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Simbolismo

Artistas Simbolistas
O Simbolismo iniciou como um movimento literário
francês na década de 1880, ganhando credibilidade
popular com a publicação do “Manifesto Simbolista”
de Jean Moréas em 1886, no jornal Le Figaro.

Reagindo contra o racionalismo e materialismo,


Moréas proclamou que em “oposição ao
„ensinamento, declamação, falsa sensibilidade,
descrição objetiva‟, a poesia simbólica busca revestir
a ideia de uma forma perceptível”...
Principais Características do Simbolismo:

- Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;

- Caráter individualista;

- Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo;

- Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão;


Contexto Histórico:
O Simbolismo também foi chamado de Decadentismo, Impressionismo, Nefelibatismo - surgiu na França, por volta de
1880, e de lá difundiu-se internacionalmente, abrangendo vários ramos artísticos, principalmente a poesia. O período era de
profundas modificações sociais e políticas, provocadas fundamentalmente pela expansão do capitalismo, na esteira da
industrialização crescente, e que convergiram para, dentre outras conseqüências, a I Guerra Mundial. Na Europa haviam
germinado idéias científico-filosóficas e materialistas que procuravam analisar racionalmente a realidade e assim apreender as
novas transformações; essas idéias, principalmente as do positivismo, influenciaram movimentos literários como o Realismo e o
Naturalismo, na prosa, e o Parnasianismo, na poesia. No entanto, os triunfos materialistas e científicos não eram compartilhados
ou aceitos por muitos estratos sociais, que haviam ficado ao largo da prosperidade burguesa característica da chamada
quot;belle époquequot;; pelo contrário, esses grupos alertavam para o mal-estar espiritual trazido pelo capitalismo.

O movimento simbolista representa a reação artística à onda de materialismo e cientificismo que envolvia a Europa
desde a metade do século XIX. Tal qual o Romantismo, que reagiria contra o racionalismo burguês do século XVIII (o
Iluminismo), o Simbolismo rejeita as soluções racionalistas, empíricas e mecânicas trazidas pela ciência da época e busca
valores ou ideais de outra ordem, ignorados ou desprezados por ela: o espírito, a transcendência cósmica, o sonho, o absoluto,
o nada, o bem, o belo, o sagrado dentre outros.
Contexto Histórico:
A origem dessa tendência espiritualista e até mística situa-se nas camadas ou grupos da sociedade que ficaram à
margem do processo de avanço tecnológico e científico do capitalismo do século XIX e da solidificação da burguesia no poder.
São setores da aristocracia decadente e da classe média que, não vivendo a euforia do progresso material, da mercadoria e do
objeto, reagem contra ela.

Propõem a volta da supremacia do sujeito sobre o objeto, rejeitando desse modo o desmedido valor dado às coisas
materiais. Assim, os simbolistas procuraram resgatar a relação do homem com o sagrado, com a liturgia e com os símbolos.
Buscam o sentimento de totalidade, que se daria numa integração da poesia com a vida cósmica, como se ela, a poesia, fosse
uma religião. Sua forma de tratar a realidade é radicalmente diferente da dos realistas. Não aceitam a separação entre sujeito e
objeto ou entre objetivo e subjetivo. Partem do princípio de que é impossível o retrato fiel do objeto; o papel do artista, no caso
seria o de sugeri-lo, por meio de tentativas, sem querer esgotá-lo. Desses modo, a obra de arte nunca é perfeita ou acabada,
mas aberta, podendo sempre ser modificada ou refeita.
Visão Simbolista:
Os simbolistas não acreditavam na possibilidade de a arte e a literatura poderem fazer um retrato total da realidade.
Duvidavam também das explicações “positivas” da ciência, que julgava poder explicar todos os fenômenos que envolvem o
homem e conduzi-lo a um caminho de progresso e fartura material. Assim, os simbolistas representam um grupo social que ficou
à margem do cientificismo do século XIX e que procurou resgatar certos valores românticos varridos pelo Realismo, tais como o
espiritualismo, o desejo de transcendência e de integração com o universo, o mistério, o misticismo, a morte, a dor existencial
(sem, contudo, cair na afetação sentimental romântica.) A ciência, até a pouco dona da verdade, passa a ser questionada,
impondo um forte desencanto, pois à ela, que a tudo enquadrava numa forçada relação de causalidade, mostrava-se impotente,
deixando intocadas as grandes questões da vida, que continuavam como um profundo mistério. É exatamente esse mistério que
vai seduzir alguns filósofos e artistas desse período, na busca, muitas vezes, de um modo supra-racional de conhecimento.

Essa reação antimaterialista situa-se num contexto mais amplo vivido pela Europa no último quarto do século XIX, a forte
crise espiritual a que se tem chamado de decadentismo do final do século, ou ainda mal do século. O símbolo sempre existiu na
Literatura, mas somente no século XIX é que seu emprego se difundiu e se tornou moda com a denominação de Simbolismo.
Principais artistas simbolistas:
Literatura internacional:

- Charles Baudelaire – autor da obra As flores do mal (1857) que é considerada um marco no
simbolismo lliterário.
- Arthur Rimbaud
- Stéphane Mallarmé
- Paul Verlaine

Literatura brasileira:
- Cruz e Sousa
- Alphonsus de Guimaraens
Simbolismo no Brasil:
No Brasil, o simbolismo teve início no ano de 1893, com a publicação
de duas obras de Cruz e Souza: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). O
movimento simbolista na literatura brasileira teve força até o movimento
modernista do começo da década de 1920.

Cruz e Souza (1861-1898) consagrou-se como o fundador do


Simbolismo brasileiro, por combinar o parnasianismo, o pessimismo, o
materialismo à musicalidade.
Simbolismo nas Artes Plásticas:

Nas artes visuais, o Simbolismo começou a delinear-se por volta de 1885 como reação ao
Impressionismo. Levou os pintores à representação da realidade objetiva, mediante símbolos. Os
mentores desse movimento cultivavam em suas telas o gosto pelas superfícies lisas e
achatadas; propunham a simplificação do desenho; valorizavam a cor pelo uso de largas e
difusas pinceladas criando áreas cromáticas rigorosamente planas, limitadas por linhas negras.
A força evocativa da linha, do contorno das figuras e da cor, elementos empregados para
sugerir ideias claras e íntegras, foi considerada fator de suma importância na técnica simbolista.
O resultado era, por assim dizer, arbitrário ou sintético, e não mais traduzia uma cópia das
formas visuais da natureza.
Nas artes plásticas os simbolistas faziam uma síntese entre a percepção dos sentidos e a
reflexão intelectual. Buscavam revelar o outro lado da mera aparência do real. Em muitas obras
enfatizavam a pureza e a espiritualidade dos personagens, em outras, a perversão e a maldade do
mundo. A atração pela ingenuidade fazia com que vários artistas se interessassem pelo primitivismo.

O artista mais significativo foi o francês Paul Gauguin, que começou a pintar influenciado pelo
pós-impressionismo. Em suas telas abandonava a perspectiva e delineava as figuras utilizando
contornos pretos. As cenas evocavam temas religiosos e mágicos, como em Cristo Amarelo.
Também se destacaram os franceses Gustave Moreau (1826-1898) e Odilon Redon (1840-1916).

A partir de 1890, o simbolismo difundiu-se por toda a Europa e pelo resto do mundo.
Simbolismo na Pintura:
O simbolismo esteve presente na pintura europeia do final do século XIX, embora nesta
época não tenha sido considerado um movimento artístico.O movimento se desenvolveu nas
artes plásticas, teatro e literatura, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo, aderindo às formas
abstratas para representar o mundo real.

Para o simbolismo, tudo pode assumir um significado transcendental: elementos da


natureza, construções do homem, formas abstratas, etc. Há uma substituição da
representatividade pela ideia de revelação imagética através dos símbolos. Uma espécie de
interação contígua entre mundo subjetivo e objetivo, que se opera através da arte. A pintura, que
perde sua função social tradicional, passa a ser uma forma de pesquisa da mente humana.
Artistas simbolistas nas Artes Plásticas:

- Paul Gauguin;
- James Ensor;
- Gustave Moreau;
- Edgar Degas;
- Odilon Redon;
- Henri Rousseau;
- Edvard Munch;
- Hugo Simberg;
- Max klinger;
Oriundo do impressionismo, Paul Gauguin deixa-se
influenciar pelas pinturas japonesas que aparecem na
Europa, provocando verdadeiro choque cultural – e este
artista abandona as técnicas ainda vigentes nas telas do
movimento onde se iniciou, como a perspetiva, pintando
apenas em formas bidimensionais. A temática alegórica
passa a dominar, a partir de 1890. Ao artista não bastava
pintar a realidade, mas demonstrar na tela a essência
sentimental dos personagens – e em Gauguin isto levou a
uma busca tal pelo primitivismo que o próprio artista
abandonou a França, indo morar com os nativos da
Polinésia francesa.
Para o artista, a imaginação não se opõe à realidade,
e sim é uma extensão da consciência, que compreende a
vida vivida, o passado e a memória.

Paul Gauguin - Hina Tefatou ou A Lua e a Terra


Em um artigo sobre Paul
Gauguin publicado em 1891,
Albert Aurier deu a primeira
definição de simbolismo como
uma estética, descrevendo-o
como a visão subjetiva que um
artista expressa através de um
estilo simplificado e não-
naturalista e saudando Gauguin
como seu líder.

Paul Gauguin - Mulheres de Taiti na praia (1891)


Na pintura, Simbolismo representa
uma síntese da forma e do
sentimento, da realidade e da
subjetividade interior do artista.

Pintores simbolistas acreditavam


que a arte deve refletir uma emoção
ou ideia, em vez de representar o
mundo natural de forma objetiva, ou
quase científica, como no Realismo e
Impressionismo.

James Ensor - Death and the Masks (1897)


Gustave Moreau (1826 - 1898) foi um pintor francês sob a
influência dos impressionistas e pré-rafaelitas, evoluiu para uma
pintura mais romântica e espiritual, que lhe permitiu entrar nas
fileiras do simbolismo, junto com Munch, Ensor, Puvis de
Chavannes e Redon. Alguns historiadores de arte preferem se
referir a eles como pós-impressionistas.

Mestre da cor, soube representar mulheres de uma


beleza rara com traços de anjo e pele aveludada, cobertas
apenas por ousadas transparências. A luz foi utilizada por
Moreau para obter essa atmosfera ao mesmo tempo mística e
mágica, que caracterizou a pintura simbolista. No detalhismo
caligráfico com que trabalhou os arabescos e demais elementos
decorativos, Moreau se aproximou qualitativa e
quantitativamente do modernista Klimt.

Gustave Moreau, Europa and the Bull (1869)


Para Degas, a sensação é um fato
mental, mais do que visual, e não pode
existir um novo modo de ver sem um novo
modo de pensar.
O espaço de Degas, embora
seja um espaço concreto, não é “natural”,
ele pinta paisagens, e sim psicológico e
social, demonstrando um forte interesse
pelo mundo presente, não-histórico.

Edgar Degas, Aula de Dança (1874)


Odilon Redon, Arte Sugestiva, 1909
(escrito pelo próprio artista):

“A arte sugestiva é como


uma irradiação das coisas para o
sonho, para o qual se encaminha
também o pensamento. Decadência
ou não, é assim. Digamos antes que
ela é crescimento, evolução para a
suprema elevação de nossa própria
vida, sua expansão, seu mais alto
ponto de apoio ou de sustentação, por
necessária exaltação.

Odilon Redon - Pegasus and the Hydra (1907)


ROUSSEAU acreditava que suas
paisagens fantásticas, infantis,
cheias de bichos estranhos e flores
imensas, eram quadros realistas no
estilo acadêmico.

Henri Rousseau - A Encantadora de Serpentes (1907) Óleo sobre tela, 169 x 189,5 cm, Paris, Musée d'Orsay.
O norueguês Edvard Munch (1863-
1944) estava intimamente associado com círculos
simbolistas, gastando o tempo em Paris antes de
se estabelecer na Alemanha no início dos anos
1890.
O estilo pessoal de Munch é muitas vezes
referido como Naturalismo Simbólico, seus temas
não são exóticos nem fantásticos mas baseados
em ansiedades reais da existência moderna.
Praticamente todas as telas que ele produziu entre
1893 e 1902 pertencem a uma série chamada
"Friso da Vida".

Edvard Munch - The Scream (1910)


Ao contrário dos impressionistas, os
simbolistas eram um grupo
diversificado de artistas muitas vezes
trabalhando de forma independente
com diferentes objetivos estéticos.

Em vez de compartilhar um único


estilo artístico, eles foram unificados
por um pessimismo e cansaço da
decadência que percebiam na
sociedade moderna.

Hugo Simberg - Autumn II (1895)


Pintores influenciados pelo Simbolismo no Brasil:

- Eliseu Vinsconti
- Rodolfo Amoedo
Eliseu Visconti - Recompensa de São Sebastião (1898)
Rodolfo Amoedo - O Último Tamoio (1883) óleo sobre tela, 180,3 x 261,3 cm
Max klinger e o simbolismo na gravura
Max klinger (1857 - 1920) é um dos principais artistas que representam
o movimento simbolista na Gravura. Possuindo um domínio técnico virtuoso
e trazendo temáticas fantasiosas e que por vezes chegam a flertar com
outros movimentos que sucederiam o simbolismo, como o surrealismo, é um
artista que não pode ser deixado de lado ao se analisar este movimento. Um
exemplo de como seu trabalho flerta com o surrealismo é sua série
“paraphrase of finding a glove” na qual o artista apresenta conceitos oníricos
e com relação direta as teorias da psicanalise de freud, tudo dentro de um
ambiente extremamente rico e fantasioso.
Referências:

ARGAN, Giulio Carlo Argan. Arte moderna, do iluminismo aos movimentos contemporâneos.São
Paulo: Companhia das Letras, 1992.

CHIPP, Herschel B. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

http://pt.slideshare.net/Acervo_DAC/bakargy-thiago-duarte-o-simbolismo-do-macrocosmos

http://valiteratura.blogspot.com.br/2010/11/simbolismo.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Rousseau

http://pt.wikipedia.org/wiki/Simbolismo

http://arte-simbolista.blogspot.com.br/2011/10/o-simbolismo-nas-artes-plasticas.html

http://www.pitoresco.com/art_data/simbolismo/

http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ad631/simbolismo.htm

http://www.wikiart.org/en/odilon-redon/
Trabalho em grupo por:
Alissa Gottfried
Ariane Oliveira
Luma Viegas Cardoso
Kuaray Daniel
Nicolas Lobato
Pedro Ferraz

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