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FACULDADE MARIA MILZA


BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

RAPHAEL DAS NEVES ARAUJO RAMOS

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM


CONCRETO PRÉ-MOLDADO PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE
PADRÃO POPULAR NO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS-BA.

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2020
1

RAPHAEL DAS NEVES ARAUJO RAMOS

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM


CONCRETO PRÉ-MOLDADO PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE
PADRÃO POPULAR NO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS-BA.

Monografia apresentada ao Curso de


Bacharelado em Engenharia Civil da
Faculdade Maria Milza, como requisito
parcial para obtenção do título de
graduado.

Orientador Prof.ª Ms. Danielle Silva Leão de Jesus

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2020
2

Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza,


com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:


Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Ramos, Raphael das Neves Araújo


R175a
Análise de viabilidade econômica do sistema construtivo em concreto pré-
moldado para construção de habitações de padrão popular no município de Cruz
das Almas-BA / Raphael das Neves Araújo Ramos. - Governador Mangabeira -
BA, 2020.

46 f.

Orientadora: Danielle Silva Leão de Jesus.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) - Faculdade


Maria Milza, 2020.

1. Pré-moldados de Concreto. 2. Painéis Estruturais. 3. Alvenaria. I. Jesus,


Danielle Silva Leão de, II. Título.

CCD 691.97
3

RAPHAEL DAS NEVES ARAUJO RAMOS

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM


CONCRETO PRÉ-MOLDADO PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE
PADRÃO POPULAR NO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS-BA.

Aprovado em: 21/07/2020

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________
Prof.ª Ms. Danielle Silva Leão de Jesus
Faculdade Maria Milza – FAMAM

_______________________________________________________
Prof. Ms. Kaique Moreira Matos Magalhães
Faculdade Maria Milza – FAMAM

_______________________________________________________
Gabriela Carolina Martínez Morillo
(Mestre em Engenharia de Estruturas – UFBA)

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2020
4

Dedico este trabalho a minha família, a


minha esposa, aos meus amigos, e a todos
aqueles que acreditaram em mim e me
incentivaram de alguma forma, e dedico
principalmente a minha filha, minha maior
motivação.
5

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Jorge Rubens Silveira Ramos e Maria Cristina das Neves Araujo
Ramos, e a minha irmã, Karolyne das Neves Araujo Ramos, pelo suporte e apoio
dados durante todo o processo de graduação. Serei eternamente grato.

A minha esposa, Manuela Moscozo da Costa, por todo incentivo e paciência. Você
viveu cada minuto desse sonho comigo e sempre acreditou em mim. Sua fé me fez
acreditar em dias melhores. Muito obrigado.

A minha filha, Melissa Moscozo Ramos, o melhor presente que a vida poderia ter me
dado! Minha maior motivação e razão pela qual sempre me dedicarei ao máximo. Te
amo mais do que tudo no mundo, filha!

A minha sogra, Denise Manta Moscozo, e ao meu padrinho Gilton dos Santos
Ramos a quem sempre carregarei em meu coração, pelo incentivo, por toda
confiança depositada e pelas horas de conversa. Sempre me lembrarei com muito
carinho. Muito obrigado.

Aos meus amigos Marllon, Maurício e Gabriel pelas horas de conversa, pelo ombro
amigo e pela confiança. Vocês são os melhores.

Agradeço também a Gustavo Tosta, um grande amigo, pela oportunidade de


participar do projeto de sua casa, um dos primeiros em minha jornada e que será
sempre lembrado com carinho por mim.

Aos meus amigos de graduação, Iuri, Vitor Albuquerque, Vitor Cavalcante, Gilson,
Keuder, Luís, Félix, Carlos, Tiago, Roberto, Walter. Grato pela convivência e pela
experiência compartilhada.

A minha orientadora, Danielle Leão, por toda paciência e pela confiança. Sempre
atenciosa e muito gentil. Sou muito grato.

A todos aqueles que fizeram parte, de alguma forma, dessa jornada, meu sincero
obrigado.
6

RESUMO

Diante do avanço tecnológico e do inevitável crescimento populacional, faz-se


necessário o surgimento de novos métodos construtivos que atendam a
necessidade e as condições de variados grupos sociais. Pensando nisso, o presente
trabalho avaliou a viabilidade econômica para construção de habitações de padrão
popular, utilizando o sistema de painéis pré-moldados de concreto, para o município
de Cruz das Almas-Ba. O estudo aconteceu com base no levantamento dos custos
praticados por empresas que atuam na área e depois foi comparado com os custos
da mesma edificação feita com o sistema de alvenaria convencional, que teve os
seus custos levantados com base nas tabelas SINAPI e ORSE. Ao fim, ao utilizar-se
o sistema de painéis pré-moldados de concreto, notou-se uma redução de 19,11%
nos custos e 65,55% nos prazos do sistema, confirmando a sua viabilidade para o
município, e mostrando a importância de olhar-se para novas tecnologias que
possam suprir as lacunas e as dificuldades apresentadas pelo sistema convencional
de alvenaria de blocos cerâmicos.

Palavras-chave: Sistema. Custos. Painéis. Alvenaria.


7

ABSTRACT

In view of technological advances and the inevitable population growth, it is


necessary to create new construction methods that meet the needs and conditions of
different social groups. With this in mind, the present work evaluated the economic
viability for the construction of low-cost housing using the system of precast concrete
panels for the municipality of Cruz das Almas-Ba. The study was based on a survey
of the costs practiced by companies operating in the area and was then compared
with the costs of the same building made with the conventional masonry system,
which had its costs raised based on the SINAPI and ORSE tables. In the end, when
using the precast concrete panel system, a reduction of 19.11% in costs and 65.55%
in terms of the system was noted, confirming its viability for the municipality, and
showing the importance of looking for new technologies that can fill the gaps and
difficulties presented by the conventional masonry system of ceramic blocks.

Keywords: System. Costs. Panels. Masonry.


8

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Estrutura Aporticada ........................................................................ 18


Figura 02 - Estrutura em Esqueleto ................................................................... 19
Figura 03 - Estrutura em Painéis Estruturais ...................................................... 19
Figura 04 - Estrutura para Pisos ......................................................................... 20
Figura 05 - Painéis de Fachada ......................................................................... 20
Figura 06 - Sistemas Celulares .......................................................................... 21
Figura 07 - Gráfico de investimento público no MCMV ...................................... 24
Figura 08 - Planta Baixa ..................................................................................... 28
Figura 09 - Marcação do corte A-B na planta baixa ........................................... 29
Figura 10 - Vista do corte A-B da planta ............................................................ 29
Figura 11 - Execução das fundações e alocação dos pilares ............................ 30
Figura 12 - Fabricação dos pilares em fôrma ..................................................... 31
Figura 13 - Pilares do sistema em pré-moldados ............................................... 31
Figura 14 - Painel pré-moldado para montagem das casas ............................... 32
Figura 15 - Acabamento interno ......................................................................... 33
Figura 16 - Planta de fôrma para execução com alvenaria convencional .......... 34
Figura 17 - Gráfico comparativo de custos ......................................................... 41
Figura 18 - Gráfico comparativo de prazos ........................................................ 42
9

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Custo habitacional de acordo com o padrão ................................... 23


Quadro 02 - Orçamento para construção com o sistema de pré-moldados ........ 35
Quadro 03 - Orçamento para construção em alvenaria convencional ................ 36
Quadro 04 - Análise de prazos do sistema em pré-moldados ............................. 37
Quadro 05 - Análise de prazos do sistema convencional de blocos cerâmicos .. 38
10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 13
2.1 HISTÓRIA DOS PRÉ-MOLDADOS DE CONCRETO ................................... 13
2.1.1 Definição .................................................................................................... 15
2.1.2 Produção racionalizada .............................................................................. 16
2.1.3 Flexibilização do sistema ........................................................................... 16
2.2 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ............................................................. 17
2.2.1 Tipos de sistemas pré-moldados ............................................................... 18
2.3 PAINÉIS ESTRUTURAIS .............................................................................. 21
2.3.1 Efetividade .................................................................................................. 22
2.3.2 Cenário habitacional ................................................................................... 23
3 METODOLOGIA .............................................................................................. 26
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................... 28
4.1 CARACTERÍSTICAS DO PROJETO ............................................................ 28
4.1.1 Estrutura da edificação no sistema de pré-moldados ................................ 30
4.1.2 Instalações elétricas ................................................................................... 31
4.1.3 Painéis pré-moldados ................................................................................. 32
4.1.4 Revestimento e cobertura .......................................................................... 32
4.2 SISTEMA CONVENCIONAL ......................................................................... 33
4.2.1 Infraestrutura .............................................................................................. 33
4.2.2 Superestrutura ............................................................................................ 33
4.3 LEVANTAMENTO DE CUSTOS ................................................................... 35
4.3.1 Custos do sistema construtivo convencional ............................................. 35
4.4 PRODUTIVIDADE ......................................................................................... 37
4.4.1 Etapas do sistema construtivo convencional ............................................. 38
4.5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 40
4.5.1 Quanto aos custos ..................................................................................... 40
4.5.2 Quanto ao prazo ......................................................................................... 41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 43
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 44
11

1 INTRODUÇÃO

Ao longo da história da humanidade, com o aumento populacional, a busca


por melhorias na qualidade de vida dos seres humanos se tornou um fator
primordial, o que ocasionou mudanças significativas na forma de se construir. Novos
sistemas construtivos foram surgindo com o intuito de modernizar o setor da
construção civil através de conceitos inovadores que oferecessem praticidade na
execução e redução de prazos e/ou custos. Em parte, tal evolução se fez possível
devido às revoluções industriais, através da evolução do maquinário industrial, o que
modernizou os meios de produção e modificou as relações de trabalho em vários
setores da indústria.
A partir daí, surgiram técnicas associadas à utilização de elementos pré-
moldados de concreto, que aparecem como uma alternativa ao modelo construtivo
convencional que apresenta baixa produtividade, grande desperdício de materiais,
lentidão e baixo controle de qualidade. Segundo Brumatti (2008), é importante que a
construção civil seja analisada sob uma perspectiva de industrialização e pelo
emprego evolutivo de técnicas construtivas que viabilizem o aumento da
produtividade e a redução de custos.
Dessa forma, a busca por modernização se torna imprescindível ao setor da
construção civil podendo proporcionar a substituição de instrumentos e técnicas
manufaturadas por técnicas industrializadas, tornando o setor mais competitivo.
Nessa ótica, os elementos pré-moldados aparecem com grande potencial para
impulsionar o setor a alcançar tais objetivos, já que, com um maior controle de
qualidade na fabricação, podem oferecer agilidade na execução, redução na
quantidade de materiais desperdiçados e consequente redução dos gastos totais do
processo.
É neste contexto de busca por modernização, redução de custos e
racionalização, que o presente trabalho abordará a evolução da construção civil na
área de pré-moldados de concreto e seu potencial para a utilização na área
habitacional através de um estudo comparativo com o sistema convencional de
blocos cerâmicos, em que a viabilidade do sistema de pré-moldados será analisada
através da comparação dos custos e do prazo para construção da uma mesma
residência com os dois sistemas construtivos.
12

Em virtude das informações até aqui apresentadas, esta pesquisa estabelece


então, como problema: Qual a viabilidade técnica e econômica do sistema
construtivo em concreto pré-moldado na construção de habitações de padrão
popular no município de Cruz das Almas-Ba?
Assim, o presente estudo tem como principal objetivo: analisar a viabilidade
técnica e econômica do sistema construtivo em concreto pré-moldado para
construção de habitações de padrão popular, estabelecendo então, como objetivos
específicos: avaliar os custos e os prazos de execução de uma residência de padrão
popular em concreto pré-moldado e em alvenaria convencional de blocos cerâmicos
e verificar a viabilidade econômica de uma residência empregando o sistema
construtivo em concreto pré-moldado.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HISTÓRIA DOS PRÉ-MOLDADOS DE CONCRETO

Segundo Vasconcelos (2002), não se pode precisar a data em que começou


o processo de pré-moldagem no mundo, tendo em vista que o próprio surgimento do
concreto armado se deu com a pré-moldagem de elementos fora do local onde
seriam definitivamente assentados. Entretanto, Leonardi (2015) afirma que os
primeiros elementos pré-moldados de grandes dimensões surgiram nos Estados
Unidos, no início do século XX, quando a Edison Portland Corporation, empresa que
pertencia a Thomas Alva Edson, produziu, no canteiro, todas as peças pré-moldadas
para construção de um edifício industrial.
Para Vasconcelos (2002), o período que segue o final do século XIX e início
do século XX, ficou marcado pela difusão do concreto armado na indústria da
construção civil, e o processo de pré-moldagem, mesmo que discretamente,
avançava, principalmente com a execução de galpões em concreto pré-moldado.
Apesar dos avanços, Ordonéz (1974) explica que a popularização dos
sistemas pré-moldados se deu, de fato, no período que sucedeu a Segunda Guerra
Mundial, principalmente na Europa. A devastação causada pela guerra e a
necessidade de construção em larga escala, exigiam um modelo construtivo prático
e rápido, que possibilitasse, de maneira eficiente, a reestruturação da sociedade
europeia.
Devido ao arruinamento causado pela guerra, a princípio foram reerguidas
com a utilização de elementos pré-moldados: escolas, hospitais, prédios públicos e
prédios residenciais. De acordo com Salas (1988), as estruturas pré-moldadas
dessa época eram feitas com baixo rigor técnico dado a ausência de conhecimentos
aprofundados acerca do sistema de pré-moldados. Além disso, todos os elementos
pré-moldados eram provenientes de um único fornecedor, o que convencionou-se
chamar de ciclo fechado de produção. O resultado disso foi uma padronização
arquitetônica que acabou gerando desinteresse no uso de elementos pré-moldados
por grande parte da população da época.
Ainda de acordo com Salas (1988), em decorrência da ausência de
avaliações prévias e controles de qualidade mais rigorosos na fabricação dos
elementos, entre os anos de 1970 e 1980 alguns edifícios vieram a ruir, o que
acabou atribuindo uma figuração negativa ao conceito de pré-moldados.
14

No Brasil, ao contrário do que aconteceu na Europa, não houve grandes


devastações que exigissem uma rápida reconstrução do cenário, fazendo com que o
conceito de pré-moldados fosse se desenvolvendo no país de forma menos ativa.
Entretanto, de acordo com Brito (2014), as técnicas de pré-moldagem chegaram ao
Brasil no ano de 1925. Na ocasião, houve a execução de estacas de fundação para
a construção do Jockey Clube do Rio de Janeiro.
Ainda assim, segundo Serra, Ferreira e Pigozzo (2005), o aquecimento da
pré-moldagem no Brasil ocorreu na década de 50, devido ao déficit habitacional
existente na época em função do crescimento da população urbana. Através de
programas de incentivo do governo com o Banco Nacional de Habitação-BNH, foram
executados conjuntos habitacionais, em pré-moldados, com o intuito de diminuir o
déficit e impulsionar a construção civil.
Após um período sem grandes conquistas para o setor de pré-moldados no
país, houve a necessidade de uma reformulação do conceito, e, em 1985, foi dado
mais um grande passo para o estabelecimento do sistema no Brasil. Foi criada a
NBR 9062 – Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-Moldado, pela
Associação Brasileira de normas Técnicas (ABNT). Posteriormente, como prova de
que o sistema de fato começava a se estabelecer de forma mais concreta no cenário
nacional, foi criada a Associação Brasileira da Construção Industrializada de
Concreto (ABCIC), em 2001.
A NBR 9062 – Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-Moldado,
norma acima mencionada, visa definir condições de projeto, execução e controle de
estruturas pré-moldadas de concreto, além de declarar que a mesma tem, como
objetivo imediato, o uso de estruturas pré-moldadas em edifícios. Porém, suas
prescrições podem ser utilizadas, quando forem pertinentes, no projeto de execução
de estruturas para fundações, obras viárias, e demais elementos de utilização
isolada.
A norma destaca ainda a divergência entre os termos pré-moldados e pré-
fabricados, onde define os elementos pré-moldados como elementos que são
executados fora do local de utilização definitiva, com controle de qualidade, e
elementos pré-fabricados como elementos executados industrialmente, sob
condições rigorosas de controle de qualidade.
15

2.1.1 Definição

Uma estrutura feita em concreto pré-moldado é aquela em que os elementos


estruturais, como pilares, vigas e lajes são moldados para adquirirem determinado
grau de resistência, antes do seu posicionamento definitivo na estrutura. Dessa
forma, o sistema de pré-moldados pode ser caracterizado pela possibilidade de
industrialização da produção, substituindo ferramentas e técnicas manufaturadas por
técnicas industrializadas, resultando em um conceito mais produtivo e de maior
rentabilidade.
De acordo com Acker (2002), a pré-moldagem das estruturas de concreto é
um processo com grande potencial para mudar a base produtiva da construção civil
para um modelo mais moderno.
Dentro dessa ótica, Brumatti (2008) afirma que a construção civil precisa ser
analisada sob uma perspectiva industrializada, com o emprego de técnicas que
viabilizem maior produtividade e redução de custos. Dessa forma, a busca por
praticidade e modernização coloca o sistema de pré-moldados em evidência devido
a todas as características inerentes ao processo construtivo, que, além de elevar a
produtividade, aumentam a racionalização e reduzem os desperdícios.
Sendo a alta produtividade do sistema uma característica importante a ser
mencionada, ao compararmos o método construtivo convencional com o sistema de
pré-moldados, notamos que o tempo de produção pode ser reduzido
consideravelmente, fato que torna viável sua aplicação. Segundo o SINDUSCON,
cerca de 55,55% dos recursos de uma obra são gastos com mão de obra, 41,39%
com materiais e 2,71% com a parte administrativa.
De acordo com Mariane (2015), em uma análise feita a partir de dois
orçamentos, um para o sistema convencional de concreto armado e outro para o
sistema de pré-moldados, percebeu-se que o custo total para a execução de um
Shopping em Goiânia poderia ser reduzido em até 6,22% com o uso do sistema de
pré-moldados. Além disso, haveria também uma redução de dois meses do prazo de
conclusão da obra, reduzindo despesas relacionadas à manutenção de serviços
inerentes à execução da obra.
16

2.1.2 Produção racionalizada

Para Brumatti (2008), uma produção racionalizada e de qualidade esta


diretamente ligada ao sucesso das empresas. A competitividade do mercado atual
exige uma rápida adaptação por parte das empresas às rigorosas exigências de um
consumidor consciente de seus direitos.
Para Trigo apud Brumatti (1978), “a racionalização presume a organização, a
planificação, a verificação e as técnicas adequadas à melhoria da qualidade e ao
aumento de produtividade”.
Já Sabbatini apud Brumatti (1989), determina que a “racionalização da
construção é o processo dinâmico que torna viável a otimização no uso dos recursos
humanos, materiais, organizacionais, tecnológicos e financeiros, visando atingir
objetivos fixados nos planos de desenvolvimento de cada país de acordo com a
realidade socioeconômica própria”.

2.1.3 Flexibilização do sistema

Segundo Bruna (1976), a industrialização de componentes destinados ao


mercado e não, exclusivamente, às necessidades de uma só empresa é conhecida
como ciclo aberto.
De acordo com Ferreira (2003), os sistemas pré-moldados de ciclo aberto,
tiveram inicio na Europa e surgiram da ideia de uma padronização dos componentes
pré-moldados, para que pudessem ser associados às componentes de outros
fabricantes, oferecendo compatibilidade entre elementos e subsistemas.
Ainda de acordo com Ferreira (2003), a possibilidade da produção de
componentes no canteiro, dentro de um sistema com alto grau de controle de
qualidade e de organização da produção, é definida como flexibilização do sistema,
dado o maior rigor na fabricação dos elementos sem a necessidade desses serem
feitos dentro de uma fábrica. Dessa forma, não apenas o processo de pré-moldagem
dos elementos precisa atender aos padrões de compatibilidade. Ainda é necessária
uma mudança na forma tradicional de concepção e de projeto dos sistemas pré-
moldados de concreto dentro desta nova realidade tecnológica.
Sendo assim, o sistema de ciclo flexibilizado caracteriza-se por possuir
características tanto do sistema fechado como também do ciclo aberto, sendo
17

completamente adaptável as necessidades do cenário construtivo em que estiver


inserido.

2.2 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA


De acordo com Daldegan (2016), o sistema construtivo em concreto pré-
moldado oferece inúmeras vantagens, as quais pode-se destacar:

a) redução do prazo da obra, tendo em vista que parte dos elementos são
moldados conforme o andamento da obra e posteriormente é feito apenas
o levantamento e o encaixe das peças;
b) eliminação de serviços. Diversos serviços são eliminados em comparação
com as construções convencionais, o que reduz a necessidade de compra
de diversos insumos e a redução do tamanho do estoque da obra;
c) construção mais limpa, o que resulta na redução de desperdícios, redução
na produção de entulhos, melhor aproveitamento dos espaços do canteiro
de obras, redução dos custos com limpeza e bota-fora, além de melhor
qualidade no ambiente de trabalho para os colaboradores;
d) redução da mão de obra. Por se tratar de um sistema construtivo
industrializado, boa parte da mão de obra é eliminada do canteiro. Os
serviços de armação, carpintaria e instalações são muito reduzidos;
e) redução dos custos, causada principalmente pela diminuição no número de
colaboradores.

Entretanto, pode-se destacar também algumas desvantagens que precisam


ser levadas em consideração, como:

a) limitação para futuras alterações. Reformas ou ampliações devem ser


planejadas previamente;
b) disponibilidade em locais distantes, tendo em vista que o transporte das
peças pode inviabilizar economicamente a opção pelo sistema;
c) necessidade de grande investimento inicial, dada a necessidade de
aquisição de formas e treinamento de mão de obra.
18

Vale destacar que, mesmo dentro do sistema de pré-moldados, existem


variantes estruturais que são definidas de acordo com o tipo de obra e sua
finalidade.

2.2.1 Tipos de sistemas pré-moldados


De acordo com Junior (2016), os sistemas pré-moldados podem ser divididos
em categorias distintas, com base nas características inerentes a cada obra. Dessa
forma, podemos elencar os seguintes grupos de pré-moldados:

a) estruturas aporticadas (figura 01):


- compostas por pilares e vigas de fechamento, são mais utilizadas para
construções industrializadas, armazéns e construções comerciais.

Figura 01 – Estrutura Aporticada

Fonte: CONCRENORTE, 2019.

b) estruturas em esqueleto (figura 02):


- compostas por pilares, vigas e lajes, montados para edificações com
alturas médias e baixas. São utilizadas principalmente em escritórios,
escolas, hospitais e estacionamentos.
19

Figura 02 – Estrutura em Esqueleto

Fonte: PINTEREST, 2019.

c) estruturas em painéis estruturais (figura 03):


- consiste em componentes de painéis fresados, verticais, e de painéis de
lajes, as quais são amplamente utilizadas para construção de casas e
apartamentos.

Figura 03 – Estrutura em Painéis Estruturais

Fonte: PRACONSTRUIR, 2019.

d) estruturas para pisos (figura 04):


- são usadas em conjunto com outros tipos de sistemas construtivos e
materiais. São formadas por diversos tipos de elementos de laje, com
20

intuito de formar uma estrutura capaz de concentrar as forças horizontais


para os sistemas de contraventamento.

Figura 04 - Estrutura para Pisos

Fonte: COTANET, 2018.

e) sistema para fachadas (figura 05):


- compostos por painéis maciços ou do tipo sanduíche, podendo ou não ter
função estrutural. São usados para simples fechamento ou até mesmo em
projetos de fachadas com um maior apelo arquitetônico.

Figura 05 – Painéis de Fachada

Fonte: PINTEREST, 2019.


21

f) sistemas celulares (figura 06):


- compostos por células de concreto pré-fabricado, usados para blocos de
banheiros, cozinhas entre outros. São inteiramente produzidos na
indústria, porem possuem maiores dificuldades de transporte e
flexibilidade arquitetônica.

Figura 06 – Sistemas Celulares

Fonte: AECWEB, 2018.

Visando alcançar os objetivos propostos pelo presente trabalho, será dada


ênfase aos estudos dos pré-moldados do sistema de painéis estruturais utilizados
para construção de casas populares.

2.3 PAINÉIS ESTRUTURAIS

No Brasil, a elaboração de projetos de engenharia é definida pelas normas


técnicas que são elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). Existem várias normas que estabelecem os requisitos fundamentais para
projetos de estruturas de concreto armado, porém, as que regem o uso, elaboração
e execução de painéis de concreto são:

a) NBR 16.475:2016 – Painéis de paredes de concreto pré-moldado –


requisitos e procedimentos;

b) NBR 9.062 – Projeto e execução de estrutura de concreto armado


(criada em 1985 e atualizada em 2006 e recentemente em 2017).
22

A Norma ABNT NBR 16.475:2016 – Painéis de paredes de concreto pré-


moldado, estabelece todos os conceitos para o projeto e execução de sistema de
painel portante (estrutural) e de vedação, usado em edifícios com pilares e vigas
pré-moldadas e em fachadas. Com essa norma entendemos que o sistema deva ser
tratado como um sistema de alvenaria estrutural, por exemplo, deixando de ser um
sistema inovador, mesmo porque já é muito antigo. Restará a questão da verificação
de desempenho, que precisa ser atestada para qualquer sistema, seja inovador, seja
convencional.
Vale ressaltar que as normas acima citadas se baseiam em outras normas
que dão referencial técnico e trazem consigo conceitos fundamentais para sua
elaboração. A NBR – 6118/2014 Projeto de Estruturas de Concreto –
Procedimentos, é um desses exemplos e define dentre vários outros conceitos, dois
fundamentais para a elaboração de um projeto e sua posterior execução:

a) estado limite último (ELU): é o estado relacionado ao colapso, ou


qualquer outra forma de ruína, que determine a paralisação do uso da
estrutura;
b) estado limite de serviço (ELS): são todos aqueles relacionados ao
conforto do usuário e à durabilidade, aparência e boa utilização das
estruturas.

Segundo a NBR painéis de concreto são parte da estrutura da edificação,


funcionando como elementos resistentes aos esforços locais e globais, podendo
também apresentar a função vedação. Sendo assim, não há a necessidade de se
apoiar sobre um sistema estrutural, exceto a fundação.

2.3.1 Efetividade

A pré-moldagem contribui com o crescimento da construção civil, trazendo


benefícios se comparado ao sistema convencional, tais como a melhoria na
qualidade de gestão do projeto, redução no tempo de execução da obra,
confiabilidade maior no cumprimento do cronograma, menos desperdício, uma
melhor fiscalização e controle sobre as peças, redução de risco dos funcionários da
obra, possibilidade de rastrear os painéis e uma obra mais limpa o que gera um
menor dano ao meio ambiente (EL DEBS, 2000).
23

Sendo assim, a viabilidade econômica de um sistema construtivo é


confirmada quando seus custos e/ou tempo de serviço são inferiores ao que é
convencionalmente utilizado. A efetividade no uso dos pré-moldados é garantida
quando os conceitos de modulação e repetição são atendidos pelo projeto.
De acordo com o SINDUSCON-BA, para o mês de Março de 2020, podemos
destacar o Custo Unitário Básico (CUB), para residências fabricadas no sistema
construtivo convencional (alvenaria de blocos cerâmicos), de acordo com o exposto
no quadro 01:

Quadro 01 – Custo habitacional de acordo com o padrão

Padrão Baixo Custo Onerado (R$/m2) Custo Desonerado (R$/m2)

PIS 992,52 937,45

R1 1.558,45 1.477,64

RP1Q 1.499,23 1.395,08

Fonte: SINDUSCON-BA (2020).

*PIS: Projeto de interesse social; R1: Residência Unifamiliar (1 pavimento); RP1Q: Residência
popular.

2.3.2 Cenário habitacional

No início do século XX, devido à rápida industrialização, as cidades atraíram


grande parte da população, porém, inexistiam políticas habitacionais que
impedissem a formação de áreas urbanas irregulares e ilegais. As áreas ocupadas
ilegalmente são expressões diretas da ausência de políticas de habitação social. As
políticas habitacionais propostas foram, em sua maioria, ineficazes devido a diversos
fatores políticos, sociais, econômicos e culturais. O resultado desse processo é que,
atualmente, mais de 82% da população brasileira é urbana.
O surgimento de políticas habitacionais realmente preocupadas em solucionar
o alarmante problema é recente, tendo sido implementado na Constituição Federal
de 1988, e regulamentado pelo Estatuto da Cidade (2001), que regula o uso da
propriedade urbana em prol do interesse coletivo e do equilíbrio ambiental, sendo
24

um instrumento inovador na política habitacional e importante ferramenta de


regularização fundiária.
Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias
(Abrainc) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil bateu
o recorde de déficit habitacional. De acordo com os dados, o número cresceu 7%,
entre 2007 e 2017, e agora é de 7,78 milhões de moradias, sendo que os números
se destacam a partir do ano de 2015. Para o coordenador da União dos Movimentos
de Moradia, Benedito Barbosa, a redução do crédito para financiamento em
programas como o Minha Casa Minha Vida nos últimos anos, é um dos principais
responsáveis pelo déficit habitacional, o que pode ser melhor exposto na figura 07:

Figura 07 - Gráfico de investimento público no MCMV

Fonte: Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal, 2018.

Compete ao poder público encontrar os meios para dar efetividade às


garantias constitucionais, indo além das soluções tradicionais e buscando outras
modalidades que viabilizem a diminuição do déficit habitacional, vez que as
alternativas presentes não se mostraram suficientes.

Além do governo, alguns bancos têm dedicado esforços para aumentar a


oferta de crédito na área habitacional. A Caixa Econômica Federal, que é um banco
majoritariamente público, possui linhas de crédito tanto para o financiamento do
governo como para o financiamento a terceiros, oferecendo juros relativamente
baixos se comparados ao praticado por outras instituições financeiras. Entretanto,
apesar dos esforços, os números mostram que o crescimento do déficit é muito
maior que a capacidade de financiamento do governo, o que sugere um olhar mais
25

atento para novas tecnologias capazes de acelerar a produção habitacional e


possibilitar a redução dos custos de produção.
26

3 METODOLOGIA

O seguinte trabalho consiste na realização de uma abordagem de caráter


descritivo e exploratório, detalhando as etapas do sistema construtivo em pré-
moldados para habitações populares, através de uma operação de reconhecimento
que busca esclarecer o tema.
A obtenção dos dados foi realizada de forma quantitativa, por se tratar de um
estudo comparativo entre dois sistemas construtivos, com o intuito de compreender
as principais etapas e as informações imprescindíveis à aplicação do sistema de
pré-moldados. O desenvolvimento desse estudo foi realizado em três etapas.
Na primeira etapa foi realizada uma revisão de literatura acerca de temas
pertinentes, apresentando de forma sucinta a evolução do uso de pré-moldados de
concreto no Brasil e no mundo, bem como, os tipos de sistemas pré-moldados e as
características que permitem juntá-los em grupos distintos, sem, no entanto, perder
sua essência, o que terá como objetivo auxiliar na comparação entre os métodos
construtivos em pré-moldados e o sistema convencional em alvenaria de blocos
cerâmicos.
A etapa seguinte foi realizada através de um estudo de caso no qual serão
comparados os custos de produção e os prazos para a construção de uma
residência unifamiliar utilizando o sistema de painéis pré-moldados de concreto, e,
para essa mesma residência, utilizando o sistema convencional de blocos
cerâmicos. O estudo respeitará as limitações de projeto para ambos os sistemas,
assim como as características de cada método construtivo.
Para a análise dos custos, foi realizada uma pesquisa com empresas que
atuam no mercado da construção habitacional em pré-moldados tendo como
principal referência dados obtidos através da empresa Joval Projetos Desenhos e
Lajes, empresa existente no município. A planta utilizada como referência para o
estudo também foi cedida pela mesma empresa e possui área igual a 65,7 m2. Para
definir a produtividade do sistema construtivo analisado, serão utilizados os dados
obtidos com o fornecedor.
Para o levantamento de custos da construção utilizando o modelo
convencional de blocos cerâmicos, foi realizada, através do software OrçaFascio, a
composição com base nas tabelas do SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil), e do ORSE (Orçamento de Obras de
27

Sergipe), sistemas que estabelecem parâmetros para a elaboração de orçamentos


de obras de construção civil.
Após realizado o levantamento de custos, foi feito o levantamento da
produtividade do sistema convencional, também com base na tabela SINAPI,
levando em conta quantas horas/homem são necessárias para executar a habitação
de padrão popular de 65,7 m2.
Com os dados obtidos através das etapas anteriores, determinou-se qual
sistema construtivo tem maior produtividade e a execução mais econômica do ponto
de vista financeiro, apresentando um resultado acerca da viabilidade econômica do
método construtivo em concreto pré-moldado para o município de Cruz das Almas–
Ba.
28

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERÍSTICAS DO PROJETO

O estudo de caso analisado nesta pesquisa se trata de uma residência


unifamiliar de padrão popular. O projeto foi cedido pela empresa Joval Projetos
Desenhos e Lajes, especializada na construção de casas pré-moldadas feitas com o
sistema de painéis estruturais. A empresa tem sede no município de Cruz das
Almas-Ba.
A figura 08 apresenta a planta baixa da residência utilizada neste estudo, cuja
área construída possui 65,7 m2.

Figura 08 – Planta Baixa

Fonte: Joval Projetos Desenhos e Lajes.

Nas figuras 09 e 10, está representado o corte A-B para uma seção interna da
edificação, apresentando detalhes das esquadrias e o pé direito da residência.
29

Figura 09 – Marcação do corte A-B na planta baixa

Fonte: Adaptado de Joval Projetos Desenhos e Lajes.

Figura 10 – Vista do corte A-B da planta

Fonte: Adaptado de Joval Projetos Desenhos e Lajes.


30

4.1.1 Estrutura da edificação no sistema de pré-moldados

Para a edificação em estudo são utilizadas fundações superficiais de blocos


de concreto, sendo as dimensões mínimas e mais utilizadas 20 x 20 x 30 cm (L x C x
H), e viga baldrame com dimensões 20 x 20 cm (L x H) com o comprimento variando
de acordo com o vão onde será moldada. Para a viga baldrame também são
utilizadas duas barras de aço Ca-50 de 6,3 mm ou 1/4”.
Os pilares são moldados com 3 m de altura, dos quais, aproximadamente 30
cm são inseridos nos blocos de fundação. Além disso, possuem 10 cm de largura,
10 cm de espessura, e 4 barras de aço Ca-60 de 4,2 mm ou 3/16”. Os pilares são
posicionados a aproximadamente 1 metro de distância um do outro, com exceção
dos vãos onde serão assentadas as janelas.
As figuras 11 e 12 mostram, respectivamente, o posicionamento dos pilares
juntamente com a preparação da fôrma para concretagem das vigas baldrames e a
fabricação dos pilares ainda em suas fôrmas.

Figura 11 – Execução das fundações e alocação dos pilares

Fonte: Concreto Casa.


31

Figura 12 – Fabricação dos pilares em fôrma

Fonte: Joval Projetos Desenhos e Lajes.

4.1.2 Instalações elétricas

Para execução das instalações elétricas, os eletrodutos são concretados


juntamente com os pilares, como mostra a figura 13, e o lançamento dos condutores
é realizado após a montagem da edificação, reduzindo o retrabalho e evitando
interferências na estrutura.
Figura 13 – Pilares do sistema em pré-moldados

Fonte: Joval Projetos Desenhos e Lajes.


32

4.1.3 Painéis pré-moldados

Os painéis utilizados na montagem das casas possuem 1,0 x 0,50 x 0,03 m (L


x H x E) e são encaixados em frisos existentes nas laterais dos pilares. Apesar de
possuírem resistência mecânica, sua principal função é de vedação. A figura 14
apresenta um painel pré-moldado utilizado no sistema.

Figura 14 – Painel pré-moldado para montagem das casas

Fonte: Joval Projetos Desenhos e Lajes.

4.1.4 Revestimento e cobertura

Existem dois tipos de painéis: painéis lisos e painéis com tijolinho aparente.
No caso dos painéis tijolinho, o lado com tijolinho aparente fica voltado para a parte
externa e pode ter aparência natural ou pode ser pintado a gosto do cliente, como
mostra a figura 15. A parte interna receberá o reboco para posteriormente ser
pintada. Já a cobertura das casas é feita com laje treliçada de poliestireno
expandido (EPS), e telhado com número de águas que pode variar de acordo
a flexibilidade do projeto.
33

Figura 15 – Acabamento interno

Fonte: Joval Projetos Desenhos e Lajes.

4.2 SISTEMA CONVENCIONAL

Para a análise da edificação em estudo com o sistema convencional de


blocos cerâmicos, consideraram-se as devidas adaptações oriundas da alteração
dos sistemas construtivos.

4.2.1 Infraestrutura

Através do projeto estrutural gerado pelo software Eberick para a planta


apresentada na figura 8, considerou-se a execução da fundação da residência com
dez sapatas de dimensões 0,60 x 0,65 m (L x C), a 1,50 m de profundidade, e viga
baldrame com dimensões 20 x 30 cm (L x H) com o comprimento variando de acordo
com o vão onde será moldada. O posicionamento das sapatas e a representação da
viga baldrame pode ser visto na figura 16.

4.2.2 Superestrutura

Para a superestrutura da residência foram gerados 10 pilares de dimensões


0,20 x 0,25 m (L x C) e 3 m de altura, como pode ser visto na figura 16. As vigas de
34

cobertura possuem 20 x 30 cm (L x H) com o comprimento variando de acordo com


o vão onde serão moldadas.

Figura 16 – Planta de fôrma para execução com alvenaria convencional

Fonte: Autor.
35

4.3 LEVANTAMENTO DE CUSTOS

A fim de analisar a viabilidade financeira do sistema, foi realizada uma


pesquisa com empresas que atuam no mercado da construção habitacional em pré-
moldados para elencar as principais etapas do processo construtivo e levantar os
respectivos custos associados.

O orçamento apresentado no quadro 02 foi composto utilizando a prática de


preços adotada na cidade de Cruz das Almas, tendo como principal referência dados
obtidos através de uma empresa existente no município, a Joval Projetos Desenhos
e Lajes.

Quadro 02 – Orçamento para construção com o sistema de pré-moldados

ORÇAMENTO
60 m²
DESCRIÇÃO VALORES
Kit Pré-moldado Pilares e Placas (PAREDES) R$ 7.420,00
Material para montagem das sapatas e baldrame (AREIA, PEDRA, CIMENTO, FERRO) R$ 2.400,00
Mão de obra (exceto a cobertura) R$ 3.600,00
Cobertura com madeiramento de cambará/eucalipto e telhas (mão de obra inclusa) R$ 7.920,00
Esquadrias R$ 2.400,00
Contra piso R$ 3.300,00
Laje R$ 7.200,00
Reboco R$ 8.268,00
Pintura R$ 2.000,00
TOTAL R$ 44.508,00

Fonte: Autor.

Considerando que os custos para as instalações hidráulicas, elétricas e das


louças e metais serão os mesmos para os dois sistemas, não foram levantados os
valores para tais serviços, já que o aumento no valor total será proporcional aos dois
sistemas.

4.3.1 Custos do sistema construtivo convencional

Para o levantamento de custos considerando a unidade habitacional em


estudo construída com o sistema convencional em alvenaria de blocos cerâmicos,
36

optou-se pelo uso das tabelas SINAPI e ORSE, através do software Orçafascio, com
valores do mês de Abril de 2020 (quadro 03).

Quadro 03 – Orçamento para construção em alvenaria convencional


PREÇO
CÓDIG REFERÊNCI UNIDAD QUANTIDAD
DESCRIÇÃO UNITÁRI TOTAL
O A E E
O
R$
Infraestrutura
10.829,39
96522 SINAPI Escavação manual m³ 11,92 R$ 75,86 R$ 904,25
96546 SINAPI Aço CA50 10mm Kg 259,43 R$ 8,71 R$ 2.259,64
96543 SINAPI Aço CA60 5mm Kg 59,75 R$ 10,53 R$ 629,17
96536 SINAPI Área de fôrma m² 55,14 R$ 53,92 R$ 2.973,15
Volume de concreto (C- R$
11486 ORSE 30) m³ 4,43 338,83 R$ 1.501,02
98546 SINAPI Impermeabilização m² 34,35 R$ 74,59 R$ 2.562,17
R$
Superestrutura
15.342,10
92778 SINAPI Aço CA50 10mm Kg 216,68 R$ 8,71 R$ 1.887,28
92775 SINAPI Aço CA60 5mm Kg 73,98 R$ 10,53 R$ 779,01
92416 SINAPI Área de fôrma m² 82,14 R$ 49,80 R$ 4.090,57
Volume de concreto (C- R$
3346 ORSE 30) m³ 4,33 338,83 R$ 1.467,13
89168 SINAPI Alvenaria m² 136,65 R$ 52,09 R$ 7.118,10
Esquadrias R$ 2.554,25
R$
94573 SINAPI Janelas m² 6,00 218,95 R$ 1.313,70
R$
100669 SINAPI Basculante m² 0,36 473,85 R$ 170,59
R$
91297 SINAPI Portas un 2,00 322,15 R$ 644,30
100660 SINAPI Guarnição/Alizares m 20,00 R$ 5,18 R$ 103,60
R$
91287 SINAPI Batente un 2,00 161,03 R$ 322,06
R$
Cobertura
10.225,95
96109 SINAPI Forro em placas de gesso m² 60,82 R$ 36,27 R$ 2.205,94
92541 SINAPI Estrutura para telhado m² 75,85 R$ 53,07 R$ 4.025,36
94201 SINAPI Telhas m² 75,85 R$ 29,37 R$ 2.227,71
94228 SINAPI Calhas e Rufos m 32,8 R$ 53,87 R$ 1.766,94
R$
Revestimentos
10.691,07
87878 SINAPI Chapisco m² 247,75 R$ 3,78 R$ 936,50
12354 ORSE Massa única m² 247,75 R$ 19,79 R$ 4.902,97
Pintura Interna (Látex
88487 SINAPI PVA) m² 157,14 R$ 20,23 R$ 3.178,94
88489 SINAPI Pintura Externa (Acrílica) m² 90,61 R$ 18,46 R$ 1.672,66
37

Pavimentação R$ 4.379,04
87399 SINAPI Contra piso m² 60,82 R$ 32,00 R$ 1.946,24
89171 SINAPI Piso cerâmico m² 60,82 R$ 40,00 R$ 2.432,80
Elétrica R$ 1.002,57
91853 SINAPI Eletroduto flexível 20mm m 129 R$ 7,01 R$ 904,29
91855 SINAPI Eletroduto flexível 25mm m 12 R$ 8,19 R$ 98,28

R$
TOTAL 55.024,36

Fonte: Autor.

Assim como no orçamento para a construção com o sistema de pré-


moldados, não foram gerados os custos para as instalações hidráulicas, elétricas e
das louças e metais, levando em consideração que o acréscimo desses serviços no
valor total será proporcional aos dois sistemas. Entretanto, conforme visto nas
figuras 12 e 13, no sistema de pré-moldados o eletroduto é concretado junto com os
pilares, por isso foi levantado apenas os custos dos eletrodutos para o sistema
convencional.

4.4 PRODUTIVIDADE

Para a análise dos prazos do sistema em pré-moldados (quadro 04), foi


gerada uma tabela que avalia a produtividade, por etapa, com base nas informações
obtidas com o fornecedor em Cruz das Almas e em empresas de outras regiões.

Quadro 04 – Análise de prazos do sistema em pré-moldados

ETAPAS E PRAZOS PARA O SISTEMA DE CONSTRUÇÃO EM PRÉ-MOLDADOS

Fabricação dos painéis e pilares


20 dias
Blocos de fundação e fixação dos pilares
04 dias
Viga baldrame
03 dias
Montagem dos painéis
07 dias
Esquadrias
04 dias
Laje
38

03 dias
Fixação da estrutura do telhado e telhamento
05 dias
Reboco
07 dias
Pintura
07 dias
Contra Piso
04 dias
Fonte: Autor.

A análise considera uma equipe de duas pessoas, um pedreiro qualificado e


um ajudante, além de jornada de 8 horas diárias, de segunda a sábado.
De acordo com as informações apresentadas no quadro 04, são necessários
64 (sessenta e quatro) dias úteis de trabalho para a conclusão dos serviços
apresentados no orçamento da construção em pré-moldados, ou seja,
aproximadamente dois meses e quatro dias. Entretanto, considerando a média de
quatro domingos por mês, serão adicionados mais oito dias para a conclusão dos
serviços, resultando em um total de 72 (setenta e dois) dias, ou, aproximadamente
dois meses e doze dias.
O prazo dado pelas empresas na contratação do serviço é de três meses para
a construção de uma residência com essa área, alegando que pode haver
imprevistos no processo.

4.4.1 Etapas do sistema construtivo convencional

De acordo com os índices gerados pelas tabelas SINAPI e ORSE, foi feito o
levantamento dos prazos para cada etapa da construção com o sistema
convencional, como mostra o quadro 05.

Quadro 05 – Análise de prazos do sistema convencional de blocos cerâmicos

DESCRIÇÃO UNIDADE QUANTIDADE RESULTADO


Infraestrutura 26 dias
Escavação manual H 4,20 50,06
Aço CA50 10mm H 0,08 20,75
Aço CA60 5mm H 0,20 11,95
Área de fôrma H 1,62 89,11
Volume de concreto (C-30) H 0,36 1,59
39

Impermeabilização H 1,14 39,16


Superestrutura 61 dias
Aço CA50 10mm H 0,08 17,33
Aço CA60 5mm H 0,20 14,80
Área de fôrma H 2,61 214,22
Volume de concreto (C-30) H 3,00 12,99
Alvenaria H 1,68 229,09
Esquadrias 04 dias
Janelas H 1,44 8,64
Basculante H 3,74 1,35
Portas H 2,32 4,64
Guarnição/Alizares H 0,10 2,04
Batente H 4,12 8,23
Cobertura 23 dias
Forro em placas de gesso H 1,03 62,64
Estrutura para telhado H 0,80 60,83
Telhas H 0,53 40,35
Calhas e Rufos H 0,65 21,25
Revestimentos 62 dias
Chapisco H 0,20 49,55
Massa única H 1,2 297,3
Pintura Interna (Látex PVA) H 0,60 94,28
Pintura Externa (Acrílica) H 0,60 54,37
Pavimentação 09 dias
Contra piso H 0,70 42,57
Piso cerâmico H 0,50 30,69

TOTAL 185 DIAS

Fonte: Autor.

O quadro apresenta a carga horária média para a conclusão de cada serviço


apresentado no orçamento da construção com o modelo convencional. Serão
aproximadamente 1479,81 horas de trabalho. Considerando uma equipe de duas
pessoas, um pedreiro e um ajudante, e jornada diária de 8 horas de trabalho, de
segunda a sábado, deduz-se que serão necessários 185 dias úteis para a conclusão
dos serviços apresentados, ou seja, seis meses e cinco dias de trabalho.
Entretanto, considerando a média de quatro domingos por mês, serão
adicionados mais vinte e quatro dias para a conclusão dos serviços, resultando em
um total de 209 (duzentos e nove) dias, ou, aproximadamente sete meses.
40

4.5 ANÁLISE DOS DADOS

Este estudo destacou a evolução e as etapas do sistema construtivo em


concreto pré-moldado, especialmente as estruturas em painéis estruturais. A
principal diferença desse sistema para o sistema de alvenaria convencional fica por
conta da vedação. Esse é o primeiro aspecto notado ao fazermos uma comparação
visual entre os sistemas.
Na execução, notou-se diferenças também nas fundações e principalmente
na superestrutura dos sistemas, com as dimensões e a disposição dos pilares do
sistema convencional ficando a cargo de um estudo mais criterioso do projeto,
enquanto que para o sistema de pré-moldados existe um padrão de repetição na
alocação dos pilares (um pilar a cada metro).
Ao nos aprofundarmos na análise, pudemos evidenciar as diferenças
relacionadas aos custos e a produtividade cada sistema construtivo e suas
particularidades.

4.5.1 Quanto aos custos

De acordo com a figura 17, ao avaliarmos os custos vinculados a cada


sistema construtivo definido nesse estudo, para a construção da residência
apresentada na figura 8, percebemos que a utilização do sistema de pré-moldados
oferece uma redução de R$ 10.516,36 em relação à construção feita com o sistema
convencional de blocos cerâmicos. A construção da residência com o modelo
convencional custará R$ 55.024,36 enquanto que, se construída com o sistema de
pré-moldados, custará R$ 44.508,00. Trata-se de uma redução de 19,11% do custo
total dos serviços apresentados.
41

Figura 17 – Gráfico comparativo de custos.

60.000,00

50.000,00

40.000,00

30.000,00 Convencional
Pré-moldado
20.000,00

10.000,00

0,00
Custos

Fonte: Autor.

4.5.2 Quanto ao prazo

Analisando os prazos das etapas estabelecidas nesse estudo (figura 18) para
cada sistema construtivo definido, pôde-se perceber que o sistema de pré-moldados
oferece uma redução de 65,55% no prazo para os serviços apresentados. Enquanto
que para concluir a construção com o sistema de alvenaria convencional seriam
necessários 209 (duzentos e nove) dias corridos, para o sistema de pré-moldados
seriam necessários apenas 72 (setenta e dois) dias corridos, ou seja, o sistema de
pré-moldados precisará de 34,45% do tempo necessário para a construção
convencional, para ficar pronto.
42

Figura 18 – Gráfico comparativo de prazos.

250

200

150
Convencional
Pré-moldado
100

50

0
Prazos

Fonte: Autor.
43

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo, pôde-se concluir que é de suma importância à busca


por novas tecnologias na construção civil que possam suprir o déficit habitacional
existente de forma satisfatória, garantindo qualidade de vida à população,
semelhante aos sistemas e técnicas convencionais utilizadas.
Apesar do sistema de pré-moldados não fazer parte da cultura popular local, a
sua utilização se apresenta como uma alternativa viável para a construção de
habitações de padrão popular. Ao analisarmos o projeto feito com o sistema de pré-
moldados, e replicarmos utilizando o sistema convencional de blocos cerâmicos,
percebemos um aumento de 19,11% nos custos e 65,55% no prazo. Apesar dos
números, o sistema convencional continua sendo o mais utilizado pela população
em geral. Isso mostra que precisamos estar abertos a novas informações, a novos
conceitos.
Talvez a ausência de detalhamento e informações sobre o sistema cause
estranheza e inviabilize a utilização por parte da população, ou talvez isso seja
resultado do pequeno número de empresas que atuam na região e a pouca mão de
obra qualificada para a execução do sistema. O certo é que precisamos estar
atentos ao surgimento de novas tendências para garantirmos a utilização de
conceitos seguros e que estejam ao alcance de pessoas de todas as classes
sociais.
Construir com o sistema de pré-moldados resulta em segurança, rapidez, e
economia ao contratante, além de garantir uma moradia durável, por meio de um
sistema mais limpo que gera menos resíduos de construção e oferece menos dano
ao meio ambiente.
44

6 REFERÊNCIAS

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de Marcelo de Araújo Ferreira. São Paulo, ABCIC, 2002.

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CONCRETO (ABCIC). 1980. A história dos pré-fabricados e sua evolução no
de Estruturas de Concreto Pré-Moldado. Rio de Janeiro, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 16475: Painéis de


parede de concreto pré-moldado – Requisitos e procedimentos. Rio de Janeiro,
2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto - Procedimentos. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 9062: Projeto e


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Conclusão de Curso (Monografia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Vitória,
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45

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Concreto Armado. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) –
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