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TEXTO I
O advento da Covid-19 tem provocado percalços sociais e econômicos no mundo,
obrigando sistemas de saúde e governos a enfrentar uma crise sanitária sem precedentes.
Além da tratativa extremamente complicada da proliferação do vírus, o momento
geopolítico não poderia ser mais desafiador, tendo em vista a guerra comercial entre
Estados Unidos e China. No meio dessa batalha, o alinhamento brasileiro às narrativas
americanas produziu, através de mensagens em redes sociais, a maior crise diplomática
entre Brasil e China. [...] A China, que se tornou um gigante global, não apenas asiático,
tem no comércio uma das suas maiores armas. [...] Em 1990, o Brasil exportava 10% das
importações daquele país, enquanto a China somente 1%; 15 anos depois, o Brasil
forneceria 13% e a China ultrapassou a marca dos 12%. Ou seja, enquanto a participação
do Brasil cresceu 30%, a da China se expandiu 1200%, no mesmo período. Esta realidade
se tornaria cada vez mais frequente e aprofundada para a quase totalidade dos países sul
americanos, com grande impacto no Brasil. [...] Neste sentido, a China contemporânea se
expressa pelo seu desenvolvimento tecnológico e pela execução de uma estratégia global,
[...] enfatizando o gigantismo que não apenas as relações comerciais assumiram, como
também os investimentos e as ações institucionais inovadoras, a exemplo da formação dos
BRICS.
Fonte: IBAÑEZ, Pablo. Geopolítica e diplomacia em tempos de Covid-19: Brasil e China
no limiar de um contencioso. Espaço e Economia [Online], 18 | 2020.
TEXTO II