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Representação da amada

A representação da amada é um dos temas da lírica camoniana, este tema surge tanto nas redondilhas como nos
sonetos.

Nas rimas de Luís de Camões são representados dois modelos de mulheres, o primeiro é o modelo petrarquista onde a
mulher apresenta cabelos louros, olhos azuis e pele branca (mulher representada no poema: Pastora da serra). Estas
são geralmente distantes, intocáveis, belas, angelicais e por vezes ignoram os sentimentos do sujeito poético deixando-
o em sofrimento. O segundo é a mulher exótica esta possui cabelos, pele e olhos escuros (mulher representada no
poema: Aquela cativa). As mulheres exóticas provocam uma certa tranquilidade no eu lírico o que o faz esquecer dos
seus problemas.

Nesta temática da poesia lírica de Camões o autor descreve a amada fazendo com que esta parece superior às outras e
também diz o quão sofre com este amor.

A experiencia amorosa e a reflexão sobre o amor

A experiencia amorosa e a reflexão sobre o amor é um dos temas da lírica camoniana.

O poeta é dividido entre a fascinação do amor espiritual e a atração de um amor carnal, entre a mulher que admira e a
que deseja. Neste tipo de poemas há uma certa contradição entre a mulher ideal (objeto de culto, intocável e distante)
e a mulher sensual (deseja a mulher amada e surge uma contradição interior).O poeta está em sofrimento e sente
saudade da mulher amada e ansia pelo reencontro.

O sujeito poético está em constante sofrimento pois apaixona-se sem contar e diz que o amor está cheio de perigos
como podemos observar nos poemas “D’amor e os seus danos” e ”Está o lascivo e doce passarinho”

A representação da natureza

A representação da natureza é um dos temas da lírica camoniana.

Na poesia a natureza representa mais do que um cenário, a natureza é testemunha e companheira do sujeito poético.
Esta é um espelho para a sua alma refletindo os seus sentimentos é também um local onde o eu lírico projeta todos os
seus sentimentos negativos.

Locus amoenus é uma expressão latina que representa a paisagem ideal, um espaço alegre, tranquilo, sereno e propicio
ao amor.

A natureza é personificada pois ouve o que o sujeito poeta lhe diz. No poema: Alegres campos, verdes arvoredos
podemos ver o sujeito poético a desabafar com a mesma e a dizer que o seu sofrimento é tão grande que nem a
paisagem que o costumava alegrar o consegue fazer.
O tema do desconcerto do mundo

O desconcerto do mundo é um dos temas da lírica camoniana.

Nestes poemas o autor queixa-se da errada distribuição dos prémios e dos castigos. Como podemos observar no
poema: Os bons vi sempre passar o sujeito poético queixa-se do facto de este ser bom e ser castigado e os que são
maus recebem coisas boas, tanto é que o mesmo tentou ser mau para receber coisas boas mas tal coisa não aconteceu
muito pelo contrário.

O eu lírico critica o contraste entre a “opulência” e a “miséria” no qual diz que estes estão mal distribuídos e que a
quem já está mal na vida ainda fica pior acontecendo o contrário aos que estão bem na mesma.

No tema do desconcerto há uma certa reflexão sobre o desconcerto do mundo, ao nível social e moral.

O tema da mudança

O tema da mudança é um dos temas que atravessa a literatura portuguesa.

Nas rimas de Camões sobre este tema vemos que as mudanças são más pois as novidades são diferentes das esperanças
do eu lírico, o que faz com que traga deceções e o sujeito poético assuma uma atitude pessimista face às mudanças que
vai observando. Um bom exemplo de poema para este tema é o: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades onde o
autor diz que a própria mudança muda. Neste tema também é possível observar um contraste entre o passado e o
presente observando um contentamento do passado que se opõe ao triste do presente.

No tema da mudança o poeta reflete sobre a irreversibilidade do tempo, a renovação cíclica da natureza e a mudança
da vida e das coisas

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