Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
O ser humano, ao nascer, é programado para a fala, como sua forma de interagir com o outro.
Na escola, tentamos convencer os alunos de que a escrita também é algo natural, assim como a fala,
porém a escrita tem outra natureza, derivando de uma construçã o social.
Pag 95
Muitas vezes, quando apontamos os erros de um texto, nã o discriminamos o texto, mas sim o
sujeito que o produziu.
no entanto, pode ser aproveitado como um ponto de partida para que o professor compreenda
a forma como o aluno pensa e, partindo disto, elaborar sua pró xima conduta de intervençã o.
Pag 96
Pag 98
Logo, quando avaliamos o falar de alguém como errado, o que está implícito é que ele
nã o fala igual a mim e isto gera o que Bagno chama de preconceito linguístico.
Nas salas de aula de alfabetizaçã o torna-se um erro ensinar aos alunos que a escrita
representa a fala, pois quando o aluno produz um texto a partir da tentativa de codificar a
fala na escrita, ele tende a cometer muitos erros
A escrita, contudo, sofre com a rigidez de suas normas estamentais, de maneira que um
texto escrito, de certo modo, contraria à expectativa natural de comunicaçã o humana.
Pag. 99
Ocorre que no bilinguismo13 fala-escrita, a tendência é que a língua falada prevaleça.
Ela é muito forte porque faz parte da constituiçã o do sujeito desde o início de sua vida e,
por isso, acaba aparecendo em algum momento, mesmo quando o sujeito pretende fazer
uso de outra língua - no caso, a escrita
Estes sujeitos, tantas vezes excluídos socialmente, acabam por estabelecer, cada vez
mais, uma relaçã o distanciada com tudo aquilo que é relativo à formalidade, como a escola
e a escrita. Assim afirma Bagno:
pag 100
O preconceito linguístico se passa também quando estabelecemos uma dificuldade de
tolerâ ncia entre diferentes manifestaçõ es de escrita. Especialmente, quando nã o nos
interessamos em entender a origem de cada escrita que o aluno produz, o porquê de cada
acerto e de cada erro.
Segundo Senna, o preconceito linguístico nã o tem a ver com minorias numéricas, mas
sim com o que é considerado como de menor valor e é preconceito porque diz respeito a
algo que nã o pode ser modificado, como cor, sotaque e língua.
Pag. 101
Conforme os alunos vã o conseguindo dominar um pouco mais o có digo alfabético
passamos a nos preocupar com as questõ es ortográ ficas e estruturais da escrita e passamos a
dizer aos mesmos alunos que aquilo que ele produz nã o serve como escrita.
Todavia, alguns autores perseveram na hipó tese de que a escrita pretende representar a
fala.