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Nome​: Vitor Dal Castel Assis

Turma​ 202
Moré​: Lino

A VINGANÇA É AMARGA

O escritor e jornalista inglês Eric Arthur Blair, mais conhecido como George Orwell, em
sua obra intitulada ‘Como morrem os pobres e outros ensaios’, fala em um sub-capítulo,
chamado ‘A vingança é amarga’, sobre a ideia da vingança e dessa ideia na verdade não
existir. Ele começa o texto citando uma lembrança que tem de um campo de prisioneiros de
um setor do Exército americano, na Alemanha, que lida com interrogatórios, quando viu um
judeu que o acompanhava pelo campo atacar (verbal e fisicamente) um dos prisioneiros,
que era um oficial da ​SS​ (organização ligada ao Partido Nazista). Apartir desse ponto, o
autor faz uma ligação com a ideia da vingança, que nesse caso era o que o judeu
provavelmente desejava em relação á aquele prisioneiro (devido a tudo que o Partido
Nazista fez aos judeus na década de 1940).
Orwell diz: “​Mas o que aquela cena e muitas outras coisas que vi na Alemanha deixaram
claro para mim é que a ideia toda de vingança e punição é uma ilusão infantil. Para ser
exato, não existe vingança. A vingança é um ato que se quer cometer quando se está
impotente e porque se está impotente; assim que o sentimento de impotência desaparece, o
desejo se evapora também​”. Ou seja, a vingança não seria algo que uma pessoa sempre
“teria me mente” ou “teria vontade de realizar”, mas sim o que a pessoa tem em mente que
vai fazer quando percebe que tem o poder de fazer aquilo (no caso que George cita, o judeu
tinha mais autoridade do que o prisioneiro da ​SS​, logo percebia que “tinha como” se vingar).
Em seguida, o autor diz: “​Quem não saltaria de alegria, em 1940, diante da ideia de ver
oficiais da SS serem chutados e humilhados? Mas quando a coisa se torna possível, é
apenas patética e repugnante​”. Entendo com este trecho que, mesmo que o judeu que
acompanha Orwell fizesse qualquer coisa para se vingar do ex-oficial da ​SS​, o que
acontece mesmo é que uma pessoa que vê aquilo pode achar, como é dito no texto,
“​patética e repugnate​”, pois nem sempre as pessoas vão saber o por que da pessoa estar,
por exemplo, batendo em alguém, pois quem quer a vingança é o indivíduo que ataca (e ele
sabe o porque daquilo). No caso do livro, talvez possa ser uma exceção, pois praticamente
todos odeiam os nazistas, logo, ver um deles sofrendo seria prazeroso para muitos
(principalmente para quem o faz sofrer), mas ao mesmo tempo pode ser algo no mínimo
“estranho/incômodo” para outros.
Na minha opinião, o que o autor apresenta em seu texto faz sentido, pois acho que a
vingança é algo que varia de diferentes formas. Varia de como as pessoas que vêem aquilo
(com conhecimento sobre a motivação da vingança ou não) reagem com a situação e como
você "constrói" essa vingança (no sentido de como você mesmo justifica essa vingança,
tanto para você como para os outros).

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