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Fundação Universidade Federal de Rondônia

Curso de graduação em Direito

AIMEE AMONE ROSSI (20202004516)


ALANE FERREIRA MOURA (20202002315)
ÂNGELO RUAN OLIVEIRA DO NASCIMENTO (20202002119)
GISELE TEIXEIRA DE SOUA MOURA (20202004580)
JOSÉ FELIPE DE FREITAS GOMES (20202004679)
VICTOR GABRIEL MOTA DE SOUSA (20202002208)

ENTRE O DIREITO E A LEI: UMA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA EM SÃO


PAULO

PORTO VELHO - RO
2021
AIMEE AMONE ROSSI (20202004516)
ALANE FERREIRA MOURA (20202002315)
ÂNGELO RUAN OLIVEIRA DO NASCIMENTO (20202002119)
GISELE TEIXEIRA DE SOUA MOURA (20202004580)
JOSÉ FELIPE DE FREITAS GOMES (20202004679)
VICTOR GABRIEL MOTA DE SOUSA (20202002208)

ENTRE O DIREITO E A LEI: UMA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA EM SÃO


PAULO

Resumo apresentado à disciplina de Psicologia Aplicada ao


Direito, do curso de Graduação em Direito da Fundação
Universidade Federal de Rondônia, como requisito avaliativo da
disciplina.

Orientador(a): Prof.(ª) Wilma Suely Batista Pereira

PORTO VELHO - RO
2021
Qual a importância da psicologia jurídica diante das demandas sociais no âmbito judiciário?
A fim de responder a esse questionamento, torna-se necessário compreender o contexto histórico de
criação da especialidade “psicologia jurídica”, assim como a dinâmica de atuação dessa
especialidade frente ao conhecimento e prática interdisciplinar/multidisciplinar com as demais áreas
do conhecimento. O documentário esclarece, de forma didática e cronológica, esse questionamento,
por meio de depoimentos/entrevistas com psicólogos que trabalham no Tribunal de Justiça, na
administração penitenciária e que atuam em associações da área da psicologia em São Paulo.

Diante do contexto apresentado, a psicologia jurídica - especialidade da psicologia nascida


no Brasil após a regulamentação da profissão no ano de 1962 - possibilitou trabalhos na interface
com as áreas do direito e da justiça, exercendo papel fundamental no âmbito jurídico, de forma
conjunta ao trabalho desempenhado pelos juízes, advogados, assistentes sociais e outros
profissionais. Nesse sentido, o psicólogo jurídico atua nas varas da infância e juventude, nas varas
de família e sucessões, no sistema penitenciário e como perito em ações cíveis e criminais,
conforme será abordado a seguir.

É sabido que a psicologia jurídica inicialmente apresentou-se diretamente relacionada à


criminologia, tendo como objeto de investigação os aspectos comportamentais do criminoso. Com o
passar do tempo e com seu aperfeiçoamento enquanto ciência, aprofundou-se o conhecimento
específico relacionado ao sujeito, na medida em que compreendia a subjetividade como uma
construção social, produzindo análises relacionadas a este, frente a situações complexas,
apresentando elementos técnicos que auxiliam o operador do direito na tomada de decisões. A
psicologia jurídica possibilitou uma maior produção de conhecimento, tornando-se uma variável
proativa, com potencial transformador no meio jurídico institucional, consolidando-se como uma
área fundamental no âmbito jurídico e materializando-se no cargo de psicólogo no Tribunal de
Justiça e nos demais órgãos públicos, mediante concursos públicos.

Os psicólogos, nos Tribunais, atuavam com triagem e adoções, desempenhando


posteriormente sua atuação profissional em sessões interdisciplinares nas varas centrais que, em
seguida, foram expandidas para as varas regionais. Somando-se a outras áreas - tais como a
assistência social - a psicologia ampara as famílias carentes, atua nos processos de adoção e
destituição de poder familiar, bem como no desenvolvimento e aplicação de medidas
socioeducativas aos adolescentes autores de ato infracional. Além disso, essa atuação
interdisciplinar, possibilita a resolução de conflitos judiciais através da elaboração de documentos
no processo judicial, resultantes de intensa e significativa investigação, ganhando assim força de
prova. Por conseguinte, destaca-se a elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
em 1990, que é fruto do esforço proativo interprofissional na busca do bem-estar da criança e do
adolescente.

Quanto à psicologia do testemunho, os profissionais aplicam os conhecimentos da


psicologia científica, sobre as percepções, a atenção, a emoção e os interesses do indivíduo em
determinado conflito. Nesse procedimento, os psicólogos podem ser solicitados a avaliar a
veracidade dos depoimentos de testemunhas e suspeitos, de forma a colaborar com os operadores da
justiça.

Já no sistema penitenciário, os psicólogos foram fundamentais na evolução das teorias sobre


a compreensão do processo de criminalização, do criminoso, do estado de vulnerabilidade social, do
tratamento médico, da conduta moral do indivíduo e da reintegração social na comunidade. Assim,
enquanto as teorias clássicas partem do princípio de que era necessário o “tratamento” do apenado,
as teorias modernas e críticas aprimoram o conceito para ‘ressocialização’ e ‘reintegração social’,
trazendo uma perspectiva mais inclusiva e menos preconceituosa, de forma a derrubar
simbolicamente os muros do cárcere e integrar aquele indivíduo em sociedade, de forma a
promover o reencontro entre os segmentos sociais em conflito.

Além disso, o psicólogo pode atuar em outras áreas, tais como: interdição, curatela de
pródigos, questões matrimoniais, acidentes de trabalho, ONG’S, vitimologia, depoimento sem dano,
entre outros.

Portanto, cabe destacar que, em muitos casos, a psicologia não fica apenas restrita a uma
perícia ou ao acompanhamento momentâneo dos envolvidos, havendo momentos em que a
psicologia atua até mesmo depois de uma decisão judicial, a fim de que seja assegurado o direito.
Todo esse esforço em conciliar o Judiciário, direito e suas leis colaboraram para o reconhecimento e
valorização do saber da psicologia agregando reconhecimento nacional e internacional,
possibilitando que tal saber, nos dias atuais, ganhe cada vez mais espaço no âmbito dos conflitos
sociais e judiciais, buscando mecanismos que possam somar nessas decisões, abrindo muitas portas
para os psicólogos e a conciliação dos diversos conflitos sociais.

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