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REPÚBLICA DE ANGOLA

▬▬▬■■■■■▬▬▬
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
DIRECÇÃO NACIONAL DE CONTABILIDADE PÚBLICA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS
SOBRE
PRESTAÇÃO DE CONTA NO
SECTOT PÚBLICO

Elaborado por: João Bastos

Luanda, Junho de 2018


Sumário
INTRODUÇÃO.................................................................................................................3
1- Prestação de Contas.......................................................................................................3
1.1- A finalidade de se Prestar Contas...............................................................................4
2- Caracterização do Sistema Contabilístico do Estado....................................................5
2.1- Normas da Contabilidade Pública..............................................................................6
3- Despesa Pública............................................................................................................7
3.1- Orçamento..................................................................................................................7
3.1.1- Receita.....................................................................................................................7
3.1.2- Despesa...................................................................................................................8
3.1.3- Etapas da despesa orçamental.................................................................................8
3.1.3.1- Cabimentação.......................................................................................................8
3.1.3.2 - Liquidação...........................................................................................................8
3.1.3.3- Pagamento............................................................................................................9
3.1.3.4- Saldo Orçamental.................................................................................................9
3.1.3.5- Saldo Financeiro...................................................................................................9
3.1.3.6- Restos a Pagar......................................................................................................9
4- Processo de Prestação de Contas dos Orgãos Dependentes........................................10
4 .1- Prestação de Contas dos Institutos Públicos...........................................................12
4.2- Prestação de Contas dos Serviços e Fundos Autónomos.........................................14
5- Fundo Permanente e Prestação de Contas...................................................................18
5.1- A gestão do Fundo Permanente................................................................................18
5.2- Prestação de Contas do Fundo Permanente.............................................................19
6- Relatório de Execução Orçamental, Financeira e Patrimonial....................................20
7- Relatório Anual de Gestão..........................................................................................20
9- Paradigma do Relatório para a elaboração da Conta Geral do Estado........................21
10- Probidade e Ética no Sector Público.........................................................................22
10.1- Probidade no Sector Público..................................................................................22
10.2- Ética no Sector Público..........................................................................................22
CONCLUSÕES...............................................................................................................24
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................25

Manual de Prestaçã o de Contas Pú blicas no Sector Pú blico/Joã o Bastos

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INTRODUÇÃO

Este manual de procedimentos sobre prestação de contas tem como objetivo


munir os gestores do erário público, nomeadamente, os Ogãos Dependentes, Serviços e
Fundos Autónomos e Institutos Públicos, de instrumentos que permite realizar um
report nos marcos da legislação em vigor em Angola.

A finalidade deste manual é uniformizar procedimentos, descrever rotinas e


servir como instrumento orientador para racionalização de métodos relacionados à
gestão do OGE. Ademais, procura-se descrever as práticas adoptadas para os métodos e
procedimentos relativos às despesas públicas, buscando melhorar a qualidade e a
consistência das informações prestadas a toda a sociedade. Assim, possibilita-se aos
órgãos de controlo interno e externo exercerem a cidadania no processo de fiscalização
da arrecadação das receitas e realização de despesa, bem como o efectivo controlo
social sobre as contas das diversas instituições

1 - Prestação de Contas

Definição: prestar contas é um acto voluntário, um dever já pré-agendado no


momento da delegação de poder. Caso não se preste contas, a autoridade delegante
poderá “tomar as contas”, avaliando de forma compulsória o que foi feito e
responsabilizando quem de direito a reparar o não executado. Por isso existe a figura do
rol de responsáveis, que delimita o alcance e a individualização dos responsáveis por
prestar contas.

Da mesma forma, a prestação de contas exige expertise, seja de quem


demonstra a realização do que foi feito, seja da parte de quem analisa, para concluir que
realmente a obrigação está atendida. É também um processo de comunicação, onde o
recebedor de recursos informa o que foi feito dos recursos recebidos a quem o
concedeu.

Na gestão pública ou privada, prestamos contas cotidianamente, pois sempre


existem as relações de poder e de delegação, ainda que no sector público esses
delegantes sejam menos individualizados, dado que se encontram na sociedade e seus
diversos segmentos. Peter Drucker, na sua sabedoria, dizia que em relação ao fundo

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público, se não houvesse os processos e os formulários, seríamos condenados a
pilhagem sistemática. Tal sentença de tão célebre pensador  reforça o valor dos
mecanismos burocráticos nessa tarefa de prestar contas, na busca de se identificar,
registar e formalizar os actos, ainda que o enfoque dado a esse processo de agrupamento
de informações sejam muitas vezes débil para inibir desvios e identificar fragilidades,
por ter uma visão puramente documental, ensimesmada, no aspecto negativo da
burocracia.

1.1 - A finalidade de se Prestar Contas

A finalidade de se prestar contas é demonstrar a autoridade delegante que os


objectivos propostos foram cumpridos (resultados) e que esses processos guardaram
adequação (conformidade) com as regras e princípios estabelecidos em um contexto
mais amplo. Sim, pois se o recebedor de recursos financeiros descumpre as normas e
princípios, a sua gestão terá consequências reflexas para todo o sistema, dentro do
aspecto funcional do princípio da legalidade.

As contas, então, são prestadas a alguém, que analisa o apresentado a luz da


conformidade e dos resultados, emitindo uma opinião, que certifica as contas,
determinando providências correctivas, preventivas e até punitivas. Isso por que a
delegação de hoje será substituída por outra amanhã, com outro actor,  e as informações
obtidas no processo de  prestação de contas servem para melhorar os processos e até
excluir do sistema os agentes que a ele não se adequam.

A finalidade da elaboração do processo de prestação de contas deve se focar na


possibilidade dos dados ali apresentados servirem para o destinatário de essas
informações concluir pelo cumprimento dos resultados e adequação dos processos, e
ainda, permitir que os erros detectados sejam computados em acções correctivas e que,
de forma preventiva, actuem sobre a gestão, tornando-a mais eficaz e eficiente,
actuando sobre o sistema.

Da mesma forma, o gestor ao construir o seu processo de contas, efectua uma


recapitulação de actos e factos, conduzindo-o a uma reflexão que permite a sua auto
avaliação da gestão, avaliando erros e acertos, na construção da melhoria contínua.

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Prestar contas é dizer o que estamos fazendo e como estamos fazendo, o que
pode se dar de forma cotidiana ou em ciclos, para fins operacionais. A prestação de
contas tem um carácter mais relevante do que a transparência, a partir do momento que
ela transcende a disponibilização de informações, constando desta a explicação do que
foi feito na gestão, o como e o por quê, focado no receptor dessa mensagem. Isso é bem
diferente de apenas um amontoado de dados organizados em papéis.

2 - Caracterização do Sistema Contabilístico do Estado

O sistema contabilístico do Estado, aprovado pelo Decreto nº 36/09, de 12 de


Agosto, é integrado por órgãos fundamentais, instrumentos fundamentais e produtos
fundamentais.

São órgãos fundamentais a Direcção Nacional de Contabilidade Pública, como


órgão central e os órgãos sectoriais, designadamente as unidades às quais lhes foi
atribuída a responsabilidade pela gestão orçamental, financeira e patrimonial, os órgãos
de soberania, da administração central e local do Estado, dos institutos públicos, dos
serviços e fundos autónomos e da segurança social.

São instrumentos fundamentais, o plano de contas, a tabela de eventos, que


permitem, através do método das partidas dobradas, os registos contabilísticos dos
factos orçamentais, financeiros e patrimoniais.

Ainda assim, são instrumentos fundamentais, a plataforma de informática


(SIGFE) que possibilita, em tempo real, de forma integrada e com segurança, o registo
contabilístico e o controlo da execução orçamental, financeira e patrimonial do Estado.
Também são instrumentos fundamentais, os livros de contabilidade (diário e razão), nos
quais são compilados os registos contabilísticos da execução orçamental, financeira e
patrimonial do Estado.

Constituem produtos fundamentais, as demonstrações financeiras (balancete


estático, balancete de fluxo, balanço orçamental, balanço financeiro, balanço
patrimonial, demonstração das variações patrimoniais e o inventario do imobilizado) e,

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a conta geral do Estado a ser submetida à apreciação e parecer do Tribunal de Contas e
à votação da Assembleia Nacional.

2.1 – Características Básicas da Contabilidade Pública


Contabilidade Pública apresenta três características básicas:

- Escrituração do orçamento e da programação financeira;

- Registo dos actos potenciais, ou seja os que afectam o património de forma


imediata, mas que poderão fazê-lo no futuro; e

- Escrituração segundo o sistema das contas (orçamental, financeira, patrimonial


e de controlo)

2.3 - Normas da Contabilidade Pública

As normas de contabilidade pública reflectem os registos contabilísticos, as


formalidades da escrituração contabilística, a conformidade dos registos contabilísticos,
a rectificação de lançamentos, a documentação contabilística, o conceito e escrituração
das demonstrações financeiras, os componentes do balanço patrimonial, a elaboração
das demonstrações financeiras e a avaliação patrimonial.

Campo de Aplicação: espaço de actuação do profissional de contabilidade que


demanda estudo, interpretação, identificação, mensuração, avaliação, registo, controlo e
evidenciação de fenómenos contabilísticos, decorrentes de variações patrimoniais em:

a) Entidades do sector público; e

b) Ou de entidades que recebam, guardem, movimentem, gerem ou apliquem


recursos financeiros públicos, na execução de suas actividades, no tocante aos aspectos
contabilísticos da prestação de contas.

Entidade do Sector Público: órgãos, fundos e pessoas jurídicas de direito


público ou que, possuindo personalidade jurídica de direito privado, recebam, guardem,
movimentem, gerem ou apliquem dinheiros, bens e valores públicos, na execução de
suas actividades. Equiparam-se, para efeito contabilístico, as pessoas físicas que
recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditícias, de órgão público.

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Instrumentalização do Controlo Social: compromisso fundado na ética
profissional, que pressupõe o exercício cotidiano de fornecer informações que sejam
compreensíveis e úteis aos cidadãos no desempenho de sua soberana actividade de
controlo do uso de recursos e património público pelos agentes públicos.

Normas e técnicas próprias da contabilidade aplicada ao sector público: o


conjunto de normas de contabilidade aplicadas ao sector público, seus conceitos e
procedimentos de avaliação e mensuração, registo e divulgação das demonstrações
contabilísticas, aplicação de técnicas que decorrem da evolução científica da
contabilidade, bem como quaisquer procedimentos técnicos de controlo contabilístico e
prestação de contas previstas, que propiciem o controlo social, além da observância das
normas aplicáveis.

As normas e técnicas próprias da contabilidade aplicada ao sector público


devem ser elaboradas pela Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola
(OCPCA) e ter aprovação do Ministério das Finanças, com base nas normas
internacionais da contabilidade aplicadas ao sector público (IPSAS). No brasil as
normas são aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

Património público: o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis,


onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados
pelas entidades do sector público, que seja portador ou represente um fluxo de
benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração
económica por entidades do sector público e suas obrigações.

Projectos e acções de fins ideais: esforços evidenciado para movimentar e


gerir recursos e património destinados a resolver problemas ou criar condições de
promoção social.

Recursos controlados: activos em que a entidade mesmo sem ter o direito de


propriedade detém o controlo, os riscos e os benefícios deles decorrentes.

Sector público: Espaço social de actuação de todas as entidades do sector


público.

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3 - Despesa Pública

É o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para custear os


serviços públicos prestados à sociedade ou para a realização de investimentos. As
despesas públicas devem ser autorizadas pelo poder legislativo, através do acto
administrativo chamado orçamento público. Excepção são as chamadas despesas
extraorçamentais.
3.1 - Orçamento
O orçamento é um importante instrumento de planeamento de qualquer
entidade, seja pública ou privada, e representa o fluxo previsto de ingressos e de
aplicações de recursos em determinado período.

3.1.1 - Receita
Dessa forma, como receita orçamental todos os ingressos disponíveis para a
cobertura das despesas orçamentárias e para as operações que, mesmo sem o ingresso de
recursos, financiem despesas orçamentárias, como é o caso das chamadas operações de
crédito em bens e/ou serviços.

3.1.2 - Despesa

O orçamento é instrumento de planeamento de qualquer entidade, pública ou


privada, e representa o fluxo de ingressos e aplicação de recursos em determinado
período.

Dessa forma, despesa orçamentária é fluxo que deriva da utilização de crédito


consignado no orçamento da entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida
patrimonial.

3.1.3 - Etapas da despesa orçamental

3.1.3.1 - Cabimentação

A cabimentação da despesa é o acto emanado pela autoridade competente que


consiste em se deduzir do saldo de determinada dotação do orçamento a parcela
necessária à realização da despesa aprovada e que assegura ao fornecedor que o bem ou
serviço é pago, desde que observadas as condições acordadas. É vedada a realização de
despesas, o início de obras, celebração de contratos administrativos ou a requisição de
bem sem prévia cabimentação, observado o limite para cabimentação estabelecido na
programação financeira ou em montante que exceda o limite dos créditos orçamentais

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autorizados. O seu incumprimento gera para o Estado qualquer obrigação de pagamento
e sujeita a autoridade que praticou o acto, às sanções disciplinares, civis ou penais
aplicáveis. Para a cabimentação da despesa é extraído um documento denominado Nota
de Cabimentação, onde consta o nome do beneficiário, a especificação e a importância
da despesa e sua dedução do saldo do crédito orçamental correspondente.
3.1.3.2 - Liquidação

A liquidação da despesa é a verificação do direito do credor, com base nos


títulos e documentos comprovativos do respectivo crédito. A liquidação da despesa tem
por objectivo apurar:
a) A origem e a natureza do crédito que se deve pagar;
b) A importância exacta a pagar;
c) A quem se deve pagar, para extinguir a obrigação.
A liquidação da despesa tem por base:

a) O contrato, acordo respectivo ou factura;


b) A Nota de Cabimentação; e
c) Os comprovativos de entrega dos bens ou prestação efectiva do serviço.

3.1.3.3 - Pagamento

O pagamento é a quitação do débito após a sua regular liquidação. O


pagamento é efectivado através da emissão da correspondente Ordem de Saque, após
despacho exarado por entidade competente, determinando que a despesa seja paga. O
pagamento da despesa é efectuado por estabelecimento bancário credenciando e, em
casos excepcionais, por meio de adiantamento. O regime de adiantamento consiste na
entrega de numerário a servidor, sempre precedida de cabimentação, para a realização
de despesas que possam subordinar-se ao processo normal de realização de gastos.

3.1.3.4 - Saldo Orçamental

Corresponde à diferença entre a dotação orçamental atribuída a OD/U.O e as


despesas cabimentadas pelas referidas instituições. O défice orçamental significa que o
poder público realizou mais pagamentos do que o efetivo ingresso de receitas.

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3.1.3.5 - Saldo Financeiro

O resultado apurado ao final do exercício financeiro pode ser negativo ou


positivo (no caso de positivo, superavit e deficit caso for negativo) no confronto entre a
soma de todas as receitas e de todas as despesas pagas, indicando que as receitas
arrecadadas foram menores e/ou superiores do que as despesas realizadas.

3.1.3.6 - Restos a Pagar

No final do exercício, as despesas orçamentárias liquidadas e não pagas serão


inscritas em restos a pagar e constituirão a dívida flutuante. Podem-se distinguir dois
tipos de restos a pagar: os processados e os não processados (divida contratual).

Os restos a pagar processados são aqueles em que a despesa orçamental


percorreu os estágios de cabimentação e liquidação, restando pendente apenas o estágio
do pagamento.

4 - Processo de Prestação de Contas dos Orgãos Dependentes

Mensalmente conforme estabelece o artigo 13º do Decreto nº 73/01, de 2 de


Outubro, - que define os órgãos, as regras e as formas de funcionamento do Sistema
Integrado de Gestão financeira do Estado (SIGFE), combinado com as disposições
artigo 33º do Decreto Presidencial nº 111/18, de 27 de Abril, que aprova as regras
anuais de execução do OGE. Cada U.O ou O.D deve preparar a sua prestação de contas,
tendo como fundamento o Mapa Demonstrativo de Execução, anexando a cópia do
extracto da Quota Financeira e uma síntese da gestão realizada, destacando os seguintes
aspectos:

A) – Introdução
B) – Desenvolvimento
I. Dotação inicial e suas variações;
II. Despesas cabimentadas e sua incidência com a dotação orçamental;

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III. Despesa liquidada e sua relação com o crédito orçamental e com a despesa
cabimentada, com realce para as categorias que causam maior impacto;
IV. Despesa pagas, sua correspondência com a despesa cabimentada e com a
despesa paga;
C) – Conclusões
I) Ganhos alcançados; e
II) Acções planeadas a realizar no mês seguinte.

  REPÚBLICA DE ANGOLA MAPA DEMONSTRAIVO DA EXECUÇÃO Mês/Ano Página

  MINISTÉRIO DAS FINANÇAS ORÇAMENTAL/FINANCEIRA    


DIRECÇÃO NACIONAL DE
  CONTABILIDADE PÚBLICA            
IDENTIFICAÇÃO DO
GESTOR NOME DA UNIDADE GESTORA: Nº RGC PROVINCIA

CÓD. O.D.      

CÓD. U.O.      
CLASSIFICAÇÃO
ORÇAMENAL DOTAÇÃO RECURSOS DESPESAS DESPESAS SALDO DESPEAS
NATUREZA
NATUREZA DA DESPESA APOVADA DISPONIBILIZADOS CABIMENTADAS PAGAS DISPONIVEL A PAGAR

(FA/PAT)   (1) (2) (3) (4= 1-3) (5=2-3)

               
               
               
               
               
               
               
               
               
               

TOTAL 
             
O RESPONSÁVEL
DATA E LOCAL   O RESPONSÁVEL PELA U.O. FINANCEIRO
               

4.a) As Delegações Provinciais de Finanças deve remeter a Direcção Nacional


de Contabilidade Pública, até ao dia 5 de cada mês o Boletim Mensal de Arrecadação
(BMA);

4.b) As Unidades Orçamentais sediadas no exterior do país, nomeadamente,


Representações Diplomáticas, Consulares e Representações Comerciais, deverão

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remeter a Direcção Nacional de Contabilidade Pública do Minfin, até ao dia 15 do mês
subsequente ao da arrecadação da receita e da realização das despesas a seguinte
documentação:
a) Resumo da receita arrecadada do mês anterior;
b) Relação dos recursos recebidos;
c) Relação das despesas paga;
d) Cópia da folha de salário e os descontos de INSS e IRT efectuados;
e) Título de subsídio diário e o despacho que autoriza a deslocação;
f) Cópia do modelo de conta corrente com banco e movimento de caixa
devidamente preenchido;
g) Cópia dos extractos bancários.

4 .1- Prestação de Contas dos Institutos Públicos

O relatório de gestão deve conter informações financeiras e não financeiras,


com enfoque a situação presente e, em relação ao período homólogo. Também deve
efectuar análises de cenários e projecções das actividades futuras do instituto.

No âmbito das disposições do Decreto legislativo Presidencial nº 2/13, de 25 de


Junho, - que estabelece as regras de criação, estruturação e funcionamento dos Institutos
Públicos, foi estabelecido o balancete como documento de prestação de contas.

Como o normativo não inclui o modelo de prestação de contas, continuamos a


utilizar os modelos usados pelos serviços e fundos autónomos. O instituto que dispõe de
uma contabilidade organizada utilizam os modelos abaixo apresentado.

Balancete trimestral (1ª Versão)

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Nome da Instituição:
VALOR EXECUÇÃO GRAU DE
CONTA NATUREZA PROGRAMADO EXECUTADO ACUMULADA EXECUÇÃO

Total
Elaborado por Data
Aprovado por Data

BALANCETE (2ª Versão)

      MOVIMENTO DO PERIODO SALDOS ACUMULADOS


CONTA DESCRIÇÃO DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR

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Soma
         

O relatório de gestão deve realçar os seguintes aspectos:

A) Introdução

B) Desenvolvimento
I) Nível de realização dos objectivos fixados e das principais medidas
estruturais e orçamentais previstas; e
II) Evolução dos indicadores de gestão orçamental, financeira e
patrimonial;

C) Conclusões
I) Ganhos alcançados e embaraços detectados; e
II) Acções planeadas a realizar no trimestre seguinte.

4.2- Prestação de Contas dos Serviços e Fundos Autónomos

O Despacho nº 190/95, de 8 de setembro, do Ministro da Economia e Finanças,


orienta que a prestação de contas dos serviços e fundos autónomos deve ser realizado
trimestralmente, até o ultimo dia do mês subsequente ao trimestre:

a) Demonstrativo da realização das receitas, de conformidade com as fontes


dos recursos.

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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

DIRECÇÃO NACIONAL DE CONTABILIDADE


MAPA DAS RECEITAS REALIZADAS
CÓDIGO DESIGNAÇÃO DO ORGANISMO (Fundo/Instituto) TRIMESTRE/ANO

FONTES DE FINANCIAMENTO
DESIGNAÇÃO VALOR TOTAL

SALDO ANTERIOR
DOTAÇÃO DO OGE Nº DA ORDEM DE SAQUE DATA

TOTAL
RECEITAS PRÓPRIAS

Rendimentos com Património Próprio


Juros sobre Depósitos Bancários
Juros Obtidos dos Financiamentos
Vendas de Publicações
Outros Proventos

TOTAL
RECEITAS CONSIGNADAS

TOTAL
DOAÇÕES
NACIONAIS (Entidades) DATA VALOR PARCIAL

TOTAL
EXTERNAS DATA VALOR PARCIAL

TOTAL
TOTAL DAS FONTES DE FINANCIAMENTOS
ELABORADO POR ASSINATURA DATA

APROVADO POR ASSINATURA DATA

b.1) Demonstrativo da execução orçamental.

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a)
REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS


DEMONSTRATIVO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL
DIRECÇÃO NACIONAL DE CONTABILIDADE

CÓDIGO DESIGNAÇÃO DO ORGANISMO (Fundo/Instituto) TRIMESTRE/ANO

CLAS. ORÇAM./NAT.
DOTAÇÃO APROVADA RECURSOS TRANSFERIDOS DESPESA CABIMENTADA DESPESAS PAGAS SALDO DISPONÍVEL
DESPESA

TOTAL
ELABORADO POR ASSINATURA DATA

APROVADO POR ASSINATURA DATA

b.2) Demonstrativo das despesas efectuadas.

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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

DEMONSTRATIVO DAS
DAS DESPESAS EFECTUADAS
DIRECÇÃO NACIONAL
DE CONTABILIDADE

TRIMESTRE/AN
CÓDIGO DESIGNAÇÃO DO ORGANISMO (Fundo/Instituto)
O

NATUREZA DE DESPESA
VALOR
CÓDIGO DO OGE DESCRIÇÃO

TOTAL DAS DESPESAS (1)

SALDO ANTERIOR DAS FONTES DE FINANCIAMENTOS (2)

SALDO ACTUAL (3 = 2 – 1)
ELABORADO POR ASSINATURA DATA

APROVADO POR ASSINATURA DATA

c) Extractos das contas bancárias;


d) Reconciliação das contas bancárias

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e)
2
REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

f)
DIRECÇÃO NACIONAL DE RECONCILIAÇÃO BANCÁRIA
CONTABILIDADE

TRIMESTRE/AN
CÓDIGO DESIGNAÇÃO DO ORGANISMO (Fundo/Instituto)
O

DESIGNAÇÃO DO BANCO CONTA Nº

DEMONSTRAÇÃO VALOR TOTAL

SALDO EXTRACTO BANCÁRIO


CHEQUES EM TRÂNSITO
DESCRIÇÃO NÚMERO DATA VALOR

TOTAL (-)
DEPÓSITOS EM TRÂNSITO
DESCRIÇÃO TALÃO Nº DATA VALOR

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TOTAL (+)
OUTRAS OPERÇÕES A REALIZAR
DESCRIÇÃO DATA VALOR

TOTAL (+)
OUTRAS OPERÇÕES A SUBTRAIR
DESCRIÇÃO DATA VALOR

TOTAL (-)

SALDO EXTRACTO BANCÁRIO


ELABORADO POR ASSINATURA DATA

APROVADO POR ASSINATURA DATA

No final de cada exercício económico, isto é, até final de Fevereiro, estes


órgãos devem remeter ao Ministério das Finanças (DNCP) e ao órgão de tutela os
seguintes documentos:

a) Extractos das contas bancárias do último trimestre;

b) Reconciliação das contas bancaria referentes ao último trimestre; e

c) Relatório anual do Conselho de Administração, abordando aspectos


relacionados com o plano de trabalho programado, actividades desenvolvidas no
período, resultados alcançados do programa, evidenciando as metas ou objectivos.
Também deve incluir o demonstrativo consolidado da realização das receitas de
conformidade com a origem dos recursos, demonstrativo consolidado da execução
orçamental, demonstrativo das origens e aplicações de recursos e cópia da acta da
reunião do Conselho de Administração sobre a apreciação das contas do exercício.

5 - Prestações de Contas do Sector Empresarial Público

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Na gestão das empresas públicas, os gestores devem obediência as disposições
combinadas da Lei nº 11/13, de 3 de Setembro, − Lei de bases do sector empresarial
público, Decreto Presidencial nº 207/15, de 5 de Novembro, − Aprova o regime de
reintegrações e amortizações aplicavel aos bens do activo imobilizado de todas
socidades e entidades sujeitas ao imposto industrial, Decreto executivo nº 94/05, de 7 de
Outubro, − orçamento consolidado das empresas publicas, Decreto nº 8/02, de 12 de
Abril, − Aprova o regulamento da lei das empresas públicas, Decreto nº 82/01, de 16 de
Novembro, − Aprova o Plano Geral de Contabilidade, Decreto exeutivo nº 42/01, de 6
de Julho, − Aprova o regulamento de funcionamento dos Conselhos Fiscais e o
paradigma do respectivo relatório, Decreto nº 16/89, de 13 de Maio, − Aprova o estatuto
do gestor público, Lei nº 10/89, de 30 de Dezembro, − Aprova o regime disciplinar do
gestor público, Lei nº 9/16, de 16 de Junho, - Lei dos Contratos Públicos, Lei nº 18/10,
de 22 de Agosto, - Lei do Património Público, Decreto Presidencial nº 15/17, de 2 de
Fevereiro – Aprova o estatuto dos membros dos órgãos de gestão e de fiscalização das
empresas públicas e das empresas com domínio público e do Decreto Presidencial nº
16/17, de 2 de Fevereiro – aprova o estatuto remuneratório dos membros dos órgãos de
gestão e fiscalização das empresas públicas e das empresas com domínio público.

5.1 - O sector empresarial público integra:

a) Empresas públicas – são aquelas que, por diploma legal, assim são
expressamente qualificadas. O capital das empresas públicas é integralmente detido pelo
Estado;

b) Empresas com dominio publico – são sociedades comerciais criadas ao


abrigo da Lei das Sociedades Comerciais, em que o Estado directamente, ou atraves de
outras entidades publicas, exerce isolada ou conjuntamente uma influencia dominante;

c) Participações Públicas Minoritárias – referem-se àquelas situações em que


o conjunto das participações detidas pelo Estado ou outras entidades públicas não
origine qualquer das situações previstas nas empresas publicas.

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5.2 – Relatórios de gestão e documentos de prestação de contas
Segundo o artº 24º da Lei nº 11/13, as empresas publicas ou com dominio publico
devem subemeter ao Departamento Ministerial responsavel pelo Sector Empresarial
público ou entidade tutelada por este, ate 30 dias depois da data estabelecida para o
fecho de contas, com referencia a 31 de Dezembro do ano anterior:

a) Relatorio de gestão;
b) Relatório e contas:
i) Balanço, demonstração de resultados e respectivos anexos;
ii) Demonstração do fluxo de caixa;
iii) Notas às contas;
iv) Notas ao balanço; e
v) Mapa de amortizações e reintegrações do imobilizado.
c) Parecer do Conselho Fiscal; e
d) Relatório e parecer dos auditores externos.

6 - Fundo Permanente e Prestação de Contas

6.1- A Gestão do Fundo Permanente


O fundo permanente deve ser gerido por uma comissão administrativa formada
por 3 funcionários nomeados pelo responsável máximo do órgão. Esta comissão deve
descrever as despesas que pretende realizar com o fundo a criar e/ou criado e a sua base
de cálculo.

Esta comissão deve requisitar do gestor da Unidade Orçamental a importância


do fundo permanente, para emissão da referida Ordem de Saque. A criação do fundo
permanente deve ter a anuência do Ministro das Finanças.

Pelos fundos permanentes, podem pagar-se:

I) Despesas miúdas de pronto pagamento e eventuais, necessárias ao


eficiente funcionamento do quotidiano dos serviços;

II) Despesas de pequeno vulto;

III) Cobertura de despesas com cartões de crédito e de débito emitidos para


suporte de ajudas de custo dos funcionários em missão de serviço;
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IV) Cobertura de despesas com cartões de débito de combustíveis e afins; e

V) Despesas em situações especiais dos órgãos de defesa e segurança com


caracter sigiloso.

A aquisição de material permanente com o fundo permanente é proibida.

6.2- Prestação de Contas e Registo do Fundo Permanente

Mensalmente deve ser feito um relatório sobre a gestão do fundo. Este


documento deve ser remetido ao gestor da U.O. com os respectivos justificativos, sendo
estes documentos originais.

Conforme orienta o artigo 23º do Decreto Presidencial nº 1/17, de 3 de Janeiro,


a comissão administrativa deve apresentar o relatório de prestação de contas até ao dia
28 de Dezembro, e o saldo remanescente deve ser revertido à Conta Única do Tesouro
(CUT).

Os membros das comissões administrativas dos fundos permanentes não


podem deixar de exercer o exercício de funções na respectiva U.O. sem prévio despacho
do Ministro das Finanças, em que se declare livre da sua responsabilidade para com o
Tesouro Nacional.

Balancete demonstrativo dos valores recebidos


U.O.
N/O Designação Débito Crédito Saldo

Total

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Elaborado por Data
Aprovado por Data

7- Relatório de Execução Orçamental, Financeira e Patrimonial

O relatório de execução orçamental, financeira e patrimonial, deve relatar a


execução do orçamento geral do Estado, os recursos disponibilizados pelo Tesouro
Nacional, o nível de endividamento público, bem como a gestão patrimonial realizada
no período que se reporta.

A inexistência de um paradigma para a elaboração do relatório de execução


orçamental, financeira e patrimonial, deve incentivar o gestor a ser criativo na
elaboração do documento, atendendo que é uma forma de transparência da gestão e, que
deve incluir os seguintes elementos:

a) Introdução;
b) Plano estratégico;
c) Receita prevista e realizada, bem como a despesa autorizada e realizada;
d) Créditos adicionais recebidos;
e) Programas da entidade e acções realizadas a nível de investimento
referente ao exercício, assim como o resumo da execução físico-financeira; e
f) Dívida pública contraída com fornecedores.

É importante mencionar a variação positiva/negativa da dotaçao orçamental,


dos recursos disponibilizados ou arrecadados no período a fim de se poder medir o
desempenho em termos numericos e, o nivel de endividamento.

8 - Relatório Anual de Gestão

O relatório anual de gestão é um documento que reporta todas acções


realizadas pelo gestor da entidade, que inclui a gestão dos recursos humanos, sua
variaçao e estractificação ao longo do exercicio, assim como:

a) Introdução;

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b) Acções realizadas, no âmbito do seu objecto social;
c) Impacto das acções realizadas;
d) Recursos disponibilizados pela DNT e/ou recursos arrecadados;
e) Constrangimentos;
f) Perspectivas para o exercicio seguinte; e
g) Conclusões e recomendações.

A avaliação de gestão, a partir da Demonstração das Variações Patrimoniais,


tem o objetivo de apurar o quanto e de que forma a administração influenciou nas
alterações patrimoniais quantitativas e qualitativas do setor público.

9 - Paradigma do Relatório para a elaboração da Conta Geral do Estado

A elaboração da Conta Geral do Estado, segundo o Decreto executivo nº 28/11,


de 24 de Fevereiro, é uma responsabilidade do órgão central do sistema contabilístico
do Estado, isto é, o Ministério das Finanças através da Direcção Nacional de
Contabilidade, com o suporte das suas unidades sectoriais de contabilidade. Neste
contexto, o relatório para compor a Conta Geral do Estado deve integrar os seguintes
componentes:

i) Lista de responsáveis, assinado pelo titular da unidade ou pelo dirigente


máximo da instituição;

ii) Introdução, caracterizando o objecto da instituição;

iii) Valor da dotação orçamental atribuída a instituição no período de report


e, suas variações ao longo do exercício económico;

iv) Valor das receitas arrecadadas no período e sua variação em relação ao


ano anterior;

v) Valor da execução orçamental das despesas;

vi) Variação percentual da execução da despesa;

vii) Variação da execução orçamental das despesas – PIP;

viii) Nº de projectos PIP executados e não executados;


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ix) Justificativa da não execução dos projectos PIP e perspectiva para futuros
projectos; e

x) Destacar as principais acções desenvolvidas durante o ano em referência.

9.1 - A Conta Geral do Estado


9.1.1 - Definição

A CGE é o conjunto de demonstrações financeiras, documentos de natureza


contabilística, orçamental e financeira, relatórios de desempenho da gestão, relatórios e
pareceres de auditoria correspondentes aos actos de gestão orçamental, financeira,
patrimonial e operacional e a guarda de bens e valores públicos, devendo ser
apresentada aos órgãos de controlo externo, a cada exercício financeiro, nos prazos e
condições previstos nas normas e legislação pertinentes. A CGE compreende as contas
de todos os Órgãos da Administração Central e Local do Estado e dos Serviços,
Institutos Públicos e Fundos Autónomos, bem como da Segurança Social e dos Órgãos
de Soberania.

A CGE é elaborada pelo Ministério das Finanças através da Direcção Nacional de


Contabilidade Pública, enquanto Órgão Central do Sistema Contabilístico do Estado
(SCE) com o suporte dos órgãos que integram o referido sistema.

9.1.2 - Composição

A Conta Geral do Estado contém dados e informações relacionadas aos actos de gestão
orçamental, financeira, patrimonial e operacional e à guarda de bens e valores públicos,
sendo apresentada aos órgãos de controlo interno e externo nos prazos e condições
previstos na legislação pertinente.

A Conta Geral do Estado compreende as contas de todos os órgãos integrados no


Orçamento Geral do Estado. Assim, devem compor a Conta Geral do Estado:

 Balanço Orçamental – Demonstra a Receita Prevista e a Despesa Autorizada,


em confronto com a Receita efectivamente Arrecadada e a Despesa Executada;

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 Balanço Financeiro – Demonstra a Receita Arrecadada e a Despesa Realizada,
bem como os pagamentos e recebimentos de natureza Extra-Orçamental, ainda
conjugados com o saldo do Exercício Anterior;

 Balanço Patrimonial – Demonstra os Activos e os Passivos e a posição Liquida


do Estado; e

 Demonstração das Variações Patrimoniais – representa as mutações


patrimoniais verificadas no património, bem como apura o resultado do
Exercício.

 Execução da Receita e Despesa – a nível institucional, funcional, programática


e económica;

 Resumo dos Relatórios de Gestão dos Órgãos do Sistema Contabilísticos do


Estado – representa a execução em termos de Receita e Despesa em todas
categorias económicas, e os impactos social e económico das operações do
Governo, sendo que compreende: Órgãos de Soberania; Administração Central;
Administração Local; Institutos e Serviços Públicos e Fundos Autónomos;

 Plano de Privatizações, Posição Patrimonial e as Participações das Empresa


Publicas, bem como a status patrimonial do Banco Central;

 Demonstrativos dos Subsídios, Benefícios Fiscais, Créditos e outras formas


de apoio concedido pelo Estado;

 Doações e Outras formas de Assistência não onerosa de Organismos


Internacionais; e

 Outros elementos apresentados por Lei para compilação da Conta Geral do


Estado.

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10- Probidade e Ética no Sector Público.

10.1- Probidade no Sector Público

Todas as actividades de natureza pública estão sujeitas a Lei nº 3/10, de 29 de


Março, - lei da probidade publica. O agente público deve, na sua actuação, pautar-se
pelos seguintes princípios:

a) Principio da legalidade,

b) Princípio da probidade pública;

c) Princípio da competência;

d) Princípio do respeito pelo património público;

e) Princípio da imparcialidade;

f) Princípio da prossecução do interesse público;

g) Princípio da responsabilidade e da responsabilização do titular, do gestor,


do responsável e do funcionário ou trabalhador;

h) Princípio da urbanidade;

i) Princípio da reserva e da descrição;

j) Princípio da parcimónia; e

k) Princípio da lealdade às instituições e entidades públicas e aos superiores


interesses do Estado.

10.2- Ética no Sector Público

No exercício das suas funções os funcionários e agentes da administração do


Estado estão exclusivamente ao serviço do interesse público, devendo actuar com
urbanidade e respeito à lei nas suas relações com os cidadãos, este é um dos princípios
deontológicos do serviço publico.

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A ética reporta-se a uma cultura sã, baseada em valores e princípios
deontológicos. O agente administrativo deve velar pelo respeito das regras de direito e a
execução de decisões judiciais.

O agente administrativo deve cumprir os seus deveres correcta e eficazmente,


demonstrando o rigor, a responsabilidade, a dignidade, integridade, equidade,
imparcialidade, lealdade, civismo e cortesia no cumprimento das suas funções,
nomeadamente nas relações com os seus superiores, colegas e subordinados, bem como
com o público.

O agente administrativo deve, em todo momento, assegurar que o património


público sob a sua responsabilidade, seja gerido de acordo com as leis em vigor, da
maneira mais adequada e eficaz.

CONCLUSÕES

A contabilidade constitui um ramo do saber que possui características e


atributos em seu corpo teórico para ser instrumento de transparência do processo
orçamental e, consequentemente, da acção governamental no tratamento do património
público.

A prestação de contas é uma responsabilidade objectiva do gestor público, com


relação ao cumprimento da legislação vigente, ao bom uso dos recursos públicos, e
principalmente no reconhecimento dessa responsabilidade pela sua capacitação. Por
outro lado, a prestação de contas é uma forma de transparência, que aborda o tratamento
das informações da instituição, como a sua divulgação e os níveis de discussão das
decisões na gestão.

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A prestação de contas para sociedade identifica a actuação do gestor público e
da sua instituição perante a sociedade, e é uma preocupação constante de observar as
necessidades da comunidade e prestar contas para essa sociedade, que a mantém;
relaciona-se ao conceito de responsividade, que significa responder às necessidades da
sociedade.

BIBLIOGRAFIA

Piscitelli, Roberto Bocaccio; Timbó, Maria Zulene Farias. Contabilidade Pública: - Uma
abordagem da administração financeira pública. 12ª Edição – editora Atlas.

Braga, Marcus Vinícius de Azevedo. Prestação de contas: se não presta, não presta.

Secretaria do Tesouro Nacional do Brasil – Manual de contabilidade aplicada ao sector


público.

Lei do OGE, - Lei nº 15/10, de 14 de Julho.

Fortes, João. Contabilidade Pública – orçamento público, lei de responsabilidade fiscal:


teoria e prática. 9ª Edição.

Princípios fundamentais sobre os quais deve pautar a administração e controlo dos


fundos autónomos. – Despacho nº 190/95, de 8 de setembro.

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Regras de criação, estruturação e funcionamento dos institutos públicos. – Decreto
Legislativo Presidencial nº 2/13, de 25 de Junho.

Regras anuais de execução do OGE. – Decreto Presidencial nº 1/15, de 2 de Janeiro.

Roczanski, Carla Regina Magagnin; Tomasi, Marcus. Universidade Pública e


Accountability

Princípios a observar pela administração pública, Lei nº 17/90, de 20 de Outubro.

Pauta deontológica do serviço público Resolução nº 27/94, de 26 de Agosto.

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