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Lírica camoniana

Medida velha/Corrente tradicional Medida nova/Corrente clássica

TEMAS TEMAS
Influência dos temas da poesia trovadoresca. Influência greco-latina (Renascimento) e petrarquista (Petrarca).
• tópicos de circunstância; • O amor platónico e as suas contradições;
• a saudade, o sofrimento amoroso, a • a saudade;
beleza da mulher, o ambiente • A mulher amada e os efeitos sobre a Eu;
pastoril; • A morte da amada e o desconcerto sentimental, a
• Temas autobiográficos e filosóficos natureza (Locus amoenus) e a sua profunda relação com
– o desconcerto do mundo; o Eu;
• o desengano e o Amor. • Temas autobiográficos e filosóficos – o desconcerto do
FORMAS mundo e a mudança.
• Métrica: redondilha maior FORMAS
redondilha menor • Métrica: verso decassílabo
• Vilancete • Soneto
• Cantiga
• Esparsa
• Endecha
Formas da medida velha:
Vilancete: poema constituído por um mote, de dois ou três versos, e por voltas, de sete, sendo o último a repetição,
com ou sem variante, do verso final do mote.
Cantiga: poema composto por um mote de quatro ou cinco versos e glosas de oito, nove ou dez versos, com a
repetição total ou parcial do último verso do mote no final de cada volta.
Esparsa: composição de uma única estrofe, que varia entre oito e dezasseis versos.
Endecha: poema formado por um número variável de estrofes (quadras ou oitavas), com versos de cinco ou seis
sílabas.

Formas da medida nova: (dolce stil nuovo italiano)


Soneto: poema constituído por duas quadras e dois tercetos de versos decassilábicos, geralmente de esquema
rimático abba/abba, nas quadras, e cde/cde ou cde/dce ou cdc/dcd, nos tercetos; a estrutura interna desta
forma poética tende a aplicar a «chave de ouro», ou seja, a chave do significado do soneto (normalmente um
pensamento elevado), no segundo terceto.

Temas predominantes da lírica camoniana


• A representação da amada.
• A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.
• A representação da natureza.
• A reflexão sobre a vida pessoal.
• O desconcerto do mundo.
• A mudança

A representação da amada.

Retrato realista

• Imagem da mulher retirada da vida quotidiana; heroínas apaixonadas, alegres, prontas a lutar pelos seus
interesses e sentimentos.

Mulher petrarquista

• Modelo feminino de cabelos loiros, pele branca e beleza serena, impalpável; abstrata; inacessível; símbolo
de harmonia e perfeição, a beleza física está em equilíbrio com a beleza interior.
• Modelo feminino com características psicológicas muito marcantes: brandura, piedade, gravidade,
modéstia, bondade e serenidade.

A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.

BINÓMIO CONTRADITÓRIO
Amor espiritual e carnal, correspondente a dois tipos de mulher:

A IDEAL A SENSUAL

Amor platónico/espiritual Amor físico/carnal

A mulher ideal é objeto de culto, intocável


e distante. Quando o sujeito deseja o objeto amado, surge a
torturante contradição interior.

Representação da natureza

Locus amoenus - paisagem ideal (campo fresco e verdejante, com vasto arvoredo e flores floridas, pássaros e doces
odores) conducente
• ao amor,
• ao encantamento sensorial e (personificação da natureza)
• ao encantamento espiritual do Homem. (reflexão do estado de alma do poeta)

Reflexão sobre a vida pessoal


• A poesia camoniana mantém um diálogo com a biografia do poeta.
• Camões apresenta o Destino e as suas próprias ações como responsáveis pelo seu infortúnio.
• Reflexão sobre as causas do sofrimento atual (proveniente dos erros cometidos e do amor fracassado).

O desconcerto do mundo
• O mundo é um «desconcerto», no qual os prémios e castigos estão distribuídos desencontradamente.
• Crescente interesse dos homens por valores materiais.
• Sofrimento pessoal do poeta por ser vítima de um Destino fatal e cruel.

A mudança
• Contraposição entre a mudança do tempo e a constância da própria alma.
• Oposição entre o passado contente e o presente infeliz.
• A mudança opera-se sempre do bem para o mal.
“OS LUSÍADAS” DE LUIS VAZ DE CAMÕES
HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA

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