho da
ventos fortes, ao ponto de descom- cultura de uma grande sociedade multi-
A pesca, a dança, a harmonia, a valo- passar a coreografia, ficando o grupo cultural, seguindo deste modo as reco-
rização cultural, são as grandes carac- sem classificação”. Do mesmo modo, mendações daqueles que o fundaram.
terísticas peculiares do grupo, uma mas com um final feliz, foi a partici- Este é o objectivo do União Mundo da
vez que toda a cultura desta região é pação do grupo no ano 2007. Quando Ilha: ganhar hoje, amanhã e sempre.
“Queremos mostrar a arte
CULTURA

às gerações mais novas”

A revista Sonangol
Notícias bateu à
porta de Marcela
Costa, onde a
artista que nos falou
sobre os inúmeros
projectos que tem
desenvolvido no
campo das artes.

Ângela Correia (Texto)


Malocha (Fotos)

T
ecelã e pintora, Marcela Martins meu trabalho. Para o que faço não há
Costa tem mostrado ao público hora nem lugar, basta estar em harmonia mo
aquilo que melhor sabe fazer. Na- com a natureza”. e o
tural do Kwanza Norte, Marcela Costa Marcela Costa mostrou vontade em le- que nós
é uma das melhores pintoras do país. var as suas obras para a sua terra natal. queremos é
Depois de concluir o curso de Artes Vi- “Já realizei várias exposições, a nível in- continuar a des-
suais na Escola Industrial de Luanda, foi dividual e colectivo, em países como o pertar a nova geração
convidada por um dos seus professores Reino Unido, Brasil, França, Zimbabwe, para o lindo mundo da arte.
para integrar um projecto de desenvol- Estados Unidos, Zâmbia, África do Sul, Sabemos que querer é poder.
vimento cultural, que se encontrava a entre outros. Em 2002, inaugurei uma O que devemos fazer é continuar
cargo do Conselho Nacional da Cultura. exposição, cujo tema foi 'Arte Mulher- a lutar para conseguirmos o nosso es-
Posteriormente, trabalhou como dese- -Angola 25 anos'. Nesse mesmo ano, paço”.
nhadora no Departamento Nacional de recebi o Prémio Nacional de Cultura e Durante a nossa conversa e visita à ga-
Museus e Monumentos e, em seguida, fez Artes, na categoria de Artes Plásticas. Já leria, a artista afirmou ainda que, em
diversos cursos de tecelagem artística e estive em outras províncias, mas gostaria Angola, as artes plásticas começam
de serigrafia na Suécia e no Brasil. mesmo de um dia levar o meu trabalho já a ganhar mais espaços e a abertura
Em 1995, criou o Atelier de Artes Marce- à terra que me viu nascer”, confessou de mais galerias ajudaria as pessoas a
la Costa, onde tem desenvolvido vários a artista. interessarem-se mais pela arte.
trabalhos com outras mulheres e não só. Para Marcela Costa, arte significa vida Esperamos que os desejos da artista se
Para Marcela, a arte de criar é algo que e o objectivo é chamar a atenção para concretizem num futuro próximo.
a artista carrega desde o ventre de sua a sociedade e a juventude terem mais
mãe e não pretende deixar de trabalhar gosto pela arte e fazer com que as mu-
com a arte tão cedo. lheres se sintam mais valorizadas no
“A arte é como todo e qualquer emprego, mundo da arte.
eu tenho este emprego e gosto muito do “Hoje vimos poucas mulheres neste ra-

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Marcela Costa nasceu


em Setembro de 1957, no
Golungo Alto, província
d o K wa n z a N o r t e ,
Angola, e utiliza, nas suas
criações, materiais como
tecido, areia, estampas
aplicadas, texturas
naturais, em formas
preferencialmente
curvas que tra­
duzem uma ex­­
p r e ­s s ã o n o
fe­minino e uma
pro­x imidade
à terra.
CULTURA

9ª Edição da mostra
de arte mulher 2012

A galeria de artes e eventos Celamar


realizou no dia dedicado a todas as
mulheres, a nona edição da Mostra de
Arte Mulher. O destaque do evento foi
ainda o lançamento do primeiro disco
das raparigas de percussão intitulado
“Por Uma Causa”.
O espaço foi pequeno para os aprecia-
dores da arte. Segundo a organizadora
do evento, Marcela Costa, este é mais um
incentivo para todas as mulheres ango-
lanas que devem "continuar a mostrar o
seu valor, não importa a idade ou classe
social, pois o mais importante é ocupar
o espaço que é nosso por direito". Vários
expositores fizeram notar os seus trabal-
hos numa noite bastante colorida.
Para a Vice Ministra da Família e Pro-
moção da Mulher, Ana Paula Silva Sa-
cramento Neto, esse é um dos muitos
trabalhos que as mulheres devem de-
senvolver não só a nível de Luanda mas
em todo o país. “Nós mulheres temos
que mostrar o nosso potencial não só
no dia dedicado a nós mas no dia a dia
porque somos a força motriz da nação e
devemos desenvolver as nossas activi-
dades em qualquer área da sociedade”
disse a Vice-Ministra.
Ana Paula Silva acrescentou ainda que
o trabalho que as mulheres da galeria
Celamar têm desenvolvido serve prin-
cipalmente para ajudar mulheres com
todo o tipo de dificuldades. “ É de louvar
a iniciativa desta galeria que tem aju-
dado muito o nosso Ministério, temos
essa galeria que é uma das principais
parcerias do Ministério”.

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Divalda Zua

Gracia Ferreira Clara Monteiro

Erika Vassara

Teresa e Joanete Soares


Margarida Nkai
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Sonja Alvaen
Zizi Ferreira
CULTURA

Maria João Padrão


“Aprecio muito o trabalho que a Mar-
cela tem feito pela oportunidade que
nos dá de mostrar os nossos trabalhos,
porque muitas das vezes ficamos sem
saber aonde levar e apresentar os nos-
sos trabalhos e hoje posso apresentar
aqui o meu trabalho e estou bastante
feliz por cá estar”, disse a pintora Lwana
Filomena Coquenão

de Almeida.
Ana Paula Sanches

Para Patrícia Cardoso, o que falta são


lugares onde as pessoas podem apreciar
os trabalhos dos artistas.
“Luanda praticamente não tem espaços
onde possamos apreciar a arte. Espero
que se criem espaços públicos para as
pessoas irem ver os trabalhos que de-
senvolvemos”.

Na gala também foram expostas roupas,


calçado e objectos da autoria de vários
grupos de mulheres que aderiram ao
projecto.
A noite terminou com o show das rapari-
gas de percussão Celamar, durante o
qual visitantes, expositores e o público
em geral dançaram ao som do ritmo dos
instrumentos das meninas.
Lwiaba Almeida

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HISTÓRIA

História do 8 de março

Dia internacionaL da mulher

N
o dia 8 de Março de 1857,
operárias de uma fábrica
de tecidos, situada na
cidade norte ameri-
cana de Nova Iorque, fizeram
uma grande greve. Ao ocupar
a fábrica o seu objectivo era
reivindicar melhores condi-
ções de trabalho, tais como,
redução na carga diária de tra-
balho para dez horas (as fábri-
cas exigiam 16 horas de trabalho
diário), equiparação de salários com
os homens (as mulheres chegavam
a receber até um terço do salário
de um homem, para executar o
mesmo tipo de trabalho) e trata-
mento digno dentro do ambiente
de trabalho. A manifestação foi
reprimida com uma violência bru- Em vários países realizam-
tal e as mulheres foram trancadas se conferências,
dentro da fábrica, que foi incen- debates e reuniões com
diada. Aproximadamente 130 tece- o objectivo de discutir
lãs morreram carbonizadas, num
o papel da mulher na
acto totalmente desumano.
sociedade actual.

Porém, somente no ano de 1910,


durante uma conferência na Dina-
marca, ficou decidido que o 8 de Março
passaria a ser o "Dia Internacional da
Mulher", em homenagem às mulheres
que morreram na fábrica em 1857.
Mas somente no ano de 1975, atra-
vés de um decreto, a data foi ofi-
cializada pela ONU (Organização
das Nações Unidas).
Ao criar-se esta data não se pre-
tendia apenas comemorar mas
marcar uma posição. Na maioria
dos países realizam-se conferên-
cias, debates e reuniões com o
objectivo de discutir o papel da

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Marcos das Conquistas das Mulheres na História

• 1788 - O político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação
para as mulheres.
• 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
• 1859 - Surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
• 1862 - Durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
• 1865 - Na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
• 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
• 1869 - É criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
• 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
• 1874 - Criada no Japão a primeira escola normal para moças.
• 1878 - Criada na Rússia uma Universidade Feminina.
• 1901 - O deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres.

Sonangol no dia da mulher

Na Sonangol, o Dia Internacional da Mulher também foi assinalado com a entrega de uma flor às funcionárias da empresa.
Uma forma singela de celebrar um marco tão importante na História.

mulher na sociedade actual e, dessa forma, tentar dimi- salários mais baixos, violência masculina, jornada exces-
nuir e, quem sabe um dia terminar com o preconceito e a siva de trabalho e desvantagens na carreira profissional.
desvalorização da mulher na sociedade. Mesmo com todos Sem dúvida que muito foi conquistado, mas ainda há muito
os avanços, as mulheres ainda sofrem, em muitos locais, para ser modificado na História.
opinião

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Carlos Guerreiro

R
esponsabilidade social empre- valores que já existem, para se imple- expectativas do público. Finalmente,
sarial é uma forma de gestão mentar um processo de responsabili- podemos afirmar que em Angola a
que se define pela relação ética dade social nas empresas. petrolífera nacional, Sonangol, tem sido
e transparente da empresa com todos O levantamento da visão dos stakehol- o baluarte e o exemplo de empresa que
os públicos com os quais ela se rela- ders (governo, accionistas, igrejas, asso- se tem preocupado com a responsabi-
ciona e pelo estabelecimento de metas ciações, etc.) e a elaboração de um lidade social empresarial, conciliando
empresariais compatíveis com o desen- mapeamento complemento para saber desta forma os seus lucros com o aten-
volvimento sustentável da sociedade, das expectativas de todos os interes- dimento às áreas mais vulneráveis da
preservando recursos ambientais e sados em relação a responsabilidade sociedade e dedicando especial aten-
culturais para gerações futuras, res- social empresarial são pontos bastante ção ao meio ambiente.
peitando a diversidade e promovendo importantes para que os accionistas, e
a redução das desigualdades sociais. não só, possam ser parte desta cadeia
Hoje, nós vivemos uma crise de per- de valores. O mapeamento do sistema
cepção de valores, e é necessário que de gestão existente nas empresas, a
as empresas se antecipem, investindo definição dos indicadores de resulta-
para que os possíveis desastres natu- dos e a sensibilização dos líderes e dos
rais ou não possam ser minimizados gestores são igualmente factores fun- Vivemos uma crise
ou evitados. damentais para essa implementação. de percepção
Para que a responsabilidade social possa Os negócios estão a ser chamados para de valores, e é
ser um facto nas empresas é necessário assumir responsabilidades amplas para necessário que
sensibilizar as lideranças para se dar a com a sociedade como nunca o foram as empresas se
percepção de que já existe um campo antes, melhorando os valores humanos antecipem.
de valores, que há vontade de agir. (qualidade de vida, além da quantidade
Ainda nesse âmbito, também devemos de produtos e serviços). Os negócios
identificar e explorar os valores internos existem para servir a sociedade e o seu
nas empresas, a cultura, os rituais, os futuro dependerá da qualidade da ges-
símbolos, aproveitando desta forma os tão em responder às mudanças das

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