Você está na página 1de 7

Anatomia – 30/04 Turma VII Maria Eduarda Pontes Nozaki

Cerebelo - Divisão Funcional


 Arquicerebelo
- é a primeira das três fases de desenvolvimento filogenético do cerebelo
- constituído apenas do lobo flóculonodular
- é responsável pela coordenação da atividade muscular, fundamental na manutenção do equilíbrio e da posição

 Vestíbulocerebelo
- tem conexões com o núcleo fastigial e os núcleos vestibulares
- trazem informações originadas na parte vestibular do ouvido interno sobre a posição da cabeça
- Via: núcleos vestibulares da orelha interna  fibras aferentes chegam ao cerebelo pelo fascículo vestibulocerebelar 
pedúnculo cerebelar inferior  lobo floculonodular  núcleo fastigial  núcleos vestibulares  trato vestíbuloespinal lateral
e medial

 Paleocerebelo
- é a segunda das três fases de desenvolvimento filogenético do cerebelo
- constituído por vermis (exceto o nódulo) + zona intermedia (região paravermiana)
- responsável pela coordenação do grau de contração dos músculos, importante na regulação do tônus muscular e no controle
da posição do animal no ambiente aquático

 Espinocerebelo
- capta informações dos membros (propriocepção)
- tem conexões com a medula: tratos espinocerebelar anterior e espinocerebelar posterior
- Via: receptores proprioceptores  medula  cruzamento para o lado oposto  trato espinocerebelar anterior  cruza na
ponte  pedúnculo cerebelar superior  verme e paraverme  núcleos globosos e emboliforme  pedúnculo cerebelar
superior  núcleo rubro  decussação na ponte  trato rubroespinal
- Via: receptores proprioceptores  medula  trato espinocerebelar posterior (homolateral)  pedúnculo cerebelar inferior 
verme e paraverme  núcleos globosos e emboliforme  pedúnculo cerebelar superior  núcleo rubro  decussação na
ponte  trato rubroespinal
Anatomia – 30/04 Turma VII Maria Eduarda Pontes Nozaki

 Neocerebelo
- é a última das três fases de desenvolvimento filogenético do
cerebelo
- constituído pela zona lateral (2 hemisférios cerebelares)
- responsável pela coordenação e regulação da atividade motora,
como na manutenção da postura e nos reflexos do animal, como
nos movimentos de fuga

 Cerebrocerebelo
- capta informações de planejamento
- compreende a zona lateral e tem conexões com o córtex cerebral
- Via: área 6, 8, 44, 45  coroa radiada  capsula interna 
tronco encefálico  núcleo pontino (sinapse)  pedúnculo
cerebelar médio  zona lateral do córtex cerebelar  núcleo
denteado  pedúnculo cerebelar superior  núcleo ventral
lateral do tálamo  capsula interna  coroa radiada capsula
interna  área 4  trato corticoespinal
Anatomia – 30/04 Turma VII Maria Eduarda Pontes Nozaki
Anatomia – 30/04 Turma VII Maria Eduarda Pontes Nozaki

Lobo Funcional Origem do Impulso Núcleo do Cerebelo Sentido do Impulso Função


Hemisferio lateral Cortex motor e sensitivo Nucleo denteado Nucleos ventrais laterias do Coordena os movimentos,
talamo para o cortex pré-motor influenciando o trato
corticoespinal
Paraverme Fusos musculares e Interposio (glosos e Núcleo rubro Modula os movimentos,
orgao tendinoso de Golgi emboliforme) influenciando o trato
via tratos rubroespinal
espinocerebelares
Verme e lobulo Sistema vestibular Nucleos fastigio e Sistema vestibular Modula o equilibrio e a
floculo-nodular vestibular estabilidade do tronco
Anatomia – 30/04 Turma VII Maria Eduarda Pontes Nozaki

 Núcleo Rubro e Trata Rubroespinal (**)


- participa do controle da motricidade somática
- recebe fibras do cerebelo e das áreas motoras do córtex cerebral (área motora primária, principalmente) e dá origem ao trato
rubro-espinhal
- liga-se também ao complexo olivar inferior, através das fibras rubro-olivares, que integram o circuito rubro-olivo-cerebelar
- recebe fibras do núcleo interpósito contralateral (o qual corresponde aos núcleos globoso e emboliforme de cerebelos
humanos), e do núcleo denteado, através do pedúnculo cerebelar superior

 Trato Rubroespinal (NÃÃÃO CAIIIIII)


- termina nos neurônios motores da medula
- responsáveis pela motricidade voluntária da musculatura distal dos membros
- originado de neurônios do núcleo rubro do mesencéfalo
- chega à medula por trajeto que não passa pelas pirâmides
- é motor voluntário
- Via: núcleos globosos e emboliforme  pedúnculo cerebelar superior  núcleo rubro  decussação na ponte  trato
rubroespinal  associação com os neurônios do trato corticospinal na coluna lateral da medula

 Oliva
 Núcleo Olivar Superior: importante para as vias auditivas e equilibro
 Núcleo Olivar Inferior: recebe fibras do córtex cerebral, da medula e do núcleo rubro  coordenação e aprimoramento de
ações motoras

 Trato Olivocerebelar: conexões olivocerebelares estão envolvidas na aprendizagem motora


- Via: emerge do hilo ou através da substância cinzenta adjacente  segue medialmente  atravessa o lemnisco medial 
fibras cruzam a linha mediana  segue posteriormente através do núcleo olivar oposto  atravessa os tratos espinotalâmico e
rubrospinal laterais e o núcleo espinal do nervo trigêmeo  entram no pedúnculo cerebelar inferior contralateral  córtex
cerebelar  termina nas células de Purkinje no cerebelo (fibras trepadeiras)

 Trato Espinolivar: transmite informações cutâneas e proprioceptivas


- Via: cruza para o lado oposto da medula  ascende pela coluna branca anterolateral  chega aos nos núcleos olivares
inferiores do bulbo  cruza novamente  segue para o cerebelo através do pedúnculo cerebelar inferior

 Trato Olivospinal: é um trato sobre o qual se possui menos conhecimentos. Não se sabe quais as funções esse trajeto possui,
ou se ele emite ramos durante a sua trajetória descendente, ou mesmo se ele forma sinapses nos neurônios motores alfa e
gama. Tudo que se sabe é que ele se origina nos núcleos olivares inferiores e que ele cruza para o lado oposto em algum lugar
no tronco encefálico.

 Sistema Extra-Piramidal
 Tratos Vestibulospinais
- mantêm o equilíbrio da cabeça sobre os ombros, à medida que o corpo se move no espaço, e a movem em resposta a novos
estímulos sensoriais
- originam-se nos núcleos vestibulares do bulbo, que transmitem informações sensoriais do labirinto vestibular no ouvido
interno
- movimento do fluido nesse labirinto, que acompanha o movimento da cabeça, ativa células ciliadas que transmitem sinais para
os núcleos vestibulares pelo nervo craniano VIII
- parte dos componentes se projeta bilateralmente para a medula espinhal, ativando os circuitos espinhais cervicais  controla
os músculos do pescoço e das costas, a fim de guiar os movimentos da cabeça
- outros componentes se projetam ipsilateralmente para baixo até a medula espinhal lombar  ajuda a manter uma postura
correta e equilibrada ao ativar os neurônios motores extensores das pernas.

 Tratos Reticulospinais
- originam-se principalmente da formação reticular do tronco encefálico
- ação é controlada por sinais descendentes oriundos do córtex
Anatomia – 30/04 Turma VII Maria Eduarda Pontes Nozaki

- Tracto Reticulospinal Pontinho: aumenta os reflexos antigravitacionais da medula. A atividade nessa via facilita os extensores
dos membros inferiores e, com isso, ajuda a manter a postura ereta, resistindo aos efeitos da gravidade.
- Tracto Reticulospinal Bulbar: libera os músculos antigravitacionais do controle reflexo.

 Trato Tetospinal
- origina-se no colículo superior do mesencéfalo
- recebe aferências diretas da retina, projeções do córtex visual e aferências somatossensoriais e auditivas
- comanda a cabeça e os olhos a se moverem de modo que o ponto apropriado no espaço é projetado exatamente sobre a
fóvea.
- após deixar o colículo, os axônios do tracto tectospinal rapidamente decussam e projetam-se próximos da linha média para
regiões cervicais da medula espinhal  controla os músculos do pescoço, de regiões superiores do tronco e dos ombros.

 Funções do Cerebelo (**)


 Manutenção do Equilíbrio e da Postura: realizada basicamente pelo vestíbulo-cerebelo, que promove a contração
adequada dos músculos axiais e proximais dos membros, de modo a manter o equilíbrio e a postura normal. A influência do
cerebelo é transmitida aos neurônios motores pelos tratos vestibuloespinhais.
 Controle do Tônus Muscular: relacionada com os neurônios motores das vias laterais (tratos corticoespinhal e
rubroespinhal). Se lesionar o neocerebelo, há hipotonia; se lesar espinocerebelo, causa hipertonia
 Controle dos Movimentos Voluntários: planejamento do movimento é elaborado no cerebrocerebelo, a partir de
informações trazidas, pela via córtico-ponto-cerebelar, de áreas do córtex cerebral ligadas a funções psíquicas superiores
(áreas de associação). O 'plano' motor é então enviado às áreas motoras de associação do córtex cerebral pela via dento-
Anatomia – 30/04 Turma VII Maria Eduarda Pontes Nozaki

tálamo-cortical. Estes, por sua vez, ativam os neurônios motores medulares através do trato corticoespinhal. Uma vez
iniciado o movimento, ele passa a ser controlado pelo espinocerebelo.  lesão: incoordenação motora
 Aprendizagem Motora: cerebelo participa desse processo através das fibras olivocerebelares
 Funções Não Motoras: funções cognitivas (executadas principalmente pelo cerebrocerebelo), resolver quebra-cabeças,
associar palavras a verbos, resolver mentalmente operações aritméticas, reconhecer figuras complexas.

 Síndromes Cerebelares (**)


 Síndrome do Vestibulocerebelo: lesão do vestibulocerebelo se manifesta pela perda da capacidade de usar informações
vestibulares para o movimento do corpo durante a marcha ou na postura de pé, e perda do controle dos movimentos
oculares durante a rotação da cabeça. Ocorre marcha com base alargada e movimentos irregulares das pernas (ataxia),
tanto com olhos abertos como fechados, e tendências a quedas.
 Síndrome do Espinocerebelo: lesões no espinocerebelo levam a erros na execução motora porque a área afetada deixa de
processar informações proprioceptivas dos feixes espinocerebelares e não é mais capaz de influenciar as vias descendentes.
 Síndrome do Cerebrocerebelo: ocorre principalmente por lesão da zona lateral e manifesta-se por sinais e sintomas ligados
ao movimento como atraso no início do movimento, decomposição do movimento multiarticular, disdiadococinesia,
rechaço, tremor, dismetria
 Síndrome do Arquicerebelo: perda de equilíbrio que impede que a criança permaneça em pé. No entanto, que a
coordenação de movimentos é praticamente normal quando ela permanece deitada.
 Síndrome do Paleocerebelo: relacionada com alcoolismo crônico. Como sintomas há perda de equilíbrio e ataxia (perda da
coordenação muscular) dos membros inferiores.
 Síndrome do Neocerebelo: lesões ocorrem no lobo posterior do cerebelo. Como sintoma há a perda da coordenação
muscular
- Dismetria: movimentos são executados de forma defeituosa, no momento em que visam atingir um alvo
- Decomposição: movimentos são realizados em etapas por cada uma das articulações.
- Disdiadococinesia: é a dificuldade de fazer movimentos rápidos e alternados.
- Rechaço: músculos extensores (que são coordenados pelo cerebelo) custam a agir e o movimento gerado pode ser muito
violento, levando o paciente, na maioria dos casos, a dar um forte tapa em seu próprio rosto.
- Tremor: tremor característico, o qual se acentua no fim do movimento, quando a pessoa está próxima de atingir o seu
objetivo/alvo.
- Nistagmo: ocorre devido à falta de coordenação dos músculos extrínsecos do globo ocular. O nistagmo é caracterizado pelo
movimento oscilatório rítmico dos bulbos oculares, podendo ser vertical, horizontal ou rotatório, que ocorre especialmente em
lesões do cerebelo e do sistema vestibular. No doente neocerebelar se caracteriza por ser muito intenso e persistente, surgindo
quando o olho desvia-se para o lado do cerebelo que foi lesionado (devido a ipsilateralidade).

*Obs: Paciente só apresentam sinais e sintomas clínicos quando a lesão no cerebelo é extensa
2) Lesão no vermis causa alterações no esqueleto axial e quando acometer as regiões laterais as manifestações são periféricas
3) Lesões no cerebelo tem manifestações homolaterais
4) Cerebelo tem mecanismos de suplência (substituição) para restabelecer as conexões  só não reconecta em casos de
doenças degenerativas

Você também pode gostar