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O art. 366 do CPP, com redação dada pela Lei 9.271/96, dispõe que se o acusado
for citado por edital, não comparecer e não constituir advogado ficarão suspensos o
processo e o curso do prazo prescricional. Essa alteração do art. 366, ocorrida em 1996, visou
a evitar a tramitação de processos sem o efetivo conhecimento do acusado, pois como se
sabe, pelo cotidiano forense, se o acusado foi citado por edital, não contratou um defensor e
não atendeu à citação ficta, certamente não tomou conhecimento do processo.
Silvio Maciel**
É preciso ressaltar que a Súmula 415 está a dizer que a contagem da prescrição
fica suspensa pelo prazo da prescrição em abstrato - consideradas as balizas do art. 109 do CP -
e não pelo prazo da pena máxima cominada ao delito, conforme pode sugerir uma leitura
desavisada do enunciado.
Como se vê, a suspensão tem sempre termo final definido (ainda que não exato),
condicionado ao implemento de uma condição certa. E foi exatamente o que fez a Súmula 415
do STJ. Como o art. 366 do CPP dispõe sobre a "suspensão" da contagem do prazo
prescricional, mas não prevê seu termo ad quem, o STJ, com apoio no entendimento
doutrinário majoritário, estabeleceu esse termo final, que se dará com o advento dos prazos
estabelecidos no art. 109 do CP.
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1 CAPEZ, Fernando. Processo Penal. São Paulo: Editora Saraiva, 2005, p. 551.
2 E tais argumentos são exatamente os mesmos argumentos que constam no voto
do então Ministro Sepúlveda Pertence, proferido no julgamento do processo de Extradição n.
1042, acatado pela unanimidade dos demais nove Ministros que participaram do julgamento.