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Joyce, e quão verídico são essas biografias feitas acerca da vida do poeta e
subjetividade do biografado.
Outro ponto abordado por Juan Saer é relacionado ao gênero non-fiction, que
realidade, na prática não é nenhuma garantia de fidelidade aos fatos reais, porque
mesmo com a intenção de se manter fiel aos eventos ocorridos, existem obstáculos
como a autenticidade das fontes, por exemplo. Neste ponto, o escritor argentino
enfatiza que aquilo que se propõe não ser fictício, não é automaticamente
verdadeiro.
Levando em conta que o non-fiction se propôs a representar a verdade, cabe
a ele aplicar as provas de sua eficacia, segundo Saer. Mas, a respeito do gênero de
as possibilidades de tratamento.’’
A ficção necessita ser acreditada não enquanto verdade, mas sim em ficção,
pois ela não é a romantização do que é real, mas sim um tratamento específico do
enriquecedora para quem o lê. Wolfgang von Goethe diz “O Romance é uma
epopéia subjetiva na qual o autor pede permissão para tratar o universo a sua
maneira; o único problema consiste em saber se tem ou não uma maneira; o resto
quem o escreve. Quem cria uma ficção, apresenta ao mundo sua própria
interpretação dos fatos, trazendo uma nova forma de enxergar a realidade. Portanto,
se engana quem pensa que a não ficção é de alguma forma superior a ficção, pois
como Juan Saer aponta, não há garantia de verdade absoluta em uma não ficção,
ressecado, mil vezes esfolado e recoberto com a carnadura relativa das diferentes
‘’nas grandes ficções de nosso tempo, e talvez de todos os tempos, está presente
decisiva, não isenta nem de comicidade nem de gravidade, como a ordem central de
todas elas, às vezes enquanto tema explícito e às vezes como fundamento implícito
de sua estrutura.’’ Então, a ficção carrega em si essa dualidade que pode soar para
para Juan, a ficção é o entrecruzamento crítico entre verdade e falsidade, uma forma
particular de lidar com o real, através de críticas que muitas vezes não são
entendidas por todos exatamente por ter um caráter ficcional e peculiar. ‘’[…] Nem o
Quixote, nem Tristram Shandy, nem Madame Bovary nem O castelo pontificam
sobre uma suposta realidade anterior a sua materialização textual, mas tampouco se
‘’“O real precisa ser ficcionado para ser pensado. Essa proposição deve ser