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Saude
Para
Elas
CARTILHA EDUCATIVA SOBRE A SAÚDE
DA MULHER LÉSBICA E BISSEXUAL
´
Saude
Para
Elas
CARTILHA EDUCATIVA SOBRE A SAÚDE
DA MULHER LÉSBICA E BISSEXUAL

THECIA LARISSA DA SILVA RIBEIRO


QUIXADÁ-CE
2019 2
FICHA TÉCNICA

ELABORAÇÃO:
Thecia Larissa da Silva Ribeiro – Enfermeira pelo
Centro Universitário Católica de Quixadá.

COORDENAÇÃO EDITORIAL:
Liene Ribeiro de Lima – Mestre em Saúde Pública
da Universidade Federal do Ceará (UFC) –
Enfermeira Docente.

ILUSTRAÇÕES:
Richelly dos Santos Silva (Ilustradora)
Thecia Larissa da Silva Ribeiro (Web Design)

3
Dedico esta cartilha a todas as mulheres
que lutaram pelas suas vidas, a todas que
não calaram diante do medo, a todas que
não ousaram em ser mulheres e a todas
que amaram sem medo.

4
APRESENTAÇÃO

Este material foi elaborado com base na literatura


especializada e referenciada ao final de sua
apresentação. É produto do Trabalho de Conclusão
de Curso, de Graduação em Enfermagem do Centro
Universitário Católica de Quixadá.

Destina-se a auxiliar mulheres lésbicas e bissexuais


referente aos devidos cuidados para com a saúde
sexual feminina.

A cartilha educativa também tem o intuito de


promover uma expansão do conhecimentos dos
profissionais da saúde perante a saúde da
população em questão.

5
ÍNDICE

CONCEITOS IMPORTANTES...........................................08

PRINCIPAIS POLÍTICAS DE SAÚDE...............................11

ANATOMIA FEMININA......................................................12

INFECÇÕES GENITAIS....................................................15

DIAGNÓSTICO.................................................................27

COMPLICAÇÕES..............................................................31

TRATAMENTO..................................................................32

PREVENÇÃO....................................................................33

CUIDADOS PESSOAIS....................................................38

REFERÊNCIAS.................................................................40

6
DADOS PESSOAIS

NOME:______________________________
____________________________________

DATA DE NASCIMENTO: ___/___/___ FOTO


3X4
RG: ________________________________

CPF: _______________________________

Nº DO CARTÃO DO SUS:_________________________

ENDEREÇO:__________________________________
_____________________________________________

MUNICÍPIO:_______________ ESTADO:_____

CEP: _______________________________

TELEFONES:___________________________

E-MAIL:____________________________________

7
CONCEITOS IMPORTANTE

O movimento lésbico surgiu no final da década de 70,


sob a influência do movimento “homossexual”
(denominado assim na época), reconhecido nos dias
atuais politicamente como movimento LGBT.

MAS O QUE SIGNIFICA A SIGLA LGBT?


Atualmente o termo LGBT é o mais utilizado,
representando: lésbicas, gay, bissexuais, travestis e
transexuais. O termo foi aprovado no Brasil em 2008 em uma
conferência nacional para debater os direitos humanos e políticas
públicas de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.

Conheça agora alguns termos importantes que fazem


parte da comunidade LGBT:

ORIENTAÇÃO SEXUAL

A orientação sexual refere-se à capacidade de cada


pessoa ter uma profunda atração emocional, afetiva ou
sexual por indivíduos de gênero diferente, do mesmo
gênero ou de mais de um gênero, assim como ter
relações íntimas e sexuais com essas pessoas.

8
As orientações sexuais mais comuns são:
HOMOSSEXUALIDADE: atração emocional, afetiva
ou sexual por pessoa do mesmo gênero.
HETEROSSEXUALIDADE: atração emocional,
afetiva ou sexual por pessoa de gênero diferente.
BISSEXUALIDADE: atração emocional, afetiva ou
sexual por pessoas dos dois gêneros.
PANSEXUALIDADE: relaciona-se emocionalmente e
sexualmente com indivíduos independe do gênero.
ASSEXUALIDADE: ausência de atração sexual por
pessoas de ambos os gêneros.

MAS O QUE SIGNIFICA GÊNERO?


Gênero é o que determina aquilo que
culturalmente seriam características do ser
masculino e do feminino. Estariam incluídos
nessa classificação a anatomia, forma,
vestimentas, comportamentos, valores e seus
respectivos interesses.
.

IDENTIDADE DE GÊNERO

É a identificação com determinado gênero. O indivíduo


se identifica como homem, como mulher, como ambos
ou mesmo como nenhum dos dois gêneros.
9
Veja o significado de alguns termos importantes para
perceber essas diferenças:
CISGÊNERO: o indivíduo se identifica com o mesmo
gênero que lhe foi dado no nascimento.
TRANSGÊNERO: o indivíduo se identifica com um
gênero diferente daquele que lhe foi dado no
nascimento.

Descomplicando
IDENTIDADE DE GÊNERO
Refere-se ao gênero que você se
auto-identifica. ORIENTAÇÃO SEXUAL
(homem, mulher, etc) Expressão de gênero
Diz respeito ao gênero da(s)
pessoa(s) que você sente
atração física ou emocional.
(homossexual, heterossexual,
bissexual, etc)
PERGUNTE À
PESSOA COMO
ELA GOSTARIA
DE SER
IDENTIFICADA.
SÓ ELA PODE
DECIDIR.
SEXO BIOLÓGICO
Refere-se às
características biológicas
relacionadas à genitália,
hormônios,
cromossomos.
(masculino, feminino, etc)

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PRINCIPAIS POLÍTICAS DE SAÚDE

A visibilidade das questões de saúde da população LGBT deu-se


a partir da década de 1980, quando o Ministério da Saúde adotou
estratégias para o enfrentamento da epidemia do HIV/Aids em
parceria com os movimentos sociais vinculados à defesa dos
direitos de grupos gays.
Em 1984 foi criado o Programa de Assistência Integral à Saúde
da Mulher (PAISM), ocorreu a ampliação dos critérios de
prioridade para além do ciclo gravídico-puerperal, tornando a
mulher de todas as faixas etárias sujeito do cuidado.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
(PNAISM), foi criada em 2004, derivada do PAISM, com enfoque
nas questões de gênero, integralidade e promoção da saúde
como princípios norteadores, inclusão dos direitos sexuais e
reprodutivos, assistência no planeamento familiar, na atenção ao
aborto inseguro e no combate à violência doméstica e sexual.
Em 2011, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de
Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais (LGBT), por meio da Portaria n°2.836, de 1° de
dezembro de 2011, que tem como objetivo, instituir mecanismos
de gestão para atingir maior equidade no SUS, com especial
atenção às demandas e necessidades em saúde da população
LGBT, oferecer assistência integral no âmbito das Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST’s), com ênfase ao HIV/Aids e
hepatites virais e garantir os direitos sexuais e reprodutivos dessa
população
O Ministério da Saúde, lançou em setembro de 2015, a
campanha nacional “Cuidar da Saúde de Todas. Faz bem para a
Saúde das Mulheres Lésbicas e Bissexuais. Faz bem para o
Brasil”, sendo mais uma etapa da campanha “Políticas de
Equidade”. Nesta mesma campanha, foi lançado o site saúde
LGBT, com informações sobre ações realizadas e legislação que
envolve a prestação de serviços para esta população.

11
ANATOMIA FEMININA

O Sistema Reprodutor Feminino é o sistema


responsável pela reprodução humana. Ele cumpre
diversos papéis importantes:
• Produz os gametas femininos (óvulos);
• Fornece um local apropriado para a ocorrência da
fecundação;
• Permite a implantação de embrião;
• Oferece ao embrião condições para seu
desenvolvimento;
• Responsável pelo prazer sexual feminino.

Os principais Órgãos Externos compreendem:


os lábios maiores e menores, clitóris, uretra e
abertura vaginal.

Os principais Órgãos Internos estão no interior da


pelve e consiste em: ovários, tubas uterinas, útero,
endométrio e vagina.

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Anatomia
EXTERNA
CLITÓRIS URETRA
Pequena massa de tecido Abertura por onde a
sensível que produz a urina sai do corpo.
sensação de prazer sexual.

PEQUENOS LÁBIOS GRANDES LÁDIOS


Duas dobras de pele, dentro Duas dobras de pele, uma de cada
aos lábios externos, que se lado da abertura vaginal, que
estendem desde o clitóris. protegem os órgãos femininos.

ABERTURA VAGINAL
Por onde o sangue flui
durante a menstruação. 13
Anatomia
Interna
TUBA UTERINA
ÚTERO Um óvulo se desloca através de
uma destas trompas uma vez por
Local em que um óvulo
mês, partindo do ovário. A
fertilizado cresce e se
fertilização de um óvulo (momento
transforma num feto.
em que o espermatozoide se
encontra com um óvulo) ocorre
nestas trompas.

OVÁRIO
Lugar em que os óvulos
se desenvolvem sendo
um liberado a cada mês. MEMBRANA QUE RECOBRE
O ÚTERO (ENDOMÉTRIO)
Membrana que recobre o útero, a
qual gradualmente fica espessa e
então se desprende durante a
menstruação.
VAGINA
Faz a junção dos órgãos
sexuais externos com o útero.
14
INFECÇÕES GENITAIS

As infecção vaginal surge quando o órgão genital


feminino é infectado por algum tipo de microrganismo,
podendo ser bactérias, parasitas, vírus ou fungos.
Elas podem ser classificadas em:
• Infecções vulvovaginais;
• Infecções sexualmente Transmissíveis (IST).

INFECÇÕES VULVOVAGINAIS

Vulvovaginite é inflamação ou infecção da vulva e da


vagina, que tem uma variedade de causas. Os tipos
mais comuns de vaginites são: Candidíase e Vaginose
bacteriana. São comuns a todas as mulheres,
independente de orientação sexual.

C a n d i´ d i a s e
É uma infecção causada pelo fungo Candida albicans.
Ela é conhecida por afetar os órgãos genitais femininos,
mas pode aparecer em outras regiões como: pele,
unhas; garganta; boca e corrente sanguínea.

15
A candidíase vaginal costuma causar principalmente um
corrimento esbranquiçado. Ela se desenvolve no
organismo principalmente quando há uma queda da
imunidade do individuo. Veja a lista dos principais
sintomas:
• Coceira na área vaginal;
• Dor e vermelhidão na área vaginal;
• Corrimento vaginal branco;
• Relações sexuais dolorosas.

VAGINOSE
BAQUITERIANA

A vaginose bacterina é uma infecção vaginal provocada


pelo excesso de bactérias, especialmente a Gardnerella
vaginalis e a Gardnerella mobiluncos. Seus principais
sintomas são:
• Coceira intensa na região genital;
• Queimação ou desconforto ao urinar;
• Mal cheiro na área vaginal;
• Corrimento branco pastoso.

16
INFECÇÕES SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são


infecções causadas por vírus, bactérias, fungos e
protozoários. Elas são transmitidas, principalmente, por
meio do contato sexual (oral, vaginal, anal)
desprotegido, com uma pessoa que esteja infectada
Veja agora algumas das principais ISTs comum na
relação sexual duas mulheres:

FORMAS DE TRANSMISSÃO

A principal forma de contágio das ISTs é através da


relação sexual com o indivíduo contaminado, através do
sexo oral, anal ou vaginal desprotegido,
compartilhamento de abjetos sexuais íntimos, contato
das vulvas, contato sanguíneo e com as lesões das
ISTs. Confira a seguir algumas ISTs comuns no sexo
entre duas mulheres.

MAS O QUE É SEXO DESPROTEGIDO?


É a prática sexual sem o uso de
preservativos, que são definidos como
instrumentos ou materiais, capazes de diminuir as
chances de contato e infecção por uma IST.
.

17
MITOS E VERDADES

MITOS VERDADES
As práticas sexuais entre duas
mulheres são múltiplas,
havendo penetração com o
Todas as Lésbicas são virgens. uso das mãos e brinquedos
sexuais. Esses atos podem
desencadear a ruptura do
hímem, bem como na
penetração peniana.
O ato de penetrar ocorre no
As Lésbicas não possuem sexo entre duas mulheres
sexo com penetração. através do uso das mãos e
objetos íntimos sexuais.
Assim como na relação sexual
Na relação sexual entre duas heterossexual, no sexo entre
mulheres não há a duas mulheres há possibilidade
possibilidade de transmitir de contaminação de inúmeras
ISTs. ISTs.
Em toda relação sexual
No sexo entre mulheres independente da orientação
lésbicas e bissexuais não é sexual dos indivíduos é
necessário o uso de necessário o uso de
preservativos. preservativos.
Nas relações sexuais entre
Na prática sexual entre duas duas mulheres pode existir
mulheres não há penetração penetração vaginal, bem como
anal. anal.

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Herpes
É uma IST comum, causada por um vírus (vírus do
Herpes Simples – HSV), não possui cura e é transmitida
predominantemente, pelo contato sexual. Existem dois
tipos de herpes simples (HSV):
• O herpes tipo 1 é transmitido principalmente por
contato oral, ocasionando feridas e pequenas bolhas
ao redor dos lábios ou na cavidade interna da boca.
• Já o herpes tipo 2 é uma infecção sexualmente
transmissível que ocasiona feridas e bolhas na região
genital.
A Herpes é caracterizada pelo surgimento de pequenas
bolhas na região genital, que se rompem formando
feridas e desaparecem espontaneamente. Após algum
tempo, porém, pode reaparecer no mesmo local, com
os mesmos sintomas. Antes do surgimento das bolhas,
pode haver sintomas como:
• Formigamento;
• Ardor e coceira no local;
• Além de febre;
• Mal-estar.

Lesões da Herpes na região genital

A Herpes simples também pode apresentar-se de forma


assintomática (sem apresentar nenhum sintoma).

19
S I´ F I L I S
É uma IST curável e exclusiva do ser humano, causada
pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar
várias manifestações clínicas e diferentes estágios
(sífilis primária, secundária, latente e terciária).

Sífilis Primária: É comum o


aparecimento de lesões
rosadas nos pequenos lábios,
na parede vaginal e no colo
do útero, podendo estender-
se também para outras
regiões do corpo.
Lesões da Sífilis
encontradas nas mãos

2) Sífilis Secundária: Presença de lesões na pele e


nas mucosas (região vaginal, oral ou anal), depois de
seis a oito semanas do aparecimento da sífilis primária.
Pode causar erupções cutâneas avermelhadas ou
arroxeadas na planta dos pés, na palma das mãos e
lesões nas genitais.
3) Sífilis Latente recente e tardia: É a forma de sífilis
adquirida na qual não há sinais ou sintomas.
4) Sífilis Terciária: Os sintomas aparecem entre três e
doze anos após a infecção, principalmente através
de lesões na pele e na genitália.
5) Sífilis Congênita: É a infecção transmitida da mãe
para o filho durante a gestão ou o parto.
20
Hpv

O Papiloma vírus humano (HPV) é um vírus que infecta


a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou
lesões percursoras de câncer, como o câncer de colo de
útero, garganta ou ânus.
Existem mais de 200 tipos de HPV. Até hoje 150 deles
já foram identificados. O HPV pode ser controlado, mas
ainda não há cura contra o vírus.

Em alguns casos, o HPV


pode não manifestar sinais
(visíveis a olho nu), ou
apresentar manifestações
subclínicas (não visíveis a
olho nu), durantes anos.
Os principal sintoma é o
prurido (coceira) no local da
lesão.

21
Hiv - aids

O HIV é transmitido principalmente por relações sexuais


desprotegidas e compartilhamento de seringas e
agulhas contaminadas com sangue. A infecção pelo HIV
evolui para AIDS quando o indivíduo não é tratado e sua
imunidade vai diminuindo ao longo do tempo, mesmo
sem sintomas.
Dificilmente aparecem
sinais significativos da
doença logo após a
infecção pelo HIV. Depois
de um período, podem
surgir sintomas iniciais e
não específicos, como:
febre e mal-estar que
lembram uma gripe;
fraqueza e diarreia.

No entanto, após um
tempo da invasão do HIV,
surgem consequências
mais graves como: perda
de peso; anemia e doenças
oportunistas

22
C l a m ´i d i a
Clamídia é uma bactéria que causa uma infecção
sexualmente transmissível (IST), que na maioria das
vezes atinge os órgãos genitais, mas pode afetar
também a garganta e os olhos.
A maioria dos casos da clamídia, não apresenta
sintomas. Quando eles ocorrem, isso acontece
geralmente de uma a três semanas após a exposição à
bactéria causadora da doença. Os sintomas mais
comuns nas mulheres são:
• Corrimento amarelado ou claro;
• Sangramento espontâneo ou durante as relações
sexuais;
• Dor ao urinar e/ou durante as relações sexuais e/ou
no baixo ventre (pé da barriga).

23
´
GONORREIA

A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria


gonorrhoeae, também conhecida como gonococo.
Qualquer indivíduo que tenha qualquer prática sexual
pode contrair a gonorreia.
Os principais sintomas incluem:
• Aumento no corrimento vaginal, que passa a ter cor
amarelada e odor desagradável;
• Dor e ardência ao urinar;
• Sangramento fora do período menstrual;
• Dores abdominais;
• Dor pélvica (dor no pé da barriga).

24
T r i c o m o n i´ a s e

A Tricomoníase é uma infecção do trato vaginal inferior


feminino, causada pelo protozoário Trichomonas
vaginalis. Pode ser assintomática (sem sintomas) ou
causar algumas complicações em diversos órgãos.
Na maioria dos casos a tricomoníase não apresenta
sintomas. Quando apresentados, podem incluir:
• Corrimento vaginal abundante, que pode ser branco,
cinza, amarelo ou verde;
• Mau cheiro na região genital;
• Vermelhidão genital;
• Coceira na vagina;
• Dor e ardor ao urinar ou na relação
sexual;
• Dor abdominal.

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Hepatite b e c

A hepatite B e C são infecções causada por vírus e


que acarreta inflamação do fígado. Causada pelo
vírus B (HBV – Hepatite B) e vírus VHC ou HCV
(Hepatite C). Pode ser contraída pela relação
sexual.

Confira os principais sintomas:


• Dor abdominal;
• Urina escura;
• Febre;
• Dor nas articulações;
• Perda de apetite;
• Náusea e vômitos;
• Fraqueza e fadiga;
• Amarelamento da pele
(icterícia).

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DIAGNÓSTICO

Os principais diagnósticos para as infecções genitais


incluem:
• Exames de Sangue;
• Testes rápidos (no caso das ISTs);
• Avaliação clínica (consulta com algum profissional
de saúde);
• Exame de Papanicolau.

O QUE SÃO TESTES RÁPIDOS?


São exames realizados de maneira rápida, com apenas
algumas gotas de sangue. O resultado pode demorar de
10 a 30 minutos. As ISTs que possuem testes rápidos são:
Hepatite B e C, HIV e SÍFILIS. Esses exames são encontrados e
oferecidos gratuitamente em qualquer unidade básica de saúde
(posto de saúde).

PAPANICOLAU

O Papanicolau é um exame de rotina da mulher que


se baseia na análise das células do colo do útero.
Sua função é identificar possíveis alterações para que
o tratamento seja realizado com antecedência,
evitando complicações.
27
É a principal estratégia para detectar lesões
cancerígenas precocemente e auxiliar no diagnóstico
de doenças e infecções sexualmente transmissíveis
(IST). Os profissionais aptos a realizarem o exame
são médicos e enfermeiros.

QUAIS CUIDADOS DEVO TER ANTES DE


REALIZAR O EXAME?

Para garantir um resultado correto, a mulher não


deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha)
nos dois dias anteriores ao exame, evitar também o
uso de duchas, medicamentos vaginais e
anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à
realização do exame. É importante também que não
esteja menstruada, porque a presença de sangue
pode alterar o resultado.

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Quem deve realizar o exame?

Toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve


submeter-se ao exame preventivo periódico,
especialmente as que têm entre 25 e 59 anos.
Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente.
Após dois exames seguidos (com um intervalo de
um ano) apresentando resultado normal, o
preventivo pode passar a ser feito a cada três anos.

O exame pode ser feito em unidades de saúde da


rede pública (postos de saúde) e clínicas
particulares. É fundamental que os serviços de
saúde orientem sobre a importância do exame
preventivo.

O exame preventivo é indolor, simples e rápido.


Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto.
Para a realização do Papanicolau, são seguidos os
seguintes passos:

1
Primeiramente é realizado uma anamnese corporal
da mulher, mamas, abdome, glândula tireoide,
vagina e anus.

Para a coleta do material, é introduzido na vagina um

2 instrumento chamado espéculo


popularmente como “bico de pato”, devido ao seu
(conhecido

formato), ele auxiliará na visualização do canal vaginal;

29
29
3 O profissional faz a inspeção visual do interior da
vagina e do colo do útero;

A seguir, é provocado uma pequena escamação

4 da superfície externa e interna do colo do útero


com uma espátula de madeira e uma escova
cervical;

5 O material é colhido e depois enviado para o


laboratório especializado.

´ o exame?
O que fazer apos

A mulher deve retornar ao local onde foi


realizado o exame (ambulatório, posto ou centro
de saúde) na data marcada para saber o
resultado e receber instruções adequadas.

30
COMPLICAÇÕES

Após a suspeita da contaminação ou do


desenvolvimento de alguma das infecções genitais
citadas neste material, deve-se procurar a unidade
de saúde mais próxima para ser iniciado o devido
tratamento, que deve ser seguido se maneira
correta, caso contrário podem aparecer algumas
complicações como:

• Meningite;
• Pneumonia;
• Câncer de colo (HPV);
• Tuberculose;
• Aumentar as chances de contágio de outras
ISTs;
• Doenças renais;
• Complicações durante a gestação.

31
TRATAMENTO

Durante a consulta com um profissional de saúde,


podem ser prescritos medicamentos que auxiliem
no combate das infecções genitais.

Para as infecções fúngicas são utilizados:


creme ou medicamentos antifúngicos (Candidíase)

Para as infecções virais são utilizados:


medicamentos antivirais (HIV, HERPES e Hepatites
B e C).

Para as infecções bacterianas são utilizados:


medicamentos antibióticos (Vaginose bacteriana,
Sífilis, Clamídia e Gonorréia).

Protozoários (parasitas): medicamentos Anti-


Protozoários (Tricomoníase).

Não possuem medicamentos específicos para o


HPV, o principal tratamento é a queima das
verrugas.

O SUS oferece todos esses tratamentos de


maneira gratuita.

32
PREVENÇÃO

Para evitar o contágio e o desenvolvimento das


infecções genitais, são necessário alguns cuidados.
Em relação as ISTS, a prática do sexo seguro é a
melhor maneira de evitar essas infecções.

Atualmente existem preservativos


´
voltados para o publico de
´
mulheres lesbicas e bissexuais?

Infelizmente não existem materiais específico para


essas mulheres, mas veremos a seguir algumas
alternativas para a prática do sexo seguro.

Confira agora algumas maneiras de praticar o sexo


seguro entre duas mulheres:

33
1. DEDEIRAS

A Dedeira é feita de látex criada


para proteção dos dedos de
usuários na área de
Gastronomia, Estética, Saúde,
Doméstica e Industrial.
Pode ser utilizado para o
proteção dos dedos durante a
penetração (anal ou vaginal). Após o uso o material deve
ser descartado. Pode ser encontrado em algumas
farmácias e seu preço varia de 5 a 10 reais (caixa com 50
unidades).

2. LUVAS

A luva de látex foi criada com objetivo de auxiliar


profissionais da saúde na realização de alguns
procedimentos. Ela pode ser usada na prática sexual
entre duas mulheres (sexo anal ou vaginal). Para isso
devem ser feitas algumas adaptações:

34
Para a luva de látex ser utilizada, ela necessita ser
cortada, com uma tesoura estéril (limpa), como
mostra a figura anterior.
Após a utilização da luva na prática sexual, o
material deve ser descartado.

3. CAMISINHA

A camisinha foi criada


com o intuito de ser
utilizada em relações
sexuais heterossexuais e
homoafetivas masculinas.
O material é feito de látex
e possui lubrificação.
Existentes na versão
feminina e masculina.
Para a camisinha ser
utilizada na relação
sexual entre duas
mulheres são necessárias
as seguintes adaptações:
Assim como a luva de látex, a camisinha deve ser
cortada (tesoura estéril) para a sua utilização, essa
adaptação pode ser realizada na camisinha
masculina e feminina. Após adaptada ela pode ser
utilizada na prática do sexo oral e como barreira no
contato entre vulvas. Este material também só deve
ser utilizado uma vez, após o ato deve ser
descartado. 35
A camisinha masculina pode ser usada no seu
formato original, sem que seja necessário
adaptações, na penetração vaginal e anal.

4. LENÇOL DE BORRACHA
ODONTOLÓGICO OU PLÁSTICO FILME

O Lençol quadricular é
composto por látex, indicado
para procedimentos
odontológicos. Pode ser
encontrado em lojas de
venda de materiais dentários.
O preço em média é de 20 a
25 reais, um pacote contendo
25 unidades.

O plástico filme é muito usado para conservação de


alimentos dentro ou fora do refrigerador. Ele pode ser
encontrado principalmente em supermercados, na
faixa de preço de 2 a 10 reais, dependendo do
comprimento.
Ambos podem ser utilizado nas relações sexuais
lésbicas e bissexuais, pra prática do sexo oral seguro
e como barreira no contato entre as vulvas. Após o
uso, o material deve ser descartado.

36
5. CALCINHA DE LÁTEX

A calcinha de látex consiste em uma


peça íntima feminina, vendida
principalmente em sex shop. Ela
pode ser utilizada no sexo como
barreira protetora no contato entre as
vulvas.

6. OBJETOS ÍNTIMOS SEXUAIS

Na utilização de objetos íntimos sexuais,


deve ser feito o uso do preservativo
masculino (colocado no objeto) ou
feminino (colocado na vagina). Esses
objetos não devem ser compartilhados e
necessitam de higienização constante.

37
CUIDADOS PESSOAIS

Uma das regiões que geralmente entra em contato


constante com a região genital na relação sexual
entre duas mulheres são as mãos, tendo em vista
esse fato, listamos alguns cuidados pessoais:
• Procure sempre antes e
após as relações sexuais
higienizar as mãos;

• Certifique-se que as suas


unhas estão aparadas e
limpas;
• Procure sempre deixar suas unhas rentes a ponta
dos dedos, evitando assim machucar sua
parceira;

• Caso tenha algum ferimento nas mãos, evite


utiliza-las na penetração durante o sexo;

Abaixo das unhas, possuem microrganismos que


podem desencadear infecções, a limpeza das unhas
é um fator muito importante na relação sexual entre
duas mulheres.

38
Para evitar possíveis infecções
vaginais, a higienização das
peças íntimas também é
importante. Veja algumas dicas:
• Procure lavar suas calcinhas
com sabão neutro;
• Não lave na maquina, nem
junto com outras roupas ou
peças intimas de outras
pessoas;
• Enxague bem, tirando todo
sujo e sabão.
Essas ações podem auxiliar na prevenção de
infecções vaginais.

39
REFERÊNCIAS

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personas con infección por VIH en Belo Horizonte (Minas Gerais), Brasil. Rev Panam Salud
Pública. v. 5, n. 4, p. 331-340, 1998.
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infecções sexualmente transmissíveis. Ciência & Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3,
mar, 2019.
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Uma década de avanços e retrocessos (2007-2017). Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista
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CARTILHA EDUCATIVA SOBRE A SAÚDE DA
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