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Lírica Camoniana

Corrente tradicional:
 Influência dos temas da poesia trovadoresca e das formas de poesia palaciana.
 Tem como temas a saudade, o sofrimento amoroso, o tema da donzela que vai à
fonte, o ambiente pastoril e o ambiente Cortesão.
 Quanto aos versos é utilizada a medida velha, ou seja, uso da redondilha menor e
da redondilha maior.
 Quanto à variedade estrófica, é utilizado o vilancete, a cantiga, a esparsa, a trova
e a endecha. Vilancete: mote e voltas

Corrente renascentista:
 Influência greco-latina (Renascimento) e italiana (Petrarca).
 Os seus temas são a sensualidade, a beleza divinal, a saudade, o petrarquismo, o
amor platónico, o destino, a mudança e o desconcerto do mundo.
 Quanto aos versos é utilizada a medida nova, ou seja, sonetos decassilábicos.
 Relativamente à variedade estrófica esta corrente tem sonetos, canções, éclogas,
elegias e odes. Soneto: 2 quadras e 2 tercetos
Áreas temáticas:
Amor: Camões representa a amada de 2 maneiras distintas, com o ideal de Vénus e
com a mulher petrarquista; temos um reflexão sobre a contradição entre a mulher
petrarquista e o ideal de Vénus. A reflexão sobre o amor oscila entre um amor
fortemente marcado pela sensualidade e o conceito de amor depurado, reduzido a
manifestações espirituais. É muitas vezes referida a saudade, sendo assim, configura-se
um círculo vicioso: ao ideal sucede-se a experiência e por fim, a inevitável desilusão. A
natureza é muitas vezes utilizada, e serve como confidente do sujeito poético.

Desconcerto: Refere-se à desordem do mundo e à falta de harmonia. É sobretudo


moral, social e existencial (a ordem dos valores e a lógica do mundo estão invertidas). O
poeta lamenta-se por ser vítima deste desconcerto, a sua vida sofre com esta
desarmonia, mas a desordem também é sentida interiormente.

Mudança: Associa-se ao tema do desconcerto e à questão do destino. A natureza e o


mundo mudam de forma previsível, a existência do homem é instável. Esta mudança
tem sempre consequências negativas para o eu. A vida é marcada pelo declínio, pelo
infortúnio e pela adversidade. O estado de espírito do Poeta é de angústia e de revolta.
Linguagem e estilo:
 Adjetivação expressiva;
 Pontuação emotiva;
 Uso de vocabulário erudito;
 Predomínio de metáforas, anáforas, hipérbatos, apóstrofes e hipérboles;
 Alternância entre ritmo rápido e lento.

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