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INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO- CAMPUS SANTA INÊS


DEPARTAMENTO DE ENSINO SUPERIOR E TECNOLÓGICO CURSO
DE TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFICÍOS

JOYCE BEZERRA ROSA

A ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA


PRAÇA PÚBLICA DA MATRIZ EM SANTA INÊS-MA

SANTA INÊS-MA
2020
2

JOYCE BEZERRA ROSA

A ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA


PRAÇA PÚBLICA DA MATRIZ EM SANTA INÊS-MA

Monografia apresentada à Coordenação do


curso de Tecnologia em Construção de
Edifícios do Instituto Federal do Maranhão-
Campus Santa Inês como requisito para
obtenção do grau de Tecnólogo em
Construção de Edifícios.

Orientadora: Prof.ª Yrlles Araujo Moraes

SANTA INÊS-MA
2020
3

JOYCE BEZERRA ROSA

A ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA


PRAÇA PÚBLICA DA MATRIZ EM SANTA INÊS-MA

Monografia apresentada à Coordenação do


curso de Tecnologia em Construção de
Edifícios do Instituto Federal do Maranhão-
Campus Santa Inês como requisito para
obtenção do grau de Tecnólogo em
Construção de Edifícios.

Orientadora: Prof.ª Yrlles Araujo Moraes

APROVADO EM ____/____/2020

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________
Prof.ª Yrlles Araujo Moraes (Orientadora)
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA

__________________________________________________________
Prof.ª Esp. Érika Lima de Jesus
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA

__________________________________________________________
Prof.ª Giovanni Ferreira de Sousa
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA

SANTA INÊS-MA
2020
4

AGRADECIMENTOS

A Deus por sua ajuda e proteção, pela sua força e presença constante, e por me
guiar à conclusão de mais uma preciosa etapa de minha vida. Minha mãe por
ser sempre o pilar de todos os meus projetos.

À minha orientadora, pelo empenho dedicado à elaboração deste trabalho.

Ao Prof.º Msc. Francisco Rokes Sousa Leite pela inspiração no tema deste
estudo.

Aos Tecnólogos Bismarck Michael Lima Sousa e Tiago Ferreira e ao Everson


Moreira pela contribuição com este trabalho.

Agradeço a todas as pessoas do meu convívio, em especial Ana Lidia


Conceição, por todo apoio desde o início do curso, Elbina Jordânia e Enio Vale
pelo companheirismo durante os quatro anos de convivência e todos os projetos
juntos, á família e amigos que acreditaram e contribuíram, mesmo que
indiretamente, para a conclusão deste curso.
5

“Quando tudo parecer dar errado em


sua vida, lembre-se que o avião
decola contra o vento, e não a favor
dele” (Henry Ford).
6

RESUMO

O termo acessibilidade inclui as pessoas com deficiência física na participação


de atividades culturais, visando os direitos igualitários e assegurando que
pessoas com deficiências tenham uma qualidade de vida adequada e com
acessibilidade. Faz-se necessário obedecer em sua totalidade a NBR- Norma
Brasileira 9050/2015 que trata da acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos e a Lei nº 10.098/2000 que teve sua redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015, onde são estabelecidas normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida para que seja garantida a mobilidade.
Este trabalho estuda o acesso a Praça Publica da Matriz de Santa Inês-MA
assim como a existência de barreiras arquitetônicas que podem interferir na
circulação de pessoas com deficiência física, apresentando quais adaptações
devem ser feitas fundamentadas na norma, visando às necessidades de
inclusão de toda a população, objetivando eliminar as barreiras arquitetônicas
possibilitando a locomoção.

Palavras-chave: Acessibilidade, Inclusão, Espaço público.


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ABSTRACT

The term accessibility includes persons with physical disabilities in


participating in cultural activities, aiming at equal rights and ensuring that
persons with disabilities have an adequate and accessible quality of life. It is
necessary to comply in its entirety with NBR-Brazilian Standard 9050/2015,
which deals with accessibility to buildings, furniture, spaces and urban
equipment, Law No. 10.098 / 2000, which was amended by Law No. 13.146,
2015, where General rules and basic criteria shall be established for promoting
accessibility for persons with disabilities or persons with reduced mobility to
ensure mobility. This work studies the access to the Santa Inês-MA Matrix
Public Square as well as the existence of architectural barriers that can
interfere with the circulation of people with physical disabilities, presenting
which adaptations should be made based on the norm, aiming at the inclusion
needs of all the population, aiming to eliminate the architectural barriers
making possible the locomotion.

Keywords: inclusion, accessibility, public spaces.


8

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Modelo de rampa acessível..................................................... 18

Figura 02: Modelo de piso intertravado de alerta ...................................... 19

Figura 03: Vaga para estacionamento ..................................................... 20

Figura 04: Sinalização Vertical ................................................................. 20

Figura 05: Símbolo internacional de acesso ........................................... 21

Figura 06: Cidade de Santa Inês – MA ................................................... 22

Figura 07: Praça da matriz em Santa Inês- MA ...................................... 23

Figura 08: Rampa na Praça da Matriz .................................................... 25

Figura 09: Entrada para o salão paroquial............................................... 26

Figura 10: Garagem................................................................................. 26

Figura 11: Piso.......................................................................................... 27

Figura 12: Piso.......................................................................................... 28

Figura 13: Piso.......................................................................................... 28

Figura 14: Semáforo na praça da matriz................................................ 29

Figura 15: Vaga para estacionamento................................................... 30

Figura 16: Faixa Livre............................................................................ 33

Figura 17: Mapa da Avenida Luiz Muniz e Rua da Pedra Branca......... 33

Figura 18: Avenida Luiz Muniz............................................................... 34

Figura 19: Dimensões da rampa e faixa de pedestre................................ 35

Figura 20: Vista da rampa e faixa de pedestre.......................................... 35

Figura 21: Implantação de piso intertravado............................................ 37

Figura 22: Semáforo com acionamento.................................................... 38

Figura 23: Vaga para estacionamento sinalizada..................................... 39


9

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 14

2.1 Legislação voltada à acessibilidade..................................................... 14

2.2 Acessibildade praças públicas.............................................................. 15


Semáforos............................................................................................
2.2.1 17

2.2.2 Calçadas............................................................................................... 17

2.2.3 Pisos...................................................................................................... 18

2.2.4 Vagas para veículos ............................................................................. 19

2.2.5 Sinalização............................................................................................ 21

3. ESTUDO DE CASO ....................................................................................... 22

3.1 Caracterização da Área de Estudo ............................................................. 22

3.2 Situação atual da Praça da Matriz..................................................... 24

3.2.1 Calçadas................................................................................................ 24

3.2.2 Pisos...................................................................................................... 27

3.2.3
Semáforos.............................................................................................. 29

3.2.4 Vagas para veículos............................................................................... 30

3.2.5 Sinalização............................................................................................. 31

4. SUGESTÕES DE MELHORIAS PARA A PRAÇA DA MATRIZ........... 32

4.1 4.1 Calçadas......................................................................................... 32

4.2 Pisos...................................................................................................... 36

4.3 Semáforos............................................................................................. 37

4.4 Vagas para veículos ............................................................................ 38

4.5 Sinalização........................................................................................... 39
10

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 40

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 41
11

1 INTRODUÇÃO

No Brasil a acessibilidade é um problema antigo, segundo Sassaki


p. 10, a afirmação de que “Todo ser humano tem direito à liberdade de
locomoção”, que foi inserida na Declaração Universal dos Direitos Humanos,
da Organização das Nações Unidas (ONU, 1948), inspirou o combate às
barreiras arquitetônicas nos últimos 50 anos do século XX, quando os
profissionais de reabilitação constataram a grande dificuldade de locomoção
devido a existência de barreiras arquitetônicas nos espaços urbanos, nos
edifícios e residências e nos meios de transporte coletivo. Nos anos 90 surgiu
o conceito de desenho universal onde os ambientes, meios de transporte e
utensílios deveriam ser projetados para todos ampliando o conceito de
acessibilidade para abranger dimensões arquitetônicas, comunicacionais,
atitudinais etc (Sassaki , 2009).
Em 1993 em uma reunião a ONU tratou sobre as normas de
Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência, “Os Países-
Membros devem iniciar medidas que removam os obstáculos à participação
no ambiente físico. Tais medidas devem desenvolver padrões e diretrizes e
considerar a promulgação de leis para garantir a acessibilidade a várias áreas
da sociedade, tais como moradia, edifícios, serviços de transportes públicos e
outros meios de transporte, ruas e outros ambientes externos.” E então
começou a preocupação em construir e adequar os ambientes permitindo a
livre circulação de pessoas com deficiência e isto fez com que os projetistas
pensassem em plantas atendendo estas necessidades (ONU, 1993).
E no Brasil temos legislações que servem para o cumprimento do
direito ao acesso universal, como a NBR- Norma Brasileira 9050/2015 e a Lei
nº 10.098/2000 a qual teve sua redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015, que
estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade. Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance,
percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia, de
edificações, espações mobiliários, vias públicas, equipamentos urbanos e
transporte coletivo. (ABNT NBR 9050).
12

Porém, ainda existe uma grande parcela de brasileiros


impossibilitados de transitar em suas cidades sem acompanhantes devido a
grande quantidade de barreiras arquitetônicas presentes nas ruas do nosso
país. Segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) no Brasil, em 2010, 24% da população, ou seja, aproximadamente
45,6 milhões de pessoas são portadoras de algum tipo de deficiência, seja
visual, auditiva, motora.
Conforme a lei, se fazem necessárias projetos acessiveis para os
novos ambientes a serem contruídos e adaptações as edificações tanto
públicas como privadas. Assim como o direito do acesso, as pessoas com
deficiência devem ter em locais públicos,como praças o direto ao lazer e se
compreende que as atividades realizadas em ambientes naturais, como
exercícios físicos, recreação e observação da natureza propiciam uma riqueza
de estímulos visuais, sonoros, olfativos, táteis e sinestésicos, além de aumentar
sua auto-estima e proporcionar maior socialização.
Seguindo o preceito deste problema e buscando melhorias e um
ambiente público com transitabilidade adveio o estudo deste trabalho que tem
como objetivo geral: avaliar à mobilidade para pessoas com deficiência física
na Praça Pública da Matriz de Santa Inês – MA. Dessa forma, o mesmo tem
como objetivos específicos:
 Identificar as condições das infraestruturas arquitetônicas da
Praça Pública da Matriz de Santa Inês;
 Expor as barreiras arquitetonicas encontradas na Praça da
Matriz e;
 Propor adaptações arquitetônicas fundamentadas na norma,
seguindo o preceito de eliminar barreiras físicas favorecendo
a inclusão de todos.

De acordo com a Legislação Brasileira é obrigatório a adequação de


locais públicos às pessoas com qualquer tipo de deficiência física ou com
dificuldades de locomoção para que tenham condições de acesso a qualquer
espaço público com segurança e autonomia. Assim sendo, interrogamos:
como a existência de barreiras arquitetônicas podem interferir no direito de ir
e vir de pessoas com deficiência física na Praça da Matriz em Santa Inês –
13

MA, e a participação do Poder Público e da sociedade na solução do


problema?
Este trabalho foi divido em cinco capítulos: Introdução; Referencial
teórico que versa acerca das leis e norma citadas acima que tem por objetivo
a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida. Incluímos uma pesquisa documenta designadamente adotando como
parâmetro a norma ABNT 9050/2015, pesquisas bibliográficas; Estudo de caso,
onde foi feita visita ao local visando identificar a qualidade dos espaços
edificados na Praça da Matriz em Santa Inês – MA, verificando as barreiras
arquitetônicas, o acesso por rampas e a sinalização acompanhado de relato
fotográfico. Resultados e Discussões e Conclusão.
14

.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Legislação voltada à acessibilidade

Com o objetivo de garantir direitos igualitários e assegurar que


pessoas com deficiências mantenham uma qualidade de vida adequada e
possibilitando a eles acesso a todos os espaços foi criada a Lei da
Acessibilidade, Lei nº 10.098, de 19 de Dezembro De 2000 qual teve sua
redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015. O Art. 3º da Lei no 13.146, de 6 de
julho de 2015, vigora que:

I - Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para


utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários,
equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou
privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; (BRASIL, p.01,
2015)

O Art. 3º também estabelece que o planejamento e a urbanização


das vias públicas, dos parques e dos demais espaços de uso público deverão
ser concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para as pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Nessa Lei, são estabelecidas todas as medidas básicas para que as
pessoas com deficiência tenham condições de conviver e desfrutar da vida
como qualquer outra pessoa da sociedade. Esta lei regulamenta, por exemplo,
as normas básicas e gerais que promovem a acessibilidade de pessoas com
deficiências, como a retirada de obstáculos em determinadas áreas,
adequação de espaços urbanos como portas de locais públicos, rampas de
acesso, sinalização visual, ela também dita parâmetros para a adaptação de
meios de comunicação e de transporte, assim como determina as regras de
construção e reforma.
E existe também a ABNT NBR 9050/2015, elaborada pelo comitê
Brasileiro de Acessibilidade e pela Comissão de Estudos de Acessibilidade
que trata da acessibilidade no espaço construído. Esta norma pretende
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garantir que todas as pessoas possam se orientar e se deslocar facilmente em


um ambiente, fazendo uso dos elementos que o compõem – como telefones,
mesas, guichês, máquinas de autoatendimento, entre outros – com segurança
e autonomia, isto é, sem acidentes e sem necessidade de terceiros para essas
tarefas (MORAES, 2007).
A norma é dividida em três partes: A primeira parte é apresentada a
norma, qual sua finalidade, onde é aplicada e a definição de termos usados
no documento como acessibilidade, deficiência e desenho universal; Na
segunda parte são apresenta os critérios de medidas da norma, como área de
cadeira de rodas, medidas de alcance mínimo e máximo, área de transferência
e aproximação, etc, que são necessários para formulação dos parâmetros
técnicos. Na terceira parte são apresentados os parâmetros técnicos e as
determinações para os elementos espaciais. No que diz respeito a parques,
praças e locais turísticos a norma cita que:
• Parques, praças e locais turísticos que possuam pavimentação,
mobiliário ou equipamentos edificados ou montados devem ser dotados
de rotas acessíveis.
• Nos locais onde as características ambientais sejam legalmente
preservadas, deve-se buscar o máximo grau de acessibilidade com
mínima intervenção no meio ambiente.
• O piso das rotas acessíveis deve atender às especificações contidas
em pelo menos 5 %, com no mínimo uma, do total das mesas
destinadas a jogos ou refeições. Recomenda-se, além disso, que pelo
menos outros 10 % sejam adaptáveis para acessibilidade.
As determinações dessa norma servem para que arquitetos e
projetistas criem ambientes acessíveis. Em um projeto arquitetônico, diversos
itens de acessibilidade devem ser abrangidos.

2.2 Acessibilidade praças públicas

Conforme os dados da Organização Mundial de Saúde,


aproximadamente de 10% da população possui algum tipo de deficiência. No
Brasil, 23,9% da população total, o equivalente a 45.606.048 milhões de
16

pessoas, possuem algum tipo de deficiência, de acordo com dados divulgados


pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Essa deficiência pode ser
visual, auditiva, motora, mental ou intelectual. Ainda segundo o censo do IBGE
de 2010, a deficiência mais recorrente no Brasil é a visual (18,6%), seguida da
motora (7%).
A deficiência faz parte da condição humana. Quase todas as
pessoas terão uma deficiência temporária ou permanente em algum
momento de suas vidas, e aqueles que sobreviverem ao
envelhecimento enfrentarão dificuldades cada vez maiores com a
funcionalidade de seus corpos. A maioria das grandes famílias possui
um familiar deficiente, e muitas pessoas não deficientes assumem a
responsabilidade de prover suporte e cuidar de parentes e amigos
com deficiências. (Relatório Mundial Sobre a Deficiência, 2011, p.3)

As normas devem ser seguidas para assegurar a acessibilidade de


pessoas com deficiência e a infraestrutura arquitetônica é essencial nesta
questão. Além disto é necessário que os profissionais de Engenharia e
Arquitetura se adaptem e façam sempre projetos seguindo a legislação
recente que trata do assunto.
É inegável que projetos urbanísticos são de grande importância para
o desenvolvimento das cidades e esses projetos em praças pode promover a
integração da comunidade além de avivar valores, como respeito e amor ao
próximo através de atividades conjuntas. As praças são espaços de
convivência de cunho social público em muitas ocasiões para transformar
áreas em marcos simbólicos em regiões urbanas, mas a falta de manutenção
e de serviços de melhorias submetem esses locais a ação do homem e do
meio ambiente causando deterioração
Em sua definição, Saldanha (1993) diz que praças são espaços
privilegiados em suas diferentes perspectivas e não pode ser concebida
apenas em sua forma ou dimensão física, pois seu significado é social. Logo,
temos as praças como espaços para brincadeiras e diversão em família.
Contudo devemos levar em consideração suas condições físicas para a
realização de tais atividades.
Entretanto verifica-se ainda no Brasil, uma grande lacuna nas
questões de acessibilidade. Esta realidade justifica os esforços nesta
discussão que a cada dia envolve os projetos e profissionais. A falta de rampas
de acesso em prédios e praças públicas da cidade dificultam o dia a dia das
17

pessoas com deficiência. O pouco investimento e a falta de estruturas


adequadas transformam os acessos aos espaços públicos em verdadeiros
obstáculos para pessoas com deficiência. Problemas nas calçadas e falta de
acesso a prédios públicos e ao comércio são as principais reclamações de
cadeirantes.
Segue em tópicos como devem ser instalados os semáforos, a
construção das calçadas e rampas , o piso que deve ser uniforme, as vagas
veiculares que devem ser reservadas, e por fim a sinalização todos conforme
a NBR 9050/2015.

2.2.1 Semáforos

Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão


estar equipados com mecanismo que sirva de guia ou orientação para a
travessia de pessoa portadora de deficiência visual ou com mobilidade
reduzida em todos os locais onde a intensidade do fluxo de veículos. Devem
conter dispositivos de acionamento manual para travessia de pedestres que
devem ter entre 0,80 m e 1,20 m de altura do piso acabado com tempo de
travessia de pedestres deve estar adequado à marcha de pessoas com
mobilidade reduzida de 0,4 m/s (NBR 9050/2015).

2.2.2 Calçadas

O ideal é que as calçadas sejam rebaixadas junto às faixas de


travessia de pedestres com ou sem semáforo, e sempre que houver um
aglomerado de pessoas. Além disto, todo rebaixamento de calçada para
travessia de pedestres deve ser sinalizado com piso tátil de alerta, cuja
instalação deve ser feita nos seguintes locais: Em volta de objetos suspensos,
em locais com calçadas rebaixadas, no início e no final de escadas e rampas,
em frente a portas dos elevadores. Sempre que houver desníveis nas
plataformas de embarque e desembarque, e quando houver mudança de
direção nas faixas de pedestres como na figura 01. Os rebaixamentos de
calçada podem estar localizados nas esquinas, nos meios de quadra e nos
canteiros divisores de pistas (NBR 9050/2015).
18

Figura 01 - Modelo de rampa acessível

Fonte: Avance Acessibilidade, 2016.

A inclinação deve ser constante e não superior a 8,33 % . A largura


mínima do rebaixamento é de 1,50 m. O rebaixamento não pode diminuir a
faixa livre de circulação, de no mínimo 1,20 m, da calçada que é a faixa livre
miníma. (NBR 9050/2015).

2.2.3 Pisos

É ideal que os pisos sejam nivelados e com rampas para que um


cadeirante, por exemplo, consiga conduzir sozinho a cadeira de rodas, pois não
é possivel o acesso com a presença de aclives e falta de segurança em
declives, os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e antiderrapante
sob qualquer condição, que não provoque trepidação em dispositivos como a
cadeira de rodas, um dos tipos de piso que podem ser utlizados em praças
proporcionando segurança é o piso intertravado (Figura 02) , tipo de pavimento
19

em que o revestimento é formado por blocos de concreto com intertravamento


por areia de selagem. (Pereira, 2018).

Figura 02: Modelo de piso intertravado de alerta

Fonte : Escola Engenharia, 2018.

2.2.4 Vagas para veículos

As vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam


conduzidos por pessoas com deficiência devem ter sinalização horizontal com
símbolo internacional de acesso (SIA) conforme figura 03. E nas vagas
reservadas que não estejam localizadas em vias e logradouros públicos, a
sinalização vertical deve ser conforme a Figura 04 . A borda inferior das placas
instaladas deve fcar a uma altura livre entre 2,10 m e 2,50 m em relação ao
solo. Em estacionamentos com pé-direito baixo, é permitida sinalização à altura
de 1,50 m. (NBR 9050/2015)
20

Figura 03: Vaga para estacionamento

Fonte: NBR 9050/2015

Figura 04: Sinalização Vertical

Fonte: NBR 9050/2015


21

2.2.5 Sinalização

A indicação de acessibilidade deve ser feita por meio do símbolo


internacional de acesso, tanto em edifícios, como em espaços públicos . A
representação do símbolo internacional de acesso consiste em pictograma
branco sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925 C). Este
símbolo pode, opcionalmente, ser representado em branco e preto (pictograma
branco sobre fundo preto ou pictograma preto sobre fundo branco), conforme
figura 05. A figura deve estar sempre voltada para o lado direito, nenhuma
modificação deve ser feita a este símbolo. O símbolo internacional de acesso
deve indicar a acessibilidade aos serviços e identificar espaços, edificações,
mobiliários e equipamentos urbanos onde existem elementos acessíveis ou
utilizáveis por pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida
(NBR 9050/2015).
Figura 05: Símbolo internacional de acesso

Fonte: NBR 9050/2015

Se as condições mínimas de acessibilidade forem cumpridas as pessoas


com deficiência irão exercer sua cidadania através da independência no direito
de ir e vir. É necessário que além da rampa, as ruas e calçadas estejam viáveis,
pois de nada adianta um ônibus com espaço e rampa para cadeirantes, por
exemplo, se o deslocamento até o ponto de embarque é inviável, com calçadas
cheias de buracos, falta de rebaixos. No entanto o respeito aos acessos por
parte da população é imprescindível, e muitas vezes as poucas rampas que
estão de acordo com as normas geralmente tem carros estacionados em locais
que impedem a acessibilidade ao ambiente.
22

3. ESTUDO DE CASO

3.1 Caracterização da Área de Estudo

A Área de estudo é na cidade de Santa Inês- MA que foi fundada em


1887, por senhores de escravos, Santa Inês era o principal povoado do
município de Pindaré Mirim- MA e conhecida anteriormente como povoado
ponta da linha. O povoado Ponta da Linha recebeu colonizadores dos estados
vizinhos que, para desenvolvê-lo, investiram na agricultura. Aos poucos a
região foi superando a cidade mãe, Pindaré. A Câmara Municipal de Pindaré
Mirim, sob a presidência de Josué Diniz Alves, promovia sessões de debates
sobre o projeto do vereador Luís Pereira Neves, que pedia a separação. Na
Assembléia Legislativa, sob o comando do Deputado Eurico Galvão, tomou o
nome de Projeto n.º 87. Aprovado e então foi elevado à categoria de município
e distrito com a denominação de Santa Inês pela Lei Estadual n.º 2.723, de
19-12-1966, sendo desmembrado de Pindaré-Mirim, hoje a cidade de Santa
Inês (figura 06) é beneficiada por duas ferrovias federais, possui uma boa
logística, despontando como uma das principais cidades do Maranhão, no
ultimo censo em 2010 a população era estimada em 77.282 pessoas (IBGE,
2016).
Figura 06: Cidade de Santa Inês – MA

Fonte: Acervo Fotógrafo Everson Moreira. 2018


23

No centro da cidade está localizada a Praça da Matriz de Santa Inês


(figura 07) entre a Rua da Pedra Branca e Avenida Luís Muniz. Uma área que
recebe uma grande quantidade de pessoas principalmente porque nela está
situada a Igreja Matriz, onde são realizados festejos da padroeira do
município. É a principal praça da cidade, pois está próxima ao centro comercial
e em seu entorno está situado os prédios dos poderes legislativo (Câmara
Municipal) e executivo (Prefeitura Municipal). Em suas proximidades existem
vários estabelecimentos de fast food e lanchonetes que fazem com que a
praça obtenha grande público, em sua maioria, aos fins de semana. E em
períodos festivos o local recebe decorações para atrair ainda mais a
população.

Figura 07: Praça da matriz em Santa Inês- Ma

Fonte: Acervo Fotógrafo Everson Moreira, 2018


24

3.2 Situação atual da Praça da Matriz


Mesmo diante de tantas atividades a Praça da Matriz de Santa Inês
também passa por dificuldades. Dentre essas dificuldades está a falta de
manutenção, haja vista que toda a área de circulação é feita de blocos de
concreto e que não existem manutenções recentes no piso. A falta de
infraestrutura, como a inserção de rampas e a deterioração das calçadas
interfere na circulação não apenas de pessoas com deficiência.

3.2.1 Calçadas

Na Praça da Matriz de Santa Inês há poucos locais em que a calçada


está rebaixada, em todo o seu entorno, e eles não estão adequadas, apenas
uma é destinada para pessoas com deficiência física e não está devidamente
sinalizada conforme figura 08. Além da falta de comprimento e espaçamento
permitida, têm faixa de pedestre somente de um lado da rampa, na Avenida
Luiz Muniz e nessa área existe um grande fluxo de pessoas. Desníveis e
trechos quebrados são recorrentes, o que inclui a péssima condição de
rampas de acesso às calçadas. E ainda existe um grande descaso por parte
da população que estaciona na frente da rampa impedindo o acesso.
Isso impede o trajeto livre, desobstruído e sinalizado que deveria
conectar os ambientes dos espaços, proporcionando o deslocamento
autônomo e seguro de todas. A construção de rampas nas calçadas para
acesso é necessária, porém se construída de forma errada acaba dificultando
o trânsito dos pedestres. As calçadas podem ser divididas em três faixas: A
livre é para circulaçao de pedestres; A de serviço, como a praça é muito
extensa, era pra destinado no minímo 0,7cm para ela, parte que está de
acordo com os requisitos, pois as vegetações e os postes não estão
dificultando o acesso; A de acesso é localizada entre a faixa livre e o limite das
edificações utilizada exclusivamente em calçadas com maior dimensão de
largura, para suporte de toldos, na praça não temos a necessidade, pois não
têm marquises, toldos, jardineiras e etc (NBR 9050/2015).

Já as outras existentes além de também não serem sinalizadas, são


destinadas apenas para a entrada de veículos na garagem do salão paroquial.
25

As rampas construídas na praça que dão acesso a garagem da igreja e ao salão


paroquial contém degraus, que se torna uma barreira arquitetônica e dificulta a
passagem por não estarem rebaixadas corretamente, se torna um obstáculo,
como mostra figura 08 e 09 e 10. Caminhar pela praça é uma tarefa complicada
para quem está com mobilidade reduzida, não só pela falta de manutenção das
calçadas, mas também pelos obstáculos e barreiras arquitetônicas e
urbanísticas, que muitas vezes impedem completamente a utilização da
estrutura urbana e dificultam um mero deslocamento. Em uma visita á praça por
poucos metros nas calçadas são identificados deparar com degraus, obstáculos,
rampas inadequadas, provenientes da falta de fiscalização e erros de projeto.

Figura 08: Rampa na Praça da Matriz

Fonte: Autora, 2020.


26

Figura 09: Entrada para o salão paroquial

Fonte: Autora, 2020.

Figura 10: Garagem

Fonte: Google Maps, 2017


27

3.2.2 Pisos

As lacunas entre os blocos de concreto dentro da faixa de circulação,


são um perigo e podem causar acidentes, na praça encontramos vários locais
em que as peças estão soltas e formam buracos.Nas figuras 11,12 e 13
ficaram evidenciados a degradação acentuada das calçadas e os obstáculos
que impedem a existência da acessibilidade no trajeto. Para passar por esses
buracos, a pessoa que faz uso de cadeira de rodas terá muita dificuldade,
precisando até de terceiros muitos deixam de ir aos lugares porque não tem
acesso. Apesar da lei que regulariza esses tópicos ser antiga, o problema é
recorrente.

Figura 11: Piso

Fonte: Autora, 2020.


28

Figura 12: Piso

Fonte: Autora, 2020.

Figura 13: Piso

Fonte: Autora, 2020.


29

3.2.3 Semáforos

Na figura 14 o único semáforo na praça se encontra em uma parte


que não têm nenhuma rampa, sendo assim não é acessível e não tem
sinalização adequada, sem mecanismo que sirva de guia ou orientação para
a travessia de pessoa com deficiência, e sem dispositivos de acionamento
manual para travessia de pedestres.

Figura 14: Semáforo na praça da matriz

Fonte: Google Maps, 2017


30

3.2.4 Vagas para veículos

O lugar reservado para estacionamentos na praça conforme figura


15, nem está sinalizado para estacionamento de veiculos. Nem tem vagas
reservadas, nem têm acessibilidade pois a calçada é sem rampas e com piso
irregular.

Figura 15: Vaga para estacionamento

Fonte: Autora, 2020.


31

3.2.5 Sinalização

A sinalização também é precária, não contém placas, nem desenho


universal, até porque a praça não atende os critérios de acessibilidade. Sendo
dever do município deliberar estratégias e metas de programas, criar projetos
e ações que compreendam as diferentes áreas de infraestrutura do município
e a acessibilidade no espaço público e nas edificações. Assim como é dever da
sociedade respeitar e zelar pelo espaço público construído.
Cabe ressaltar que as ações a serem estabelecidas, mesmo com a
mudança política da administração municipal, devem ser gradativas e
regulamentadas de forma a serem seguidas. E que, no cumprimento destas
medidas, o poder público integre a acessibilidade nas legislações urbanísticas,
garantindo a adequação de vias, espaços e edificações de uso público e
coletivo, com previsão de penas a serem aplicadas no caso de
descumprimento, além de assumir o compromisso de cumprir e fazer cumprir
as leis sobre acessibilidade.
É necessária a participação popular para que as políticas públicas
tenham resultado. Através de um diálogo democrático entre a sociedade e o
governo será possível executar ações do Estado que realmente tenha eficácia
no bem-estar social dos deficientes, buscando valorizar a pessoa como cidadã,
respeitando suas características e particularidades.
32

4. SUGESTÕES DE MELHORIAS PARA A PRAÇA DA MATRIZ

Ao observar o espaço público na cidade, é fácil identificar situações


inacessíveis a uma boa parcela da população. Um piso solto em uma calçada,
a ausência de uma travessia de pedestre que podem se tornar barreiras ou
impedimentos.
Na maioria das vezes, os obstáculos são oriundos de projetos que
ignoram a acessibilidade. Também podem ser decorrente de falhas de
execução. No entanto, a falta de manutenção dos espaços e a falta de
fiscalização das obras e serviços por parte do Estado/Município, e a
indiferença por parte da sociedade, tem se tornado um dos principais
causadores de momentos constrangedores.
Todas as rampas “acessíveis” são completamente obstruídas pela
presença de veículos em sua entrada, não apresenta piso tátil como é
requerido na norma e a situação se torna mais complexa pela falta de
conscientização da população. A praça apresenta bons espaços de
permanência/convivência, mas é necessário investir em melhorias nos
espaços de circulação e construir rampas sinalizadas, dentre outros, para que
assim também possa diminuir alguns incidentes causados pela imprudência.
A praça não esta dentro dos requisitos da norma e algumas mudanças devem
ser feitas. Segue em tópicos as sugestões:

4.1 Calçadas

Para garantir a circulação é importante que a calçada tenha uma


faixa livre que é a área do passeio ou calçada destinada exclusivamente à
circulação de pedestres com no mínimo 1,20m de comprimento, ter inclinação
transversal de até 3% a calçada da praça deve passar por uma reforma para
tirar os obstáculos como degraus e os desníves tornando a superfície regular
e antiderrapante, e deixando o espaço suficiente para a faixa livre conforme
ilustração da figura 16 ( NBR 9050/2015).
33

Figura 16: Faixa Livre

Fonte : Prefeitura de Caraguatatuba, 2020.

A indicação é de que sejam implantadas 3 rampas na praça, todas


com as mesmas dimensões, uma na Avenida Luiz Muniz, próximo ao
semáforo, outra ao virar a esquina na Rua da Pedra Branca conforme mapa
da figura 17 onde é possível visualizar estas ruas. E uma enfrente o
estabelecimento Oba Oba, uma sorveteria que contém grande fluxo de
pessoas principalmente nos finais de semana ( figura 18).

Figura 17: Mapa da Avenida Luiz Muniz e Rua da Pedra Branca

Fonte : Google Maps, 2012.


34

Figura 18: Avenida Luiz Muniz

Fonte : Google Maps, 2017.

Na praça existe uma rampa porém não sinalizada e fora dos quesitos da
norma conforme já visto. Ela deve ser reconstruída para que cumpra os
requisitos minímos, esta rampa dá acesso a duas ruas, e somente na Avenida
Luiz Muniz conta com faixa de pedestre, deve ser implantada a faixa na outra
rua, na Rodovia MA-320. Para que seja possível entrar de um lado na rampa
e sair na outra rua com a faixa de pedestre, o que facilita a acessibilidade.
Na esquina da Avenida Luiz Muniz, onde encontramos o único
semáforo situado ao redor da praça deve-se construir uma rampa com
rebaixamento que seja localizada na direção do fluxo de pedestre, que faça
ligação com a faixa de pedestre já existente, a largura da faixa deve ser de
4,00 m minímo permitido pela norma, conforme ilustração da figura 19 e 20
que mostram as dimensões e a vista. Deve também ser implantado o piso tátil
de alerta e acrescentar uma outra rampa e faixa de pedestre, na Rua da Pedra
Branca ( NBR 9050/2015). A terceira rampa na Avenida Luiz Muniz também
deve seguir os mesmos requisitos.
35

Figura 19: Dimensões da rampa e faixa de pedestre

Fonte:Guia de acessibilidade do Ceará, 2009.

Figura 20: Vista da rampa e faixa de pedestre

Fonte:Guia de acessibilidade do Ceará, 2009.


36

As rampas devem conter inclinação de 8,33%, com piso tátil, guia


rebaixada, na norma admite-se que em locais onde o fluxo de pedestres for
igual ou inferior a 25 pode utilizar 1,20 de comprimento, porém nesse caso
indica-se 1,80m com abas laterais dos rebaixamentos com 0,5m, pois a altura
a ser vencida do meio fio é de 0,15cm, com um piso em que o material
utilizado na rampa seja regular, estável, antiderrapante e não cause trepidação
em cadeiras de rodas, seria ideal o piso intertravado, lembrando sempre de
fazer manutenções para garantir a segurança dos pedestres (NBR
9050/2015).

4.2 Pisos

O piso da praça apresenta problemas em muitas partes,os locais


em que as peças estão soltas formam buracos e os blocos são antigos, outros
locais estão sem blocos. Existem duas sugestões possíves, trocar todo o piso,
ou remover os blocos com problemas. Porém somente remover os blocos com
problemas seria mais demorado e teria chances de não ficar com o piso
totalmente nivelado, pois são muitos blocos soltos. Trocar todo o piso seria a
melhor solução, pelo mesmo piso intertravado (figura 21), porém com novos
blocos, e feito o nivelamento antes da instalação dos mesmos, lembrando que
apesar do tempo de vida útil desse piso ser estimado em 20 anos, é
fundamental verificar anualmente se as juntas estão totalmente preenchidas,
elas devem ser preenchidas com areia, para garantir o travamento adequado
dos bloquetes, assim garantindo que eles terão superfície regular e estável
consequentemente mantendo a segurança e assegurando a acessibilidade.
Este é o maior problema da praça, pois até para quem não está com
mobilidade reduzida o piso da praça pode trazer riscos.
37

Figura 21: Implantação de piso intertravado

Fonte : Prefeitura de Lençóis Paulista, 2015.

4.3 Semáforos

O semáforo localizado na praça deve ter a inserção de dispositivo que


emita sinal sonoro, e um de acionamento manual para travessia de pedestres, e
o mesmo têm que situar-se entre 0,80 m e 1,20 m de altura( figura 20), medida
que é considerada por conta do módulo de referência onde a projeção de uma
pessoa utlizando cadeira de rodas têm em média essas medidas. Para que a
praça dê facilidade na locomoção é sugerido que acrescente-se outros dois
semáforos, um na Avenida Luiz Muniz, junto á rampa e outro na Rodovia 320-
MA, próximo a saída da rampa.
38

Figura 22: Semáforo com acionamento

Fonte: Revista Davila, 2018.

4.4 Vagas para veículos


No local reservado para estacionamento da praça, guardar uma vaga
para pessoas com deficiência, sinalizando tanto verticalmente, como
horizontalmente. O percurso entre a entrada do veiculo e a entrada para a praça
deve compor uma rota acessível. Para que assim ao sair do estacionamento,
tenha uma rota diretamente para a praça, com uma rampa de acesso. No caso
indica-se guardar a vaga mais próxima da rampa da Avenida Luiz Muniz já
existente, porém com as devidas modificações citadas anteriormente.
39

4.5 Sinalização

A sinalização é precária, precisa-se adicionar placas com o SIA nas


entradas das rampas, na vaga de estacionamento ( figura 23) , com desenho
com as seguintes condições: a) contornos fortes e bem definidos; b)
simplicidade nas formas e poucos detalhes; c) forma fechada, completa, com
continuidade; d) estabilidade da forma; e) simetria, deve ser instalada a uma
altura livre mínima de 2,10 m do piso. Adicionar sinalização transversal às
pistas de rolamento de veículos nas faixas de pedestres.

Figura 23: Vaga para estacionamento sinalizada

Fonte:Agência Brasil, 2016.


40

4. CONCLUSÃO

De acordo com as leis e normas e a análise ao seu cumprimento,


existe ainda uma grande carência no setor público, uma vez que a Praça da
Matriz é usada pela população de Santa Inês infelizmente não têm
acessibilidade igualitária para todos os usuários.
Existem diversas normas e leis para esses fins, porém devido a
falhas ou brechas nessas leis e normas, e também, à falta de fiscalização, tanto
do poder público quanto da sociedade em geral, essas não são cumpridas. Em
várias situações, dependendo da deficiência ou mobilidade reduzida, esses
locais acabam se tornando inadequados para o uso de pessoas com deficiência
ou mobilidade reduzida. Tornar os espaços acessíveis de forma igualitária é
uma longa caminhada para o setor público, o privado, e para toda a sociedade.
Muitas atitudes podem vir a garantir igualdade aos cidadãos como:
uma gestão administrativa que invista em obras para seguir as normas; uma
sociedade atenta às mudanças, que exija seus direitos e cumpra com seriedade
seus deveres; uma fiscalização competente, que denuncie as irregularidades;
e um poder público que haja firmemente com justas punições perante essas
irregularidades, trabalhando para o bem de todos, não visando apenas ao
interesse de alguns grupos.
Investindo e seguindo o as medidas sugeridas, fazendo as devidas
mudanças necessárias nas rampas, calçadas, pisos, e sinalização, a praça
será um local onde todas as pessoas vão ter seu direito à igualdade de
oportunidades assegurada.
41

REFERÊNCIAS

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Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos. 3ª Edição, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em:
http://www.ufpb.br/cia/contents/manuais/abnt-nbr9050-edicao- 15.pdf/view>.
Acesso em: 28 novembro 2019

AVANCE ACESSBILIDADE. ASSESSORIA PARA PROJETOS DE


ACESSIBILIDADE: PROJETOS ACESSIBILIDADE. [S. l.], 2016. Disponível
em: http://www.avanceacessibilidade.com.br/projetos_acessibilidade.html.
Acesso em: 10 dez. 2019

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gratuitamente sobre acessibilidade em comércios e
residências. Prefeitura de Caraguatatuba , [S. l.], p. 1, 21 jan. 2020.
Disponível em :http://www.caraguatatuba.sp.gov.br/pmc/2020/01/prefeitura-
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gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
providências. Brasília, 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm . Acesso em: 29
novembro 2019

COSTA, Gabriela R. V.; MAIOR, Izabel M. M. de L.; LIMA, Niusarete M. de.


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Oficinas “Acessibilidade, TI e Inclusão Digital, [S. l.], p. 1-5, 6 set. 2015.
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