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Resumo

NICOLAU DE CUSA

1. docta ignorância : a própria ignorância é um saber intelectual, intuição de que temos da nossa
incapacidade de conhecer o infinito. A ignorância é um tipo de saber.

2. coincidência dos opostos: no mundo as coisas mantêm uma relação de oposição: claro-escuro, ou
seja, de diferença com as demais coisas. Se todas essas coisas, se elevada ao infinito, deixariam de
existir, se coincidiriam no infinito.
Em Deus não há oposição.
Em Deus todas as oposições se coincidem.

3. Complicação x Explicação: todas as coisas se encontram complicadas em Deus, no infinito.


Deus está explicado nas coisas . Se manifesta se desdobrando nas coisas.
Se Deus está explicado nas coisas, ele está também contraído em cada uma delas.
?
A diferença entre círculo e polígono só deixa de existir no
infinito.

4. Teologia negativa: qualquer afirmação que se faça de Deus não é adequada, pois não há limitação.
Se eu digo que Deus é bom, há uma limitação. Deixo de lado o mal.
Não há como um conceito finito explicar um conceito infinito.

A – Ratio (entendimento) – conhece as coisas comparando o conhecido com desconhecido e com base
em semelhanças forma-se os conceitos.
O conhecimento se da por comparação. É um processo de medição, é mensurar, colocar proporção,
pq as coisas que conhecemos são semelhantes com as outras e não idênticas e por isso precisamos
compara-las.

B – Intelecto: Na busca pelo saber nos damos conta da nossa ignorância (não saber) por meio do
intelecto. O intelecto é capaz de tocar a unidade de todos os opostos no infinito. O entendimento
(ratio) só proporciona conhecimento aproximado das coisas. Idem para o intelecto, que
proporciona um toque de aproximação.

C- Docta Ignorância: o homem se encontra em estado de saber insapiente.

D – a unidade do mundo em sua multiplicidade funda-se em Deus (o infinito). O mundo é uma


multiplicidade de coisas finitas no qual todos os opostos são superados.
O infinito e finito são incomparáveis. São incomensuráveis. Assim, o nosso conhecimento é sempre
aproximado.

A coincidência dos opostos em Deus (coincidência opositória) é ilustrada por Nicolau por meio de
exemplo geométrico.
?

 Cada coisa é semelhante a si mesmo: conhecer vai se aproximar da verdade, mas não
completamente. Isso porque não é possível a identidade.
 Quanto mais se busca a verdade mais se dá conta de que alcançá-la é impossível.

ELOGIO DA DOUTA IGENORANCIA

Problemas:

 Até onde pode chegar o conhecimento humano?


 Pode-se analisar Deus em termos racionais?

Idéias principais:

1. Os grandes fenômenos naturais escapam ao conhecimento humano. Com maior razão escapa-nos a
infinidade de Deus.
2. toda apresentação de Deus é por definição inadequada
3. Deus é possibilidade pura para além de qualquer relação
4. A perfeição é para os homens uma idéia-limite
5. a mente compreende a sua essência e a sua incognosobilidade
6. a filosofia busca a verdade como um caçador persegue uma presa que lhe escapa sempre.

CONHECER É COLOCAR PROPORÇÃO

Problemas:

 Por meio de quais processos realiza-se conhecimento?


 Como podemos fazer avançar os nossos conhecimentos?

É estabelecer uma proporção entre o conhecido e o desconhecido, entre o que já se conhece e o que se
vai conhecer.
A mente humana jamais vai conhecer a verdade
Deus escapa a qualquer proporção humana.
Idéias principais:

1. conhecer é colocar em proporção aquilo que se quer conhecer com o que já se sabe;
2. o infinito escapa a qualquer tentativa de ser colocado em proporção
3. a matemática, que exprime a proporção, está na base dos conhecimentos humanos
4. muitos filósofos, refletindo sobre a quantidade de noções que escapam ao conhecimento
humano, reconheceram na ignorância o único conhecimento verdadeiro.
5. a sabedoria persegue a douta ignorância, ou seja, aquele quê se dá conta de ser ignorante.
6. é típico dos ignorantes acreditarem –se sábios
7. todos os esquemas cognitivos humanos tem caráter proporcional e relativo
8. a verdade absoluta, única e não relativa escapa a compreensão humana.
9. a mente é como um poligno dentro de circulo: mesmo expandido, não coincidirá com a
circunferência.

OS OPOSTOS SE COINCIDEM EM DEUS

Problemas:

 Se Deus é infinito pode ser conhecido?

Entre o infinito que é Deus e o finito que é o homem existe relação, mas incomensurabilidade

Idéias principais:

1. em nosso mundo tudo é relativo, em Deus tudo é infinito e absoluto


2. o infinito anula toda diversidade entre mínimo e maximo, entre afirmação e negação
3. portanto, Deus é máximo e mínimo; luz e escuridão, afirmação e negação. Em Deus, os
opostos se coincidem
MARCÍLIO FICINO

O HOMEM É CÓPULA MUNDI – o centro do universo

Problema:

 o que é a alma do homem?


 Qual é a posição do homem no universo?

O homem é o termo médio (cópula), o centro, uma entidade intermediaria na hierarquia da


criação , a meio caminho entre o animal e o anjo.

Idéias principais:

1. a alma tem uma natureza intermediaria


2. a alma é como um espelho da divindade
3. o lugar da alma é o terceiro degrau do ordenamento universal. Acima estão Deus e o
mundo angélico; embaixo a matéria e as qualidades físicas.
4. mesmo aderindo ao corpo a alma é imortal
5. pela sua natureza intermediaria a alma pode conhecer tudo
6. o homem é a maravilha das maravilhas mas tem os seus problemas
7. Eros é a força que impulsiona a alma para Deus, que dá vida e sentido às coisas que
estão no plano inferior
8. a natureza e as religiões são revelação de Deus
9. A alma é a copula mundi – estabelece a união dos mundos inferior e superior.

Hierarquia:
?
?Deus

Anjo

?
Alma

?
?Forma – qualidade das coisas

Matéria
 A alma é a ligação do homem entre os graus superior e inferior, o espiritual e o
espaço/temporal
 Deus e os anjos precisam do homem para relacionar com o resto da criação
 O homem é o compendio do universo – microcosmo
 O homem é o resumo do universo, o homem é um universo reduzido
 Eros: toda realidade é prepassada pelo amor. É o amor que faz o homem ser o elo de
elevar-se na escala do ser, unir-se com a divindade (um amor que eleva). Pra isso precisa
passar por uma purificação da alma
 Magia como forma de invocação das forças naturais para se elevar na escala dos seres. A
magia faz parte de uma única revelação que é o cristianismo
 A natureza é revelação de Deus. Tudo é revelação de Cristo com fim de elevar-se na
escala
 A alma tanto pode elevar-se quanto decair-se
 A alma tem que se elevar para não ficar presa as paixões
 O problema do homem é estar ligado aos dois mundos
 O destino do homem está nas mãos do próprio homem
 O homem também é uma espécie de Deus
 Há uma fusão do homem em Deus
 É a alma que faz a conexão entre as coisas
 É a alma que dá coesão do mundo superior e inferior, dá a ordem, o sentido; é o sujeito
que dá sentido as coisas, aos objetos. O sentido não está pronto. Depende da alma.
 Tudo que está no espaço temporal é transitório
PICO DE MIRANDOLA

O HOMEM É UM CAMALEAO

Problema:

 Em que consiste a superioridade do homem em relação as outras criaturas?

A doutrina do homem camaleão pela qual o homem não possui uma virtude especifica, mas
contem em si todas as qualidades de todos os outros seres viventes.

Idéias principais:

1. criando os seres do mundo, Deus deu uma qualidade especifica a cada um


2. no momento de criar o homem, todas as qualidades já haviam sido atribuídas
3. Deus conferiu ao homem uma pequena quantidade de todas as qualidades
4. o homem não possui nenhuma qualidade especifica
5. o homem pode tornar-se qualquer coisa
6. regeneração é o retorno a Deus. É esse retorno que regenera a alma. Ação virtuosa
respeitando a hierarquia dos seres
7. é o próprio homem que escolhe a sua natureza mineral, vegetal ou animal
8. ele tanto pode elevar-se quanto decair
9. o que torna o homem superior é o uso da razão. Ele é livre.
10. o que exclui a natureza do homem é a liberdade. Os animais tem de seguir as leis da
natureza.
ERASMO DE ROTERDÃ

A LOUCURA DE CRISTO E A DOS CRISTAOS:

Problema:

 em que consiste uma autenticamente cristã?


 Qual é o limite entre a loucura patológica e a estultice do conformista?

Nem sempre a irracionalidade é negativa e nem sempre as normas sociais são compatíveis
com uma vida autenticamente cristã.

Existem dois tipos de loucuras: a primeira é a dos poderosos, daqueles que reduzem o
cristianismo à observância dos ritos
O segundo tipo de loucura é a dos cientistas e dos aventureiros que desafiam o desconhecido
por amor ao conhecimento, é principalmente aquela dos verdadeiros cristãos, que
abandonam tudo e as vezes chegam mesmo a transgredir os costumes sociais para imitar a
loucura da cruz.

Idéias principais:

1. a loucura pode apresentar-se com um rosto feliz


2. a experiência da loucura pode ser fonte de regeneração
3. a escolha de Cristo de encarnar-se em um homem também poderia ser chamada de
loucura
4. Cristo escolheu a loucura da cruz e cercou-se de pobres de espírito
5. o ritualismo exasperado pode levar a uma forma de loucura
6. pode-se dizer que louca também é a vida dos profetas
7. Louca é uma vida verdadeiramente cristã
8. o desejo místico de renunciar ao corpo para viver uma pura espiritualidade pode levar a
loucura
9. a loucura patológica nasce quando a mente não está mais em sintonia com o corpo
10. mas, ao abandonar o corpo, a mente torna-se capaz de desempenho excepcional.
11. muitas formas de misticismo também poderiam ser consideradas loucura
12. freqüentemente, os sábios parece louco ao ignorante, como já argumentou Platão. Outras
vezes é o ignorante que parece louco ao sábio.
13. os critérios de juízo que estabelecem a norma e, portanto definem a loucura – são
vairaveis
14. existem homens voltados para a maternidade, outros voltados para a espiritualidade
15. a mente humana é ductil e dependente do estilo de vida do sujeito
16. quem está voltado para a espiritualidade se torna inapto para vida cotidiana
17. foge das paixões comuns
18. e nega ate mesmo os valores mais comuns e acreditados
19. qualquer aspecto da vida pode ser interpretado do ponto de vista material ou espiritual
20. o jejum, por exemplo, não deveria compreender somente privações corporais
21. por outro lado, um ritualismo desprovido de fé torna-se hipócrita.
22. o místico realiza uma sistemática depreciação do que é material. Por isso, é considerado
louco pelo homem do mundo.

 LIVRE ARBÍTRIO

 GRAÇA

 LOUCURA

A RESPONSABILIDADE ÉTICA PRESSUPOE O LIVRE ARBÍTRIO

Problema:

 O homem é eticamente predisposto ou a sua vontade é totalmente livre para escolher


entre o bem e o mal?
 Lutero tem razão quando sustenta a natural maldade do homem?

Se o homem pode pecar, deve estar moralmente livre e, portanto, deve poder exercer com
livre arbítrio a sua vontade.

Sem a ajuda divina o homem não pode chegar a se salvar com as suas únicas forças,
simplesmente agindo bem na sua vida terrena – se assim o fizesse, negaria a própria
necessidade da existência de Deus e reduziria o seu papel ao de um simples executor de
decisões tomadas por outros.

A graça divina é a primeira condição para a salvação, seguida pela liberdade do homem e
pelas suas obras meritórias.

Idéias principais
1. o homem não deve reivindicar com orgulho as boas ações realizadas mas tampouco
definir a si mesmo pior do que é
2. sem livre-arbitrio não existiria responsabilidade moral
3. em todo caso a vontade humana não é suficiente para a salvação
4. sem livre-arbítrio o homem seria eticamente determinado

Resumo caderno

 humanismo como nova forma de vida crista


 o homem é dotado por Deus de liberdade. Sem a liberdade não teria valor próprio; se o
homem não é livre não é responsável por aquilo que faz
 Erasmo defende a graça, que o homem precisa da graça para se salvar, mesmo sendo
livre. Os atos tem um valor do ponto de vista da salvação.
 As boas obras, não são necessariamente pefeitas
 O homem pode valer-se das boas obras para se salvar, em no entanto, tornar-se orgulhoso
 Se o homem consegue fazer boas obras isso se deve a Deus
 O livre arbítrio sem a graça não serve para nada já que o homem não pode salvar a si
mesmo
 O homem depende de Deus para se salvar
MARTINHO LUTERO

SOMENTE A FÉ, E NÃO AS OBRAS, CONDUZ À SALVAÇÃO

Problema:

 Se o homem pode pecar, não deve por isso ser moralmente livre?
 O homem, do ponto de vista ético, é de algum modo predisposto, ou a sua vontade é
totalmente livre para escolher entre o bem e o mal?
 Qual a importância das boas ações para a salvação da alma?

O homem se torna livre apenas quando se entrega a vontade de Deus. Não pode almejar ganhar o
paraíso somente colecionado boas obras

A boa atitude do bom cristão é a fé, na entrega total a Deus.

Idéias principais

1. liberdade e servidão coexistem na vida do cristão


2. o homem possui duas dimensões uma espiritual e uma corporal
3. a dimensão espiritual não é influenciada pela dimensão corporal e vice-versa
4. atos, obras e comportamentos não influem na espiritualidade
5. atos e comportamentos podem ser hipócritas
6. a inobservância dos ritos não prejudica a fé espiritual
7. somente a leitura do evangelho é eficaz
8. somente a fé conduz a salvação
9. acredita, e não operar, é a verdadeira qualidade essencial do cristão
10. os mandamentos salientam a nossa incapacidade de observá-los
11. o homem não pode salvar-se apenas com suas próprias forças
12. os mandamentos não são uma lista de obras que garantem a salvação. São advertências
para que o homem entenda sua própria inaptidão
13. as ações, mesmo meritórias, não produzem a salvação
14. a interioridade da fé torna o cristão livre
15. salvação somente pela fé não significa viver no ócio
16. o homem deve agir em a titulo gratuito, sem pretender que Deus lhe de a salvação eterna
pelo que fez durante a vida
17. as boas ações são somente o fruto de fé interior
18. o cristão deve ser livre interiormente, e servo exteriormente.

A VONTADE HUMANA É SERVA DE DEUS OU DE SATANÁS

Problema:

 de onde nasce a capacidade de fazer o bem?


 É fruto de uma livre vontade ou conseqüência da ajuda divina?
 O homem pode salvar-se sozinho, contando apenas com suas forças?

O homem é predisposto ao pecado


Somente uma visão pessimista do homem torna a ajuda de Deus indispensável ao homem.
Considerar o homem capaz de escolher livremente entre o bem e o mal significa afirmar que ele
poderia salvar-se somente com as suas forças sem determinante ajuda da graça divina.

Idéias principais:

1. a capacidade de fazer o bem não decorre da livre vontade do homem, mas somente de
uma ajuda divina
2. o homem é tendencialmente mau
3. mesmo quando o homem é obrigado pela força a agir bem, continua mau dentro de si
4. esta consideração basta para negar o livre arbítrio
5. somente a graça divina nos induz ao bem
6. o homem pode sair do mundo somente com o auxilio de Deus
7. o homem não pode opor-se ao mal (satanás) somente com suas forças
8. o homem deve escolher entre duas servidões: ou Deus ou satanás
9. não existe uma livre vontade do homem
10. a liberdade de deus e do homem excluem-se reciprocamente
11. o livre arbítrio é somente de Deus
12. por trás da idéia de livre arbítrio esconde-se a presunção humana

Resumo

Não há necessidade da igreja para se chegar até Deus


A salvação se dá exclusivamente pela fé
As boas obras não tem significado

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