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Psicoterapia Breve Dinâmica

A Psicoterapia Breve Dinâmica é uma psicoterapia que usa de forma integrada

conceitos teóricos oriundos de diferentes teorias, além dos conceitos da psicanálise

que envolvem conflito psíquico inconsciente, buscando a resolução destes conflitos

mediante a eliminação de defesas consideradas patológicas através do insight.

Utiliza ainda os conceitos de: reforço do ego, derivado da psicologia do ego; de foco;

de experiência emocional corretiva; de crises e teorias de aprendizagem, incluindo

as teorias cognitivas e comportamentais (CORDIOLI, 1998).

Segundo Cordioli (1998) as principais características da Psicoterapia Breve

Dinâmica são:

a)    Delimitação de um foco, problema ou conflito central, em acordo com o paciente no

qual se centraliza toda o trabalho psicoterápico;

b)    Estabelecimento de uma hipótese psicodinâmica, explicativa do problema principal

ou do foco, que faz sentido ao paciente, ao qual responde positivamente e que

orienta as intervenções do terapeuta;

c)    Interpretação de forças inconscientes;

d)    Ensino de novas formas de lidar com os conflitos emocionais;

e)    Atitude ativa do terapeuta que utiliza, se necessário, medidas de apoio como

manipulação do ambiente, tranquilização e psicofarmacos;

f)     Delimitação do tempo : 12 a 40 sessões em geral;

g)    Seleção adequada do paciente.


O terapeuta adota atitudes e posturas ativas, utilizando além de intervenções

que tem como objetivo o insight, outras como forma de apoio como: sugestão e

educação, clarificação e aconselhamento. A preocupação maior é com o futuro e

menor com o passado (MALAN et al. 1981 apud CORDIOLI, 1998, p. 23).

O paciente ideal para Psicoterapia Breve Dinâmica costuma ter problemas

focados, mesmo que antigos, e aspectos da personalidade funcionantes; tem alta

motivação, boa capacidade de insight e de se vincular rapidamente ao terapeuta.

Mas na verdade são poucas as pessoas que se enquadram no perfil para este tipo

de psicoterapia (CORDIOLI, 1986 apud CORDIOLI, 1998).

Como o tempo para esta psicoterapia é delimitado faz-se necessário abordar

questões envolvendo alta e separação muito precocemente para que sejam

estimuladas a autonomia, auto-estima e independência reforçando os aspectos

positivos do ego.

Na prática o paciente senta-se frente a frente com o psicoterapeuta, em

sessões que podem variar entre uma ou duas vezes por semana inicialmente,

tornando-se mais espaçadas quando se aproxima da alta. No início da psicoterapia

é enfatizada a interpretação dos diversos elementos do conflito: sintomas, impulsos,

desejos ou sentimentos, mecanismos de defesa; num segundo momento, o conflito

manifesta-se nas várias situações interpessoais: transferência, relação com pessoas

significativas da vida atual e da vida passada (MALAN, 1981 apud CORDIOLI,

1998).

Os resultados parecem estar relacionados com a motivação para alcançar a

mudança, freqüência de interpretações transferências e a sua ligação com figuras


paternas a elementos envolvendo impulsos, desejos ou sentimentos do conflito focal

(CORDIOLI, 1988).

Denise Marcon

Psicóloga

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORDIOLI, Aristides V. Psicoterapias Abordagens Atuais. 2ª ed. Porto


Alegre: Artmed, 1998.

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