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LER E ESCREVER1
A partir das pesquisas das autoras foi possível observar o sujeito, o seu processo
de aprendizagem. Trata-se da perspectiva construtivista-interacionista de
aprendizagem. Nela não se supõe que o aluno saiba apenas o que lhe é
formalmente ensinado, ao contrário, o aprendiz é visto como sujeito de sua
aprendizagem que tem como ponto de partida os conhecimentos prévios que ele
possui.
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Proposta adaptada do material da “Estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar Práticas de Alfabetização em
contexto de multiletramentos” - Unicef & Instituto Avisa Lá | 2021
importante que revelem seus saberes, relacionando com a proposta de trabalho a
ser realizada para que avancem. Esta conversa é fundamental porque alguns e
algumas estudantes que demoram mais tempo para compreender o sistema de
escrita não querem escrever, alegando nada saberem.
Procedimentos gerais
Pontos de atenção: A lista com palavras e frase que apresentamos a seguir é uma
sugestão. Ao montar listas com outros temas, é importante garantir o aspecto
comunicativo para o/a estudante (manter o mesmo campo semântico) e a
presença de pelo menos uma palavra polissílaba (começando o ditado por ela), ao
menos uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba, além da frase. Evite ditar
palavras com a mesma vogal em sílabas contíguas. Exemplo: forró/ bolo. Um
estudante que se utiliza apenas das vogais para escrever produzirá uma escrita
com duas letras “O” (O O). A falta de variedade de letras na escrita produzida pode
levá-lo a parar de escrever por saber que a forma produzida não é representativa
do que considera aceitável para estar escrito ou do que reconhece como marca da
escrita convencional, cujas palavras apresentam letras variadas.
Sugestão 1 Sugestão 2
Lista sanduíche Lista ritmos musicais e de dança
brasileira
mortadela sertanejo
mussarela pisadinha
tomate samba
queijo som
pão
Eu danço samba.
Prefiro sanduíche de mortadela.
Para saber mais sobre como fazer o diagnóstico e o que é a sondagem leia:
Trecho “Orientações de leitura para realização de Sondagem”, páginas 14 a 16 do
documento Guia de Apoio para Desenvolvimento da Estratégia Trajetórias de
Sucesso Escolar - Anos Iniciais (Programa Sergipe na Idade Certa - SEE/SE).
Sugestão de tabela para registro das informações sobre a sondagem
de sistema de escrita
Critérios
Nomes 1 2 3 4 5 Observações
1.
2.
3.
...
Indicadores
Vale dizer que os jovens que demoram mais para compreender o sistema de
escrita, não chegam ao Fundamental 2 produzindo escritas em hipóteses iniciais,
ao contrário, apresentam muitos saberes, sendo que suas produções geralmente
são próximas à escrita alfabética e suas dificuldades costumam ser relacionadas à
ortografia e outros aspectos da convenção da escrita.
Um pouco de fundamento
Leia o excerto a seguir, a respeito do que é a escrita e o que ela representa.
Nas palavras de MOLINARI & CORRAL (s/d), ser praticante da leitura e da escrita
[...] supõe apropriar-se de uma tradição de leitura e escrita, de uma herança cultural e
constituírem-se como membros plenos de uma comunidade de leitores e escritores.
Isto requer que a escola tome como referência as práticas sociais da leitura e da escrita
como objeto de ensino.
Partindo desta concepção de ensino que considera como conteúdo escolar as práticas
sociais da leitura e da escrita3, a língua escrita não pode se reduzir ao conjunto de
elementos gráficos e suas variantes tipográficas. A língua escrita é uma construção
histórica, um objeto social. Supõe práticas particulares de linguagem de acordo com
distintos âmbitos da esfera humana que estão atravessadas pela cultura; práticas com
2
Excerto extraído de: “La escritura en la alfabetización inicial por Claudia Molinari & Adriana
Corral Disponível em: http://abc.gov.ar/lainstitucion/organismos/lecturayescritura/default.cfm
Acesso em 13/06/2021.
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grifos nossos.
histórias que se comunicam entre usuários e se transformam. Estes usos se
concretizam em gêneros diversos com propósitos particulares que se vinculam a cada
evento comunicativo.
O processo de aquisição não pode ser entendido como uma passagem direta do oral ao
escrito, mas como um complexo processo de reconstrução de um domínio a outro;
reconstrução vinculada com o nível de aquisição do sistema de escrita nas crianças a
partir dos problemas que a mesma escrita lhes apresenta. (Ferreiro e Teberosky, 1979;
Ferreiro, 2004 a, 2007 i; Pontecorvo, 2002; Vernon, 1991).