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Sermão para Toda Ocasião
Sermão para Toda Ocasião
S ER MÃ O
PARA TODA OCASIÃO
(Pedro Apolinário)
Sermão para toda ocasião 2
PREFÁCIO
Que é amizade?
É um sentimento que consiste em estimar a outrem, querer a sua presença,
desejar-lhe todo o bem possível, é um sentimento que traz grande encanto à vida.
Na sua origem, a palavra significa atração recíproca entre duas pessoas, que têm
as mesmas tendências e os mesmos hábitos. A amizade é uma dedicação menos
intensa, mas mais firme e duradoura que o amor.
Os mais notáveis sábios e filósofos da antigüidade glorificaram a amizade,
chegando Cícero a equipará-la à sabedoria.
Em Roma, a amizade era representada por uma jovem coroada de flores. Na sua
mão direita ostentava dois corações presos por correntes, mostrando com a mão
esquerda o peito até o coração, no qual se lia a seguinte frase – de perto e de longe.
Na orla do seu vestido se encontravam impressas estas significativas palavras: Para a
morte e para a vida.
Sim, a verdadeira amizade deve ser cultivada, quer estejamos perto, quer
estejamos longe e mesmo a própria morte não a pode extinguir.
Os antigos pagãos, davam tanto valor à amizade, que a colocavam entre as
virtudes divinizadas, ao lado da fé, da esperança e do pudor.
Algumas pessoas pessimistas têm afirmado: Mas isto foi no passado, no mundo
de hoje, caracterizado pela pressa e utilitarismo, não há mais lugar para belas e
profundas amizades. Chegam outros a afirmar que a amizade não passa de uma bela
figura de retórica. Como confirmação de sua tese, apontam múltiplos exemplos, de
amigos atraiçoados pelos amigos e abandonados nas horas mais incertas e difíceis.
Este pensamento nos faz lembrar da declaração do Profeta Jeremias, em seu livro,
capítulo 9, verso 4:
"Guardai-vos cada um do seu amigo e de irmão nenhum vos fieis; porque todo irmão
não faz mais do que enganar, e todo amigo anda caluniando."
De fato a civilização materialista, egoísta e apressada em que vivemos nos
impressiona, mas apesar disso ainda há almas nobres, generosas e altruístas que
sabem cultivar imorredouras, sinceras e admiráveis amizades.
Enquanto houver consciências dignas e espíritos elevados existirá esta nobre
virtude.
Santo Ambrósio, em Os Três Livros das Obrigações Cristãs Civis, tem bons
pensamentos sobre esta virtude cristã:
"Abra o seu coração ao amigo, para que lhe seja fiel, e dele colha o gosto pelas
coisas elevadas da vida, pois o amigo fiel é remédio para a vida".
"Não falte ao amigo na necessidade; não o deixe, nem o desampare, porque a
amizade é o socorro da vida".
Notem bem para esta última declaração, prezados jovens: "Vocês não devem ser
amigos de quem for infiel a Deus".
Émerson declarou: Há três elementos para a composição de uma verdadeira
amizade:
1º) Ser sincero: amigo é uma pessoa sincera, quem usa de falsidades não faz
amizades.
2º) Ser bondoso, isto é, ter interesse leal no bem estar dos outros.
3º) Ser magnânimo, porque para fazer amizades é necessário ter ânimo grande,
compreender os outros.
Há um provérbio que diz: O homem precisa ter um amigo a quem possa
desabafar e no qual possa confiar.
Quando há lutas, tristezas e decepções, quão bom é termos um amigo a quem
podemos abrir o nosso coração.
Amizade na Bíblia
1º) Dizem que Sydney Smith era muito doente, mas escrevendo a um amigo ele
declarou: "Tenho gota, asma e sete doenças mais, todavia fora disto, estou bem".
Uma pessoa que pode escrever isto, tem uma personalidade que nos transmite úteis
lições.
2º) Quando estudante no Curso Clássico, em 1944, recebi como prêmio num
concurso de redações, o livro Adele Kamm, oferecido pela professora Albertina
Simon. Adele Kamm, de cuja história jamais me esquecerei: foi uma jovem suíça,
bonita e inteligente, que mais ou menos aos 18 anos foi acometida de tuberculose;
vindo a falecer 7 anos depois. Durante toda a sua enfermidade, mas especialmente
nos últimos meses de vida, enfrentando dores as mais atrozes, nunca teve uma
palavra de desânimo, de infelicidade, de desconfiança na proteção divina. Sentia-se
sempre feliz e otimista, animando todos os que a visitavam e que com ela mantinham
correspondência.
Quero apenas destacar algumas de suas últimas declarações, que nos incentivam
a ver a vida pelo lado belo e construtivo:
Sermão para toda ocasião 10
"Ainda neste caso, devemos confiar e dizer a nós mesmos que a vida tem um fim
nobre e belo, quando pode ser consagrada ao serviço do bem". Pág. 189.
"Se me interrogassem a respeito do objeto de minha maior felicidade, eu o
indicaria: a confiança. Confiança em Deus, confiança na humanidade..." Pág. 212.
Numa das cartas finais ela dizia a uma amiga:
"Se você pudesse ver o meu quarto e a sua Adele, perguntaria se, de fato, estou
doente. Nada aqui fala de doença; tudo é róseo, alegre e florido e, não obstante estar
mais magra, sou sempre a mesma". Pág. 219.
3º.) Conta-nos uma história, que certo mestre da antigüidade, exemplar em todo
o seu procedimento, caminhava com seus discípulos por certo sítio, quando de súbito,
se defrontam com um cão morto e já em adiantado estado de putrefação. Voltando o
rosto e contrafeitos os discípulos querem afastar-se rapidamente, mas o seu líder pára
e fixando o animal mostra a alvura e a beleza dos seus dentes. Sublime lição de
otimismo! Quanto dente alvo e belo há nos quadros desagradáveis que o mundo nos
apresenta, mas que nós não percebemos por faltar-nos a capacidade de ver o lado
positivo das coisas. O pior criminoso pode iniciar o caminho da regeneração, com
uma palavra de bondade nossa.
4.º) É conhecida a lenda do rei, que apesar de não lhe falta nada, sentia-se muito
infeliz. Alguém lhe disse que para ser feliz devia vestir a camisa de um de seus
súditos, que fosse verdadeiramente feliz. Seus servos saem pelo império à procura
deste homem, mas não foi fácil encontrá-lo, porque a todos faltava alguma coisa para
a completa felicidade. Já regressavam desiludidos, quando ao passar por certo
caminho, ouviram um canto no meio da mata. Aproximaram-se dele, e eis um moço
com a enxada na mão, cuidando de suas plantas. Ao perguntarem se era
verdadeiramente feliz, todas as suas respostas foram afirmativas. Estava feliz com o
que possuía e animado para prosseguir na luta. Apresentaram-lhe então o pedido, de
ceder a sua camisa para que o rei a vestisse. Agora vem a grande surpresa, ele não
possuía camisa.
Este trabalhador é o exemplo supremo do otimismo, porque num meio limitado
e deficiente triunfara contra o aspecto mau das coisas e alegremente cantava.
O rei é o símbolo do pessimista, pois bafejado por tantos bens materiais,
cortejado por todos os súditos, era infeliz, porque encarava a vida por um prisma
negativo.
O Valor do Otimismo
Confiança em Si Mesmo
Por Quê?
Wellington Armanelli
O Credo do Otimista
Cristiano D. Larson
Prometa a si mesmo
Ser tão forte que coisa alguma lhe perturbe a paz de espírito.
Falar de saúde, felicidade e prosperidade a toda a pessoa com quem se
encontrar.
Fazer todos os seus amigos sentirem que têm em si mesmos alguma coisa.
Olhar ao lado bom de tudo, e tornar verdadeiro o seu otimismo.
Pensar apenas no melhor e esperar somente o melhor.
Ser tão entusiasta quanto ao êxito dos outros, quanto o é acerca do seu
próprio.
Esquecer os erros do passado e avançar para maiores consecuções no futuro.
Apresentar um semblante animado em todos os tempos, e dar a toda criatura
um sorriso.
Dar tanto tempo ao seu próprio aperfeiçoamento, que não tenha tempo de
criticar os outros.
Ser demasiado grande para ficar ansioso, demasiado nobre para dar lugar à
zanga, demasiado forte para nutrir o temor, e demasiado feliz para permitir a presença
da perturbação.
Sermão para toda ocasião 13
A MODÉSTIA
Conclusão
Sermão para toda ocasião 16
A modéstia tem sido motivo de inspiração para muitos pensadores, como nos
comprovam os seguintes exemplos:
"A modéstia é nas mulheres o apreço de todas as virtudes." Richardson
"A modéstia é um encanto duradouro, que supre ou duplica os encantos
efêmeros da formosura." Severo Catalina
"Para as mulheres, a modéstia oferece grandes vantagens: aumenta a formosura
e serve de véu à fealdade." Fontenelle
Sermão para toda ocasião 17
FELICIDADE
O Que é felicidade?
Dizem os estudiosos, que este vocabulário pertence ao tipo da palavra
explicável, mas não definível.
Talvez seja esta a razão que levou o pensador patrício Marquês de Maricá a
afirmar: "É tão fácil sentir a felicidade, mas é tão difícil defini-la".
Apesar disso muitas definições foram propostas, cada um a entendendo ao seu
modo.
Norberto Rojas assim a explica:
"Para o pobre, é a riqueza; para o escravo, a liberdade; para o condenado à
morte, a vida; para o enfermo, a saúde; para o velho, a juventude.
"Para o poeta é um sonho, uma nuvem ilusória, uma ânsia de alguma coisa não
existente.
"Felicidade é emoção: Portanto é subjetividade".
É alegria e contentamento diante da realidade da vida.
Teologicamente, pode ser definida, como a condição humana de bem-estar que
vem com as bênçãos de Deus ou com a divina recompensa para os justos.
Na Bíblia felicidade é saúde e êxito, vida longa e descendência abundante,
segurança e fartura.
"Num sentido mais abarcante o termo tem a conotação de plena satisfação,
implicando negativamente, a ausência de sofrimentos físicos ou morais, e,
positivamente, uma sensação de alegria, de paz e de plenitude interior". Fernando
Bastos de Ávila
Afirmam os psicólogos, aqueles que estudam o comportamento do ser humano,
que o maior desejo do homem é o de encontrar a felicidade.
A felicidade existe, creio nela e a defendo, mas neste mundo há apenas uma
felicidade relativa, porque nele impera a morte, a dor, as enfermidades, as injustiças,
o medo, enfim os efeitos do pecado que impedem a felicidade plena e duradoura. A
felicidade absoluta e completa só a alcançaremos pela graça de Cristo, quando
estivermos nas mansões dos salvos livres dos males existentes em nosso mundo.
O poeta santista, Vicente de Carvalho, escreveu um belo soneto ao qual deu o
título de Velho Tema, onde apresenta o problema de existência ou não da felicidade.
Nos dois tercetos lemos:
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa, que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe sim: mas nós não a alcançamos,
Porque está sempre apenas onde a pomos,
E nunca a pomos onde nós estamos.
A Bíblia e a Felicidade
A Bíblia nos apresenta múltiplos requisitos para sermos felizes e entre tantos
que podem ser coligidos alguém destacou estes dez, onde na maioria dos casos
aparece a expressão – bem-aventurado, que significa sumamente feliz:
1º) Felizes os que guardam a lei. S. Tiago 1:25.
2º) Felizes os que sofrem por Deus. I S. Pedro 3:14.
3º) Felizes os que fazem o que Jesus manda. S. João 13:17.
4º) Felizes os que recebem a correção de Deus. Jó 5:17.
5º) Felizes os que têm a Deus como seu Senhor. Salmo 144:15.
6º) Felizes os que encontram a sabedoria. Prov. 3:13.
7º) Felizes os que são humildes de espírito. S. Mat. 5:3.
8º) Felizes os que aceitam a Jesus como seu Salvador. Apoc. 22:14.
9º) Felizes os que confiam no Senhor. Prov. 16:20.
Em quem ou no que estamos nós confiando?
10º) Felizes os que estão livres da inveja. Tiago 3:14, 16; I Ped. 2:1.
Você, que tanto almeja alcançar a felicidade, medite bastante no soneto que se
segue:
A Grande Felicidade
Alceu Wamosy
O Novo Dicionário da Bíblia inicia sua explicação sobre esta virtude cristã com
as seguintes palavras:
"Por todas as páginas das Escrituras, a responsabilidade de prestar cuidados aos
viajantes e aos necessitados é subentendida. Assim sendo, no Antigo Testamento,
pouco encontramos no tocante a injunções positivas sobre a prática da hospitalidade;
e no Novo Testamento o mesmo se aplica ao dever para com os homens em geral".
Que é hospitalidade?
Certo dicionário moderno a define como dar ou disposto a dar boas vindas,
alimento e abrigo, e acolhimento bondoso a amigos ou aos estranhos.
Qual o seu valor?
O seguinte comentário de Russell Norman Champlin, em O Novo Testamento
Interpretado, sobre Atos 16:15 dá-nos uma resposta satisfatória:
"A mais importante lição deste versículo, além daquela atinente ao batismo, é o fato
óbvio da hospitalidade de Lídia,... 'e nos constrangeu a isso...' Ela convenceu aqueles
mestres cristãos que vinham de tão longe, a permanecerem em sua casa, tendo-lhes
provido todo o necessário para o seu conforto. Os missionários cristãos eram estrangeiros
em uma terra estranha, mas ela fez o que estava ao seu alcance para que se sentissem à
vontade. Contraste-se esse tratamento com o que usualmente tinham de enfrentar
perseguições, ódio e desconfiança.
"Devemos notar, além dessas sugestões, que a importância da hospitalidade é
frisada pelo fato de que se trata de um dos quesitos do caráter daquele que aspira ao
pastorado. 'É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só
mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar' (1 Tim. 3: 2). Essa
condição é repetida no trecho de Tito 1:8: 'antes, hospitaleiro...' Por semelhante modo, é
uma virtude recomendada no caso de todos os crentes, como uma das características
que devem acompanhar a piedade cristã; '... compartilhai as necessidades dos santos;
praticai a hospitalidade...' (Rom. 12: 13). Pedro também descreve a hospitalidade como
uma das virtudes cristãs: 'Sede mutuamente hospitaleiros, sem murmuração' (I Ped. 4:9).
"A hospitalidade é uma importante virtude porque é uma forma prática de alguém dar
de si mesmo; e aqueles que mais dão de si mesmo são os que mais se assemelham a
Jesus Cristo, que nunca poupou coisa alguma de si mesmo, em seu serviço aos outros".
A hospitalidade tem a Deus como o seu originador, porque desde o início tem
feito provisões abundantes para todas as suas criaturas.
Olhando as coisas criadas por Deus e outorgadas às suas criaturas notaremos que
ele nunca é mesquinho, avarento, iliberal, mas sim generoso, fornecendo ricamente
todas as coisas para que as desfrutemos. Dentre os múltiplos atributos do caráter
divino destaca-se este pela sua preeminência – o onipotente é bondoso e liberal para
com os ingratos e iníquos. Nunca sendo parcial na abundância da sua liberalidade.
Ele faz nascer o sol sobre justos e injustos, faz que chova sobre os maus e sobre os
bons. Sempre pronto a partilhar com a sua criação as suas riquezas inesgotáveis.
Deus, o padrão perfeito em todas as coisas, estabeleceu os princípios desta virtude tão
olvidada no mundo materialista e interesseiro em que vivemos.
Dentre as passagens bíblicas que nos apresentam o desprendimento e a
prodigalidade divinos quero destacar estas duas pela sua objetividade e clareza ímpar:
1 Tim. 6:17 e S. Luc. 6:35.
Sermão para toda ocasião 24
Inspirados nos exemplos da divindade, devemos mostrar cordialidade, não
frieza; ser bondoso, não brusco; ter disposição amistosa, não ser reservado; ser
tratável, não altivo; ser atencioso, não desatencioso; ser generoso, não mesquinho; ser
dado a partilhar, não a acumular; estar mais interessado nas necessidades dos outros
do que nas próprias.
A hospitalidade é realmente uma demonstração de amor de grande alcance, até
mesmo uma prova da genuinidade do nosso amor, como nos diz Paulo em II Cor. 8:8.
Seria interessante notar que a palavra que se encontra no original grego para
hospitalidade é – filoksenia, um composto de duas palavras
que significam 'amor aos estranhos', o cuidado pelos viajores.
Vantagens da Hospitalidade
Certo dia, diante do governador romano, Jesus declarou que uma de suas
missões no mundo, era dar testemunho da verdade.
Após fazer esta afirmativa, Pilatos lhe pergunta: "Que é a verdade?" S. João
18:38. A pergunta nos leva a concluir que poucos conhecem o que seja a verdade no
sentido a que Cristo se referiu – as boas novas da salvação nEle. "Eu sou o caminho,
a verdade e a vida". S. João 14:6.
A Bíblia e a Verdade
Há, muitas vezes, um conceito errado, entre nós, a respeito da verdade, pois há
pessoas conhecedoras da Bíblia que não temem em faltar à verdade no pagar
impostos, passar uma escritura e em muitas outras circunstâncias. Defendem outros
que médicos e advogados nem sempre podem falar a verdade.
O Dr. Flamínio Fávero, notável médico paulista escreveu na Folha da Manhã, do
dia 22/08/1955, interessante artigo, discutindo o problema se o médico deve falar a
verdade ou mentir ao paciente. Sabemos que o assunto é complexo e melindroso, mas
entre outras coisas ele declarou:
Sermão para toda ocasião 30
"Como regra geral, posso dizer que o médico não deve mentir. Aliás, não só o
médico, mas qualquer pessoa. A mentira é falta de ordem moral, seja qual for o objetivo.
"Suavize e amenize a verdade, sem a esconder. Apele para as vantagens de, com a
robustez de ânimo, encontrar o doente energias para, talvez, atenuar o mal".
Relata-nos Miguel Rizzo, no livro Religião, pág. 136, que certa feita proferindo
uma palestra para estudantes em Montevidéu, este assunto veio à baila. Alguns
estudantes defendiam ardorosamente a idéia de que há ocasiões, na clínica, em que a
mentira assume aspectos de caridade. Assistindo à Conferência estava um dos
médicos mais procurados do Uruguai, que interveio com um aparte para declarar o
seguinte: a superabundância de sua clientela, em grande parte se explica, pelo fato de
saberem os doentes, que ele sempre diz a verdade. Sua declaração serena e expressiva
pôs término a toda controvérsia.
Um pastor protestante declarou: "É preciso que o advogado minta, às vezes, é
coisa necessária à profissão".
Acontece que esse pastor era também advogado. Que exemplo estava esse pastor
dando para suas ovelhas? Em Col. 3:9-10 Paulo nos exorta: "Não mintais uns aos
outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos
revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a
imagem daquele que o criou".
O apóstolo nos apresenta duas razões ponderáveis pelas quais não podemos usar
de mentira. Uma porque nos despimos do velho homem com seus feitos. O velho
homem é o homem não convertido e este mente. A segunda razão é que nos
revestimos do "novo homem" e devemos zelar da "imagem daquele que o criou".
As mentiras foram classificadas em mentiras fortes e mentiras fracas ou brancas.
Mentiras fortes ou brancas são todas de origem satânica, ipso facto, condenadas pela
Bíblia. Mentira é qualquer coisa que não seja verdade absoluta.
A Mentira e os Jesuítas
Pensamentos
I – Verdade
II – Mentira
Que é honestidade?
Honradez, probidade, integridade, qualidade daquilo que é conveniente.
Honestidade é agir com decência.
Deus tem elevadas normas para a sua Igreja quanto aos princípios de fidelidade
e honestidade, como deduzimos de II Crônicas 16:9: "Os olhos do Senhor passam por
toda a Terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com
Ele".
Francisco Patti, conhecido jornalista de São Paulo, disse há algum tempo numa
palestra pelo Rádio, que todos nós precisamos ouvir falar de justiça e direito, ao
menos uma vez por semana.
Parafraseando a declaração deste homem de letras, creio que nossos jovens,
deveriam ouvir com mais freqüência, preleções sobre as virtudes cristãs como
nobreza, fidelidade, abnegação, humildade, diligência, justiça, honestidade.
Há pouco tempo (isto foi escrito em 1957), um Colégio nos Estados Unidos,
realizou experiências para verificar a honestidade e outras qualidades afins em seus
estudantes.
Foram formulados vários testes, com a finalidade de verificar se os jovens agem
com a mesma honestidade, quando estão a sós e quando estão sendo observados; se
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evitam apoderar-se do que pertence a outros; se devolvem prontamente os objetos
tomados emprestados; se restituem os artigos achados aos seus donos; se recusam a
aceitar troco a mais que lhes é dado por engano.
Um grupo de rapazes foi observado durante três meses, sem o saberem, sendo
colocados em situação em que podiam ser desonestos. Durante este período os
resultados foram anotados. Após este prazo, os moços foram colocados sob os
cuidados de alguns líderes dos escoteiros, que os estavam educando, mas também
sem saberem que estavam sendo treinados com um objetivo especial. Como sabemos,
o sistema dos escoteiros procura inculcar os ideais de lealdade, de honestidade, de
confiança, de desprendimento e muitos outros atributos.
Depois de três meses, os rapazes foram submetidos a novos testes, da mesma
espécie dos usados antes do treino com os escoteiros. Os resultados alcançados foram
comparados com os anteriores, e a conclusão a que chegaram é que houve grande
melhoria em seu procedimento. Outra conclusão ainda mais importante a que
chegaram os orientadores destes testes foi esta: os ideais de honestidade, lealdade,
justiça e outras qualidades análogas, podem ser inculcadas e desenvolvidas num
grupo de jovens.
Prezados amigos estudantes, um dos objetivos primordiais da educação cristã é
desenvolver nos jovens estas qualidades, por isso, através de palestras, de leituras, de
semanas de oração, de conselhos particulares, do exemplo dos educadores; esta
instituição se esforça para que adquirais estes atritos em vossa estada aqui, sendo lá
fora mais tarde um exemplo dignificante a um mundo tão carente destes predicados.
Existem desonestos como existem vadios e muitos outros defeitos humanos, por
culpa da degenerescência, da fraqueza de caráter, enfim por causa do afastamento das
normas divinas.
Amigos estudantes, lembrai-vos de uma declaração do pensador patrício Renato
Kehl em seu livro Conduta, livro que deveria ser lido e seguido por todos os que
desejam palmilhar o caminho do bem.
"A desonestidade é cultivada pelos fracos infelizes e pessoas que não tiveram
boa educação".
Certo estou de que nenhum de vós gostaria de ser classificado com estes
adjetivos humilhantes, mas, se formos desonestos eles nos cabem.
Conclusão
Para que este tema tenha uma real significação é necessário saber exatamente o
sentido da palavra entusiasmo.
Laudelino Freire assim a define:
1. Estado de arrebatamento desordenado da alma atribuído a inspiração divina.
2. Exaltação das faculdades da alma, que se manifesta nos poetas, nos oradores,
nos artistas e que os torna sublimes.
3. Movimento extraordinário da alma que excita o homem aos atos de
dedicação, de heroicidade e de extremo valor.
4. Admiração viva, gosto excessivo de uma pessoa ou cousa.
5. Demonstração ruidosa de alegria e contentamento.
Suas definições poderiam ser assim sintetizadas: a pessoa entusiasta é aquela
que está cheia de dedicação a uma causa.
Na sua origem, a palavra entusiasmo, provem do grego entheos, que significa –
Deus em nós, cheio de Deus ou a pessoa que age como se tivesse Deus dentro de si.
A palavra foi usada pela primeira vez por Platão para designar a condição do
indivíduo dominado por uma força divina, quer dizer o estado de espírito em que a
própria pessoa não se dirige, mas está tão ligada a Deus, que Deus está atuando em
sua vida.
Para os helenos esta era a condição dos poetas e dos grandes artistas, porque
aqueles que conseguiam produzir grandes obras, o faziam apenas por inspiração
divina.
Embora os gregos tivessem um conceito diferente da divindade, ou de seus
deuses, podemos usar a palavra em seu sentido mais elevado e digno – Deu em nós.
Não encontramos na Bíblia muitas passagens que nos mostram que Cristo quer
habitar em nós, que somos o Templo do Espírito Santo? O segredo da vida cristã
vitoriosa está em nossa ligação com Cristo ou Cristo habitando em nós.
Portanto, quando dizemos que o entusiasmo é uma força, que tem o poder de
realizar milagres, estamos realmente dizendo que o próprio Deus em nós fornece a
sabedoria, a coragem e a fé necessárias para enfrentarmos com sucesso todas as
dificuldades.
Podem os senhores conceber um administrador, um professor ou um funcionário
em nossa escola sem dedicação ao seu trabalho?
Observando a vida dos grandes benfeitores da humanidade, em qualquer ramo,
concluiremos que alcançaram seus objetivos, que se tornaram pessoas dignas de
nosso respeito e consideração, porque foram perseverantes e agiram sempre
entusiasticamente.
Quem não tem entusiasmo é uma pessoa fracassada em seu trabalho. Ter
entusiasmo seria colocar o coração, a mente, enfim todo o nosso ser no trabalho que
estamos realizando.
Embora a palavra entusiasmo não se encontre na Bíblia, há nas páginas
inspiradas muitos exemplos de pessoas que sempre viveram e agiram
entusiasticamente. Os exemplos são múltiplos, mas poderíamos pensar em Josué,
Calebe, Gideão, Neemias, Jó e Paulo. Paulo é o maior exemplo que há na Bíblia,
Sermão para toda ocasião 41
evidentemente depois de Cristo. Qual o principal fator que levou Paulo a ter tanta
dedicação e entusiasmo em seu trabalho? Porque tinha Deus dentro de si, Cristo
estava em sua vida, como ele mesmo declara em Filipenses 1:21.
O que está sendo o viver para nós?
O trabalho de Cristo ou o nosso?
Quando a pessoa coloca entusiasmo em seu trabalho, este se torna agradável e
estimulativo.
O que fazer para ter e manter o entusiasmo? A melhor coisa é descobrir a beleza
e o valor do seu trabalho.
Tem valor o trabalho que você está fazendo?
Se você não tem entusiasmo pelo trabalho e se não pode adquiri-lo seria melhor
abandoná-lo. Você é um infeliz e um peso morto para a organização se não trabalhar
de todo o coração. Se não há entusiasmo em seu trabalho você dá trabalho aos
administradores.
No livro O Poder do Entusiasmo, Norman Vincent Peale, mais conhecido como
autor de O Poder do Pensamento Positivo nos ensina uma fórmula mágica para o
sucesso, comprovada na prática, mostrando-nos como o entusiasmo desenvolve e
mantém a força de decisão, que nos possibilita superar os temores e fortalecer a
confiança em nossas possibilidades. O livro está repleto de histórias emocionantes de
pessoas, cujo entusiasmo agiu como catalisador para produzir espantosos
acontecimentos na sua vida.
Quero citar alguns pensamentos apresentados pelo autor:
"E como alguém consegue ter entusiasmo na vida? Realmente, a coisa é bem
simples: cultivando a capacidade de viver com amor. Amar as pessoas, amar o céu sob o
qual vivemos, amar a beleza, amar a Deus. A pessoa que ama torna-se entusiástica,
repleta do fulgor e da alegria da vida. E então, parte para a realização dessa vida, cheio
de motivação. Se não somos entusiastas, comecemos hoje a cultivar o amor da vida".
Págs. 56 e 57.
"Portanto, não depreciemos a vida enumerando todas as coisas que ela tem de
errada. As coisas são erradas, e algo tem de ser feito a propósito delas. Mas focalizemos,
mentalmente, tudo que é certo, na vida: a vida é imensamente boa, muito melhor do que a
falta da vida, penso eu. Uma existência nesta terra maravilhosa não dura muito, afinal.
Estamos aqui hoje, não estaremos amanhã. Portanto, amemos a vida enquanto podemos,
e sejamos cheios de entusiasmo". Pág. 59.
"Está demonstrado que o entusiasmo faz uma diferença considerável no
desempenho de qualquer pessoa. Exponha sua ocupação diária à apatia, como várias
pessoas costumam fazer, e seu trabalho dificilmente será algo mais do que difícil e
cansativo. É pouco possível que uma tarefa seja um bem para uma pessoa que a
considere apenas como mais uma insípida obrigação a cumprir, que não traz satisfação
nem interesse. Encaremos o fato. Podemos dizer: meu trabalho é insípido. Mas não será
porque temos uma atitude insípida com relação a ele? Tentemos colocar entusiasmo em
nosso trabalho seja ele qual for, e observemos a mudança. E, incidentalmente, vamos ver
se mudamos com ele. O entusiasmo modifica a qualidade do trabalho porque modifica as
pessoas". Págs. 96 e 97.
"A religião destina-se a dar força e entusiasmo pela vida num mundo difícil. Nem
todas as pessoas que se dizem religiosas são entusiastas, bem longe disso. Algumas
parecem ter a curiosa noção de que a depressão e o pessimismo são a marca registrada
do cristianismo. Esta é uma distorção da mensagem de Jesus Cristo, que disse: 'Estas
coisas vos falei, que minha alegria permanecerá em vós, e que vossa alegria possa ser
Sermão para toda ocasião 42
completa'. E que também disse: 'Alegrai-vos sempre no Senhor: e de novo digo, alegrai-
vos'. O cristianismo pode colocar alegria e entusiasmo nas mentes das pessoas, com o
propósito de ajudá-las a viver criativa e vitoriosamente neste mundo difícil". Págs. 111 e
112.
Para manter o entusiasmo você deve procurar fazer cada vez melhor o trabalho
que lhe foi confiado.
Infelizmente existem muitas pessoas que em seus trabalhos são rotineiras,
estacionárias, medíocres, sem nenhum entusiasmo no que estão fazendo e o pior é
que muitas vezes estão satisfeitas dentro da sua mediocridade.
A vida é competição, quer queiramos quer não, e para não ficarmos para trás,
devemos manter o entusiasmo em nosso trabalho. Há pessoas com 70 ou 80 anos
entusiasmadas em suas lides diárias. Tive o privilégio de ver e de ouvir pregando na
Andrews um médico de 91 anos. Ele continuava ativo em seu trabalho em Hong-
Kong. Esteve na Conferência Geral em 1970. A pessoa que perde o entusiasmo
também perde a vontade de viver. Só se envelhece quando se perde o idealismo.
A pessoa pode fazer de si mesma o que deseja desde que queira com
intensidade. Norman Vincent Peale, no livro já citado, apresenta-nos mais algumas
sugestões para alcançarmos a vitória. Eis duas delas:
1ª) Concentrar, desejar vencer, acreditar que vencerá, e sempre pensar, pensar
positivamente.
2º) É o chamado plano dos 9 pp: "Planeje propositadamente; Prepare-se pela
prece; Proceda positivamente; Prossiga persistentemente." Pág. 69.
É lei da natureza e um princípio defensável pela Bíblia que somos o que
imaginamos. Salomão disse em Provérbios 23:7 primeira parte: "Porque como
imagina em sua alma assim ele é".
Se você não tem entusiasmo para estudar, trabalhar ou pregar, esforce-se ao
máximo para estudar, trabalhar e pregar com entusiasmo e o entusiasmo virá.
Temos as mensagens de que o mundo precisa, mas as oferecemos tão friamente,
que damos a impressão de que nós mesmos não cremos no que estamos dizendo,
porque não vibramos com o nosso trabalho.
O segredo do sucesso no trabalho está em ter e manter o entusiasmo.
O entusiasmo é um genuíno e honesto estímulo à vida; é a dedicação sincera a
uma causa, a um ideal.
Que Deus nos abençoe para que tenhamos sempre o entusiasmo necessário para
fazer dignamente a sua obra.
Colossenses 3:15-16.
Destes dois versos do apóstolo Paulo desejo destacar estes pensamentos: "Sede
agradecidos. Louvando a Deus, com saímos e hinos cânticos espirituais, com
gratidão, em vosso coração".
O espírito de gratidão, pode ser colocado como uma das mais preeminentes
virtudes, que caracteriza a vida cristã. Este sentimento deve ser cultivado como
fazemos com o amor, a alegria, a fé, a esperança, a generosidade, a cortesia, a
amizade, a hospitalidade, a paciência, a mansidão, o domínio próprio, etc.
Temos tantos motivos para louvar nosso Criador, dele recebemos cada dia
favores e benefícios incontáveis, mas não exprimimos gratidão e reconhecimento a
Ele por todas estas dádivas.
Lutero afirmou certa vez o seguinte:
"Se Deus fosse menos liberal na distribuição de suas dádivas, então lhe seríamos
mais agradecidos. Como, por exemplo, se Ele fizesse os homens nascerem com uma só
perna ou pé, e depois ao completarem sete anos, lhes concedesse a outra perna ou pé,
aos catorze anos desse uma mão, e aos vinte a outra – então reconheceríamos melhor as
dádivas e bondades do Senhor e ser-lhe-nos muito mais agradecidos. Entretanto Deus
derrama sobre nós suas dádivas em grande quantidade de uma vez".
A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que souberam cultivar o espírito de
gratidão. O exemplo mais característico do Velho Testamento é o de Davi, cujos
Salmos cantam louvor a Deus, expressando sempre a gratidão, bênçãos e aleluias.
Através de sua vida atribulada e adversa, Davi sempre achou motivos para louvar a
Deus, como declara no Salmo 34:1: "Bendirei o Senhor em todo o tempo, o seu
louvor estará sempre nos meus lábios".
Por que devemos louvar a Deus? Uma excelente resposta nós a temos no Salmo
106:1 – "Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, e a sua misericórdia dura para
sempre".
Quanta bondade de Deus para conosco, mas muitas vezes ele recebe como
recompensa a esta bondade, apenas a ingratidão. Os Salmos 147 a 150 são preciosas e
inspiradoras antífonas de louvor a Deus por todos os seus benefícios.
Jó, mesmo nos dias mais aflitivos de sua vida, ele encontrava motivos para
louvar a Deus. Esta atitude, sem dúvida alguma, deve servir de estímulo para nós, a
fim de aprendermos a louvar a Deus mesmo em meio às dificuldades. Vejam o que
declarou Helen Keller, cega, surda e muda: "Dou graças a Deus por meus
impedimentos, pois, por meio deles me encontrei a mim mesma, minha obra e meu
Deus".
Nos evangelhos encontramos Jesus falando de alegria dando ações de graças ao
Pai, mesmo à sombra da cruz.
Se atentarmos bem para o início das epístolas paulinas, veremos que sempre ele
as inicia apresentando ações de graças pela fé, pela perseverança, pela fidelidade,
pelo bom dos irmãos, pelo cultivo do amor, pela abnegação e por graça êxito muitas
outras virtudes que ele descobria nos crentes. Estes mesmos predicados caracterizam
Sermão para toda ocasião 44
muitos dos membros de nossas igrejas hoje e não deveriam eles ser motivos
impelentes a louvar a Deus?
A personalidade de Paulo, apresenta-nos outra característica que apreciamos e
que devíamos imitar, mesmo em face de tristeza, lutas, perseguições, exílio, doenças,
incompreensões ele soube manter um espírito de elevada gratidão.
Os anjos de Deus louvam constantemente o nome do Pai e agradecem ao Todo-
poderoso por sua bondade. Eles cantam: Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de
graças, e honra, e poder e força ao nosso Deus, para todo o sempre". Apoc. 7:12. Pela
graça divina, um dia, poderemos juntar-nos aos santos anjos nas cortes celestiais
ecoando louvores ao nosso Deus.
Pensemos em algumas coisas pelas quais poderemos louvar e agradecer a Deus:
1. Pelo seu amor para conosco. São João 3:16.
2. Agradecer pela paz de coração. Col. 3: 15 declara: "A paz de Deus habite em
vosso coração e sede agradecidos." Ciência do Bom Viver diz na página 217:
"Agradecei-lhe pela paz que tendes no coração. De manhã, ao meio dia, e a
noite, qual suave perfume, ascenda ao céu a vossa gratidão."
3. Agradecer-Lhe pela saúde. A saúde é um bem inestimável. Só reconhecemos
o seu valor quando a perdemos. C. B.V., pág. 216, afirma: "Coisa alguma
tende a promover mais a saúde do corpo e da alma do que um espírito de
gratidão e louvor".
4. Gratidão a Deus pelos bens materiais.
5. Agradecimento pelas belezas da natureza. Eis algumas: as flores, as matas,
um belo pôr-de-sol, a chuva, o luar, as estrelas, as cascatas, o gorjeio dos
pássaros.
6. Podemos até agradecer pelos problemas e dificuldades como fizeram Jó e
Paulo. Jó 1:21.
Os contratempos e problemas quando suportados com espírito cristão
contribuem para o nosso bem e aperfeiçoam o nosso caráter.
De um de nossos obreiros, antes de um culto de ações de graças, os ladrões
roubaram-lhe a carteira.
Na hora do culto, muitos se levantaram e agradeciam a Deus pelas bênçãos
recebidas. Ele também se levantou e depois de contar que lhe tinham furtado a
carteira disse: Tenho quatro motivos para louvar a Deus: 1º) Porque esta foi a
primeira vez que fui roubado;
2º) Porque roubaram-me o dinheiro e não a vida;
3º) Porque o dinheiro roubado me pertencia;
4º) Agradeço pelo fato de ter sido roubado e não ser o ladrão.
A Experiência de um Asilo
Ação de Graças
Conclusão
Conscientes de que temos falhado muito na prática desta virtude, e que como
cristãos precisamos vencer esta fraqueza, tomemos a firme decisão de vencer esta
falha da nossa personalidade, dando assim um exemplo digno de uma organização
onde impera uma perfeita ordem, por ser de origem divina.
Sermão para toda ocasião 49
CORAGEM
Davi antes de falecer, deu várias instruções a seu filho Salomão, e entre estas se
encontra a seguinte: "Eu vou pelo caminho de todos os mortais. Coragem, pois, e sê
homem!" I Reis 2: 2.
Vivemos em uma sociedade caracterizada pelo medo. O homem moderno vive
uma existência torturada sob a pressão do medo. Comentando esta verdade o famoso
filósofo inglês – Bertrand Russel – assim se expressou: "O tempo presente
caracteriza-se pelo prevalecimento de uma constante intuição de medo".
Os psicólogos afirmam: Quem assevera que nunca sentiu medo, não sabe o que
está dizendo, pois todos têm medo de alguém, de alguma coisa ou de circunstâncias
perigosas ou desfavoráveis. Os entendidos em compreender este labirinto, que é a
personalidade humana, afirmam que os seis principais medos (notem que eu disse
seis principais, pois eles são inumeráveis) que assediam o ser humano são: medo da
pobreza, medo da morte, medo da doença, medo de perder o amor de alguém, medo
da velhice e medo da crítica.
Em Recife morreu um senhor, mas antes de falecer, pedira que escrevessem em
sua sepultura a seguinte frase: "Aqui jaz um homem que nunca teve medo".
Conhecedores desta frase, um grupo de estudantes, certo dia se dirigiu ao cemitério
com uma faixa, colocando-a sobre o seu túmulo, com as seguintes palavras: "É
porque nunca prestou exame".
Seria o medo sempre prejudicial, ou ele poder-nos-á também ser benéfico? O
medo pode ser classificado em normal e anormal. O medo normal é nosso amigo. É
uma emoção colocada dentro de nós pelo Criador para a nossa proteção. Ele nos faz
ser cautelosos, moderados e a usarmos o bom senso para que a nossa vida não corra
perigo constante. Pensemos na pessoa que vai longe no mar enfrentando as ondas
revoltas. O jovem afoito que não teme o perigo do excesso de velocidade, muitas
vezes, termina seus dias de maneira trágica e inglória. Os corajosos que tentam
enfrentar os ladrões, quase sempre pagam um preço elevado por seu arrojo.
Por outro lado, o medo anormal é algo muito diferente, estudado com muita
eficiência pelos entendidos no capítulo das fobias.
Ilustremos com um caso prático a diferença entre um medo normal e outro
anormal, que também pode ser chamado de mórbido, doentio. Se uma pessoa, no
meio da selva africana, estiver atormentada com a existência de cobras, esse medo é
normal, porque nesse lugar existem cobras. Mas, se um nosso amigo, repentinamente,
começa a sentir medo de cobras, que ele afirma estarem debaixo da cama, em pleno
centro da cidade, esse medo é neurótico, anormal, pois temos certeza de que ali não
pode haver cobras.
Norman Vincent Peale nos aconselha o seguinte: para livrar-nos do medo
devemos ler o Salmo 23, talvez o mais belo poema que já foi escrito. Especialmente o
verso 4: "Não temerei mal algum, porque tu estás comigo". Davi declara, que o modo
mais seguro de livrar-nos do medo, é viver na constante certeza de que Deus está
conosco.
O medo pode ser definido, como a falta de confiança no poder de Deus.
Em uma de suas poesias Olavo Bilac escreveu:
Sermão para toda ocasião 50
O medo é próprio do pérfido,
Do pecador, do malvado:
Quem não se entrega ao pecado
Não receia a punição.
Não tem medo quem caminha
Com a consciência tranqüila,
Quem o inimigo aniquila,
Com a força da razão!
1) Abraão, confiando em Deus, não temeu ir até o monte Moriá, para sacrificar
seu próprio filho.
2) Moisés corajosamente enfrenta o rei do Egito; vencendo obstáculos e
situações precárias, consegue guiar aquele numeroso povo, durante quarenta
anos. Suas últimas palavras a Josué e ao povo são de ânimo e incentivo.
Deut. 31:7-8.
3) Josué e Calebe destacaram-se dentre os 12 espias pela sua bravura. Enquanto
os outros estavam amedrontados, as palavras de Calebe revelam sua
intrepidez: "Eia! subamos, e possuamos a terra, porque certamente
prevaleceremos contra ela". Num. 13:30. Era preciso coragem para dizer
estas palavras.
4) A Rainha Ester
Não foi fácil enfrentar a trama criada por Amã.
Ela possuía plena consciência, de que se o rei não lhe apontasse o cetro, a sua
sorte seria a morte, mas em sua corajosa decisão declarou: "Irei e perecendo
pereço".
Graças à intervenção desta jovem intimorata, o povo judeu foi salvo.
5) A resposta dada por Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei
Nabucodonosor, é uma confirmação da grande coragem que possuíam.
Só a confiança em Deus é que lhes deu esta força.
Pessoas temerosas e covardes, não podem dar a resposta que eles deram ao
monarca prepotente, e relatada em Daniel 3:16-18.
6) Um dos exemplos bíblicos mais dignificantes, do cultivo desta virtude cristã,
é o de Neemias.
Os inimigos conspiraram para intimidá-lo. Fizeram tudo para que ele desistisse
de seu nobre intento, reconstruir os muros de Jerusalém, mas este servo de Deus, com
decisão inabalável, prosseguiu sem desfalecimentos.
A sua coragem é especialmente relatada em Neemias 6:11: "Homem como eu
fugiria?" Quantas vezes temos nós fugido ao dever e á responsabilidade por temer as
circunstâncias?
Dante, o grande poeta italiano, na sua Divina Comédia, ao percorrer os domínios
do inferno, em companhia de Virgílio, encontrou logo na entrada um lugar cheio de
almas que, em diversas línguas clamavam e se lamentavam. Impressionado com isso,
pergunta ao guia quem eram. São, responde este, as almas daqueles que viveram sem
infâmia e sem louvor. Nunca fizeram ações más, mas também em seu crédito, não
Sermão para toda ocasião 51
havia uma parcela apenas de bem. Apáticos e indiferentes nunca tiveram coragem de
praticar uma boa ação. Ficaram sempre neutros. Nem frios nem quentes. Merecem
pois o inferno.
Este fato, embora mitológico, portanto inverídico, encerra grande verdade, pois
é símbolo de uma classe ainda numerosa hoje, não fazendo o mal nem o bem.
Tiago condena esta classe com as seguintes palavras: "Portanto, aquele que sabe
que deve fazer o bem e não faz, nisso está pecando". Tiago 4: 17.
7) O profeta Ageu é conhecido como o homem de coragem.
"As quatro mensagens que constituem o livro de Ageu tiveram por propósito
reanimar o espírito abatido do povo, inspirá-los com a vontade de realizar grandes coisas
para Deus". S.D.A.B.C. Vol. 4, pág. 1074.
8) Pedro.
Este apóstolo, que por covardia negara o mestre, posteriormente, apresenta
notável transformação. A mudança nele operada é bem evidente da declaração de
Atos 4:13, 29. Lucas declara que o povo se admirava da intrepidez de Pedro.
9) Paulo, o incansável paladino do evangelho, é um exemplo de sublime
heroicidade e valentia cristãs.
10) Além destes exemplos bíblicos e de muitos outros que poderiam ser citados,
quero citar o exemplo da figura máxima da Reforma – Lutero. Se alguém já
mereceu, com justeza, o título de destemido filho de Deus, este foi Lutero.
Precisava coragem para afixar as 95 proposições, na porta do castelo de
Witenberg, condenando a mercantilização das indulgências. O papa Leão X numa
bula o excomungou, concedendo-lhe 60 dias para retratar-se. Na Universidade,
perante mestres e estudantes, queima a bula, lamentando não poder queimar o próprio
papa.
O conhecido pastor Richards – decano dos oradores da Voz da Profecia, afirmou
o seguinte: "A presunção e o orgulho são as únicas coisas para serem temidas, fora
disso o temor é covardia".
O visitante da Abadia de Westminster, vê muitos monumentos a grandes homens,
porém, nenhum tributo mais nobre do que a inspiração do monumento a Lord
Lawrence, simplesmente seu nome, a data de sua morte e estas palavras: "Ele temeu
pouco os homens porque temeu muito a Deus".
Conclusão lógica: Quanto menos tememos a Deus, mais temeremos os homens.
Quando o medo assaltar-nos, devemos pensar nas palavras de Davi, encontradas
no Salmo 56:3: "Em me vindo o temor, hei de confiar em ti".
São a insegurança e a incerteza que trazem o medo.
Pensamentos Úteis
"Não nascemos fortes, tornamo-nos fortes. Por atos repetidos, por pequenas
vitórias, por sacrifícios reiterados, chegamos a ter um grande coração e uma grande
coragem." Ponlevoy
O que perdeu a riqueza, nada perdeu;
O que perdeu a saúde, perdeu algo;
O que perdeu a coragem, perdeu tudo."
Mauriac
Sermão para toda ocasião 52
Senhor, dai-nos coragem.
Coragem para empreender e perseverar sem temeridade.
Coragem da iniciativa e da disciplina.
Coragem da continuidade e da adaptação constante.
Coragem de permanecer só e de recomeçar sempre com os que se
apresentam.
Coragem de não nos irritarmos, apesar dos abandonos, e de conservarmos o
controle de nós mesmos.
Coragem de achar tempo suficiente para contemplar e orar.
L. B.
"Coragem é aquilo de que a gente precisa para se levantar e falar; e é também
aquilo de que precisamos para sentar e ouvir." Carl H. Voss
"A coragem é uma virtude somente na proporção em que é dirigida pela
prudência." Fenelon
"Cada vez que perdemos a coragem, perdemos também vários dias de nossa
vida." Mauric Maeterlinck
Sermão para toda ocasião 53
CORTESIA CRISTÃ
A palavra cortesia em sua origem, nos mostra que é a atitude digna das pessoas
da corte. Corte era o lugar onde vivia a família real, portanto todos deviam ser
educados. É um conjunto de regras que norteiam o procedimento, com o objetivo de
produzir boas maneiras.
"Cortesia é o óleo que ajuda o bom funcionamento das relações humanas".
Alguém afirmou: A cortesia é o mais maravilhoso perfume da vida e tem tal
nobreza que todos o podemos dar e quanto mais dermos, mais possuímos.
Ellen G. White diz que a cortesia é um princípio do céu: "A regra áurea é o
princípio da verdadeira cortesia, e sua mais genuína expressão é patenteada na vida e
caráter de Jesus". Mensagens aos Jovens, pág. 420.
Vemos assim que cortesia é muito mais ampla do que simplesmente uma
coleção de regras de etiqueta, desde que ela está intimamente relacionada com a
dignidade humana e com a regra áurea estabelecida por Cristo.
A verdadeira base da cortesia se encontra no amor, como nos indica o apóstolo
Paulo, em Romanos 12:10: "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor
fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros".
Em II Tim. 2:24, 25 Ele declara que o servo do Senhor "deve ser brando para
com todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansidão os que se
opõem".
Outra declaração paulina, que não pode ser olvidada, porque está bem ligada
encontra-se em Col. 4: 6: "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com
sal, para saberdes como deveis responder a cada um".
Tihamer Toth no livro O Moço Educado, pág. 13, tem esta frase lapidar: "A
verdadeira cortesia só brota dum caráter puro e dum coração cheio de bondade".
Na página 15 ele declara com segurança e convicção:
"As maneiras polidas, atenciosas e amáveis são verdadeiro tesouro para um jovem,
pois, além de revelarem a cultura de sua alma, podem ter influência decisiva sobre a sua
carreira, sobre o seu acesso na vida. A polidez é, em ponto pequeno, o que o amor ao
próximo, o é em ponto grande".
Polidez – palavra grega e urbanidade – palavra latina, com raízes que significam
cidade e usadas como sinônimas de cortesia, nos indicam que deve ser um
comportamento digno das pessoas da cidade.
A Sociedade e a Cortesia
a) Agradecer sempre.
O bom hábito de agradecer depois de nos prestarem um favor está
desaparecendo. A boa educação não deve ser posta de lado sob o pretexto de uma
vida agitada. Agradecer é como sorrir sempre e não mostrar o rosto carrancudo.
Agradecer é uma forma de suavizar as asperezas da luta pela vida e contribuir para
que os outros sintam o mesmo.
b) Cortesia no lar.
Infelizmente, há muitos que pensam que a cortesia só deve ser cultivada por
elementos de fora do círculo familiar. Há pessoas que são refinadas fora de casa, mas
seu comportamento com os membros da família é rude e descortês. No lar é onde
devemos exercer o ponto mais alto da nossa cortesia.
Não podemos falhar na cortesia, desde que ela é filha do amor, e o apóstolo
Paulo diz que o amor nunca falha.
c) Cortesia é servir
Servir é um ato esplêndido, desde que traz mais alegria do que ser servido.
Quando há um desastre nossa tendência é desaparecer para evitar complicações,
porém, esta não é uma atitude cristã. Há grande satisfação interna quando prestamos
serviço desinteressado.
Creio que muitos já ouviram a interessante história que se segue com algumas
variantes:
Uma senhora sonhou que fora dar um passeio no inferno e no céu. Visitando o
inferno, chegou à hora do jantar. Viu uma sala de ordem, com a mesa posta e a
comida bastante apetitosa. Notou, entretanto, uns talheres esquisitos. Tinham cabos
do tamanho da largura da mesa. Chegaram os inquilinos do maligno, tristes,
silenciosos, e sentaram-se para comer. Não conseguiram, entretanto, manejar os
talheres, pois os cabos os atrapalhavam. E, pouco depois, deixaram o recinto com a
mesma fome da entrada.
Nervosa, pediu ao visitante para ir ver o céu. Era também a hora da refeição.
Tudo na mesa, como no inferno, mas os habitantes de lá, chegando, sorridentes e
comunicativos, usavam os próprios talheres para servirem os seus companheiros da
frente. Por isso eram longos os cabos.
No céu, o moto é servir. Por que não fazemos da terra um céu?
Este relato, embora fictício, ensina-nos uma sublime lição, não apenas do
espírito do serviço, mas também de profunda cortesia cristã.
Conclusão
Conclusão
Nossa petição a Deus devia ser para que nos ajude a ser sinceros em nosso
pensar, falar e agir, para termos o privilégio, de na Sua vinda, sermos cidadãos
daquele reino, onde habitarão os que cultivarem esta e outras virtudes cardeais do
cristianismo.
Sermão para toda ocasião 61
A ESPERANÇA
Nota: Este tema foi baseado, especialmente, no livro de Miguel Rizzo, As Três
Virtudes.
Sermão para toda ocasião 63
O BOM USO DO DINHEIRO
O que é dinheiro?
Pode parecer-lhe absurdo iniciar este tema procurando definir o que é dinheiro,
mas permita-me pensar de modo diferente.
No fim do século passado, um jornal londrino abriu um concurso visando achar
a melhor definição para a palavra dinheiro. Seis mil definições foram enviadas e entre
estas a que ganhou o prêmio foi a seguinte:
"Um artigo que pode usar-se como passaporte universal para ir a
todas as partes, menos ao céu, e como fornecedor geral de todas as
coisas, com exceção da felicidade".
O Dinheiro Compra:
O Cristão e a Liberalidade
Embora a liberalidade seja uma das mais belas virtudes do cristianismo, e quase
todos louvem os que possuem este dom, é difícil a uma pessoa desprender-se com
facilidade de seus bens materiais.
Para ter esta virtude é necessário ter a Cristo no coração. II Cor. 5:14.
É bom ter em atente que Deus promete recompensar a liberalidade de acordo
com Isaías 58:10-11.
A orientação divina para o ato de dar é muito sábia. II Cor. 8:12; I Cor. 6:2.
"O espírito de liberalidade é o espírito do céu". AA, pág. 339.
Salomão nos mostra que há rica recompensa para a alma liberal:
Sermão para toda ocasião 66
"A quem dá liberalmente ainda se lhe acrescenta mais e mais, ao que retém
mais do que e justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e quem dá
a beber será dessedentado". Prov. 11:24, 25.
Os exemplos de liberalidade da palavra de Deus são muitos, mas podem ser
destacados os seguintes:
1.ª) O exemplo divino. Gên. 1:29; S. João 3: 16.
Deus foi o maior doador, pois não nos deu apenas o Seu amado Filho, mas nos
dá abundantemente todas as coisas. Pensemos no ar, na água, na luz, nas flores, nas
árvores, nos pássaros, enfim em tantas coisas que tornam a vida digna de ser vivida.
Nossas palavras de gratidão por estas dádivas devem ser as de Paulo em II Cor. 9:15:
"Graças a Deus pelo seu dom inefável".
A generosidade divina aos homens é um pensamento que nunca encontra
palavras adequadas que o expressem.
2.ª) O Rei Davi. I Crôn. 39:1-4.
3.ª) A viúva pobre. Luc. 21:3.
4.ª) Maria ao ungir os pés de Jesus. S. João 12:3.
5.ª) A Igreja Apostólica. Atos 2:45; II Cor. 8:2.
Alguns pareceu interpretar mal Ecles. 5:19: "Quanto ao homem, a quem Deus
conferiu riquezas e bens, a lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e
gozar ao seu trabalho: isto é dom de Deus", concluindo que lhes cabe o direito de
gastar o dinheiro a seu bel-prazer.
Toda a pessoa vai responder pelo uso que fez do dinheiro que lhe passa pelas
mãos.
Paulo em I Tim. 6:17 confirma a verdade ensinada por Salomão. A loucura
consiste em pôr a confiança na riqueza, em vez de usá-la consoante a vontade e a
determinação divinas.
"Jeová deu a riqueza da Terra a Seu povo para sua alegria. Este, em troca, não
devia esquecer e dizer: 'Minha força conquistou tudo isto' Deut. 8:17. O fato de Israel
ter esquecido, que seus recursos eram um sinal de sua dependência de Deus, está
intimamente relacionado com o quebrantamento do concerto e sua busca de outros
deuses. Quando Israel esqueceu e quebrou o concerto, sua terra e sua riqueza foram
tomadas e eles foram mandados para o exílio. Através da história de Israel severas
advertências são dirigidas contra os que se esforçam por conseguir riquezas mediante
ganância, trapaça e deslealdade, e contra o orgulhar-se e gloriar-se na riqueza". – The
Interpreter's Bible.
1.ª) A pessoa enriquecida, se não cuidar, passa para a classe dos difíceis de
serem salvos. Mat. 19:23-24.
A pessoa passa a sentir-se amparada em novo esteio de segurança, a ponto de
sentir-se segura sem Deus.
2.ª) O amor ao dinheiro torna o homem insaciável, avarento. Ecles. 5:10.
Diz Paulo que a avareza (apego ao dinheiro) nem deve ser nomeada entre os
verdadeiros cristãos. Efés. 5:3.
Sermão para toda ocasião 67
A pessoa que idolatra o dinheiro não herda o reino de Deus. Efés. 5:5.
3.ª) O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. l Tim. 6:10.
4.ª) As riquezas terrestres são efêmeras. Prov. 27:24; Tiago 5:3.
5.ª) Cristo sendo o nosso exemplo em tudo, deu-nos um sublime exemplo de
desprendimento das coisas materiais, não possuindo nem sequer um
cômodo. S. Mat. 8:20.
6.ª) O apego ao dinheiro faz a pessoa perder a noção de justiça, honestidade,
retidão, e ela passa a defraudar os assalariados. Gên. 31:7; Prov. 22:7; Tiago
2:6.
7.ª) A ambição de conquistar posses materiais leva a pessoa a ser simuladora,
isto é, a fingir ser rica ou pobre atendendo a conveniências. Em outras
palavras leva à mentira. Prov. 3:7.
8.ª) O servir às riquezas ou a Mamon insensibiliza o coração de muita gente.
Mat. 6:24.
9.ª) O dinheiro serve de empecilho à aceitação do evangelho de Cristo, como
aconteceu ao moço rico. Mat. 19:22.
O mundo continua hoje repleto de moços ricos que preferem o dinheiro à
aceitação do evangelho.
10.ª) A Bíblia desaconselha o aumento dos bens materiais, dizendo através de
Salomão, que não é sábio correr atrás de riquezas (Prov. 28:22); que é
loucura nelas confiar (Prov. 11:28).
Prezado amigo, quem sabe, você ainda não se deteve para pensar no perigo que
existe na avidez por adquirir riquezas, medite um pouco nestas declarações de Ellen
G. White:
"Disse o Senhor a Seu anjo que havia até então ministrado à irmã: eu a tenho
provado na pobreza e na aflição, e ela não se separou de Mim, nem se rebelou contra
Mim. Prová-la-ei agora com a prosperidade. Revelar-lhe-ei uma página do coração
humano com a qual ela não está familiarizada. Mostrar-lhe-ei que o dinheiro é o mais
perigoso inimigo que ela já tenha encontrado. Revelar-lhe-ei o engano das riquezas; que
elas são um laço, mesmo para os que julgam seguros contra o egoísmo e imunes contra
a exaltação, a extravagância, o orgulho e o autor do louvor dos homens". Testemunhos
Seletos, Vol. l, pág. 248.
Advertências Finais
"Depositar a confiança em qualquer coisa que não seja em Deus, seja riqueza,
conhecimento, posição ou amigos, coloca-nos em perigo". SDABC, sobre Êxodo 20:3.
"Os que estão prontos e dispostos a investir na causa de Deus, serão abençoados
em seus esforços por ganhar dinheiro... Devemos ter sempre em mente que somos
associados de Deus. Sua obra e Sua causa demandam a primeira consideração". – Our
Calling, pág. 194.
"Deus não condena a prudência e a previsão no uso das coisas desta vida, mas o
cuidado febril, a ansiedade indébita com relação às coisas do mundo não estão de acordo
com a Sua vontade". – Mordomia e Prosperidade, pág, 158.
O bom uso do dinheiro faz parte da educação cristã como nos ensina o livro
Educação:
Sermão para toda ocasião 68
"Que se ensine cada jovem e criança não simplesmente a resolver problemas
imaginários, mas fazer com precisão as contas de seus próprios ganhos e gastos. Que
aprenda o devido uso do dinheiro, usando-o... fazendo um registro de suas despesas
aprenderão, como não o fariam de qualquer outra maneira, o valor e o uso do dinheiro".
Pág. 239.
O amor ao dinheiro é um mal que tem suas raízes na valorização do eu, no
egoísmo do coração não santificado.
Há muitas maneiras de honrarmos a Deus, mas uma delas é através do nosso
dinheiro, como nos diz a Sua palavra, em Provérbios 3:9-10.
Leia atentamente o relato que se segue, para concluir se vale a pena lançar-se
freneticamente na busca de riquezas.
Em 1923 celebrou-se uma reunião muito importante no Hotel Edegewater
Beach, em Chicago. Presentes a esta reunião estavam oito dos maiores financistas.
Eram os seguintes:
O presidente da maior companhia independente de aço.
O presidente da maior companhia de utilidades públicas.
O presidente da maior companhia de gás.
O presidente da Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Um membro do gabinete do presidente.
O maior acionista de Wall Street.
O chefe do maior monopólio do mundo.
O presidente do Banco de Ajuste Internacional.
Temos de admitir que ali se encontravam homens bens sucedidos nos negócios.
Pelo menos eram homens que haviam descoberto o segredo de ganhar dinheiro.
Vejamos qual era a situação destes homens 25 anos mais tarde:
O presidente da maior companhia independente de aço, Carlos Schwab, morreu
na bancarrota e viveu de empréstimos nos últimos 5 anos de vida.
O presidente da maior companhia de utilidades públicas, Samuel Insull, morreu
fugitivo da justiça e sem um vintém num país estrangeiro.
O presidente da maior companhia de gás, Horward Hopson, ficou louco.
O presidente da Bolsa de Valores de Nova York, Ricardo Whitney, há pouco
tempo foi solto da penitenciária de Sing-Sing.
O membro de gabinete do presidente, Alberto Fall, recebeu o perdão no presídio
para poder morrer em casa.
O maior acionista de Wall Street, Jesse Livermore, suicidou-se.
O chefe do maior monopólio do mundo, Ivan Grueger, suicidou-se.
O presidente do Banco Internacional, Leão Fraser suicidou-se.
Todos esses homens aprenderam bem a arte de ganhar dinheiro, mas nenhum
deles aprendeu a viver. – Journal of Living, setembro de 1949.
Nota: Resenha de três pregações apresentadas no I.A.E.
Sermão para toda ocasião 69
UMA CONSCIÊNCIA ORIENTADA PELA BÍBLIA
Que É Consciência?
É muito difícil defini-la com propriedade. É uma palavra que vem do latim
significando: con – junto e scientia – conhecimento.
1ª) "É uma faculdade intima de avaliação que põe em julgamento, quanto é
retidão moral, os pensamentos, palavras e atos, independentemente, dos desejos e
inclinações do indivíduo". – SDABC (Dicionário Bíblico Adventista), pág. 234.
2.ª) É um sexto sentido, que tem uma parte importante no mecanismo da
decisão.
3.ª) "Um testemunho interior que testifica da retidão ou erro das ações ou
motivos de alguém e, com base nisso, dá o veredito sobre o valor da pessoa". – The
International Standard Bible Encyclopedia, Vol. I, pág. 761.
4.ª) É a capacidade de discernimento moral. Rom. 2:15.
5.ª) É a bússola da vida moral, que nos indica aprovação, quando estamos na
direção certa, ou reprovação, quando estamos errados.
6.ª) De acordo com Isaías a consciência é uma palavra, que nos diz: "Quando te
desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos
ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele". Isa. 30: 21.
7.ª) Ellen G. White assim a definiu: "Consciência é a voz de Deus ouvida entre
os conflitos das paixões humanas". – Testimonies, Vol. 5, pág. 120.
Seria neste caso o juiz moral da alma, a capacidade de decidir entre o errado e o
certo em nossas ações.
Com outras palavras alguém disse a mesma coisa: "É a voz secreta da alma
aprovando ou reprovando as nossas ações".
8.ª) É um instrumento de Deus para instruir o homem. É o derradeiro laço pelo
qual Deus retém o domínio sobre homem.
9.ª) Numa excelente figura ela foi comparada à escada de Jacó, colocada no
coração do indivíduo e atingindo ao Céu, por onde sobem e descem os anjos da
aprovação e reprovação própria.
10.ª) Strong a definiu como um juiz, ou a moral judiciária da alma. Se as ações
estiverem de acordo com os padrões de comportamento a consciência aprova, mas se
as ações forem contrárias aos padrões éticos de comportamento, ela pronuncia o
veredito de culpa. Por este papel de juiz alguém a chamou de "monitora sobre as
Sermão para toda ocasião 70
ações humanas". Calvino comentando este aspecto declarou: "ela é destinada a
orientar a pessoa para observar e examinar todos os seus segredos". Filo escreveu a
seu respeito: "ela é uma punidora para a qual não há escape".
Os estudiosos falam em três funções da consciência:
a) Discernir entre o correto e o errado.
b) Predispor a pessoa para uma ação moral;
c) Trazer remorso à pessoa que reconhece ser um transgressor da lei.
Espécies de Consciência
II – Aspecto Negativo.
a) Consciência fraca. I Cor. 8:7, 12.
Há coisas que podemos fazer, mas se estas escandalizarem as pessoas de
consciência fraca, devemos evitar. Este foi o ensinamento de Paulo por preceito e
exemplo. Há muitas pessoas que fazem alguma coisa não recomendável, porque
outros fazem, e por este seu comportamento revelam uma consciência fraca.
b) Consciência má ou contaminada. Heb. 10: 22 nos apresenta a má consciência
e Tito 1:15 se refere à consciência corrompida.
Seria uma consciência afetada por fatores externos ou alimentada com coisas
impuras.
E. G. White escreveu:
"Uma consciência, uma vez violada, enfraquece muitíssimo".
c) Consciência cauterizada. l Tim. 4:2.
Cautério – substância cáustica que se aplica para queimar. Cautério em grego é
um instrumento para queimar. Em português todos conhecem a soda cáustica.
"Todo aquele que sufoca as admoestações da consciência está lançando as
sementes da incredulidade e estas produzirão uma colheita certa".
Há outros tipos de consciência não classificadas na Bíblia, mas deduzíveis dos
relatos inspirados.
1 - Consciência pervertida. Luc. 22: 1-6.
Tudo o que dá lucro é direito. O exemplo característico é o de Judas.
2 - Consciência flexível, acomodatícia, volúvel. Luc. 23:24.
"Então Pilatos decidiu atender-lhes o pedido".
3 - Consciência amortecida ou morta completamente, não tendo nenhuma noção
de direito e de justiça. Luc. 23:10.
"Os principais sacerdotes e os escribas ali presentes o acusavam com grande
veemência".
4 - Consciência escravizada. O exemplo mais característico é o do povo pedindo
a crucificação de Cristo. Mat. 27:20-23.
"A consciência do homem não merece confiança a menos que se encontre sob a
influência da graça divina. Satanás aproveita-se de uma consciência não esclarecida,
Sermão para toda ocasião 73
e leva assim os homens a toda a maneira de engano porque não fizeram da Palavra de
Deus seu conselho". – R. H., 3 de setembro de 1901.
"Uma consciência sem ofensa para com Deus e o homem e maravilhosa
aquisição". – Manuscrito 126, 1897, pág. 13.
"A paz íntima e uma consciência sem ofensa para com Deus avivará e revigorará
o intelecto como o orvalho que cai sobre tenras plantas". – Testimonies, Vol. II, pág.
327.
"Assim como não podemos alcançar perdão sem Cristo, também não podemos
arrepender-nos sem que o Espírito de Cristo nos desperte a consciência." – Caminho
a Cristo, pág. 26.
"A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que no íntimo da alma
sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu
nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao
pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus". –
Educação, pág. 57.
"A consciência não é infalível. Daí necessitar ser educada, conservada
iluminada, aprendendo a ser consciente da vida, e o próprio critico de seu juízo...
Uma consciência que confia demais em si mesma é um perigo moral. Torna-se
mesquinha a não ser que ultrapasse os limites de si mesma. Deve enfrentar a
realidade de suas possíveis faltas". – Vergilius Ferm, Encyclopedia of Religion, pág.
198.
"A consciência é o melhor livro de moral que possuímos: é a ela que mais
devemos consultar". Pascal.
"Só uma consciência pura e o amor do trabalho podem tornar uma vida feliz".
Monsenhor Tihamer Toth.
O que é o tempo?
Santo Agostinho declarou: "Se ninguém me pergunta, eu sei o que é; mas se eu
desejasse explicá-lo a alguém, que me fizesse a pergunta, simplesmente não sou
capaz'".
"Tempo é dinheiro e devemos gastá-lo sabiamente", é o que ouvimos dizer a
vida toda.
Deus concede a todas as pessoas a mesma quantidade de tempo, justamente 24
horas por dia. O gênio não tem mais, o ignorante não tem menos. A diferença é que
alguns usam cada hora com sabedoria, enquanto outros esbanjam, perdulariamente,
esse talento tão precioso que Deus nos concedeu.
João de Barros exaltou o valor do tempo com esta frase: "O tempo é a mais
preciosa coisa da vida".
Ralph Waldo Émerson, notável pensador norte-americano, disse: "A pior coisa
no tempo é não sabermos o que fazer com ele".
No Salmo 90:12 lemos: "Ensina-nos a contar os nossos dias para que
alcancemos coração sábio". Nenhuma violência faríamos ao texto bíblico se o
lêssemos da seguinte maneira: Ensina-nos a aproveitar o nosso tempo para que
alcancemos coração sábio. O contexto nos mostra que é preciso aproveitar bem o
tempo porque ele passa rapidamente. Tiago 4:14 declara que a nossa vida é como a
neblina que aparece por um instante e jogo se dissipa.
Quero formular algumas perguntas relacionadas com a administração do tempo.
Aproveita você bem o seu tempo ou o está malbaratando?
Quanto tempo tem perdido ultimamente?
Costuma apresentar muito a seguinte desculpa: "Eu não tive tempo"? Já pensou
bem nesta frase de Renato Kehl? "Só se queixa da falta de tempo, quem perde tempo
por falta de método". O pensador francês Jean de la Bruyére disse a mesma verdade
nas seguintes palavras: "Os que empregam mal o tempo são os primeiros a queixar-se
da sua brevidade".
Qual é a reação da sua consciência ao você perder tempo?
Quanto tempo usa diariamente para sua comunhão com Deus?
Quantas horas gasta por semana, na frente do televisor, assistindo a novelas ou a
outros programas que não trazem nenhum benefício moral, cultural ou religioso?
Planeja cada dia como aproveitar bem suas horas?
Está consciente de que Deus vai pedir estrita conta do nosso tempo?
Em Parábolas de Jesus, página 342, sua autora escreveu:
"Nosso tempo pertence a Deus. Cada momento é Seu, e estamos sob a mais solene
obrigação de aproveitá-lo para glória. De nenhum talento que nos concedeu requererá Ele
Sua mais estrita conta do que de nosso tempo".
Alguns pensam, que Deus nos concedeu o tempo, dispormos dele como nos
apraz, mas não é assim, porque Ele espera que o programemos sob Sua orientação.
Jó pensou bem que o tempo é a matéria prima mais para acessível a todos, e a
mais fácil de se transformar naquilo que queremos?
Sermão para toda ocasião 75
Meditou alguma vez neste pensamento? As riquezas perdidas, a saúde arruinada
e os conhecimentos olvidados, poderão em alguns casos ser recuperados, mas o
tempo perdido jamais se recupera.
Esta pergunta é para os pais: Estão ensinando os filhos a aproveitarem bem o
tempo? Meus pais o fizeram e estou agradecido a eles por esta orientação.
Não se ensina a economia do dinheiro? Por que não ensinar também o uso
judicioso do tempo?
O Sonho de um Moço
Sermão para toda ocasião 76
Certa ocasião li a história de um jovem, que teve um sonho bastante original,
relacionado com o aproveitamento do tempo.
No sonho, ele se dirigia a um grande edifício, semelhante a um banco, com uma
placa na frente, onde se lia: "Tempo para Vender".
A primeira pessoa, que chegou, era um homem cansado e pálido, pois estava
muito doente. Aproximando-se da pessoa que atendia, ele declarou: "O médico
afirmou que eu me atrasara cinco anos para ir consultá-lo. Comprarei agora aqueles
cinco anos a fim de que ele possa salvar-me a vida. Venda-me esse tempo."
O segundo cavalheiro, um senhor mais idoso, disse ao vendedor: "Quando era
tarde demais, descobri que Deus me tinha dado grande capacidade e talentos, mas
falhei em desenvolvê-los. Venda-me 30 anos para que eu possa ser o homem que
poderia ter sido."
Chega um terceiro mais jovem para dizer: "A companhia onde trabalho, falou-
me que a partir do próximo mês, poderei ter um bom trabalho se estiver preparado
para assumi-lo. Dê-me dois anos de tempo para que no próximo mês esteja
preparado. E assim vinham eles, o doente, o desesperado, o aflito, o desanimado, o
infeliz, saindo todos felizes e satisfeitos, porque tinham o que tão desesperadamente
almejavam – o tempo.
Naquela manhã, o moço sonhador, foi ao trabalho com alegria e gratidão a Deus,
pelo tempo concedido para fazer tantas coisas boas.
Se fosse possível encontrar, em algum lugar, um banco que emprestasse ou
vendesse tempo, seria a empresa mais lucrativa do mundo. Por seus portais haveriam
de passar ricos e pobres, sábios e ignorantes, pessoas sadias e enfermas, professores e
alunos desejosos que o tempo retroagisse.
Demos graças a Deus por não precisarmos desse banco, desde que Ele nos
concede esta dádiva de tanto valor, graciosamente, apenas desejando que a usemos
bem.
Conclusão
Talvez as piores frases que uma pessoa possa pronunciar sejam estas:
- "Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos." Jeremias 8:20.
- Gastei inutilmente a mocidade.
- Perdi o ano, porque não aproveitei o tempo.
- Não estudei enquanto tive oportunidade, hoje é tarde demais.
Que Deus nos ajude a usar o tempo em atividades, que contribuam para formar
um bom caráter e a ter uma profunda experiência religiosa.
Não gastemos o tempo em nada, de que possamos arrepender-nos, ou em
qualquer coisa sobre a qual não possamos pedir as bênçãos de Deus.
Sermão para toda ocasião 77
DOMÍNIO PRÓPRIO
Passagens Introdutórias
Prov. 16:32 – "Melhor é o longânimo do que o herói de guerra, e o que domina o seu
espírito do que o que toma uma cidade".
Gálatas 5:22, 23 – "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há
lei".
Chefes militares, que se tornaram famosos, pela capacidade de dominar povos e
nações, têm sido sempre elogiados e contados entre os poderosos, mas o autor do
livro de Provérbios, por inspiração divina afirmou, que o controle próprio é melhor
aos olhos de Deus do que a capacidade de líderes militares.
1.º) Sansão
"Fisicamente falando, Sansão foi o homem mais forte da Terra; mas no domínio de
si mesmo, na integridade e firmeza, foi um dos mais fracos. . . . A verdadeira grandeza do
homem é medida pela força dos sentimentos que ele domina, e não pelos sentimentos
que o dominam." – Patriarcas e Profetas, págs. 567, 568.
Escolhido pelo Senhor para ser o libertador do seu povo, mas por não dominar
seus impulsos, ele se tornou um fracasso, trazendo ignomínia ao povo de Deus.
O conhecido provérbio em inglês: "O escravo das paixões, não é poderoso nem
livre" bem se aplica ao homem forte que estamos analisando.
A Bíblia o apresenta como um gigante fisicamente, mas como um pigmeu no
domínio de suas emoções. A narrativa bíblica afirma que ele rasgou um leão como se
fosse um cabrito (Juízes 14:6); com uma queixada de jumentos feriu mil homens
(Juízes 15:15), fazendo ainda outras proezas que nos deixam boquiabertos. As
páginas sagradas nos informam também que este jovem forte contraiu matrimônio
com uma moça dos filisteus, contrariando a vontade divina, tendo como único
argumento para a sua atitude a declaração: "Ela agrada aos meus olhos".
Tivesse ele usado a razão e o seu procedimento teria sido diferente, mas ele se
deixou levar pelo impulso, pelo sentimentalismo, pela falta de controle emocional e
uma triste história é relatada como conseqüência de desobedecer à orientação divina.
2.º) Alexandre, o Grande
Guilherme Gordon Murdoch escreveu em Meditações Matinais, de 05/07/66 o
seguinte:
"O domínio próprio é uma das mais valiosas lições que uma criança possa aprender.
Entretanto, quantos alcançam a idade adulta, ocupando mesmo posição de liderança,
sem ter desenvolvido esta virtude! Alexandre o Grande foi um deles. A despeito de sua
heroicidade na peleja, não conseguiu vencer-se a si mesmo. Num banquete estavam
todos louvando a Alexandre quando Clito, um de seus generais, lhe criticou o orgulho.
Alexandre tornou-se furioso. Não estava habituado a ouvir seus oficiais lhe falarem
desrespeitosamente. Em sua fúria, procurou tomar da espada para matar a Clito, mas um
soldado havia escondido a arma e Clito fugiu do recinto do banquete. Foi bastante
imprudente para voltar. Alexandre arrebatou a lança de um dos guardas e arremessando-
a contra Clito, matou-o. Quando viu o que fizera, Alexandre foi tomado de profundo
Sermão para toda ocasião 80
remorso e tentou contra a própria vida, mas foi impedido pelos soldados presentes.
Alexandre conquistara o mundo, mas não podia controlar a própria alma".
Este dominador de povos não soube também dominar o seu apetite, morrendo
em conseqüência de uma bebedeira.
3º) Balaão, Acã e Judas não dominaram o desejo dos bens materiais e fracassaram
na vida espiritual.
4º) Adão e Eva, Caim, Esaú, muitas vezes os filhos de Jacó, Saul e tantos outros
personagens bíblicos são exemplos que podem ser apresentados de pessoas que
não souberam dominar seus instintos e paixões.
5º) Hitler e Mussolini, levaram à morte milhares ou melhor milhões de soldados,
indefesas mulheres e inocentes crianças, porque não dominaram seus
sentimentos de vaidade, de glória, de ambição desmedida.
Por que encontramos nas páginas dos jornais cada dia o relato de esposas
assassinadas pelos esposos ou vice-versa; de um pai que há poucos dias de tanto bater
num filho de 13 anos extinguiu-lhe a vida; de uma mãe que pelo fato da filha de 8
anos ter bebido a mamadeira da irmã pequena, açoitou-a até que ela viesse a falecer?
Razões diversas poderiam ser apresentadas, mas um fato é verdadeiro, são pessoas
que não tiveram domínio sobre seus sentimentos.
Bem declarou Winston Churchill:
"O poder do homem tem-se feito sentir em toda a esfera, exceto sobre o próprio
homem".
Alguns pensam que é apenas na sociedade, por uma questão de ética, para salvar
as aparências.
Devemos dominar-nos no convívio doméstico, na escola, no trabalho, nas
recreações, nas relações sociais, no comer, no falar, no comprar, no vender, no vestir,
na igreja, no pensar, enfim em todos os lugares e em todas as coisas.
Comentemos alguns destes aspectos:
a) No lar ao tratarmos com as pessoas que nos são mais íntimas.
Temos que confessar que é mais difícil o domínio com os familiares.
Há lares que se tornam um inferno quando seus membros não se controlam.
Salomão, mais do que ninguém, podia compreender os malefícios de uma
mulher impulsiva, que ele descreveu assim:
"O gotejar continuo no dia de grande chuva, e a mulher rixosa, são semelhantes".
Prov. 27:15.
Pensemos: Qual tem sido o nosso procedimento em família? Não é verdade que
todos temos muito a melhorar?
Note este pensamento:
"Satanás não terá poder sobre os que inteiramente se controlam no lar". M. S., 60,
1903.
Sermão para toda ocasião 82
Os filhos que não aprenderam a obediência e o domínio próprio no lar, serão
alunos problemas na escola.
b) Na escola
Num internato é preciso domínio para o aluno levantar-se todas as manhãs para
assistir aos cultos e à primeira aula, especialmente se o frio for bastante intenso. Para
comportar-se bem dentro da classe, enquanto outros não o fazem.
Para estudar enquanto ouve o barulho dos colegas no campo de esportes. Para
preparar cada dia as tarefas escolares.
c) No trabalho
É preciso força de vontade para fazer sempre um trabalho bem feito.
d) No pensar
A mente deve ser firmemente controlada, a fim de se demorar sobre assuntos
que reforcem as energias morais.
Nossos pensamentos não devem vagar desordenadamente, se quisermos ser
pessoas de atitudes equilibradas.
e) No falar
Tiago em sua epístola afirmou o seguinte:
"Porque todos tropeçamos em muitas cousas. Se alguém não tropeça no falar é
perfeito vario, capaz de refrear também todo o seu corpo". Trago. 3:2.
O salmista fez uma oração a Deus que bem poderia ser a nossa, 141:3:
"Põe guarda, Senhor, é minha boca; vigia a porta dos meus lábios".
f) No comer
Se há um aspecto da nossa vida em que é preciso domínio próprio, este é um
deles.
Salomão deixou-nos vários conselhos e alguns deles sobre o controle na
alimentação. Ecles. 10:17.
Estas frases do livro Educação, pág. 206 são muito oportunas:
"Se tivermos domínio sobre o apetite estaremos capacitados para lutar com êxito no
campo de árduos deveres e realidades que esperam cada ser humano".
Não é fácil o comer com moderação e não comer nada entre as refeições.
Quantas pessoas existem que em vez de dominarem o apetite são por este
dominadas.
g) Nas relações sociais
Há um aspecto neste terreno que não posso deixar de mencionar. É o domínio
que os jovens devem possuir durante o namoro e o noivado.
Os namorados e os noivos não devem praticar atos dos quais venham mais tarde
a se envergonhar.
O domínio próprio pode ser comparado a breques que colocamos em nossas
tendências e instintos.
Conclusão
Hoje vos apresentarei um problema que afeta bem de perto a vida estudantil,
este problema é a "cola".
Devemos de início dizer que esta palavra faz parte da gíria dos estudantes e tem
o significado que todos vós conheceis de sobejo.
A "cola" está tão intimamente relacionada com a vida do aluno, que disse o
diretor de uma escola em São Paulo: "A cola ergueu-se à altura de instituição
nacional. Sem ela pára o ensino secundário, fenece o ensino superior".
Onde se Cola?
Quem Cola?
Espécie de Cola
É difícil uma classificação das infinitas modalidades de cola, talvez nem Lineu
com todo o seu método e prática conseguiria uma classificação completa.
O professor Flamínio Fávero, apresentou a seguinte classificação: a maneira
antiga e a moderna.
Sermão para toda ocasião 85
A antiga seria um assopro do colega próximo, um pousar de olhos na prova do
companheiro que está mais perto; alguns pedacinhos de papel preparados com
antecedência, dependendo do professor, se é camarada, até os cadernos e livros
entram em cena.
Se o professor é vivo e está sempre atento, se torna mais difícil e novos
processos são tentados. Mas isso tudo é velharia e rotina; hoje em plena era da
aviação, do rádio, da energia atômica, os coladores estão introduzindo métodos novos
e mais eficientes.
Há algum tempo, um moço de Guaratinguetá, idealizou o seguinte método para
colar: Tomou toda a matéria e a imprimiu exatamente no formato de um jornal. Como
naquele tempo se usava o tinteiro para molhar a pena, ele derrubou, a propósito, a
tinta em cima da carteira, solicitando ao professor licença para colocar o jornal sobre
a carteira. Tendo o jornal com a parte da matéria pedida, foi fácil transpô-la para a prova.
O professor Almeida Júnior fez uma classificação da cola em: autocola e
heterocola.
Autocola é a que o estudante faz e fornece a si mesmo, enquanto heterocola é a
que outros lhe fornecem, ou ele fornece aos outros.
O nosso ensino está tão desmoralizado, que, às vezes, é o próprio professor que
fornece a cola para favorecer a classe toda ou alguns afilhados. Professores que
muitas vezes não dão aulas, em compensação dão cola para os alunos.
Em exames de madureza no interior do Estado de S. Paulo, houve colégios onde
o ponto era vendido de dois a cinco cruzeiros (note que isto foi escrito em 1952) aos
candidatos aos exames. O trabalho dos alunos era apenas copiar o ponto.
Há diretores de estabelecimentos que também fornecem cola. Um destes em
Minas criou fama e grande clientela. Notai bem, nesse colégio as salas de aula eram
servidas por uma rede de tubos, onde circulavam colas que iam ter às carteiras dos
alunos.
Num concurso havido numa das cidades da Itália, um dos candidatos se
distinguiu pela vasta cabeleira que usava. Fez prova escrita magnifica. Verificou-se
depois que por baixo da cabeleira vinha um par de fones, e durante a prova uma
emissora transmitiu todo o ponto.
As histórias poderiam ser multiplicadas, porque conhecemos outras; uma
idêntica aconteceu em minha classe de grego como está relatada no capítulo, "A
Simulação como Arma para Vencer". Sigamos agora um rumo diferente.
Tudo isso que apresentei até agora é o anverso da medalha; agora passemos ao
verso, o aspecto doutrinário e educativo do assunto.
Prezados jovens, se alguns têm o hábito de colar nas provas, então prestar o
dobro da atenção ao que vou dizer.
O Professor Flamínio Fávero fez uma palestra no programa "Entrevistas
Médicas" sobre a influência da cola na personalidade. Ele, em resumo disse o
seguinte: O estudante que cola terá complexos toda a vida subseqüente".
As conseqüências da cola podem ser: intelectuais, morais e espirituais.
Sermão para toda ocasião 86
Conseqüências Intelectuais
Conseqüências Morais
Estas são piores do que as intelectuais, porque o colador está começando a sua
vida de falsificações. Habitua-se à mentira e à fraude e pode enveredar mais tarde
pela senda do crime. Muitos se tornam falsificadores de cheques e fazedores de
moeda falsa.
Não pode merecer a mínima confiança quem se firmou na vida apoiado em
processos ilícitos.
O estudante de elevada formação nunca deve lançar não de tais esteios para
vencer.
A pátria deve contar convosco, como honestos obreiros da estruturação de sua
grandeza material e sobretudo moral.
Os jovens em nossas escolas devem formar hábitos corretos e sadios, e os que
colam não estão formando bons hábitos e edificando o caráter em bases sólidas.
Sermão para toda ocasião 87
Conseqüências Espirituais
Rogando a Deus forças para vencer esta falta. Entregando-nos a Cristo para que
Ele dirija a nossa vida.
A passagem de Fil. 4:8 devia estar sempre na mente do jovem que é tentado a
colar. Paulo diz:
"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma
virtude há e se algum louvor existe, seja isto o que ocupe o vosso pensamento".
Ellen G. White escreveu no livro Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes,
pág. 106, o seguinte:
"Desde a infância necessitam os jovens que uma firme barreira se levante entre eles
e o mundo para que a influencia deste os não possa afetar".
Os professores têm um Código de Ética, pelo qual devem pautar sua vida
profissional, mas existe também um pequeno livro intitulado: Ética do Estudante. O
estudo deste opúsculo nos fornece subsídios úteis e interessantes para o assunto que
estamos apresentando. Eis alguns deles:
"Honra o diploma que um dia conquistares, mas não o coloques acima do teu saber".
"Sê honesto em tudo o que pensares, disseres ou fizeres".
"Lembra-te sempre de que a verdadeira grandeza está na Virtude e não no êxito dos
negócios ou da carreira".
"Nunca julgues o valor dos homens pelo poder ou pelas honrarias que desfrutam,
julga-o antes pelo teor do caráter que se revela nas atitudes, na humildade e na
simplicidade".
Conclusão
Prezados jovens, procurai ser honestos em toda a vossa vida, tomai uma
resolução firme e inabalável de não colar e com a ajuda de Deus sereis vitoriosos.
Notas:
Palestra proferida na Reunião de Cultura Geral, no dia 26 de agosto de 1952.
Obtivemos excelentes subsídios para este tema, de um discurso de formatura, de
1928, do Professor Antônio de Almeida Júnior.
Sermão para toda ocasião 89
CONSELHOS DE HELEN KELLER AOS ESTUDANTES
Quero apresentar-lhes hoje, alguns conselhos que Helen Keller deu aos
estudantes dos Estados Unidos no início de um ano letivo.
Prezados jovens, se estes conselhos forem postos em prática em vossa vida
estudantil, estou certo de que sereis vitoriosos, não apenas na vida escolar, mas
também na vida prática.
Antes do assunto propriamente dito, algumas explicações sobre quem é Helen
Keller. É uma famosa educadora e escritora, cega, surda e muda. É universalmente
conhecida, como uma das mais extraordinárias criaturas, que o mundo tem produzido
em todos os tempos. Ela nasceu em 1880, estando agora com 74 anos.
Helen foi uma criança normal e de boa saúde até aos 19 meses, quando foi
atacada de febre no cérebro, ficando cega e surda. Seus pais com todo o desvelo,
fizeram tudo para que ela sarasse, mas seus esforços foram infrutíferos.
Foi levada a um Instituto para cegos, onde graças à dedicação de urna mestra
conseguiu aprender a ler e a escrever em Braille.
Aos 10 anos de idade, porém, Helen desejou aprender a falar. Para uma pessoa
que não podia ver nem ouvir, parecia impossível, mas sua força de vontade e ânimo
inquebrantável foram pastos à prova e o seu intento foi alcançado.
Passava dias e dias exercitando-se na pronúncia de uma única palavra. Mais
tarde, após treinar uma oração durante três anos, recitou-a perante um auditório.
Aos 16 anos ingressou na Universidade e no fim do segundo ano de estudos
universitários iniciou o seu conhecido livro: História de Minha Vida.
Apesar de todas estas limitações é a autora de 8 livros.
Notai bem, amigos estudantes, para esta particularidade de sua vida cultural; ela
conhece o inglês, alemão, francês, italiano e um pouco de espanhol, latim e grego.
Dentre os atributos que esta notável senhora soube cultivar, um dos mais
destacados por seus biógrafos é o seu contagiante otimismo. Ao lhe perguntarem: por
que se mostrava tão otimista em seus livros, ela respondeu: "Sou otimista por
natureza. Sou feliz porque tenho amigos tão bons e tão maravilhosos".
Se ela é surda, então como pode conversar? perguntará alguém. O sentido da
audição foi suprido pelo tato. Seus dedos são seus ouvidos. Colocando os dedos sobre
os lábios da pessoa que está falando, por intermédio dos movimentos ela consegue
entender-lhe as frases.
Esta extraordinária senhora, a quem devemos respeita e considerar, certa ocasião
escreveu um artigo muito interessante, intitulado: "Três Dias de Vista". Ela o inicia
declarando que seria bom que todas as pessoas perdessem por alguns dias certos
órgãos, principalmente os olhos, porque depois as pessoas saberiam aproveitá-los
muito melhor.
"Tenho imaginado quais as coisas que mais gostaria de ler se tivesse a
oportunidade de usar meus olhos, digamos por três dias.
"No primeiro dia eu queria contemplar a face de tantas pessoas tão bondosas
para mim. Queria ver os livros que me m lidos e que me revelaram os mais profundos
sentimentos da vida humana. Teria muita satisfação em ver os meus cães. Isto de
manhã.
Sermão para toda ocasião 90
"Á tarde daria um grande passeio pelos bosques, contemplando as grandes
belezas da natureza. Queria extasiar-me diante de um pôr-de-sol.
"Na manhã seguinte ela diz que se levantaria muito cedo para contemplar
emocionada o milagre da transformação da noite em dia. O segundo dia seria gasto
para visitar os museus, para contemplar tantas coisas extraordinárias que ali existem,
ver com destaque nesse mesmo dia os animais, etc. Depois as galerias de belas-artes.
"No terceiro dia passaria no mundo do trabalho, vendo os homens de negócio.
Ficaria numa avenida de grande movimentação vendo o povo passar.
"Queria ir aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde brincam as
crianças."
Como cega ela se sente no direito de fazer algumas sugestões aos que vêem,
como as seguintes:
"Usai vossos olhos como se amanhã tivésseis de ficar cegos. E o mesmo método
pode ser aplicado aos demais sentidos. Ouvi a música das vozes e o canto dos
pássaros como se tivésseis de ficar surdos amanhã. Aspirai o perfume das flores. Tirai
todo o partido possível de cada sentido. Mas de todos os sentidos, estou certa de que
o da vista deve ser o mais delicioso.
Helen Keller tem dedicado toda a sua vida a uma obra de grande alcance social,
isto é – ''A Recuperação dos Cegos, Surdos e Mudos". Com este objetivo em vista, no
ano passado (1953) ela esteve no Brasil, pronunciando uma conferência aqui em São
Paulo, no Teatro de Cultura Artística, a que tive o privilégio de assistir, quando
conheci esta notável senhora.
Queremos agora dar a palavra a Helen Keller para que transmita seus conselhos
aos estudantes, mas com um pedido de nossa parte para que presteis a máxima
atenção, porque as suas advertências são muito úteis:
"Os dias de férias são dias de gozo, mas não deixeis atrás de vós toda a alegria,
ao voltardes de novo à escota.
"Brincar de toco o coração, porém, com bons modos.
"Estudai também de todo o coração, da mesma maneira como brincastes.
"É verdade que há muitas lições cansativas e sem graça. Mas também há horas
alegres, nas quais brincais como se fosseis os donos do mundo.
"Não tomeis vantagens mesquinhas sobre vossos companheiros. Recebei vossas
vitorias com modéstia e vossas derrotas com um sorriso.
"Todos vos quereis ser bons cidadãos quando fordes grandes. Quanto mais alta
for vossa aspiração, tanto mais necessário é colocar um forte e seguro alicerce de
conhecimentos e hábitos retos.
"Considerai vossos livros como amigos sábios.
"Lede-os amorosamente, pensai de novo no que lestes, e procurai compreendê-
los por vós mesmos. Por meio deles haveis de travar relações com os grandes e os
sábios de todos os tempos e de todos os países.
"Não murmureis nem vos impacienteis por causa dos vossos trabalhos.
Enfrentai-os com a melhor disposição de ânimo.
"Se quisermos colher os preciosos frutos do conhecimento, precisamos estudar
com afinco.
Sermão para toda ocasião 91
"Ninguém gosta de escrever uma composição todos os dias. Ninguém gosta de
todas as coisas que tem de fazer. Mas da monótona rotina de fazer as mesmas coisas,
vem a paciência e o poder de ater-se a um trabalho árduo, o que faz bem sucedidos os
homens de negócio e as mulheres virtuosas.
"Aprendei, pois a trabalhar, jovens, porque é essa a coisa essencial que não pode
ser substituída.
"A melhor realização do mundo é fazer o melhor esforço de que se é capaz.
"Não estudeis, meramente, para alcançar boas notas. Estudai, para que saibais,
perfeitamente, algumas coisas e possais usar para benefício de alguém.
"Sede bondosos para com os vossos companheiros de escola. Não caçoeis dos
tímidos, nem vos riais dos que têm algum defeito físico.
"Sede honestos e generosos; olhai para as qualidades boas de vossos
companheiros, e fechai os olhos quanto possível, às suas faltas. Procurai dominar o
vosso gênio, lembrando-vos de que uma palavra bondosa tem mais força do que uma
bofetada.
"Sede também bondosos com vossos professores. Não penseis que a tarefa de
ensinar-vos seja só prazer para eles, e que a vós só toque a parte desagradável. Se
pensardes um pouquinho sobre o caso, vereis que é mais agradável ser um simples
aluno do que ter o cuidado de quarenta ou cinqüenta irrequietos meninos e meninas.
"Vossos professores estão fazendo o melhor que podem a fim de que vos torneis
homens e mulheres, e não é mais do que justo que os respeiteis e lhes obedeçais.
"Não estudeis tão esforçadamente que vos sobrecarregueis. Deveis manter em
bom estado a saúde. Esta é mais preciosa do que diplomas ou medalhas. Tende
cuidado com os olhos. Não leiais com pouca luz. É tão fácil prejudicar a vista, é tão
difícil curá-la.
"Deveis andar asseados, ser amáveis, bem dispostos para que este velho mundo
se renove e floresça como um jardim.
"Notai bem, queridos alunos, que mais tarde descobrireis que todas estas
cansativas lições, que agora sois obrigados a estudar, constituem um preparo para as
lutas da vida. Deveis estar bem certos de que não estais aqui para passardes a vida
brincando.
"Há trabalho a vossa espera, quando tiverdes passado os dias escolares e deveis
estar alerta e prontos quando Deus vos chamar para trabalhardes em Sua vinha".
Disse alguém, que conselhos são fáceis de serem dados, mas difíceis de serem
executados.
Não achais, prezados jovens, que estes conselhos são muito humanos e
oportunos para o início de um ano escolar?
Meu apelo é que atenteis para eles, procurando pô-los em prática durante este
ano letivo. Se o fizerdes teremos um ano abençoado por Deus e de grande
prosperidade.
Segui estas admoestações para alcançardes pleno êxito na vida estudantil e que
os vossos acariciados anseios, sejam abençoados por Deus.
Estes são os votos sinceros do vosso professor e amigo.
Pedro Apolinário
Sermão para toda ocasião 92
O ESCOTISMO – E SEU VALOR PARA OS JUVENIS
O Dr. Trajano Pupo Neto, Presidente da União dos Escoteiros do Brasil, região
de S. Paulo chama o escotismo de uma Escola de Civismo. Em um artigo para o
Suplemento de Seleções do Reader's Digest, junho de 1965, enaltecendo esta
organização, ele afirmou entre muitas coisas proveitosas e oportunas o seguinte:
"O escotismo oferece o mais equilibrado conjunto de fatores positivos para a
melhor formação da juventude. O escotismo desenvolve a atividade mental; o espírito
de lealdade; o amor ao próximo; o respeito à ordem e à disciplina; a retidão de
caráter; a confiança em si mesmo; o sentimento do dever; a firmeza nas atitudes – e o
mais elevado sentido de espiritualidade...
"Nós – homens responsáveis e cidadãos conscientes – devemos dar o máximo
do nosso tempo e dos nossos recursos morais e materiais, para que eles possam
desempenhar suas funções, sem outra preocupação, que não a de formar uma
juventude ereta e corajosa.
"Estaremos, assim, nos aproximando dos moços, dos nossos filhos, através de
um diálogo mais esclarecido e mais cordial, e contribuindo para um Brasil melhor,
pois que as grandes nações só se constroem com grandes homens – grandes de
espírito, de coração e de civismo".
Faz referências a seguir a uma plêiade de idealistas do nosso país, que tudo
fazem para que o Movimento Escoteiro não feneça entre nós.
André Pereira Leite, Escoteiro-Chefe do Brasil, sob o título "Não Custa
Lembrar", escreveu na revista Sempre Alerta, junho de 1965, pág. 21, as seguintes
palavras:
"Você que é pai lembre-se de que não merece este nome quem não der ao seu
filho mais do que o alimento, roupa e instrução.
Seu filho necessita de uma formação capaz de desenvolver-lhe o caráter,
transformando-o num cidadão útil. Se você acredita que um cidadão útil deve ser
bom, leal, disciplinado, atuante, saudável e feliz, encaminhe o seu filho para o
Escotismo e aconselhe seus amigos a fazerem o mesmo".
Nós adventistas, devemos colocar os nossos juvenis no Clube dos
Desbravadores, para que este os ajude no desenvolvimento de personalidades bem
equilibradas.
"O menino deve ser membro de um grupo de escoteiros porque ali aprenderá a
disciplina, exercitar-se-á fisicamente e aprenderá o sentido do dever. Creio totalmente
nas Associações de Escoteiros, porque o menino aprende a disciplinar-se, a bastar-se
a si mesmo e a dar em lugar de receber".
Robert Montgomery, Marechal de Campo.
"Muitas organizações respeitáveis, que tiveram o seu momento de glória e bem
mereceram o respeito dos homens, desapareceram na tormenta: o Escotismo
sobreviveu.
Não somente sobreviveu à guerra, como pôde resistir ao torpor que se seguiu.
Quando tantos elementos na vida e no espírito das nações vitoriosas pareceram
mergulhar de vez na letal letargia, o Escotismo desenvolveu-se e prosperou. Sua
divisa adquiriu nova significação à medida que correm os anos. Em cada coração
repercute sua mensagem de dever e de honra Sempre Alerta para se alistar, fielmente,
sob a bandeira do Direito e da Verdade; pouco importa de onde sopre o vento –
Esteja Sempre Alerta!"
Winston Churchill
"A disciplina e o convívio na vida do escoteiro são inestimáveis para o
desenvolvimento dos jovens e para a excelência da vida comunitária". John F.
Kennedy
Promessa do Escoteiro
Prometo, pela minha honra, fazer o melhor possível para cumprir meu dever
para com Deus e a minha Pátria, ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião,
obedecer à lei do Escoteiro.
Lei do Escoteiro
I - O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais do que a própria vida.
II - O Escoteiro é leal.
III - O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente
uma boa ação.
IV - O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros.
V - O Escoteiro é cortês.
VI - O Escoteiro é bom para com os animais e as plantas.
VII - O Escoteiro é obediente e disciplinado.
VIII - O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.
Sermão para toda ocasião 95
IX - O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.
X - O Escoteiro é limpo de corpo e alma.
Introdução
A Mensagem
Por termos sido indicados para cuidar das atividades cívicas do I.A.E.,
proferimos mais ou menos a seguinte palestra, na capela de cultura geral, em março
de 1960.
"Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". S. Mateus
22:21.
Esta declaração de Cristo nos mostra que temos deveres para com a Pátria. O
bom cristão tem o dever moral de amar a sua pátria e cultivar o civismo.
Creio que não temos dado o devido valor ao civismo entre nós, por isso a
finalidade principal da nossa palestra é pedir a cooperação e a ajuda de vocês para
incrementar o civismo nesta escola.
Como organização cremos que toda a autoridade vem de Deus e que ele
estabeleceu o governo civil para nossa proteção e o cumprimento da sua vontade,
portanto o governo merece o nosso respeito.
Seria interessante fazer a diferença entre civismo e patriotismo.
Civismo é a atitude moral, o procedimento honesto do verdadeiro patriota, e
consiste não só no cumprimento exato dos deveres que a Lei impõe e a sociedade
exige, na cortesia recíproca entre os homens, como também no de prestigiar a Pátria
no seu nome augusto e nos símbolos que a representam, concorrer para a disciplina e
boa harmonia social, correspondendo a todo apelo que se lhe faça em obediência a
deveres cívicos.
Civismo pode ser sinônimo de virtude, de sentimentos que fazem o bom
cidadão.
Pode ainda ser definido como a dedicação ou devotamento à causa pública.
Patriotismo é o sentimento radical pelo qual o homem se prende, para todo o
sempre, à terra em que nasceu, devotando-se-lhe pelo trabalho, que a melhora e
engrandece e sacrificando-se por ela se preciso for.
Patriota é o cidadão que se devota ao engrandecimento da Pátria, que procura
exaltá-la por meio de uma vida de real utilidade. Os patriotas pertencem a todas as
classes indistintamente, civis e militares, pobres e ricos, letrados e incultos,
confundindo-se no ideal comum de colocar os ideais da Pátria, acima dos próprios
interesses.
Se consultarmos os dicionários, eles, em linhas gerais, afirmarão que civismo é
patriotismo e vice-versa, porém, um estudo mais especializado das duas palavras nos
mostrará algumas nuanças de significação.
Sinteticamente seria: Patriotismo é o amor, enquanto civismo é o respeito que
devemos ter para com a Pátria. Um prende o homem à Pátria pelo coração, o outro
pelo dever.
Este verso de Bilac nos mostra o que é patriotismo.
"Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste."
O conhecido sociólogo Fernando de Azevedo nos dá um belo conceito e
definição de patriotismo:
"A terra, berço e túmulo das gerações cujos olhos se embeberam nas mesmas
paisagens, e cuja vida se alimentou nas mesmas fontes, a cada geração, modificada
Sermão para toda ocasião 101
nos seus aspectos naturais, pelo esforço humano que lhe imprimiu uma fisionomia
particular, com suas culturas, suas construções, suas cidades, seus túneis, suas
estradas e suas próprias destruições.
"Assim, o apego é terra em que habitamos, de que vivemos, em que guardam os
despojos das gerações anteriores, e se erguem as obras de toda ordem que perpetuam
os seus esforços e estimulam constantemente novas iniciativas, é, em última análise,
o culto das tradições comuns e dos antepassados".
Patriota não é só o guerreiro que está disposto a dar a vida em defesa do seu
torrão natal; patriota é o legislador que no recesso do seu gabinete consome dias e
noites no estudo das leis que devem estabelecer a eqüidade e o bem-estar entre os
homens; patriota é o político que se vale do cargo que lhe atribuíram para trabalhar
em benefício da coletividade e não em benefício próprio; patriota é o médico
dedicado (mas como são escassos hoje) que passa a noite, se preciso for, aliviando os
males que afligem a humanidade; patriota é o operário laborioso que labuta
diuturnamente para prover as necessidades da família, ao mesmo tempo em que em
seu anonimato está colaborando para a grandeza do pais, finalmente para não nos
estendermos a outras classes de obreiros dedicados, patriota é todo aquele que se
consome para legar à sua Pátria um nome magnífico, destarte contribuindo para que
ela seja respeitada por outros países.
O patriotismo é a paixão cívica, que tem feito imarcescível glória de tantos
heróis preeminentes na história das nações.
Civismo consiste em respeitar os símbolos nacionais, que são a bandeira, o
escudo e o hino.
Três eminentes vultos da nossa pátria: Rui Barbosa, Olavo Bilac e Coelho Neto
multo se impressionaram com a falta de civismo e patriotismo dos brasileiros.
Detectando esta triste realidade, eles se lançaram em campanhas de âmbito
nacional para conscientizar o nosso povo sobre a necessidade de cultivar estes
atributos nacionais. Desta tomada de posição surgiram campanhas contra o
analfabetismo, defesa do serviço militar obrigatório, propugnação pelo escoteirismo
entre nós.
Através da palavra falada e escrita eles divulgaram seus oportunos conceitos.
Dentre muitos dos seus escritos merecem destaque os Mandamentos Cívicos de
Coelho Neto, que a seguir transcrevemos.
Mandamentos Cívicos
1º) Honra a Deus amando a Pátria por no-la haver Ele dado por berço, com tudo
o que nela existe de esplendor no céu e de beleza e fortuna na terra.
2º) Considera a bandeira como a imagem viva da Pátria, prestando-lhe o culto
do teu amor e servindo-a com todas as forças do teu coração.
3º) Honra a Pátria no passado: sobre os túmulos dos heróis; glorifica-a no
presente: com a virtude e o trabalho.
4º) Instrui-te, para que possas andar por teu passo na vida e transmite aos teus
filhos a instrução, que é dote que se não gasta, direito que não se perde, liberdade que
se não limita.
Sermão para toda ocasião 102
5º) Pugna pelos direitos que te confere a Lei, respeitando-a em todos os seus
princípios, porque da obediência que se lhe presta resulta a ordem, que é a Força
suave que mantém os homens em harmonia.
6º) Ouve e obedece aos teus superiores, porque sem disciplina não pode haver
equilíbrio. Quando sentires o tentador refugia-te no trabalho, como quem se defende
do demônio na fortaleza do altar.
7º) Previne-te na mocidade economizando para a velhice, que assim prepararás
de dia a lâmpada que te há de iluminar à noite.
8º) Acolhe o hospede com agasalho, oferecendo-lhe a terra, a água e o fogo,
sempre, porém, como senhor da casa: nem com arrogância que afronte, nem com
submissão que te humilhe, mas serenamente sobranceiro.
9º) Ouve os teus, que têm interesse no que lhes é próprio, reservando-te com os
de fora. Quem sussurra segredos é porque não pode falar alto, e as palavras
cochichadas nas trevas são sempre rebuços de idéias que se não ousam manifestar ao
sol.
10º) Ama a terra em que nasceste e à qual reverterás na morte. O que por ela
fizeres por ti mesmo farás, que és terra e a tua memória viverá na gratidão dos que te
sucederem.
Relacionados com os mandamentos cívicos se encontram os deveres cívicos que a
seguir transcrevemos.
Deveres Cívicos
A. de Sampaio Dória, em seu trabalho "O Que o Cidadão Deve Saber" resume
em 10 os deveres do cidadão, que visam o engrandecimento da sua Pátria. Ei-los:
1º) Amar a Liberdade.
"A liberdade é a suprema prerrogativa da natureza humana".
2º) Defender a Pátria.
Este dever não compreende apenas o alistamento militar, mas o cultivo da saúde
e vigor físico e, sobretudo mediante uma vida de labor produtivo cooperar para o
engrandecimento da Pátria.
3º) Pagar Impostos. Isto não implica apenas satisfazer a exação tributária, mas
evitar a sonegação, considerando-se que o imposto é uma contribuição em troca dos
serviços públicos que o Estado assegura.
4º) Votar.
A escolha dos mandatários, quer para os postos executivos, quer para os legislativos, é
um dever cívico de alta monta. É pela abstenção ou desinteresse eleitoral que surgem os
governos de usurpação e incompetência.
5º) Cooperar na Política.
Isto em sentido elevado, construtivo, significa, acima de tudo, uma pregação de
princípios sociais engrandecedores da nação, a escolha dos elementos mais
credenciados para a gestão do múnus público, e renúncia de favoritismos,
empreguismos ou outras vantagens que possam onerar indevidamente o erário
público.
6º) Servir no Júri.
Sermão para toda ocasião 103
Dos mais delicados é este dever que nos torna, num certo sentido, julgadores do
próximo. Na verdade, o objetivo da justiça é hoje mais no sentido da recuperação do
delinqüente e assim podemos dar a parcela de nossa contribuição neste sentido.
7º) Respeitar a Lei.
Diz Sampaio Dória: "A lei, a que nos referimos é a expressão prática da justiça,
a garantia positiva da liberdade... A lei é prova de alta cultura cívica, e bem se
poderia aquilatar da civilização de um povo pela estima em que tem o principio da
autoridade legítima".
8º) Fiscalizar a Execução da Lei.
Prossegue Dória: "Mas não basta respeitar a lei. A coerência nos impõe
fiscalizar a execução da lei". Cada cidadão deve ser um guardião do cumprimento dos
textos constitucionais e das demais leis, e ajudá-las a produzir efeitos em favor dos
oprimidos, na defesa da liberdade e na aplicação da justiça.
9º) Falar Bem a Sua Língua.
Aduz o Prof. Dória: "Falar, com desprezo, o próprio idioma, maculá-lo de
estrangeirismo inúteis, por mais peregrinos, deturpá-lo de solecismos e asperezas, é,
nada mais e nada menos, uma vergonha". Não se exige que todos conheçam a língua
com todo o primor, mas podemos falá-la na simplicidade e na pureza de suas
tradições elegantes.
10º) Cultivar a Civilidade.
Diz o autor a que nos referimos, que o cultivo da civilidade envolve dois
elementos, um negativo e outro positivo. "O negativo é não se intrometer ninguém na
vida íntima dos outros... O elemento positivo está na gentileza e sinceridade do trato,
na lealdade e distinção, com que se satisfazem as próprias aspirações, em meio dos
egoísmos contrários.
Estes Deveres Cívicos foram transcritos da Revista Mocidade, Fevereiro de
1962, página 6.
Em seu Breviário Cívico, o mesmo Coelho Neto nos ajuda a compreender o que
sejam Pátria, Bandeira, Escudo e Hino.
Pátria – É certa porção de terra ande soam as palavras de um idioma e persistem
os hábitos, as tradições, o culto e a lei de um povo, cuja vida se perpetua em uma
história.
Que é Bandeira? É um pano e é uma nação, como a cruz é um madeiro e toda
uma Fé.
O Escudo – É como o próprio coração da bandeira, resumindo todos os símbolos
nela contidos.
O Hino – Ouvi-lo é sentir pulsar o coração da Pátria, de cuja vida é o ritmo.
O assunto é complexo, por vezes até melindroso, logo, não sei se poderei
desincumbir-me, satisfatoriamente, da tarefa que me impuseram.
Evidentemente, não é este o momento, para repisar os elevados conceitos a
respeito da alta missão do professor na sociedade, como modelador de inteligências e
responsável, em grande parte, pelo destino da própria nacionalidade.
Quem sabe alguns nos objetarão dizendo, mas existem professores que não estão
a altura desta elevada e nobre tarefa, por não possuírem algumas qualidades exigidas
para o cabal desempenho de sua sublime missão.
Em realidade, estes existem, especialmente entre aqueles que não são
vocacionados para este sublime e altruísta trabalho, porém, se existem lá fora,
professores mercenários e oportunistas, eles não se encontram dentro de nossa escola,
que tem uma filosofia educacional diferente, porque está baseada nos princípios do
desprendimento cristão.
O que o professor espera do aluno?
Esperamos de vocês, prezados estudantes, em muitos sentidos, as mesmas coisas
que vocês esperam de nós.
Esperamos que nenhum aluno alimente a falsa idéia de que o professor tem
prazer em reprová-lo. Se, às vezes, o faz é porque o estudante não teve condições de
atingir o limite mínimo exigido ou porque foi relapso em suas obrigações escolares.
O velho preceito do direito romano é sempre uma constante no espírito do
verdadeiro mestre. "Não prejudicar a ninguém, dar a cada um o que é seu". Mas
baseados também nos mais simples princípios de justiça, não podem os professores
atribuir nota ao aluno que não a merece.
O professor espera que o aluno compreenda que certas exigências visam o
próprio beneficio do estudante. O aluno deve sempre reconhecer a autoridade do
professor. É fato que esta deve ser calma e tolerante, mas quando for preciso atitude
enérgica, sem hesitações ou tibieza.
Espera que os jovens aprendam em nossa escola que a vida significa trabalho
diligente, responsabilidade e cuidados.
Se alguém lhes apresentar outro caminho para o sucesso a não ser pelo trabalho
e esforço não creiam, pois ele é desonesto. Não se iludam, ninguém jamais alcançou a
vitória sem muito esforço e dedicação.
Espera que o aluno que não estuda, e em conseqüência fica reprovado, não passe
a vida protestando contra o professor, mas reconheça que ele mesmo se reprovou.
Almeja também que o aluno negligente com os deveres escolares, não leve um
relatório inverídico, aos pais ou responsáveis, a respeito dos professores e que muito
menos os seus país, por serem mais experientes, não acreditem em falsas informações
de alguns adolescentes.
Espera que os estudantes sigam o exemplo dos bons colegas de classe,
compenetrados de seus deveres, cônscios das responsabilidades e agradecidos pelas
oportunidades de serem estudantes.
Espera que o aluno seja assíduo às suas aulas, que compreenda que a
pontualidade ainda continua sendo uma nobre virtude. O educando deve cultivar a
Sermão para toda ocasião 112
força de vontade para ser disciplinado, e prestar atenção à aula, mesmo que o assunto
não seja muito interessante.
Que cultive sempre boa disposição de ânimo, pois esta ajudará a solucionar
satisfatoriamente pequenos atritos.
Espera que o aluno compreenda que o professor também tem uma vida com
problemas e preocupações, mas com uma diferença bastante acentuada. Os alunos
podem facilmente esconder suas tristezas, problemas e ansiedades no anonimato de
uma sala repleta de colegas, enquanto os professores por se encontrarem numa
posição de inevitável evidência, tendo diante de si 40 ou 50 inteligências e mais ainda
80 ou 100 olhos a observarem-lhe as palavras e atitudes, a fiscalizarem todo o seu
comportamento é difícil esconder o que lhes vai na alma. Portanto, toda essa
compreensão e tolerância que vocês esperam dos mestres, eles também esperam de
vocês.
Espera que o estudante mais adiantado, compreenda que o professor não é um
ser infalível, que tudo sabe, mesmo da sua matéria e que uma falha da memória, ou
algum equívoco não seja motivo para chacota ou risadas desdenhosas.
Os seus mestres esperam que vocês compreendam, que esta escola tem
princípios diferentes das escolas comuns, tem normas mais elevadas e desejam que
vocês ajudem a manter estas normas.
Almejam que os nossos estudantes dêem ao conhecimento de Deus, através do
estudo da Sua palavra – a Bíblia – o primeiro e o mais destacado lugar.
Se os ensinos do livro sagrado, fossem verdadeiramente praticados, quão
diferentes seriam a Escola, o professores e os alunos.
Relembremos apenas estas advertências do preeminente rei Salomão, porque
mais do que a ninguém elas se aplicam a um grupo de professores e alunos.
"Filho meu não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus
caminhos". Prov. 3:1.
"Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio
entendimento". Prov. 3 5.
"Não sejas sábio aos teus próprios olhos". Verso 7.
"Filho meu não rejeites a disciplina do Senhor". Verso 11.
Consultando a opinião de alguns colegas, para saber o que eles esperavam dos
alunos, apresentarei o depoimento de seis deles.
1º) Que seja tão exigente consigo mesmo, como o é para com os professores.
Que tenha como lema: Tudo que te vier às mãos para fazer, faze-o conforme as
tuas forças. O que vale a pena ser feito, vale a pena ser bem feito. Se vale a pena
estudar para alcançar o sucesso, a relativa perfeição deve ser a meta.
Isto se consegue com :
a) Estudo diligente das lições;
b) Trabalhos bem feitos;
c) Atenção interessada nas aulas;
d) Aceitação da crítica construtiva;
2º) Procure crescer, preservando a individualidade cooperando com o grupo a que
pertence
3º) Um professor foi radical ao declarar: Quem não gosta do estudo, de atividade
intelectual, deve abandonar a escola e não atrapalhar os outros.
Sermão para toda ocasião 113
Estude devagar e sempre com responsabilidade, e não, em função da
recompensa.
4º) O estudante deve saber onde termina e começa o seu direito e começa o do
professor.
Que ao conversar soubesse controlar o volume de sua voz.
Para justificar sua própria falta, não apontasse a de seu colega.
5º) Duas qualidades muito apreciadas.
1ª - Dignidade nos seus vários aspectos. (Em seu caráter, no seu trato, no seu
porte).
2ª - Capacidade razoável de percepção, isto é, capacidade para acompanhar
pensamento ou raciocínio de uma preleção.
Conclusão
O valor do estudo:
Latino Coelho dizia que estudar é satisfazer uma necessidade intelectual, como a
de alimentar-se fisicamente. O estudo aguça a inteligência, ativa o raciocínio e
rejuvenesce o homem.
Mário Gonçalves Viana sentenciou: "Aqueles que não estudam e não pensam
são vítimas de uma velhice precoce".
O estudo é uma necessidade vital, pois sem ele, o homem será, um eterno
ignorante, incapaz de saber conduzir-se convenientemente em sociedade e inapto para
resolver com eficiência qualquer problema da vida.
O estudo enobrece a alma, abre largos horizontes na vida humana, transmitindo-
lhe beleza e felicidade.
As palavras que se sequem do pensador Kwan-Tzu são muito significativas:
Se planejarmos para um ano, devemos plantar cereais.
Se planejarmos para uma década, devemos plantar árvores.
Se planejarmos para toda a vida devemos treinar e educar o Homem.
Saber Estudar
1.ª) Estude num lugar apropriado para aprender, onde haja silêncio e tranqüilidade.
O estudo feito no meio do ruído não satisfaz. O tumulto é o maior inimigo da
sabedoria. Evite estudar na cama.
2ª) Preste o máximo de atenção em classe e concentre-se quando estiver estudando
a sós. Atenção é a aplicação cuidadosa da mente a alguma coisa.
Ouvir com atenção as explicações do professor, eqüivale a levar para casa
metade da lição sabida.
3ª) Faça, em classe, as perguntas necessárias para esclarecimentos das dúvidas.
Não se esqueça de que as perguntas devem ser honestas e inteligentes. O
professor conhece as perguntas, até pelo olhar e expressão da face.
4ª) Adquira o hábito de preparar as lições cada dia, pois o estudo proveitoso deve
ser feito de modo constante e contínuo.
Organize um plano diário de estudo e o siga sem interrupções.
"Uma pequena tarefa diária, se é realmente diária derrotará os trabalhos de um
Hércules que trabalha ocasionalmente". Trollope.
5ª) Aproveite de maneira inteligente o seu tempo.
O segredo do sucesso consiste em saber aproveitar bem todos os minutos.
Evite o estudo excessivo em dias de provas ou exames, mediante metódica
programação de trabalho.
Se estudarmos pormenorizadamente a vida dos grandes benfeitores da
humanidade, em todas as áreas, concluiremos que souberam aproveitar, com método
e critério, todos os minutos de sua vida. Guarde bem esta frase de Renato Kehl: "Só
se queixa da falta de tempo, quem perde tempo por falta de método".
O lema do poeta Gray era este: "Estar ocupado é ser feliz". O estudante devia
fazer deste lema o ideal para a sua vida.
6.ª) Procure destacar de cada lição as idéias principais.
7.ª) Adquira o hábito da leitura atenta e refletida, pois a leitura é um dos fatores
principais na aprendizagem.
8.ª) Desenvolva sempre a força de vontade. A força de vontade o ajudará a vencer
a preguiça mental.
Vontade é a faculdade que Deus nos deu de querer, é a capacidade de cumprir o
que a pessoa se propôs a realizar.
A escola premia os alunos mais inteligentes, quando devia premiar os mais
esforçados.
A força de vontade o ajudará a alcançar o alvo colimado, para não permanecer
no meio do caminho, como acontece a tantos.
Sermão para toda ocasião 116
9.ª) Seja perseverante nos estudos até concluir a tarefa (esta qualidade depende da
anterior, isto é, da força de vontade).
A perseverança é a capacidade de iniciar e terminar a tarefa sem
esmorecimentos. Não faça parte daquela classe de pessoas que têm muita iniciativa,
mas pouca finiciativa.
10ª) Durma as horas suficientes para ter disposição física e mental para o estudo.
Note bem que dormir as horas suficientes não significa dormir em excesso.
11ª) Procure ter interesse pela matéria. Lembre-se de que as pessoas apenas se
lembram daquilo que lhes interessa.
No trabalho feito com interesse e amor, despendemos a metade da energia e
conseguimos o dobro do resultado.
12ª) Sublinhe no livro e anote os pontos mais enfatizados pelo professor.
13.ª) Aprenda a fazer esquemas.
De acordo com a professora Maria Nilza Fernandes em Técnicas de Estudo, pág.
27, há diferença entre esquema e resumo.
"O resumo exige uma redação em frases. Contém o essencial, em forma de
redação, ainda que concisa.
"O esquema é mais um retrato sintético do assunto, para o que se usam chaves,
setas e recursos semelhantes".
14.ª) Seja um assíduo freqüentador das aulas. Só falte por razões imperiosas.
Não se esqueça de que aula é muito importante e dê às coisas importantes um
lugar importante em sua vida.
15.ª) Estude sempre pensando mais no valor do conhecimento e menos em tirar
notas.
16.ª) Discuta com os colegas, e em casa com os familiares, os assuntos aprendidos
em classe.
17.ª) Antes de começar a estudar reuna todo o material de que vai necessitar, para
não perder tempo, durante o estudo, na sua procura.
18.ª) Faça refeições leves, especialmente à noite, e você terá muito mais disposição
para o estudo. Sempre que possível, estude nas primeiras horas do dia, quando
sua mente está descansada.
19.ª) Pense sempre positivamente. Tenha confiança no que você pode fazer.
20.ª) Descubra as vantagens de ser estudante e estude com alegria e satisfação.
Lembre-se sempre da frase de André Maurois:
"O primeiro trabalho do estudante consiste em aprender a estudar".
Observe que o tratamento usado até agora estava na terceira pessoa, mas a
propósito nestas regras negativas passará para a segunda pessoa do singular.
1.º) Não terás diante de ti, de espécie alguma, livros, revistas, ou qualquer outra
literatura de caráter duvidoso. Pelo contrário, amarás os teus compêndios e
apontamentos, e farás com que eles te sejam por companheiros diários, sempre
procurando neles o necessário para aprimoramento do teu intelecto.
Sermão para toda ocasião 117
2.º) Não farás para ti nem para qualquer de teus colegas, alguma coisa que não
esteja em consonância com a aula do momento. Desta forma não farás em outra aula
os deveres que deverias ter feito no tempo próprio e que negligenciaste fazê-lo. Por
certo irás entristecer o professor que notar tal ação de tua parte, na sua aula.
3.º) Não tomarás o tempo do professor querendo, por intermédio de sutis
perguntas que não são da matéria, ou qualquer tipo de insinuações, "matar a aula".
Outrossim colaborarás com ele fazendo silêncio e prestando atenção, e rogando a
colegas barulhentos, pilherentos etc., que se ponham em seus devidos lugares.
4.º) Lembra-te que se estás na escola é para aprender. Por que, pois, vais
"enforcar" períodos, ou mesmo dias de aulas, desprezando assim a oportunidade que
tens de te instruir, e também o dinheiro que empregas para te educar? Por outro lado,
terás sempre na memória que se existem períodos vagos, eles devem ser
aproveitados, não para rodinhas e falatórios, mas para teu benefício, na biblioteca ou
em lugares semelhantes.
5º) Honra a teus professores e à tua escola, portando-te e conduzindo-te
dignamente em meio à sociedade onde vives, ou fora dela. Esforça-te para que as tuas
ações e as tuas palavras mostrem que realmente tens ótimos professores e és aluno de
uma excelente escola.
6.º) Não te matarás a ti mesmo, deixando para estudar somente em épocas de
provas e exames, necessitando-se assim que tomes "pervertins" e outras drogas, para
passares a noite em claro com o livro na mão. Nunca deves esquecer que o bom aluno
estuda de uma maneira racional desde o primeiro dia de aula até ao último.
7.º) Não falsificarás o teu conhecimento diante do professor, querendo, através
de multiplicação de palavras, prolixidade e do "muito falar sem nada dizer", mostrar
que sabes quando não sabes. Se não sabes, não sabes. O bom aluno reconhece suas
deficiências e procura liquidá-las.
8.º) Não colarás e nem darás cola. Se diante da sociedade isto é furto e mentira,
muito mais o será diante de Deus.
9.º) Não zombarás e nem te rirás simples ou gostosamente, de um teu colega,
quando este não vai tão bem como tu, mas compreenderás que poderiam se inverter
os valores, e tu passares ao seu lugar. Desta forma ajudá-lo-ás em suas dificuldades, a
medida do possível.
10.º) Não sentirás inveja de um colega, quando vires que se encontra mais
adiantado do que tu, ou se as suas notas são maiores que as tuas. Não cobiçarás o seu
lugar com cobiça mortífera, antes procurarás manter a tua linha com decência e
dignidade, tendo os teus ideais sempre alevantados.
Sermão para toda ocasião 118
VERBOS NO HEBRAICO BÍBLICO PARA ENSINAR
Há sobre cada uma das três portas principais da célebre Catedral de Milão uma
inscrição, que merece ser conhecida.
No alto da primeira porta esculpiu-se uma grinalda de rosas com esta legenda:
"Tudo o que dá prazer dura só um momento".
Em cima da outra porta lateral, vê-se uma cruz com a seguinte frase: "Tudo o
que nos aflige é só por um momento".
A grande porta central ostenta um escudo de ouro com estes dizeres: "Somente o
que é eterno tem importância".
Estas inscrições nos fazem lembrar do provérbio criado pela sabedoria popular:
"Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe".
Sermão para toda ocasião 123
TEMA SUGESTIVO PARA O DIA 1º DO ANO
Inegavelmente, a primeira figura que em nossa terra batalhou pela liberdade foi
Anchieta, que tudo fez para desarmar a fúria dos Tamoios aliados dos franceses.
No longínquo Maranhão, Jerônimo de Albuquerque, lutou desassombradamente
contra a invasão francesa em seu estado, e incorporou seu nome a nossa história
como um paladino da liberdade.
Sermão para toda ocasião 126
As batalhas de Guararapes, em Pernambuco, nada mais foram do que o desejo
de libertar a pátria do domínio holandês, prosseguindo sem desfalecimento na
conquista deste bem supremo da humanidade.
Outra acentuada manifestação da liberdade encontramos no distante 1641, entre
paulistas, quando quiseram tornar rei Amador Bueno da Ribeira.
E o que foi a Guerra dos Mascates?
Nada mais, nada menos do que a manifestação do sentimento nativista desejoso
de livrar o Brasil do jugo português.
As primeiras produções dos escritores brasileiros, tão impregnadas do
sentimento nativista, que nada mais é do que um patriotismo embrionário, como nos
comprovam "A Ilha da Maré", de Manuel Botelho de Oliveira e as produções de
Gregário de Matos Guerra.
Logo a seguir vem um grupo de jovens que estudou na França e que se
impregnou de idéias libertárias vicejantes no Velho Mundo.
Nosso objetivo primordial hoje, é dizer-lhes alguma coisa sobre o que foi a
Inconfidência Mineira, e o papal preponderante que nela desempenhou Tiradentes. A
Inconfidência Mineira, pode ser definida em poucas palavras, como um movimento
conspiratório ocorrido em Vila Rica, em 1789, liderado por um grupo de brasileiros,
com o objetivo de libertar nossa Pátria do despotismo português, para que o Brasil
entrasse num regime de liberdade republicana. Esta insurreição teve como causa
Principal o descontentamento nascido pela forma arbitrária com que Portugal
explorava as nossas minas.
A bandeira que eles idealizaram, trazia aquela expressão latina que nos é muito
familiar, um verso de Virgílio - "Libertas quae sera tamen" - Liberdade ainda que
tardia. Esta frase foi para eles uma síntese luminosa e para todos os brasileiros tem
sido uma diretriz segura através dos anos.
Este movimento foi frustrado, porque surgiram três delatores, sendo o mais
conhecido Joaquim Silvério dos Reis.
Durante quatro longos anos se arrastou o processo (de 1789 até 1732) quando
foi proclamada a sentença final, condenando todos os conspiradores à morte.
Mostrando-se os companheiros de Tiradentes, arrependidos, conseguiram que a
Rainha de Portugal, D. Maria I, comutasse a pena de morte em degredo perpétuo na
África.
Tiradentes, ao contrário dos outros, se mostrou sempre valente e corajoso, não
renegando jamais seus ideais de libertação do Brasil. Sua sentença de morte não foi
abrandada, e, depois de padecer quatro anos de horrores, nas masmorras, foi
enforcado na data que estamos comemorando hoje.
Ele foi o primeiro grande herói da Libertação Nacional, por isso é conhecido
como o "Protomártir" da nossa independência.
Por Decreto-Lei do Presidente da República, foi Tiradentes proclamado Patrono
Cívico da Pátria Brasileira.
Sermão para toda ocasião 127
DIA DO TRABALHO
O trabalho deve ser realizado com prazer, pois se assim não for ele se torna uma
escravidão. Para isto é necessário que a pessoa escolha uma profissão para a qual ela
se sinta vocacionada, para poder declarar como um velho, depois de completar 70
anos: "Trabalho muito; o trabalho é a minha satisfação; a minha saúde e a minha
felicidade".
Os trabalhadores desajustados são os que mais sofrem e mais se revoltam contra
a atividade que exercem, e da qual não têm coragem de se afastar, a fim de enveredar
por outro caminho, que os leve ao prazer de trabalhar e ao prazer de produzir.
Carlyle, por inspiração escreveu: "Bendito o homem que encontrou o seu
trabalho! Que não peça ele qualquer outra bênção!"
Conclusão
Hoje é o dias das mães. É o dia em que voltamos nosso pensamento e o nosso
coração, de modo muito especial, para a figura daquela que merece de maneira
destacada nosso respeito e consideração. Entre as muitas datas de comemoração a
fatos e vultos, nenhuma mais evocadora e sugestiva do que esta. E digo mais,
nenhuma tão significativa e justa.
Este dia tem uma significação muito profunda, porque nele se presta uma
homenagem, muito sincera e merecida à mulher que tem sido a inspiradora de
grandes homens, a primeira conselheira de todos aqueles que se têm notabilizado no
mundo dos negócios, da política, das descobertas, das artes, enfim de todos os
empreendimentos humanos.
Sem dúvida, prezados filhos, vos lembrastes de um presente rico ou pobre para a
vossa mãe, mas não vos esqueçais de que a maior e mais apreciável dádiva para a
mãe, é sempre o carinho e o amor dos filhos. Esta é a única recompensa que elas
esperam de vós por tudo que fizeram, pelas lágrimas derramadas, pelas amarguras
que tantas vezes sentiram.
Lembremo-nos também daquelas, que por já haverem descansado não podem
receber a nossa homenagem, mas podem ser lembradas em nossas orações e com um
singelo ramo de flores sobre a tumba fria. Não vos esqueçais também, de que podeis
prestar-lhes homenagem vivendo de acordo com os conselhos que ela, em vida, vos
dispensou.
Por último lembremo-nos ainda daquelas que por toda a vida desejaram um
filho, mas por não alcançarem este sonho, adotaram crianças e têm sido para elas as
mais ternas e dedicadas das mães.
Rememoremos neste dia a famosa estrofe de Casimiro de Abreu, escrita no
exílio, longe da pátria e da mãe:
Eu guardo no peito a imagem querida,
do mais verdadeiro,
do mais puro amor.
Minha Mãe!
Partiu também de Anna Jarvis a delicada idéia dos dois cravos: vermelho e
branco. Ficou estabelecido que os filhos, cujas mães estivessem vivas, deviam
apresentar-se com um cravo vermelho na lapela, e aqueles que fossem órfãos,
usariam o cravo branco. A sugestão foi bem aceita e generalizou-se imediatamente.
A flor vermelha, no dizer de Humberto de Campos, é o símbolo da ternura e da
alegria, enquanto a flor branca é uma terna representação do carinho e da saudade.
Prezadas mães que me ouvis, olhando para o anverso da medalha, não vos
esqueçais, de que não existe glória sem responsabilidade. Se a mais pura, a mais
espontânea e sincera manifestação de elogios se deve às mães; se o melhor lugar do
coração lhes deve estar reservado, compenetrai-vos bem da grande e importante
responsabilidade que pesa sobre vossos ombros. Como formadoras de personalidades,
sois responsáveis pelo alicerce do prédio da vida humana. As mães é que plantam ou
regam as primeiras sementes na formação do caráter. E o primeiro material que entra
na formação do espírito dificilmente se extingue.
Este dia não deve ser apenas um pretexto sugestivo para esta comemoração tão
grata. Ele deve ser um dia de grandes lições morais, um dia impregnado de profundo
sentido educativo.
Nesta data, seria oportuno que às mães fossem lembradas suas obrigações. Para
que não fugissem da sua árdua responsabilidade de ampararem os filhos e sobretudo
pelo preceito e pelo exemplo, comunicar-lhes energias morais que imunizem os
filhos, contra as forças desagregadoras da nossa sociedade.
Deveis saber, queridas mães, que a infância dos vossos filhos se vos apresenta
como a feliz oportunidade para os orientardes bem a fim de escolherem somente o
que possa honrar a família, a pátria e a Deus.
Conclusão
Queridas mães, vós sois no mundo o que há de mais puro e de mais santo; por
vós somos nós o que somos, e sem vós esta vida seria vazia e sem significação. E se
em nós, algum bem existe, a vós o devemos. Que a memória e recordações do vosso
amor e sacrifícios, nos ajudem a viver uma vida mais pura e mais conforme com
aquele modelo, que vós idealizastes para nós algum dia, embalando o berço entre
lágrimas e alegrias.
Prece às Mães
Sermão para toda ocasião 135
"Esse amor é imutável. Somente a dedicação da mãe pelo filho nunca sofreu
modificações. Essa dedicação é a mesma em todos os séculos e em todos os corações
femininos. Tremule nervosamente a flama da tendência romântica no espírito humano
ou ruja o ímpeto da propensão moderna na alma da criatura e o entusiasmo da mãe
pelo filho prossegue inabalável.
"Louvemos, portanto, essas almas jamais corrompidas pelas influências
externas, louvemos portanto esses corações, fontes de amor puro e os sustentáculos
de uma espécie que sobrevive graças à virtude das mães.
"Louvemos, portanto, este "Dia das Mães" tão carinhosamente festejado como
sinal de respeito e estima.
"Louvemos, portanto, essas almas nascidas para o mesmo fim, para a mesma
missão de desprendimento, de apreensões, de cuidados, de dor e de grandeza.
"Aleluia festiva reine nas expansões dos que ainda podem gozar da convivência
de sua mãe viva e emoção de saudade palpite por um instante, no espírito dos que
tiveram de evocar, neste dia, o vulto de sua mãe extinta".
Ser Mãe
Coelho Neto
Uma observação atenta ao nosso calendário, notará que ele assinala grande
número de dias especiais, como o dia do engenheiro, da secretária, do enfermeiro, do
aviador, do motorista, do trabalho, do professor, das mães, etc., etc.
Quando alguns destes dias se projetaram sobremaneira, alguém se lembrou de
que haviam olvidado os pais, não lhe dedicando uma data especial. Se havia o "Dia
das Mães" nada mais justo que houvesse também um para honrar os pais. Quando
esta nobre idéia se consubstanciou críticas surgiram, declarando que ela tinha nascido
na mente de algum ambicioso comerciante, ávido por vender artigos masculinos. É
possível que interesses materiais tenham contribuído para que a idéia triunfasse,
desde que não é possível fazer nítida separação, em nossa sociedade de consumo,
entre os valores materiais e os afetivos e culturais.
Triunfante a idéia, de um dia dedicado aos pais, restava apenas a sua fixação, e
talvez por analogia com o Dia das Mães, no 2º domingo de maio, foi escolhido o 2º
domingo de agosto, para homenageá-los.
Os filhos devem ter sempre em mente, que para os pais, muito mais significativo
do que um presente neste dia é o procedimento honroso, o tratamento afável e
respeitoso durante cada dia do ano.
O conselho bíblico é bastante explícito: "Honra a teu pai e a tua mãe, que é o
primeiro mandamento com promessa". Efés. 6:2. Este é o verso, mas os pais jamais
devem olvidar o anverso da medalha que declara: "E vós pais, não provoqueis vossos
filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor". Efés. 6:4.
Para que os filhos honrem os pais, é necessário que estes tenham um
procedimento digno de honra. Como esperar que o filho honre o pai que negligencia
o sustento para a sua família? Como honrar um pai bêbado que chegando a casa bate
na esposa? Como honrar um pai desonesto, briguento e imoral?
Conscientizem-se os pais que este título é sobremodo honroso, porém ele
acarreta deveres e responsabilidades.
A exposição que se segue, foi enviada pelo senhor Rubens Luís Wile, ao
jornalista Gumercindo Fleury, que a publicou na Gazeta do dia 16-08-1356, como
homenagem ao Dia dos Pais.
Não tenho condições de adiantar se o artigo é de autoria da pessoa que o enviou
ou não.
Lendo-o você julgará da sua oportunidade ou não.
"Tu que me deste o maior bem que se pode dar a um ser humano, tu que
me deste a vida, não me negarás, estou convicto, todo teu carinho, toda tua
dedicação, toda tua vida mesmo, para que eu me desincumba a contento do
compromisso moral que assume todo aquele que nasce neste planeta, de
contribuir com seu trabalho, com seu esforço e com seu exemplo, para que a
Humanidade evolua científica, intelectual, espiritual e moralmente. E eu, que
ainda só sei pedir, peço-te do mais recôndito do meu coração que, neste dia
Sermão para toda ocasião 137
que te é dedicado, por um minuto apenas, cesses as tuas lutas, suspendas os
teus trabalhos, esqueças as tuas mágoas e desilusões, adie tuas alegrias e,
refreando tuas paixões, sem fanatismo algum, religioso, político ou científico e
sem nenhum preconceito de raça, classe ou nacionalidade, nesta pausa que te
peço, medites sobre o destino da Humanidade.
"Vê bem o Mundo que me depositarás nas mãos amanhã; observa bem a
Sociedade em cujo seio eu viverei no porvir; contempla bem o Lar que eu terei
de constituir no futuro. Já meditaste alguma vez? Não? Então repara...
"A Humanidade me dá idéia de uma multidão de alucinados a correr, de
cabelos em desalinho, desvairados, de olhos esbugalhados, já exaustos mias
continuando a correr em busca de alguma coisa que nem eles próprios, talvez
saibam o que seja. Mas creia, meu pai, é a insegurança, é a dúvida, é a
ansiedade, é a incerteza do dia de amanhã que os leva ao desespero. A
Humanidade busca a Paz e a não encontra. Por que? Observa a Sociedade de
nossos dias e terás a resposta.
"A Ambição, a Cobiça, o Egoísmo, a Vaidade, a Hipocrisia, a
Desonestidade, o Orgulho e o Ódio substituíram todas as virtudes e levam os
homens, muita vez, em face da inversão dos valores morais, a ter vergonha de
serem honestos, como disse certa vez o nosso grande Rui. Portanto, meu pai,
atente bem para isto, que a tua missão é árdua. A reforma da Humanidade e da
Sociedade deverá se processar dentro da Célula Mater que é o Lar.
"Ensina-me, portanto, principalmente pelo exemplo, a ser conformado,
modesto, altruísta, simples, sincero, honesto, humilde e caridoso; ensina-me,
enfim, a ver em cada ser humano um irmão e a amar toda a Humanidade
simplesmente pelo prazer de amar. Faze com que eu, como já disse alguém,
até aos dez anos te tema, até aos vinte te respeite e até a morte te ame; até
aos dez anos, sê meu Mestre, até aos vinte, meu Pai e até o fim da vida meu
Amigo. E se tu fores materialista, não importa o conceito que faças do Princípio
Criador, inculca-me como norma de conduta toda aquela filosofia de vida, que o
célebre francês enfeixou nestas quatro linhas:
"Tende por templo – o Universo;
"Por altar – a Consciência
"Por imagem – Deus
"Por lei – a Caridade".
"Se assim agires, meu pai, terás me preparado para o futuro um Lar mais
feliz, uma Sociedade mais fraterna e uma Humanidade mais Humana que
instalarão no mundo o tão desejado Reino de Paz e de Harmonia.
"Assim seja". Amém.
Ser Pai
Ricardo Omar da Silva Azevedo
A primeira festa das árvores em nossa Pátria, foi realizada na cidade paulista de
Araras, no dia 7 de junho de 1902.
Foi orador oficial desse acontecimento o escritor patrício Coelho Neto.
Esta data é comprovada pela Ata da Câmara Municipal de Araras e pelo artigo
de Coelho Neto em "O Estado de S. Paulo", do dia 08-06-1902.
Ele iniciou seu artigo com as seguintes palavras:
"Realizou-se ontem, pela primeira vez no Brasil a Festa das Árvores", e assim o
concluiu:
"Que essa festa seja imitada em toda a República onde só a Política tem sido mais
funesta que o machado".
"A Festa Anual das Árvores", foi oficializada pelo Presidente Humberto Castelo
Branco, com o Decreto n.º 55.795, de 24-02-65, que no Art. 1º declara:
"Fica instituída, em todo o território nacional, a Festa Anual das Arvores, em
substituição ao chamado "Dia da Árvore", atualmente comemorado no dia 21 de
setembro".
Nos estados do Sul esta efeméride deve ser realizada na semana com início no
dia 21 de setembro.
Tinha sido o Governador Armando de Sales Oliveira quem assinou, em 1936, o
Decreto n.º 7.625, fixando a data da Festa da Árvore a 21 de Setembro de cada ano.
Utilidade e Beleza
A Árvore
Ad. de René Barreto
"A criança tem sido a pedra de toque de todas as civilizações desde a mais remota
antigüidade, até os tempos presentes. Em nossos dias, as sociedades que mais se jactam
de possuir um alto padrão de organização e uma consciência das mais elevadas dos
valores humanos inscrevem a criança e seus direitos no ápice de seus ideais e na
primeira linha de suas preocupações.
"Sob o paganismo, pouca atenção se dava à criança. Em Esparta, era comum o
espetáculo do sacrifício dos seres que tinham a desventura de nascer com alguma
deformidade física, pois, negava-se-lhes o direito de viver, ou por outra, a sociedade
recusava-se a reconhecer o seu dever de ampará-los e criá-los. Eram eliminados
sumariamente.
"Inegavelmente, o advento do Cristianismo assinalou a redenção da criança. A frase
do Divino Mestre – "Deixai vir a mim os pequeninos" (Luc. 18:16) – característica da
comovente cena evangélica em que foi pronunciada – sintetiza verdadeiramente os
direitos da criança, pois marcou sua reabilitação. De então para cá, com efeito, a criança
é um ser titular de direitos, pois não só lhe é conferida posição de destaque na sociedade
dos fiéis, como é ela alvo de atenção e desvelos para com sua proteção física e material,
seu bem-estar em suma, em todos os países civilizados. Proclamados definitivamente os
direitos da criança, nunca deixaram de ser contemplados nas legislações dos povos,
passando daí em diante a se fazerem presentes na estrutura de programas e a inspirar
atividades das administrações públicas".
Com propriedade declarou Goethe: "O talento se forma na solidão; o caráter, nas
tormentas do mundo".
Educar não é apenas ensinar, é dirigir bem a vida do aluno, de tal maneira que
ele se torne no futuro um cidadão útil aos seus semelhantes e ao seu país. Educar e
preparar o adolescente para a vida prática, descobrir-lhe a vocação e habilitá-lo ao
exercício da carreira a que se destina.
Ser Professor é ter disposição para trabalhar com todas as veras da alma em prol
dos alunos;
Ser Professor é visitar as livrarias para comprar livros da sua especialidade,
mantendo-se assim atualizado;
Ser Professor é compreender a psicologia humana para atrair o aluno como ele
merece;
Ser Professor, não é deixar transpirar segredos profissionais, mas sim, manter
em torno de si, uma auréola de discreção e sigilo;
Ser Professor é ser muito cuidadoso na sua linguagem, para ser um exemplo ao
aluno, do falar correto;
Ser Professor é evitar palavras ríspidas, termos vulgares da gíria, usando em seu
lugar, vocabulário rico, correto e nobre;
Ser Professor é ser discreto na sua conversação, não falando em voz alta para
chamar a atenção dos circunstantes. A frase de Schopenhauer é importante: "O
barulho produzido por uma pessoa é inversamente proporcional a sua inteligência".
Sermão para toda ocasião 152
Ser Professor não é viver apenas preocupado com o tempo da aposentadoria;
Ser Professor, não é descarregar covardemente os recalques e complexos nos
alunos, mas sim abeberar-se nos sublimes ensinamentos contidos na "Oração da
Mestra";
Ser Professor, não é apenas dar algumas aulas por dia e fora da classe
comportar-se, como se não fosse um educador;
Ser Professor é obedecer ao Código de Ética Profissional, sem se impressionar
se os outros colegas fazem o mesmo ou deixam de fazê-lo;
Ser Professor é revelar na classe os atributos cristãos, que o Mestre dos Mestres
nos ensinou.
O Professor
Raul Pila, por volta de 1958, comentando um projeto que transitava pela Câmara
dos Deputados, a propósito da reforma do ensino médio, disse ao Ministro da
Educação e à douta Comissão de Educação e Cultura, entre outras coisas o seguinte:
"O problema fundamental do ensino no Brasil, é o problema do professor e do aluno,
isto é, professores que saibam e queiram ensinar, alunos que desejem aprender. Sem
esta reforma, que eu ainda não sei como se poderá realizar, vãs serão todas as demais
reformas".
O programa "Enciclopédia do Ar", da Rádio Gazeta, realizou no dia 10 de
outubro de 1355, um programa especial em homenagem à "Semana do Professor".
Tendo comparecido à reunião a professora Carolina Ribeiro, secretária da Educação
Sermão para toda ocasião 153
do Estado de S. Paulo, convidada a falar, num brilhante improviso disse as seguintes
palavras, aqui reproduzidas na íntegra, em virtude dos seus elevados e sublimes
conceitos:
"Diante deste microfone da Rádio Gazeta poderia parecer que estava falando
para um auditório abstrato, tal porém não acontece, tenho diante de mim jovens que
representam tão bem a primavera, porque eles trazem em si o perfume da juventude e
essa essência de gratidão para com os mestres. A Rádio Gazeta promovendo esta
solenidade dá um exemplo vivo, porque jornalismo e educação se completam.
Provera Deus que todo jornal fosse uma grande escola, provera Deus que toda a
escola fosse um órgão de publicidade de educação.
"Na "Semana do Professor", vejam bem, não é mais um "Dia do Professor", já é
uma semana, e praza Deus que seja dentro em breve um mês, um mês inteiro, uma
vida inteira de respeito à grande missão do educador, e para impor esse respeito à
missão do educador; respeitem-se primeiro os próprios mestres, dignificando a sua
missão, elevando seu conceito de educadores, esquecendo-se, completamente de que
são pagos para educar, instruir, conduzir sempre mais longe, mais alto. Que grande e
que sublime tarefa a ser exercida pelos homens, pelas mulheres, pelos jovens, pelos
velhos de minha terra.
"Eu olho para longe, e me vejo bem longe, professora primária, depois
professora secundária, depois diretora primária, depois diretora secundária, diretora
de Escola Normal e de Instituto de Educação. Hoje, por uma dessas casualidades, um
homem de governo, achou que para a Secretaria da Educação deveria ir uma
educadora.
"Ontem bem longe educando, hoje educando, e amanhã voltando à planície, não
importa, educando sempre porque todos nos educamos onde quer que estejamos, pela
palavra, pelos exemplos, pelas nossas atitudes. Ai dos mestres que não educam,
porque levar para o pessimismo, para o derrotismo, ensinar agruras, ensinar com
palavras amargas, com atitudes de revolta não é educar, é deseducar.
"Professores que me ouvis por acaso, não penseis que após 48 anos de
magistério e de educação eu me sinta cansada ou derrotada. Não! Nós não temos o
direito de envelhecer, o mestre como o sacerdote tem que entrar todos os dias em sua
sala de trabalho cantando como canta o sacerdote: "Entrarei para o altar de Deus, do
Deus que alegra a juventude". E por mais cabelos brancos que se amontoem, por mais
rugas que surjam no rosto, enquanto houver no coração calor, ideal, não se envelhece;
envelhecem os derrotistas, envelhecem os pessimistas, envelhecem os semeadores de
desilusões e o professor não pode desiludir-se, ele tem que se renovar todos os anos
com as turmas novas que recebe, ele tem que ser jovem com os jovens se quiser atrair
o coração da juventude. Os que deverão ser mestres, aprendam pelo amor à Pátria,
pelo amor a Deus, que ser mestre é ser quase um novo Cristo, porque Cristo apenas
aceitou um título que ele julgou imenso, o de "Mestre".
"Mestres que me ouvis, despertai! E eu quero repetir-vos o que dizia Alberto de
oliveira: 'Fazei surgir da mocidade os clarões da esperança, salvemos o Brasil'."
Sermão para toda ocasião 154
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
D. Pedro II e a República
Sermão para toda ocasião 156
A notícia da proclamação da República chegou a D. Pedro, às 11:00 horas, do
dia 16. Ele saiu de Petrópolis e dirigiu-se para o Rio de Janeiro, juntamente com a
família. Ali chegando, recebe através do Major Solon Ribeiro o seguinte documento:
"Os sentimentos democráticos da nação há muito preparados, hão agora
despertados. Obedecendo pois, às exigências do voto nacional, com todo respeito à
dignidade das funções públicas que acabais de exercer, somos forçados a notificar-vos
que o Governo Provisório espera do vosso Patriotismo o sacrifício de deixardes o território
brasileiro, com vossa família, no mais breve prazo possível".
Assinado - Marechal Deodoro da Fonseca.
No dia 7 de novembro, D. Pedro e sua família embarcaram para Portugal,
deixando para sempre o Brasil.
A Nossa Bandeira
Júlia Lopes de Almeida
"Verde, da cor dos mares e das florestas que embelezam a nossa terra desde a
serra de Roraima até à barra do Chuí; azul, como o céu infinito em que abre os braços
lúcidos o Cruzeiro do Sul; dourada, como o sol que alegra o espaço e fecunda os
campos, a nossa bandeira retrata nas suas cores as supremas maravilhas do universo!
Filhos do sul ou filhos do norte, qual de nós não vibrará de entusiasmo ao senti-
la aclamada pelos outros povos? Qual de nós não se comoverá vendo-a desfraldada
em país estranho, ou não sentirá capaz das maiores audácias para a defender de uma
afronta e livrá-la de uma derrota?
A nossa bandeira é como um pálio confraternizador sobre a cabeça de todos os
brasileiros. Unamo-nos para honrá-la na sua grandeza e para que ela seja sempre para
nós, além do símbolo da Pátria, o símbolo do Bem, da Razão, da Justiça. Só é
inatingível o que é impecável, só é forte o que é puro. São as virtudes do povo que
tornam a sua bandeira respeitada; são os seus trabalhos, os seus empreendimentos, o
poder da sua inteligência, a inteireza de seu caráter e a magnitude do seu coração que
lhe dão prestígio diante de todo o mundo.
Assim, estorcemo-nos para que à sombra de nossa bandeira só nasçam e se
desenrolem boas ações. Que ela pacifique gentes inimigas, quer tremule nos mastros
sobre as águas inquietas quer pensa nas cidades sobre os telhados abrigadores do
homem; que ela, que tem na cor a sugestão da esperança, sorria ao estrangeiro em
doce acolhimento, acenando-nos a todos para um futuro bonançoso e amplo.
Irmãos do norte! Irmãos do sul, amigos! Unamo-nos em torno da nossa
bandeira; que os elos que nos ligam não se dessoldem nunca, para que seja grande a
sua glória e poderosa a sua Força".
A Bandeira
Leôncio Correia
Sagrado pavilhão de minha Pátria!
Canto Simbólico da Paz: O hino, para saudar-te
Sermão para toda ocasião 159
Feito devera ser das bizarrias da arte,
Num poema de amor harmonioso e santo!
Há na minha alma
Uma gratidão alegre,
Uma melodia, uma canção,
Um grande segredo que posso contar.
Eu me dirijo a você, menino, menina,
moça, rapaz e adulto.
Ainda nem havia nascido
E alguém muito me amou,
Vindo a morrer por mim.
Aquela vida preciosa, tudo fez;
Posso recordá-lo assim também:
Se olharmos ao nosso calendário, veremos que ele assinala muitos dias, que
devem ser destacados para comemorações específicas como: Dia da Criança, Dia das
Mães, Dia dos Pais, Dia do Professor, Dia do Funcionário Público, Dia da Secretária,
Dia da Enfermeira, Dia da Árvore, Dia do Motorista e muitos outros.
A Bíblia, o livro por excelência, merecia também um dia, ou como assinalou
Luís Waldvogel: "Melhor seria Semana da Bíblia", ou Mês, ou Ano da Bíblia, pois da
Bíblia devem ser os 365 dias dos anos de nossa vida".
Carlos Trezza, em seu prestativo livro, A Reconquista do Homem, disse e disse
muito bem:
"As Escrituras Sagradas são incontestavelmente um dos mais eficientes
instrumentos de cultura, de progresso, de promoção da paz social. A Bíblia educa o
cidadão, ensinando-lhe a sujeição às regras do bem comum, regras que emanam da
família para a sociedade, porque sua leitura faz o bom filho, a esposa leal, o pai modelar.
Em suma ela gera o cidadão perfeito e útil à comunidade. Por isso dizia Tolstoi, e com
razão: Sem a Bíblia, o desenvolvimento da criança e do homem é impossível".
"Sob qualquer aspecto que encaremos a Bíblia, seja com referência à revelação
ou história ou moralidade, é uma fonte de conhecimentos como não há semelhante
em nenhuma terra ou reino".
John Quinei Adams, ex-presidente dos Estados Unidos.
"Os livros sagrados têm sido o meu estudo diário e a minha vigilante
contemplação. Se permanecermos nos princípios ensinados pela Bíblia, nosso país
prosseguirá, progredindo sempre".
Daniel Webster
"Apegai-vos à Bíblia, como a âncora principal de nossas liberdades, escrevei em
vosso coração e praticai-o em vossa vida. À influência desse livro é que devemos o
progresso da verdadeira civilização e para ele volvemos os olhos como nosso guia no
futuro".
Grant, Ex-presidente dos Estados Unidos.
"Considero as Escrituras Sagradas a filosofia mais sublime."
Newton
"Para que o homem conseguisse conhecimento pleno de verdadeira moralidade,
eu não necessitaria fazer mais do que enviá-lo ao Novo Testamento. Só esse livro
basta". John Locke
"Progrida o mundo quanto quiser, desenvolvam-se ao máximo todos os ramos
de pesquisas. Nada tomará o lugar da Bíblia." Goethe
"Livro de minha alma – aqui o tenho: é a Bíblia. Não o encerro na biblioteca,
entre os de estudo, conservo-o sempre à minha cabeceira, à mão. É dele que tiro a
água para a minha sede de verdades; é dele que tiro o pão para a minha fome de
consolo; é dele que tiro a luz nas trevas das minhas agonias". Coelho Neto
"Eu amo a Bíblia. Eu leio-a todos os dias, e, quanto mais a leio tanto mais a
amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não os entendo; não compreendo tais
pessoas; mas, eu a amo; amo a sua simplicidade e amo as suas repetições e
reiterações da verdade. Como disse, eu leio-a quotidianamente e gosto dela cada vez
mais". D. Pedro II
A Nação – Vedes este Livro? É a Bíblia. O Livro mais maravilhoso, mais útil,
mas conhecido. Eu represento a Nação e tenho uma palavra de agradecimento à
Bíblia, porque este Livro tem exercido salutar e benéfica influência em minha vida e
em minha história. Tenho muitos inimigos, todos eles hipócritas, que pretendem
fazer-me bem, quando somente males me causam; seus nomes vós os conheceis, pois
que vos perseguem também. São eles o maldito licor, a prostituição, os jogos de azar
e outros mais; mas conto entre meus melhores amigos a Bíblia, porque ela é uma
conselheira insuperável. Aponta-me o caminho digno a seguir e me apresenta uma
base firme, sobre a qual eu possa levantar o edifício de minha história. Diz-me que a
justiça me engrandece mais do que o pecado me afronta. E assim é. Eu vejo em
minhas irmãs as demais nações. Os Estados Unidos são uma grande e próspera nação
porque seus alicerces estão na Bíblia. Como eu quero ser grande também, vou
incentivar a circulação da Bíblia, estimular sua leitura e vou reger minha vida
segundo seus princípios. E por vós, que tem feito este Livro?
A Escola – Sim. Eu represento a Escola. Por mim passam todas as gerações, os
futuros cidadãos e pais de família. Graças à influência deste Livro, as escolas
públicas tiveram sua origem na Alemanha no século XVI. A Bíblia contém o mais
alto e enobrecedor ensinamento. Ela me ajuda a forjar o bom caráter na juventude;
também é para mim uma muralha de defesa contra os ensinos do ceticismo, do
materialismo e do racionalismo. Nela aprendi que o princípio da sabedoria é o temor
de Deus.
O Lar – Pois, amigas minhas, eu sou o Lar, e não posso ficar atrás. Tenho
também, como vós, uma palavra. Os lares constituem a armação óssea no organismo
de toda nação. Devo muito a este Livro. O bem que em mim existe, ele é que me tem
proporcionado. Leio suas páginas benditas diariamente. Minha vida moral está muito
ameaçada, mas neste livro encontro força e refrigério. Os melhores lares são aqueles
que não se apartam de suas sábias instruções. "Instrui o menino no caminho em que
deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele".
A Igreja – Chegou a minha vez. Eu sou a Igreja, e, talvez, mais que vós, tenho
que agradecer à Bíblia, porque em grande parte devo a ela a minha existência.
Desempenho uma missão divina no mundo, e sou a luz inextinguível de Deus na
terra, mas devo todas as minhas vitórias a este Livro. Quando me oriento estritamente
por ele, a vitória me sorri; quando, como em alguns períodos tristes de minha história,
me desvio de seus ensinos, o fracasso me abate. Toda a minha seiva, a tiro dali; ela é
para mim um manancial de vida e espada invencível do Espírito. Eu a guardo em meu
seio como a herança mais preciosa e o mais rico tesouro. Com ela irei sempre, de luta
em luta, até a consumação dos séculos.
A Bíblia – Tenho-vos escutado com a máxima atenção e com apurado interesse.
Agradeço vossas palavras. Mas desejo dizer-vos que toda essa grandeza, essa
influência e esse poder não são meus. Devo-os a Cristo, o Filho de Deus, porque é ele
o centro de minha mensagem, o coração que me dá vida. Sem ele, eu seria um livro
como outro qualquer. Minha missão é proclamar Seu nome. Meu objetivo, manifestar
Sermão para toda ocasião 166
sua glória. Minha ambição, que todos os homens cheguem a conhecê-lo como seu
Salvador.
Sim, e como o tendes reconhecido, eu sou a Bíblia. Eu abro as minhas páginas
de ouro aos que me buscam. Para todos tenho uma mensagem de amor. Se estiverdes
tristes, em mim achareis alegria; se estiverdes sedentos, eu dou a água da vida; se
estiverdes famintos, eu vos regalo com pão substancioso.
Eu venho de um lugar: o céu; vivo em um mundo: a Terra; proclamo uma
mensagem: o evangelho; apelo a um ser: o homem; glorifico o meu autor: Deus. O
segredo de minha grandeza, o centro de minhas palavras e o selo de minha vitória é
Jesus.
Eu sou a luz: quero guiar-vos; eu sou a verdade: quero instruir-vos; eu sou a
vida: quero salvar-vos.
Eu sou a carta do viajante, a estreia do navegante, espada do soldado e a arma
invencível do cristão.
Lede minhas palavras, pregai minhas mensagens, amai meus ensinos, obedecei
aos meus mandamentos e vivei meus preceitos.
Minhas vitórias, e tudo o mais deponho humildemente aos pés de Jesus Cristo.
(Então, a Nação, a Escola, o Lar e a Igreja cantam o hino "Minha Bíblia".
Enquanto cantam, a Bíblia se retira).
Esta representação foi tirada do livro Florilégio Cristão de Rosalee M. Appleby,
págs. 133-141.
Sermão para toda ocasião 167
DIA DE NATAL
Duas fontes insuspeitas, a história sagrada e a profana não nos dão nenhuma
informação segura, para comemorarmos este evento no dia 25 de dezembro.
Não possuímos elementos suficientes para fixar, nem o dia, nem o mês do
nascimento de Cristo.
A tradicional data de 25 de dezembro, para esta comemoração cristã, não
apresenta nenhuma base bíblica.
Se esta é a realidade como nasceu então o 25 de dezembro?
Vejamos o que algumas fontes nos dizem:
John Davis faz uma declaração peremptória: "A data de 25 de dezembro, como
natalício de Jesus, começou no 4º século, sem autoridade que a justifique".
O Manual Bíblico (de Halley) afirma na pág. 435 o seguinte:
"Celebra-se atualmente o Natal a 25 de dezembro. Não há, na Bíblia, nada que
indique essa data. Apareceu primeiro no ocidente, como dia do nascimento de Jesus no
quarto século. No oriente era o dia 6 de janeiro. O fato de se agasalharem os pastores
com os seus rebanhos no campo, ao ar livre, da primavera ao outono, e não de ordinário
no inverno, sugere que Jesus pode não ter nascido nessa estação fria".
A Enciclopédia Barsa tece o seguinte comentário sobre o Natal:
"Nos primeiros séculos, o Natal cristão era comemorado ora a 6 de janeiro, ora a 25
de março, e em alguns lugares a 25 de dezembro. O dia 25 de dezembro aparece pela
primeira vez no calendário de Philocalus (354). No ano 245, o teólogo Orígenes repudiava
a idéia de se festejar o nascimento de Cristo 'como se fosse um faraó'. A data atual foi
fixada no ano de 440, a fim de cristianizar grandes festas pagãs realizadas neste dia: a
festa mitraica (religião persa que rivalizava com o cristianismo nos primeiros séculos), que
celebrava o natalis invicti Solis (nascimento do vitorioso Sol) e várias outras festividades
decorrentes do solstício do inverno, como a Saturnália, em Roma e os cultos solares entre
os persas e os germânicos".
A Enciclopédia Britânica, ao falar do nascimento de Jesus tece seus comentários
mais ou menos no mesmo diapasão:
"Nada sabemos do dia certo do seu nascimento. Lá pelo século II os cristãos
orientais celebravam o Natal no dia 6 de janeiro. Em 354, nas igrejas ocidentais, incluindo
as de Roma, celebrava-se o Natal a 25 de dezembro; era uma data erroneamente dada
como o solstício do inverno, em que os dias começam a aumentar; data já da festa central
do mitraísmo, o 'natalis invicti Solis' ou o aniversário do sol invencível. As igrejas orientais
fixaram-se no dia 6 de janeiro e acusaram seus irmãos ocidentais de adoração do Sol e
idolatria, mas no fim do 4º século, o 25 de dezembro foi também adotado no oriente".
Os comentários até aqui apresentados nos levam à seguinte conclusão:
O homem, ao afastar-se de Deus, cria seus próprios cultos, e destes o que mais
se destacou, entre os pagãos, foi o culto ao sol, por ser a fonte suprema de energia e o
Sermão para toda ocasião 168
causador de toda a fecundidade. A prova da valorização deste astro celeste encontra-
se no significado dos seguintes nomes históricos: Faraó (Sol), Belsazar (príncipe de
bel-sol), Nabucodonosor (ó sol, protege a minha coroa).
O dia 25 de dezembro era o aniversário do deus sol.
Se o dia do nascimento de Cristo é ignorado, a realidade do seu nascimento é um
fato histórico de profunda significação para nós.
A fixação do dia 25 de dezembro pode ter nascido por uma questão de
conveniência.
A história nos confirma que Constantino, em 313, adotou o cristianismo como a
sua religião e também a dos seus súditos. Este fato levou os dirigentes da Igreja a
raciocinarem, ser uma boa política, transformar as festas mais populares dos pagãos
convertidos, em festas cristãs.
Entre os romanos havia o Carnaval, do dia 17 a 24 de dezembro; e, no dia
seguinte, o dia 25, era o maior dia religioso para eles, o dia do culto do deus Sol. Esta
data foi escolhida com o objetivo de cristianizar grandes festas pagãs, como
acabamos de mencionar.
A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (de brasileira ela tem apenas o
nome), declara:
"O clero romano teria julgado oportuno substituir a festa pagã (Natalis solis invicti)
por uma festa cristã, e era natural que pensasse no nascimento daquele que, segundo o
Evangelho, era a verdadeira luz do mundo." Em vez de luz, com mais propriedade deviam
ter dito, o verdadeiro sol. Verbete. Natal.
Estudiosos palestinenses são unânimes em afirmar, que o nascimento de Cristo,
não poderia ter sido em 25 de dezembro, pelo fato dos pastores estarem pernoitando,
no campo, com os rebanhos. Para eles o nascimento de Cristo foi ou no mês de abril
ou em outubro.
1º) A Estrela
Mat. 2:2 declara: "Porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para adorá-
Lo".
O que era essa estrela? As interpretações são muitas.
a) Talvez um corpo luminoso, criado a propósito por Deus, para servir de guia
aos magos, como foi a coluna de nuvem e a de fogo, na peregrinação de Israel
pelo deserto.
Deus podia ter feito o milagre para anunciar a vinda de Seu Filho à Terra.
Este fenômeno sobrenatural foi interpretado pelos magos como cumprimento da
profecia de Balaão: uma estrela procederá de Jacó". Num. 24:17.
b) Poderia ter sido uma personalidade, como um anjo que teria guiado os magos
a Jerusalém.
c) Outros identificam a estrela com algum astro ou conjunto de astros (planetas,
estrelas, cometas), que se revelaram de acordo com os pianos divinos, mas
sem saírem de suas funções ou manifestações naturais.
d) Deus criou nessa época, uma verdadeira estrela no firmamento.
Sermão para toda ocasião 169
e) O astrônomo Kepler e outros afirmam ter sido uma conjunção de planetas.
2º) Árvore de Natal
Sua origem é controvertida, já que os pesquisadores faiam de Lutero como o seu
introdutor. Em uma noite de Natal, caminhando por uma floresta de pinheiros,
contemplou embevecido milhares de estrelas brilhando por entre os galhos cobertos
de neve. A sublimidade daquele quadro o levou a tomar um galho de pinheiro e levar
para casa. Após enfeitá-lo com velas acesas, mostrou-o aos filhos a fim de que eles
também desfrutassem da sua beleza.
Para outros, este costume vem do século passado. Originou-se nos países
nórdicos e daí se espalhou para o mundo.
Esta árvore é um símbolo de paz, alegria e esperança de uma vida melhor.
3º) Cartões de Natal
Tiveram sua origem na Inglaterra, por volta de 1843, quando o senhor Henry
Cole enviou aos amigos um cartão alusivo a este evento.
O cartão com votos de felicidade deu início a esta simpática tradição, que tanto
transtorna as repartições dos correios.
4º) Papai Noel. Noel quer dizer natal em francês.
Sem mencionar nomes e datas, as fontes históricas nos dizem que nasceu com o
São Nicolau, que os holandeses levaram para a América do Norte. Este personagem
fictício, que viajava de trenó, entrava pelas chaminés das lareiras e colocava
presentes nos sapatos vazios das crianças. Esta ficção foi se transformando até
adquirir as características que hoje conhecemos.
5º) os Três Reis Magos
A Bíblia (Mat. 2:1-2) não relata que eram três e muito menos reis.
A palavra grega magoi designava na Medo-Pérsia os que se ocupavam com os
segredos da natureza, astrologia e medicina. Comentaristas falam em "cientistas
orientais".
Deviam ser vários, mas a tradição fala em três, por trazerem três espécies de
dádivas: ouro, incenso e mirra. A tradição também lhes atribui os nomes de Gaspar,
Belquior e Baltazar.
Os presentes eram simbólicos para a pessoa de Cristo: ouro para o rei, incenso
para o Sumo Sacerdote, e mirra para o grande médico.
A disposição dos magos em presentearem a Cristo deve ser um exemplo para
ofertarmos nossas dádivas a Sua igreja.
Ellen G. White nos aconselha a ensinarmos os filhos a colocarem na árvore
presentes para Cristo.
6º) O Canto – Noite Feliz
Em nosso hinário aparece sob o título: Tudo é Paz n.º 73.
O padre Joseph Mohr, de uma pequena igreja austríaca, em 1918, certa noite
estava triste pelo fato de não haver música de órgão naquele natal, porque os ratos
haviam roído os foles do órgão. Com este estado de espírito, foi dar um passeio pelas
imediações da sua paróquia. A lua e as estrelas cintilando tornavam a noite amena,
tranqüila e inspiradora. Aquela cena o fez imaginar como teria sido a noite em que
Jesus nasceu em Belém e as palavras da canção "Noite Feliz" lhe brotaram
Sermão para toda ocasião 170
espontaneamente. De volta à igreja, passou-as para o papel, apresentando-as a seguir
a Franz Gruber, mestre do coro, com o pedido de que fizesse a música.
Na próxima noite de natal, enternecidos, os membros da igreja entoaram o belo
hino – "Noite Feliz".
A esposa do regente após ouvir o hino, com visão profética, declarou: Nós
morreremos, mas "Noite Feliz" há de viver por muito tempo. Não existe hoje,
nenhum lugar no mundo, na noite de natal, onde estas palavras não sejam entoadas.
Conclusão
Prece de Natal
Rui Barbosa
Um artista, autor de muitas teias de grande beleza, pensou um dia em que ainda
não havia pintado a "Sua Teia" à tela que seria a suma expressão de sua arte. E como
seguisse por uma estrada poeirenta a procurar alguma idéia, se encontrou com um
velho padre, que lhe perguntou o que pretendia fazer.
- "Não sei ainda", respondeu o artista. "Desejo pintar a coisa mais bela do
mundo". Não poderá dizer-me qual seja?
- É muito simples disse o sacerdote. Você a encontrará em qualquer Igreja ou
crença. A coisa mais bela do mundo é a "Fé".
O artista continuou a caminhar.
Daí a algum tempo, encontrando-se com uma jovem noiva, perguntou-lhe: Qual
é a coisa mais bela do mundo?
- "É o amor respondeu a moça. O amor faz da pobreza, riqueza, suaviza as
lágrimas. Sem ele não existe beleza".
O artista prosseguiu na caminhada.
Como um veterano de guerra, passasse tropegamente pelo seu caminho, o pintor
lhe fez a mesma pergunta. E o velho soldado respondeu :
- "A coisa mais bela do mundo é a paz. E a mais feia é a guerra. Onde existe paz,
existe igualmente a beleza".
Fé, Amor e Paz. Como poderei pintá-los? Perguntou si mesmo o artista, e
abanando tristemente a cabeça voltou desanimado para casa. Mas ao transpor seu
limiar, ele encontrou a coisa mais bela do mundo. No olhar dos filhos viu a fé. No
sorriso da esposa brilhava o amor. E no seu lar, havia a paz a que se referia o soldado.
Destarte, o artista conseguiu pintar a "Coisa mais bela do mundo". E, ao
terminar seu trabalho, denominou-o Lar.
Queridos noivos, estais idealizando a formação de um lar, que é aquilo que de
mais extraordinário existe neste mundo, pois é uma Pátria em miniatura, idealizada
pelo Criador para a nossa felicidade.
Antes da construção de um prédio, são necessários: estudo, planejamento,
recursos financeiros, seleção do material, escolha de bons trabalhadores, verificação
do terreno para ver como serão os alicerces, e longe iríamos na enumeração.
O namoro e o noivado é o tempo propício para a planificação do lar, que é muito
mais importante do que o prédio, a casa. Conheceis estes quadrinhos que andam pelas
Sermão para toda ocasião 173
paredes com um dístico de profunda significação. "A casa é feita de pedras, o lar é
feito de amor".
Que devereis fazer para construir um lar? Primeiro é a escolha do companheiro
ou companheira; e no vosso caso, esta escolha já foi feita.
Se uma casa para ser bem construída precisa de sólido alicerce, qual seria este
sólido alicerce para o lar? Muitas respostas poderiam ser dadas, mas creio que a
melhor seria esta: o amor, não concordais comigo? A felicidade conjugal não pode
subsistir quando não existe o verdadeiro amor.
Num livro para noivos, encontrei os seguintes pensamentos sobre o amor:
"Amando-se torna-se mais suave a vida, mais belo o céu, mais doce o sonho, a manhã
mais sorridente, mais lindas as flores, mais leve o pesar, o trabalho mais fácil. Quem
ama é feliz, quem muito ama é muito feliz".
Muito se tem escrito sobre o magno problema do casamento, mas apesar disso
os problemas não foram solucionados, pelo contrário eles se avolumam cada dia
mais.
Desejo apenas mencionar três pensamentos, por trazerem em si lições de
profunda sabedoria.
1º) Não há pior vida que estarem juntos na habitação os que estão desunidos no
espírito.
2º) No segundo encontramos a mesma idéia, uma forma de conselho em duas
quadras populares, de Belmiro Braga, com o título:
Noivos
3º) A escritora Maria Vaz de Carvalho nos informa, que para um casamento ser
feliz, é preciso que haja trabalho, economia, modéstia no viver e boa compreensão
das coisas de família.
O casamento que não une duas almas, é uma espécie de cadeia, de grilheta que
prende em suplício duas existências, condenando-as a se suportarem mutuamente.
Poderia aqui acrescentar idéias poéticas e definições sublimes sobre o amor e a
felicidade conjugal, mas estas sem Cristo, sem religião praticada, sem genuíno amor
cristão de nada valem.
Através da Bíblia e da pena da inspiração encontramos os mais sábios
conselhos.
Mensagem aos Jovens diz:
Sermão para toda ocasião 174
"Seja todo passo em direção da aliança matrimonial, caracterizado pela modéstia,
simplicidade e o sincero propósito de agradar e honrar a Deus". ((Mensagens ao Jovens,
pág. 435)
Em outro lugar, escreveu ela, aquelas palavras que deveriam ser muito
familiares aos namorados e aos noivos:
"Se homens e mulheres têm o hábito de orar duas vezes ao dia antes de pensar no
casamento, devem fazê-lo quatro vezes quando pensam em dar esse passo. O
casamento é uma coisa que influenciará e afetará vossa vida, tanto neste mundo como no
futuro. O cristão sincero não avançará os seus planos nesta direção sem ter o
conhecimento de que Deus aprova seu proceder." (Mensagens ao Jovens, pág. 460)
Rogai a Deus que vos ajude a estabelecer um lar cristão, onde reine o puro amor
e então tudo será mavioso, poético e sublime.
Deveis sempre lembrar-vos de que de hoje em diante a vossa responsabilidade
aumenta. O noivado é um compromisso não apenas entre vós dois, mas também entre
duas famílias.
Concluindo, desejo que os vossos olhares possam encontrar-se puros, no dia do
vosso casamento, e que vosso coração palpite em verdadeiro amor, para que a bênção
do céu se derrame num futuro próximo, sobre o lar que quereis fundar, para a vossa
felicidade, para alegria dos familiares a para glória e honra de Deus.
Sermão para toda ocasião 175
SERMONETE PARA O CASAMENTO
Introduções Sugestivas:
O Jornal "Diário de São Paulo", há dez anos mais ou menos, trouxe um artigo
interessante sobre o papel preponderante e influente da dona de casa numa grande
cidade. Dizia ele: são os lares que determinam o bom humor e alegria ou a tristeza e o
pessimismo existentes na sociedade.
A sentença de um juiz, uma lei bem elaborada, decisões acertadas, etc., etc.,
dependem da alegria e felicidade que os homens encontram no lar.
A mulher deve criar um ambiente de simpatia, de organização e de felicidade.
Para isto ela tem como deveres principais:
1º) Ser paciente, conservar sempre a serenidade.
2º) Procurar sempre ser alegre e solícita.
3º) Afastar tudo aquilo que possa trazer para seu marido e seus filhos uma
nuvem de tristeza.
4º) Estar sempre vigilante para que nada falte em casa.
5º) Procurar adornar a sua casa com cores claras, alegres, dando vida e
movimento a tudo para que as coisas se reflitam no sentimento das pessoas,
aclarando-as e alegrando-as.
6º) Respeitar religiosamente as horas de trabalho, meditação e recolhimento do
esposo.
7º) Ser meiga e carinhosa sem exageros.
8º) Estar sempre vestida com capricho, para não causar uma impressão
desagradável.
9º) Procurar encorajar, dar forças e ânimo ao companheiro quando perceber que
seu espírito vacila.
10º) Não temer o infortúnio, encarar a vida sempre com otimismo, procurando
dominá-la, antes de ser por ela dominada.
Concluindo
Mui simpáticos cônjuges, os sinceros desejos dos céus, de vossos pais, dos
demais familiares e amigos aqui presentes são: que construais um lar
verdadeiramente cristão, alicerçado nos edificantes ensinamentos da Bíblia e que
nesse lar reine harmonia, paz e perene felicidade.
Que Deus vos abençoe!
Sermão para toda ocasião 179
CERIMÔNIA NUPCIAL
Tem sido costume através dos anos dar nomes aos aniversários de casamento:
Bodas de algodão, 1 ano;
Bodas de papel, 2 anos;
Bodas de couro, 3 anos;
Bodas de madeira, 4 anos;
Bodas de ferro, 5 anos;
Bodas de estanho, 10 anos;
Bodas de cristal, 15 anos;
Bodas de porcelana, 20 anos;
Bodas de prata, 25 anos;
Bodas de pérola, 30 anos;
Bodas de rubi, 40 anos;
Bodas de ouro, 50 anos.
Bodas de diamante, 60 anos;
Bodas de brilhante, 75 anos.
Durante quatro anos, juntos estudamos um pouco do nosso belo e difícil idioma,
e agora desejais que vos diga algumas palavras de incentivo e conselho, que vos
ajudem na prossecução de vossos ideais.
Escolhestes um lema sugestivo, indicando que tendes um alvo e a firme decisão
de o alcançar.
A frase que escolhestes como lema: "Prosseguir sempre; recuar nunca", resume
tudo o que eu poderia dizer-vos em longo e exaustivo discurso.
Certa ocasião, falando a esta garbosa mocidade Iaense, sobre o valor de termos
um alvo e um lema na vida, fiz referência ao lema do benemérito brasileiro Oswaldo
Cruz "Não esmorecer para não desmerecer". Foi impulsionado por esta frase
prestigiosa, que conseguiu extinguir a terrível febre amarela do Rio de Janeiro,
lutando com a incompreensão reinante naqueles idos.
Vejo meus prezados estudantes, uma íntima relação entre o lema do eminente
cientista patrício e o vosso.
Estudando a história das nações e de muitos indivíduos isoladamente, veremos que
viveram sob a influência mística e estimuladora de um lema sugestivo.
O vosso lema é expressivo e emulativo, mas de nenhum valor será para vós se
for apenas uma frase formal e decorativa; urge que envideis os melhores esforços
para que se concretize em plena realidade diante dos embates da vida.
Encontrareis, prezados amigos, na continuação de vossos estudos, problemas,
contratempos e percalços, que quererão impedir que atinjais o alvo colimado, mas
para vencê-los tendes o querer, a tenacidade, a constância e um dos maiores bens da
humanidade – o entusiasmo.
Observando a vida dos grandes heróis da ciência, das artes, das letras, e das
conquistas, veremos que todos alcançaram seus ideais, não sem lutas e dificuldades,
mas estas foram superadas graças a força de vontade de que estavam possuídos. Esta
frase: "Quem quer pode, quem tem vontade alcança", será muito significativa para
vós se a puserdes em prática.
O Cardeal Richilieu costumava dizer que a palavra impossível não tinha razão
de figurar no dicionário. E Napoleão Bonaparte era, ainda, mais contundente, pois
afirmava firmemente: "Impossível é uma palavra que apenas se encontra no
dicionário dos tolos".
Não tenhais ilusões: Nada de belo, útil e glorioso conseguiremos sem esforço
decidido e pertinaz.
Todos os que alcançaram posições privilegiadas foram pessoas de querer, pois
quem não tem força de vontade retrocede diante das primeiras dificuldades na vida.
Sermão para toda ocasião 187
Tende confiança, em 1º lugar em Deus e depois em vós mesmos e realizareis o
que hoje julgais impossível. A vida deve ser o esforço constante para o
aperfeiçoamento, sem que o desânimo jamais se verifique.
A grande crise que o nosso país enfrenta, no momento em que ides ter acesso
aos segundos ciclos longe de vos amedrontar, deve servir de estímulo a prosseguirdes
na carreira estudantil até alcançardes o alvo a que vos tendes proposto.
Infelizmente, prezados jovens, o que temos visto nos poucos anos de magistério
é que a maioria dos estudantes não põem o coração nos estudos, apenas fazendo uma
preparação, rápida, desordenada e tumultuária para os exames.
A finalidade única de muitos educandos é somente serem promovidos,
alcançarem um diploma, pensando que este tem em si um poder milagroso que faz a
pessoa ser vitoriosa. Por isso existem muitas pessoas que têm conseguido um diploma
por meios escusos, como prova de sua indigna formação moral.
Os estudantes que pensam em apenas adquirir um diploma, em breve verão
desmoronar seus ideais como se desmorona a casa construída sobre a areia.
Disse o inesquecível Rui:
"É a assiduidade na educação metódica e sistemática de nós mesmos o que
descobre as grandes vocações e amadurece os grandes escritores, os grandes artistas,
os grandes observadores, os grandes inventores, os grandes homens de estado".
Enquanto pensávamos nas palavras que vos diria nesta noite de gala e grande
significação para vós e vossos familiares, compulsei novamente o discurso do insigne
brasileiro Rui Barbosa – "A Oração aos Moços". Cada vez que lemos esta peça de
oratória, de eloquência e de saber mais nos convencemos de que não há páginas mais
sublimes, mais extraordinárias e mais profundas em nossa literatura do que estas.
E se quereis prosseguir, amigos ginasianos, dou-vos um conselho: lede, relede e
analisai este discurso e as vantagens advinhas serão inefáveis para o vosso viver
futuro.
Rui madrugava para estudar e prosseguiu estudando a vida inteira. Se desejais
uma vitória brilhante nas lides intelectuais segui o exemplo daquele que pairou nos
píncaros da cordilheira das mentalidades nacionais.
Deveis estar cônscios de que as vitórias fáceis não têm valor. As vitórias que
entusiasmam são as conseguidas com esforço denodado, estável e persistente.
Aqueles que recuam ante as primeiras dificuldades, revelam tibieza no caráter,
fraqueza na vontade e negligência nos propósitos; falhas que não se coadunam com
uma mocidade, intrépida e valorosa como sois vós.
Sede ambiciosos, visai mais alto do que a maioria da humanidade. Alguém
poderá estranhar aconselhar-vos a terdes ambição, mas a ambição é daquelas palavras
que têm sentido negativo e positivo, e é neste último sentido que a estou empregando.
Tende a ambição justa e verdadeira, pois é ela a força irresistível que vos ajudará na
conquista do ideal.
O lema escolhido mostra a vontade que tendes de prosseguir. Lembrai-vos,
porém, de uma frase de Goethe, o insigne autor do Fausto e a figura máxima da
literatura alemã que diz: "É necessário ter um grande alvo e a perseverança para o
alcançar."
Sermão para toda ocasião 188
Os que retrocedem do meio da jornada demonstram que são pusilânimes e
fracos, mas espero que vós sejais corajosos e fortes.
Esta doutrina é bíblica, pois o Livro inspirado nos diz, que os que lançam mão
do arado e olham para traz, não são aptos para o Reino dos Céus.
A palavra de Deus está falando da vida espiritual, mas o mesmo se dá no terreno
material e intelectual, pois os estudantes que param no meio do caminho sem razões
plausíveis, são indignos da confiança que neles, seus pais e professores, depositaram.
A Pátria e a causa evangélica muito esperam de vós estudantes valorosos e
promissores.
Fitai sempre mais longe e mais alto, e se quiserdes a íngreme escada do saber,
empreendei a marcha sem medo subir nem desfalecimentos.
Para realizardes vosso intento, deveis ter confiança em vós mesmos, mas
sobretudo confiança no poder de Deus e em Seus desígnios para convosco.
Neste momento solene, pedimos a este grupo amigo, que estude com mais
afinco e amor do que tem feito nestes quatro anos.
Os estudantes, que almejam atingir o alvo com brilhantismo, precisam de uma
convivência diuturna e incansável com os livros.
Em vista de estarmos falando a estudantes, temos enfatizado bastante o valor do
estudo, mas queremos fazer bem claro que os valores espirituais e morais sobrepujam
os intelectuais, pois o valor de um homem não se mede por sua cultura e capacidade,
mas incontestavelmente por seu caráter e por sua formação moral.
Por isso exaltai, cultivai e praticai as virtudes que farão a vossa felicidade e a de
vossas famílias.
A vida só tem valor, quando em cada ato de nossa existência, visamos o bem-
estar dos outros, o nosso aperfeiçoamento e a honra e a glória de Deus.
Tende o coração agradecido aos esforços feitos por vossos pais e educadores.
Não deixeis transcorrer as horas inutilmente, mas empregai bem cada minuto de
vossa vida.
Se atingirdes alvos elevados e posições privilegiadas não vos esqueçais de que
deveis continuar sendo comedidos e modestos.
Meus amigos, já é tempo de finalizar minhas palavras, mas não o farei sem
agradecer-vos a distinção que me fizestes para servir de intérprete dos vossos
mestres, que desejam a todos um futuro promissor, esperançoso e de perene
felicidade.
Sede felizes, o que quer dizer sede bons, porque não existe felicidade sem
bondade.
Prossegui na carreira estudantil, confiando e perseverando, sem recuo diante das
batalhas do saber e que os vossos nobres e elevados ideais sejam abençoados por
Deus.
Do Todo-Poderoso nos vem todas as coisas, portanto a Ele o nosso mais sincero,
o mais expressivo e o mais justo dos agradecimentos.
Amém.
Sermão para toda ocasião 196
MENSAGEM AOS TEOLOGANDOS
Prov. 31:30
Será que Deus não criou a mulher bonita? Temos certeza que sim, ele a criou
formosa e bela, como então poderemos falar de desvantagens de alguma coisa criada
por Deus. Estas desvantagens vieram depois do pecado, porque com ele surgiram o
orgulho, a vaidade e a presunção. Daí concluir de maneira irrefutável um grande e
sábio rei: "A beleza é vaidade e engano, e o seu valor é efêmero".
Duas vezes por ano – conta-nos o Talmude – as jovens filhas de Jerusalém
vestidas de branco, com flores nos cabelos, iam dançar nas vinhas. Os moços ali
apareciam para vê-las e escolher cada um a sua noiva; mas, o que nos interessa era o
que as futuras esposas cantavam.
"Observar com atenção rapazes e tratai de escolher bem; não vos iludais com a
beleza, mas consultai antes a família, as virtudes e nobreza das jovens, porque a graça e
enganadora e a formosura incerta e perecível".
Hoje deveríamos ainda proclamar bem alto para que todos os moços ouvissem:
não escolham uma companheira para a vida unicamente porque ela tem um rosto
bonito, porque muitos já o têm feito e se arrependeram amargamente.
Vejamos sucintamente algumas das desvantagens que têm de enfrentar as moças
belas:
1ª) As moças bonitas obtêm, via de regra, menos sucesso nos estudos.
Esta afirmação se encontra baseada em fatos.
"Dois professores da Universidade da Califórnia, classificaram 600 moças,
estudantes daquela escola pelo seu aspecto físico. Examinaram os seus boletins e
verificaram que as bonitas estavam 14 pontos abaixo das moças comuns na beleza".
As moças que não são bonitas, compensam a deficiência de seus atrativos
naturais, dedicando-se mais aos estudos e desenvolvendo uma personalidade mais
agradável. As moças bonitas despendem muito mais tempo na frente de um espelho,
enfeitando-se inutilmente.
Há moças que acreditam que a beleza é a coisa mais vital e importante do
mundo, porém, há valores, e há qualidades que sobrepujam muito a beleza física.
Afirmou notável artista: "Pelo que tenho observado, os homens casam de
preferência com as moças joviais, animadas, compreensivas e bem humoradas".
2ª) As jovens formosas têm muito menos probabilidade de êxito em seus
empregos, conforme estatística apresentada na Revista Seleções de dezembro
de 1950.
3ª) As jovens bonitas têm menos probabilidade de um casamento feliz.
Benjamin Franklin aconselhava os jovens a desposarem mulheres feias, porque
estas se esforçariam mais para se tornarem boas esposas. Estatísticas têm
demonstrado que as possibilidades de um matrimônio feliz e duradouro são para as
moças bonitas, 25 por cento abaixo da média. Um dos pontos básicos para a
felicidade no casamento é uma vontade profundamente arraigada de dar, de agradar e
a pessoa bonita, acostumada ao endeusamento não sabe cultivar estas virtudes.
D. Francisco Manuel de Melo, escritor clássico de Portugal, em seu conhecido
livro Carta de Guia de Casados afirma que estava indeciso se a beleza foi dada à
Sermão para toda ocasião 202
mulher como prêmio ou como castigo, mas depois de fazer várias ponderações
concluiu que a beleza é um castigo, porque a moça bonita, quase sempre é vaidosa,
cheia de si, importante aos próprios olhos, tornando-se assim antipática e
insuportável.
4ª) A moça bela tem menos possibilidade de ser virtuosa.
Galeão Coutinho em seu livro Dona Marcolina, assevera que a formosura e a
virtude dificilmente caminham juntas.
Bertrand Russell, grande filósofo e matemático inglês, no livro A Conquista da
Felicidade diz que as pessoas que não são bonitas, geralmente se tornam mais
bondosas, para conquistarem a afeição dos outros.
Há um provérbio que diz: "Quem tem mulher bonita e castelo em fronteira não
lhe falta canseira".
A mulher bonita para muitos esposos é um eterno pesadelo. Quem sabe alguns
de vocês estão pensando, isto depende da virtude ou do caráter da esposa.
Eu faço uma pergunta: Não acham que Sara era uma mulher virtuosa? Sim, mas
isto não impediu que Abraão perdesse o sono devido a beleza da sua distinta esposa.
5ª) A jovem desprovida de atrativos físicos é mais prendada e dedicada aos
trabalhos domésticos.
A bonita confia na beleza física para triunfar, a vida é fácil, todas as portas se
abrem com facilidade, ela não aprende a lutar, enquanto as desprovidas de formosura,
compensam com qualidades morais, os atributos efêmeros da fugidia beleza.
6ª) A pessoa que não é bonita, tem mais probabilidade de envelhecer com atrativos.
Sócrates denominava a beleza "uma tirania de curta duração".
Quando o precário reinado da beleza termina, o envelhecimento é mais triste,
porque é difícil enfrentar a realidade.
A diretora de uma organização feminina, relatou o seu assombro, ao comparecer
a uma reunião de ex-colegas de classe de há quarenta anos.
Disse: "As meninas que naquela época eu invejava pela beleza, são hoje velhas
mal arrumadas e cansadas, enquanto outras, das quais eu chegara a sentir pena pelo
seu aspecto, eram agora as mulheres mais interessantes, mais vivas e atrativas entre
todas".
7ª) A pessoa privilegiada com dotes físicos, quase sempre, é mais vaidosa,
orgulhosa, mas o pior são aquelas que se envaidecem pensando que são
bonitas, não o sendo.
Mas as desvantagens da beleza física são encontradas na própria Bíblia.
Há muitos exemplos, mas estes são suficientes para provar nossas declarações.
Ezequiel 28: 17 - "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste
a sabedoria por causa do teu resplendor".
Eis a beleza sendo desvantagem não apenas ao sexo feminino, mas até a um
anjo. Um dos fatores preponderantes para a queda e ruína de Lúcifer foi a sua beleza.
O orgulho de Lúcifer é apresentado na figura do rei de Tiro.
Davi cometeu grande pecado por causa da beleza de uma mulher.
II Samuel 11:2 - "E era esta mulher mui formosa à vista".
Urias pagou com a vida o haver-se casado com uma senhora formosa.
Sermão para toda ocasião 203
Sansão ficou embevecido por Dalila, uma da mais belas moças do vale de
Soreque, mas esta jovem foi a sua perdição.
Abraão, por casar-se com mulher de belíssima aparência, o hebraico diz que se
vê com prazer, vivia preocupado, chegando a mentir duas vezes. Gên. 12:11.
PREVER
PREPARAR-SE
Sermão para toda ocasião 206
Desnecessário se torna uma definição.
Há no excelente livro Ciência do Bom Viver esta frase lapidar:
"O cumprimento fiel dos deveres de hoje é a melhor preparação para as provas de
amanhã". Pág. 430.
Daí o preparar-se ser igualmente importante, pois não é suficiente prever o que
acontecerá, é preciso preparar-se, senão os melhores planos terminarão num malogro
completo.
Vós que estais no início do caminho da vida, não podeis desprezar as pequenas
oportunidades de preparar-vos para o futuro.
Para todos os misteres da vida é necessário uma preparação.
A própria natureza, como nos diz o Padre Manuel Bernardes, em seu livro Luz e
Calor, nos dá lições eloqüentes de conveniente preparação:
"As flores são preparação dos frutos, os vapores e as nuvens preparação das
chuvas, o sono de Adão preparação da formação de Eva e o nascimento de João Batista,
preparação da vinda de Cristo". Pág. 154.
Pessoas existem que não pensam no dia de amanhã, preferindo seguir o lema de
Horácio "carpe diem" – isto é, goza o momento presente.
Nada de importante nesta vida pode ser feito sem o devido preparo.
Se não fosse outro o nosso objetivo neste momento, poderíamos ainda alongar-
nos falando sobre a preparação espiritual, que tem muito mais valor do que a
intelectual.
Depois de prever e de preparar-se para a vida é preciso mais alguma coisa para
alcançar o nosso alvo, vindo então a terceira chave.
PERSEVERAR
PREVENIR
PRINCÍPIO
PONTUALIDADE
PERFEIÇÃO
A Simulação no Passado
A Simulação na Bíblia
A simulação não existe apenas entre os seres humanos, pois é muito comum
entre os animais. Os animais simulam na luta pela sobrevivência, dela colhendo
benefícios contra os inimigos ou contra o ambiente. Há animais que se disfarçam
mudando de cor, e outros que se ajuntam a objetos que têm a sua cor, confundindo-se
assim com eles. O exemplo clássico é o do camaleão, cuja cor se harmoniza com o
meio que o rodeia. Ele será mais terroso se permanecer entre a ramagem das árvores
e, mais esverdeado se permanecer entre a folhagem.
Tem-se observado que, em geral, a coloração branca é o tom predominante nos
animais que vivem nas zonas polares; o amarelo e o terroso são as cores próprias dos
habitantes do deserto; o verde domina nas selvas tropicais perpetuamente frondosas,
enquanto os animais noturnos são de cores escuras. Tem-se observado ainda, que os
ovos de inúmeros animais se adaptam perfeitamente à cor do meio onde são
depositados, tornando-se difícil descobri-los.
São numerosos os insetos que, em presença de seus inimigos simulam estarem
mortos ou se imobilizam para aproveitar sua semelhança com coisas inanimadas.
Outros animais simulam estar dormindo enquanto espreitam suas presas; o rato
costuma fingir-se de morto para escapar do gato; a raposa é célebre por seu
fingimento, tendo inspirado memorável livro de Goethe, e fábulas conhecidíssimas de
todos nós.
Muitos animais cobrem o corpo com folhas, flores, etc., ficando perfeitamente
dissimulados sob o disfarce; para evitar o ataque dos seus adversários. Alguns se cobrem
com outros animais não comestíveis, para se livrarem dos inimigos. Esse caso é análogo
ao de alguns índios americanos, que costumam ocultar-se debaixo do ventre dos cavalos,
para não serem vistos pelos inimigos, quando empreendem ataques de surpresa.
A Simulação e as Mulheres
José Ingenieros declara que as mulheres são mais simuladoras que os homens, e
muitas vezes as lágrimas são usadas eficientemente para este fim. Há muitas que
simulam desmaios ou enfermidades para obterem qualquer vantagem.
Existem entre as mulheres caracteres consagrados pelos cânones artísticos, que
no conjunto constituem a beleza. Entre muitos outros bastará citar o frescor
juventude, a face rosada, o lábio vivo, a pupila brilhante como índices de beleza
feminina. As mulheres privadas destes caracteres, ou quando a natureza foi avara em
Sermão para toda ocasião 214
proporcionar-lhes estes atributos ou ainda quando a idade começa a apagá-los,
suprem-nos simulando com os vestidos, as pinturas e os mil enfeites que existem.
Quem já não viu solteironas de 40 anos fingirem ter 20. O tingir o cabelo e as
operações plásticas são exemplos eloqüentes deste processo de enganar os
semelhantes.
Conclusão
Que é personalidade?
É a maneira da pessoa se comportar, a sua atitude ao enfrentar as diferentes
situações da vida, bem como o seu relacionamento com outras pessoas.
Renato Kehl a definiu assim: Conjunto de atributos que caracterizam,
psicologicamente, um indivíduo.
Se isto é personalidade o que seria uma boa personalidade? Tentemos uma
definição.
É a qualidade que algumas pessoas possuem de influírem positivamente sobre
outras, de serem apreciadas, de terem tal comportamento que as outras se sintam bem
em sua companhia.
Sendo que nossa escola visa uma educação ampla e completa, esta deve incluir
uma personalidade atraente, simpática.
No livro Educação, página 13, encontramos este profundo conceito, do
relevante papel da escola, na preparação de nossos jovens:
"A verdadeira educação significa mais do que a prossecução de certo curso de
estudos... Ela visa o ser todo, e todo o período da existência possível ao homem. É o
desenvolvimento harmônico das faculdades físicas, intelectuais e espirituais".
Desta afirmação concluímos: Uma educação completa, abrange o
desenvolvimento de uma personalidade agradável. Esta educação foi a que teve o
nosso Salvador, como lemos em Lucas 2:52 - "E crescia Jesus em sabedoria, estatura
e graça, diante de Deus e dos homens". Cristo foi a personalidade mais atraente que já
pisou nesta Terra.
Você já parou, prezado jovem, para pensar como é a sua personalidade? Já fez
uma auto-análise para procurar melhorá-la?
É você atraído ou repelido pelas pessoas com as quais entra em contato?
Ao nos relacionarmos com algumas pessoas, quando nos tornamos mais íntimos,
elas nos confidenciam: - "Eu sou assim mesmo, não posso mudar a minha
personalidade".
Será verdadeira esta afirmação de que a personalidade é inata, já vem do berço?
Vejamos o que nos diz o autorizado médico e psicólogo Dr. H. C. Link: "A
personalidade não é determinada pela hereditariedade. Ela pode ser adquirida e
desenvolvida por qualquer ser humano, dependendo de sua iniciativa e força de
vontade".
Tenho aqui sintetizados, 18 princípios, que praticados o ajudarão, amigo jovem,
a formar uma personalidade agradável e magnética.
1º) Procure ser mais extrovertido do que introvertido.
Tome parte ativa em múltiplos empreendimentos da vida social. Aceite convites
para participar em piqueniques, competições atléticas, reuniões sociais (entre nós
tome parte nas classes progressivas, na sociedade dos jovens, pare alguns instantes
para conversar com os amigos e com os colegas).
Assista a formaturas, recitais, festas de aniversários, casamentos, faça visitas a
amigos, parentes.
2º) Pense mais nos outros do que em você mesmo.
Sermão para toda ocasião 217
Jorge W. Child, grande filantropo, costumava dizer:
"Aprenda a pensar nos outros, antes de pensar em você e terá muitos amigos". É
impossível a um egoísta ter agradável personalidade.
Alberto Schweitzer, falando a um grupo de estudantes, assim se expressou: "Não
sei qual será o destino de vocês, mas uma coisa sei, os únicos que serão
verdadeiramente felizes, são os que tiverem buscado e descoberto a maneira de
servir".
Gabriela Mistral disse: "Há a alegria de ser sincero e ser justo: há, porém, mais
do que isto a imensa alegria de servir".
O Dr. Henry C. Link nos apresenta o seguinte pensamento: "Personalidade é o
grau exato de interesse que determinada pessoa desperta em sua capacidade de servir
aos outros".
3º) Tenha um conceito humilde de você e de suas possibilidades.
Fale pouco de suas qualidades e virtudes.
Émerson dizia: "Todo homem que encontro é superior a mim em alguma coisa.
E neste particular eu aprendo dele".
Quanto mais o homem se aproxima de Deus, menos se sente disposto a exaltar-
se.
4º) Não use palavras duras e ofensivas, mas expressões polidas e amáveis.
5º) Desenvolva o espírito de perdão e de tolerância para com as faltas alheias.
Quero ler uma carta que ilustra bem este espírito cultivado por almas generosas,
dignas e cristãs.
No dia 12 de outubro de 1968 foi cruelmente assassinado aqui em São Paulo, o
jovem capitão americano Charles Chandler, estudante estagiário na Universidade de
São Paulo. Qual a causa de sua eliminação? Foi um protesto contra a guerra do
Vietnã.
O estudante brasileiro, William Schisler Filho, fazendo um curso de
especialização nos Estados Unidos, ao ter notícia deste desagradável acontecimento,
sentiu o desejo de transmitir aos pais do capitão a tristeza de ver ato tão covarde
associado ao nome do Brasil. Escreveu-lhes dizendo, que se conhecessem os
verdadeiros brasileiros, haveriam de ver o quanto aquele ato se distanciou do espírito
generoso de nosso povo, que sabe protestar sem matar.
Recebeu de volta uma outra carta e é nesta que eu encontro um espírito
excelente.
"O senhor erra em pensar que por causa da morte de nosso filho, guardamos em
nosso coração rancor contra o Brasil e seu povo. Só temos compaixão pelas almas
doentias que praticaram tão covarde gesto. Nosso coração está tão cheio de orações e
preces a favor dos dois assassinos de nosso filho, que não há lugar nele para ódio a
quem quer que seja. Acontece, prezado senhor, que somos cristãos e amamos a todas as
criaturas de Deus. O nosso filho, como filho de Deus, procurou, da maneira como soube,
fazer do mundo um lugar melhor em que se viver. Sempre agiu com o desejo de produzir
algum bem na vida dos que seriam atingidos por seus atos.
"Rogamos que o senhor venha unir suas preces às nossas, por todos os que
praticam violência e são vítimas da violência neste mundo. Há tanto ódio entre os homens
hoje; precisamos substituí-lo pelo amor".
Sermão para toda ocasião 218
Jo Allen e Robbie Chandler, pais do capitão Charles Rodney Chandler.
Louisiana.
6º) Revele gosto e equilíbrio no porte e atitudes.
Traje-se com gosto, mas sem extravagâncias. Não se esqueça de que a aparência
exterior influi, positiva ou negativamente sobre as pessoas com quem entramos em
contato.
7º) Esforce-se para que a cortesia seja parte integrante de sua personalidade.
Lembre-se sempre do provérbio inglês: "As boas maneiras e o bom traje abrem
todas as portas".
8º) Encare com serenidade as situações desfavoráveis da vida. Tenha maturidade.
Não é fácil tal comportamento, mas é possível, porque a história está repleta de
exemplos comprovativos desta virtude. O conselho do sábio Salomão em Prov. 16:32
é: "Domine o seu espírito".
Você não pode perder a calma e até chegar a cometer desatinos diante dos
problemas da vida diária, como fazem algumas pessoas.
9º) Tenha palavras de estímulo e incentivo para todos, louvando mesmo as pessoas
que se desincumbiram a contento de suas responsabilidades.
10º) Não se ofenda com brincadeiras, mesmo a respeito da sua pessoa. Conserve sua
alegria, mesmo quando criticado.
Mantenha um temperamento equilibrado. O temperamento é como que o fundo
da personalidade.
11º) Seja uma pessoa despida de preconceitos raciais, religiosos, políticos, ou de
classe.
Vivemos numa época de ódios, rancores e preconceitos. Como deve ser o nosso
comportamento nesta sociedade? Equilibrado e compreensivo.
12º) Assuma a responsabilidade de seus erros.
Não culpe os outros pelo seu mau procedimento.
13º) Procure ser amigo de todos, mesmo que não tenha muita simpatia por eles.
É difícil, mas vale a pena tentar e a medida que for conseguindo este objetivo,
sua personalidade estará melhorando.
14º) Sempre que possível coopere com os demais.
Conserve um espírito de harmonia. Procure sempre compreender os outros.
Procure descobrir por que ele age desta maneira?
15º) Mantenha-se animado, confiante em Deus, otimista, mesmo que as coisas não
corram como almejava.
16º) Saiba perder alegremente ao tomar parte em competições esportivas.
17º) Seja comedido em suas palavras.
Não exagere ao relatar incidentes da vida. Saiba quando é útil falar e quando é
conveniente calar. Ouça atentamente aquilo que os outros têm a lhe dizer.
18º) Dê à religião um lugar importante em sua vida.
Leia com interesse a Bíblia para pautar sua vida pelos seus nobres e elevados
ensinamentos.
O Dr. Henry Link, psicólogo que entrevistou mais de três mil pessoas, com
problemas de personalidade, em seu livro O Retorno à Religião, afirmou: "Não há
Sermão para toda ocasião 219
substituto para a Religião". Em outra parte ele nos declara: "O mais grandioso e mais
autêntico livro sobre personalidade é ainda a Bíblia".
O grande filósofo Kant, já dissera há muito tempo, que um lema tem uma
importância extraordinária na vida do homem. Eis as suas palavras:
"Todo ato de vontade é o produto de um lema expresso ou subentendido,
consciente ou inconsciente".
Sermão para toda ocasião 222
1º) José.
Este valoroso jovem hebreu, respondeu com um sonoro "não", quando a
tentadora esposa de Potifar o abordou com blandícias. Nenhuma outra palavra o teria
salvo desta perigosa situação.
2º) Davi.
Quando seus servos o aconselharam a que matasse Saul, ele respondeu: "Não
estenderei a mão contra o meu senhor, pois é ungido de Deus". I Sam. 24:10.
3º) Daniel e seus companheiros na corte babilônica.
O "não" de Daniel ao convite para participar do alimento do rei tornou-se um
exemplo clássico de convicção.
Daniel também disse não à imposição dos sátrapas e presidentes do rei Dario.
Sermão para toda ocasião 229
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram decididos em dizer não para o rei
Nabucodonosor. "Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem
adoraremos a imagem de ouro que levantaste." Dan. 3:18.
4º) Vasti recusou apresentar-se perante uma multidão de bêbados. Ela foi decidida
ao dizer não ao rei Assuero, embora essa sua decisão lhe custasse a perda da
realeza. Ester 1:17.
5º) Neemias.
Os inimigos de Neemias conspiraram procurando intimidá-lo, para que ele não
prosseguisse na reedificação dos muros, mas ele tinha uma firme decisão de continuar
com todo o entusiasmo, por isso deu esta resposta:
"Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo grande obra, de modo que não
poderei descer..." Neem. 6:3.
6º) Cristo nas tentações.
O nosso Salvador disse não às insinuações de Satanás para que lhe fizesse a
vontade. Mat. 4:7 diz: "Não tentarás o Senhor teu Deus".
7º) Einstein.
Como todo o homem ilustre este cientista recebia milhares de cartas.
Uma companhia cinematográfica ofereceu-lhe um cheque em branco, para que
ele estabelecesse a quantia por quanto se sujeitava a aparecer por alguns minutos num
filme.
Grande indústria de automóveis ofereceu-lhe um carro no valor de 25 mil
dólares, apenas para que se deixasse fotografar ao lado dele com uma legenda mais
ou menos assim: "É meu e o uso todos os dias".
Além desses dois casos, há centenas de outros, aos quais a resposta do criador da
teoria da relatividade sempre foi "não".
8º) Charles Lindbergh.
Aviador norte-americano, que em 1927 ganhou um prêmio de 25.000 dólares,
por ter sido o primeiro aviador a voar entre Nova Iorque e Paris, sem escalas.
"Fazendo esta viagem em seu avião O Espírito de S. Luís em 33 h e 30 minutos,
ele imediatamente se tornou um herói mundial. Recebeu cerca de três milhões de
cartas de felicitações, e duzentos e cinqüenta mil cabogramas e telegramas. Ofertas
de negócios num total de seis milhões de dólares lhe foram feitas. Seus presentes, que
foram necessários três blindados para transportar, incluíam um avião-miniatura de
diamante, distintivos e medalhas, cruzes, taças, variedades de condecorações. A
maior festa pública até então realizada na cidade de Nova Iorque, foi dada em sua
honra". M.M. 23/01/1966.
Uma companhia de cigarros ofereceu-lhe milhões de dólares para que ele
declarasse que durante a viagem havia fumado tal marca de cigarro. A proposta era
tentadora, mas Lindbergh não fumava e firmemente declarou: "Não posso fazê-lo
porque isto seria uma grande mentira."
Era também abstêmio e em todos os banquetes que lhe ofereciam, ele declarava
firmemente que não tomava bebidas alcoólicas.
Quando os nossos jovens são convidados para o cinema, baile e outras festas
duvidosas qual tem sido sua atitude? Sabem eles com firmeza e polidez dizer não?
Sermão para toda ocasião 230
Infelizmente, há também muitos exemplos de pessoas, que foram incapazes de
dizer "não".
Eva devia ter dito não ã serpente quando sugeria que ela comesse da árvore da
ciência do bem e do mal. A incapacidade de dizer "não" foi o pecado original de
Adão.
Se Sansão, Salomão, Saul, Judas e muitos outros personagens bíblicos tão-
somente tivessem aprendido a dizer "não" eles ter-se-iam livrado de incontáveis
aflições.
A nossa oração devia ser esta:
Senhor, no momento da tentação, concede-me a fortaleza de propor-me a dizer
"não", e dizê-lo sem hesitação nem reserva.
Não
Jônatas Braga
Aquele que quer ser bem sucedido precisa saber responder adequadamente a
estas perguntas: Que devo fazer para triunfar? Que vou fazer na vida ou o que serei
no futuro? É necessário, sem dúvida, consultar a vocação.
Como saber se a pessoa tem dom para esta ou aquela profissão? Através da
orientação educacional, com seus testes vocacionais, podemos consultar nossos
gostos e tendências. Há sempre pessoas capacitadas que nos poderão orientar.
Artur W. Spalding escreveu:
"Desejo, porém, chamar a atenção dos pais ao fato de serem eles, em grande parte,
responsáveis pela escolha da carreira de seus filhos. Os pais não devem querer forçar os
filhos em moldes predeterminados. Eu poderia desejar muito que meu filho seguisse
minha carreira de professor mas, se ele prefere ser médico, e mostra aptidões para essa
profissão, cumpre-me animá-lo nesse sentido. Os pais devem por tal forma perceber a
inclinação do espírito dos filhos e suas aptidões que lhes possam fazer sugestões e
aconselhá-los quanto a sua carreira. E devem também proporcionar-lhes certo preparo e
experiência nas atividades práticas da vida, que lhes dêem alguma base para se tornarem
cidadãos úteis, aptos a servir à Pátria e aos semelhantes em suas necessidades.
"É lamentável ver pais que adquiriram certa fortuna, manterem em ociosidade seus
filhos já crescidos, numa vida sem objetivo, instruindo-se, talvez, mas nada fazendo para
se ajudarem a si mesmos, ou tornarem-se eficientes em algum ramo de atividade prática.
Mesmo olhando-se ao lado econômico, quem poderá garantir que esses filhos tenham
sempre recursos? A fortuna dos pais poderá dissipar-se antes de poder ser fruída pelos
filhos, ou ser desbaratada pela incapacidade dos mesmos.
"Uma moça que não foi ensinada nas artes domésticas, ou em qualquer maneira de
ganhar a subsistência, poderá tornar-se a esposa de um homem pobre, ou nunca vir a
casar-se, tendo de prover o próprio sustento. Um rapaz habituado ao luxo, e incapaz de
fazer algo de valor, será fraco e desprezado entre seus companheiros. Qualquer filho
assim criado está-se encaminhando para a ruína". – O Atalaia, Dez. de 1968, pág. 7.
É indispensável para que a pessoa se realize no trabalho, fazendo-o com
entusiasmo e dedicação que ela goste da atividade a que se dedica.
Quantas pessoas há, para quem o trabalho que não tem significação especial.
Lembramo-nos do desabafo patético de alguém que nos confiava: "Tornei-me médico
para agradar a meu pai; mas não exerço a profissão para não prejudicar a
humanidade".
Descoberta a vocação e escolhido o futuro trabalho, é preciso adquirir os
conhecimentos básicos, para o programa traçado que se deseja realizar.
Há muitos requisitos, que devem ser cumpridos pelo jovem, para alcançar o alvo
proposto, mas creio que os três essenciais seriam estes: estudo, esforço e
perseverança. É bom ter um alvo elevado, mas este pouco valerá se não houver
perseverança para alcançá-lo.
Oswaldo Cruz, notável médico e destacado cientista brasileiro, adotou como
lema em sua vida a seguinte frase: "Não esmorecer para não desmerecer".
Impulsionado por esta frase conseguiu extinguir a insidiosa febre amarela que
assolava o Rio de Janeiro.
É fundamental para que o jovem seja vitorioso, traçado um programa, que ele o
cumpra inteiramente. Deve-se evitar as muitas solicitações da vida que tendem a
afastar do caminho a palmilhar. Aqueles que se estão preparando para o futuro devem
Sermão para toda ocasião 232
estar conscientes de que não é possível servir a dois senhores ao mesmo tempo. O
estudante deve canalizar todas as suas forças para atingir o objetivo previsto.
Um dos homens mais bem sucedidos, na América do Norte, declarou que seu
sucesso foi devido a um credo, que sua esposa escreveu, quando se casaram, e que
ele, após assinar, manteve sempre em cima de sua escrivaninha.
O credo declarava:
"Creio em mim mesmo. Creio nos que trabalham comigo. Creio nos meus amigos e
em minha família. Creio que Deus Te emprestará tudo que necessito para triunfar,
contanto que eu me esforce para vencer por meios honestos. Creio na oração e nunca
fecharei os olhos para dormir, sem agradecer a Deus e pedir a sua divina orientação, a
fim de ser paciente com os outros e tolerante com os que não crêem como eu. Creio que
o triunfo é resultado de esforço inteligente e não depende de sorte, de companheiros ou
de meu chefe. Creio que tirarei da vida exatamente o que nela colocar e assim tratarei os
outros como quero que me tratem. Prestarei o melhor serviço de que for capaz, porque
jurei a mim mesmo vencer na vida e sei que o triunfo é sempre resultado de esforço
consciente e eficaz".
A vitória é o resultado de uma multiplicidade de fatores, sendo talvez o principal
deles o exato cumprimento do dever.
Robertson, de Brighton, declarou a respeito do dever o seguinte:
"Não basta que o homem preserve a sua vida, não basta que ele chegue à glória, é
preciso que cumpra com o seu dever".
Cristo, antes de seu ministério público, no lar, cumpria a rigor todas as
obrigações de criança, de adolescente e de jovem. Mais tarde em Seu ministério
sagrado, tudo fazia baseado no sentimento do dever para com Deus e para com os
homens, como nos atesta o relato sagrado.
Rui Barbosa, o expoente máximo da intelectualidade brasileira, apesar de sua
inteligência privilegiada, pouco teria alcançado, não fosse seu esforço e perseverança
nos estudos, como ele mesmo nos afirma em vários passos de sua notável obra. Eis
um de seus conselhos aos jovens:
Sermão para toda ocasião 233
"É a assiduidade na educação metódica e sistemática de nós mesmos o que
descobre as grandes vocações e amadurece os grandes escritores, os grandes artistas,
os grandes inventores, os grandes homens de estado".
Esta declaração nos faz compreender a frase atribuída a Thomas Edison: "O
gênio é 99% de transpiração e 1% de inspiração".
O êxito tem um preço elevado como vemos nos pensamentos seguintes:
O Preço do Êxito
A Mudança do Nome
Nomes Curiosos
Número Um
Sermão para toda ocasião 245
Do número um latino temos em português uno, unidade, único, unir, reunir,
algum, nenhum, etc. Não necessitamos explicar estas formas porque são do
conhecimento de todos nós.
Número Dois
Número Três
O número três deu origem a tribo, que era a terça parte do povo romano. E daí
nasceu tributo, a parte do imposto que recai na tribo. Tribuno era o diretor da tribo.
O comício da tribo era feito na tribuna, donde vem também tribunal.
Com o tributo veio o verbo atribuir, que era dar o que parecia justo ou pagar o
tributo justamente.
As sacerdotisas gregas profetizavam sobre o trípode (um estrado de três pés), e
como auguravam males futuros diziam que tripudiavam sobre as desgraças humanas.
Triunfo – era um grito e aclamação tríplice ao deus Baco. Depois passou a
designar a honra que se concedia aos generais que alcançavam grandes vitórias.
Triságio – Hino religioso que começa com as palavras latinas Sanctus, Sanctus,
Sanctus. Triságio significa em grego três santos.
Há muitas outras palavras em português onde aparece o elemento tri, basta
pensar em: tricolor, tricromia, triciclo, triângulo, tríade, tridátilo.
Número Quatro
Número Cinco
Número Seis
Sermão para toda ocasião 247
Depois de cinco, os números apresentam menos derivados interessantes; dizem
os pesquisadores que talvez a razão seja esta: os povos primitivos dificilmente
contariam além de cinco, que representa a mão.
Sesmaria era a sexta parte da terra dada para ser cultivada.
Derivação curiosa apresenta a palavra sesta – hora de descanso, depois do
almoço. Na contagem das horas, a começar do nascer do sol, como é usada na Bíblia
a hora sexta era a do meio dia.
O verbo assestar = apontar, dirigir, tem sua origem em seis, porque vem da sexta
parte do círculo.
O vocábulo bissexto, que significa o dia que de quatro em quatro anos se
acrescenta ao mês de fevereiro, é proveniente do calendário Juliano. Recebeu este
nome por ser o segundo sexto dia que se intercala a 25 de fevereiro, antes das
calendas de março.
Os latinos usavam o processo de chamar os dias de calendas, de onde nos vem a
palavra calendário – Calendas e calendário são provenientes do verbo grego caleo –
chamar.
Será também útil o conhecimento desta expressão. "Ad Kalendas Gregas" – Para
as calendas gregas. Assim dizer: Vamos deixar isto para as calendas gregas, é o
mesmo que dizer para o dia de São Nunca, desde que os gregos nunca tiveram essa
divisão do tempo, que era usada pelos romanos.
Número Sete
Número Oito
Número Nove
Número Dez
Dez culmina com o sistema de contar pelos dedos. De dez temos dezembro,
décimo mês do antigo calendário romano. Da mesma maneira que os nomes
Sermão para toda ocasião 248
setembro, outubro e novembro referem-se ao sétimo, oitavo e nono mês. No antigo
calendário romano o ano começava em março.
Derivado de dez temos também Décio, que era o décimo filho. Evidentemente o
nome perdeu a sua significação etimológica, já que pouquíssimos Décios seriam o
décimo filho.
O nosso termo tão questionado – dinheiro – também é proveniente de dez, ou
melhor de denário que era dez vezes a unidade ínfima, o as. As, em latim, era a
unidade que servia de termo de comparação para as moedas.
Decano – em latim era o suboficial que comandava dez soldados. O mais velho
entre dez frades. Hoje o membro mais velho em qualquer corporação civil ou
religiosa.
Cem
Conto
Há alguns anos quando a base para o nosso dinheiro era o mil réis, muito se
falava no conto, que era mil vezes mil réis. Muitas vezes pensei: por que recebia o
nome de conto de réis? Conto vem de cômputo – número. Conto era um milhão de
réis.
O padre Manuel Bernardes escreveu que a biblioteca de Alexandria possuía
mais de um conto de livros, isto é, um milhão de livros. Ou quem sabe também mais
de um livro de contos.
Na administração portuguesa havia a casa dos contos, equivalente em nossos
dias ao tesouro. Em Ouro Preto, até hoje, ainda é conhecida a Casa dos tontos, onde
Cláudio Manuel da Costa se enforcou.
Zero
A palavra zero vem do árabe, pois sabemos que eles foram grandes cultores da
matemática. Embora a palavra seja árabe, a representação vem dos gregos.
Nas Tábuas de Ptolomeu, a letra 0 representava a ausência de qualquer valor, e
foi tirada da primeira letra da palavra grega = ouden, que significa
nada.
Pela exposição feita até aqui se pode ver quanta curiosidade há em alguns
números.
Sermão para toda ocasião 249
Nota : Este tema foi sugerido, em sua maior parte, pelo interessante e útil livro
"Curiosidades Verbais" de João Ribeiro, e apresentado na Semana de Português, em
setembro de 1964 no 1.A.E.
Sermão para toda ocasião 250
O NÚMERO 6, o 7 e o 666
1 32 34 3 35 6
30 8 27 28 11 7
20 24 15 16 13 23
19 17 21 22 18 14
10 26 12 9 29 25
31 4 2 33 5 36
I – Latinos
1 ) "Vicarius Filii Dei" (Vigário do Filho de Deus).
Este nome aparece na Constituição da Igreja Católica Romana - Decrecut
Cratiani, Prima Pars, Distinctio XCVI, "Beatus Petrus in terris Vicarius Filii Dei
videtur Constitutus".
Este título, hoje, não é usado na tríplice coroa do Papa, mas crêem os estudiosos
que deve ter sido usado em algum tempo no passado. O importante é que ele se
encontra no cânon da lei.
2) "Vicarius Generalis Dei in Terris" (Vigário Geral de Deus na Terra).
Título assumido pelo Papa de Roma, no Concílio de Trento - 1543 a 1563 A.D.
Este Concílio restaurou os dogmas da Igreja Católica Romana e condenou o
protestantismo.
"Horae Apocalipticae" de Elliott, nota sobre Apocalipse 13:18.
3) Dux Cleri - condutor do Clero.
Título assumido pelo Papa, que pretende ser a cabeça de todos os ministros de
Cristo.
4) Dic Lux - anuncia ou proclama a luz.
5) Ordinarius Ovilis Pastor - Pastor do aprisco comum.
Cada uma destas 5 frases em latim somam 666.
Todas elas são blasfêmias porque usurpam, em cada caso, as prerrogativas do
Espírito Santo, verdadeiro representante de Cristo na Terra. S. João 14:16, 17, 26;
15:26; 16:7-16.
II – Gregos
6) v (Lateinos) "O homem que fala latim".
Observando o papado, notaremos uma peculiaridade, enquanto as línguas
sagradas da Bíblia são o hebraico e o grego, o Papa quando fala, ex-catedra, sempre o
faz em latim; os serviços religiosos, até há pouco tempo, eram todos em latim. Sua
Bíblia é a "Vulgata", ou seja a versão latina das Sagradas Escrituras, que a Igreja
Católica considera como autoridade infalível na Crítica Textual, em vez do grego e
do hebraico. Lateinos nas letras gregas eqüivale a 666.
Sermão para toda ocasião 252
7) (He Latine Basileia). "O reino
latino". Desde janeiro de 754 A.D., quando Pepino conferiu ao Papa Estêvão II a
primeira doação dos Estados Papais, o Pontífice Romano sempre tem pretendido ser
um rei temporal. Ele foi privado desse privilégio em 20 de setembro de 1870, por
Vítor Emanuel II, e sua morada limitada ao Vaticano, como um prisioneiro de si
mesmo. Em 12 de fevereiro, de 1929, Mussolini restaurou-lhe algumas partes de seus
antigos domínios. Desde então, o Sumo Pontífice, é outra vez "rei". Esta expressão
também perfaz o número 666.
Os nomes de 400 outros têm sido provados em grego, porém, nenhum deles
completa o número 666.
8) (Ekklesia Italiká). "Igreja da
Itália". A Igreja Católica Romana é a Igreja Nacional da Itália, como a Episcopal o é
da Inglaterra. Igreja da Itália em grego é igual a 666 (5, 20, 20, 30, 8, 200, 10, 1, 10,
300, 1, 30, 10, 20, 1 = 666).
9) v (Papeiskós) "Papista". Cada um que aceita o
Pontificado do Papa de Roma é um "Papista". É muito significativo que a palavra
grega "Papista" também dá 666. As somas de outros nomes têm sido provadas, tais
como Batista, Adventista, Metodista, etc., mas nenhum destes perfaz o número 666,
salvo a palavra " Papeiskós" (80, 1, 80, 5, 10, 200, 20, 70, 200).
II – Hebraicos
10)(Romith) "Romana", ou seja a "filha de Roma". O
nome profético, favorito para a Igreja Judaica, foi a "Filha de Jerusalém" ou a "Filha
de Sião". A Bíblia fala também da "Filha de Babilônia", a "Filha do Egito", etc.;
porém, nenhum deles, ou qualquer outra soma de nomes que têm sido examinados em
hebraico, perfaz o número 666, salvo Romith. (Resh eqüivale a 200, vav a 6, men 40,
iod 10, 10, tau a 400. Soma 666).
11) (Romithi)
"Romano", ou "Filho de Roma", em face do elemento central no Papismo ser um
homem – o Papa de Roma. É significativo o fato de que a forma masculina da palavra
"Romithi", indicando em si mesma o Sumo Pontífice, resulte no número 666.
Nota: Ninguém poderá encontrar outro poder, cujos vários nomes em hebraico,
grego e latim dêem o total de 666, como a soma dos valores numéricos das letras
separadas. Porém, o Papado como foi visto nestas 11 frases, está selado com este
número profético.
É ainda bastante significativo, o fato do número do poder papal, ser semelhante
ao número sagrado dado antigamente ao "deus sol". A conclusão lógica a que
chegamos, é que o Papado é o antiga adoração pagã do sol, disfarçado no Poder
Supremo do Cristianismo.
Vale a pena notar ainda, que domingo (Sunday, em inglês, e Sontag, em alemão)
era o dia pagão do sol, recebendo seu lugar na Igreja Cristã, como um usurpador do
sábado do Senhor. Apocalipse14:9-12; 15:2; 16:2.
Antes de concluir esta parte, seria bom saber, que outros nomes têm sido
propostos em hebraico, grego e latim para chegar ao número 666. Em todos os casos,
Sermão para toda ocasião 253
o arranjo tem sido feito de maneira astuciosa, com as letras destas três línguas, a fim
de produzir o requerido número 666.
Dentre estes nomes destacam-se: Nero, Martinho Lutero, Mahomé, Napoleão,
Bismarck, Kaiser, Mussolini, Hitler e Ellen Gould White.
Há uma frase, bastante usada entre nós, que declara ser o sete o número da
perfeição.
Em seis dias fez o Senhor os céus, a Terra, o Mar e todas as coisas, e vendo que
a sua obra era perfeita, Ele descansou no sétimo dia.
Na Bíblia, este número, tem uma preponderância digna de destaque, aparecendo
nada menos de 735 vezes.
No livro do Professor Christian Chen, já anteriormente citado, pág. 83, ele
afirma:
"Sete é o número da perfeição, geralmente com ênfase espiritual. Em hebraico a
palavra "sete" é "Chevah". Vem da raiz "Sabah", ser cheio ou satisfeito, ter bastante.
Portanto, o significado da palavra "sete" é dominado por esta raiz, pois no sétimo dia,
Deus descansou do trabalho da Criação. Estava pleno e completo, e bom e perfeito.
Nada poderia ser acrescentado ou tirado dele sem prejudicá-lo. Sete vezes Deus fez o
comentário sobre suas obras, "É bom". Ele estava satisfeito e então descansou. É o
sete, portanto, que sela com perfeição e inteireza aquilo em relação ao qual é usado".
O Senhor disse em Gên. 4:15 – "Portanto qualquer matar a Caim, sete vezes será
castigado."
Sete anos Jacó serviu por Raquel. Gên. 29:18.
No Salmo 119, verso 164, lemos:
"Sete vezes no dia eu te louvo pela justiça dos teus juízos".
Em Prov. 24:16 há esta declaração:
"Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará".
Certo dia, Pedro querendo patentear a Jesus sua bondade pessoal disse: "Senhor,
até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?"
A lei mosaica determinava até sete vezes. Mas Cristo vai além e diz a Pedro: "Não te
digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete". S. Mateus 18:21, 22.
Iríamos muito longe se fôssemos estudar todas as referências bíblicas ao número
sete.
Sete animais limpos entraram na arca.
Sete anos foram os de fome e sete os de fartura.
Moisés recusou sete vezes quando foi chamado para livrar o povo de Deus.
Sete eram as bênçãos e sete as maldições no antigo Israel. Deut. 7 e 28.
Jesus chorou sete vezes, e sete foram as suas frases pronunciadas sobre o
madeiro.
O livro de Apocalipse, em seu primeiro capítulo, nos fala nas sete igrejas, que
significam as várias fases históricas da Igreja de Cristo. A Bíblia também nos fala das
sete estrelas, dos sete espíritos, dos sete candeeiros, dos sete anjos e dos sete selos.
Sermão para toda ocasião 254
Todos esses sete têm uma significação especial, revelam fases históricas da Igreja até
a segunda vinda de Cristo.
Sete são os dias da semana e esta contagem do tempo é a contagem perfeita,
porque foi estabelecida por Deus.
Sete são as notas do piano.
Sete as cores do arco-íris.
Sete as maravilhas do mundo.
Sete as colinas de Roma antiga.
Sete os sábios da Grécia. etc., etc.
Sermão para toda ocasião 255
DIFERENÇA ENTRE UMA ESPOSA E UMA ESPIGA
Futura Esposa
Quando eu te vejo, natural, sorrindo
Varrer a casa ou preparar a mesa,
Calma, na graça de teu porte lindo,
Como o porte ideal de uma princesa;
Quando eu te vejo os passos dirigindo
À nossa igreja, à qual te julgo presa,
E ali orar, com teu fervor infindo,
E a chama da fé mantendo acesa;
Quando eu te vejo a cuidar da roupa,
ou, na cozinha, os pratos preparando...
Aquele doce.. esta cheirosa sopa...
- Então, doce mulher, eu te bendigo,
E, sozinho, em minha alma vou pensando:
- Feliz do homem que casar contigo!
Futura Espiga
Quando eu te vejo, leviana e tonta,
Correr as ruas, decotada e rindo,
De mini-saia que a decência afronta,
Mandando olhares e outro olhar pedindo;
Quando eu te vejo, sem te dares conta
Amando a moda, e ao cinema indo,
Pintando as unhas de felina ponta,
E da cozinha, com pavor, fugindo;
Quando eu te vejo, ó cabecinha oca,
Calças compridas, botas, maneirando,
Cheia de gírias mundanais na boca;
- Vejo que Deus te fez para castigo,
E vou piedosamente lamentando:
- Ai do infeliz que se casar contigo!
Sermão para toda ocasião 256
CANAL 23
Esta poesia escondia, no entanto, uma perfídia. Era nada mais que um acróstico,
cujas letras iniciais de cada verso formavam a seguinte frase:
"O bobo do Rei faz anos".
O magnânimo D. Pedro II, não teve interesse em averiguar, para descobrir o
autor desta brincadeira de mau gosto.
Sermão para toda ocasião 258
DISCURSO SEM VERBOS
2 4 6 8 10 12
Digais Sabeis Diz Sabe Dirá Não sabe
Façais Podeis Faz Pode Fará Não deve
Acrediteis Ouvis Acredita Ouve Acreditará Não é
Gasteis Tendes Gasta Tem Gastará Não tem
Julgueis Vedes Julga Vê Julgará Não é
Não Tudo Porque Tudo Muitas O que
Quanto Aquele que Quanto Vezes
1 3 5 7 9 11
Regra áurea achada nas ruínas de Persépolis, cidade construída por Dario e
incendiada por Alexandre em 331 A.C., gravada numa pedra como símbolo.
Sermão para toda ocasião 260