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ORTOGRAFIA: O QUE?

PARA QUE SERVE?


POR QUE ENSINÁ-LA?

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte


Campus Pau dos Ferros - CAPF
Disciplina: Fonética e Fonologia I
Professor(a): Ana Paula Santos de Souza
COMPONENTES
Agatha Luenny José Wigenis

Ana Raquel Julho César

Janieli Pereira Thalia Negreiros


ROTEIRO
Introdução e Ortografia: o que é? Pra
que serve? Por que ensiná-la? -

Janiele
A norma ortográfica: Uma convenção
que unifica a escrita das palavras -
Agatha; Raquel; Thalia; Julho e Wigenis
ORTOGRAFIA
De modo geral a ortografia está ligada a gramática normativa, porém o
autor não aplica uma volta ao ensino tradicional.

ensino tradicional
Gramática
normativa
INTRODUÇÃO
"No presente capítulo, proponho ao leitor que discutamos mais
detidamente as perguntas anunciadas em seu titulo: O que é ortografia
(e em que ela difere da escrita alfabética)? Para que serve escrever
ortograficamente? Por que a escola deve promover um ensino
sistemático que leve o aluno a refletir sobre a escrita correta das
palavras"
Ortografia: ensinar e aprender - Artur Gomes Morais
"Vemos, frequentemente, que a escola cobra do aluno que ele escreva
certo, mas cria poucas oportunidades para refletir com ele sobre as
dificuldades ortográficas de nossa língua. Creio que é preciso superar
esse duplo desvio: em vez de se preocupar mais em avaliar, em verificar
o conhecimento ortográfico dos alunos, a escola precisa investir mais em
ensinar, de fato, ortografia."
Ortografia: ensinar e aprender - Artur Gomes Morais
"[...] precisamos entende que a ortografia é uma convenção social cuja
finalidade é ajudar a comunicação escrita."

Ortografia: ensinar e aprender - Artur Gomes Morais


A norma ortográfIca: uma
convenção que unifica a escrita das
palavras

O que isso tem a ver com a ortografia? Tomemos um exemplo: se um


carioca e um pernambucano pronunciam de modo diferente a palavra
"tio" - o primeiro poderia dizer algo como "tchiô" e o segundo falaria
“tiu" —, na hora de escrever, se não houvesse uma ortografia, cada um
registraria o seu modo de falar. E os leitores de suas mensagens
sofreriam muito, tendo que "decifrar" a intenção dos dois autores.
A ortografia é uma invenção relativamente recente. Há trezentos anos,
línguas como o francês e o espanhol não tinham ainda uma ortografia.
No caso da língua portuguesa, foi só neste século que se fixaram
normas ortográficas no Brasil e em Portugal. Embora muito parecidas,
as ortografias desses dois países não são exatamente iguais. Por isso,
nos últimos anos, vem sendo negociado um acordo entre os vários
países de língua portuguesa para "unificar" as normas ortográficas
usadas em cada um deles.
Assim, nos textos do início
do século encontrávamos
grafias como:

"pharmácia", "archeologia", "commércio" e


"rhinoceronte" "thermômetro" "encyclopédia".
Conhecimentos sobre o funcionamento da escrita alfabética;
‌É preciso haver uma variedade nas grafias que usamos numa palavra;

‌Quais são as letras permitidas em nossa língua e em que sequências elas podem ocorrer;

Q
as sílabas;

‌ ue as letras representam partes sonoras nas palavras que falamos, partes menores que

‌Quais valores sonoros as letras podem assumir em nossa língua.


Sabemos que no sistema alfabético de nossa língua há muitos
casos em que um mesmo som pode ser grafado por mais de
uma letra.

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Exemplo
Traz: escrito com “z” é conjugação do verbo trazer

Trás: escrito com "s" indica a posição de algo ou de alguém.


Também temos conhecimento de que uma mesma letra se
presta para grafar mais de um som:

Gato Gelo
Nesses casos, onde em princípio haveria mais de uma grafia
"candidata" a ser usada, é a norma ortográfica que define qual
letra (ou dígrafo) vai ser a correta. Em muitos casos há regras,
princípios orientadores que nos permitem prever, com
segurança, a grafia correta. Em outros casos, é preciso
memorizar. Ao ensinar ortografia, o professor precisa então
levar em conta as peculiaridades de cada dificuldade
ortográfica.
Exemplo: quando usar o s
1. Adjetivos com os sufixos -osa e -oso
2. Palavras derivadas que têm S no radical
3. Palavras que indicam origem, nacionalidade ou título e tenham
os sufixos -ês e -esa
4. Após ditongos
5. Palavras que possuem sufixos de origem grega, como -ese, -
isa, -osa

Quando o S aparece no meio das palavras em


posição intervocálica, ou seja, entre duas vogais,
assume a pronúncia de Z.

Por exemplo: casa, mesa, desânimo, liso.


Em algumas situações, as crianças cometem mais erros ao
escrever, pois, para a criança recém-alfabetizada, um texto
espontâneo e uma atividade escolar envolvem diferentes cargas
de trabalho mental.

Para o professor que olhe a produção da criança sem muito


cuidado, pode parecer que ela apenas errou ou acertou. Já para
o aprendiz, o "erro" pode revelar diferentes níveis de
conhecimento.
As razões do erro
a) não tenha consciência de que errou, isto é, em nenhum momento
desconfie de que a forma que grafou é errada;

b) já tenha uma dúvida, já se coloque uma dúvida ortográfica (o que fica


evidente quando nos pergunta qual a forma correta ou quando escreve a
mesma palavra de forma diferente em momentos distintos);

c) já tenha avançado em seus conhecimentos, de modo a autocorrigir-se,


detectando erros que cometeu.
Incorporar a norma ortográfica é consequentemente um longo
processo para quem se apropriou da escrita alfabética. O ensino
sistemático de ortografia não pode se transformar em "freio"
para a criança desenvolver sua curiosidade pela escrita. É
preciso garantir que, enquanto avançam em sua capacidade de
produzir textos, vivam simultaneamente oportunidades de
registrá-los cada vez mais de forma correta.
A ortografia é uma norma, uma convenção social. Embora muitas vezes existam regras
por trás da forma como se convencionou escrever as correspondências letra-som que
usamos hoje, essas regras não deixam de ser convenções que, em sua gênese, não têm
em si um sentido de obrigatoriedade, de necessidade. Tudo em ortografia é fruto de um
acordo social, isto é, tudo foi arbitrado, mesmo quando existem regras que justificam
por que em determinados casos temos que usar uma letra e não outra. Assim como
não se espera que um indivíduo descubra sozinho as leis de trânsito outro tipo de
convenção social, não há por que esperar que nossos alunos descubram sozinhos a
escrita correta das palavras.
Isso reflete uma atitude negligente e preconceituosa por parte de
círculos educacionais mais progressistas no nosso país

Oposição as propostas tradicionais


postura espontaneista
Os professores adotam uma
Muitas vezes, quem não ensina ortografia, em
nome de um suposto "respeito" ao aluno, continua cobrando que ele escreva
corretamente. Muitos professores continuam decidindo a aprovação ou
reprovação de seus alunos com base no seu rendimento ortográfico, o que em
minha opinião constitui uma forma de crueldade pedagógica: cobrar o que não
foi ensinado. Uma primeira constatação é, portanto, que a avaliação da
competência ortográfica continua sendo uma importante fonte de fracasso
escolar.

O professor desconhece o Não atende as suas Continua cobrando que


nível de conhecimento do necessidades escreva corretamente
aluno
Considerações finais e possíveis soluções
Deixar de ensinar ortografia seria uma opção ingênua, teria sérias implicações
sociais e políticas. No mundo atual, a correção de mensagens escritas é
fundamental para facilitar a comunicação escrita.

Segundo o autor, um ensino sistemático que aos poucos leve à reflexão sobre
as diferentes dificuldades da ortografia, ajudará a criança a se tornar melhor
escritora.
A aquisição de determinados automatismos na ortografia permitiria à criança
investir mais sua atenção à história da carta ou noticia que está redigindo.

Se ajudarmos a criança a avançar na ortografia, na hora de produzir seus


textos ela não vai precisar o tempo todo parando pra decidir "com qual letra
vai escrever tal palavra" e assim ficará mais livre para organizar suas ideias no
papel.
É de grande importância fazer com que a criança desenvolva interesse em
escrever corretamente, precisamos desenvolver no cotidiano escolar uma
atitude geral que provoque curiosidade pela língua escrita. Entre esses detalhes
estaria a forma correta das palavras.

A curiosidade em apropriar-se da ortografia correta precisa ter um sentido


para o aprendiz: uma preocupação em sermos eficientes nas mensagens que
vamos produzir para serem lidas, uma atitude de respeito com nossos leitores.
Exemplo: Estimular a reescrita e revisão dos textos e elaborar uma
exposição em mural que circularão na sala de aula
Exemplo 2: Plano de aula de Português 6º ano, apresentando possíveis
erros.
Exemplo 2: Plano de aula de Português 6º ano, apresentando possíveis
erros.
Um exemplo dedicado ao mestre:

Em vez de se preocupar em punir tirando "pontos" por erros, é


interessante pensar em um novo tipo de ensino: um ensino que trate a
ortografia como objeto de reflexão.

Para cumprir tal objetivo, primeiro deve-se compreender como está


organizado a norma ortográfica e estudar um pouco sobre como a
criança constrói ou reconstrói a norma ortográfica em sua mente.
Exemplo de obra literária:
AGRADECEMOS À TODOS
PELA ATENÇÃO!

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