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APRESENTAÇÃO DA ESCOLA QUE MELHOR TRAZ ELUCIDAÇÕES

ACERCA DO CASO

Pierre Marty, Michel Fain, Michel de M`Uzan e Christian David são os


fundadores da Escola Psicossomática de Paris, e por volta da década de 50 fazem
uma ruptura com o pensamento corrente da medicina psicossomática e centram sua
atenção e pesquisa no funcionamento mental de pacientes com forte tendência à
somatização. Dentre esses fundadores Pierre Marty um conceituado psicanalista
francês foi reconhecido como sendo o pioneiro da psicossomática, foi ele quem
trouxe um conceito bem inovador, quando se discute a origem da facilidade do
adoecer psicossomático. Enquanto analista e no processo prático dele de
atendimento, ele se deparou com a dificuldade que era bem recorrente nos
pacientes que ele atendia, essa dificuldade que ele encontrou, foi na questão da
expressão da fala, da emoção, da expressão facial de fato. Ele descobriu que as
pessoas que se queixavam com doenças orgânicas naquela época, no centro
terapêutico, elas tinham uma característica comum que era a dificuldade de ir além
do discurso, elas não verbalizavam muito, a maior parte dos discursos e das falas
desses pacientes eram bastante objetivas, pragmáticas, mecânicas, elas não tinham
a facilidade em expressar a fala e expressar a questão facial, mantinham uma
expressão neutra e verbalizavam apenas aquilo que era possível falar na questão
objetiva e orgânica, não colocavam a emoção. Eram pacientes que tinham muita
dificuldade de se colocar na fala, de trazer as emoções, de trazer a subjetividade,
essa foi a dificuldade principal que Pierre Marty encontrou nos pacientes que estava
atendendo, com isso ele foi analisando, pesquisando para ver se isso de fato era
recorrente numa população maior. Entao, ele fez uma pesquisa, delimitou uma
amostra e a partir do dispositivo clínico da escuta ele começou a pontuar as
características que eram bastante repetitivas nesses pacientes, e todos os pacientes
daquela amostra apresentavam uma dificuldade de expressar emoção na face, na
fala e de subjetivar essa fala. E diante desse trabalho, Pierre Marty dizer que os
pacientes que somatizam demais, que adoecem de forma psicossomática, tem uma
dificuldade em falar e expressar emoções, além disso, elas não conseguem
subjetivar, abstrair e refletir.
Essas características foram pontuadas por Marty, que também pontuou
características relacionadas a forma como o indivíduo lidava com os conflitos, onde
chegou à conclusão que essas pessoas que passam pelo processo de adoecimento
constante, adoecimento sem causa orgânica, sem explicação biológica, esses
pacientes não conseguem utilizar os mecanismos de defesa sadios, naturais que o
sujeito pode utilizar de forma inconsciente, e que esse sujeito também não
apresenta as saídas das pulsões de forma natural, de forma funcional.
Na Psicanalise a pulsão, a energia libidinal que está conosco, que permeia
as situações, elas precisam sair de alguma forma, geralmente, fazemos na forma de
extravasar, de retirada de liberação da energia funcional da pulsão, a gente faz de
forma natural e funcional, através dos sonhos, dos atos falhos, do recalque
(repressão), da racionalização esses mecanismos de defesas, nós temos vias para
fazermos a liberação dessa pulsão.
Observou-se que o elemento comum entre os casos analisados em
diferentes investigações era a existência de uma insuficiência profunda ou
passageira do funcionamento mental. Em outras palavras, por razões de natureza
estrutural ou circunstancial, o aparelho psíquico dos pacientes analisados não teria
capacidade suficiente para manejar os fluxos de excitação que a ele convergem.
Assim, o corpo funcionaria como uma espécie de “válvula de escape” dessa
quantidade de excitação que não pôde ser elaborada, ocasionando o surgimento da
doença (Marty, 1993).
Os sujeitos que Pierre Marty vai denominar de operatórios, eles não
conseguem de forma alguma utilizar meios naturais de liberação dessa pulsão, são
pacientes que não conseguem representar simbolicamente, e ai, ele chega a
concepção de que esses pacientes não conseguem fazer uma liberação sadia,
dessas pulsões, a energia vai ficando lá, impactada e esse paciente vai adoecer.
A Escola Psicossomática de Paris tem como característica imprescindível o
pensamento operatório, Pierre Marty enfatiza a evidencia do pensamento ou
funcionamento operatório em pacientes que costumam somatizar, que tem um
adoecimento constante.

Referencias:
 https://www.scielo.br/j/ptp/a/kz93vwtcLyKKHVWLPrB6LVk/?lang=pt
 Apostila de Hélcia

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