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TEOLOGIA SISTEMÁTICA I

TEONTOLOGIA

PROF. DAVI ROBSON GOMES DE OLIVEIRA


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OLIVEIRA, Davi, Robson, Gomes, de® – Teologia Sistemática I, 18
páginas, , Teologia (F.04). Campo Grande-MS, 2020.

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NATUREZA DA TEOLOGIA – ESTUDO DAS DOUTRINAS – CRENÇAS
FUNDAMENTAIS DA FÉ CRISTÃ.
 Teologia = doutrina - teologia como estudo da doutrina – declaração das crenças
mais fundamentais dos cristãos.
 São as respostas que todo cristão dá aquelas perguntas que todos os seres
humanos fazem.
 Doutrina lida com as verdades gerais ou atemporais de Deus e com o restante da
realidade.
VERDADES DA TEOLOGIA:
 Bíblicas
 Sistemáticas
 Contextuais
 Contemporâneas
 Práticas
A NECESSIDADE DA TEOLOGIA – DOUTRINA
 Crer corretamente é se relacionar corretamente com Deus.
 A verdade da fé e a experiência são iguais.
 Para confrontar as heresias
Abordagem negativa - a teologia aponta as falhas das heresias – refutação.
Abordagem positiva – aponta e ensina a verdade do cristianismo.
A TEOLOGIA COMO CIÊNCIA – O CRISTIANISMO PRECISA DE RAZÃO?
 Um objeto definido de estudo
 Um método para investigar o objeto
 Ter um observador – não ser investigado pelo sujeito da experiência.
 Coerência, unidade.
 Teologia como ciência humana
 É comunicável a razão
 Tem pontos em comum com outras disciplinas do saber
 Tem tópicos exclusivos
O PONTO DE PARTIDA DA TEOLOGIA:
04 FONTES:
1 – Natureza
2 – Tradição

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3 – As escrituras
4 – A experiência
MÉTODO DA TEOLOGIA:
1 – Coleta de materiais bíblicos.
2 – Unificação do material bíblico.
3 – A análise do significado dos ensinos bíblicos.
4 – O exame da história.
5 – A identificação da essência da doutrina.
6 – A iluminação por meio de fontes extra bíblicas.
7 – As expressões contemporâneas da doutrina
CONTEXTUALIZAÇÃO:
- Comprimento – buscar e re- expressar
- Largura – diferentes formas em diversas culturas
- Altura – expressa em níveis de complexidade ou simplicidade.
8 – Desenvolvimento de um tema central interpretativo
9 – Estratificação dos tópicos
OS ELEMENTOS PERMANENTES NO CRISTIANISMO
 O elemento institucional
 A experiência – imutável e duradoura
 A ética – certas ações, estilo de vida.
 A doutrina.
A NATUREZA DA ATUALIZAÇAO
- Mudar a forma, mas não o conteúdo.
OS CRITÉRIOS DE PERMANÊNCIA DA DOUTRINA
 Presença em várias culturas.
 A aplicação universal.
 Um fator reconhecidamente permanente por base.
 Ligação indissolúvel com a experiência.
 Posição final dentro da revelação progressiva.

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TEONTOLOGIA – A DOUTRINA DE DEUS

Ponto central – fornece a estrutura de onde se constrói a teologia.


1 – IMANÊNCIA:
 Relação de Deus com a criação.
 Tensão cristã inseparável.
 Presença e ação de Deus. Deus age por meios naturais.
 Independe da fé pessoal.
2. TRANSCEDÊNCIA – Deus não é limitado pelos limites humanos.
IMPLICAÇÔES DA IMANÊNCIA E TRANSCENDÊNCIA:
a) Há algo acima da humanidade.
b) Deus não pode ser determinado plenamente pela mente humana.
c) Mas podemos obter algum conhecimento dele por meio da natureza.
d) Devemos ter apreço por todas as coisas criadas por Deus
e) Nossa salvação não é mérito ou conquista.
f) Sempre haverá distância entre Deus e o homem.
g) O relacionamento com deus parte da reverência.
A NATUREZA DOS ATRIBUTOS:
 Qualidades, não são atos revelados – atos podem ser vistos como papéis
funcionais de Deus.
 Propriedades – são funções (gerais), atividades (específicas) ou atos (mais
específicos).
 Atributos não partem da nossa compreensão.
 Atributos – partem da complexidade de Deus.
 Atributos – conjunto de qualidades de Deus.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATRIBUTOS
 Atributos morais – atributos de correção.
 Atributos naturais.

A GRANDEZA DE DEUS – ATRIBUTOS DE GRANDEZA

ESPIRITUALIDADE – ATRIBUTO DE GRANDEZA.


 Deus é indivisível.

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 Deus pode ser adorado em qualquer lugar.
 Deus não é destrutível.
 Deus é contra o culto a natureza.
VIDA – É UM DEUS VIVO
 A bíblia pressupõe a existência de Deus.
 Eterno – sem derivação de vida. Não depende do externo.
 Independência – o eternamente outro.
PERSONALIDADE
 Individual/ auto consciência/ sentimento/ escolhas.
 Deus não é abstrato.
 Deus tem relação conosco – ser recíproco/ não manipulável.
INFINITUDE – UM SER SEM LIMITES
- Não limitado ou ilimitável.
A) Espaço – onipresença – deus não tem uma localização.
B) Tempo – Deus é!
C) Conhecimento – transparência. Deus 1) sabe de tudo; 2) julga perfeitamente.
D) Poder – onipotência e controle. Deus é livre.
Deus faz tudo o que é digno do seu poder.
CONSTÂNCIA – DEUS É IMUTÁVEL
 Imutável.
 Não se confunde com imobilidade.

A BONDADE DE DEUS – QUALIDADE MORAL

QUALIDADE MORAIS:
PUREZA – Deus não participa do mal. Ele não tolera o mal. Não pode ser tentado.
 Santidade – singularidade/ pureza e bondade.
RETIDÃO – A LEI EXPRESSA SEU CARÁTER RETO.
- Deus é reto porque é coerente com a lei que revelou.
JUSTIÇA – DEUS EXIGE QUE A CRIAÇÃO SE ADEQUE A SUA LEI MORAL.
INTEGRIDADE – DEUS É VERDADEIRO: 1) GENUICIDADE; 2) VERACIDADE; 3)
FIDELIDADE.
1 Genuinidade – ser verdadeiro

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2 Veracidade – dizer a verdade
3 Fidelidade – provar-se verdadeiro
AMOR – DOAÇÃO.
Dimensões básicas do amor – 1) benevolência 2) graça 3) misericórdia 4) persistência.
 BENEVOLÊNCIA – Cuidado prático – Deus busca o bem estar da criação.
 GRAÇA – Deus não se baseia em méritos na sua relação com a criação. A base é
a própria generosidade.
 MISERICÓRDIA – Deus vê a necessidade do seu povo.
 PERSISTÊNCIA – Deus continua a oferecer a salvação por longos períodos –
longanimidade.
- Deus é uno. Os atributos de Deus são integrados.

A TRIUNIDADE DE DEUS – A TRINDADE

A) A UNIDADE DE DEUS – MONOTEÍSMO


B) A DEIDADE DAS PESSOAS
C) A Triunidade - Deus é uma unidade na pluralidade
 As formulações históricas:
A) JUSTINO E TACIANO – Unidade Pai/ Palavra – sol / luz como inseparáveis, diferentes
mas não distintos ou separáveis.
B) PERSPECTIVA ECONÔMICA DA TRINDADE – HIPÓLITO E TERTULIANO
 Não se estudava a forma interna da Triunidade, mas somente a sua manifestação.
 Ênfase na criação e na redenção – ênfase no Pai e no Filho – são diferentes, mas
indivisíveis e inseparáveis.
- Mente e Palavra – a palavra é a expressão da mente e do pensamento.
- Tríade – manifestação
ABORDAGEM INTERNA
C) MONARQUIANISMO DINÂMICO – DOUTRINA DE TEÓDOTO
 Deus estava dinamicamente no Filho. Deus atuava sobre, em e por meio do Filho,
mas não havia presença real ou natureza divina no filho.
- TEÓDOTO – Antes e depois do batismo
D) MONARQUIALISMO MODALISTA – ENSINO MAIS DIFUNDIDO E COMUM
 Dificuldade - as três pessoas aparecem juntas em vários relatos bíblicos – batismo.

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- CONTRA O BITEÍSMO – 02 DEUSES.
E) FORMULAÇÃO ORTODOXA
 Concílio de Constantinopla (381) – concepção de Atanásio (293 – 373).
-TEÓLOGOS CAPADÓCIOS – Basílio, Gregório de Nazianzo, Gregório de Nissa.
“Uma substância (ousia) de três pessoas (hipostatases)”.
 Como o ser humano – comum (universal – natureza comum)/ particular (próprio de
cada ser humano) – Basílio – teoria da analogia universal.
 Ênfase da Trindade nos Capadócios – 1) indivisibilidade da natureza divina.
- Aristóteles – somente o material pode ser dividido.
 ELEMENTOS ESSENCIAIS DA TRINDADE:
a) A unidade de Deus – Deus é um e não vários.
b) A deidade de cada uma das três pessoas.
c) A Triplicidade e a unidade de Deus não dizem respeito ao mesmo pormenor.
d) A trindade é eterna.
e) A função de um membro da trindade pode subordinar-se a um ou demais membros
sem ser inferior em essência.
 Submissão voluntária não é inferioridade em natureza.
 Cada uma das pessoas teve certo período de função específica.
 Isso é visto como algo temporário com um fim de cumprir o plano eterno e salvífico,
mas não em mudança de status ou natureza.
 Na encarnação o Filho não se tornou menor do que o Pai, mas se submeteu
voluntariamente e funcionalmente.
f) A trindade é incompreensível.
 A busca por analogias:
a) Ovo.
b) Água.
c) Agostinho.
 A psique.
 Os gêmeos – mesma essência em duas pessoas distintas.
- Augustus Strong - natureza da luz.
 Tertuliano – a doutrina da trindade foi revelada porque não pertence a natureza
humana natural. Ela não é parte da criação por isso é absurda e revelada porque
sem revelação ninguém a poderia inventar.

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 Não defendemos a doutrina da trindade porque ela é evidente ou lógica – mas
porque deus a revelou.

A OBRA DE DEUS

O PLANO DE DEUS:
 Teleologia – para onde vai a história? Qual a fonte da história?
 Tempo cronológico.
 Tempo kairológico.
1 – DEFINIÇOES FUNDAMENTAIS:
a) Plano de Deus – sua decisão eterna. Os decretos tornando certa a concretização de
todas as coisas que virão a acontecer.
ANALOGIAS:
 Arquiteto – desenha primeiro na mente, depois concretiza sua obra no tempo e no
espaço.
 General – elabora um plano de ação e os soldados o executam.
b) Predestinar/ preordenar – são sinônimos?
c) Predestinar – indica o destino de alguém ou alguma coisa. A predestinação pode
ser geral ou especial.
d) Como Deus pode predestinar seres morais?
e) Preordenar – decisões divinas a respeito de quaisquer questões no âmbito da
história cósmica.
f) Predestinação é um conceito reservado a salvação ou condenação eterna.
 Eleição- é o ato positivo de Deus eleger indivíduos, nações ou grupos para que
tenham vida e comunhão eterna com ele.
 Reprovação - designa a predestinação negativa ou o ato de deus escolher alguns
para sofrer a condenação ou perdição eterna.
2 – O ENSINO BÍBLICO:
 O ENSINO DO ANTIGO TESTAMENTO:
- A predestinação está ligada a ideia de aliança de Deus com seu povo.
- No A.T. é inconcebível alguma coisa acontecer fora da vontade e obra de Deus.
- Deus se preocupava de forma especial com seu povo eleito.

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- O plano de Deus – Deus lidera a história por seu plano. Deus não só prometeu, ele o
fará.
- Propósito abrangente de Deus – os seres humanos não compreendem o propósito Deus.
 O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO:
- A traição de Judas – Deus planejou não somente os grandes eventos, mas os detalhes
da história.
- AS PROFECIAS FORAM CUMPRIDAS POR PESSOAS QUE AS CONHECIAM?
- As profecias futuras de Jesus.
- O ensino apostólico – destacam o propósito divino.
- O apocalipse – fé no plano divino.
- Paulo – a figura do oleiro e do barro.
3 – A NATUREZA DO PLANO DIVINO
 QUAIS AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PLANO DE DEUS?
a) O plano de Deus é desde a eternidade – antes da fundação do mundo.
b) Por ser eterno, o plano de Deus não tem uma sequência cronológica – ele não
decide por causa de um fato, mas desde a eternidade. É uma decisão simultânea e
coerente.
c) Da parte de Deus, o plano e as partes contidas nele são livres – as decisões de
Deus não partem de uma situação externa, mas são coerentes com a sua natureza.
d) O propósito de Deus é a sua glória – ele escolhe seu plano de forma a que possa
revelar sua natureza com a criação.
e) O plano de Deus é inclusivo – não há nada que saia do plano de Deus – Ele inclui
todas as coisas em seu plano.
f) O plano de Deus é eficaz, não pode mudar por algum fato novo.
g) O plano de Deus diz respeito as suas ações e não tanto a sua natureza – os
atributos de Deus não têm a ver com as ações de Deus. Deus não escolhe ser amoroso ou
gracioso.
h) O plano de Deus diz respeito ao que Ele faz quanto a sua criação, preservação,
direção e redenção – envolve a ação humana de forma secundária – a vontade humana é
o meio pelo qual Deus alcança seus propósitos. Deus ordena certas coisas em nossa vida,
mas não ordena que atuemos de determinada forma específica. Deus assegura nossa
liberdade.
i) O plano de Deus inclui os atos humanos – inclui as boas obras humanas e os atos
maus também são vistos nas escrituras como propósito de deus.

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j) O plano de Deus é imutável – a constância é um dos atributos de deus.
4 – PRIORIDADE LÓGICA – O PLANO DE DEUS OU A VONTADE HUMANA?
- O homem é livre ou parece ser livre?
- Calvinistas e Arminianos. Predestinação ou presciência?
1. O CALVINISMO CRÊ QUE O PLANO DE DEUS É ANTERIOR AS DECISÕES
HUMANAS.
- O homem aceitando ou não, o plano de deus acontecerá.
- A aceitação do plano de deus acontece porque deus age no coração das pessoas.
- Deus não só sabe de antemão o que irá acontecer, mas o que acontece é fato porque
Deus decidiu.
- Deus não depende das decisões humanas para que seu plano se cumpra.
2. OS ARMINIANOS DÃO MAIOR VALOR A LIBERDADE HUMANA – DEUS
PERMITE E ESPERA QUE OS SERES HUMANOS DECIDAM ANTES DE FAZER
SEUS PLANOS.
- Deus faz convites – “vinde a mim”, aquele que vier a mim – todo aquele que...
- Deus não assegura o futuro humano. caso deus predetermine não faz sentido fazer
convites.
- A BASE É A PRESCIÊNCIA – Deus já sabe o que faremos e determina o que já sabe
que acontecerá. O plano de Deus está condicionado a ação humana – é condicional.
- Precognição – Deus sabe de antemão.
O MODELO CALVINISTA MODERADO
1. A NATUREZADO PLANO DE DEUS É INCONDICIONAL, NÃO CONDICIONAL.
- Israel era um povo incrédulo, mas escolhido.
2. O SIGNIFICADO DE LIBERDADE HUMANA – DEUS PODE CRIAR SERES
LIVRES E ASSEGURAR QUE ESSES SERES LIVRES IRÃO ESCOLHER POR
SEUS PROPÓSITOS?
- Uma escolha humana é certa ou necessária – Deus pode decidir que o homem 1) vai
decidir; 2) precisa decidir. A escolha certa – o homem não irá agir de forma contrária ao
que Deus escolheu; 2) o homem não pode agir de forma contrária ao que deus escolheu.
Os seres humanos sempre agem de acordo com a vontade de Deus.
- O que significa ser livre? Não ser constrangido. Não tenho pleno controle sobre a atração
que uma escolha que sinto por determinadas escolhas.
- AS DECISÕES HUMANAS SÃO LIVRES, MAS INFLUENCIADAS. Por isso o homem
não é capaz de alterar suas escolhas porque age de acordo com aquilo que o atrai.

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- O homem não é capaz de alterar suas vontades características.
- A liberdade humana é limitada por condicionamentos – genes, história, localidade de
criação, cultura – quem estabeleceu esses fatores?
- Liberdade – ação de escolher dentro daquilo que se é.
- O homem é uma consequência da decisão e da atividade de Deus e ele fará com que
determinadas escolhas sejam mais atraentes do que outras.
- Deus garante as decisões e ações humanas. Assim, o homem não poderá fazer escolhas
livres diferentes das escolhas do propósito de Deus.
- As escolhas humanas não são aleatórias – aleatoriedade total. Por isso, podem ser
previstas – previsibilidade.
6 – O ANSEIO DE DEUS E A VONTADE HUMANA
 Existe contradição entre o que Deus quer (anseia) e o que ele ordena?
- Pecado – proibido pelas escrituras/ desejado por Deus?
- Homicídio – proibido nas escrituras/ desejado por deus (Jesus)?
- Salvação – desejada por deus/ impossível a todos.
- O que Deus anseia – vontade geral – os valores que agradam a Ele.
- O que Deus ordena – o que de fato irá acontecer – pecado, homicídio, etc.
7 – A VONTADE DE DEUS E A NECESSIDADE DE AÇÃO HUMANA
 Se Deus garante o que vai acontecer, faz sentido ao homem buscar sua vontade?
- O que fazemos realmente afeta o que vai acontecer?
- Evangelização – se deus já elegeu qual diferença faz o evangelismo?
1- O plano de Deus já inclui o meio de realização deste – o plano inclui o nosso
testemunho. É preordenado por deus que testemunhemos a quem será salvo.
2 - Como não conhecemos a vontade de Deus, devemos obedecer a sua vontade
revelada. Testemunhar é um meio de cumprir parte do plano de Deus.
8 – AS VÁRIAS CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA
- História cíclica – Não há progressão, mas repetição do mesmo padrão, embora de forma
um pouco diferente.
- Religiões orientais – Reencarnação – ciclos de morte e renascimento.
- Filósofos de catástrofe – a história caminha para a catástrofe
- Filósofos existencialistas – acaso cego – não há nenhum padrão na história, cada um cria
seu próprio significado desta.
- História darwinista – Herbert Spencer – a história inclui o progresso, crescimento,
aperfeiçoamento – humanismo.

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- Doutrina do plano divino – Deus é sábio, poderoso e bom, ele planejou a história e seus
acontecimentos.

A OBRA GERADORA DE DEUS – A CRIAÇÃO

- O plano eterno de Deus foi trazido a realidade pelos atos de Deus.


- Criação – obra de Deus ao trazer a existência, sem uso de nada pré-existente, tudo o
que existe.
1. RAZÕES PARA ESTUDAR A DOUTRINA DA CRIAÇÃO:
A) A importância que a bíblia dá a doutrina – é a primeira afirmação da bíblia. Ocupa lugar
de destaque na descrição sobre Deus.
B) É um aspecto fundamental da fé da igreja – Deus é o criador dos céus e da terra.
C) O efeito sobre as outras doutrinas – os homens foram criados por Deus, não emanados
dele: 1) não há mal inerente a matéria; 2) a posição dos homens na criação; 3) a revelação
geral; 4) a possibilidade de inferir algo sobre a natureza de Deus e de sua vontade ao
examinar a criação.
D) A distinção das outras religiões.
E) O diálogo entre a fé cristã e a ciência natural – a concordância entre ambas.
F) O criacionismo progressista/ evolucionista – a terra passou por um processo de
evolução.
2. ELEMENTOS DO ENSINO BÍBLICO ACERCA DA CRIAÇÃO:
a) A criação a partir do nada (ex nihilo) – a criação imediata e a criação mediata ou do
nada e a partir de algo (derivada).
- A natureza da criação – ex nihilo – sem derivação – Deus cria a partir de si mesmo. Não
há matéria pré-existente.
- Conclusões – o poder de Deus; 2) a vontade de Deus em criar; 3) a palavra de Deus.
B) A criação inclusiva – toda a realidade veio a existir por meio de um ato de Deus.
C) A obra do Deus triuno – observa-se a figura da trindade no ato de criar o universo.
D) Seu propósito – a glória de Deus – Deus não tinha motivos para criar a não ser a sua
vontade, mas tinha motivos para criar.
- Propósito particular – glorificar a Deus e executar sua vontade: 1) a criação inanimada o
glorifica; 2) a criação animada executa sua vontade.
- Criação inanimada glorifica a Deus por fator mecânico. A criação animada faz por
impulsos internos.

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3. O SIGNIFICADO TEOLÓGICO DA DOUTRINA:
A) Todas as coisas que não são Deus são derivadas da sua existência – não há realidade
de existência fora de Deus. Não existem dois princípios.
B) O ato da criação é singular – não existem analogias.
C) Nada do que foi criado por Deus é mau – não havia mau na criação original de Deus.
D) A doutrina da criação impõe a responsabilidade humana – não havia mau na esfera
material – o homem não pode culpar a matéria pelo mau.
E) A doutrina da criação explica a encarnação de Cristo.
F) A doutrina da criação se contrapõe ao ascetismo.
G) A criação é una, coesa porque toda ela veio de Deus – há uma base de unidade entre
toda a natureza.
H) A doutrina da criação se contrapõe ao monismo – monismo – o mundo é uma
emanação de Deus. A criação é finita e dependente do criador.
I) Os limites inerentes a criação – 1) jamais poderá igualar-se a Deus; 2) não pode cultuar
a si mesma.
4. A DOUTRINA DA CRIAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM A CIÊNCIA:
- A evolução e o criacionismo – método científico e ciência da fé.
- A natureza da bíblia – a Bíblia pode ser vista como livro que trata de assuntos científicos,
como a origem do universo? 1) a Bíblia deve ser compreendida a partir de seu propósito –
oportunar uma relação com o criador e não explicar um método científico de criação; 2)
Não há linguagem técnica na Bíblia, mas relatos de fé; 3) por outro lado, apesar de
religioso, a Bíblia contem informações corretas em termos científicos; 4) a Bíblia traz
informações sobre a natureza e sobre a criação.
1. A idade e o desenvolvimento da terra – indícios bíblicos – a terra tem seis mil anos/
indícios geológicos – bilhões de anos.
- Deus criou o universo numa série de fatos que ocuparam longos períodos de tempo e
isso aconteceu numa data não definida.
O DESENVOLVIMENTO DA TERRA:
 Evolucionismo – a vida originou-se por um conjunto de fatores acidentais.
 Criacionismo – Deus criou o homem diretamente e não há mutação na espécie.
 Evolucionismo teísta – Deus criou o primeiro organismo e deu ao universo o
processo e a capacidade de desenvolver a vida de acordo com as leis científicas.
- Podem surgir novas espécies de animais na natureza?

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 Criacionismo progressista – Deus não criou todas as espécies de forma direta, ele
criou os primeiros membros.
5. IMPLICAÇÕES DA DOUTRINA DA CRIAÇÃO:
A) O valor da natureza por si – Deus ama a criação e não partes dela.
B) A criação inclui não só a atividade inicial, mas também a criação derivada (indireta/
posterior) – a criação não impede deus de criar dentro dela.
C) Há justificativa para a investigação científica da criação - a ciência percebeu que existe
um padrão no universo.
D) Nada exceto Deus é autossuficiente e eterno – o respeito devido a criação não a
transforma em divina.

OBRA CONTÍNUA DE DEUS – A PROVIDENCIA

- Providência – relacionamento contínuo entre deus e o universo.


 Providência - é a ação contínua de Deus pela qual ele preserva a existência da
criação que ele mesmo fez surgir e a dirige para os propósitos que destinou para
ela.
- Providência – a) prever com prudência o futuro. É preparar o futuro previamente e
prudentemente.
- Providência em 02 aspectos – 1) preservar a existência da criação (sustento/
preservação); 2) guiar e dirigir o curso dos acontecimentos (governo).
1. PROVIDENCIA COMO PRESERVAÇÃO
- Preservar é manter a existência da criação, proteger, cuidar, evitar o dano destrutivo e
prover as necessidades da criação.
A) O ensino bíblico sobre preservação:
- História de israel.
- Os salmos.
- Teologia paulina.
- O ensino de cristo.
B) Dimensões teológicas da preservação:
- Inseparabilidade entre os filhos de deus e o amor de Deus.
- Preservação não é afastamento do sofrimento.
- A criação irá permanecer, a menos que o próprio Deus aja contra ela.
2. PROVIDÊNCIA COMO GOVERNO:
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- A EXTENSÃO DA ATIVIDADE GOVERNAMENTAL DE DEUS:
- Governo diz respeito a preservação diretiva – é a execução dos planos de Deus no
tempo e no espaço da criação.
- O governo sobre a criação animal (inanimada) e a humana (animada). Deus governa as
circunstâncias na vida dos seres humanos que os leva a tomar suas decisões.
- Mesmo os atos pecaminosos devem ser encarados como atos da obra providencial de
Deus – atos 2.23.
- O GOVERNO DE DEUS E O PECADO:
- Deus não é a causa do pecado, mas pode se relacionar com os atos pecaminosos:
1) Preveni-lo – Deus pode deter ou impedir as pessoas de cometerem o pecado.
2) Permiti-lo – embora o pecado não seja o desejo de Deus, ele consente. Mas ele não
causa nem torna necessário.
3) Dirigi-lo – Deus pode direcionar um ato pecaminoso para uma finalidade boa.
4) Limitá-lo – Deus limita os efeitos, a amplitude do pecado.
- Deus não é a causa, mas age em relação ao pecado.
- ASPECTOS MAIS IPORTANTES DA ATIVIDADE GOVERNAMENTAL DE DEUS E
SUAS IMPLICAÇÕES:
A) A atividade governamental de deus é universal;
B) A atividade governamental de Deus não se estende apenas a seu povo;
C) Deus é bom em seu governo;
D) Deus está pessoalmente interessado em seus filhos;
E) Nossa atividade e a atividade divina não se excluem mutuamente;
F) Deus é soberano em seu governo – isso significa que só ele é capaz de determinar seu
plano e de saber o significado último de suas ações.
G) Devemos ter cuidado ao identificar a providência de Deus;
3. PROVIDÊNCIA E ORAÇÃO:
- Qual o papel da oração em relação a providência? o que se obtém na oração?
- 02 pólos – 1) o plano de Deus é definido e fixo; 2) a bíblia ensina a orar.
- Visão teandrica – Deus age em parceria com os seres humanos. Quando Deus deseja o
fim ele também deseja o meio – isso inclui os pedidos humanos na oração.
- A oração jamais muda o que Deus se propôs a fazer, mas é o meio pelo qual atinge seus
propósitos. Por isso a oração é vital aos planos de Deus.
- a oração cristã é confiante porque Deus sempre fará o melhor.
4. PROVIDÊNCIA E MILAGRES:

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- Providência ordinária e normal – providência extraordinária e incomum.
- Milagres – fatos que não podem ser explicados em sua relação com as leis da natureza.
- CONCEPÇÕES DE MILAGRES:
1 – São manifestações de leis da natureza pouco conhecidas – o milagre é uma
combinação de fatos desconhecidos. Jesus usou conhecimentos naturais extraordinários,
não algum poder divino.
2 – Milagres são eventos inexplicáveis porque quebram as leis naturais – são violações da
lei natural.
3 – Milagre é quando uma força natural e contida – o milagre não é anti natural, é
sobrenatural.
- OS PROPÓSITOS DOS MILAGRES:
1 – Glorificar a Deus – crédito a deus por ser a fonte do milagre.
2 – Estabelecer a base sobrenatural da revelação – os sinais.
3 – Satisfazer as necessidades humanas.

O MAL E O MUNDO DE DEUS: UM PROBLEMA ESPECIAL

1 – A NATUREZA DO PROBLEMA
- A providência divina é universal.
- O mal natural – geral – mal contra o bem estar humano.
- O mal moral – especial – particular – atribuído ao poder de escolha de seres livres.
- A questão não é a existência do mal, mas sua origem.
- 02 modalidades de mal – 1) religioso ou particular; 2) teológico ou geral.
2 – TIPOS DE RESOLUÇÃO:
2.1. A não onipotência de Deus
- Finitismo – zoroastrismo e maniqueísmo.
2.2. A não bondade de Deus.
- Determinismo
2.3. A não existência do mal.
- Ciência cristã/ panteísmo.
3 – TEMAS PARA LIDAR COM O PROBLEMA DO MAL
- Calvinismo suave
- Forma de dualismo

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3.1 – O MAL COMO EFEITO SECUNDÁRIO NECESSÁRIO DA CRIAÇÃO DA
HUMANIDADE
- Os limites de Deus
- As ações de Deus são consequentes
- Mal – complemento necessário a criação
- Morte – natural a criação
- Bem maior – Deus preferiu criar ao não criar.
4 – UMA REAVALIAÇÃO DO QUE CONSTITUI O BEM E O MAL.
4.1. A DIMENSÃO DIVINA – BEM NÃO É O QUE TRAZ PRAZER AO HOMEM, MAS É A
VONTADE E A NATUREZA DE DEUS.
- Bem não é conforto
- Bem – o que é determinado por Deus – Rm. 8:28,29
4.2. A DIMENSÃO TEMPO OU DURAÇÃO
4.3. A EXTENSÃO DO MAL
5 – O MAL EM GERAL COMO CONSEGUÊNCIA DE UM PECADO EM GERAL
5.1 – O pecado racial
5.2. O mal moral/ pessoal
5.3. Deus não criou o pecado, mas a opção que pode resultar no pecado.
6 – O MAL ESPECÌFICO COMO CONSEGUÊNCIA DE PECADOS ESPECÌFICOS
6.1. O MAL PODE OCORRER PELO PECADO DE OUTROS
6.2. O MAL PODE OCORRER PELA PRÓPRIA ESCOLHA PESSOAL
6.3. NEM SEMPRE O SOFRIMENTO É FRUTO DE PECADO PESSOAL OU
DOSOUTROS – O cego de nascença “ele ou seus pais”?
6.4.O SOFRIMENTO NÃO É PUNIÇÂO, MAS DECORRE COMO CONSEGUÊNCIA DO
PECADO - LEI DA SEMEADURA
7 – DEUS COMO A VÍTIMA DO MAL
- Deus permitiu que o pecado ocorresse, mas o assumiu na cruz.
8 – A VIDA FUTURA
- Se essa vida fosse a única, o problema do mal seria insolúvel.

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