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LICENCIATURA DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS

ANÁLISE FINANCEIRA - 2ºANO

1º SEMESTRE

Análise Financeira

“Inapa - Investimentos, Participações e Gestão, s.a.”

Catarina Mesquita-8200295

Daniel Simões-8200328

Diana Ferreira- 8200292

Pedro Sousa- 8200437

Miguel Moreira-8200837

Docente: José Carvalho Mendes


Sumário Executivo

A Análise Financeira entende-se como a avaliação ou estudo da viabilidade,


estabilidade e lucratividade de um negócio ou projeto. Para além disso, abrange um
conjunto de instrumentos e métodos que permitem realizar diagnósticos sobre a
situação financeira de uma organização, assim como prognósticos sobre o seu
desempenho no futuro.

No âmbito da Unidade Curricular de Análise Financeira, será elaborado um


relatório de análise financeira da empresa “Inapa - Investimentos, Participações e
Gestão, s.a.”, nos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020. Esta análise será feita com base
nos seus relatórios e contas destes anos disponibilizados pela Inapa, e
contextualizando-as no ambiente micro e macroeconómico de Portugal.

Relatório de Análise financeira | Inapa - Investimentos, Participações e Gestão, s.a. 1


Índice

Sumário Executivo........................................................................................................................1
1. Apresentação da Empresa......................................................................................................
2. Contexto Micro e Macroeconómico.......................................................................................
2.1. Análise SWOT...............................................................................................................6
3. Análise Financeira................................................................................................................7
3.1. Rácios de Equilíbrio Financeiro.....................................................................................7
3.2. Análise do Fundo de Maneiro, Necessidades de Fundo de Maneio e Tesouraria
Líquida
3.3. Rácios de Funcionamento e Ciclo de Tesouraria.............................................................
3.4. Rácios de Liquidez...........................................................................................................
3.5. Rácios de Estrutura Financeira.......................................................................................
4. Análise Económica..................................................................................................................
4.1. Rendibilidade dos Capitais de Investimento...................................................................
4.2. Análise Horizontal...........................................................................................................
4.3. Análise Vertical...............................................................................................................
4.4. Análise de Dupont......................................................................................................15
5. Análise de Risco......................................................................................................................
6. Análise dos Fluxos de Caixa....................................................................................................
7. Análise Integrada...............................................................................................................20
Bibliografia.................................................................................................................................21
Anexo.........................................................................................................................................22

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Índice de Tabelas

Tabela 1-Análise SWOT...........................................................................................................6

Tabela 2-Cálculos complementares à Análise dos Rácios de Equilíbrio Financeiro......7

Tabela 3-Cálculos complementares à Análise do Fundo de Maneiro, Necessidades de


Fundo de Maneio e Tesouraria Líquida.........................................................................8

Tabela 4-Cálculos complementares à Análise dos Rácios de Funcionamento e Ciclo de


Tesouraria........................................................................................................................

Tabela 5- Cálculos complementares à Análise dos Rácios de Liquidez......................10

Tabela 6-- Cálculos complementares à Análise dos Rácios de Estrutura Financeira...11

Tabela 7-Cálculos complementares à Rendibilidade dos capitais de investimento......13

Tabela 8- Cálculos complementares à Análise Horizontal...........................................14

Tabela 9- Cálculos complementares à Análise Vertical...................................................

Tabela 10-Cálculos complementares à Análise Dupont...............................................15

Tabela 11- Cálculos complementares à Análise de Risco...............................................

Tabela 12- Cálculos complementares à Análise dos Fluxos de Caixa.........................18

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1. Apresentação da Empresa

A Inapa, segundo o website oficial da empresa, foi fundada em 1965 em


Setúbal por um grupo de pessoas em conjunto com a Socel – SARL, Sociedade
Industrial de Celuloses.

Inicialmente a empresa dedicava-se à produção de papel, tendo sido a primeira


fábrica portuguesa de papel em grande escala. Nos finais dá década de 1990 alargou
a sua atividade com a aquisição de uma distribuidora de papel a J. Gaspar Carreira.
Nos anos que se seguiram, a INAPA concentrou-se no processo de
internacionalização adquirindo diversas empresas, tais como, Tavistock Paper Sales
(Inglaterra), Lucchetti Decart (Itália) e Buropapier (Bélgica).

No início da década de 2000, a Inapa é vendida a Papercel/Portucel, lança a primeira


marca própria INAPA-TECNO e o primeiro site e-commerce do Grupo Inapa.
De 2006 a 2009 alarga a sua atividade à produção de embalagens e à comunicação
visual, através da compra da Logistpack SAS, uma empresa de embalagem francesa,
da HTL e Complott Arte Vertrieb , uma empresa de embalagens e uma empresa de
comunicação visual na Alemanha.

Em 2010, o Grupo Inapa torna-se o terceiro maior distribuidor de papel com a


aquisição do negócio da Burgo em Espanha. Nos cinco anos seguintes, a Inapa
continua o processo de internacionalização, sendo em 2015 considerada a melhor
distribuidora europeu, com o melhor serviço ao cliente, a Empresa Portuguesa mais
internacionalizada, a empresa com o melhor governo corporativo e a empresa de
embalagem mais inovadora na europa. (Inapa, 2021)

Atualmente, o Grupo Inapa atua em 10 países distintos, Alemanha, França,


Espanha, Portugal, Bélgica, Luxemburgo, Áustria, Holanda, Turquia e Angola,
ocupando assim uma posição de elevada importância no mercado europeu, visto que
é, a única empresa do setor com presença internacional e a única cotada no setor de
distribuição de papel na Europa. (Inapa, 2021)

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2. Contexto Micro e Macroeconómico

A crise sanitária provocada pela pandemia Covid-19 constituiu um choque


macroeconómico com impactos substanciais a nível económico nas várias áreas de
negócio e, como consequência, na procura de papel na Europa Ocidental.
A fase atual encontra-se, portanto, focada na recuperação gradual das áreas de
negócio afetadas pelo surto pandémico, tendo-se assistido no segundo trimestre a
uma recuperação do consumo, como consequência da abertura progressiva das
economias atuais. Durante o primeiro semestre de 2021, registou-se um aumento de
6,0% na Europa Ocidental no consumo de papel para artes gráficas, escrita e
impressão, quando comparado com o mesmo período de 2020, de acordo com as
estatísticas da Eurograph (European Association of Graphic Paper Producers)
mencionado no relatório de contas de 2021.

Quanto às vendas tanto de papéis revestidos como não revestidos (que


representam cerca de 90% dos papéis comercializados) notou-se um crescimento
relativamente ao primeiro semestre de 2020. Ainda assim, no conjunto de mercados
em que a Inapa está presente, a queda de vendas face a 2019 ainda foi de 17%. Esta
empresa encontra-se, portanto, em recuperação, sendo esta mais acentuada à medida
que as restrições e confinamentos foram sendo retirados. (Inapa, Relatorio e Contas,
2020)

Quanto à sua presença nos mercados estrangeiros (Alemanha, França,


Espanha, Portugal e Bélgica) acentuou-se um aumento total de vendas da Inapa
(cerca de 3,6%, de acordo com as estatísticas da Eurograph), tendo em conta que
grande parte dos países apresentaram um crescimento económico face a 2020,
apresentando uma recuperação. Deve-se especial relevância aos países pertencentes
à Benelux (Bélgica e Luxemburgo), na qual o mercado referente ao setor de papéis
para escritório cresceu 6,4%, e na qual a Inapa representa principalmente esse
segmento.

Conclui-se que no ano de 2021, notou-se, de forma geral, um aumento de


vendas consolidadas da Inapa, que ascenderam a 445,7 milhões de euros, de acordo
com o Relatório de Contas de 2021. (Inapa, Contas e Contas, 2021).Conclui-se que no
ano de 2021, notou-se, de forma geral, um aumento de vendas consolidadas da Inapa,
que ascenderam a 445,7 milhões de euros, de acordo com o Relatório de Contas de
2021. (Inapa, Contas e Contas, 2021).Conclui-se que no ano de 2021, notou-se, de
forma geral, um aumento de vendas consolidadas da Inapa, que ascenderam a 445,7

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milhões de euros, de acordo com o Relatório de Contas de 2021. (Inapa, Contas e
Contas, 2021).

Ainda que se note incerteza quanto ao impacto que a pandemia Covid-19


poderá ter futuramente, as previsões para 2022 são genericamente positivas, estando
previsto que decorra a continuação do crescimento do consumo privado e da
recuperação do investimento, face ao impacto significativo sobre a atividade
desenvolvida pelo Grupo Inapa pelo surto pandémico.

2.1. Análise SWOT 

Com o intuito de concluir a análise externa, a análise SWOT (Strengths,


Opportunities, Weaknesses and Threats) tem como finalidade sumariar as análises do
ambiente da empresa, onde identificamos as oportunidades e as ameaças, e das
competências estratégicas, onde se identificam as forças e as fraquezas. 

Tabela 1-Análise SWOT

Dessa forma, é possível utilizar a análise SWOT para comparar a empresa estudada
com a concorrência e ajudar nas tomadas de decisão, tornando-se dessa forma uma
análise relevante para a empresa.  

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3. Análise Financeira
3.1. Rácios de Equilíbrio Financeiro

Tabela 2-Cálculos complementares à Análise dos Rácios de Equilíbrio Financeiro

A existência de equilíbrio financeiro ocorre quando os Capitais Permanentes


(CP) financiam os Ativos Não Correntes (ANC), ou seja, quando (CP>ANC). 

No caso da Inapa, verifica-se que os Capitais Permanentes cobrem sempre os Ativos


Não Correntes (CP>ANC) nos anos de 2017 e 2018 e 2019, concluindo que a
empresa se encontra em equilíbrio financeiro nesses três anos.

No entanto, verifica-se que em 2020 o Ativo Não Corrente é superior aos Capitais
Permanentes (ANC>CP), significando que a empresa esse ano não se encontrou em
equilíbrio financeiro.

É possível deduzir que o impacto da pandemia covid-19 poderá ter sido uma das
principais causas de não se verificar equilíbrio financeiro esse ano. 

Observa-se também que ao longo dos 4 anos os Recursos Cíclicos (RC) da empresa
não cobrem as Necessidades Cíclicas (NC), ou seja, as Necessidades Cíclicas são
superiores aos Recursos Cíclicos, demonstrando que os RC não financiam a
totalidade das Necessidades Cíclicas e podendo ocorrer problemas no ciclo de
exploração.

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3.2. Análise do Fundo de Maneio, Necessidades de Fundo de Maneio
e Tesouraria Líquida

Tabela 3-Cálculos complementares à Análise do Fundo de Maneiro, Necessidades de Fundo de Maneio e Tesouraria
Líquida

De 2019 para 2020 ocorreu uma diminuição significativa nos Capitais


Permanentes resultando, como consequência, na diminuição do Fundo de Maneio.

Durante os 4 anos analisados, o Fundo de Maneio apresentou resultados inferiores às


Necessidades de Fundo de Maneio, o que demonstra que a empresa possui uma
escassez de meios financeiros de tesouraria, resultando em capitais permanentes
insuficientes. 

Verifica-se que de 2017 a 2019 o Fundo de Maneio apresenta um valor


superior a zero, e NFM e TL positivas, traduzindo uma situação do tipo I na qual se
considera que a situação financeira está equilíbrio. Será, por isso, desejável para os
credores pois oferece segurança financeira da empresa.

No entanto, no ano de 2020 observa-se uma situação financeira diferente.


Analisando a tabela, apura-se uma situação financeira do Tipo III onde o Fundo de
Maneio é negativo, Necessidades de Fundo de Maneio positivas e Tesouraria Líquida
negativa. Neste caso, a situação financeira da Inapa demonstra-se significativamente
mais vulnerável visto que os capitais permanentes não cobrem o ativo fixo, e que a
empresa apresenta um grande défice de tesouraria.

Posto isto, é aconselhável aumentar o Fundo de Maneio de forma a estar de


acordo com as Necessidades de Fundo de Maneio, visto que a situação de 2020
evidencia o atual desequilíbrio financeiro e, ao mesmo tempo, a insegurança financeira
da empresa, fatores que tornam a situação indesejável para os futuros credores da
Inapa.

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3.3. Rácios de Funcionamento e Ciclo de Tesouraria

Tabela 4-Cálculos complementares à Análise dos Rácios de Funcionamento e Ciclo de Tesouraria

Os rácios de funcionamento servem para analisar a eficiência da utilização dos


recursos aplicados pela empresa.

O Prazo Médio de Inventários (PMI) expressa o tempo médio que os inventários


permanecem em armazém, as empresas com um PMI baixo têm menos capital
imobilizado em stock.

O Prazo Médio de Recebimentos (PMR) mede a rapidez de transformação das vendas


ou prestação de serviços em dinheiro, quanto menor o PMR mais rápida é a
transformação.

O Prazo Médio de Pagamentos (PMP) mede a rapidez com que a empresa líquida as
suas dívidas aos fornecedores, quanto menor o PMP menor será o grau de
financiamento da exploração por parte dos fornecedores.

O Ciclo de Tesouraria representa o tempo que o ciclo de financiamento tem que ser
financiado por Capitais Permanentes ou pelo Fundo de Maneio. A Rotação do ativo
consiste no grau de utilização dos ativos, sendo que quando maior for o seu valor,
melhor será a gestão dos ativos da empresa.

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Nisto, a Empresa “INAPA” de acordo com a tabela 4, de 2017 a 2020 em média
demorava cerca de 1 mês e meio para transformar as vendas/prestações de serviços
em dinheiro. Sendo que em 2020 a empresa necessitava de, aproximadamente, 45
dias para transformar as vendas/prestações de serviços em dinheiro.

Em relação ao PMP, pudesse ver de 2017 a 2020, ocorreu um aumento significativo,


passando de 5,2 dias em 2017 para 12 dias em 2020. Isto significa que a empresa em
2020, demorava 12 dias para liquidar as dividas aos fornecedores.

No PMI, a media dos 4 anos analisados corresponde a 1 mês. Ocorreu uma descida
ligeira de forma decrescente de 2017 a 2019, passando de 32 para 27 dias,
respetivamente, aumentado em 2020 para 29 dias, ou seja, os inventários ficaram
cerca de 29 dias em armazém.

Tendo em conta os dados da tabela 4, observa-se que o ciclo de tesouraria tem vindo
a diminuir com os anos, passando de 92 dias em 2017 para 87 em 2020. Ou seja, em
2020 o ciclo de financiamento tinha de ser financiado por capitais permanentes
durante 87 dias.

Atendendo os resultados obtidos na tabela 4, verifica se que ao longo dos anos a


empresa está a melhorar a gestão dos seus ativos, visto que, o valor correspondente
ao rácio de rotação de ativo tem vindo a aumentar.

3.4. Rácios de Liquidez

Tabela 5- Cálculos complementares à Análise dos Rácios de Liquidez

Os Rácios de Liquidez referem-se, em geral, à disponibilidade de meios


monetários, ou à facilidade na sua obtenção, para satisfazer os compromissos com
vencimento a curto prazo, logo é um indicador de solvência que determina a
existência, ou não, de equilíbrio financeiro de curto prazo. Permite, portanto, avaliar a

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capacidade de a empresa liquidar as suas responsabilidades correntes (pagamentos
de salários, rendas, etc).

De acordo com a tabele 5, na liquidez geral verificamos que em todos os anos


menos em 2020 a liquidez é superior a 1, o que indica que a empresa possui ativos
correntes para arcar com todas as suas obrigações, pelo contrário, como em 2020 é
inferior a 1, pode-se observar que ativo e o passivo são equivalentes.

Na liquidez reduzida é possível constatar que nos anos 2017 encontra-se


acima de 1, o que indica que a empresa nesses anos apresenta uma maior
solvabilidade de curto prazo, isto é, a empresa tem pelo menos ativos líquidos para
fazer face às responsabilidades de curto prazo. Nos restantes anos, como a liquidez
reduzida é inferior a 1, a empresa apresenta dificuldades de solvência ou uma gestão
ótima da tesouraria, evitando liquidez inútil e dispendiosa.

Na liquidez imediata, em todos os anos esta apresenta valores inferiores a 1.


Significa, portanto, que a rendibilidade das aplicações de curto prazo é, em geral,
significativamente inferior ao custo do capital alheio.

3.5. Rácios de Estrutura Financeira

Tabela 6-- Cálculos complementares à Análise dos Rácios de Estrutura Financeira

“Debt to Equity” ou Estrutura Financeira é o rácio que calcula o grau de


financiamento da empresa por capitais alheios. Tendo em conta os dados fornecidos
pela tabela 6, é possível verificar que o Grupo Inapa desde 2017 é, maioritariamente,
financiado por capitais alheios, o que traduz num nível elevado de endividamento,

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como se pode constatar pelo cálculo do endividamento global. Em 2017, a empresa
apresentava um nível de endividamento de 72%, aumentando para 78% em 2019 e
79% em 2020. É importante reforçar que, apesar do contexto pandémico começado a
meados de 2020, onde houve uma quebra bastante expressiva da atividade das
empresas, o grupo INAPE só aumentou o seu endividamento em 1%.  

A estrutura de Endividamento mede o peso de capital alheio de curto prazo


face ao capital alheio total. Em 2020, a estrutura de endividamento da empresa INAPE
apresentava um valor de 48%, ou seja, no próximo ano 48% do capital alheio tem de
ser saldado. Apesar de ainda não ser um valor preocupante, a empresa deverá tomar
medidas para que no próximo ano o valor não aumente e assim não haja uma certa
pressão a nível financeiro.  

O rácio de solvabilidade revela a capacidade duma empresa dispor de meios para


satisfazer todos os seus compromissos. Tendo em conta a tabela 8, é possível
verificar que de 2017 para 2020 ocorreu uma diminuição de 11%, passando de 138%,
para 127%. Estes valores revelam que a empresa com o passar dos anos tem
diminuído a sua capacidade para dispor de meios para satisfazer os seus
compromissos, isto significa que a empresa esta cada vez mais vulnerável.

O rácio de Autonomia Financeira, determina o grau de in/dependência duma


empresa face aos capitais alheios. Este rácio complementa o rácio de endividamento.
Assim sendo é possível afirmar, tendo em conta os dados registados na tabela 6 e o
rácio de endividamento, que a empresa é dependente dos capitais alheios. 

Em suma, o grupo “Inapa - investimentos, participações e gestão, s.a” é


principalmente financiada por capitais alheios, que permite deduzir que a empresa
detém de um elevado nível de endividamento e apresenta uma autonomia financeira
baixa, sendo uma desvantagem e um risco para a empresa, uma vez que, a sua
capacidade de resolver os seus compromissos sem alienar os seus ativos é reduzida.  

Assim, a empresa deve agir de forma a reestruturar os capitais no balanço de


modo a melhorar a sua rentabilidade e não prejudicando a sua atividade operacional. 

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4. Análise Económica
4.1. Rendibilidade dos Capitais de Investimento

Tabela 7-Cálculos complementares à Rendibilidade dos capitais de investimento

Rendibilidade Bruta de Vendas (RBV) mede a capacidade de a empresa gerar


resultados a partir da sua atividade, quanto maior este rácio melhor a empresa se
encontra economicamente. A Rendibilidade Operacional das Vendas (ROV) mede o
excedente das vendas após todos os gastos operacionais estarem cobertos. A
Rendibilidade Líquida das Vendas (RLV) mede o excedente das vendas depois de
todos os gatos operacionais, financeiros, extraordinários e impostos estarem cobertos.
A Rendibilidade do Ativo (RA) analisa a rendibilidade da empresa antes dos impostos
e dos encargos financeiros. A Rendibilidade dos Capitais Próprios (RCP) mede a
capacidade de a empresa gerar resultados a partir dos capitais investidos.

No caso da “Inapa”, como é possível verificar pela tabela 7, a Rendibilidade


Operacional das Vendas diminuiu de 7,52% em 2017 para 3,34% em 2018, diminuindo
em 2019 para 3,52%, em 2020 houve um aumento, passando para 10,1%. Embora o

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volume de negócios tenha aumentado de 2019 para 2020, esta diminuição deve-se à
diminuição do resultado líquido do período.

A Rendibilidade Líquida das Vendas aumentou de 0,23% para 4,1% (de 2017
para 2018 respetivamente) diminuindo para 4,81% e para 1,5%, em 2019 e 2020
respetivamente. A Rendibilidade Líquida do Ativo, desceu 4,4 pp (pontos percentuais) ,
passando de 9,9% em 2017 para 4,5% em 2018, em 2019 teve uma descida mínima
de 0,1 pp, mas em 2020, teve o maior valor dos 4 anos, de 14,1%.

A Rendibilidade do Capital Próprio, teve o seu valor mais baixo em 2017, de


1,1%, tendo um aumento significativo em 2018, para 19,8%. Em 2019 teve o seu valor
mais alto, de 23,8%, descendo para 10% em 2020. A RBV da empresa apresenta
oscilações pouco significativas, não chegando a passar os 10% nos 4 anos, teve como
seu valor mais alto em 2020, de 9,6%, e nos restantes anos, os valores não mudaram
muito, havendo valores de 7,9%, 3,6% e 3,3% em 2017, 2018 e 2019 respetivamente.

4.2. Análise Horizontal

Tabela 8-Cálculos complementares à Análise Horizontal

A Análise Horizontal é utilizada para avaliar o desenvolvimento e a evolução ao


longo do tempo de uma empresa. Através dos dados representados pela tabela 8, é
possível verificar que o volume de negócios não se manteve estável, apresentando
oscilações. Pudesse observar também que o Resultado Líquido do Período manteve-
se negativo nos anos de 2017 e 2018, aumentando e tornando-se positivo nos anos de
2019 e 2020.

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As oscilações do volume de vendas tende a aumentar e a diminuir os
inventários e as dívidas de clientes, mantendo os prazos de pagamento.

Como averiguado, tanto os inventários como as dívidas de clientes em 2018 e


2020 diminuíram e aumentaram em 2017 e 2019 (em termos de inventários , em 2017
eram de 65 128 e diminuíram para 58 730 em 2018, que aumentou novamente em
2019 para 71 098, que diminuiu em 2020 para 62 212).

4.3. Análise Vertical

Tabela 9- Cálculos complementares à Análise Vertical

De acordo com os dados fornecidos pela na tabela 9, é possível afirmar que o


ligeiro aumento dos Gastos com o Pessoal (de 8,65% para 10,20% em 2017 para
2020 respetivamente), pode ser justificado pela aumento de pessoal ou pelo aumento
de horas trabalhadas. Há uma diminuição dos inventários (de 9,71% em 2017 para
8,55% em 2020) podendo esta diminuição ser justificada pela oscilação do volume de
vendas (já que a diminuição e aumento do volume de vendas pode gerar um aumento
e diminuição dos inventários – ponto analisado anteriormente).

Relativamente aos fornecedores, há também um ligeiro aumento de 14,93%


em 2017 para 18,51% em 2020, aumentando de certa forma as dívidas que a empresa
tem a pagar.

4.4. Análise de Dupont

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Tabela 10-Cálculos complementares à Análise Dupont

A Análise Dupont é uma técnica utilizada para a análise da rendibilidade dos


capitais próprios (ROE), decompondo-a em vários fatores explicativos. Esta análise
oferece uma visão mais ampla do Retorno sobre o Patrimônio Líquido da empresa, no
qual destaca os pontos fortes da empresa e aponta a área onde há espaço para certas
melhorias.

Assim, a análise Dupont permite que os gestores simulem diferentes cenários e


avaliam o seu impacto na ROE, visto que fomenta a separada de cada um dos rácios.

Ao analisar a tabela 10, é possível constatar que todos os valores existentes na


rentabilidade Líquida das vendas esta próximo de 0, chegando a apresentar valores
negativos. Em teoria, a rentabilidade Líquida das vendas mede o quanto é que cada
unidade monetária vendida é transformada em lucro, como os valores estão próximos
de 0 e apresentam valores negativos, isto indica que a empresa não teve lucro
suficiente com as vendas efetuadas.

Ao longo dos anos é possível verificar que na rotação dos ativos (mede a
eficiência do uso dos ativos para produzir vendas de uma empresa), as vendas são
sempre superiores ao ativo total, o que indica um uso eficiente dos ativos.

Através da tabela 10 verifica-se que a alavancagem financeira (indicador que


permite uma análise do risco associado à utilização da dívida e tirar conclusões acerca
do endividamento, isto é, se está a ser benéfico ou prejudicial à rendibilidade dos
capitais próprios) é superior a 1 em todos os anos, o que indica que a alavancagem
financeira da empresa foi bem sucedida e retorna um lucro adicional aos sócios ou
acionistas.

O ROE mede a capacidade de a empresa gerar resultados a partir dos capitais


investidos pelos acionistas, ou seja, indica a percentagem de lucro por cada euro
investido pelos mesmos. Assim pode-se verificar através da tabela 10 que a empresa
tem perdido lucro por cada euro investido.

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5. Análise de Risco

Tabela 11- Cálculos complementares à Análise de Risco

A análise de risco pode ser medida através de três rácios, o Grau de Alavanca
Operacional (GAO), o Grau de Alavanca Financeira e o Grau de Alavanca Combinado.
O Grau de Alavanca Operacional mostra o efeito que os custos fixos têm na atividade
operacional duma empresa.

De acordo com a tabela 11, é possível verificar que o grupo Inapa, de 2017 a 2019
representava um elevado risco operacional, uma vez que detinha de altos custos fixos,
o que consequentemente influenciava a sua atividade operacional. Em 2020 devido a
uma diminuição brusca do resultado operacional, o resultado do GAO, anteriormente
positivos, desce para um valor negativo.

O risco financeiro é medido através do Grau de Alavanca Financeira (GAF).


Este rácio mede a variabilidade dos resultados disponíveis para o acionista face a uma
tabela 11, verifica-se que desde 2017 até 2019, o GAF tem diminuído
significativamente alteração percentual nos resultados operacionais, apresentado
valores negativo. Esta situação é desfavorável para a empresa, uma vez que,
representa um risco financeiro. Em 2020, o GAF subiu para um valor positivo, sendo
este 0,56. Este valor significa que uma variação nos resultados operacionais de 1%,
levara a um impacto no resultado por ação de 0,56%. Apesar deste valor continuar a

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ser desfavorável para a empresa, representa um risco financeiro menor
comparativamente ao ano anterior.

O Grau de Alavanca Combinada (GAC), mede o risco global da empresa.


Desde 2017 o valor do GAC tem diminuído consideravelmente atingindo valores
negativos cada vez menores. Assim sendo em 2020, uma variação de 1% nas vendas,
levara a um impacto negativo 10,87 % no resultado líquido.

6. Análise dos Fluxos de Caixa

A análise dos Fluxos de Caixa complementa a restante analise financeira


fornecendo melhores informações sobre a capacidade de a empresa financiar o seu
crescimento e honra os seus compromissos, uma vez que a estimativa dos fluxos
futuros, fundamentais para a liquidação das obrigações, faz-se a partir das
demonstrações de fluxo de caixa.

Tabela 12- Cálculos Complementares à Análise dos Fluxos de Caixa

 Qualidade Rácio Vendas


Este rácio tem o objetivo de analisar a assimetria entre os valores económico e
os fluxos de caixa de uma empresa.
Tendo em conta a tabela 12, verifica-se que ao longo dos 4 anos este rácio rodeia o
valor 1, nunca estando abaixo. Isto significa que os valores dos recebimentos do

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clientes e das vendas do período estão próximos um do outro. Por exemplo em 2020 o
valor dos recebimentos de clientes é 1 078 134 e das vendas é 1 030 415.

Estes valores também permitem concluir que a interpretação obtida pela


análise da demonstração dos resultados não é muito diferente da análise obtida pela
demostração dos fluxos de caixa.

 Cobertura do passivo corrente


A cobertura do passivo corrente permite compreender a capacidade da
empresa em satisfazer as obrigações correntes.
Através da tabela 12, é possível constatar que a empresa não gere fluxo de caixa
operacional suficiente para cobrir as suas obrigações, como já foi referido
anteriormente.
 Cobertura do passivo não corrente
A Cobertura do passivo não corrente é um indicador de solvabilidade, ou seja,
calcula a capacidade de uma empresa em satisfazer as obrigações de médio e longo
prazo.
Observa-se a partir da tabela 12, que os valores deste indicador de 2017 a 2020,
apesar de aumentar cerca de 14,4%, continua abaixo de 1. Isto significa que a
empresa apresenta algumas dificuldades de solvência, como já foi mencionado.
 Cobertura dos custos financeiros
Este indicador demonstra em que medida a atividade da empresa desencadeia
meios para liquidar os encargos financeiros decorrentes do financiamento necessário
ao seu funcionamento.
Na tabela 12, verifica-se que de 2017 a 2020, o valor da cobertura dos custos
financeiros tem vindo a aumentar significativamente. Ou seja, no decorrer dos anos, a
empresa Inapa tem vindo cada vez mais a disponibilizar meios para liquidar os
encargos financeiros decorrente do financiamento necessário ao seu funcionamento.
 Eficiência do ativo
A eficiência do ativo permite verificar em que medida os ativos da empresa
estão a gerar fluxos de caixa.
Tendo em conta a tabela 12, observa-se que este indicador tem vindo a aumentar nos
últimos anos, em outras palavras, a empresa tem vindo a aumentar a capacidade dos
seus ativos em gerar fluxos de caixa.
 Cash Generating Power
Este indicador permite aferir a proporção de fluxos de caixa face ao total dos
influxos, isto é, mostra a capacidade de uma empresa em gerar caixa.

Relatório de Análise financeira | Inapa - Investimentos, Participações e Gestão, s.a. 19


De acordo com os dados da tabela 12, é possível concluir que de 2017 a 2020, o
indicador Cash Generating Power, teve um aumento de 15,6%. Isto significa que a
empresa tem vindo a aumentar a sua capacidade de gerar caixa.
 Índice de Financiamento Alheio
O Índice de Financiamento Alheio, demonstra em que medida a empresa esta
dependente de capitais alheios.
Através da tabela 12 é possível notar que o grupo “Inapa - investimentos,
participações e gestão, s.a” é principalmente financiada por capitais alheios, como já
foi concluído anteriormente.

7. Análise Integrada

Numa análise global, a empresa INAPA sente algumas dificuldades ao longo


dos anos, principalmente, em 2019/2020 devido ao impacto da crise pandémica. Estas
dificuldades são refletidas nos preços de venda dos seus produtos e nos preços dos
serviços prestados, visto que não são totalmente elásticos, podendo suceder que as
margens diretas dos produtos vendidos e o contributo líquido dos serviços prestados
sejam afetados por uma evolução negativa dos mesmos, que poderão fazer aumentar
os custos de transporte associados à distribuição e exercer, consequentemente, um
efeito negativo na atividade, situação financeira e resultados.

Embora a empresa tenha uma Liquidez Geral que revela que o ativo corrente é
superior ao passivo corrente, tal facto não garante que a empresa consiga liquidar as
dividas a devido tempo.

Para complementar a ideia de que a empresa poderá não dispor de liquidez


suficiente, verificamos que em 2019 e em 2020, a empresa tem uma LR inferior a 1,
sendo este é um indicador de fraca capacidade de liquidez. Para que a empresa possa
ter uma liquidez razoável, de forma a conseguir liquidar as suas dívidas, esta deverá
rever algumas contas de forma a aumentar essa liquidez. Reduzindo os custos,
avaliando-os e vendo se existe alguma possibilidade de diminuí-los. Dessa forma,
sendo reduzidas as despesas gerais, haverá como consequência um impacto na
rendibilidade da empresa.

Ao nível das contas a receber, a empresa poderá “monitorar” as dívidas a receber de


forma eficaz, garantindo que está a cobrar corretamente aos clientes. Relativamente
às contas a pagar, a empresa poderá negociar com os seus fornecedores condições
mais longas de pagamento para manter o seu dinheiro aplicado mais tempo.

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Para concluir, face aos dados estudados, é recomendado que a empresa analise
melhor as suas contas, com o objetivo de aumentar a sua rendibilidade e a diminuir o
risco financeiro, que poderá vir a ser agravado face à incerteza da pandemia Covid-19.

Bibliografia

Inapa, G. (2020). Relatorio e Contas. Obtido em 11 de 2021, de


https://inapa.pt/wp-content/uploads/2021/04/Inapa-RC2020.pdf

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Inapa, G. (2021). Obtido em 27 de 11 de 2021, de https://inapa.pt/pt/grupo-inapa/sobre-a-


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Inapa, G. (2021). Contas e Contas. Obtido em 11 de 2021, de


https://inapa.pt/wp-content/uploads/2021/09/RC-1S_2021.pdf

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Anexo

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