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Capítulo II
Capítulo II
de Santo António aos Peixes – Padre António Vieira (capítulo II) – Leitura a.va
Interrogação retórica
O facto dos peixes não se Ironia – Os homens são um
converterem não é auditório ainda “pior” que
representa.vo, já que do mesmo Qualidades e defeitos
este. dos peixes: ouvem e
mal sofrem os homens.
não falam.
Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao
menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Ironia – reforça
Uma só cousa pudera desconsolar ao pregador, que é serem gente os peixes a crí.ca que é
Conjunção
coordena.va que se não há-de converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo feita aos
adversa.va costume quase se não sente. Por esta causa não falarei hoje em Céu nem moradores do
Inferno; e assim será menos triste este sermão, do que os meus parecem aos Maranhão, que
homens, pelos encaminhar sempre à lembrança destes dois fins. não ouviam
nem acatavam a
palavra do
pregador.
Ironia – Padre António Vieira pretende
demonstrar a ideia que os homens têm da igreja e
dos sermões, assim como a inconsciência destes
face à vida, pois para eles o encaminhamento que
Crí.ca aos homens que não servem a
o pregador lhes proporciona é “triste”. Por
Cristo e não vivem segundo os
oposição, o pregador afirma que não fará um
princípios cristãos, aliás, os homens
sermão “triste”, por que não falará de “Céu” nem
não têm qualquer interesse em ouvir a
de “Inferno”, quando na realidade esses dois
palavra de Deus.
conceitos estão subjacentes.
Apóstrofe – dirige-se aos peixes, ao
Nova explicitação do
seu auditório. U.lização de “irmãos”
conceito predicável – Comparação entre os
revela proximidade.
citação biblíca que peixes e o próprio sal.
confere autoridade e
verdade ao que é dito.