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Anotações

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LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


SEST - Serviço Social do Transporte
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE NOVOS MOTORISTAS


Componente curricular: Condução segura e econômica

Caderno do Aluno

Maio de 2012

Fale com o SEST/SENAT


0800.7282891
www.sestsenat.org.br

Programa de formação de novos motoristas: componente


curricular: condução segura e econômica. – Brasília:
Sest/Senat, 2012.

51 p.: il.

1. Transporte rodoviário de carga. 2. Qualidade em


transporte. 3. Segurança no transporte. I. Serviço Social do
Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do
Transporte. III. Título.

CDU 656.135

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE NOVOS MOTORISTAS
COMPONENTE CURRICULAR: CONDUÇÃO SEGURA E ECONÔMICA

Unidade 1 – Conceitos e regras básicas para condução segura .................................................................................7


Apresentação................................................................................................................................................9
Objetivos........................................................................................................................................................9
Introdução.....................................................................................................................................................9
Desenvolvimento..........................................................................................................................................9
1. Regras básicas para a condução segura no transporte rodoviário..............................................9
Conclusão.................................................................................................................................................... 13
Exercícios de fixação................................................................................................................................. 13
Unidade 2 – Garantindo a segurança: inspecionando o veículo antes da viagem ..................................................... 15
Apresentação.............................................................................................................................................. 17
Objetivos...................................................................................................................................................... 17
Introdução................................................................................................................................................... 17
Desenvolvimento........................................................................................................................................ 17
1. Inspeção diária do veículo.................................................................................................................... 17
2. Extintor de Incêndio, Triângulo, Chave de Roda, Macaco Hidráulico e Pneu de Estepe....... 18
3. Pneus........................................................................................................................................................ 19
4. Abastecimento....................................................................................................................................... 19
5. Bomba Injetora ou Injeção Eletrônica.............................................................................................. 19
6. Motor....................................................................................................................................................... 20
7. Faróis........................................................................................................................................................ 20
8. Freios........................................................................................................................................................ 21
9. Inspeção do acondicionamento da carga........................................................................................ 21
Conclusão................................................................................................................................................... 22
Exercícios de fixação................................................................................................................................ 22
Unidade 3 – Condução econômica - conceitos.........................................................................................................23
Apresentação............................................................................................................................................. 25
Objetivos..................................................................................................................................................... 25
Introdução.................................................................................................................................................. 25
Desenvolvimento....................................................................................................................................... 25
1. Conceitos básicos.................................................................................................................................. 25
Conclusão................................................................................................................................................... 34
Exercícios de fixação................................................................................................................................ 35
Unidade 4 – Regras para a prática da condução econômica – parte 1......................................................................37
Apresentação............................................................................................................................................. 39
Objetivos..................................................................................................................................................... 39
Introdução.................................................................................................................................................. 39
Desenvolvimento....................................................................................................................................... 39
1. Guiar com previsão............................................................................................................................... 39
2. Operar na faixa ideal de operação...................................................................................................40
3. Sempre que possível pular marchas................................................................................................. 41
4. Não acelerar durante a troca de marchas...................................................................................... 42
5. Aproveitar a inércia do veículo......................................................................................................... 42
Conclusão................................................................................................................................................... 42
Exercícios de fixação................................................................................................................................ 43
Unidade 5 – Regras para a prática da condução econômica – parte 2.....................................................................45
Apresentação............................................................................................................................................. 47
Objetivos..................................................................................................................................................... 47
Introdução.................................................................................................................................................. 47
Desenvolvimento....................................................................................................................................... 47
1. Utilizar corretamente os freios.......................................................................................................... 47
2. Trafegar somente com o veículo engrenado................................................................................. 47

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3. Manter os pneus calibrados............................................................................................................... 49
4. Acompanhar o desempenho do veículo.......................................................................................... 49
5. Manter o motor eletrônico funcionando adequadamente......................................................... 49
Conclusão...................................................................................................................................................50
Exercícios de fixação................................................................................................................................. 51
Referências Bibliográficas ..................................................................................................................................... 51

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


APRESENTAÇÃO

Prezado Aluno,

O transporte de cargas é fundamental para a economia do Brasil. O transporte rodoviário é respon-


sável por cerca de 60% de toda a carga movimentada no território nacional.
Com base nesses fatos e informações de pesquisas do setor, o SEST/SENAT construiu o Programa
de Formação de Novos Motoristas.
O presente Componente Curricular do Programa foi estruturado a partir de um itinerário formativo
com etapas que possibilitam a construção de um currículo para formação profissional especializada.
Nesse sentido, o Programa foi desenvolvido para que os profissionais do transporte agreguem co-
nhecimento sobre a profissão do condutor dos veículos de transporte rodoviário de cargas, tenham uma
visão global do sistema de transporte no país e conheçam noções de segurança, meio ambiente, saúde e
relacionamento interpessoal, de maneira a contribuir para o crescimento e o sucesso do setor.
Para repassar esses conhecimentos foram utilizadas algumas referências bibliográficas, apresen-
tadas ao final deste material, que serviram como base para o desenvolvimento e a elaboração do conte-
údo do curso.
O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e ajudá-lo na com-
preensão do conteúdo. Você encontrará também situações extraídas do cotidiano, conceitos, exercícios
de fixação e atividades de aprendizagem. Confira abaixo o significado de cada ícone.
Esperamos que este Componente Curricular seja muito proveitoso para você! Nosso intuito maior
é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encon-
trados no seu dia a dia de trabalho.
Bom estudo!

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UNIDADE 1
CONCEITOS E REGRAS BÁSICAS
PARA CONDUÇÃO SEGURA

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LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)
APRESENTAÇÃO

Anotações
Nesta unidade iremos aprender alguns conceitos e regras úteis para
operarmos de maneira segura quando executamos o transporte rodoviário
de cargas. Para iniciarmos, precisamos entender alguns fatores que inter-
ferem em nosso trabalho sem que tenhamos noção exata do que acontece.
Vamos, juntos, entender e aprender a colocar esses fatores para agirem em
nosso favor!

OBJETIVOS

São objetivos desta unidade:


• Conhecer as regras básicas da condução segura.
• Conhecer os equipamentos de segurança e sua função na condução
segura do veículo.

INTRODUÇÃO

Para aprendermos a operar com segurança, precisamos entender alguns


conceitos básicos sobre o deslocamento do veículo, bem como regras básicas
que visam garantir a segurança durante a viagem. Vamos a eles?

DESENVOLVIMENTO

Componente curricular: Condução segura e econômica


1. Regras básicas para a condução segura no transporte
rodoviário

Neste tópico vamos entender alguns conceitos que podem garantir nossa segu-
rança durante a viagem. São conceitos simples, mas que devem ser seguidos a risca.

1.1 - Como parar

O condutor deve conhecer os tipos de paradas do veículo,


tempo e distância necessários para cada uma delas a fim de
evitar acidentes.
9
• Distância de Seguimento: é a distância entre seu veículo e o que segue
à frente, de forma que você possa parar mesmo em uma emergência,
sem colidir com a traseira do outro.
• Distância de reação: é aquela que seu veículo percorre desde a percep-
ção do perigo até o momento em que pisa no freio.

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• Distância de frenagem: é aquela que o veículo percorre a partir do mo-
mento em que o sistema de freio é acionado até a parada total do veículo.
• Distância de parada total: é aquela que o seu veículo percorre desde a
percepção do perigo até parar, ficando a uma distância segura do outro
10 veículo, pedestre ou qualquer objeto na via.

Para você saber se está a uma distância segura dos outros veículos,
Programa de Formação de Novos Motoristas

vai depender do tempo (sol ou chuva), da velocidade, das condições da via,


dos pneus e do freio do veículo, da visibilidade e da sua capacidade de reagir
rapidamente.

Distância de Reação + Distância de Frenagem =


Distância de Parada Total.

1.2 - Cinto de Segurança

Cinto de segurança é um dispositivo simples que serve para proteger


sua vida e diminuir as conseqüências dos acidentes. Ele impede, em casos de
colisão, que seu corpo se choque contra o volante, painel e pára-brisas, ou que
seja projetado para fora do veículo.
Em caso de colisão, tombamento ou ca-
potamento, primeiro o veículo bate num obs-
táculo e, em seguida, os passageiros (con-
dutor e caronas) são projetados contra o
painel, o pára-brisas, ou uns contra os ou-
tros. O cinto evita esta segunda colisão,
segurando e mantendo condutor e passa-
geiros presos ao banco. O acidente gera
uma carga que é uniformemente distribu-
ída ao longo de toda a área de contato do
cinto sobre o corpo humano. Estas áreas são
os nossos pontos mais fortes. O próprio cinto
absorve parte do impacto.
É importante sentar-se corretamente no banco e com a coluna bem reta.
O cinto abdominal deve ser colocado na região dos quadris e não na barriga.
O cinto diagonal deve passar pelo ombro. O cinto não deve estar torcido nem
com folgas.

1.3 - Ultrapassagens
Anotações

Ao ultrapassar, avalie a velocidade do veículo que será ultrapassado


e o espaço disponível para a ultrapassagem. Certifique-se de que o veículo
à frente está lhe favorecendo a ultrapassagem e sinalize sua intenção. Se a
sinalização da pista permitir e a faixa contrária estiver livre, vá em frente,
mantendo-se nela o tempo necessário para ultrapassar, retornando à direita
assim que puder.

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Não ultrapasse em cur-

Anotações
vas, túneis, viadutos, subidas,
descidas, cruzamentos e onde
a sinalização for com linha con-
tínua. Ao ultrapassar um veícu-
lo, você poderá ultrapassar a
barreira da morte. Em caso de
dúvida, não arrisque, espere
outra chance.
A ultrapassagem de ou-
tro veículo em movimento de-
verá ser feita pela esquerda,
obedecida à sinalização regula-
mentar e as demais normas es-
tabelecidas no Código de Trân-
sito Brasileiro, exceto quando o
veículo a ser ultrapassado esti-
ver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
Todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certi-
ficar-se de que:
• nenhum condutor que venha atrás já tenha começado uma manobra
para ultrapassá-lo;
• quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propó-
sito de ultrapassar um terceiro;
• a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre em uma extensão suficien-
te para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua a rodovia que
venha em sentido contrário;
Lembre-se que todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
• Indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz in-
dicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de

Componente curricular: Condução segura e econômica


braço. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamento
lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a
devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veícu-
lo, ou fazendo gesto convencional de braço.
• Afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma
que deixe livre uma distância lateral de segurança.
• Retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem,
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto con-
vencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em
perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou.

1.4 - Neblina: perigo à frente


11
Durante o Inverno as estradas são invadidas pela neblina, que exigem
dos condutores mais atenção. Quando a neblina estiver muito forte, impedindo
a visibilidade, o melhor é esperar no acostamento. Não se esqueça de ligar o
pisca -alerta e sinalizar a área com o triângulo a uns cinqüenta metros de dis-
tância do veículo. Se não houver acostamento, prossiga a viagem. No entanto,
redobre a atenção, utilizando faróis baixos e uma velocidade reduzida. Nunca
ligue o pisca - alerta com o veículo em movimento.

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As orientações para a condução em neblina servem também para o caso
de fumaça na estrada. Nesse caso, você deve avisar a polícia rodoviária assim
que possível.

12 1.5 - Pistas Escorregadias

No caso de pistas derrapantes, o


Programa de Formação de Novos Motoristas

certo a fazer é diminuir a velocidade.


Se o veículo derrapar, o condutor vai
precisar saber se o veículo é do tipo que
“sai de frente” ou de “traseira” para saber
como agir. Um veículo com proporções de
peso maior na frente (motor, câmbio, diferencial,
tração), geralmente “sai de frente”.
Neste caso, a correção da derrapagem se faz tiran-
do o pé do acelerador e conservando o volante virado para
dentro da curva até retomar o controle do veículo. Se o peso do veículo está
concentrado atrás, ele tenderá a sair de “traseira”. A alternativa neste caso é
manter a aceleração e virar o volante para fora da curva até corrigir a derra-
pagem. Essas manobras são arriscadas. O melhor é evitar pistas escorregadias
e, na dúvida, opere na velocidade mais baixa possível.

1.6 - Operações de carga e descarga

Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos, o


veículo deverá ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista
de rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas às exceções devi-
damente sinalizadas.
A operação de carga e descarga é considerada estacionamento, de
acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (Art. 47, parágrafo único), sen-
do, portanto proibida em locais onde é proibido estacionar, a menos que
exista a informação complementar estabelecendo os horários permitidos
para carga e descarga.

1.7 - Outras dicas para operar com segurança

• O condutor deverá sempre ter domínio de seu veículo, dirigindo com


atenção e cuidados necessários a segurança na rodovia, levando em
consideração seu equilíbrio físico, psicológico e mental. A alteração
temporária do estado físico e psíquico do condutor pode afetar a sua
habilidade em satisfazer as exigências da tarefa de operar e manter o
Anotações

controle do veículo.
• Para efetuar parada de emergência por defeito mecânico, ao transitar
à noite por rodovias regularmente sinalizadas o condutor deverá: esta-
cionar no acostamento; acionar as luzes de advertência; fixar o triângulo
de segurança atrás do veículo, e aguardar fora dele à chegada de socorro
ou assistência mecânica.
• Durante período de chuvas a visibilidade diminui, o condutor deverá
trafegar com velocidade reduzida e usar farol baixo.

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• Sempre escolher uma faixa de rolamento da pista para trafegar, nunca

Anotações
conduza o veículo entre duas faixas: atrapalha os outros condutores e a
sua operação. Você também deve deslocar o veículo com antecedência
quando for mudar de faixa. Atravessar várias faixas de rolamento de uma
vez é uma ação impudente e pode causar acidentes graves.
• Olhar a paisagem, sintonizar o rádio, acender um cigarro ou usar apa-
relho celular, tirando a atenção da rodovia, são coisas que põem em risco
a segurança do trânsito. Visando evitar acidentes, o condutor deve estar
sempre atento para ver tudo o que se passa na rodovia, decidir o que fa-
zer e agir corretamente. A falta de atenção do condutor pode lhe causar
grandes problemas.

CONCLUSÃO

É de fundamental importância que o condutor de veículo de transporte


rodoviário de cargas conheça os procedimentos básicos da condução segura
e os execute na sua atividade diária de condução do veículo. Uma condução
segura e responsável evita muitos acidentes que trazem prejuízos materiais e
para a própria vida do motorista e das outras pessoas.

Assinale as alternativas corretas

Componente curricular: Condução segura e econômica


1) Distância de Seguimento: é a distância entre seu veículo e o que segue
à frente, de forma que você possa parar mesmo em uma emergência, sem co-
lidir com a traseira do outro.
( ) Certo ( ) Errado

2) Distância de reação: é aquela que seu veículo percorre desde a per-


cepção do perigo até o momento em que bate no veículo da frente.
( ) Certo ( ) Errado

3) Regras relativas à ultrapassagem, ao uso do cinto de segurança, à


prática de conduzir em pistas escorregadias e com neblina, fazem parte das
normas e procedimentos de condução econômica do veículo. 13
( ) Certo ( ) Errado

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UNIDADE 2
GARANTINDO A SEGURANÇA:
INSPECIONANDO O VEÍCULO
ANTES DA VIAGEM

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APRESENTAÇÃO

Anotações
Nesta unidade, vamos entender o que deve ser checado no veículo an-
tes do início de uma viagem. Esta conferência é muito importante, pois visa
a preservar nossa segurança, a segurança da carga, dos outros motoristas e
também do meio ambiente.

OBJETIVOS

São objetivos desta unidade:


• Identificar os aspectos que devem ser inspecionados antes de uma viagem.
• Entender a importância da checagem do veículo para a segurança
da viagem.

INTRODUÇÃO

Antes de iniciar uma viagem, o motorista cuidadoso e prudente deve


fazer uma checagem de todos os itens de segurança do veículo. Essa práti-
ca evita um grande número de acidentes e prejuízos para o motorista, para
a empresa e para a sociedade. Vamos entender como e onde deve ser feita
essa checagem?

DESENVOLVIMENTO

1. Inspeção diária do veículo

Componente curricular: Condução segura e econômica


Antes de iniciar a viagem, alguns itens devem ser obrigatoriamente checados:
• Retrovisores ... regulados!
• Pára-brisas limpos... interna e externamente
• Limpadores de pára-brisas... limpando!
• Sinalização obrigatória (setas, faroletes, etc.) ... sinalizando!
• Iluminação: eficiente!
• Extintor de Incêndio, triângulo, pneu de estepe e macaco hidráulico: OK!
• Equipamentos de Proteção Individual ... tudo em ordem!
• Buzina ... buzinando! 17
Os primeiros quilômetros informam de forma clara o estado mecânico
do veículo. A mecânica “trabalha” integrada e qualquer irregularidade pode (e
deve) ser detectada e solucionada.
• Verificar a suspensão: barulhos, trancos, reações diferentes;
• Observar o comportamento do motor: temperatura, pressão e força;
• Testar a passagem das marchas;

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• Testar a sensibilidade da embreagem;
• Testar a sensibilidade e eficiência dos freios;
• Testar a sensibilidade da direção (movimentação “pesada”);
• Testar novamente os principais acessórios elétricos ligados diretamente
18 à segurança operacional;
• Observar qualquer reação “diferente”: cheiros, fumaça, estalos, ruídos,
“chiados”, trancas etc.
Programa de Formação de Novos Motoristas

No caso de perceber algum problema, é melhor atrasar o inicio da via-


gem do que correr o risco de ter problemas. Use sempre seu bom senso!
Vejamos agora os principais itens que devem ser checados com detalhes
diariamente, para garantirmos uma viagem sem problemas.

2 . Extintor de Incêndio, Triângulo, Chave de Roda,


Macaco Hidráulico e Pneu de Estepe

Esses itens relacionados são exigidos por lei e imprescindíveis para ga-
rantir a segurança durante a viagem. Fique atento aos seguintes itens:
Verifique se o triângulo esta com as partes refletoras em bom estado
e se a montagem do mesmo está normal. Triângulo que não para em pé não
serve para nada.
Certifique se o macaco hidráulico está tracionando (subindo ao movi-
mento da alavanca) e se a trava de sustentação está em ordem. A chave de
roda deve estar com a “boca” sem desgaste para proporcionar engate ade-
quado nos parafusos. Não se esqueça da alavanca de apoio, senão fica difícil
trocar o pneu.
O único equipamento de segurança adequado para combater um prin-
cípio de incêndio veicular é o Extintor de Incêndio ou Extintor automoti-
vo. Verifique sempre a validade, que é o prazo máximo recomendado pelo
fabricante, para que o extintor seja utilizado. Além disso, fique atento aos
seguintes itens:
Anotações

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Anotações
Lembre-se que o uso do extintor de incêndio automotivo pode
salvar sua vida e a de outros. Conferir o equipamento é a ma-
neira mais fácil de evitar problemas.

3. Pneus

Pneus baixos (com calibragem incorreta) aumentam o atrito e o consumo


de combustível; Mas o aumento do atrito dos pneus também pode ser provoca-
do pela suspensão desalinhada. Ter pneus sempre calibrados e com a banda de
rodagem dentro do especificado pelo fabricante é segurança na estrada!
A segurança e desempenho do veículo dependem consideravelmente do
estado dos pneus, razão pela qual os mesmos devem ser inspecionados dia-
riamente. Os pneus sem câmara oferecem vantagens adicionais em relação
aos pneus com câmara tais como: redução de peso, maior segurança, maior
facilidade de balanceamento das rodas, melhor centragem do aro e melhor
estabilidade do veículo.
Em contrapartida, em vias de péssimas condições, o veículo deve ser
conduzido o cuidadosamente, visto que eventuais impactos podem danificar o
aro de roda, ocasionando imediata perda de ar do pneu.

4. Abastecimento

Procure sempre posto com bons filtros de combustíveis: uma dica é pro-
curar sempre postos com grande movimentação de caminhões, ou postos de
grande porte, dentro e fora das cidades, para encontrar diesel sem água, o que
prejudica a bomba e bicos injetores.
Não deixe que o frentista do posto encha o tanque além do desligamento

Componente curricular: Condução segura e econômica


automático da bomba, pois, do contrário, o excesso de combustível pode trans-
bordar, danificando o canister (filtro dos gases do tanque).

5. Bomba Injetora ou Injeção Eletrônica

É muito importante para o veículo a diesel o filtro e o decantador de com-


bustível, o diesel cria umidade no tanque de combustível, do posto e do próprio
veículo. Esta umidade é eliminada através de um decantador que em alguns
veículos vem como sendo um sensor automático de volume de água para avi-
sar o momento de limpá-lo. Já outros tipos de veículos que não possuem este
sensor, necessitam de uma checagem periódica de mais ou menos quinze (15)
dias para serem limpos, (eliminar a água) ou até mesmo substituí-los por peças
novas originais. Já o filtro de combustível deve ser trocado a cada 15.000 Km 19
em condições de uso normal. Nunca deve-se esquercer do filtro de ar que segue
também este programa de manutenção, devendo ser trocado a cada 20.000 Km
em condições normais e 10.000 Km em condições severas de uso.
Seguindo estas pequenas dicas, serão mantidos sempre em dia a bomba
e os bicos injetores que são extremamente sensíveis a água, evitando assim
transtornos e gastos desnecessários, lembrando que a substituição destas pe-
ças deve ser feita por pessoas qualificadas e em oficinas especializadas.

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6. Motor

Antes de iniciar a viagem, cheque com o pessoal responsável pela manu-


tenção se a manutenção solicitada no motor do veículo foi realizada. Cheque
20 você mesmo se as correias estão com tensão apropriada, se o nível do óleo, do
líquido de arrefecimento e da direção hidráulica está OK.
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Checando o Nível do Óleo Lubrificante do Motor pela vareta medidora do nível do óleo

Checando Nível do Liquido de Arrefecimento (colocado no radiador) pelo


nível do reservatório

7. Faróis
Anotações

Antes de qualquer viagem, verifique se os faróis estão bem regulados;


se as lanternas traseiras e luzes de freios estão funcionando. As lanternas, os
faróis, as luzes de advertência são itens importantes para praticar uma direção
defensiva. Se eles apresentarem algum defeito, podem prejudicar ou impedir
o controle em uma situação de emergência, colocando em risco a sua vida e a
de outras pessoas.

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8. Freios

Anotações
É o dispositivo mais importante para a segurança e tem por finalidade
fazer o veículo parar. Tenha certeza de que todo o sistema de freios foi revisa-
do antes de iniciar a viagem. Os veículos médios e pesados, além do freio de
serviço e de estacionamento, são equipados com o freio motor.

9. Inspeção do acondicionamento da carga

O motorista deve estar atento quanto aos excessos laterais da amarração,


altura da carga, peso total e por eixo. Deve ainda certificar-se que os volumes es-
tão acondicionados de modo que os produtos de maior peso estejam formando
o “lastro” da carga, seguido pelas mercadorias de menor peso e maior volume,
observando a compatibilidade de acondicionamento por tipo de produto. O mo-
torista não deve aceitar cargas prontas nas seguintes situações:
• Carga mal arrumada;
• Carga com excesso de peso;
• Carga mal amarrada.

CONCLUSÃO

O condutor deve sempre verificar se carga está acondicionada e ou amar-


rada corretamente e se não existe sobrecarga de peso nos eixos e ou em todo o
veículo. Não teste a fiscalização! Não coloque em risco sua vida e a dos outros!
Faça ainda a checagem dos outros itens de segurança. Isso é fundamental para
que a viagem ocorra com segurança e você tenha sucesso no seu trabalho.

Componente curricular: Condução segura e econômica

1) Extintor de Incêndio, Triângulo, Chave de Roda, Macaco Hidráulico e


Pneu de Estepe são itens opcionais para um veículo de transporte de cargas,
conforme determina o CTB.
( ) Certo ( ) Errado

2) A checagem do motor, dos pneus, da carga, dos faróis e da bomba


injetora é fundamental para a condução segura e é prevista em lei.
21
( ) Certo ( ) Errado

3) Pneus baixos (com calibragem incorreta) aumentam o atrito e o con-


sumo de combustível, mas o aumento do atrito dos pneus também pode ser
provocado pela suspensão desalinhada.
( ) Certo ( ) Errado

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UNIDADE 3
CONDUÇÃO ECONÔMICA -
CONCEITOS

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APRESENTAÇÃO

Anotações
Nesta unidade, iremos aprender alguns conceitos e regras para a conse-
guirmos tirar o melhor rendimento do veículo durante a viagem, gastando o
mínimo possível de combustível e evitando o desgaste das peças. Para iniciar-
mos, precisamos entender que dirigir um veículo é uma coisa, operá-lo corre-
tamente é outra bem diferente! Vamos, juntos, entender e aprender a colocar
em prática essa idéia!

OBJETIVOS

É objetivo desta unidade:


• Apresentar os conceitos básicos de condução econômica.

INTRODUÇÃO

Podemos dizer que conduzir um veículo “economicamente” significa ope-


rar o veículo de forma correta, ou seja, acionando os mecanismos de controle
(acelerador, freios, direção, câmbio) em perfeita sintonia com as situações que
acontecem ao longo da viagem (tais como subidas, descidas, retas e curvas).
As características técnicas do veículo tais como o torque, a potência,
o peso, a força de tração e a frenagem, devem ser conhecidas para que pos-
samos tirar o melhor resultado do veículo com o menor consumo durante a
operação. Como conseqüência do melhor aproveitamento dos recursos dispo-
níveis, também pode-se destacar a proteção ao Meio Ambiente, aspecto muito
importante e de responsabilidade de todos nós.

Componente curricular: Condução segura e econômica


DESENVOLVIMENTO

1. Conceitos básicos

Para aprendermos como tirar o melhor rendimento do veículo com o


menor consumo possível, precisamos entender alguns conceitos importantes.
Vamos conhecê-los?

1.1. Torque
25
Também conhecido como Momento de Força, corresponde à força de
giro exercida em determinado braço de alavanca. Aplicado ao motor de com-
bustão interna (ex: motor a diesel) temos uma força P que é a pressão média
exercida sobre o êmbolo (cilindro). Essa força atua através da biela, sobre o
braço R do virabrequim.

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Simplificando, o motor produz
uma Força de torção (Torque). Essa
força de torção é transmitida pelos
componentes da transmissão (caixa
de marchas, diferencial e cardã), onde
26 ela é adequada entre Velocidade e
Força, até as rodas de tração justa-
mente nesta faixa de rotações que a
alimentação de ar (Pressão do Turbo)
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é mais eficiente.

1.2. Potência

Potência é a medida do Trabalho realizado numa unidade de Tempo.


Como Trabalho é o resultado de uma Força que desloca seu ponto de Aplica-
ção, Força é qualquer coisa capaz de produzir ou alterar o movimento de um
corpo. Embora a unidade mais comum para expressar a potência de uma má-
quina seja o Cavalo Vapor (CV), a unidade adotada pelo Sistema Internacional
de Unidades é o Watt (W) ou, melhor, o quilowatt (kW).
A Potência de 1 CV corresponde à força necessária para elevar 75 kilo-
gramas-força (kgf) a uma altura de 1 metro.

1.3. Torque x Potência

Na operação de veículos comerciais (caminhões e ônibus) é mais impor-


tante conhecer a faixa de torção (ou de torque) do motor em que se dá o
torque máximo do que a potência máxima do mesmo. Isto porque o motorista
deverá adequar a operação em função do torque do motor e não da potência
máxima que, de qualquer forma, se alcança nos limites de rotação do motor.
Um erro comum é confundir Potência com Torque. O que faz um veículo,
de fato, se deslocar é a Torque e não a Potência.

1.4. Rotações

As rotações ou giros são a medição total do


número de giros realizados por um componente
rotativo, motor ou máquina durante uma unidade
de tempo. O valor é expresso em Rotações por Mi-
nuto ou RPM.
Anotações

O Instrumento que mede as Rotações de um


motor chama-se, tecnicamente, de Tacômetro ou,
como é mais conhecido, de Conta - Giros.

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1.5. Reduções

Anotações
As transmissões por engrenagens transferem o movimento rotativo de
um eixo para outro e permitem, assim, uma infinidade de opções para a trans-
missão da Força (Torque) e das Rotações (Velocidade). No caso em que uma
engrenagem menor aciona outra maior, haverá a aplicação do “efeito alavan-
ca” e, conseqüentemente, um aumento do Torque (Força). Como conseqüên-
cia, haverá uma perda proporcional de rotações que se traduzira (no caso de
um veículo) por uma diminuição da velocidade.
Regra: Mais Força (Torque) = Menor Velocidade!

1.6. Trem de Força

Denomina-se Trem de Força o conjunto responsável pela tração do veí-


culo, desde o motor, passando pela embreagem, caixa de mudanças, árvore de
transmissão (cardã) e eixo traseiro. Na transmissão, a caixa de mudanças tem
por finalidade adequar o torque do motor à velocidade do veículo em função
da situação de operação (subida, descida, reta, curva etc.).
Nos veículos pesados e extrapesados a disponibilidade de diferentes re-
lações de redução (número de marchas) é maior, justamente para facilitar a
adequação, permitindo explorar melhor a faixa de torque do motor. A relação
de redução final de um veículo é determinada, levando-se em consideração as
relações de redução disponíveis desde a caixa de mudanças até as rodas de
tração. Por exemplo: em um veículo onde a relação de redução da 1ª marcha
baixa ou reduzida é de 15,39: 1, o motor terá que dar 15,39 voltas para cada
volta da árvore de transmissão (cardã), quando engrenada esta marcha.

1.7. Inércia

Componente curricular: Condução segura e econômica


Inércia é a resistência que todos os corpos materiais opõem à modifica-
ção do seu estado de movimento. Para colocar um veículo em movimento, é
necessário vencer a inércia de sua massa em repouso. Considerando-se este
procedimento em um terreno plano, podemos acrescentar que a energia (es-
forço) empregada em um dado momento para manter este veículo em movi-
mento é menor que a energia necessária para colocá-lo em movimento.
Quanto maior a massa e a velocidade de um veículo, maior será sua inér-
cia. Isto explica porque um veículo com 45 toneladas exige maiores distâncias,
tanto para atingir determinada velocidade quanto para frear, que um carro de
passeio. Pela importante influência que a inércia exerce sobre a operação ela
deve ser considerada nos procedimentos, ou seja:
• Aproveitar a inércia quando está a nosso favor (aproveitar o embalo
nas situações propícias). 27
• Dominá-la com habilidade quando se mostra contrária a nossa inten-
ção (nas frenagens ou acelerações).

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1.8. Resistência ao Deslocamento

Sobre um veículo em marcha, existem forças que tendem a freá-lo na-


turalmente. Estas forças chamadas Resistência ao Deslocamento devem ser
28 superadas da melhor forma possível pela propulsão do motor. Neste ponto, a
aplicação de técnicas adequadas é de fundamental importância para um me-
lhor aproveitamento do combustível e dos procedimentos que visam poupar o
veículo. As resistências ao deslocamento se classificam da seguinte forma:
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1.8.1. Resistência ao rolamento do veículo:

A resistência ao rolamento do veículo provém do trabalho de deforma-


ção exercido sobre os pneus e sobre o piso. Esta resistência é basicamente
determinada ou influenciada pelos seguintes fatores:
• Tipo de pneus: Os pneus radiais possuem um índice de resistência ao
rolamento mais baixo uma vez que a banda de rodagem se deforma me-
nos que a de pneus diagonais.
• Tamanho dos pneus: O índice de resistência ao rolamento é menor à
medida que se aumenta diâmetro dos pneus, pois a banda de rodagem
se deforma menos.
• Estado das estradas: O tipo de pavimento, o estado de conservação e
outras condições como, por exemplo, pistas molhadas, influenciam na re-
sistência ao rolamento através do esforço adicional para o deslocamento.
• Carga sobre as rodas: O aumento de carga sobre as rodas também
aumenta a resistência ao rolamento uma vez que a superfície de apoio
dos pneus (achatamento) é maior em conseqüência da energia de flexão.
Pressão de inflação dos pneus. A pressão baixa aumenta a superfície de
apoio dos pneus e com isto a resistência ao rolamento. Também o des-
Anotações

gaste dos pneus é acelerado. A pressão excessiva reduz a resistência ao


rolamento, porém diminui a durabilidade dos pneus e da suspensão, bem
como afeta o conforto.

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


1.8.2. Resistência exercida pelo ar

Anotações
A resistência exercida pelo ar varia em função dos seguintes itens:
• Forma e superfície frontal do veículo
• Velocidade do veículo
• Velocidade e direção do vento.

Em velocidades baixas a resistência oferecida pelo ar é desprezível.


A resistência exercida pelo ar só deve ser considerada para velocidades
acima de 55 km/h. A determinação do tipo de carroceria, a disposição da
carga em carrocerias abertas e a instalação de aerofólios, quando neces-
sário, são ações possíveis no sentido de diminuir a resistência do ar ao
deslocamento do veículo.

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1.8.3. Resistência exercida pela gravidade

29

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


A ação da gravidade sobre o veículo impõe a mais influente das re-
sistências ao deslocamento a ser considerada. A influência da gravidade
torna-se mais evidente e exige a aplicação de técnicas especiais de ope-
ração em aclives (subidas), onde pode exercer grande influência sobre o
consumo de combustível.
30
Ao subir um aclive de 5% a 40 km/h um caminhão de 38 toneladas
necessita de pelo menos quatro vezes mais combustível que para
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trafegar a 80 km/h sobre uma estrada plana.

1.9. Força de Atrito

Provavelmente você já precisou empurrar um móvel pesado em casa,


ação que pode ter lhe causado o seguinte problema: além de termos que ar-
rastar o móvel, o chão pode ficar todo arranhado. Quando se tem um móvel
com muitas coisas dentro e você precisa movê-lo, a primeira coisa que se faz
é esvaziar o móvel, deixando-o totalmente vazio. Mas nem sempre adianta,
pois ele pode ser muito pesado, mesmo estando vazio. O enorme móvel tem
que ser deslocado da cozinha para a sala, mas com seu peso, a tarefa se torna
quase impossível!
Em nosso dia a dia, sempre encontramos alguma forma de resistência
sempre que tentamos mover alguma coisa, mesmo que seja mínima: quan-
do empurramos um carro quebrado ou quando uma criança brincando com o
vento, colocando a mão para o lado de fora do carro em movimento. Podemos
verificar que existe, em quase todos os movimentos que executamos, um mo-
vimento contrário à força que estamos exercendo, esse movimento contrário
é o que chamamos de força de atrito!
A força de atrito nos auxilia em muitos as-
pectos. Por exemplo, quando andamos, esta-
mos “empurrando” o chão para trás e este
nos empurra para frente, permitindo que
andemos. Imagine se caminhássemos
sobre uma superfície de gelo, ou
mesmo por um chão cheio de
cera, teríamos problemas para
nos deslocar, pois não ha-
veria atrito. Um automóvel
anda para frente quando seus
pneus “empurram” o chão para
trás e este os empurra para frente.
Quando o caminhão faz uma curva,
isso ocorre porque existe força de atrito
entre o pneu e o chão; se não houvesse esse
Anotações

atrito o carro sairia reto nas curvas.


Quando um caminhão faz uma curva descre-
ve um movimento que os físicos chamam de “Movi-
mento Circular”, pois ao girar a direção para que as rodas do veículo acompa-
nhem o traçado da curva, o movimento realizado, caso o motorista não mude
a direção, assemelha-se a um círculo.

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


Quando faz a curva, o caminhão tende a sair lateralmente para “fora” da

Anotações
pista. A força que não deixa que o caminhão “capote” para fora da pista é cha-
mada de “Força Centrípeta”. De acordo com a primeira lei da inércia, já estudada
anteriormente, a velocidade de um corpo em movimento e sua direção perma-
necem constantes se nenhuma força atuar sobre ele. As circunstâncias de um
movimento circular são diferentes: neste caso é necessário existir uma força, a
força centrípeta, que é direcionada ao eixo de rotação, que é centro do circulo
que o caminhão faria caso não retomasse a direção quando a curva acabasse.
Quando o motorista utiliza incorretamente os freios ou entra na curva em
velocidade acima da permitida, ele corre sérios riscos de fazer com que a força
centrípeta, que é provocada pelo atrito dos pneus com o chão quando o cami-
nhão faz a curva, não seja suficientemente grande para “segurar” o caminhão na
pista. Dirija com prudência, respeitando os limites de velocidade e não submeta
o equipamento (veículo) a uma condição para a qual ele não está preparado.
Quando a força que está sendo feita sobre um objeto é suficiente para
movimentá-lo, a força de atrito passa a ter seu valor constante. Nessa situação,
o atrito é chamado de atrito dinâmico. Um exemplo muito comum desse tipo
de atrito acontece quando empurramos um carro: inicialmente começamos a
aplicar uma determinada força para que o carro comece a andar. Quando o
carro é colocado em movimento, a força que necessária que então fazemos
para empurrar o carro é menor do que a força que fizemos quando o carro
ainda estava parado.

Um exemplo muito interessante de atrito dinâmico é o funcio-


namento do sistema de freios de serviço conhecido como ABS.
O sistema de freios antitravamento, antilock braking system
ou simplesmente ABS funciona por meio do aproveitamento
do atrito dinâmico, aplicado o conceito de Girar e não travar.

Ao contrário do que pensam alguns, o menor espaço de freada é obtido

Componente curricular: Condução segura e econômica


com os pneus girando no limite da aderência ao chão, e não com as rodas
travadas. Daí a necessidade de se modular (dosar) a aplicação dos freios. Isso
pode ser conseguido pelo motorista em piso seco e plano, mas se torna difícil
para muitos em uma freada de emergência, sobre piso molhado, escorregadio
ou mesmo em curva. É ai que entra o ABS aproveitando o Atrito Dinâmico.

Como funciona?

O sistema é composto por sensores eletrônicos de rotação instalados


junto às rodas, um microprocessador central e um modulador hidráulico (con-
junto de válvulas eletromagnéticas). Quando os sensores detectam um tra-
vamento de roda, enviam um sinal para a central eletrônica de controle do
sistema de freios, que passa ao modulador as instruções para aumentar ou
reduzir a pressão do fluido de freio sobre cada cilindro de roda. O ABS pode
31
chegar a “soltar” totalmente os freios de uma roda e manter a pressão sobre
as demais, se necessário for, tudo em frações de segundo. O motorista não
precisa tomar qualquer medida para o ABS atuar, além de acionar o pedal do
freio de serviço.

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


Não frear em curvas é um antigo conselho, mas que perde um pouco a
validade nos caminhões com ABS mais modernos. Muitos deles vêm com distri-
buição eletrônica de pressão de frenagem entre os eixos (EBD), que evita dese-
quilíbrios na atuação dos freios e permite, até certo ponto, aplicá-los em curva.
Claro que não se deve abusar, mas é sempre bom poder contar com o sistema.
32
Um erro conceitual muito comum é pensar que o ABS reduz
a distância de freada em todas as situações. Como o sistema
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apenas aproveita melhor o potencial de frenagem de cada


roda, a distância efetiva de frenagem não será menor do que
um a distância de que um sistema de freios sem ABS necessita
para parar o veículo em condições ideais de aderência.
em Considere também que a possibilidade de superaqueci-
mento dos freiosuso prolongado e intensivo ou numa grande
solicitação, independe do antitravamento. Portanto, mantenha
distância segura do carro à frente, freie antes de tomar as cur-
vas, use freio-motor (marchas inferiores) em descidas e ande
devagar em pisos de baixa aderência, como você faria se seu
carro não tivesse o dispositivo ABS.

1.10. Freio de Serviço

Denomina-se Freio de Serviço o sistema de freio acionado pelo pedal lo-


calizado ao lado do acelerador. O acionamento pode ser hidro-pneumático ou
pneumático, porém sempre dividido em dois circuitos independentes, sendo
um para o eixo dianteiro e outro para o(s) eixo(s) traseiro(s).
A utilização correta do Freio de Serviço é um fator importante para a
condução econômica, porém é muito mais importante para a segurança. O
freio de serviço deve ser empregado o mínimo indispensável, como em parada
total do veículo, correções de velocidade em declives acentuados ou em situa-
ções de emergência. Outras maneiras de frear o veículo devem ser exploradas
ao máximo pelo motorista, tais como reduções de marchas e freio motor. A
duração da aplicação de Freio de Serviço deve ser a mínima possível.

Cabe ao Motorista a responsabilidade pela observação do


desempenho dos freios. Sua atenção tem de ser redobrada ao
dirigir nas seguintes situações:

• Após a troca de lonas ou reparos no sistema de freios. Durante o pe-


ríodo de assentamento entre as lonas e o tambor ou pastilhas e disco, a
eficiência dos freios fica reduzida.
Anotações

• Após a troca de veículo. Cada veículo tem um comportamento caracte-


rístico, ao qual o Motorista tem que se adaptar.
• Após a lavagem do veículo ou ao trafegar em pistas molhadas. A fre-
nagem feita com as lonas ou pastilhas molhadas é deficiente e às vezes
desequilibrada (puxa para um lado).

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


1.11. Freio Motor

Anotações
O principal objetivo do Freio-Motor é o de diminuir a velocidade do veí-
culo pela retenção da saída dos gases da descarga. Isso provoca uma contra
pressão em cima dos pistões do motor e, conseqüentemente, cria uma força
de retenção que é repassada aos componentes de transmissão e, finalmente,
nas rodas do veículo. O Freio Motor é um sistema de freio auxiliar que deve ser
empregado tanto em frenagens prolongadas em longos declives como para
desacelerações em tráfego normal.

Quanto mais reduzida for a marcha engrenada na caixa de mudanças,


maior será a eficiência do Freio Motor. A correta utilização do Freio Motor não
causa danos ao motor e permite prolongar a vida útil das guarnições e tambo-
res de freio. Em longos declives, a utilização do Freio Motor poupa o freio de
serviço, assegurando sua total eficiência em caso de eventuais emergências.

Componente curricular: Condução segura e econômica


A eficiência do freio-motor é proporcional à elevação dos giros do mo-
tor, ou seja, quanto mais alto o giro do motor, maior a ação contrária ao sen-
tido de aceleração do veículo.
Nas decidas, isto implica em uma avaliação e decisão do condutor em
escolher uma marcha suficientemente reduzida permitindo assim um giro efi-
ciente do motor e, conseqüentemente, a não utilização dos freios antes de
todas as curvas.

1.12. Freio manual do reboque ou semi-reboque

O Freio Manual do Reboque ou Semi-Reboque pode ser acionado nas


seguintes circunstâncias: 33
• Em pistas molhadas ou escorregadias:
Acione primeiramente o freio-manual o suficiente para iniciar a frena-
gem do reboque ou semi-reboque. Somente após iniciar a frenagem do
reboque ou do semi-reboque, acione o freio de serviço do veículo.

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• Em Declives Acentuados:
Nestas condições, o reboque ou semi-reboque tem a tendência de “em-
purrar” o veículo trator. Utilizando-se moderadamente o Freio Manual
este inconveniente poderá ser eliminado.
34 Não faça uso do Freio Manual por um tempo demasiadamente prolon-
gado, como por exemplo, para controlar a velocidade do veículo em declives.
Este procedimento provoca um superaquecimento e a conseqüente redução
na eficiência dos freios. Em condições normais de desaceleração ou controle
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da velocidade do veículo, utilize os sistemas auxiliares de freio (redução de


marchas, freio motor, retardador) e o freio de serviço.
Em condições normais de desaceleração ou controle da velocidade do
veículo, utilize os sistemas auxiliares de freio (redução de machas, freio motor,
retardador) e o freio de serviço.
Em hipótese alguma o freio manual do reboque ou semi-reboque subs-
titui o uso dos outros freios. Existem, na prática comercial do transporte de
cargas, condutores que tracionam reboques e semi-reboques de terceiros, bus-
cando fazer uso dos freios destes a fim de economizar os freios do cavalo me-
cânico. Essa pratica é um absurdo, que coloca em risco a carga transportada,
todo equipamento, a vida do condutor e de outras pessoas.

1.13. Velocidade Média

A Velocidade Média de um veículo que percorre um determinado trajeto


é determinada através da seguinte equação:
Velocidade Média = distância / tempo
A obtenção de velocidades médias mais altas é um dos principais obje-
tivos da Condução Econômica, pois reduz o tempo gasto nas viagens. Quanto
maior o percurso, mais significativa pode ser a redução no tempo.
O aumento da velocidade média tem sua importância evidenciada se consi-
derarmos fatores limitadores de velocidade que são imutáveis, tais como velocida-
de máxima estipulada por lei ou pelas condições de segurança na operação.
A única forma possível de se obter a elevação da velocidade média é
melhorar o desempenho nos trechos onde as velocidades mínimas e médias
são passíveis de serem aumentadas através do emprego das técnicas de Con-
dução Econômica, como por exemplo, em aclives.

CONCLUSÃO

Quando se fala em Condução Econômica logo se pensa na economia de


combustível. Porém, a Condução Econômica é um conceito muito mais amplo,
Anotações

abrangendo, além da economia de combustível, a maior durabilidade de com-


ponentes sujeitos a desgastes, tais como o motor, embreagem, freio, pneus
etc. A Condução Econômica também diminui a necessidade de manutenção
corretiva, que muitas vezes ocorre por causa das “panes” ou “quebras” duran-
te a viagem.

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


Anotações
1) O torque é também conhecido como Momento de Força e corresponde
à força de giro exercida em determinado braço de alavanca.
( ) Certo ( ) Errado

2) Denomina-se Freio de Segurança o sistema de freio acionado pelo


pedal localizado ao lado do acelerador.
( ) Certo ( ) Errado

3) Um dos objetivos da condução econômica é a obtenção de velocida-


des médias mais baixas nas viagens, pois só assim o consumo de combustível
é reduzido.
( ) Certo ( ) Errado

Componente curricular: Condução segura e econômica

35

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)
UNIDADE 4
REGRAS PARA A PRÁTICA DA
CONDUÇÃO ECONÔMICA – PARTE 1

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LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)
APRESENTAÇÃO

Anotações
Nesta unidade e na unidade seguinte, vamos aprender a utilizar os
conceitos apresentados a nosso favor, ou seja, vamos utilizá-los racio-
nalmente para conseguir o melhor rendimento do veículo, com o menor
consumo de recursos.

OBJETIVOS

O objetivo desta unidade é:


• Apresentar os procedimentos recomendados ao motorista para a con-
dução econômica.

INTRODUÇÃO

São regras e procedimentos recomendados para a condução econômica:


• Guiar com previsão
• Operar na faixa ideal de rotação
• Sempre que possível pular marchas
• Não acelerar durante a troca de marchas
• Aproveitar a inércia do veículo
• Utilizar corretamente os freios
• Trafegar somente com o veículo engrenado
• Manter os pneus calibrados

Componente curricular: Condução segura e econômica


• Acompanhar o desempenho do veículo
• Manter o motor eletrônico funcionando adequadamente.
Agora vamos estudar detalhadamente cada uma dessas regras.

1. Guiar com previsão

Guiar com previsão é um dos principais pontos para economizar combus-


tível e preservar o veículo, vamos estudar as principais ações a fazer.

Não frear nem acelerar desnecessariamente.


39
A aplicação desta regra exige do motorista uma atenção constante quan-
to às situações que influenciarão na operação do veículo e nas atitudes a se-
rem tomadas perante as mesmas. A isto se denomina previsão, ou seja, uma
visão antecipada do que deverá acontecer. A previsão permite que se tomem
providências que economizam combustível, poupam os freios, embreagem e,
principalmente tornam a operação muito mais segura.

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


Apresentamos a seguir alguns exemplos de situações onde se deve apli-
car esta regra:

Paradas obrigatórias e semáforos:


40 Neste caso o motorista deve estar atento a situações que exigem a desa-
celeração do veículo, tais como um sinal vermelho ou amarelo, trânsito lento
ou parado adiante, cruzamento ou entrada em vias preferenciais.
Programa de Formação de Novos Motoristas

Os procedimentos corretos para desacelerar o veículo incluem atos


como: tirar o pé do acelerador, aplicar freio motor, reduzir marchas e só utilizar
o freio de serviço na finalização do procedimento de desaceleração.

Entrada em vias preferenciais:


Sempre que possível observar com antecedência o fluxo de veículos na
via que se vai entrar ou cruzar. O motorista deve se preparar para fazê-lo com
a menor desaceleração possível sem comprometer a segurança ou infringir
regras de trânsito.
Este procedimento visa, além de evitar frenagens e arrancadas desne-
cessárias, permitir a entrada em vias preferenciais com velocidades compatí-
veis com o fluxo do tráfego.

Preparação para início de declives:


Aplicar o freio motor ou freio de serviço imediatamente após retirar o pé
do acelerador, é um procedimento que só se justifica em situações imprevistas,
pois dessa forma os gastos de combustível e de freios são maiores.
Ao se aproximar de um declive, o motorista pode retirar antecipadamen-
te o pé do acelerador e deixar o veículo rolar até o início da descida, aprovei-
tando assim a inércia do veículo e a pequena desaceleração que pode ocorrer.
Poupa-se combustível até começar a descida e freios durante a descida, uma
vez que o veículo demorará um pouco mais para ganhar velocidade.

2. Operar na faixa ideal de operação

O motor tem mais força e consome


menos combustível quando trabalha em ro-
tações médias. É a chamada Faixa de Torque
do motor que, no caso de veículos equipa-
dos com tacômetro (conta - giros) é indicada
pela faixa verde, conforme pode ser verifica-
do na figura a seguir:
Anotações

• Faixa operacional torque (verde)


• Faixa de atuação do freio-motor
(amarela)
• Faixa de perigo de sobre-rotação do
motor (vermelho)
Regra: Qualquer motor tem o seu
maior Torque junto com o seu menor consu-
mo de combustível!

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


O Condutor deve então acionar (escolher) as reduções (marchas) sempre

Anotações
de acordo com as rotações do motor na sua faixa ideal, ou seja, do Torque Má-
ximo. O Tacômetro (Conta - Giros) indica de forma permanente a quantos giros
(RPM) encontra-se o motor bem como a sua situação de Torque e, conseqüen-
temente, o seu consumo de combustível naquele momento.
A faixa verde indica uma ampla situação de consumo, na sua maior parte
chamada de “aceitável”. O Condutor deve procurar manter o giro do motor o
maior tempo possível no meio da faixa verde, isto é, motor tracionando. Confor-
me descrito, a faixa recomendada para a operação é a faixa operacional torque,
que varia entre 1000 a 1500 RPM. Nessa faixa o veículo apresenta o maior tor-
que com o menor consumo de combustível.

3. Sempre que possível pular marchas

Através de uma série de engrenagens, a caixa de marchas permite ao


Condutor a escolha de varias reduções corretas em função da necessidade
do momento. A escolha da marcha certa determinará sempre o maior Torque
(Força) do Motor, o que diminui o consumo de combustível.
O objetivo de “pular marchas” é reduzir o número de mudanças de mar-
chas durante a operação. A redução do número de mudanças de marcha pou-
pa os componentes do sistema de embreagem e também componentes da cai-
xa de mudanças, tais como, anéis sincronizadores, garfos, luvas e corpos de
engate. Além do prolongamento da vida útil dos componentes mecânicos da
transmissão, a redução do número de mudanças de marchas permite o aumen-
to da velocidade média e a redução no consumo de combustível.
Para comprovar as vantagens decorrentes da aplicação desta regra, bas-
ta lembrar que a cada acionamento da embreagem, ocorre um desligamento
entre o motor e a transmissão e portanto, o veículo permanece sem tração
durante este tempo.

Componente curricular: Condução segura e econômica


Assim, ao primeiro sinal de diminuição da velocidade ao iniciar uma su-
bida, o motorista tem o impulso de imediatamente reduzir uma marcha “para
não perder embalo”. Este procedimento precipitado faz com que o motor tra-
balhe com rotações acima da faixa de torque, portanto, com pouca força para
sustentar a velocidade, o que exigirá rapidamente outras trocas de marchas e
assim sucessivamente. O procedimento recomendado nessa situação é deixar
cair a rotação, entrando na faixa de torque e permanecer o maior tempo pos-
sível, aproveitando assim o melhor rendimento do motor.
A redução de marcha só deverá ser feita quando a rotação do motor
estiver próxima do limite inferior da faixa de torque. Ai então se reduz duas ou
mais marchas de uma só vez. Para diminuir o tempo que o veículo fica sem tra-
ção em uma subida, além de pular marchas, recomendamos que as mudanças
sejam feitas o mais rápido possível.
41
Mantenha o hábito de sempre sair com o veículo parado em
primeira marcha. A inércia da massa parada tem que ser ven-
cida. A única exceção é numa situação do veículo parado em
descida. Ai sim, engatar a segunda marcha, deixar o veículo
andar devagar e soltar a embreagem.

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


Câmbio bem operado =
Força controlada + Consumo de Combustível mínimo + Mecânica preservada!

42 4. Não acelerar durante a troca de marchas

A aceleração intermediária e a dupla debreagem na troca de marchas


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são procedimentos necessários na operação de veículos equipados com caixas


de mudanças “secas” (não sincronizadas).
Como “costume ou enfeite” a aplicação destes procedimentos em veí-
culos equipados com caixas de mudanças sincronizadas não é recomendada
devido aos gastos desnecessários que os mesmos acarretam. Reduz-se prati-
camente pela metade a vida útil dos componentes da embreagem e da caixa de
câmbio, aumenta o consumo de combustível e o desgaste físico do motorista.

5. Aproveitar a inércia do veículo

Na aplicação dos conceitos da Condução Econômica a aceleração (au-


mento de velocidade) deve ser feita de forma lenta e gradual, pois a tentativa
de alcançar velocidades maiores em pouco tempo implica em um aumento
considerável de consumo de combustível sem o proporcional aumento na ve-
locidade média.

CONCLUSÃO

Para se obter uma condução econômica, é fundamental que o condu-


tor aplique os conceitos teóricos na realização dos procedimentos e regras
ditados pela prática. Somente assim, o motorista estará tirando o máximo de
rendimento do veículo e até mesmo preservando sua saúde.
Anotações

LEANDRO JOSE DA COSTA SILVA (01395037140)


Anotações
Assinale as alternativas corretas

1) São regras e procedimentos recomendados para a condução econômi-


ca (assinale as alternativas corretas):
( ) Guiar com previsão
( ) Operar na faixa ideal de rotação
( ) Não pular marchas
( ) Acelerar durante a troca de marchas
( ) Utilizar corretamente os freios

2) O motor de um veículo tem o seu maior Torque junto com o seu maior
consumo de combustível.
( ) Certo ( ) Errado

3) A aceleração intermediária e a dupla debreagem na troca de marchas


são procedimentos necessários na operação de veículos equipados com caixas
de mudanças sincronizadas.
( ) Certo ( ) Errado

Componente curricular: Condução segura e econômica

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UNIDADE 5
REGRAS PARA A PRÁTICA DA
CONDUÇÃO ECONÔMICA – PARTE 2

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APRESENTAÇÃO

Anotações
Nesta unidade continuaremos a estudar a sequência de procedimentos
recomendados para que se tenha uma condução econômica do veículo.

OBJETIVOS

O objetivo desta unidade é:


• Apresentar os procedimentos recomendados ao motorista para a con-
dução econômica.

INTRODUÇÃO

A condução econômica envolve regras e procedimentos de direção que


utilizam os conceitos teóricos para que o condutor possa dirigir seu veículo
com segurança, evitando acidentes, e tirando o máximo de aproveitamento
das características técnicas do veículo.

DESENVOLVIMENTO

1. Utilizar corretamente os freios

A utilização racional dos sistemas de freios disponíveis em um veículo

Componente curricular: Condução segura e econômica


(freio motor, retardador, freio de serviço) é um procedimento que influencia
bastante na determinação da vida útil dos tambores, lonas, válvulas de freio,
suspensão e pneus. Mais importante que a economia possível, é a manutenção
dos níveis de segurança com a correta utilização dos freios.
Especial atenção quanto a esta regra deve ser observada na operação
em longos trechos em declive. Nesta situação, para manter velocidades com-
patíveis com a segurança, deve-se utilizar ao máximo as reduções de marchas,
freio motor ou retardador. O sistema de freio de serviço deve ser poupado,
sendo utilizado apenas para correções de velocidade e de rotações do motor.
Deve ser utilizado em aplicações firmes e rápidas.

2. Trafegar somente com o veículo engrenado


47
Em hipótese alguma o veículo deverá trafegar desengrenado, principal-
mente nos trechos em declive.
• Primeiro por razões óbvias de segurança e de ordem legal.
• Segundo porque nas condições de operação em declives, sendo o mo-
tor impulsionado pela transmissão e o acelerador não acionado, o consu-
mo de combustível é nulo.

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A aplicação das regras de Condução Econômica e de seguran-
ça ao percorrer um trajeto em declive, só é possível com o
veículo engrenado.
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3. Manter os pneus calibrados
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A segurança e desempenho do veículo dependem consideravelmente do


estado dos pneus, razão pela qual os mesmos devem ser inspecionados dia-
riamente. Os pneus sem câmara oferecem vantagens adicionais em relação
aos pneus com câmara tais como: redução de peso, maior segurança, maior
facilidade de balanceamento das rodas, melhor centragem do aro e melhor
estabilidade do veículo.
Em vias com pavimento deficiente, o veículo deve ser conduzido cuida-
dosamente, visto que eventuais impactos podem danificar o aro de roda, oca-
sionando imediata perda de ar do pneu.
Procure manter os pneus sempre corretamente calibrados. A pressão de
inflação deve ser comprovada com os pneus frios pelo menos uma vez por se-
mana. Após conduzir o veículo por algum tempo os pneus se aquecem e, em
conseqüência do calor, a pressão de inflação se eleva. Em hipótese alguma esva-
ziar os pneus aquecidos para restabelecer a pressão de inflação recomendada.
Não operar o veículo com os pneus abaixo da pressão. Um pneu inflado
abaixo da pressão recomendada para a carga a ser transportada gera aumento
no consumo de combustível, desgaste rápido e irregular, além do aquecimento
excessivo. O aquecimento excessivo provoca deterioração do corpo do pneu,
podendo resultar na sua destruição repentina.

Não se pode também operar o veículo com os pneus acima da pressão,


Anotações

pois isso provoca desgaste rápido e irregular e enfraquece o encordoado do


pneu reduzindo sua capacidade de absorção de choques da estrada. Aumenta
também o perigo de cortes, protuberâncias e furos, e pode gerar um esforço
excessivo sobre os anéis, provocando sua falha.
Ao passar por obstáculos e desníveis abruptos no solo, ou se necessitar
subir em guias de calçadas, faça-o lenta e perpendicularmente, pois impactos
violentos com obstáculos dessa natureza podem causar danos imperceptíveis
aos pneus, capazes de provocar acidentes futuros.

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Não utilize pneus recauchutados nas rodas dianteiras. A utilização de

Anotações
aros ou componentes quebrados, trincados, desgastados ou enferrujados pode
resultar em falha do conjunto e criar uma condição operacional de risco. A uti-
lização de aros de roda recuperados não é recomendada em hipótese alguma.
Aros danificados devem ser imediatamente substituídos, pois qualquer ten-
tativa de recuperação pode alterar totalmente suas características originais,
afetando seriamente a segurança do veículo e de seus ocupantes.

4. Acompanhar o desempenho do veículo

Através do acompanhamento do consumo de combustível pode-se ava-


liar com precisão o desempenho do veículo, bem como da operação do mes-
mo. Este acompanhamento deve ser complementado com o da manutenção
do veículo.

5. Manter o motor eletrônico funcionando adequa-


damente

Para ser considerado “eletrônico” o motor precisa ser gerenciado por uma
Unidade de Controle Eletrônico, também conhecida como ECU. Esta ECU recebe
informações sobre o funcionamento do motor através de sensores diversos e
também informações que vem da operação realizada pelo motorista (ex: posi-
ção do pedal do acelerador), da transmissão, do veículo (velocidade) etc.
A ECU informa para o motor sinais que controlam parâmetros tais como
injeção de combustível, pressão da turbina, ponto de injeção etc.
O conceito de motor eletrônico está associado ao gerenciamento do mo-
tor e não ao sistema de injeção de combustível do mesmo, sendo que existe

Componente curricular: Condução segura e econômica


mais de um tipo de equipamento de injeção eletrônica de combustível em mo-
tores movidos a diesel.
O sistema de injeção eletrônica mais utilizado pelos fabricantes de veícu-
los é o Commom Rail (tubo comum, em inglês). De acordo com os fabricantes
de motores, este equipamento aumenta a potência e proporciona maior torque
em baixas rotações, além de reduzir o consumo de combustíveis e os níveis de
ruídos e de emissões de poluentes.
O Common Rail permite a injeção direta de combustível na quantidade e
no tempo exato, eliminando o uso da bomba injetora convencional (mecânica).
A partir dos dados fornecidos pela Unidade de Controle Eletrônico (ECU), a
unidade determina a quantidade e momento da injeção, sendo que cada unida-
de injetora alimenta um cilindro. A bomba de combustível alimenta o Common
Rail com combustível em alta pressão para que chegue aos bicos injetores,
daí, a injeção é feira por meio de um sinal elétrico vindo da ECU. 49
A injeção é feita em duas etapas, a pré-injeção e a injeção principal. O
início da pré-injeção é variável em função da rotação e solicitação do motor. A
quantidade de diesel injetado varia de acordo com o curso do pistão do cilin-
dro, sendo que de acordo com a posição do cilindro acontece uma chama na
câmara de combustão e, em seguida, a injeção principal ocorre diretamente
sobre o êmbolo - o início da injeção e volume de combustível injetado também
variam em função da rotação do motor.

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Os resultados dos motores com injeção eletrônica são rendimentos mais
altos, economia de combustível e de componentes do veículo.
O motor eletrônico é um grande aliado do motorista, pois ele consegue
“calcular” a injeção ideal de combustível para cada situação, auxiliando o mo-
50 torista a conduzir o veículo da maneira mais econômica possível.
Alguns sintomas podem indicar avarias no sistema, por exemplo:
• falta de potência e torque;
Programa de Formação de Novos Motoristas

• consumo elevado de combustível;


• falha de funcionamento do motor;
• excesso de fumaça, entre outras.
Os principais sensores encontrados em um motor com gerenciamento
eletrônico são:
• Sensor de rotação.
• Sensor de posição do acelerador
• Sensor de baixa pressão de combustível, que detecta baixa pressão de
combustível na linha de sucção.
• Sensor de temperatura, nível e qualidade do óleo lubrificante.
• Sensor de fase Ponto Morto superior (PMS), que indica ao módulo o
posicionamento do primeiro cilindro, antes do PMS.
• Aquecedor, que aquece os gases de respiro do motor antes de entra-
rem no coletor de admissão.
• Sensor de temperatura do motor.
• Sensor de temperatura de combustível.
• Sensor de excesso de combustível no Common Rail (tubo comum ou
flauta), quando for este o modelo de injeção eletrônica adotado pelo fa-
bricante do motor eletrônico.

CONCLUSÃO

Ao aplicar os conceitos e realizar os procedimentos da Condução Econô-


mica, o motorista pode:
• Reduzir o desgaste físico provocado por horas de trabalho
• Reduzir o consumo de combustível
• Reduzir desgastes de componentes mecânicos
• Evitar falhas de operação
• Aumentar a segurança no trânsito
Anotações

• Aumentar a velocidade média com segurança


• Reduzir os custos com manutenção
• Contribuir para manter o valor do veículo
• Reduzir a contaminação do meio ambiente.
Por isso, procure conhecer os conceitos e aplicá-los de forma correta.

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Anotações
Assinale as alternativas corretas

1) O motor “eletrônico” é gerenciado por uma Unidade de Controle Ele-


trônico também conhecida como ECU.
( ) Certo ( ) Errado

2) Somente no caso dos trechos em aclive é que o veículo deverá trafe-


gar desengrenado.
( ) Certo ( ) Errado

3) A redução do desgaste físico provocado por horas de trabalho, do


consumo de combustível, dos desgastes de componentes mecânicos e a redu-
ção da contaminação do meio ambiente são vantagens advindas da condução
econômica.
( ) Certo ( ) Errado

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DETRAN, Direção Defensiva e Prevenção de Acidentes. Recife, 2002. Em


http://www.detran.pe.gov.br acessado em Maio de 2006.

Componente curricular: Condução segura e econômica


FORD, Manual de Direção Defensiva, São Paulo, 2001.
MERCEDES BENZ. Administração e Transporte de Cargas - Planejamento e
Racionalização.Gerência de Marketing. São Paulo, 1988. 1989.
MERCEDES BENZ. Informações Técnicas para Operação de Veículos, Gerên-
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NOVAES, PASSAGLIA, E., A. G VALENTE, A. M. Gerenciamento de Transporte
e Frotas, Ed. Pioneira Thomson Learning, Florianópolis, 2001.
PORATH, R., Sistemas de Gerência de Segurança para o Trânsito Rodoviário:
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Produção. UFSC, 2002.
Revista Carga e Transporte. NOS : 101, 104. Editora Técnica Especializada. São
Paulo - SP.
Revista Transporte Moderno.- NO : 305. Editora TM Ltda. São Paulo - SP. 51
UELZE, Reginald. Transporte e Frotas. Livraria Pioneira Editora. São Paulo -
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WEBONIBUS, Condução Econômica, http:\\www.webonius.com.br acessado
em maio de 2006.
WEBONIBUS, Direção Defensiva, http:\\www.webonius.com.br acessado em
maio de 2006.

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