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LEGISLAÇÃO

PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.503/1997 – Crimes no Código de
Trânsito Brasileiro

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.503/1997 – Crimes no Código de Trânsito Brasileiro
Sergio Bautzer

Crimes Previstos no Código de Trânsito Brasileiro – Lei n. 9.503, de 23 de setembro


de 1997...........................................................................................................................4
Finalidade........................................................................................................................5
Análise do Artigo 291 do CTB..........................................................................................5
Análise do Artigo 292 do CTB....................................................................................... 10
Análise do Artigo 293.................................................................................................... 11
Análise do Artigo 295................................................................................................... 13
Análise do Artigo 297 do CTB........................................................................................ 14
Análise do Artigo 298 do CTB....................................................................................... 15
Circunstâncias Agravantes............................................................................................ 15
Análise do Artigo 301.................................................................................................... 16
Análise do Artigo 302 – Homicídio Culposo em Virtude de Acidente de Trânsito...........23
Análise do Artigo 303 do CTB – Lesão Culposa em Virtude de Acidente de Trânsito..... 27
Análise do Artigo 304 do CTB.......................................................................................32
Análise do Artigo 305...................................................................................................34
Análise do Artigo 306 do CTB – Embriaguez ao Volante. . ............................................. 40
Análise do Artigo 307...................................................................................................46
Análise do Artigo 308 – “Racha”.................................................................................. 50
Análise do Artigo 309...................................................................................................54
Análise do Artigo 310 do CTB........................................................................................56
Análise do Artigo 311.....................................................................................................59
Análise do Artigo 312.................................................................................................... 61
Resumo.........................................................................................................................64
Exercícios..................................................................................................................... 84

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Gabarito...................................................................................................................... 105
Gabarito Comentado. ................................................................................................... 106
Referências Bibliográficas........................................................................................... 143

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Sergio Bautzer

CRIMES PREVISTOS NO CÓDIGO DE TRÂNSITO


BRASILEIRO – LEI N. 9.503, DE 23 DE SETEMBRO
DE 1997
Olá, caro(a) aluno(a)! Eu sou o professor Sérgio Bautzer e hoje estudaremos os crimes pre-
vistos no Código de Trânsito Brasileiro. Num primeiro momento, eu te alerto que um dos temas
mais cobrados em concursos públicos na área jurídica são as situações excepcionais de apu-
ração do crime de lesão corporal culposa por acidente de trânsito por meio de inquérito policial
e quando tal delito se torna de ação penal pública incondicionada. Outro tema tormentoso é
questão do homicídio culposo em virtude de acidente de trânsito e questão do dolo eventual,
quando teremos a migração para o Código Penal. Acredito que no caso concreto, os operado-
res do Direito deverão analisar a situação em concreto, não havendo para os examinadores
como se perguntar um tema tão divergente em provas de primeira fase. Você deve ficar atento
pois os dispositivos que tratam do assunto “crimes de trânsito” estão sofrendo sucessivas
alterações desde o ano de 2008, quando o Código de Processo Penal sofreu uma “minirrefor-
ma”. Por conta das reformas no CTB, eu sugiro a você ter muito cuidado na hora de resolver
questões dos anos anteriores a 2017. Priorize a resolução de questões dos anos 2018 e 2019.
Você pode até estudar questões de anos anteriores, desde que versem sobre dispositivos que
não sofreram alterações legislativas. Ao longo da aula, eu peço que você tenha uma especial
atenção com as teses (que você não pode confundir com súmulas) do STJ. Mesmo lendo as
teste, consulte sempre os Julgados do STF e do STJ sobre o assunto. Temos uma das maiores
frotas de veículos do mundo, então a probabilidade de existirem os mais variados crimes de
trânsito é maior. Qualquer dúvida mande as questões por meio do fórum do Gran Cursos Online
que é o maior, melhor e mais completo curso virtual preparatório para concursos públicos do
país. Boa aula!
O crime de trânsito é aquele em que o delito é cometido na condução de veículos automotores.
Assim, caso uma pessoa ao estacionar seu automóvel, deixe-o desengatado, sem o freio de
mão acionado, se ele vier atingir alguém, o autor será responsabilizado de acordo com o Código
Penal, e não pelo CTB, uma vez que o crime não foi praticado na condução de veículo automotor.

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Veículos automotores são todos aqueles em que há motor de propulsão que circule por
seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou
para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas.
AUTOMÓVEL é o veículo automotor destinado ao transporte de passageiros, com capacidade
para até oito pessoas. Abrange: automóveis, micro-ônibus, ônibus elétrico que não circule sobre
trilhos, vans, motocicletas, motonetas, quadrículos, caminhões e tratores. Não abrange: veículos
ciclomotores, veículos de propulsão humana e de tração animal (bicicletas, patinetes, carroças).
MP/SP (Oral): imagine que o condutor de um veículo deixou o caminhão desengatado e
este desceu e atropelou uma pessoa, que veio a óbito. Neste caso, não se tem um crime de
trânsito, pois o critério do CTB é o agente estar na condução do veículo automotor.

Finalidade
Uma das finalidades da lei em comento é a proteção da segurança viária, conforme é esta-
belecido no art. 28:

Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e
cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.

Análise do Artigo 291 do CTB


A Lei n. 9.099/1995 possui 4 medidas despenalizadoras ou alternativas: (i) transação penal;
(ii) composição civil; (iii) exigência de representação em determinados crimes; (iv) suspensão
condicional do processo (“sursis” processual).
A incidência da Lei n. 9.099/1995 será afastada em algumas hipóteses excepcionais
previstas no art. 291 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Você deve memorizar a lesão corporal culposa em virtude do crime de trânsito (303, CTB)
diferencia-se da lesão culposa prevista no Código Penal.

Representação e o Crime de Lesão Corporal Culposa por Acidente de Trânsito

O crime de lesão corporal culposa decorrente de acidente de trânsito em regra é de ação penal
pública condicionada à representação. Porém será de ação penal pública incondicionada quando:

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1. o condutor estiver embriagado ou sob efeito de substâncias entorpecentes;


2. o condutor estiver participando de competição ou exibição não autorizadas;
3. o condutor transitar em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km.

Representação como condição de procedibilidade da ação penal: a Representação é con-


dição de procedibilidade da ação penal. Trata-se de uma autorização da vítima para o início da
persecução penal (extrajudicial, como o inquérito, ou judicial). Ou seja, é uma manifestação de
vontade por parte da vítima em processar criminalmente o autor do fato criminoso.

Exemplo: imagine que uma pessoa seja atropelada por um veículo que transita em velocidade
superior à permitida para a via (ex.: veículo a 60km/h em uma pista de 40 km/h). O condutor,
entretanto, não estava embriagado, não participava de racha e, como se nota, a velocidade não
ultrapassa a permitida em 50 km/h à permitida para a via. Quando os peritos do instituto de
criminalista verificam a cena do crime, avaliando distância de frenagem e danos nos veículos,
eles verificam a velocidade do veículo no momento do acidente. O atropelado ainda será enca-
minhado ao IML, onde passará pelo exame de lesões. Ao final da coleta de elementos informa-
tivos, é possível que o Delegado de Polícia lavre o chamado termo circunstanciado para apurar
a lesão corporal culposa em virtude de acidente de trânsito. Imagine que depois disso o con-
dutor do veículo tenha arcado com todas as despesas relacionadas ao acidente e, ao chamar
a vítima para ser ouvida na delegacia, esta afirma que não deseja ser encaminhada para IML

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e, não obstante, “renuncia” ao seu direito de representar. Neste caso, a postura do delegado
deve ser a de tombar o termo circunstanciado em apuração e remetê-lo ao Poder Judiciário
(em algumas unidades da Federação, como no Distrito Federal, a tramitação é direta ao MP).

Renúncia ao direito de representação: a vítima pode renunciar (na prática policial, há o


termo de renúncia, quando na verdade deveria se chamar termo de retratação) ao seu direito
de representação em situações como a narrada, pois, como regra, a lesão corporal culposa em
acidentes de TRÂNSITO é crime de ação penal pública condicionada à representação.

Termo Circunstanciado e o Crime de Lesão Corporal Culposa por Acidente


de Trânsito

Quem pode lavrar o termo circunstanciado?


no Distrito Federal, por força de um ato normativo do TJDFT, os agentes do DER/DF, do DE-
TRAN, membros da Polícia Militar e membros da Polícia Rodoviária Federal, também podem
lavrar termo circunstanciado. Trata-se de interpretação doutrinária do termo “autoridade policial”,
que foi entendida de modo ampliativo por doutrinadores como Damásio de Jesus e incorporada
pelo ato normativo do Tribunal. Nesse sentido, há quem sustente que em razão dos princípios
que norteiam os Juizados Especiais (art. 62, Lei n. 9.099/1995), um Oficial da Polícia (ou até um
Praça) pode ser considerado como autoridade policial também. Para a maioria da doutrina e da
jurisprudência, contudo, quando o CPP e as demais leis penais especiais se referem a expressão
“autoridade policial”, só estaria a se falar no Delegado de Polícia Civil ou Federal.
Em regra, a lesão corporal culposa em virtude de acidente de trânsito é crime de ação penal
pública condicionada a representação e apurado por Termo Circunstanciado.
LEMBRE-SE: a Lei 12.830/13, que trata da condução da investigação pelo Delegado de
Polícia, afirma que o Delegado de Polícia investiga as infrações penais por meio de Inquérito
Policial ou de Termo Circunstanciado.
Termo Circunstanciado: é o procedimento administrativo e inquisitivo, presidido por Dele-
gado de Polícia, que tem por finalidade apurar as infrações penais de menor potencial ofensivo
(Art. 69, parágrafo único, Lei n. 9.099/1995).

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Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado
e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as
requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado
ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante,
nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de
cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação dada pela
Lei n. 10.455, de 13.5.2002)

 Obs.: Quais são as infrações de menor potencial ofensivo? (Art. 61, Lei n. 9.099/1995)
 Crimes cuja pena máxima é de até 2 anos e todas as contravenções penais.
 Atenção: em uma prova realizada pelo CESPE, no ano de 2013, o examinador elaborou
uma assertiva afirmando que os crimes contra as relações de consumo eram todos de
menor potencial ofensivo, o que demandava do aluno a leitura da letra da lei no tocan-
te, como diria o Capitão, ao Código de Defesa do Consumidor.

O crime de lesão corporal culposa ocorrida por acidente de trânsito será apurado por termo
circunstanciado. Será apurado por inquérito policial quando:
1. O condutor estiver embriagado ou sob efeito de substâncias entorpecentes;
2. O condutor estiver participando de competição ou exibição não autorizadas;
3. O condutor transitar em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km.

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Vale a pena transcrever a análise do artigo 291 do CTB feita pelo professor Guilherme de
Souza Nucci:

Acerca dos incisos I a III do § 1º, o agente não poderá preencher qualquer das hipóteses previstas
nesses incisos. Sendo assim, se sua conduta for detectada em qualquer dessas situações, a lesão
corporal culposa, caracterizada com infração penal de trânsito, deixa de ser considerada de menor
potencial ofensivo. Logo, não caberá a transação ou composição dos danos, nem se exige represen-
tação da vítima.

Sobre a questão da lesão corporal culposa causada por motorista embriagado ou drogado,
ensina Nucci.

Não é necessário estar completamente embriagado, bastando à influência da bebida. Portanto,


é fundamental que o álcool ou outra substância psicoativa determine uma alteração substancial de
comportamento em relação à direção do veículo.1

Entendemos que não é necessário que o condutor faça o exame do bafômetro no caso em
comento, uma vez que a lei não exige no tipo penal um percentual de álcool no organismo do
autor, bastando assim o exame clínico de embriaguez, feito por perito oficial, e na falta deste
por duas pessoas idôneas.
Sobre o “racha” professa Nucci:

O inciso acima exposto trata-se da figura vulgarmente conhecida como “racha”. Desse modo, como
o tipo penal trata de um crime de perigo, pois configurado o dano, por exemplo: lesão corporal ou
morte, pune-se a infração mais grave, (vide art. 302 e 303) que absorve o art. 308. Pelo exposto,
cuidando-se de lesão corporal culposa, decorrente do crime descrito no art. 308, da lei em comento,
não se pode considerar de menor potencial ofensivo. Assim, afastam-se os benefícios advindos da
Lei n. 9.099/1995.2

Por fim, sobre a velocidade excessiva:

Relativo à velocidade excessiva trata-se de infração administrativa prevista no art. 218, inc. III, desta
lei (dirigir em velocidade superior a máxima permitida para a via em 50%), considerada gravíssima,
embora importada com erro.3

1
Ibidem.
2
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1137
3
Ibidem, p.1137

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O referido art. 218, III, indica o excesso quando atingida a velocidade superior á máxima em 50%,
enquanto o inc III do § 1º do art. 291 menciona 50Km/h. O equívoco soa-nos evidente. O motorista
em dirigir a 90 Km/ h em via cuja velocidade máxima é de 50 Km/h provocando acidente, com lesões
corporais culposas, pode receber os benefícios da Lei n. 9.099/1995, pois a velocidade em excesso
não atingiu 50 km /h. No entanto, cuida-se de infração administrativa gravíssima, uma vez que foi
ultrapassado o limite máximo de velocidade em mais de 50%.O ideal seria a mensão em percentual
e não é parâmetro fixo, vale dizer, 50km/h.4

Análise do Artigo 292 do CTB

Diz o artigo 292 do CTB:

Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo


automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou cumulativamente com outras
penalidades.

De acordo com o doutrinador Ordeli Savedra Gomes no tocante à suspensão: “o juiz aplica
a penalidade de suspensão do direito de dirigir de uma pessoa que já está devidamente habi-
litada para conduzir veículos automotores em vias públicas” (…) No que se refere a proibição:

O juiz aplica a penalidade de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veícu-
los automotores em vias públicas, em relação a uma pessoa que ainda não esteja devidamente
habilitada nos termos deste código. Esta pessoa poderá, inclusive, já ter-se inscrito em um Centro
de Formação de Condutores e está em processo de aprendizagem, mas, em razão de ter cometido
determinado crime de trânsito, o juiz poderá lhe aplicar pena impeditiva de obter sua habilitação, por
determinado período de tempo.5

Você deve memorizar nos crimes previstos no CTB, quando o juiz, após o processo-crime,
converter a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, e o sujeito for prestar serviços
à comunidade, suas atividades serão disciplinadas pelo Art. 312-A do CTB:

Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que o
juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá
ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes ativida-
des: (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

4
Op. Cit. p.1159
5
GOMES, Ordeli Savedra, Código de trânsito Brasileiro Comentado e Legislação Complementar, 4ed, Curitiba: Juruá,2009,
p.291.

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I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras uni-
dades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
II – trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de
acidente de trânsito e politraumatizados; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
III – trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito;
(Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
IV – outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes
de trânsito.

Você deve memorizar que o STJ entende que quando há penalidade de imposição da proi-
bição ou suspensão da CNH, não cabe HABEAS CORPUS, pois quando o juiz a impõe não há
ameaça à liberdade de ir e vir.

Análise do Artigo 293

Dispõe o artigo 293 do CTB:

Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para


dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade
judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver
recolhido a estabelecimento prisional.

Entendemos assim como a maioria da doutrina que a lei estabeleceu um espaço despro-
porcional para o magistrado fixar a pena em comento, pois ela deve ser aplicada entre o mínimo
de (dois) meses e o máximo de 5 (cinco) anos.
De acordo com NUCCI:

Em nosso ponto de vista, fixando o mínimo, o máximo ou qualquer medida no meio-termo, deve o
juiz fundamentar, expondo, claramente, as razões que o levaram a esse quantum. Entretanto, a ju-
risprudência é mais condescendente, exigindo motivação apenas para o caso de ser fixado período
superior a dois meses.6

6
Op. Cit. p.1139.

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Análise do § 1º – Intimação para Entrega da Carteira de Dirigir

Ensina Guilherme Nucci:

Fixou-se o prazo em horas, ou seja, 48 horas, por esse motivo é necessário constar no mandado de
intimação exatamente o momento em que o oficial de justiça intimou o acusado a entregar o docu-
mento. Sendo assim, é de fundamental importância essa menção, pois somente se pode considerar
comprida qualquer penalidade envolvendo a suspensão da habilitação ou permissão para dirigir
quando a carteira for entregue a autoridade7.

Nesse sentido é a jurisprudência do TJ-MT:

Tendo sido o agravado condenado à pena de suspensão da utilização da Carteira Nacio-


nal de Habilitação, imprescindível a entrega desta ao juízo competente, nos termos do
artigo 293, § 1º, da Lei 9503/97, em razão de ser a retenção do referido documento a
única maneira de garantir que a pena imposta ao condenado seja efetivamente cumprida
(Ag. 97.963/06, 3.ªC.,Rel. Círio Miotto, 12.03.2007)

Análise do § 2º – Efetividade da Sanção Restritiva de Direito

Obviamente não há sentido, o réu que esteja cumprindo pena em regime fechado entregar
a carteira de habilitação, pois encontrando-se preso, é normal que o mesmo não possa sequer
dirigir.8

Suspensão Cautelar do Direito de Dirigir e o Cabimento de Recurso em


Sentido Estrito

Rege o artigo 294 do CTB:

Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia
da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada,
a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
obtenção.

7
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1137.
8
Ibidem.

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Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o
requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.

Como leciona Nucci:

Cuida-se de medida positiva, a ser tomada de ofício pelo magistrado, ou atendendo a requerimen-
to do Ministério Público ou representação da autoridade policial, embora a lei seja, mais uma vez,
redundante ao exigir decisão fundamentada. (…) A decisão que deixar de decretar a suspensão
cautelar do direito de dirigir será impugnada pelo Ministério Público através de Recurso em Senti-
do Estrito, naturalmente sem efeito suspensivo. Porém, a decisão que suspender cautelarmente o
direito, pode ser impugnada pelo indiciado ou réu, através do mesmo recurso, embora sem o efeito
suspensivo.9

Nos termos do art. 294 do CTB, o delegado pode representar pela proibição ou suspensão
da habilitação, o que pode ser feito no próprio relatório final de conclusão do inquérito poli-
cial. A norma prevê que o juiz também pode decretar tal medida cautelar de ofício, o que é
questionável diante do princípio da imparcialidade. Vários dispositivos do sistema processual
penal brasileiro, que tratavam da possibilidade magistrado decretar a cautelar de ofício, foram
revogados por conta do Pacote Anticrime.

Análise do Artigo 295
Rege o artigo 295 do CTB:

Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a


habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito –
CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.

Ordeli Savedra Gomes analisa o dispositivo e explica:

É indispensável que o Juiz, ao aplicar a penalidade de suspensão do direito de dirigir ou a proibição


de se obter a permissão ou a habilitação, comunique ao DETRAN do respectivo Estado ou do Dis-
trito Federal, para que a Autoridade de Trânsito tenha ciência e insira tal informação no prontuário
do condutor. Com o cadastro da penalidade junto ao RENACH (Registro Nacional de Condutores
Habilitados), aquele condutor não poderá obter uma 2ª via e, se ainda não for habilitado, não poderá
sê-lo, pelo prazo definido na sentença condenatória irrecorrível.10

9
Op. Cit. p.1141
10
GOMES, Ordeli Savedra,Código de trânsito Brasileiro Comentado e Legislação Complementar, 4. ed,Curitiba: Juruá,2009,
p.295.

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Guilherme Nucci nos ensina que:

Fiscalização: a medida judicial precisa ser comunicada às autoridades encarregadas de fiscaliza-


ção do trânsito e dos condutores de veículos automotores. Evitamos, com isso, o surgimento de
contradição, como poderia ocorrer se o réu entregasse sua carteira de habilitação em juízo, mas
providenciasse uma segunda via na esfera administrativa.11

Reincidência em Crime de Trânsito

Dispõe o artigo 296 do CTB que:

Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a pena-
lidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das
demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei n. 11.705, de 2008)

Pela leitura da letra do artigo 296 do CTB verifica-se que o legislador adotou a corrente am-
pliativa da reincidência específica, ou seja, não é necessário que o condutor cometa o mesmo
crime de trânsito, que outrora foi condenado, devendo ele praticar qualquer delito previsto na
lei em estudo.
Assim, se o indivíduo foi processado e condenado por crime de embriaguez ao volante,
caso ele cometa um crime de “racha” após o trânsito em julgado da sentença do primeiro
processo, ele será considerado reincidente específico em crime de trânsito.

Análise do Artigo 297 do CTB


Dispõe o artigo 297 do CTB:

Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em


favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49
do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.

Natureza Jurídica da Multa Prevista no Art. 297

Sustentamos que a multa prevista no artigo em comento tem natureza penal, pois a base
de cálculo é feita a partir do Código Penal. Guilherme de Souza Nucci ainda acrescenta que a
11
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010, p.1236.

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vítima insatisfeita pela fixação da multa feita pelo juiz do processo criminal, pode demandar na
esfera cível uma complementação.12

Análise do Artigo 298 do CTB


Rege o artigo 298 do CTB:

Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o con-
dutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial
a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros
ou de carga;
VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afe-
tem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas
especificações do fabricante;
VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

Circunstâncias Agravantes
São circunstâncias que servem para que o juiz eleve a pena do acusado.13

Análise do Inciso I – Dano Potencial e Grande Risco

Segundo ensina Ordeli Savedra Gomes:

Dano potencial está diretamente ligado à virtualidade, potência ou capacidade produtiva do perigo.
A  segunda diz respeito ao grande risco de grave dano patrimonial a terceiros. Aqui o comporta-
mento do condutor se revelou demasiadamente grave, expondo patrimônio de terceiros a riscos
financeiros elevados.

Análise do Inciso II – Ausência ou Falsificação de Placas

A ausência de placas no veículo dificulta e até mesmo impossibilita a identificação do agen-


te. Por outro lado, a existência de placas falsificadas (adulteradas) provocam o mesmo efeito.
12
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1137
13
Op. Cit, p.1137

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A falsificação pode ser material (fabricação da placa for feita por agente não autorizado) ou
ideológica (placa emitida por órgão de trânsito porém tendo como base dados irreais).14

Análise do Inciso III – Ausência de Permissão ou Habilitação

Não se configura situação de responsabilidade penal objetiva. A circunstância agravante


vincula-se a pessoa do agente, que apresenta maior culpabilidade, em razão de dirigir veículo
automotor infringindo regra estatal impositiva, que exige preparo e licença.

Análise do Inciso IV – Motorista Profissional

O condutor deve estar devidamente habilitado para conduzir aquele determinado veículo,
pois de nada lhe adianta possuir a habilitação na categoria A e conduzir veículo para o qual
necessita ter habilitação com categoria E.E

Análise do Inciso V – Veículo Adulterado

Portanto, se o proprietário tiver efetuado alguma alteração no veículo, a qual seja proibida,
ou não esteja devidamente registrada junto ao DETRAN, e vier a se envolver em crime de trân-
sito, terá essa circunstância agravante a seu desfavor.15

Análise do Inciso VI – Faixas para Pedestre

Se o crime de trânsito ocorre exatamente na faixa de segurança é natural supor o desleixo


do condutor e sua maior culpabilidade.

Análise do Artigo 301

Rege o artigo 301 do CTB:

Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se
imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.

14
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1144.
15
Ibidem. p.298

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Sobre o tema nos ensina o Professor Guilherme Nucci:

Proibição da prisão em flagrante: cuida-se de medida salutar, pois os crimes de trânsito, quando
provocam danos (homicídios ou lesões corporais), são culposos, motivo pelo qual se espera do
condutor a sensibilidade de prestar pronto e integral socorro à pessoa atingida. Se não agiu proposi-
tadamente, constituindo o acidente fruto da sua imprudência, negligência ou da imperícia, a conduta
ideal é a prestação de socorro, que não poderá naturalmente, terminar ocasionando a sua prisão.
Não há compatibilidade entre o incentivo à prestação de ajuda à vítima do delito de trânsito e a
prisão do condutor em flagrante, obrigando-o a se submeter, por exemplo, à  prestação de fiança
para sair do cárcere. Por outro lado, quando o crime ocorrer e houver omissão de socorro, torna-se
situação mais grave, gerando causa de aumento de pena (artigo 302, parágrafo único, III; art. 303,
parágrafo único).16

Diferença de voz de prisão x auto de prisão em flagrante: não podemos confundir o ato de dar
voz de prisão em flagrante (uma das fases da prisão) com a lavratura do auto de prisão em flagran-
te, que é a peça inaugural do inquérito (eu sugiro que você estude os arts. 304 a 306 do CPP).
Apresentação espontânea da pessoa que se apresenta espontaneamente na unidade poli-
cial alegando a prática de uma infração penal, até então desconhecida do Delegado de Polícia,
não tem o condão de impedir a decretação de prisão preventiva ou temporária, nos casos pre-
vistos no CPP e na Lei n. 7.960/1989.
NÃO PODEM SER SUJEITOS PASSIVOS DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE:
(I) o autor da infração penal que presta pronto e integral socorro;
O autor da infração penal de trânsito que presta pronto e integral socorro à vítima de aci-
dente de trânsito não poderá ser sujeito passivo do auto de prisão em flagrante.

Exemplo: motorista de caminhão de móveis que mata uma criança ao dar ré, mas, a despei-
to disso, chama a ambulância, permanecendo no local até o socorro e a Polícia chegarem e,
quando chamado a Delegacia, comparece prontamente para prestar todos os esclarecimentos.

Se há risco de o motorista ser linchado, ele até pode sair do local, mas desde que ligue para o
SAMU, Corpo de Bombeiros Militar ou tome as medidas necessárias para providenciar o socorro.
(II) o adolescente infrator tendo em vista que o ECA já prevê um procedimento especial
(auto de apreensão);
(III) o usuário de drogas.
16
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010, p.1242.

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Caso do usuário de drogas: o art. 48 da Lei de Drogas (11.343/06) dispõe que o usuário
que se recusar a assinar o termo de compromisso de comparecimento ao Juizado Especial
Criminal não será preso em flagrante. Em verdade, mais correto e técnico seria que o art. 48 da
Lei de Drogas colocasse como consequência a não lavratura de auto de prisão em flagrante
considerando a impossibilidade de detenção do usuário.
Rege o art. 48 da Lei de Drogas:

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo dis-
posto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal
e da Lei de Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso
com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60
e seguintes da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais
Criminais.
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, deven-
do o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir
o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
requisições dos exames e perícias necessários.
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas
de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a exa-
me de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente,
e em seguida liberado.
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n. 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Espe-
ciais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28
desta Lei, a ser especificada na proposta.

Ninguém assina Termo Circunstanciado. O que o agente assina é o Termo de Compromisso


de Comparecimento ao Juizado Especial Criminal, que é uma peça que faz parte do Termo
Circunstanciado.

LEMBRE-SE: a Lei de Drogas foi alterada em 2019, criando a chamada internação voluntá-
ria e involuntária no âmbito administrativo, o que demonstra que o usuário é um caso de saúde
pública. Atenção, mesmo com a referida alteração legislativa, PORTE DE DROGA PARA USO
PRÓPRIO CONTINUA SENDO CRIME.

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(IV) aquele que assume o compromisso de comparecer ao juizado especial criminal (art. 69,
parágrafo único, Lei n. 9099/95).
O autor de infração de menor potencial ofensivo que assumiu o compromisso de compa-
recer ao Juizado não poderá ser sujeito passivo do auto de prisão em flagrante. Do contrário,
não assinando o termo de compromisso comparecimento ao Juizado Especial Criminal, será
lavrado o auto de prisão em flagrante e fixado o valor da fiança.
Omissão de socorro como crime subsidiário: o crime de omissão de socorro previsto no
Art. 304 do CTB é infração de menor potencial ofensivo, mas é crime subsidiário, pois pode ser
que o fato constitua elemento de crime mais grave, como no caso do homicídio culposo.
O Art. 304 do CTB é modalidade especial de omissão de socorro (prevista no CP).

Lesão Corporal Culposa em Virtude de Acidente de Trânsito

CTB
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, apli-
cam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não
dispuser de modo diverso, bem como a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da
Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo
único pela Lei n. 11.705, de 2008)

Institutos Aplicáveis a Lesão Corporal Culposa no CTB (291, § 1º)

(i) Na COMPOSIÇÃO CIVIL – Autor e Vítima chegam a um acordo lavrado em audiência pre-
liminar convocada antes do oferecimento da denúncia. Tal audiência de conciliação é realizada
antes de se propor a transação e, uma vez realizada a composição, a vítima renuncia ao direito
de queixa ou de representação. A  sentença que homologa a composição civil é irrecorrível.
Caso não haja o cumprimento do acordo, a sentença que homologa a composição é executada
no Juízo Cível.
(ii) A TRANSAÇÃO PENAL também é realizada em audiência preliminar, constituindo-se
em um acordo entre o Promotor de Justiça e o autor do fato (Art. 76, Lei n. 9.099/1995). Da
sentença que homologa a transação penal, contudo, cabe Apelação, diferente do que ocorre
com a composição civil (Art. 76, § 5º, Lei n. 9.099/1995). Caso o sujeito não cumpra o acordo,

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o juiz abre vista ao MP, que oferecerá a denúncia ou requererá o retorno do procedimento in-
vestigatório para a unidade policial requisitar diligências, de acordo com o disposto em Súmula
Vinculante do STF.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena res-
tritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena
restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para
impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de anteceden-
tes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo
aos interessados propor ação cabível no juízo cível.

(iii) O Art. 88 da Lei n. 9.099/1995 exige REPRESENTAÇÃO para os crimes de lesão corporal
leve e lesão corporal culposa:

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação
a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Antes da edição da Lei dos Juizados Especiais Criminais, tais delitos eram de ação penal
pública incondicionada.
Exceção ao Art. 88, L.9099/95: Art. 41 da Lei Maria da Penha determina que não se aplica a
Lei n. 9.099/1995 aos crimes (e contravenções) cometidos em situação de violência doméstica.
Logo, a lesão corporal em situação de violência doméstica é de ação penal pública incondiciona-
da. O mesmo valendo para a contravenção penal praticada em situação de violência doméstica.
Rege o art. 41 da Lei Maria da Penha:

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Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independente-
mente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995.

 Obs.: E a suspensão condicional do processo (sursis processual)? (CESPE/Cebraspe adora


o tema)
 Cabe sursis processual nos crimes cuja pena mínima é igual ou inferior a um ano.
Quanto à suspensão condicional do processo, há doutrinadores que entendem que o
art. 89 não deveria estar na Lei dos Juizados, mas sim no CPP, por conta da hipótese
de cabimento.

Art.  89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas
ou não por esta Lei, o  Ministério Público, ao  oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não te-
nha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

CTB
Art. 291.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da
Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo
único pela Lei n. 11.705, de 2008)
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;
(Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)

Até um determinado tempo apenas era possível lavrar o auto de prisão em flagrante por
embriaguez ao volante se a pessoa tivesse soprado o bafômetro, sendo que o resultado era
comprovado por meio da “fita” confeccionada pelo aparelho. Depois da alteração de 2008 feita
pelo legislador em relação ao art. 306 do CTB, muitos condutores começaram a se recusar se
submeter ao teste do etilômetro. Em 2012, houve nova alteração no art. 306 do CTB, para que
outros meios de prova fossem usados para autuação criminal do motorista embriagado.

Como a menção a substância psicoativa no inciso I do § 1º do art. 291 do CTB, a Portaria n.


344/98 do Ministério da Saúde é o ato administrativo que prevê o rol de substâncias entorpe-
centes (Não há necessidade de memorização). No entanto, há de se ter em conta que não são

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apenas as substâncias ilícitas que determinam dependência. O Art. 243 do ECA, por exemplo,
fala em substâncias que causam dependência e que são vendidas livremente no comércio,
como a cola de sapateiro, por exemplo. Assim, ainda que a cola seja uma substância lícita,
não enquadrada no rol de entorpecentes, ela causa dependência (O art. 243 do ECA foi um dos
assuntos mais cobrados pelo MPSP nos anos 2000).

As medidas despenalizadoras previstas na Lei n. 9.099/1995 serão afastadas no crime de


lesão corporal culposa em virtude de acidente de trânsito, quando o condutor estiver embria-
gado ou sob efeito de substâncias entorpecentes.

II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou


demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade compe-
tente; (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)

Deve-se ter cuidado ao estudar o CTB na parte da racha, pois tal delito, assim como a
embriaguez ao volante e a lesão culposa em virtude de acidente de trânsito, sofreu profundas
muitas alterações.
A exibição não autorizada, que é diferente da competição não autorizada, também afasta a
aplicação de medidas despenalizadoras, caso alguém se lesione. Ex.: motociclistas que costu-
mam empinar motos com alguém na garupa, por exemplo, caso causem um acidente, respon-
dem pelo crime de lesão corporal culposa prevista no CTB, sem a possibilidade de aplicação
das medidas despenalizadoras. Vale lembrar, porém, que existem exibições autorizadas pelo
Poder Público.

III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta qui-
lômetros por hora). (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)

CUIDADO: quando o indivíduo recebe uma multa administrativa, ela vem com a infração
descrita em forma de porcentagem e não nominalmente, como ocorre no inciso III (50 km/h).

Exemplo: o condutor que transita a 120 km/h em uma via de 60 km/h encaixa-se nesta exce-
ção. Cabe mencionar que o laudo/informação pericial juntados ao inquérito são capazes de
indicar a velocidade do motorista no momento do acidente que ocasionou a lesão corporal.

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§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a
investigação da infração penal. (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)

Inquérito x Termo Circunstanciado: o inquérito policial é um procedimento administrativo


e inquisitivo, presidido pelo Delegado de Polícia, destinado a apurar crimes de médio potencial
ofensivo, graves, hediondos e equiparados aos hediondos. Já, o termo circunstanciado tam-
bém é um procedimento administrativo e inquisitivo presidido pela Autoridade Policial, mas
que objetiva apurar infrações penais de menor potencial ofensivo.

Alterações da nova Lei de Abuso de Autoridade:


A despeito de o inquérito ser um procedimento inquisitivo, temos que lembrar que o Estatuto
da OAB confere ao advogado o direito de formular perguntas e apresentar quesitos após o in-
terrogatório do indiciado. O Pacote Anticrime prevê até citação para o inquérito policial militar
(art. 16-A do CPPM).

Análise do Artigo 302 – Homicídio Culposo em Virtude de Acidente de


Trânsito

Rege o artigo 302 do CTB:

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3
(um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
I  – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (Incluído pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; (In-
cluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
IV – no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passa-
geiros. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substân-
cia psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)

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Penas – reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)

Além do mais, o crime de homicídio culposo do Código Penal NÃO é punido com a mesma
pena do homicídio culposo previsto no Código de Trânsito.
Você deve memorizar que o STF e o STJ entendem que o fato de a infração do Art. 302 do
CTB ter sido praticada por motorista profissional não conduz à substituição da pena acessória
do direito de dirigir por outra, pois é justamente de tal categoria que se espera mais cuidado e
responsabilidade no trânsito.

JURISPRUDÊNCIA
HOMICÍDIO. FAIXA. PEDESTRES. A  causa de aumento da pena constante do art.  302,
parágrafo único, II, do CTB só incide quando o homicídio culposo cometido na direção de
veículo automotor ocorrer na calçada ou sobre a faixa de pedestres. Portanto, não incide
quando o atropelamento ocorrer a poucos metros da referida faixa, tal como no caso,
visto que o Direito Penal não comporta interpretação extensiva em prejuízo do réu, sob
pena de violação do princípio da reserva legal (art. 5º, XXXIX, da CF/1988). HC 164.467-
AC, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 5ª Turma, julgado em 18/5/2010.)

Em relação ao inc. IV do § 1º do art. 302 do CTB, já decidiu a 6ª Turma do STJ:

DIREITO PENAL. HOMICÍDIO CULPOSO COMETIDO NO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE DE


TRANSPORTE DE PASSAGEIROS.
Para a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 302, parágrafo único,
IV, do CTB, é  irrelevante que o agente esteja transportando passageiros no momento
do homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor. Isso porque, con-
forme precedente do STJ, é  suficiente que o agente, no exercício de sua profissão ou
atividade, esteja conduzindo veículo de transporte de passageiros. Precedente citado:
REsp 1.358.214-RS, Quinta Turma, DJe 15/4/2013. AgRg no REsp 1.255.562-RS, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 4/2/2014.

Objetividade Jurídica

O bem protegido pelo Direito Penal é a vida.

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Lei n. 9.503/1997 – Crimes no Código de Trânsito Brasileiro
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Sujeito Ativo e Passivo

Sujeito ativo é o condutor do veículo. Trata-se de crime comum, ou seja, qualquer pessoa
pode praticá-lo. O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa.
Havendo duas ou mais vítimas, aplica-se, no caso, a regra do art. 70 CP (concurso formal).

Objeto Material

A pessoa que vem a morrer, vítima da ação do agente. Na definição de GIULIO BATTAGLINI,
“objeto material é a coisa corporal ou a pessoa física sobre a qual a ação incide materialmente.”17

Elemento Subjetivo

O elemento subjetivo é a culpa. Damásio de Jesus afirma se tratar de elemento normativo


do tipo, devendo o juiz valorar se o agente agiu com a imprudência, negligência ou imperícia.18
Sobre o tema já decidiram os tribunais:

A intencionalidade do agente, elemento subjetivo, é o que distingue o crime doloso do


culposo, porque as circunstâncias objetivas tipificam os dois delitos” (TJRS, ApCrim
70000843805, rel. Des. Silvestre Jasson Ayres Torres, 1ª Câmara Criminal, j. 6-9-2000,
Revista Jurídica n. 278, p.143).
“O crime de homicídio culposo exige, para a sua configuração, a descrição de fato que
revele a existência de negligência, imprudência ou imperícia (STJ, HC 74781/SP, 5ª T, rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 4-10-2007, DJ de 5-11-2007, p. 310).

Você deve memorizar que o STJ entende que na hipótese de homicídio praticado na dire-
ção de veículo automotor, havendo elementos nos autos indicativos de que o condutor agiu,
possivelmente, com dolo eventual, o julgamento acerca da ocorrência deste ou da culpa cons-
ciente compete ao Tribunal do Júri, na qualidade de juiz natural da causa.

17
Direito penal; parte geral, trad. De Paulo José da Costa Jr. E Ada Pellegrini Grinover, com notas de Euclides Custódio da
Silveira, São Paulo, Saraiva, 1964, p.139
18
JESUS, DAMÁSIO EVANGELISTA DE. CRIME DE TRÂNSITO. SÃO PAULO. ED. SARAIVA. 1998

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Aplicação dos Benefícios Previstos na Lei n. 9.099/1995

Não se aplicam os institutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/1995, pois o crime


é de médio potencial ofensivo.

Tentativa

Não é possível pois se trata de um crime culposo.

Consumação

O crime se consuma quando a vítima vem a óbito.

Perdão Judicial

É cabível a figura do perdão judicial. De acordo com o tema é a jurisprudência:

O instituto do perdão judicial é admitido toda vez que as consequências do fato afetem
o respectivo autor, de forma tão grave que a aplicação da pena não teria sentido, injusti-
ficável de torna sua cisão (STJ, HC 21.442, SP, 5ªT., rel. Min. Jorge Scartezzinni, DJU de
9-12-2002, Revista IOB de Direito Penal e Processual Penal n. 18, p.86).

A 6ª Turma do STJ:

O perdão judicial não pode ser concedido ao agente de homicídio culposo na direção de
veículo automotor (art. 302 do CTB) que, embora atingido moralmente de forma grave
pelas consequências do acidente, não tinha vínculo afetivo com a vítima nem sofreu
sequelas físicas gravíssimas e permanentes. Conquanto o perdão judicial possa ser apli-
cado nos casos em que o agente de homicídio culposo sofra sequelas físicas gravíssi-
mas e permanentes, a doutrina, quando se volta para o sofrimento psicológico do agente,
enxerga no §  5º do art.  121 do CP a exigência de um laço prévio entre os envolvidos
para reconhecer como “tão grave” a forma como as consequências da infração atingi-
ram o agente. A interpretação dada, na maior parte das vezes, é no sentido de que só
sofre intensamente o réu que, de forma culposa, matou alguém conhecido e com quem

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mantinha laços afetivos. O exemplo mais comumente lançado é o caso de um pai que
mata culposamente o filho. Essa interpretação desdobra-se em um norte que ampara o
julgador. Entender pela desnecessidade do vínculo seria abrir uma fenda na lei, não dese-
jada pelo legislador. Isso porque, além de ser de difícil aferição o “tão grave” sofrimento,
o argumento da desnecessidade do vínculo serviria para todo e qualquer caso de delito
de trânsito com vítima fatal. Isso não significa dizer o que a lei não disse, mas apenas
conferir-lhe interpretação mais razoável e humana, sem perder de vista o desgaste emo-
cional que possa sofrer o acusado dessa espécie de delito, mesmo que não conhecendo
a vítima. A solidarização com o choque psicológico do agente não pode conduzir a uma
eventual banalização do instituto do perdão judicial, o que seria no mínimo temerário no
atual cenário de violência no trânsito, que tanto se tenta combater. Como conclusão, con-
forme entendimento doutrinário, a desnecessidade da pena que esteia o perdão judicial
deve, a partir da nova ótica penal e constitucional, referir-se à comunicação para a comu-
nidade de que o intenso e perene sofrimento do infrator não justifica o reforço de vigência
da norma por meio da sanção penal. REsp 1.455.178-DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 5/6/2014.

Ação Penal

A ação penal é pública incondicionada.

Análise do Artigo 303 do CTB – Lesão Culposa em Virtude de Acidente


de Trânsito

Rege o artigo 303 do CTB:

Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:


Penas – detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do
art. 302. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras penas
previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão
da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime re-
sultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)

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Você deve memorizar que o STJ entende que o crime de embriaguez ao volante e de lesão
corporal culposa na direção de veículo automotor, são autônomos e o primeiro não é meio
normal nem fase de preparação ou execução para o cometimento do segundo, não havendo
em se falar no princípio da consunção. Haverá, portanto, lesão corporal culposa em concurso
com embriaguez ao volante. Tal entendimento deve ser usado quando resultar lesão corporal
culposa de natureza “grave”.

Objetividade Jurídica

O bem protegido pelo direito penal é a incolumidade física dos outros condutores de
veículos e dos pedestres.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O mesmo vale para a vítima.

Elemento Subjetivo

É a culpa. Culposos são os crimes “em que o resultado provém de imprudência, negligên-
cia ou imperícia do agente”.19 A forma dolosa não é tipificada como crime de trânsito.

Objeto Material

É a pessoa lesionada, vítima da ação do agente.

Tentativa

Não tentativa em crime culposo. “O dolo é essência à tentativa. Assim, não há tentativas
em crime culposo”.

Consumação

Consuma-se o crime com a mera ofensa à integridade física da vítima. Assim é o entendi-
mento jurisprudencial:
19
Aníbal Bruno, Direito Penal: parte geral, 3. Ed, Rio de Janeiro, Forense, 1967, t.2, p.223

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Lesões corporais culposas, ainda que mínimas, constituem a materialidade exigida para
o reconhecimento do delito do art. 303 da L. 9503/97 (TJRS, ACr 70005350897, 1ª CCrim,
rel. Des. Manuel José Martinez Lucas, j. 12-3-2003, Revista de Direito Penal e Processual
n.23, p. 139)

Perdão Judicial

É cabível, como se pode observar pela leitura do julgado abaixo:

STJ – HC 21442 / SP
EMENTA
PROCESSO PENAL – ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO – PERDÃO JUDICIAL – MORTE DO
IRMÃO E AMIGO DO RÉU – CONCESSÃO – BENEFÍCIO QUE APROVEITA A TODOS.
– Sendo o perdão judicial uma das causas de extinção de punibilidade (art.107, inciso
IX, do C.P.), se analisado conjuntamente com o art. 51, do Código de Processo Penal (“o
perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos…”), deduz-se que o benefí-
cio deve ser aplicado a todos os efeitos causados por uma única ação delitiva. O que é
reforçado pela interpretação do art. 70, do Código Penal Brasileiro, ao tratar do concurso
formal, que determina a unificação das penas, quando o agente, mediante uma única
ação, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.
– Considerando-se, ainda, que o instituto do Perdão Judicial é admitido toda vez que as
consequências do fato afetem o respectivo autor, de forma tão grave que a aplicação da
pena não teria sentido, injustificável se torna sua cisão.
– Precedentes.
– Ordem concedida para que seja estendido o perdão judicial em relação à vítima Rodrigo
Antônio de Medeiros, amigo do paciente, declarando-se extinta a punibilidade, nos termos
do art. 107, IX, do CP.

Causa de Aumento de Pena

Você deve memorizar que o STJ entende que quando não reconhecida a autonomia de
desígnios, o crime de lesão corporal culposa (art. 303 do CTB) absorve o delito de direção sem

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habilitação (art.  309 do CTB), funcionando este como causa de aumento de pena (art.  303,
parágrafo único, do CTB).

Classificação

Damásio de Jesus diz que o delito de circulação é o “praticado por intermédio do automóvel”.20

Aplicação dos Benefícios Previstos na Lei n. 9.099/1995

Aplicam-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa a composição civil e a transa-
ção penal, exceto:
1. se o agente estiver embriagado ou sob efeito de substâncias entorpecentes;
2. se o agente estiver participando de competição ou exibição não autorizadas;
3. se o agente estiver transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via
em 50 km.

Ação Penal

Diante da redação do artigo 291 da lei em comento, alterado pela “Lei Seca”, concluímos que
o crime de lesão corporal culposa decorrente de acidente de trânsito em regra é de ação penal
pública condicionada à representação. Porém será de ação penal pública incondicionada quando:
1. O condutor estiver embriagado ou sob efeito de substâncias entorpecentes;
2. O condutor estiver participando de competição ou exibição não autorizadas;
3. O condutor transitar em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km.

JURISPRUDÊNCIA
STF – HC 80303 / MG – MINAS GERAIS
E M E N T A: HABEAS CORPUS – DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR – MOTORISTA NÃO
HABILITADO – ACIDENTE DE TRÂNSITO – LESÕES CORPORAIS CULPOSAS – VÍTIMA
QUE NÃO OFERECE REPRESENTAÇÃO DENTRO DO PRAZO LEGAL – EXTINÇÃO DA PUNI-
BILIDADE DO AGENTE – ABSORÇÃO DO CRIME DE PERIGO (CTB, ART. 309) PELO DELITO
20
DISPONÍVEL EM 31/10/10, EM http: //www.monografias.brasilescola.com/direito/classificacao-legal-doutrinaria-dos-cri-
mes.htm

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DE DANO (CTB, ART. 303) – PEDIDO DEFERIDO. – O crime de lesão corporal culposa,
cometido na direção de veículo automotor (CTB, art. 303), por motorista desprovido de
permissão ou de habilitação para dirigir, absorve o delito de falta de habilitação ou per-
missão tipificado no art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro. – Com a extinção da puni-
bilidade do agente, quanto ao delito tipificado no art. 303 do Código de Trânsito Brasileiro
(crime de dano), motivada pela ausência de representação da vítima, deixa de subsistir,
autonomamente, a infração penal prevista no art. 309 do CTB (crime de perigo). Prece-
dentes de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal. (STF, HC 80.303-MG, rel. Min.
Celso de Mello, 2ª Turma, DJU de 10-11-2000)

Princípio da Insignificância e o Crime de Lesão Corporal Culposa em Virtude


Acidente de Trânsito

Sobre o tema já se posicionou o STJ:

STJ – RHC 3557 / PE


EMENTA
CRIMINAL. LEVISSIMA LESÃO CORPORAL CULPOSA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
AÇÃO PENAL.
– FALTA DE JUSTA CAUSA. INDISCUTIVEL A INSIGNIFICANCIA DA LESÃO CORPORAL
CONSEQUENTE DE ACIDENTE DO TRÂNSITO ATRIBUIDO A CULPA DA MÃE DA PEQUENA
VÍTIMA, CABE TRANCAR-SE A AÇÃO POR FALTA DE JUSTA CAUSA. PRECEDENTES DO
TRIBUNAL. (GRIFAMOS)
(STJ, RHC 3.557-PE, rel. Min. José Dantas, DJU de 02-05-1994)

No mesmo sentido o Supremo Tribunal Federal já se posicionou quanto ao tema em co-


mento:

STF – RHC 66869 / PR – PARANÁ


EMENTA
ACIDENTE DE TRÂNSITO. LESÃO CORPORAL. INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO. PRINCÍPIO
DA INSIGNIFICANCIA. CRIME NÃO CONFIGURADO. SE A LESÃO CORPORAL (PEQUENA

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EQUIMOSE) DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRÂNSITO E DE ABSOLUTA INSIGNIFICAN-


CIA, COMO RESULTA DOS ELEMENTOS DOS AUTOS – E OUTRA PROVA NÃO SERIA POS-
SIVEL FAZER-SE TEMPOS DEPOIS – HÁ DE IMPEDIR-SE QUE SE INSTAURE AÇÃO PENAL
QUE A NADA CHEGARIA, INUTILMENTE SOBRECARREGANDO-SE AS VARAS CRIMINAIS,
GERALMENTE TÃO ONERADAS. (GRIFAMOS). (STF, RHC 66.869-PR, rel. Min. Aldir Passa-
rinho, 2ª Turma, DJU de 28-04-1989)

Em 2017, o Código Penal foi alterado, de modo que o crime de lesão corporal em acidente
de trânsito passou a ter nova redação. Atualmente, se o sujeito causar uma lesão corporal cul-
posa em virtude de acidente de trânsito ou estiver embriagado ou sobre efeito de droga, a pena
poderá ser de até 5 anos se a lesão for de natureza grave ou gravíssima (ex.: moto que atropela
um pedestre e deixa este paraplégico).
PROBLEMA: até o advento da lei em 2017, a lesão corporação culposa não previa outras
naturezas, era penas a leve. Hoje, o CTB prevê duas modalidades (grave e gravíssima).

Análise do Artigo 304 do CTB


O crime de omissão de socorro previsto no Art. 304 do CTB é infração de menor potencial
ofensivo, sendo crime subsidiário, pois pode ser que o fato, no caso concreto, constitua
elemento de crime mais grave, como no caso do homicídio culposo.
O Art. 304 do CTB é modalidade especial de omissão de socorro (prevista no CP).
Rege o artigo 304 do CTB:

Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima,
ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime
mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua
omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com feri-
mentos leves.

Objetividade Jurídica

A vida e a saúde do ser humano.

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Lei n. 9.503/1997 – Crimes no Código de Trânsito Brasileiro
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Objeto Material

O objeto material é a pessoa ferida.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo é o condutor do veículo envolvido em acidente com vítima.


Observa-se que o tipo penal encontrado no Código de Trânsito Brasileiro exige que o
condutor tenha agido de forma dolosa.
Demais condutores que passarem pelo local do acidente e não prestarem socorro, também
responderão por crime, todavia, a  conduta omissiva destes sujeitos estarão amoldadas ao
art. 135 do Código Penal (omissão de socorro).
O sujeito passivo é a vítima do acidente de trânsito.

Elemento Subjetivo

De acordo com o Professor Damásio de Jesus:


O elemento subjetivo é o dolo que consiste na vontade livre e consciente de não prestar
socorro à vítima de acidente, com a consciência do perigo da não prestação do socorro.21

Morte Instantânea

O tipo penal afirma incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo que se
omite em havendo vítima com morte instantânea.
Vale ressaltar que se a vítima for socorrida por terceiros ou se sofrer lesões corporais le-
ves, o crime restará configurado se o condutor do veículo se omitir.

Consumação

Com a mera omissão do agente. Para o doutrinador Luiz Flávio Gomes: “Não é preciso re-
sultado naturalístico. Consuma-se com a simples omissão”.

21
JESUS, DAMÁSIO EVANGELISTA DE. CRIME DE TRÂNSITO. SÃO PAULO. ED. SARAIVA. 1998

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Tentativa

Não é possível a tentativa em se tratando de crime omissivo próprio.

Aplicação dos Benefícios Previstos na Lei n. 9.099/1995

São cabíveis os benefícios da suspensão condicional do processo e da transação penal.

Ação Penal

Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.


Capez22 sustenta que o indivíduo que atropela e deixa de prestar socorro causando à víti-
ma lesões corporais, estaria enquadrado no art. 303, p único, da Lei n. 9.503/97.

Análise do Artigo 305


Rege o artigo 305 do CTB:

Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal
ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Luiz Flávio Gomes entendia que o artigo 305 do CTB ofende o artigo 5º, LXVII, da Constitui-
ção Federal, pois: “ninguém está sujeito a prisão por obrigações civis (ressalvando-se as duas
hipóteses constitucionais: alimentos e depositário infiel). No art. 305 está contemplada uma
hipótese de prisão (em abstrato) por causa de uma responsabilidade civil. Pelas razões invo-
cadas, em suma, há séria dúvida sobre a constitucionalidade do preceito legal em debate”23.
Fernando Capez que sustenta que: “Não nos parece plausível o segundo argumento, no sen-
tido de que a infração penal em tela ofende o art. 5º, LXVII, da Constituição Federal, que veda
prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia e a do depositário infiel. Na realidade o agente é punido pelo artifício uti-
lizado para burlar a administração da justiça, e não pela dívida decorrente de ação delituosa”.24
22
Capez, Fernando. Curso de Direito Penal – Legislação Penal Especial. São Paulo, Saraiva, 2009, p.305.
23
Gomes, Luiz Flávio. Estudos de Direito penal e processual penal, São Paulo, Revista dos Tribunais, 1988, p.47.
24
Capez, Fernando. Curso de Direito Penal – Legislação Penal Especial. São Paulo, Saraiva, 2009, p.314.

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O Plenário do STF entendeu pela constitucionalidade do crime em estudo, conforme notí-


cia extraída do próprio site:25

Plenário julga constitucional norma do CTB que tipifica como crime a fuga do local de
acidente
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deu provimento ao Recurso Extraordinário
(RE) 971959, com repercussão geral reconhecida, e considerou constitucional o artigo 305
do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que tipifica como crime a fuga do local de acidente.
A maioria dos ministros, nesta quarta-feira (14), entendeu que a norma não viola a garantia
de não autoincriminação, prevista no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal.
No caso dos autos, o condutor fugiu do local em que colidiu com outro veículo e foi con-
denado, com base no dispositivo, a  oito meses de detenção, pena substituída por res-
tritiva de direitos. No entanto, no julgamento de apelação, o Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul (TJ-RS) absolveu o réu. A corte gaúcha considerou inconstitucional o artigo
do CTB com o fundamento de que a simples presença no local do acidente representaria
violação da garantia de não autoincriminação, uma vez que ninguém é obrigado a produ-
zir provas contra si. Buscando a reforma do acórdão do TJ-RS, o Ministério Público do Rio
Grande do Sul interpôs o recurso extraordinário ao Supremo.
Voto
O relator do RE, ministro Luiz Fux, votou pelo desprovimento do recurso. Segundo seu enten-
dimento, o tipo penal previsto no dispositivo tem como bem jurídico tutelado a administração
da Justiça, que, a seu ver, fica prejudicada pela fuga do agente do local do evento, pois essa
atitude impede sua identificação e a apuração do ilícito na esfera penal e civil.
“Quando ocorre um acidente de trânsito e a autoridade policial colhe as informações com
a presença dos protagonistas do evento, essa diligência por vez se transforma em meio de
defesa do suposto acusado numa eventual ação penal. A permanência no local é do interesse
da administração da Justiça. O particular ou o Ministério Público poderá dispor de instrumen-
tos necessários para a promoção da responsabilização civil ou penal de quem eventualmente
provoca, dolosa ou culposamente, um acidente de trânsito”, afirmou o relator.
O ministro Fux apontou que a jurisprudência do STF sempre prestigiou o princípio da não
autoincriminação, porém evoluiu no sentido de que não há direitos absolutos e que, no
25
Disponível em http: //www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=395716 Acesso em 16/04/2020,
às 19h29.

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sistema de ponderação de valores, é admitida uma certa mitigação. “Essa evolução con-
solidou-se no julgamento do RE 640139, quando se afirmou que o princípio constitucional
da autoincriminação não alcança aquele que atribui falsa identidade perante autoridade
policial com o intuito de ocultar maus antecedentes”, sustentou.
Para o relator, o direito à não autoincriminação não pode ser interpretado como direito do
suspeito, acusado ou réu a não participar de determinadas medidas de cunho probatório.
“A exigência de permanência no local do acidente e de identificação perante a autoridade
de trânsito não obriga o condutor a assumir expressamente sua responsabilidade civil ou
penal e tampouco enseja que seja aplicada contra ele qualquer penalidade caso assim
não o proceda”, ressaltou.
Provimento
Primeiro a seguir o relator, o ministro Alexandre de Moraes ressaltou a situação “caótica”
no trânsito brasileiro. Citando dados de 2017, ele assinalou que houve 47 mil mortes no
país por causa de acidentes de trânsito, sendo que 400 mil pessoas ficaram com seque-
las. O gasto resultante, de R$ 56 bilhões, daria para construir 28 mil escolas ou 1,8 mil
hospitais.
O ministro Edson Fachin afirmou que o legislador fez uma escolha ao tipificar essa con-
duta e citou a Convenção de Viena sobre Trânsito Viário, internalizada no Brasil em 1981,
a qual prevê que o condutor ou qualquer outro usuário da via implicado em acidente de
trânsito deverá, se houver mortos ou feridos, advertir a polícia e permanecer ou voltar ao
local até a chegada da autoridade, a menos que tenha sido autorizado para abandonar o
local ou que deva prestar auxílio às vítimas ou ser ele próprio socorrido.
Na avaliação do ministro Luís Roberto Barroso, o Estado não deve passar a mensagem
de que quem se envolva em acidente pode fugir do local, deixando para trás vítimas ou
danos materiais. “Se estendermos o direito à não autoincriminação à possibilidade de
fuga, sem atenção à vítima ou a danos, estaríamos estimulando um comportamento de
falta de solidariedade e de irresponsabilidade”, observou.
Destacando que não há direitos absolutos, a ministra Rosa Weber frisou que a exigência
de permanência do condutor no local permite sua identificação, facilita a responsabiliza-
ção penal e civil e, em casos de acidentes com vítimas, é um importante fator de solida-
riedade a incrementar, ainda que indiretamente, a proteção à vida e à integridade física
da vítima.

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Também para a ministra Cármen Lúcia, não há, no caso, afronta ao princípio da propor-
cionalidade ou excesso na atuação do legislador. “A conduta tipificada no artigo não
me parece conter excesso, pois o direito é feito considerando a realidade para a qual se
produz”, assinalou.
As sanções impostas pela norma impugnada, para o ministro Ricardo Lewandowski, não
se mostram irrazoáveis nem desproporcionais. “A presença do condutor no local do aci-
dente, por si só, não significa qualquer autoincriminação e pode até constituir um meio
de autodefesa, na medida em que constitui uma oportunidade para esclarecer as circuns-
tâncias do acidente que, eventualmente, podem militar a seu favor”, disse. No entanto,
para o ministro, o eventual risco de agressões que o condutor pode sofrer por parte dos
envolvidos ou uma lesão corporal sofrida que exija o abandono do local do acidente pode
ser legitimado mediante a alegação de uma excludente de ilicitude, tal como a legítima
defesa ou o estado de necessidade.
Divergência
O ministro Gilmar Mendes foi o primeiro a divergir do relator no sentido do desprovimento
do recurso. Segundo Mendes, o STF já assentou que o direito de permanecer calado, pre-
visto na Constituição, deve ser interpretado de modo amplo, e não literal. A Corte já afir-
mou que viola tal direito a obrigação de fornecimento de padrões grafotécnicos, de parti-
cipação em reconstituição de crime e de submissão ao exame de alcoolemia, disse. “Não
calha aqui o argumento de que, permanecendo em silêncio, não estaria a produzir prova
contra si. A comprovação da conduta criminosa pressupõe a configuração de autoria e
de materialidade, e a permanência do imputado no local do crime inquestionavelmente
contribui para a comprovação da autoria, assentando o seu envolvimento com o fato em
análise potencialmente criminoso”.
Além disso, o  STF, no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Funda-
mental (ADPF) 395, consignou que a condução coercitiva do imputado para prestar infor-
mações, ainda que possa permanecer em silêncio, viola o direito à não autoincriminação.
Portanto, para Mendes, partindo de idêntica lógica, “o fato de o condutor do veículo poder
permanecer posteriormente em silêncio não afasta a violação ao direito à não autoincri-
minação quando obrigado a permanecer no local do acidente”.
Não há, no caso, para o ministro, ofensa ao princípio da proporcionalidade como proi-
bição de excesso. A fuga do local do acidente, ressaltou, pode ser objeto de tutela jurí-

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dica por outros âmbitos do Direito, suficientes para resguardar os interesses em ques-
tão. Além disso, ressaltou que há desproporcionalidade por excesso ao se considerar
a disparidade de tratamento em relação a outros delitos mais graves, como estupro ou
homicídio. Nesses casos, o legislador não criminalizou a conduta do acusado que venha
a evadir-se do local.
O ministro Marco Aurélio também acompanhou a divergência. Para ele, a norma, “no que
lança ao banco dos réus alguém que simplesmente deixa o local do acidente”, não é har-
mônica com o princípio constitucional da proporcionalidade. Também o decano da Corte,
ministro Celso de Mello, divergiu do relator por entender que a cláusula contra a autoin-
criminação não se restringe ao direito de permanecer silêncio, mas preserva o suspeito,
investigado, denunciado ou o réu da obrigação de colaborar ativa ou passivamente com
as autoridades, sob pena de infringência à cláusula do devido processo legal. Com os
mesmos argumentos, o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, também acompa-
nhou a corrente divergente pelo não provimento do recurso.
Tese
Por maioria de votos, vencidos os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de
Mello, o  Plenário aprovou a seguinte tese de repercussão geral, proposta pelo relator,
ministro Luiz Fux: “A regra que prevê o crime do artigo 305 do CTB é constitucional posto
não infirmar o princípio da não incriminação, garantido o direito ao silêncio e as hipóteses
de exclusão de tipicidade e de antijuridicidade.

Objetividade Jurídica

A boa administração da Justiça.

Objetividade Material

Local do acidente.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo é o condutor do veículo envolvido no acidente. Já o sujeito passivo é o Esta-


do e de maneira secundária a pessoa atingida pela conduta do autor.

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Elemento Subjetivo do Tipo

É o dolo. Não há previsão legal da forma culposa.

Consumação

O crime se consuma com o afastamento do local do acidente. Nesse sentido é a jurispru-


dência:

Tendo demonstrado o afastamento da ré do local do acidente para fugir à responsabili-


dade penal ou civil, pois reconhecida pelas testemunhas, é suficiente para manutenção
da condenação (Turmas Recursais do RS, RCrim 71001474154, TRCrim, rel. Juiz Alberto
Delgado Neto, j. 10-12-2007).

Aplicação dos Benefícios da Lei dos Juizados Especiais

Cabe a aplicação dos benefícios da Lei n. 9.099/1995. No caso, são cabíveis a suspensão
do processo e a transação penal.

Tentativa

É admissível, uma vez que se trata de crime plurissubsistente. Para Capez, a tentativa é
possível, desde que o agente não obtenha êxito em se afastar do locus delicti.26

Ação Penal

A natureza da ação penal é pública incondicionada.

Jurisprudência e Doutrina

STJ – HC 14021 / SP
EMENTA
PENAL. DELITO DE TRÂNSITO. AFASTAMENTO DO LOCAL. CRIME COMISSIVO PRÓPRIO.
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA.
26
Capez, Fernando. Curso de Direito Penal – Legislação Penal Especial. São Paulo, Saraiva, 2009, p.316.

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1. CONQUANTO NÃO SEJA POSSÍVEL A COAUTORIA NO DELITO DE AFASTAMENTO DO


LOCAL DO ACIDENTE (CTB, ART. 305), POSTO TRATAR-SE DE CRIME PRÓPRIO DO CON-
DUTOR DO VEÍCULO, É  PERFEITAMENTE ADMISSÍVEL A PARTICIPAÇÃO, NOS TERMOS
DO CÓDIGO PENAL, ART. 29.
2. HABEAS CORPUS CONHECIDO. PEDIDO INDEFERIDO. (GRIFAMOS)
(STJ, HC 14.021-SP, rel. Min. Edson Vidigal, 5ª Turma, DJU de 18-12-2000)

Fernando Capez diz que: “É evidente, entretanto, que todas as pessoas que tenham esti-
mulado a fuga ou colaborado diretamente para que ela ocorresse responderão pelo crime na
condição de partícipes”.27

Concurso Material

Em uma situação hipotética, um indivíduo atropela e foge. Neste caso, há concurso material
de crimes.

Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal
ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Análise do Artigo 306 do CTB – Embriaguez ao Volante


Rege o artigo 306 do CTB:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei n.
12.760, de 2012)
Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permis-
são ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior
a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.
(Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou to-
xicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito
admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014)

27
Capez, Fernando. Curso de Direito Penal – Legislação Penal Especial. São Paulo, Saraiva, 2009, p.315

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§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos
para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Redação dada pela Lei n. 12.971,
de 2014)
§ 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia – INMETRO – para se determinar o previsto no caput. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

O delito de embriaguez ao volante é afiançável na esfera policial. A fiança é uma garantia

prestada pelo indiciado/acusado para que ele responda ao inquérito/processo em liberdade.

Liberdade esta que é de natureza provisória. As finalidades da fiança são:

(i) Pagar custas processuais

(ii) Pagar a pena de multa

(iii) Pagar a pena de prestação pecuniária

(iv) Indenizar a vítima

O pagamento da multa reparatória prevista no 297 do CTB será abatido do valor indeniza-

tório fixado no processo cível.

Objetividade Jurídica

Visa garantir a segurança viária de forma imediata e a incolumidade pública de forma

mediata.

Objeto Material

Veículo conduzido.

Sujeito Ativo e Passivo

O sujeito ativo pode ser pessoa que dirige veículo automotor, com capacidade psicomoto-

ra alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine

dependência. O sujeito passivo é a coletividade.

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Elemento Subjetivo

É o dolo. “É a intenção de conduzir o veículo estando embriagado”.28 Não existe a forma


culposa.

Tentativa

Inadmissível, uma vez que se o agente tiver quantidade inferior a 6 (seis) decigramas de
álcool por litro de sangue, por exemplo, haverá infração administrativa.

Aplicação dos Benefícios Previstos na Lei n. 9.099/1995

É cabível apenas a suspensão condicional do processo. Como a pena mínima é de 06 (seis)


meses, cabe suspensão condicional do processo. Suspenso o prazo, suspende-se a prescri-
ção. Em se tratando de sursis processual, o processo fica suspenso por um período de 2 a 4
anos e, ao final, se o beneficiário não der causa a revogação do benefício, o juiz declara extinta
a punibilidade.

Consumação

Ocorre no momento em que o indivíduo dirige o veículo automotor com capacidade psico-
motora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que deter-
mine dependência.

Ação Penal

Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.


Antiga decisão do STJ no sentido de que se não houvesse a exposição da coletividade a
perigo, o fato seria penalmente atípico:

STJ – REsp 608078 / RS


EMENTA
PENAL. RECURSO ESPECIAL. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. CRIME DE PERIGO CONCRETO.
POTENCIALIDADE LESIVA. NÃO DEMONSTRAÇÃO. SÚMULA 07/STJ.
28
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p. 322.

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I – O delito de embriaguez ao volante previsto no art. 306 da Lei n. 9.503/97, por ser de
perigo concreto, necessita, para a sua configuração, da demonstração da potencialidade
lesiva. In casu, em momento algum restou claro em que consistiu o perigo, razão pela
qual impõe-se a absolvição do réu-recorrente (Precedente).
II – A análise de matéria que importa em reexame de prova não pode ser objeto de apelo
extremo, em face da vedação contida na Súmula 7 – STJ (Precedente). Recurso despro-
vido. (GRIFEI) (STJ, REsp 608.078-RS, rel. Min. Felix Fischer, 5ª Turma, DJU de 16-08-2004).

Você deve memorizar que o STJ entende que o crime do art. 306 do CTB é de perigo abs-
trato, sendo despicienda a demonstração da efetiva potencialidade lesiva da conduta.
Capez diz que:

De acordo com a nova redação legal, não é mais necessário que a conduta do agente exponha a
dano potencial a incolumidade de outrem, bastando que dirija embriagado, pois presume-se o peri-
go. Assim, não se exigirá que a acusação comprove que o agente dirigia de forma anormal, de forma
a colocar em risco a segurança viária.29

Uso do Bafômetro

Se a medida constatada for até 0,13 mg/l de ar alveolar, levando-se em consideração a to-
lerância do Decreto 6488/08 e a margem de erro da Portaria do Imentro n. 06/02, o agente de
trânsito não deverá lavrar auto de infração e deverá liberar o veículo.
Agora se a medida constatada for de 0,14 a 0,33 mg/l de ar alveolar, o agente de trânsito
deverá lavrar o auto de infração, recolher a carteira de habilitação, e liberar o veículo a outro
motorista devidamente habilitado.
Por fim, se a medida constatada for igual ou superior a 0,34 mg/l de ar alveolar, o agente de
trânsito deverá lavrar o auto de infração, recolhendo a carteira de habilitação mediante recibo,
e dar voz de prisão pela prática do delito previsto no artigo 306 do CTB. A 1ª via será fornecida
para Autoridade Policial, para que seja anexado aos autos do inquérito.

29
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p. 318.

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Recusa ao Uso do Bafômetro

Se o condutor do veículo se recusar a se submeter ao exame do bafômetro ou em não


havendo equipamento à disposição, caso existam traços de embriaguez, o agente de trânsito
deverá encaminhar o motorista ao plantão policial. Na unidade, o Delegado de Polícia analisará
a situação flagrancial e se for o caso, encaminhará o condutor ao Instituto Médico Legal, para
que seja feito o exame preliminar de embriaguez. Caso seja constatado pelo médico-legista
que o periciando está embriagado, o  responsável pelo flagrante retornará à delegacia para
lavratura do auto de prisão.
Você deve memorizar que o STJ entende que o indivíduo não pode ser compelido a cola-
borar com os referidos testes do ‘bafômetro’ ou do exame de sangue, em respeito ao princípio
segundo o qual ninguém é obrigado a se autoincriminar (nemo tenetur se detegere).
No período de vigência da Lei n. 11.705/08, a  ausência do teste do bafômetro gerava a
atipicidade da conduta:

EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. EXAME. ALCOOLEMIA.


Antes da reforma promovida pela Lei n. 11.705/2008, o  art.  306 do CTB não especifi-
cava qualquer gradação de alcoolemia necessária à configuração do delito de embria-
guez ao volante, mas exigia que houvesse a condução anormal do veículo ou a exposição
a dano potencial. Assim, a prova poderia ser produzida pela conjugação da intensidade
da embriaguez (se visualmente perceptível ou não) com a condução destoante do veí-
culo. Dessarte, era possível proceder-se ao exame de corpo de delito indireto ou supletivo
ou, ainda, à  prova testemunhal quando impossibilitado o exame direto. Contudo, a  Lei
n. 11.705/2008, ao dar nova redação ao citado artigo do CTB, inovou quando, além de
excluir a necessidade de exposição a dano potencial, determinou a quantidade mínima de
álcool no sangue (seis decigramas por litro de sangue) para configurar o delito, o que se
tornou componente fundamental da figura típica, uma elementar objetiva do tipo penal.
Com isso, acabou por especificar, também, o meio de prova admissível, pois não se pode-
ria mais presumir a alcoolemia. Veio a lume, então, o  Dec. n. 6.488/2008, que especi-
ficou as duas maneiras de comprovação: o exame de sangue e o teste mediante etilô-
metro (“bafômetro”). Conclui-se, então, que a falta dessa comprovação pelos indicados
meios técnicos impossibilita precisar a dosagem de álcool no sangue, o que inviabiliza

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a necessária adequação típica e a própria persecução penal. É tormentoso ao juiz depa-


rar-se com essa falha legislativa, mas ele deve sujeitar-se à lei, quanto mais na seara
penal, regida, sobretudo, pela estrita legalidade e tipicidade. Anote-se que nosso sistema
repudia a imposição de o indivíduo produzir prova contra si mesmo (autoincriminar-se),
daí não haver, também, a  obrigação de submissão ao exame de sangue e ao teste do
“bafômetro”. Com esse entendimento, a Turma concedeu a ordem de HABEAS CORPUS
para trancar a ação penal. Precedente citado do STF: HC 100.472-DF, DJe 10/9/2009. HC
166.377-SP, Rel. Min. Og Fernandes, 6ª Turma, julgado em 10/6/2010.

Você deve memorizar que o STJ entende que para a configuração do delito tipificado no
art.  306 do CTB, antes da alteração introduzida pela Lei n. 12.760/2012, é  imprescindível a
aferição da concentração de álcool no sangue por meio de teste de etilômetro ou de exame de
sangue, conforme parâmetros normativos.
Também o STJ entende que com o advento da Lei n. 12.760/2012, que modificou o art. 306
do CTB, foi reconhecido ser dispensável a submissão do acusado a exames de alcoolemia,
admite-se a comprovação da embriaguez do condutor de veículo automotor por vídeo, teste-
munhos ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
Por fim, você deve memorizar que o STJ entende que é irrelevante qualquer discussão
acerca da alteração das funções psicomotoras do agente se o delito foi praticado após as
alterações da Lei n. 11.705/2008 e antes do advento da Lei n. 12.760/2012, pois a simples
conduta de dirigir veículo automotor em via pública, com concentração de álcool por litro de
sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, configura o crime previsto no art. 306 do CTB.
Como o bafômetro só atesta a embriaguez ao volante, alguns Estados já fazem também
testes com a saliva dos condutores para detectar eventual presença de substâncias psicoativas.

Jurisprudência

Com base no princípio de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo, mui-
tos se socorreram do Judiciário, requerendo a ordem de “HABEAS CORPUS” preventivo, para
que não fossem submetidos ao teste do bafômetro, livrando-se assim da multa administrativa
e da responsabilização no âmbito criminal. A 6ª Turma do STJ não encampou a tese. Vejamos:

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HC. TESTE. BAFÔMETRO.


O HABEAS CORPUS preventivo é cabível quando haja fundado receio de que o paciente
possa vir a sofrer coação ilegal a seu direito de ir, vir e permanecer. Não se pode consi-
derar como fundado receio o simples temor de, porventura, ter o paciente de se subme-
ter ao chamado teste do bafômetro ao trafegar pelas ruas em veículo automotor. Uma
vez que não existe qualquer procedimento investigatório direcionado ao paciente, não
está configurada a ameaça à sua liberdade de locomoção, mesmo que em potencial.
Assim, a Turma negou provimento ao recurso. (RHC 25.311-MG, Rel. Min. Og Fernandes,
6ª Turma, julgado em 4/3/2010).

Análise do Artigo 307

Rege o artigo 307 do CTB:

Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir


veículo automotor imposta com fundamento neste Código:
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa, com nova imposição adicional de idêntico
prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabele-
cido no § 1.0 do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

No parágrafo único do art. 307 do CTB, há um exemplo de crime a prazo que é aquele que
só se consuma depois de decorrido o transcurso do tempo previsto na lei.
Outro exemplo de crime a prazo – art. 13, parágrafo único, Estatuto do Desarmamento):
o proprietário de empresa de segurança ou de transporte de valores, que deixa de registrar a
ocorrência policial e deixa de comunicar a PF o extravio, perda, furto ou roubo de arma de fogo,
acessório ou munição, após 24 horas da ocorrência do fato, responde por crime.

Objeto Jurídico

É a incolumidade pública.30

30
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1158.

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Análise do Núcleo do Tipo

Cuida-se do delito da violação da proibição de dirigir. Violar (infringir, transgredir) a sus-


pensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.
Cuida-se de tipo penal incriminador cuja finalidade é fazer valer a sanção ou medida cautelar
imposta por conta de outro delito de trânsito. Portanto, se o juiz suspender a habilitação de
alguém, como medida cautelar (art. 294) ou pena (ex.: art. 302), infringindo a ordem, provoca
a configuração do delito.31
Capez diz que:

Em uma interpretação sistemática dos dispositivos do novo Código, é possível concluir que a infra-
ção penal consistente na violação da suspensão refere-se apenas às hipóteses em que a medida
foi imposta judicialmente, pois apenas nesses casos há condenação anterior por crime de trânsito.
Com efeito, o parágrafo único do artigo 307 faz expressa menção à palavra “condenado” e serve,
portanto, de fonte interpretativa para que se conclua que apenas essa hipótese será abrangida pelo
texto legal.32

É fato atípico a conduta daquele que viola a suspensão ou a proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor advinda de restrição administrativa,
segundo o Informativo n. 641 do STJ:

HABEAS CORPUS. ART. 307 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. VIOLAR A SUSPEN-


SÃO OU A PROIBIÇÃO DE SE OBTER A PERMISSÃO OU A HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR
VEÍCULO AUTOMOTOR. DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO DE NATUREZA PENAL.
1. Com o desenvolvimento da legislação de trânsito, buscando resguardar a segurança
viária, conter o crescimento no número de acidentes e retirar de circulação motoristas
que punham e risco a vida integridade física das demais pessoais, a suspensão da habi-
litação para dirigir veículo automotor, antes restrita a mera penalidade de cunho admi-
nistrativo, passou a ser disciplinada como sanção criminal autônoma, tanto pelo Código
Penal – CP, ao defini-la como modalidade de pena restritiva de direitos, como pelo Código
de Trânsito Brasileiro – CTB, ao definir penas para o denominados “crimes de trânsito”.

31
Op. Cit. p.1158
32
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p. 323.

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2. Assim, nos termos do art. 292 do CTB, a suspensão da habilitação para dirigir veículo
automotor pode ser imputada como espécie de sanção penal, aplicada isolada ou cumu-
lativamente com outras penas.
3. Dada a natureza penal da sanção, somente a decisão lavrada por juízo penal pode ser
objeto do descumprimento previsto no tipo do art. 307, caput, do CTB, não estando ali
abrangida a hipótese de descumprimento de decisão administrativa, que, por natureza,
não tem o efeito de coisa julgada e, por isso, está sujeita à revisão da via judicial.
4. In casu, a conduta de violar decisão administrativa que suspendeu a habilitação para
dirigir veículo automotor não configura o crime do artigo 307, caput, do CTB, embora
possa constituir outra espécie de infração administrativa, segundo as normas correlatas.
5. Ordem concedida para anular a condenação do paciente e determinar o trancamento
do procedimento penal que já se encontra em fase de execução.
(STJ, Sexta Turma, HC 427.472/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
23/08/2018).

Sujeitos Ativo e Passivo

O sujeito ativo é a pessoa proibida de dirigir; o passivo é a sociedade.33

Elemento Subjetivo

É o dolo. Não se pune a forma culposa, nem se exige elemento subjetivo específico.34

Objetos Material e Jurídico

O objeto material é o veículo automotor conduzido sem autorização; o objetivo jurídico é a


administração da justiça.35

Classificação

É crime próprio (somente pode ser praticado por sujeito qualificado); mera conduta (não há
resultado naturalístico, consistente na existência de lesão efetiva a alguém); de forma livre (pode
33
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1158
34
Ibidem
35
Op. Cit. p.1158

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ser cometido de qualquer forma); comissivo (demanda-se uma ação) e, excepcionalmente, co-
missivo por omissão (art. 13, § 2º, CP); instantâneo (o resultado não se prolonga no tempo); de
perigo abstrato (não se exige prejuízo efetivo ao bem tutelado, nem mesmo prova da probabilida-
de de ocorrência do dano); unissubjetivo (pode ser cometido por uma só pessoa); plurissubsis-
tente (demanda vários atos); admite tentativa, embora seja de difícil configuração.36

Pena – Acessória

Trata-se de pena acessória à principal. Além da pena priva privativa de liberdade (detenção, de
seis meses a um ano) e multa, deve o juiz aplicar prazo adicional de suspensão ou proibição de
permissão ou habilitação para dirigir veículo nos moldes anteriormente fixados e não cumpridos.

Crime por Equiparação

A violação da suspensão ou proibição de dirigir veículo automotor equipara-se ao fato de


intimado, o motorista não entregar a permissão ou habilitação. Afinal, não procedendo à en-
trega, significa que poderia dirigir, possuindo o documento indispensável à apresentação à
autoridade de trânsito.

Consumação

O crime se consuma no exato momento em que o agente se põe a conduzir veículo auto-
motor, contrariando decisão judicial ou administrativa que tenha imposto suspensão ou proibi-
ção de se obter permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.

Tentativa

É possível em relação à conduta regulada no caput, por se tratar de crime comissivo. Quanto à
modalidade prevista no parágrafo único, não é possível, visto tratar-se de crime omissivo próprio.37
Para o doutrinador Damásio de Jesus:

Crimes omissivos próprios ou de pura omissão se denominam os que perfazem com a simples abs-
tenção da realização de um ato, independentemente de um resultado posterior.38
36
Op. Cit. p.1158
37
Ibidem
38
Jesus, Damásio Evangelista, Direito Penal, 26 ed., São Paulo, 2003, v.1, p.193

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Ação Penal

A ação penal é pública incondicionada.

Aplicação dos Benefícios Previstos na Lei n. 9.099/1995

Tendo em vista tanto a pena mínima, como a pena máxima cominadas, cabe tanto a
transação penal como a suspensão condicional do processo.

Análise do Artigo 308 – “Racha”

A Lei n. 13.546/2017 deu nova redação ao tipo penal em que está o crime de homicídio culposo
em decorrência de crime de trânsito revogando o § 2º do art. 303 do CTB.

Assim, não se fala mais em “homicídio culposo em virtude de acidente de trânsito causado
por racha”.
Vale ressaltar que o § 3º do art. 303 do CTB fala em homicídio culposo causado em virtude
de acidente de trânsito causado por motorista embriagado ou sob efeito de drogas, cuja pena
pode ser de reclusão, de cinco a oito anos, além da suspensão ou proibição do direito de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Assim o ordenamento jurídico pátrio tem no §  1º o racha com resultado lesão corporal
grave e no § 2º o racha com resultado morte.
O crime de “racha” na forma simples é crime de médio potencial ofensivo. Não cabe tran-
sação penal, mas cabe suspensão condicional do processo. Vejamos:

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou com-
petição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade
pública ou privada: (Redação dada pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veíc u lo automotor. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)

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§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as cir-
cunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo,
a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas
previstas neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que
o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de
reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)

O art. 308 “caput” do CTB é aplicado nos casos em que não há resultado lesão grave ou
morte. Já o § 1º é aplicado se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal
de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem
assumiu o risco de produzi-lo. A pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. Por fim, o § 2º será aplicado se
da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o
agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo. No caso, a pena privativa de
liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas
neste artigo.

Não se esqueça dos conceitos de:


• culpa consciente, que ocorre quando o agente, embora prevendo o resultado, acredita
sinceramente na sua não ocorrência, dando continuidade à sua conduta;
• dolo eventual, que ocorre quando o agente, mesmo sem querer efetivamente o resulta-
do, assume o risco de o produzi-lo.

Sobre o conflito de normas que pode ocorrer no caso concreto (e que não são cobradas em
provas de primeira fase), por conta das diversas alterações legislativas que o CTB sofreu ao
longo de quase 10 anos, recomendamos a leitura de “Crimes de trânsito: embriaguez e racha
com morte ou lesão grave – Matando a proporcionalidade” 39, de Eduardo Luiz Santos Cabette.

39
Disponível em https: //jus.com.br/artigos/63459/crimes-de-TRÂNSITO-embriaguez-e-racha-com-morte-ou-lesao-grave-ma-
tando-a-proporcionalidade

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Análise do Núcleo do Tipo

Para Nucci:

Cuida-se do crime de participação em competição não autorizada, vulgarmente conhecido como


racha. Participar (tomar parte, associar-se a algo) de corrida (ato de correr, percorrendo uma distân-
cia predeterminada), disputa (cuida-se da corrida, quando há rivalidade entre dois motoristas) ou
competição (é a corrida entre vários participantes) automobilística não autorizada, causando perigo
concreto à incolumidade pública ou privada. É preciso que o racha ocorra em via pública. Nesse pon-
to, entretanto, equivocou-se o legislador, pois há muitas competições não autorizadas que ocorrem
em condomínios fechados, igualmente perigosas. O correto seria exigir a participação em corrida,
disputa ou competição apenas na direção de veículo automotor.40

Sujeitos Ativo e Passivo

O sujeito ativo é qualquer pessoa; o passivo é a sociedade.41


Para Capez: “Quando a disputa envolve dois ou mais veículos, haverá concurso necessário
entre os condutores”.42
Ainda: “Espectadores e passageiros que estimulem a corrida serão também responsabili-
zados na condição de partícipes.43

Elemento Normativo do Tipo

A menção à ausência de autorização da autoridade competente é ligada à antijuridicidade.


Portanto, quando a autoridade responsável pelo trânsito conceder licença para a realização da
competição, de que espécie for, não se configura o delito.

Elemento Subjetivo

É o dolo de perigo. Não há a forma culposa, nem se exige o elemento subjetivo específico.44
40
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1158
41
Ibidem
42
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p. 326.
43
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p. 326.
44
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1158

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Objetos Material e Jurídico

O objeto material é o veículo utilizado para o racha. O objeto jurídico é a segurança viária.45

Classificação

É crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa); formal (não se exige resultado
naturalístico, consistente na existência de lesão efetiva a alguém); de forma livre (pode ser
cometido de qualquer forma); comissivo (demanda-se uma ação) e, excepcionalmente, comis-
sivo por omissão (art. 13, § 2º, CP); instantâneo (o resultado não se prolonga no tempo); de pe-
rigo concreto (exige-se prova da probabilidade de ocorrência do dano); unissubjetivo (pode ser
cometido por uma só pessoa, na modalidade corrida) ou plurissubjetivo (somente se comete
com duas ou mais pessoas, nas formas disputa e competição); plurissubsistente (demanda
vários atos); admite tentativa, embora seja de difícil configuração.

Concurso

Nucci dizia, antes das alterações de 2017, que ”se, em razão do racha, houver morte ou
lesão corporal, o crime de dano absorve o de perigo, que é o previsto no art. 308”.46
Capez dizia, também antes das alterações de 2017, que se

(…) em decorrência da disputa ocorre um acidente do qual resulta morte, haverá absorção pelo
crime de homicídio culposo. Dependendo do caso concreto (modo como se desenrolou a disputa),
é até possível o reconhecimento de homicídio doloso, pois não é demasiado entender que pessoas
que se dispõem a tomar parte em disputas imprimindo velocidade extremamente acima do limite e
ainda em locais públicos assumem o risco de causar a morte de alguém. (…)47

45
Ibidem, p.1159.
46
Op. Cit., p. 1159.

47
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4 : legislação penal especial/ Fernando Capez. 4.ed. São Paulo: Saraiva,
2009, p. 328.

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Pena – Cumulativa

Exige-se a aplicação cumulada de três espécies de pena (privativa de liberdade, multa e


restritiva de direito). Entretanto, permite-se a substituição da pena privativa de liberdade por
outras penas restritivas de direito, conforme previsto no art. 44 do Código Penal.48

Consumação

Com a prática efetiva de qualquer das condutas previstas.


É necessário que os veículos participantes da corrida, disputa ou competição sejam co-
locados em movimento e um ou mais deles exponha a perigo concreto qualquer dos bens
jurídicos tutelados. Não há necessidade de comprovar a existência de dano efetivo, bastando
a situação de perigo concreto.49

Tentativa

É impossível, pois o crime é de perigo concreto.50

Ação Penal

Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.

Análise do Artigo 309

Diz o artigo 309 do CTB:

Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilita-
ção ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

48
Op. Cit., p.1159
49
Marcão, Renato; Crimes de trânsito: (anotações e interpretação jurisprudencial da parte criminal da lei 9.503, de 23-9-1997)
– São Paulo: Saraiva, 2009, p.193
50
Ibidem, p.193

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Objetividade Jurídica

Os bens juridicamente protegidos pelo Direito Penal são a incolumidade pública e a segu-
rança viária.

Objetividade Material

É o veículo automotor.

Sujeito Ativo e Passivo

Sujeito ativo é qualquer pessoa, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou,
ainda, se cassado o direito de dirigir. Já o sujeito passivo é a sociedade.
Para Capez, o sujeito ativo é:

A pessoa que dirige o veículo automotor sem possuir Permissão ou Habilitação ou com o Direito
de Dirigir cassado. Trata-se de crime de mão própria, que admite o concurso de pessoas apenas
na modalidade de participação, sendo incompatível com a coautoria. É partícipe do crime aquele
que, por exemplo, estimula ou instiga o agente a dirigir de forma anormal, ciente de que este não é
habilitado. Salienta-se, entretanto, que a pessoa que permite, entrega ou confia a direção de veículo
automotor a pessoa não habilitada, responde pelo crime autônomo do art. 310 (e não como mero
partícipe do crime do art. 309).51

Elemento Subjetivo

Dolo de perigo.

Tentativa

Admissível (crime plurissubsistente e unissubjetivo) 52, embora seja de difícil configuração.

Consumação

Consuma-se no momento em que o condutor dirige de forma anormal, gerando perigo


de dano.

51
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p. 335.
52
APJ 2004.01.1.094974-3, SEGUNDA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO DISTRITO FEDERAL.

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Aplicação dos Benefícios Previstos na Lei n. 9.099/1995

É cabível tanto a suspensão condicional do processo como a transação penal.

Comparação do Artigo 32 da Lei das Contravenções com o Crime Previsto


no art. 309 do CTB

Rege o art. 32 da LCP:

Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em águas
públicas:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Diz a Súmula n. 720 do STF:

Súmula n. 720
O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de dano,
derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções penais no tocante à direção sem habilitação
em vias terrestres.

Nos anos 90, o art. 309 do CTB, que trata da direção perigosa, suscitou polêmicas. O re-
sultado das discussões na doutrina foi a conclusão de que se uma pessoa conduz um veículo
automotor sem CNH, mas não expõe terceiros a risco, não há crime, no máximo, infração admi-
nistrativa. De outra parte, se a pessoa tem habilitação e está dirigindo perigosamente, aplica-se
o art. 34, LCP.

Ação Penal

A natureza jurídica é pública incondicionada.

Análise do Artigo 310 do CTB

Rege o artigo 310 do CTB:

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Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor: a pessoa não habilitada, com
habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde,
física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Você deve memorizar que o STJ entende que constitui crime a conduta de permitir, confiar
ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que se encon-
tre em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência
de lesão ou de perigo de dano concreto na condução do veículo.

Análise do Núcleo do Tipo

Guilherme Nucci professa:

É a entrega de volante a pessoa não autorizada. Permitir (dar licença ou liberdade), confiar (ter con-
fiança em) ou entregar (passar às mãos de alguém) a direção de veículo automotor a pessoa não
autorizada a conduzi-lo (por falta de habilitação ou em virtude de estado de saúde, física ou mental,
bem como por embriaguez).53

Sujeitos Ativo e Passivo

Segundo Capez: “É qualquer pessoa que possa permitir, confiar ou entregar o veículo a
outrem”.54 O sujeito passivo é a coletividade.

Elemento Subjetivo

Na lição de Guilherme Nucci: “É o dolo de perigo. Não há a forma culposa, nem se exige
elemento subjetivo específico”.55

Objetos Material e Jurídico

Segundo Guilherme Nucci: “O objeto material é a direção de veículo automotor; o objeto


jurídico é a segurança viária”.56

53
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1160
54
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p.337
55
Op. Cit, p. 1160
56
Op.Cit. p. 1160

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Embriaguez

Nucci diz que: “basta que o condutor esteja sob influência de álcool ou substância de efeito
análogo, mesmo que não ocorra a embriaguez completa”.
Não há necessidade de se submeter o condutor ao bafômetro, bastando para comprova-
ção do estado de embriaguez, o exame clínico feito por médico legista. O tipo penal não exige
a dosagem alcoólica prevista no artigo 306 da lei em estudo.

Classificação

Segundo os ensinamentos de Guilherme Nucci:

É crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa); formal (não se exige resultado naturalís-
tico, consistente na existência de lesão efetiva a alguém). Pensávamos ser crime de mera conduta
(aquele que jamais produz resultado naturalístico), mas, na verdade, é formal; de forma livre (pode
ser cometido de qualquer forma); comissivo (demanda-se uma ação), em regra, e, excepcionalmen-
te, comissivo por omissão (art. 13, § 2.0, CP); instantâneo (o resultado não se prolonga no tempo);
de perigo abstrato (não se exige prova da probabilidade de ocorrência do dano); unissubjetivo (pode
ser cometido por uma só pessoa); plurissubsistente (demanda vários atos); admite tentativa, embo-
ra seja de difícil configuração.57

Sobre a tentativa entende Capez que:

(…) somente será possível o seu reconhecimento se o terceiro foi impedido de dirigir em momento
imediatamente anterior àquele em que iria colocar o veículo em movimento, v.g., se já havia aciona-
do o motor de um automóvel mas ainda não havia saído do local, quando vem a ser abordado por
policiais. Antes disso, não se pode afirmar ter havido início da execução.58

Constitucionalidade dos Crimes de Perigo Abstrato

Acerca dos crimes de perigo abstrato Guilherme de Souza Nucci comunga do seguinte
entendimento:

Esses crimes não ofendem nenhum princípio constitucional. Ao elaborar um tipo penal incriminador,
valendo-se das regras de experiência, o legislador pode idealizar a proibição de uma conduta por gerar

57
Op. Cit, p. 1160
58
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p. 338.

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perigo indesejado a sociedade, como pode criar uma proibição se e quando gerar perigo insuportável
a sociedade. Ex.: é crime trazer consigo arma de fogo, sem autorização da autoridade competente.

Todavia, Luiz Flávio Gomes não comunga do mesmo entendimento acima exposto, defende
a inconstitucionalidade do delito de perigo abstrato:” De qualquer maneira, qualquer que seja
a interpretação adotada impossível falar-se em crime de perigo abstrato, que estão definitiva-
mente excluídos do Direito Penal, mesmo porque não se compatibilizam com o Estado Demo-
crático de Direito. O perigo faz parte da realidade fática. Logo, como fato não se presume.”59

Análise do Artigo 311

Está esculpido no artigo 311 da lei em estudo:

Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hos-
pitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja
grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Objetividade Jurídica

Segundo Capez: “É a segurança viária em locais onde normalmente existe maior concen-
tração de pessoas. Secundariamente, a incolumidade da vida e da saúde das pessoas”.60

Objeto Material

O objeto sobre a qual recai a conduta do agente é o veículo automotor.

Sujeito Ativo e Passivo

Sujeito ativo é qualquer pessoa, habilitada ou não. Já o sujeito passivo é a coletividade.

59
Parte Criminal do Código de Trânsito Brasileiro. “Estudos de Direito Penal de Processual Penal”, p.32.
60
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p.339.

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Elemento Subjetivo

Nos dizeres de Fernando Capez: “É a intenção livre e consciente de dirigir em velocidade


excessiva, ciente de que se encontra próximo a hospitais, escolas etc. Não se exige que o
agente tenha intenção específica de expor alguém a risco”.61

Tentativa

Não é possível uma vez que o crime é unissubsistente, ou seja, demanda a prática de um
único ato.

Consumação

Consuma-se no momento em que o condutor do veículo imprime velocidade excessiva nas


proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros,
logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas. Nesse
sentido é a jurisprudência:

Comprovada a existência e a autoria do delito praticado pelo réu, ao trafegar em veloci-


dade excessiva com o seu veículo, em local movimentado, com grande concentração de
pessoas, gerando perigo de dano (Turmas Recursais do RS, RCrim 71000996934, TRCrim,
rela. Juíza Nara Leonor Castro Garcia, j. 12-2-2007)

Aplicação dos Benefícios Previstos na Lei n. 9.099/1995

É possível a aplicação da suspensão condicional do processo e ou da transação penal.

Ação Penal

Ação Penal Pública Incondicionada.

61
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p. 340.

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Análise do Artigo 312

Dispõe o artigo 312 do CTB:

Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência


do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de
lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação,
o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.

Análise do Núcleo do Tipo

O Professor Guilherme Nucci professa:

É uma espécie de fraude processual. Inovar (renovar, introduzir novidade), com perspicácia ou habi-
lidade, quando houver acidente automobilístico com vítima, antes ou durante investigação policial
ou processo criminal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com a finalidade de induzir (incutir,
gerar) a erro o agente policial, o perito ou o juiz.62

Sujeitos Ativo e Passivo

Nos dizeres de Guilherme Nucci: “O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa; o passivo é o
Estado”.63

Elemento Subjetivo

Segundo os ensinamentos de Nucci: “É o dolo. Não se pune a forma culposa, exigindo-se


elemento subjetivo específico consistente em induzir a erro o agente policial, o perito ou o juiz”.64

Objetos Material e Jurídico

Nos dizeres de Nucci: “O objeto material é o lugar, a coisa ou a pessoa objeto da inovação
artificial; o objeto jurídico é a administração da justiça”.

62
NUCCI, Guilherme de Souza, Leis Penais e Processuais Comentadas: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p.1161
63
Ibidem
64
Op. Cit, p.1161

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Capez também entende que o objeto jurídico é a administração da justiça.65

Classificação

Segundo o Mestre Guilherme de Souza Nucci, “é crime comum (pode ser praticado por
qualquer pessoa); formal (não se exige resultado naturalístico, consistente na existência
de lesão efetiva a alguém); de forma livre (pode ser cometido de qualquer forma); comissi-
vo (demanda-se uma ação) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (art. 13, § 2º, CP);
instantâneo (o resultado não se prolonga no tempo); unissubjetivo (pode ser cometido por uma
só pessoa); plurissubsistente (demanda mais de um único ato); admite tentativa”.

Crítica

Sobre o artigo em comento, Nucci nos ensina:

O caput do art. 312 menciona poder a inovação ocorrer na pendência de procedimento policial pre-
paratório, durante inquérito ou processo criminal. Ora, o  que pode haver antes do procedimento
preparatório? Cremos que nada. Tomando conhecimento da prática da infração penal, mesmo que
ainda não instaurado o inquérito, o procedimento policial preparatório tem início. Logo, não nos pa-
rece que deva existir algo antes disso.66

Já Capez:

A conduta típica consiste na modificação do estado do lugar, de coisa ou de pessoa. Abrange, por-
tanto, as ações de apagar marcas de derrapagem, retirar placas de sinalização, alterar o local dos
carros, limpar os estilhaços do chão, alterar o local do corpo da vítima.
A lei deixa absolutamente clara a aplicação do dispositivo qualquer que seja o momento da ação,
ainda que os peritos nem sequer tenham chegado ao local para iniciar o procedimento apuratório.
Esse, aliás, o  momento em que normalmente ocorrem as fraudes. Não obstante, mesmo que o
fato ocorra após o início do procedimento apuratório (diligências, exames e perícias preliminares),
ou, ainda, durante o inquérito ou ação penal, existirá crime. É o que ocorre, por exemplo, quando o
agente, antes de apresentar seu veículo para perícia, altera o local onde ocorreu o abalroamento.67

65
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p.337
66
Op. Cit, p. 1161
67
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 4: legislação penal especial/ Fernando Capez. – 4.ed.-São Paulo: Saraiva,
2009, p.341.

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Aplicação dos Benefícios Previstos na Lei n. 9.099/1995

É possível a aplicação da suspensão condicional do processo ou da transação penal.

Ação Penal

O crime em comento é de ação penal pública incondicionada.

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RESUMO
Crimes de Trânsito
Lesão Corporal Culposa em Virtude de Acidente de Trânsito e a Representação

Rege o art. 291 do CTB:

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, apli-
cam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não
dispuser de modo diverso, bem como a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da
Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo
único pela Lei n. 11.705, de 2008)

A Lei n. 9.099/1995 possui 4 medidas despenalizadoras ou alternativas: (i) transação pe-


nal; (ii) composição civil; (iii) exigência de representação em determinados crimes; (iv) suspen-
são condicional do processo (“sursis” processual).
A incidência da Lei n. 9.099/1995 será afastada em algumas hipóteses previstas no art. 291
do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
MP/SP (Oral): imagine que o condutor de um veículo deixou o caminhão desengatado e
este desceu e atropelou uma pessoa, que veio a óbito. Neste caso, não se tem um crime de
trânsito, pois o critério do CTB é a o agente estar na condução do veículo automotor.
A lesão corporal culposa em virtude do crime de trânsito (303, CTB) diferencia-se da lesão
culposa prevista no Código Penal.
Representação como condição de procedibilidade: a representação é condição de procedi-
bilidade da ação penal. Segundo a doutrina, trata-se de uma autorização da vítima para o início
da persecução penal (extrajudicial, como o inquérito, ou judicial). Ou seja, é uma manifestação
de vontade por parte da vítima em processar criminalmente o autor do fato criminoso.

Exemplo: imagine que uma pessoa seja atropelada por um veículo que transita em velocidade
superior à permitida para a via (ex.: veículo a 60km/h em uma pista de 40 km/h). O condutor,
entretanto, não estava embriagado, não participava de racha e, como se nota, a velocidade não
ultrapassa a permitida em 50 km/h à permitida para a via. Quando os peritos do instituto de

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criminalista verificam a cena do crime, avaliando distância de frenagem e danos nos veículos,
eles verificam a velocidade do veículo no momento do acidente. O atropelado ainda será enca-
minhado ao IML, onde passará pelo exame de lesões. Ao final da coleta de elementos informa-
tivos, é possível que o Delegado de Polícia lavre o chamado termo circunstanciado para apurar
a lesão corporal culposa em virtude de acidente de trânsito. Imagine que depois disso o con-
dutor do veículo tenha arcado com todas as despesas relacionadas ao acidente e, ao chamar
a vítima para ser ouvida na delegacia, esta afirma que não deseja ser encaminhada para IML
e, não obstante, “renuncia” ao seu direito de representar. Neste caso, a postura do delegado
deve ser a de tombar o termo circunstanciado em apuração e remetê-lo ao Poder Judiciário
(em algumas unidades da Federação, como no Distrito Federal, a tramitação é direta ao MP).

Renúncia ao direito de representação: a vítima pode renunciar (na prática policial, há o


termo de renúncia, quando na verdade deveria se chamar termo de retratação) ao seu direito
de representação em situações como a narrada, pois, como regra, a lesão corporal culposa em
acidentes de TRÂNSITO é crime de ação penal pública condicionada à representação.
Quem pode lavrar o termo circunstanciado: no Distrito Federal, por força de um ato nor-
mativo do TJDFT, os agentes do DER/DF, do DETRAN, membros da Polícia Militar e membros
da Polícia Rodoviária Federal, também podem lavrar termo circunstanciado. Trata-se de inter-
pretação doutrinária do termo “autoridade policial”, que foi entendida de modo ampliativo por
doutrinadores como Damásio de Jesus e incorporada pelo ato normativo do Tribunal. Nesse
sentido, há quem sustente que em razão dos princípios que norteiam os Juizados Especiais
(Art. 62, Lei n. 9.099/1995), um Oficial da Polícia (ou até um Praça) pode ser considerado como
autoridade policial também. Para a maioria da doutrina e da jurisprudência, contudo, quando o
CPP e as demais leis penais especiais se referem a expressão “autoridade policial”, só estaria
a se falar no Delegado de Polícia Civil ou Federal.
Em regra, a lesão corporal culposa em virtude de acidente de trânsito é crime de ação penal
pública condicionada a representação e apurada por Termo Circunstanciado.
LEMBRE-SE: a Lei 12.830/13, que trata da condução da investigação pelo Delegado de
Polícia, afirma que o Delegado de Polícia investiga as infrações penais por meio de Inquérito
Policial ou de Termo Circunstanciado.

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Termo Circunstanciado: é o procedimento administrativo e inquisitivo, presidido por Dele-


gado de Polícia, que tem por finalidade apurar as infrações penais de menor potencial ofensi-
vo. Rege o art. 69, parágrafo único, Lei n. 9.099/1995:

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado
e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as
requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado
ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem
se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de caute-
la, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação dada pela Lei
n. 10.455, de 13.5.2002)

Medidas Despenalizadoras Previstas na Lei n. 9.099/1995

(i) Na COMPOSIÇÃO CIVIL – Autor e Vítima chegam a um acordo lavrado em audiência pre-
liminar convocada antes do oferecimento da denúncia. Tal audiência de conciliação é realizada
antes de se propor a transação e, uma vez realizada a composição, a vítima renuncia ao direito
de queixa ou de representação. A  sentença que homologa a composição civil é irrecorrível.
Caso não haja o cumprimento do acordo, a sentença que homologa a composição é executada
no Juízo Cível.
(ii) A TRANSAÇÃO PENAL também é realizada em audiência preliminar, constituindo-se
em um acordo entre o Promotor de Justiça e o autor do fato (Art. 76, Lei n. 9.099/1995). Da
sentença que homologa a transação penal, contudo, cabe Apelação, diferente do que ocorre
com a composição civil (Art. 76, § 5º, Lei n. 9.099/1995). Caso o sujeito não cumpra o acordo,
o juiz abre vista ao MP, que oferecerá a denúncia ou requererá o retorno do procedimento in-
vestigatório para a unidade policial requisitar diligências, de acordo com o disposto em Súmula
Vinculante do STF.
Rege o art. 76 da Lei dos Juizados Especiais:

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena res-
tritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

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I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena
restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para
impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de anteceden-
tes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo
aos interessados propor ação cabível no juízo cível.

(iii) O Art. 88 da Lei n. 9.099/1995 exige REPRESENTAÇÃO para os crimes de lesão corporal
leve e lesão corporal culposa.

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação
a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Antes da edição da Lei dos Juizados Especiais Criminais, tais delitos eram de ação penal
pública incondicionada.
Exceção ao Art. 88, L.9099/95: Art. 41 da Lei Maria da Penha determina que não se aplica
a Lei n. 9.099/1995 aos crimes (e contravenções) cometidos em situação de violência domés-
tica. Logo, a lesão corporal em situação de violência doméstica é de ação penal pública incon-
dicionada. O mesmo valendo para a contravenção penal praticada em situação de violência
doméstica. Rege o art. 41 da Lei Maria da Penha:

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independente-
mente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Apuração da Lesão Corporal Culposa em Virtude de Acidente de Trânsito


Mediante Inquérito Policial

Em situações excepcionais, a lesão culposa prevista no CTB passa a ser de ação penal
pública incondicionada, além de ser apurada por meio de inquérito policial.

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Rege o § 1º do art. 291 do CTB:

§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da
Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo
único pela Lei n. 11.705, de 2008)
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;
(Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)

Até um determinado tempo apenas era possível lavrar o auto de prisão em flagrante por
embriaguez ao volante se a pessoa tivesse soprado o bafômetro, sendo que o resultado era
comprovado por meio da “fita” confeccionada pelo aparelho. Depois da alteração de 2008 feita
pelo legislador em relação ao art. 306 do CTB, muitos condutores começaram a se recusar se
submeter ao teste do etilômetro. Em 2012, houve nova alteração no art. 306 do CTB, para que
outros meios de prova fossem usados para autuação criminal do motorista embriagado.

Como a menção a substância psicoativa no inciso I do § 1º do art. 291 do CTB, a Portaria n.


344/1998 do Ministério da Saúde é o ato administrativo que prevê o rol de substâncias entor-
pecentes (Não há necessidade de memorização). No entanto, há de se ter em conta que não
são apenas as substâncias ilícitas que determinam dependência. O Art. 243 do ECA, por exem-
plo, fala em substâncias que causam dependência e que são vendidas livremente no comércio,
como a cola de sapateiro, por exemplo. Assim, ainda que a cola seja uma substância lícita,
não enquadrada no rol de entorpecentes, ela causa dependência (O art. 243 do ECA foi um dos
assuntos mais cobrados pelo MPSP nos anos 2000).

As medidas despenalizadoras previstas na Lei n. 9.099/1995 serão afastadas no crime de


lesão corporal culposa em virtude de acidente de trânsito, quando o condutor estiver embria-
gado ou sob efeito de substâncias entorpecentes.

II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou


demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade compe-
tente; (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)

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Deve-se ter cuidado ao estudar o CTB na parte da racha, pois tal delito, assim como a
embriaguez ao volante e a lesão culposa em virtude de acidente de trânsito, sofreu profundas
muitas alterações.
A exibição não autorizada, que é diferente da competição não autorizada, também afasta a
aplicação de medidas despenalizadoras, caso alguém se lesione. Ex.: motociclistas que costu-
mam empinar motos com alguém na garupa, por exemplo, caso causem um acidente, respon-
dem pelo crime de lesão corporal culposa prevista no CTB, sem a possibilidade de aplicação
das medidas despenalizadoras. Vale lembrar, porém, que existem exibições autorizadas pelo
Poder Público.

III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta qui-
lômetros por hora). (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)

CUIDADO: quando o indivíduo recebe uma multa administrativa, ela vem com a infração
descrita em forma de porcentagem e não nominalmente, como ocorre no inciso III (50 km/h).

Exemplo: o condutor que transita a 120 km/h em uma via de 60 km/h encaixa-se nesta exce-
ção. Cabe mencionar que o laudo/informação pericial juntados ao inquérito são capazes de
indicar a velocidade do motorista no momento do acidente que ocasionou a lesão corporal.

§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a
investigação da infração penal. (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)

Inquérito x Termo Circunstanciado: o inquérito policial é um procedimento administrativo


e inquisitivo, presidido pelo Delegado de Polícia, destinado a apurar crimes de médio potencial
ofensivo, graves, hediondos e equiparados aos hediondos. Já, o termo circunstanciado tam-
bém é um procedimento administrativo e inquisitivo presidido pela Autoridade Policial, mas
que objetiva apurar infrações penais de menor potencial ofensivo.

Alterações da nova Lei de Abuso de Autoridade: a despeito de o inquérito ser um procedimento


inquisitivo, temos que lembrar que o Estatuto da OAB confere ao advogado o direito de formular

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perguntas e apresentar quesitos após o interrogatório do indiciado. O Pacote Anticrime prevê


até citação para o inquérito policial militar (art. 16-A do CPPM).

§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)


§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei n. 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às
circunstâncias e consequências do crime. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se
imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.

Voz de prisão x auto de prisão em flagrante: não podemos confundir o ato de dar voz de
prisão em flagrante (uma das fases da prisão) com a lavratura do auto de prisão em flagrante,
que é a peça inaugural do inquérito (estudar os arts. 304 a 306 do CPP).
Apresentação espontânea: a pessoa que se apresenta espontaneamente na unidade poli-
cial alegando a prática de uma infração penal, não impede a decretação de prisão preventiva
ou temporária, nos casos previstos no CPP e na Lei 7960/89.
Sujeito passivo do auto de prisão em flagrante: o autor da infração penal de trânsito que
presta pronto e integral socorro à vítima de acidente de trânsito não poderá ser sujeito passivo
do auto de prisão em flagrante.
NÃO PODEM SER SUJEITOS PASSIVOS DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE:
(I) o autor da infração penal que presta pronto e integral socorro;

Exemplo: motorista de caminhão de móveis que mata uma criança ao dar ré, mas, a despei-
to disso, chama a ambulância, permanecendo no local até o socorro e a Polícia chegarem e,
quando chamado a Delegacia, comparece prontamente para prestar todos os esclarecimentos.

Se há risco de o motorista ser linchado, ele até pode sair do local, mas desde que ligue para o
SAMU, Corpo de Bombeiros Militar ou tome as medidas necessárias para providenciar o socorro.
Omissão de socorro como crime subsidiário: o crime de omissão de socorro previsto no
Art. 304 do CTB é infração de menor potencial ofensivo, mas é crime subsidiário, pois pode ser
que o fato constitua elemento de crime mais grave, como no caso do homicídio culposo.
O Art. 304 do CTB é modalidade especial de omissão de socorro (prevista no CP).

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Lei n. 9.503/1997 – Crimes no Código de Trânsito Brasileiro
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O Art. 312 do CTB prevê uma modalidade especial de fraude processual (art. 347 do CP):

Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência


do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de
lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação,
o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.

Exemplo: imagine que esteja acontecendo um racha do qual resulte um acidente. Neste aci-
dente, o passageiro que se encontra no banco de trás é atingido por um poste por conta da
colisão do carro contra o objeto fixo, vindo a falecer. O outro veículo que estava disputando o
racha, a despeito de também estar envolvido no acidente, dá ré e sai da cena do local do crime.
Exemplo: crime de trânsito onde as pessoas modificam a cena do local do crime, retirando os
copos e latinhas de bebida alcoólica antes da autoridade chegar.

Ao lermos o Art. 16, parágrafo único, I do Estatuto do Desarmamento, notamos que a modifi-


cação das características de armas de fogo para induzir a erro as autoridades também é uma
modalidade especial de fraude processual.

Nos crimes previstos no CTB, quando o juiz, após o processo-crime, converter a pena privativa
de liberdade em restritiva de direitos, e o sujeito for prestar serviços à comunidade, suas ativi-
dades serão disciplinadas pelo Art. 312-A do CTB:

Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que o
juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá
ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes ativida-
des: (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras uni-
dades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)

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II – trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de
acidente de trânsito e politraumatizados; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
III – trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito;
(Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
IV – outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes
de trânsito.

(II) o adolescente infrator tendo em vista que o ECA já prevê um procedimento especial
(auto de apreensão);
(III) o usuário de drogas;
Caso do usuário de drogas: o art. 48 da Lei de Drogas (11.343/06) dispõe que o usuário
que se recusar a assinar o termo de compromisso de comparecimento ao Juizado Especial
Criminal não será preso em flagrante. Em verdade, mais correto e técnico seria que o Art. 48
da Lei de Drogas colocasse como consequência a não lavratura de auto de prisão em flagrante
considerando a impossibilidade de detenção do agente quando este é usuário.
Rege o dispositivo em estudo:

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo dis-
posto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal
e da Lei de Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com
os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e se-
guintes da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, deven-
do o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir
o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
requisições dos exames e perícias necessários.
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas
de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a exa-
me de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente,
e em seguida liberado.
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n. 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Espe-
ciais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28
desta Lei, a ser especificada na proposta.

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Ninguém assina Termo Circunstanciado. O que o agente assina é o Termo de Compromisso de


Comparecimento ao Juizado, que é uma peça componente do Termo Circunstanciado.

LEMBRE-SE: a Lei de Drogas foi alterada em 2019, criando a chamada internação voluntá-
ria e involuntária no âmbito administrativo, o que demonstra que o usuário é um caso de saúde
pública. Atenção, mesmo com alteração legislativa, PORTE DE DROGA PARA USO PRÓPRIO
CONTINUA SENDO CRIME.
(IV) aquele que assume o compromisso de comparecer ao juizado especial criminal (art. 69,
parágrafo único, Lei n. 9099/95).
O autor de infração de menor potencial ofensivo que assumiu o compromisso de compare-
cer ao Juizado não poderá ser alvo de auto de prisão em flagrante. Do contrário, não assumin-
do o compromisso, será lavrado o auto de prisão em flagrante e fixado o valor da fiança.

Dos Crimes em Espécie


Lesão Corporal Culposa

Dispõe o art. 303 do CTB:

Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:


Penas – detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do
art. 302. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras pe-
nas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do
crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017)
(Vigência)

Em 2017, o Código Penal foi alterado, de modo que o crime de lesão corporal em acidente
de trânsito passou a ter nova redação. Atualmente, se o sujeito causar uma lesão corporal cul-
posa em virtude de acidente de trânsito ou estiver embriagado ou sobre efeito de droga, a pena
poderá ser de até 5 anos se a lesão for de natureza grave ou gravíssima (ex.: moto que atropela
um pedestre e deixa este paraplégico).

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PROBLEMA: até o advento da lei em 2017, a lesão corporação culposa não comportava
modalidades diferentes; era um tipo único. Hoje, o  CTB prevê duas modalidades (grave e
gravíssima).

Representação como Medida Cautelar para Suspensão da Permissão ou


Habilitação e Proibição da Obtenção da Habilitação

Regem os art. 292 e 294 do CTB:

Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo


automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras penalidades. (Redação dada
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia
da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada,
a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o
requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.

Nos termos do art. 294 do CTB, o delegado pode representar pela proibição ou suspensão
da habilitação, o que pode ser feito no próprio relatório final de conclusão do inquérito policial.
O  juiz também pode decretar tal medida cautelar de ofício, o  que é questionável diante do
princípio da imparcialidade.

Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a


habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito –
CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a pena-
lidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das
demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei n. 11.705, de 2008)

Da leitura do artigo, nota-se que após o devido processo legal, é possível a imposição das
medidas cautelares de suspensão ou proibição da CNH além das penas privativas de liberdade.

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Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em


favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49
do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o con-
dutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial
a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros
ou de carga;
VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afe-
tem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas
especificações do fabricante;
VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
Art. 299. (VETADO)
Art. 300. (VETADO)

Embriaguez ao Volante

Como o bafômetro só atesta a embriaguez ao volante, alguns Estados já fazem também


testes com a saliva dos condutores para detectar eventual presença de substâncias psicoativas.
Rege o art. 306 do CTB:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei n.
12.760, de 2012)
Pena – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permis-
são ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

A embriaguez ao volante é um crime de médio potencial ofensivo, isto é, um delito afian-


çável na esfera policial. Não há como se aplicar a transação penal por conta pena máxima
imposta no preceito secundário.

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A fiança é uma garantia prestada pelo indiciado/acusado para que ele responda ao inqué-
rito/processo em liberdade. Liberdade esta que é de natureza provisória. As  finalidades da
fiança são:
• pagar custas processuais;
• pagar a pena de multa;
• pagar a pena de prestação pecuniária;
• indenizar a vítima.

O pagamento da multa reparatória prevista no 297 do CTB será abatido do valor indeniza-
tório fixado no processo cível.
Como a pena mínima é de 06 (seis) meses, cabe suspensão condicional do processo nos
processos judiciais de embriaguez ao volante, o que determina também a suspensão do prazo
prescricional. Tudo mediante condições impostas ao beneficiário, como por exemplo compa-
recimento ao fórum para informar a atividade que ele vem exercendo. Em se tratando de sursis
processual, o processo fica suspenso por um período de 2 a 4 anos e, ao final, se o beneficiário
não der causa a nenhum tipo de revogação, o juiz declara extinta a punibilidade.

§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior
a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)

Note que quando a lei fala em sangue, a unidade de medida é o decigrama, e quando se
refere ao bafômetro, fala em miligrama. Ainda nesse sentido, a orientação do INMETRO é de
que a autoridade leve em consideração a margem de erro de 4 para cima e 4 para baixo. Assim,
quando constatar-se a presença de 0,34 miligramas por litro no organismo do indivíduo, este
deverá ser autuado em flagrante. Se for um valor abaixo de 0,34 mg/l só é possível aplicar mul-
ta administrativa. Se for mais do que 0,34, haverá prisão em flagrante acompanhada de multa.

II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.
(Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)

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Os sinais aos quais o inciso faz menção podem ser obtidos por meio de testemunhas,
fotos; vídeos, dentre outros. As fotos podem, por exemplo, registrar o indivíduo tomando soro
ou glicose e mesmo assim com o aspecto de confusão. Da mesma forma, pode-se filmar o
indivíduo ziguezagueante ao caminhar para a cela.

§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou to-
xicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito
admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)

Se o sujeito não quer soprar o bafômetro, é possível que as Autoridades de Trânsito (PRF, De-
tran, DER, Batalhões de Trânsito da PM), desde logo, lavrem auto de constatação de embriaguez,
ou então, o Delegado de Polícia pode determinar que o policial civil, depois registrada a ocorrên-
cia, elabore um memorando de encaminhamento do motorista para o IML, onde o médico legista
pode atestar a embriaguez. No geral, o legista pode afirmar 03 situações: (i) sujeito embriagado;
(ii) sujeito não embriagado ou (iii) sujeito não embriagado, mas sem exclusão da possibilidade
de haver embriaguez durante o acidente. O legista observa vários fatores durante o exame de
constatação: a vermelhidão nos olhos; a fala desconexa; o hálito; dentre outros elementos.
O auto de constatação pode fundamentar o flagrante em casos excepcionais (ex.: Central
de Flagrantes com diversas ocorrências policiais na frente para registro).
O Policial Rodoviário Federal quando detém motorista embriagado conduzindo veículo
automotor, ele o apresenta na Delegacia de Polícia Civil, para lavratura do auto de prisão, se for
o caso.

§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos
para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)
§ 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia – INMETRO – para se determinar o previsto no caput. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

Direção Perigosa

Rege o art. 309 do CTB:

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Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilita-
ção ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Nos anos 90, o Art. 309 do CTB, que trata da direção perigosa, suscitou polêmicas. O re-
sultado das discussões na doutrina foi a conclusão de que se uma pessoa conduz um veículo
automotor sem CNH, mas não expõe terceiros a risco, não há crime, no máximo, infração admi-
nistrativa. Por outro lado, se a pessoa tem habilitação e está dirigindo perigosamente, aplica-se
o art. 34, LCP:

Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a se-
gurança alheia: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de trezentos mil réis
a dois contos de réis.

Outros Crimes

Rege o art. 305 do CTB:

Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal
ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

O STF entendeu que o art. 305 do CTB é constitucional.


Na época, parte da doutrina chegava a afirmar que a previsão contida no Art. 305 do CTB
era uma espécie de prisão civil de forma reflexa, pois se estaria utilizando o Direito Penal para
cobrar uma dívida passível de resolução exclusivamente na esfera cível.
A teste dominantes é que o art. 305 do CTB violava o princípio constitucional de que “Nin-
guém é Obrigado a Produzir Prova Contra Si Mesmo”.
Como se sabe, a própria Lei dos Juizados Especiais prevê a hipótese de composição civil,
de modo que a partir da decisão do STF pela constitucionalidade a prática da autoridade poli-
cial deve ser, basicamente, a seguinte (por ser o crime do art. 305 do CTB de menor potencial
ofensivo): (i) lavrar a ocorrência; (ii) tomar o termo circunstanciado, (iii) identificar o causador
do acidente de trânsito e, a partir disso, encaminhar o TC para a Justiça Criminal.
A diferença entre o Art. 304 e 305 do CTB é que no primeiro a pessoa está completamente
lesionada, ao passo que no segundo analisam-se os demais delitos previstos no CTB.

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Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à víti-
ma, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
pública:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime
mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua
omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com feri-
mentos leves.

O crime do Art. 307 do CTB é doloso; de menor potencial ofensivo.

Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir


veículo automotor imposta com fundamento neste Código:
Penas – detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo
de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabele-
cido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

Muito se discutiu acerca da violação da imposição administrativa, ou seja, a suspensão ou


proibição serem determinadas por Autoridade de Trânsito. Ao ser examinada a questão pelo
STJ, a Corte concluiu que, havendo o processo administrativo que gere a cassação da habi-
litação, a violação da imposição da autoridade de trânsito não faz com que haja o crime do
art. 307 do CTB, pois o disposto nele só se aplicaria quando ocorresse a violação de decisão
judicial. Na opinião do professor, é uma modalidade especial de desobediência (doutrina ma-
joritária e jurisprudência do STJ). O entendimento do STJ é amparado na menção por conta da
redação do art. 293 do CTB, por conta da expressão “autoridade judiciária”.

Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para


dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade
judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver
recolhido a estabelecimento prisional.

Caso do crime a prazo (307, parágrafo único): o crime a prazo é aquele que só se consuma
depois de decorrido o transcurso do tempo previsto na lei.

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Art. 308 do CTB

A Lei n. 13.546/2017 deu nova redação ao tipo penal em que está o crime de homicídio culposo
em decorrência de crime de trânsito revogando o § 2º do art. 303 do CTB.

Assim, não se fala mais em “homicídio culposo em virtude de acidente de trânsito causado
por racha”.
Vale ressaltar que o § 3º do art. 303 do CTB fala em homicídio culposo causado em virtude
de acidente de trânsito causado por motorista embriagado ou sob efeito de drogas, cuja pena
pode ser de reclusão, de cinco a oito anos, além da suspensão ou proibição do direito de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Assim o ordenamento jurídico pátrio tem no §  1º o racha com resultado lesão corporal
grave e no § 2º o racha com resultado morte.
O crime de “racha” na forma simples é crime de médio potencial ofensivo. Não cabe tran-
sação penal, mas cabe suspensão condicional do processo. Vejamos:

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou com-
petição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade
pública ou privada: (Redação dada pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veí c u lo automotor. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as cir-
cunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo,
a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas
previstas neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que
o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de
reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)

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O Art. 308 “caput” é aplicado nos casos em que não há resultado lesão grave ou morte. Já
o § 1º é aplicado se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza
grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o
risco de produzi-lo. A pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
prejuízo das outras penas previstas neste artigo. Por fim, o § 2º será aplicado se da prática do
crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não
quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo. No caso, a pena privativa de liberdade é
de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.

Não se esqueça dos conceitos de:


a) culpa consciente, que ocorre quando o agente, embora prevendo o resultado, acredita since-
ramente na sua não ocorrência, dando continuidade à sua conduta;
b) dolo eventual, que ocorre quando o agente, mesmo sem querer efetivamente o resultado,
assume o risco de o produzi-lo.

A seguir teses firmadas pelo STJ sobre os crimes de trânsito (não confundir teses com
súmulas):

Tese – STJ: Na hipótese de homicídio praticado na direção de veículo automotor, havendo


elementos nos autos indicativos de que o condutor agiu, possivelmente, com dolo even-
tual, o julgamento acerca da ocorrência deste ou da culpa consciente compete ao Tribu-
nal do Júri, na qualidade de juiz natural da causa.
Tese – STJ: quando há penalidade de imposição da proibição ou suspensão da CNH, não
cabe HABEAS CORPUS, pois quando o juiz a impõe não há ameaça à liberdade de ir e vir.
Tese – STJ: o fato de a infração do Art. 302 do CTB ter sido praticada por motorista pro-
fissional não conduz à substituição da pena acessória do direito de dirigir por outra, pois
é justamente de tal categoria que se espera mais cuidado e responsabilidade no trânsito.

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O STF fixou o mesmo entendimento em 2020.

Tese – STJ: Quando não reconhecida a autonomia de desígnios, o crime de lesão corporal
culposa (art. 303 do CTB) absorve o delito de direção sem habilitação (art. 309 do CTB),
funcionando este como causa de aumento de pena (art. 303, parágrafo único, do CTB).
Tese – STJ: o crime de embriaguez ao volante e de lesão corporal culposa na direção de
veículo automotor, são autônomos e o primeiro não é meio normal nem fase de prepara-
ção ou execução para o cometimento do segundo, não havendo em se falar no princípio
da consunção. Haverá, portanto, lesão corporal culposa em concurso com embriaguez
ao volante.
Tese – STJ: O crime do art.  306 do CTB é de perigo abstrato, sendo despicienda a
demonstração da efetiva potencialidade lesiva da conduta.
Tese – STJ: Para a configuração do delito tipificado no art. 306 do CTB, antes da alte-
ração introduzida pela Lei n. 12.760/2012, é imprescindível a aferição da concentração
de álcool no sangue por meio de teste de etilômetro ou de exame de sangue, conforme
parâmetros normativos.
Teste – STJ: O indivíduo não pode ser compelido a colaborar com os referidos testes do
‘bafômetro’ ou do exame de sangue, em respeito ao princípio segundo o qual ninguém é
obrigado a se autoincriminar (nemo tenetur se detegere).
Teste -STJ: É irrelevante qualquer discussão acerca da alteração das funções psico-
motoras do agente se o delito foi praticado após as alterações da Lei n. 11.705/2008 e
antes do advento da Lei n. 12.760/2012, pois a simples conduta de dirigir veículo auto-
motor em via pública, com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior
a 6 (seis) decigramas, configura o crime previsto no art. 306 do CTB.
Tese – STJ: Com o advento da Lei n. 12.760/2012, que modificou o art. 306 do CTB, foi
reconhecido ser dispensável a submissão do acusado a exames de alcoolemia, admite-
-se a comprovação da embriaguez do condutor de veículo automotor por vídeo, testemu-
nhos ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.

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Tese – STJ: Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veí-
culo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das
situações previstas no art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de
perigo de dano concreto na condução do veículo.
Tese – STJ: A desobediência a ordem de parada dada pela autoridade de trânsito ou
por seus agentes, ou por policiais ou outros agentes públicos no exercício de ativida-
des relacionadas ao trânsito, não constitui crime de desobediência, pois há previsão de
sanção administrativa específica no art. 195 do CTB, o qual não estabelece a possibili-
dade de cumulação de punição penal.

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EXERCÍCIOS
Questão 1 (QUESTÃO INÉDITA) A desobediência à ordem de parada dada pela autoridade
de trânsito ou por seus agentes, ou por policiais ou outros agentes públicos no exercício de
atividades relacionadas ao trânsito, não constitui crime de desobediência, pois há previsão de
sanção administrativa específica no art. 195 do CTB, o qual não estabelece a possibilidade de
cumulação de punição penal.

Questão 2 (MPE-PR/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO/2019) Assinale das alternativas


abaixo a única que não é considerada causa de aumento de pena para o autor do crime de
homicídio culposo na direção de veículo automotor:
a) Não possuir Carteira de Habilitação.
b) Praticar o crime em faixa de pedestres.
c) Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente.
d) Estar com sua Carteira de Habilitação suspensa.
e) No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de
passageiros.

Questão 3 (VUNESP/TJ-MT/JUIZ SUBSTITUTO/2018) Se o agente conduzir veículo auto-


motor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência, e, por conta dessa condição, matar alguém, responderá pelo crime previsto
a) no Art. 306 do CTB: “Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”
em concurso com o crime previsto no Art. 302 do CTB: “Praticar homicídio culposo na direção
de veículo automotor”.
b) no Art. 306 do CTB: “Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”
em concurso com o crime previsto no Art. 121 do CP: “Matar alguém”, tendo em vista que o
CTB não previu a modalidade dolosa do homicídio.

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c) no Art. 302 do CTB: “Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor” qualifi-


cado pelo “agente conduzir veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência”.
d) no Art. 306 do CTB: “Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”
em concurso com o crime previsto no Art. 121, parágrafo terceiro do CP: “Matar alguém” de
forma culposa.
e) no Art. 121, parágrafo segundo, inciso III do CP: “Matar alguém” com “emprego de veneno,
fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
comum”.

Questão 4 (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Nos termos da Lei n. 9.503/1997,


a conduta de conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, será cons-
tatada por sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
psicomotora, ou por concentração igual ou superior a:
a) 2 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,1 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
b) 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
c) 4 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,4 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
d) 5 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,9 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
e) 7 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,8 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.

Questão 5 (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Com relação aos crimes de


trânsito, é correto afirmar que
a) em qualquer hipótese de lesão corporal culposa, a ação penal será pública condicionada.
b) no crime de homicídio culposo a ação penal poderá ser pública condicionada.

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c) o crime de embriaguez ao volante não admite transação penal, mas nada impede a incidên-
cia de suspensão condicional do processo.
d) o crime de violação da suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou habilitação
para dirigir veículo é incompatível com a suspensão condicional de processo.
e) o crime de fuga do local do acidente não é considerado uma infração penal de menor poten-
cial ofensivo.

Questão 6 (CESPE/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) Pedro, mesmo sabendo


que seu amigo Jaime se encontrava embriagado e com a CNH vencida, entregou-lhe a con-
dução de seu veículo automotor. Jaime, tão logo assumiu a direção do veículo, provocou um
acidente de trânsito que causou lesões corporais em Maria.
Nessa situação hipotética, conforme a jurisprudência pertinente e a Lei n. 9.503/1997,
a) Jaime responderá pelo delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor,
desde que Maria ofereça representação, exceto se do crime lhe tiver resultado lesão corporal
grave ou gravíssima.
b) por Jaime ter conduzido o veículo automotor com a CNH vencida, incidirá causa de aumento
de pena no delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
c) Jaime não responderá pelo crime de embriaguez ao volante, o qual será absorvido pelo de-
lito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, que será, no entanto, aplicado
em sua forma majorada por força do princípio da consunção.
d) para que Jaime responda pelo delito de embriaguez ao volante, é imprescindível a aferição
de concentração de álcool por litro de sangue superior ao limite permitido pela lei, por se tratar
de circunstância objetiva elementar do tipo penal em questão.
e) Pedro responderá pelo crime de entrega da direção de veículo automotor a pessoa sem con-
dições de conduzi-lo com segurança, o qual se teria configurado ainda que não tivesse sido
demonstrado o perigo concreto de dano a terceiros.

Questão 7 (FGV/MPE-RJ/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – PROCESSUAL/2016)


Carlos é investigado pela prática do crime de homicídio culposo na direção de veículo auto-
motor (art. 302, CTB – pena: detenção, de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de se obter a

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permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor). No curso das investigações, o Minis-
tério Público encontra dificuldades na obtenção da justa causa, mas constam informações de
que Carlos conversa e ri dos fatos com amigos ao telefone, admitindo o crime. Diante disso,
o delegado representa pela interceptação de comunicações telefônicas. Sobre os fatos narra-
dos, é correto afirmar que a interceptação:
a) não deverá ser decretada, pois ainda na fase de inquérito policial;
b) poderá ser decretada, mas não poderá ultrapassar o prazo de 30 dias, prorrogável por igual
período;
c) não deverá ser decretada em razão da pena prevista ao delito investigado;
d) poderá ser decretada e a divulgação de seu conteúdo sem autorização judicial configura
crime;
e) poderá ser decretada, sendo que o conteúdo interceptado deverá ser, necessariamente,
integralmente transcrito.

Questão 8 (FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Sobre os


institutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/1995, marque a alternativa incorreta:
a) A transação penal não será admitida nas seguintes hipóteses: ter sido o autor da infração
condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; ter sido
o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) anos, com a transação penal; não in-
dicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
b) É perfeitamente viável a utilização de prestação pecuniária ou de serviços à comunidade
tanto como pena restritiva de direitos, quanto como condição na proposta de sursis processu-
al sem caráter sancionatório.
c) Aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa não se aplicam os benefícios da transação
penal e da suspensão do processo, se o agente estiver: sob a influência de álcool ou qual-
quer outra substância psicoativa que determine dependência; participando, em via pública, de
corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em
manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; transitando em ve-
locidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).

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d) A suspensão do processo será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser pro-
cessado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano, e poderá
ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou
descumprir qualquer outra condição imposta.

Questão 9 (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Aquele que conduz veículo automo-


tor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine depen-
dência e, nessas condições, causa morte de terceiro por imprudência responde por
a) homicídio culposo na direção de veículo automotor e embriaguez ao volante, em concurso
formal.
b) homicídio culposo na direção de veículo automotor, qualificado.
c) homicídio culposo na direção de veículo automotor e embriaguez ao volante, em concurso
material.
d) homicídio doloso, na modalidade dolo eventual e embriaguez ao volante, em concurso
formal.
e) homicídio doloso, na modalidade dolo eventual e embriaguez ao volante, em concurso
material.

Questão 10 (VUNESP/TJ-RO/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) Mévio, de 70 anos, em


função de prescrição de remédio que não causa dependência, mas que pode comprometer a
capacidade psicomotora, foi proibido de dirigir. Tendo lido na bula que o comprometimento
da capacidade psicomotora acomete menos de 1% dos usuários, Mévio decide descumprir a
proibição médica e continua a dirigir. Em uma tarde, Mévio foi buscar os netos na escola. Ao re-
tornar, com os netos no carro, em um trecho de curva, manteve o carro em reta, vindo a colidir
de frente com o muro de uma casa. No acidente, faleceu o neto mais novo. O mais velho teve
a perna amputada. Feita a perícia, constatou-se que Mévio dirigia na velocidade permitida, não
se apontado falha ou defeito mecânico. Ao prestar depoimento, Mévio informou que estava
sob efeito de medicação e disse acreditar estar com a capacidade psicomotora alterada, já que
o trajeto onde o acidente aconteceu lhe era bastante conhecido. Diante da situação hipotética,
tendo em vista os crimes de trânsito e o Código Penal, é correto afirmar que Mévio

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a) praticou homicídio culposo de trânsito e lesão corporal culposa de trânsito.


b) praticou homicídio culposo de trânsito e lesão corporal culposa de trânsito, ambos com
incidência de causa de aumento, em decorrência de estar sob influência de substância que
altera a capacidade psicomotora.
c) praticou homicídio culposo qualificado de trânsito e lesão corporal culposa qualificada
de trânsito, em decorrência de estar sob influência de substância que altera a capacidade
psicomotora.
d) não praticou qualquer crime de trânsito, pois não infringiu nenhuma norma objetiva de
cuidado, sendo que os resultados morte e lesão corporal são decorrentes de fatalidade.
e) praticou homicídio culposo de trânsito e lesão corporal culposa qualificada de trânsito.

Questão 11 (INSTITUTO ACESSO/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2019) João, muito feliz


com seu noivado com Isabel, marcou um churrasco comemorativo com os familiares de am-
bos. A comemoração foi marcada para o dia 21/07/2017 e ocorreu na casa de Isabel. O festejo
teve início às 12 horas, perdurando até às 22 horas. Por volta das 23 horas, João se despediu
da noiva e partiu para casa em seu carro. No caminho de regresso, João – que estava com sua
capacidade psicomotora visivelmente alterada, em decorrência de bebida alcoólica que ingeriu
durante a comemoração – subiu com seu carro em uma calçada e atropelou Marcos, causan-
do-lhe lesões leves, em diversas partes do corpo. João pediu socorro, ligando para o corpo de
bombeiros e a polícia. Com a chegada dos policiais João foi submetido ao teste de dosagem
alcoólica no ar expirado (exame de bafômetro), que fez voluntariamente. Constatou-se que
a concentração de álcool por litro de seu sangue era superior à quantidade permitida na lei.
Marcos, por sua vez, foi atendido e encaminhado para um hospital.
Tendo em vista a situação narrada e as regras sobre os crimes de trânsito constantes no Código
de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei n. 9.503/97), é INCORRETO afirmar que, no presente caso, incide
a) uma causa especial de aumento de pena conforme determina o § 1º do art. 303 combinado
com o art. 302, § 1º, II todos do CTB.
b) o § 2º do art. 291 do CTB e deverá ser lavrado um termo circunstanciado sobre a ocorrência.
c) o § 2º do art. 291 do CTB e deverá ser aberto inquérito policial para investigar a infração.

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d) o rol de crimes previstos nos art. 303, caput, (lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor) bem como o previsto no art. 306, caput, (condução de veículo automotor com ca-
pacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool) ambos do CTB, todos funda-
mentados pelo art. 69 do Código Penal (CP).
e) a circunstância prevista no art. 291, § 1º, I do CTB, em razão da lesão corporal culposa de-
corrente da condução de veículo automotor sob a influência de álcool e se afasta, portanto,
a possibilidade da aplicação de benefícios presente na Lei n. 9.099/1995.

Questão 12 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2019) Se o agente


pratica homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 da Lei n. 9.503/1997), em
uma ocasião na qual estava conduzindo o veículo com a capacidade psicomotora alterada
em razão da influência de álcool (art. 306 da Lei n. 9.503/1997), se implementa um concurso
formal de delitos.

Questão 13 (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) A respeito dos delitos tipificados


na legislação extravagante, julgue o item a seguir, considerando a jurisprudência dos tribunais
superiores.
Situação hipotética: Simão praticou lesão corporal culposa enquanto conduzia veículo auto-
motor. Além de ter dirigido com a capacidade psicomotora alterada em razão da ingestão
de bebida alcoólica, o condutor apresentou carteira de habilitação vencida. Assertiva: Nessa
situação, segundo entendimento do STJ, Simão responderá pelos delitos de embriaguez ao vo-
lante e de lesão corporal na condução de veículo automotor, devendo incidir, ainda, a causa de
aumento de pena, por ter conduzido veículo automotor com a carteira de habilitação vencida.

Questão 14 (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Com relação a


crimes de trânsito, julgue os itens a seguir.
I – De acordo com o STJ, a conduta de permitir a direção de veículo automotor a pessoa
que não seja habilitada constitui crime somente na hipótese em que for constatado
perigo de dano concreto na condução do veículo.
II – Aplica-se à lesão corporal culposa a transação penal, exceto se o agente estiver sob a
influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência.

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III – A remoção do veículo por seu condutor imediatamente após a ocorrência de acidente
automobilístico configura o crime de fraude processual.
IV – Em caso de acidente de trânsito de que resulte vítima, ao condutor do veículo não se
imporá a prisão em flagrante nem se exigirá fiança caso ele preste pronto e integral
socorro à vítima.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) I, III e IV.

Questão 15 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Julgue o item seguinte, referen-


te a crimes de trânsito e a posse e porte de armas de fogo, de acordo com a jurisprudência e
legislação pertinentes.
Situação hipotética: Após grave colisão de veículos, pessoas que transitavam pelo local – con-
dutores de outros veículos e pedestres alheios ao evento – deixaram, sem justificativa, de prestar
imediato socorro às vítimas. Assertiva: Nessa situação, os terceiros não envolvidos no acidente
não responderão pelo crime de omissão de socorro previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Questão 16 (VUNESP/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2018) De acordo com o § 1º


do art. 302 da Lei n. 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), no homicídio culposo cometido
na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente
a) estiver sob efeito de álcool ou droga.
b) não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação.
c) for contumaz infrator das leis de trânsito.
d) praticá-lo conduzindo em velocidade excessiva.
e) praticá-lo durante corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela auto-
ridade competente.

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Questão 17 (VUNESP/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Considere o seguinte caso


hipotético.
A velocidade máxima permitida na Rua A é de 50 Km/h. “Y”, conduzindo seu veículo a 120 Km/h
pela Rua A, atropela “Z”, provocando-lhe lesões corporais. Diante do exposto e considerando
que “Y” cometeu um crime culposo de trânsito nos termos da Lei no 9.503/1997, é  correto
afirmar que a conduta de “Y” tipifica o crime de
a) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública condicionada
e com possibilidade de aplicação da composição dos danos civis prevista na Lei n. 9.099/1995.
b) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública condicionada
e com possibilidade de aplicação da transação penal prevista na Lei no 9.099/1995.
c) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública incondiciona-
da, não sendo possível a aplicação da transação penal prevista na Lei n. 9.099/1995.
d) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública incondi-
cionada e com possibilidade de aplicação da composição dos danos civis prevista na Lei n.
9.099/1995.
e) tentativa de homicídio na direção de veículo automotor, de ação penal pública incondiciona-
da, não sendo possível a aplicação da transação penal prevista na Lei n. 9.099/1995.

Questão 18 (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2018) Assinale a opção correta


a respeito dos crimes de trânsito.
a) A condução de veículo automotor em via pública por motorista com a habilitação suspensa
configurará crime apenas se a situação gerar perigo de dano.
b) Para a constatação do crime de embriaguez ao volante, é imprescindível a realização de
prova por teste de bafômetro ou etilômetro.
c) A lesão corporal culposa cometida na direção de veículo automotor por condutor sob a influ-
ência de álcool dispensa a representação do ofendido.
d) A suspensão da habilitação, aplicada cumulativamente na sentença condenatória por ho-
micídio culposo na direção de veículo automotor, deve ter o mesmo prazo da pena de prisão.
e) É causa de aumento de pena a utilização de veículo em que tenham sido adulterados
equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento.

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Questão 19 (FAPEMS/PC-MS/DELEGADO DE POLÍCIA/2017) Leia o caso a seguir.


Na Avenida Afonso Pena, localizada em Campo Grande-MS, Ulisses atropelou Ramon logo
após sair de um bar. Submetido a exame pericial, constatou-se a influência de álcool. Metros
depois, na mesma via de trânsito, Arnaldo perdeu o controle de seu veículo, atropelando Marcel.
Testemunhas afirmaram que outro veículo não identificado disputava um racha com Arnaldo.
Devido aos acidentes, Ramon e Marcel sofreram pequenas lesões corporais. Encaminhados à
Delegacia, a autoridade de plantão, de ofício, instaurou os inquéritos, cumprindo as diligências
necessárias. Ao final, relatou que os condutores agiram com culpa, indiciando-os pelo crime
de lesão corporal culposa de trânsito, cuja pena privativa de liberdade é detenção, de 6 meses
a 2 anos (artigo 303 da Lei n. 9.503/1997).
Com base no caso proposto, assinale a alternativa correta.
a) Recebendo os inquéritos, o Promotor de Justiça avaliará a possibilidade de ofertar transa-
ção penal aos infratores, salvo se os envolvidos alcançarem a composição dos danos civis.
b) A instauração dos inquéritos policiais dependia de representação dos ofendidos, pois o cri-
me de lesão corporal culposa é de ação penal pública condicionada.
c) Nenhuma medida preliminar à instauração dos inquéritos policiais fazia-se necessária, pois,
em ambos os casos, trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.
d) A instauração dos inquéritos policiais dependia de requerimento das vítimas, pois o crime
de lesão corporal culposa é de ação penal privada.
e) Tratando-se de infrações de menor potencial ofensivo, o Delegado não deveria ter instaura-
do os inquéritos policiais, senão lavrado os respectivos termos circunstanciados.

Questão 20 (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS


– REMOÇÃO/2017) A respeito dos crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro – Lei
n. 9.503/1997, assinale a alternativa correta:
a) Nos crimes previstos o Código de Trânsito Brasileiro, a suspensão ou a proibição para se ob-
ter permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor deve ser imposta cumulativamente
com outras penalidades, não como pena autônoma.
b) Nos termos da Lei n. 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro – a pena de suspensão da
habilitação para dirigir veículo automotor deve durar duas vezes o período da pena privativa de

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liberdade aplicada, e não é iniciada enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal,
estiver recolhido a estabelecimento prisional.
c) No caso de réu reincidente em crime de trânsito – Lei n. 9.503/1997, é obrigatório que o
magistrado, ao julgar a nova infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à suspensão da
permissão ou habilitação de dirigir veículo automotor.
d) São circunstâncias que sempre agravam as penas no crime de trânsito praticá-lo perto de
faixa de trânsito temporário destinada a pedestre e com a carteira de habilitação vencida.

Questão 21 (FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO – REAPLICAÇÃO/2018) O homicídio


culposo na direção de veículo automotor
a) depende da ausência de ingestão de bebida alcoólica, caso em que se verifica o dolo eventual.
b) a pena é aumentada de um terço até a metade se praticado na calçada.
c) tem como consequência facultativa da condenação a suspensão da habilitação para dirigir
veículo automotor.
d) tem a mesma pena do homicídio culposo do Código Penal, mas tem causas de aumento de
pena específicas.
e) na modalidade tentada permite a aplicação de pena restritiva de direitos.

Questão 22 (VUNESP/TJM-SP/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2016) O Código de Trânsito


Brasileiro preceitua que o Juiz, como medida cautelar, poderá decretar, em decisão motivada,
a proibição da obtenção da habilitação para dirigir veículo automotor
a) e dessa decisão caberá recurso em sentido estrito, com efeito suspensivo.
b) quando o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em cinco dias, a carteira de
habilitação.
c) com prejuízo das demais sanções penais cabíveis.
d) durante a ação penal, se a penalidade administrativa de suspensão do direito de dirigir tiver
duração superior a um ano.
e) em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia
da ordem pública.

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Questão 23 (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS


– PROVIMENTO/2016) De acordo com a Lei n. 9.503/1997, no homicídio culposo cometido
na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente
a) possuir Carteira de Habilitação.
b) praticá-lo em faixa de pedestres.
c) possuir Permissão para Dirigir.
d) prestar socorro à vítima do acidente.

Questão 24 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2016) O Código de


Trânsito Brasileiro, em seu art. 311, prevê pena de detenção ou multa sempre que o condutor
trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais,
estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja
grande movimentação ou concentração de pessoas.

Questão 25 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2016) Segundo o


disposto no art. 298 do Código de Trânsito Brasileiro, são circunstâncias que sempre agravam
as penalidades, entre outras, ter o condutor do veículo cometido a infração com permissão
para dirigir ou carteira de habilitação de categoria diferente da do veículo.

Questão 26 (FUNCAB/PC-RO/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2014) Fabiano entregou a


direção de seu veículo a Maria, penalmente imputável, mesmo sabendo que ela não possui
Carteira Nacional de Habilitação. Já Maria, ao conduzir o veículo em via pública, gerou perigo
de dano. Nessa situação hipotética, os dois cometeram crime de trânsito com detenção de:
a) 1 ano a 2 anos e multa.
b) 6 meses a 1 ano e multa.
c) 6 meses a 1 ano ou multa.
d) 6 meses a 2 anos e multa.
e) 6 meses a 2 anos ou multa.

Questão 27 (FUNIVERSA/PC-DF/DELEGADO DE POLÍCIA/2015) Em relação à Lei n.


9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, assinale a alternativa correta.

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a) De acordo com a referida lei, constitui crime de trânsito punido com detenção a conduta
do agente que trafegue em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de
escolas, gerando perigo de dano.
b) Não há, na lei, previsão de pena de reclusão, sendo os crimes previstos puníveis com
detenção e(ou) multa.
c) Não é prevista, entre as penalidades constantes na lei, multa reparatória.
d) Consoante essa norma, é circunstância que pode agravar a penalidade do crime de trânsito,
conforme a apreciação subjetiva do juiz, ter o condutor do veículo cometido a infração sobre
faixa de trânsito destinada a pedestre.
e) Uma das críticas que a doutrina faz ao legislador em relação aos crimes de trânsito se
relaciona à ausência de previsão legal de benefício ao condutor do veículo que, após a prática
da infração, preste pronto e integral socorro à vítima.

Questão 28 (FUNIVERSA/PC-DF/DELEGADO DE POLÍCIA/2014) No homicídio culposo


cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o
agente estiver:
a) na direção de veículo de transporte coletivo de passageiros, quando em serviço.
b) com a Carteira Nacional de Habilitação incompatível com a da categoria do veículo.
c) conduzindo veículo com placas falsas.
d) com a Carteira Nacional de Habilitação suspensa.
e) utilizando veículo em que tenha sido adulterado equipamento que afete a sua segurança.

Questão 29 (CESPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) No que se refere aos crimes


previstos na legislação de trânsito e na legislação antidrogas, julgue o próximo item.
Para a caracterização do delito de embriaguez ao volante, é necessária a demonstração do
efetivo perigo de dano ao bem jurídico protegido pela norma, no caso, a  incolumidade do
trânsito, não bastando, para tanto, a mera constatação de concentração de álcool por litro de
sangue do condutor do veículo acima do limite legal permitido.

Questão 30 (VUNESP/DETRAN-SP/OFICIAL DE TRÂNSITO/2013) Nos termos do art. 293


do C.T.B., a penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor tem a duração de

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a) 3 (três) meses a 5 (cinco) anos.


b) 3 (três) meses a 4 (quatro) anos.
c) 2 (dois) meses a 4 (quatro) anos.
d) 2 (dois) meses a 5 (cinco) anos.
e) 1 (um) mês a 2 (dois) anos.

Questão 31 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2016) O Código


de Trânsito Brasileiro, em seu art. 304 e parágrafo único, penaliza criminalmente o condutor
do veículo que, na ocasião do acidente, deixar de prestar imediato socorro à vítima, ou, não
podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, não solicitar auxílio da autoridade pública, ainda
que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea
ou com ferimentos leves.

Questão 32 (CETREDE/PREFEITURA DE ITAPIPOCA-CE/PROCURADOR/2016) Marque a


opção CORRETA em relação aos crimes de trânsito.
a) No homicídio doloso cometido na direção de veículo automotor, a pena será aumentada se
o agente não possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação.
b) A prática de crime consistente em conduzir veículo automotor, com capacidade psicomotora
alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência, será constatada por concentração igual ou superior a 3 decigramas de álcool por
litro de sangue ou igual ou superior a 0,6 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
c) São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido a infração com permissão para dirigir ou carteira de habilitação
de categoria diferente da do veículo.
d) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima se, imporá
a prisão em flagrante, ainda que prestar pronto socorro àquela.
e) Transitado em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade
judiciária, em setenta e duas horas, a permissão para dirigir ou a carteira de habilitação.

Questão 33 (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – REAPLICAÇÃO/2016)


Bentinho, que é médico, vinha conduzindo seu veículo falando ao celular e não percebeu a
retenção do trânsito e atingiu a traseira da motocicleta conduzida por Capitu. Prontamente

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parou o veículo, chamou o socorro e prestou os primeiros atendimentos à vítima que ficou
gravemente ferida. Com a chegada da ambulância, Capitu foi removida para a emergência
hospitalar, porém, veio a falecer no caminho. A polícia militar preservou o local do acidente,
conduziu e apresentou Bentinho à autoridade policial. A autoridade policial, após advertir do
direito ao silêncio, verificou que o conduzido portava CNH regular e em seguida ouviu Bentinho
que confessou conduzir o veículo e falar ao celular, bem como ouviu as demais testemunhas
que confirmaram a narrativa. Como deve proceder a Autoridade Policial?
a) Deverá lavrar o auto de prisão em flagrante e representar pela suspensão da habilitação de
dirigir veículo.
b) Por se tratar de pena máxima de 04 anos, o delegado deverá arbitrar fiança.
c) O Delegado de Polícia deverá lavra:” o auto de prisão em flagrante.
d) O delegado deverá registrar a ocorrência, instaurar inquérito por portaria, não impor ao
indiciado a prisão em flagrante e nem exigir fiança.
e) Deverá lavrar o termo circunstanciado e encaminhar ao Juizado Especial Criminal.

Questão 34 (MPE-PR/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO/2016) Assinale a única alterna-


tiva correta, relativa aos crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9503/1997):
a) Não se configura a conduta típica prevista no artigo 304, “caput” do Código de Trânsito
Brasileiro (“Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato
socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxí-
lio da autoridade pública: Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não
constituir elemento de crime mais grave”.) se a omissão for justificada ou suprida por terceiros;
b) Somente se aplicam as disposições Lei n. 9.099/1995 aos crimes de lesão corporal culposa,
embriaguez ao volante e participação em competição não autorizada, se não houver riscos de
dano ou à incolumidade pública ou de terceiros.
c) Aplicam-se a todos os crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro as disposições da
Lei n. 9.099/1995.
d) As penalidades de suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo somente podem ser imposta cumulativamente com outras penalidades.
e) Deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal de lesão
corporal culposa se o agente estiver sob a influência de álcool ou qualquer outra substância

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psicoativa que determine dependência; participando, em via pública, de corrida, disputa ou


competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente; transitando em velocidade superior à
máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).

Questão 35 (FMP CONCURSOS/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2017)


Em relação aos crimes de trânsito, é CORRETO afirmar:
a) É pacífica na doutrina e na jurisprudência a tese da inconstitucionalidade do crime previsto
no artigo 305 do Código de Trânsito Brasileiro (fuga do local do acidente), por ofensa ao prin-
cípio da não autoincriminação.
b) A infração penal prevista no artigo 309 do Código de Trânsito Brasileiro (condução de veícu-
lo automotor sem habilitação) é considerada de perigo abstrato, de acordo com a doutrina e a
jurisprudência.
c) O crime previsto no artigo 306 da Lei n. 9.503/97 (embriaguez ao volante) admite, em tese,
a proposta de suspensão condicional do processo.
d) Admite-se a punição do agente pela prática do crime previsto no artigo 307 do Código de
Trânsito Brasileiro, ainda que não tenha sido notificado pessoalmente da penalidade adminis-
trativa de suspensão da habilitação.
e) O crime de lesões corporais culposas na condução de veículo automotor é de ação penal
pública incondicionada.

Questão 36 (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO CRIMINAL FEDERAL – ÁREA 12/2018)


Dois motoristas, Pedro e José, foram levados à central de flagrantes da polícia civil após terem
sido parados em uma blitz no trânsito. Segundo a polícia civil, Pedro, de trinta e dois anos de
idade, foi submetido ao teste do bafômetro, durante a blitz, e o resultado mostrou 0,68 mili-
gramas de álcool por litro de ar expelido. Ele pagou fiança e deverá responder em liberdade
por crime de trânsito. Conforme os policiais, José, de vinte e dois anos de idade, se recusou a
submeter-se ao teste do bafômetro, mas o médico legista do Instituto Médico Legal (IML) que
o examinou comprovou alteração da capacidade psicomotora em razão do consumo de subs-
tância psicoativa que determina dependência. José também pagou fiança para ser liberado.

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Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.


A conduta de conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de substância psicoativa que não seja bebida alcóolica não está prevista como cri-
me no Código de Trânsito Brasileiro.

Questão 37 (QUESTÃO INÉDITA) Segundo o STJ, compete à Justiça Federal o julgamento


de crime consistente na apresentação de Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo
(CRLV) falso à Polícia Rodoviária Federal.

Questão 38 (QUESTÃO INÉDITA) O crime de adulteração de chassis (número de identificação


veicular) está previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Questão 39 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item a seguir, é apre-


sentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada,
com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Alfredo, conduzindo seu veículo automotor sem placas, atropelou um pedestre. Alessandro,
dirigindo um veículo de categoria diversa das que sua carteira de habilitação permitia, causou
lesão corporal culposa em um transeunte, ao atingi-lo. Nessas situações, as penas impostas
a Alfredo e a Alessandro serão agravadas, devendo o juiz aplicar as penas-base com especial
atenção à culpabilidade e às circunstâncias e consequências do crime.

Questão 40 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item a seguir,


é apresentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser
julgada, com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Lucas, motorista de ônibus, quando dirigia seu coletivo, atropelou e matou, culposamente, uma
pedestre. Sávio, ao conduzir seu veículo em um passeio com a família, atropelou culposamente,
na faixa de pedestre, uma pessoa, que faleceu no mesmo instante. Severino, ao dirigir seu veí-
culo, atropelou culposamente uma transeunte que estava na calçada; ela morreu em seguida.
Nessas situações, Lucas, Sávio e Severino responderão por crime de trânsito, cujas penas po-
derão, pelas circunstâncias fáticas, ser aumentadas até a metade, e  suas habilitações para
dirigir deverão ser suspensas.

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Questão 41 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item a seguir, é apre-


sentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada,
com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Felipe, ao violar a suspensão para dirigir, foi flagrado e autuado pela autoridade competente,
em operação de fiscalização, conduzindo seu veículo automotor em via pública. Nessa situ-
ação, Felipe responderá por crime de trânsito e poderá receber como pena nova imposição
adicional de suspensão pelo dobro do primeiro prazo, sendo vedada a substituição de pena
privativa de liberdade por restritiva de direito, em razão da natureza da infração.

Questão 42 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Ao final de uma festa,


Godofredo e Antônio realizaram uma disputa automobilística com seus veículos, fazendo
manobras arriscadas, em via pública, sem que tivessem autorização para tanto. Nessa
contenda, houve colisão dos veículos, o que causou lesão corporal culposa de natureza grave
em um transeunte.
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro,
julgue o item a seguir.
Godofredo e Antônio responderiam por crime de trânsito independentemente da lesão corporal
causada, pois a conduta de ambos gerou situação de risco à incolumidade pública.

Questão 43 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item a seguir, é apre-


sentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada,
com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Dirigindo seu veículo automotor, Luciano atropelou um transeunte, causando-lhe ferimentos
leves. Luciano não prestou socorro à vítima nem solicitou auxílio da autoridade pública. Nessa
situação, a conduta de Luciano será considerada atípica caso um terceiro tenha prestado apoio
à vítima em seu lugar.

Questão 44 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Ao final de uma festa, Go-


dofredo e Antônio realizaram uma disputa automobilística com seus veículos, fazendo manobras
arriscadas, em via pública, sem que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda, houve
colisão dos veículos, o que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um transeunte.

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Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro,


julgue o item a seguir.
Godofredo e Antônio estão sujeitos à pena de reclusão, em razão do resultado danoso da
conduta delitiva narrada.

Questão 45 (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO CRIMINAL FEDERAL – ÁREA 12/2018)


Dois motoristas, Pedro e José, foram levados à central de flagrantes da polícia civil após terem
sido parados em uma blitz no trânsito. Segundo a polícia civil, Pedro, de trinta e dois anos de
idade, foi submetido ao teste do bafômetro, durante a blitz, e o resultado mostrou 0,68 mili-
gramas de álcool por litro de ar expelido. Ele pagou fiança e deverá responder em liberdade
por crime de trânsito. Conforme os policiais, José, de vinte e dois anos de idade, se recusou a
submeter-se ao teste do bafômetro, mas o médico legista do Instituto Médico Legal (IML) que
o examinou comprovou alteração da capacidade psicomotora em razão do consumo de subs-
tância psicoativa que determina dependência. José também pagou fiança para ser liberado.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
José cometeu infração administrativa, mas não crime, ao  se recusar a fazer o teste do
bafômetro.

Questão 46 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item que se segue,


é  apresentada uma situação hipotética relativa a infrações previstas no Código de Trânsito
Brasileiro, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Márcio conduzia seu veículo automotor produzindo fumaça em níveis superiores aos legal-
mente permitidos. Nessa situação, conforme o nível de fumaça exalada, a conduta de Márcio
pode configurar tanto infração administrativa como crime de trânsito.

Questão 47 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Wellington, maior e


capaz, sem habilitação ou permissão para dirigir veículo automotor, tomou emprestado de
Sandro, também maior e capaz, seu veículo, para visitar a namorada em um bairro próximo
àquele onde ambos residiam. Sandro, mesmo ciente da falta de habilitação de Wellington,
emprestou o veículo.

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Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item que se segue, à luz do Código
de Trânsito Brasileiro.
Sandro responderá por crime de trânsito somente se a condução de Wellington causar perigo
de dano.

Questão 48 (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/2009) Um motorista


dirigia seu veículo automotor pelas ruas de sua cidade sob a influência de cocaína. Com os
reflexos comprometidos, atropelou uma pessoa que passava pela faixa de pedestres, tendo,
no entanto, prestado imediato socorro à vítima, que sofreu apenas ferimentos leves. A perícia
constatou que o condutor transitava em velocidade superior à máxima permitida para a via,
estabelecida em 50 km/h. A partir dessa situação hipotética e com base na Lei n. 9.503/1997
– CTB, assinale a opção correta.
a) Como se trata de infração de menor potencial ofensivo, não deverá ser instaurado inquérito
para a apuração do fato, mas tão somente a lavratura de termo circunstanciado.
b) Havendo composição dos danos civis entre o condutor e a vítima do atropelamento, o acor-
do a ser homologado acarretará a renúncia ao direito de queixa ou representação.
c) O fato narrado só se tornou criminoso em razão do atropelamento, uma vez que a simples
condução de veículo automotor em via pública sob influência de cocaína, ao contrário da influ-
ência de álcool, não é crime.
d) Não será imposta prisão em flagrante ao condutor do veículo pelo crime de trânsito, no en-
tanto deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.
e) Segundo o CTB, não é criminosa a omissão do motorista que provocou acidente e deixou de
prestar imediato socorro à vítima que teve morte instantânea, por ser inútil o ato.

Questão 49 (FGV/PC-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA/2008) Segundo o Código de Trânsito


Brasileiro (Lei n. 9.503/1997), não constitui crime o seguinte procedimento:
a) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira
ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo
Contran.
b) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída.

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c) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima,


ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
pública.
d) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
e) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação,
gerando perigo de dano.

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GABARITO
1. C 28. a
2. d 29. E
3. c 30. d
4. b 31. C
5. c 32. c
6. e 33. d
7. c 34. e
8. c 35. c
9. b 36. E
10. a 37. C
11. b 38. E
12. E 39. C
13. E 40. C
14. c 41. E
15. C 42. C
16. b 43. E
17. c 44. C
18. c 45. E
19. c 46. E
20. c 47. E
21. b 48. d
22. e 49. a
23. b
24. E
25. C
26. c
27. a

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (QUESTÃO INÉDITA) A desobediência à ordem de parada dada pela autoridade
de trânsito ou por seus agentes, ou por policiais ou outros agentes públicos no exercício de
atividades relacionadas ao trânsito, não constitui crime de desobediência, pois há previsão de
sanção administrativa específica no art. 195 do CTB, o qual não estabelece a possibilidade de
cumulação de punição penal.

Certo.
Segundo o Professor Rogério Sanches68:

O STJ tem considerado tipificada a desobediência em situação na qual policiais militares


ou rodoviários determinam a parada do veículo por suspeita de conduta ilícita mas não
são atendidos pelos motoristas:
“1. É  cediço na jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça que a desobediência
de ordem de parada dada pela autoridade de trânsito ou por seus agentes, ou mesmo
por policiais, no exercício de atividades relacionadas ao trânsito, não constitui crime de
desobediência, pois há previsão de sanção administrativa específica no art. 195, do CTB,
o qual não estabelece a possibilidade de cumulação de sanção penal.
2. Na hipótese dos autos, contudo, a ordem de parada não foi dada por autoridade de
trânsito, no controle cotidiano no tráfego local, mas emanada de policiais militares, no
exercício de atividade ostensiva destinada à prevenção e à repressão de crimes, tendo
a abordagem do recorrente se dado em razão de suspeita de atividade ilícita, o que con-
figura hipótese de incidência do delito de desobediência tipificado no art.  330, do CP.”
(AgRg no REsp 1.805.782/MS, j. 18/09/2019)

Questão 2 (MPE-PR/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO/2019) Assinale das alternativas


abaixo a única que não é considerada causa de aumento de pena para o autor do crime de
homicídio culposo na direção de veículo automotor:

68
Disponível em https: //meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/07/31/teses-stj-sobre-crimes-de-TRÂNSITO-2a-
-parte/ Acesso em 16/04/2020, às 20h40.

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a) Não possuir Carteira de Habilitação.


b) Praticar o crime em faixa de pedestres.
c) Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente.
d) Estar com sua Carteira de Habilitação suspensa.
e) No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de
passageiros.

Letra d.
Não é considera causada de aumento estar com sua carteira de habilitação suspensa.

Questão 3 (VUNESP/TJ-MT/JUIZ SUBSTITUTO/2018) Se o agente conduzir veículo auto-


motor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência, e, por conta dessa condição, matar alguém, responderá pelo crime previsto
a) no Art. 306 do CTB: “Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”
em concurso com o crime previsto no Art. 302 do CTB: “Praticar homicídio culposo na direção
de veículo automotor”.
b) no Art. 306 do CTB: “Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”
em concurso com o crime previsto no Art. 121 do CP: “Matar alguém”, tendo em vista que o
CTB não previu a modalidade dolosa do homicídio.
c) no Art. 302 do CTB: “Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor” qualifi-
cado pelo “agente conduzir veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência”.
d) no Art. 306 do CTB: “Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”
em concurso com o crime previsto no Art. 121, parágrafo terceiro do CP: “Matar alguém” de
forma culposa.
e) no Art.  121, parágrafo segundo, inciso III do CP: “Matar alguém” com “emprego de vene-
no, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar
perigo comum”.

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Letra c.
A alternativa C está de acordo com o que rege o § 3º do art. 302 do CTB, com a redação dada
pela Lei n. 13.456/2017:

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
(…)
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substân-
cia psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas – reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)

Questão 4 (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Nos termos da Lei n. 9.503/1997,


a conduta de conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, será cons-
tatada por sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
psicomotora, ou por concentração igual ou superior a:
a) 2 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,1 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
b) 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
c) 4 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,4 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
d) 5 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,9 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
e) 7 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,8 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.

Letra b.
A alternativa correta está de acordo com a redação do inc. I do § 1º do art. 306 do CTB:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei n.
12.760, de 2012)

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Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permis-
são ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior
a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar;

Questão 5 (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Com relação aos crimes de


trânsito, é correto afirmar que
a) em qualquer hipótese de lesão corporal culposa, a ação penal será pública condicionada.
b) no crime de homicídio culposo a ação penal poderá ser pública condicionada.
c) o crime de embriaguez ao volante não admite transação penal, mas nada impede a incidência
de suspensão condicional do processo.
d) o crime de violação da suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou habilitação
para dirigir veículo é incompatível com a suspensão condicional de processo.
e) o crime de fuga do local do acidente não é considerado uma infração penal de menor
potencial ofensivo.

Letra c.
A pena mínima do crime de embriaguez ao volante admite a suspensão condicional do
processo, porém ao verificarmos a pena máxima, depreende-se que não é cabível a transação
penal, inclusive o STF já decidiu acerca do assunto em uma Ação Penal Originária:

2ª Turma concede suspensão condicional do processo a deputado acusado de embriaguez


ao volante
Na sessão desta terça-feira (30), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF),
por unanimidade, recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o depu-
tado federal Gladson de Lima Cameli (PP-AC) por embriaguez ao volante, crime previsto
no artigo 306 da Lei 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro) e lhe concedeu o bene-
fício da suspensão condicional do processo, nos termos da Lei n. 9.099/1995 (Lei dos
Juizados Especiais). O parlamentar deverá realizar pagamento de prestação pecuniária a
entidade assistencial pelo prazo de dois anos, conforme proposta do MPF.
Consta na denúncia do MPF que, no dia 31 de janeiro de 2012, em operação de rotina da
Polícia Militar do Distrito Federal, o veículo conduzido pelo deputado federal foi abordado.

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Na ocasião, o parlamentar realizou o teste do etilômetro, que indicou concentração de


álcool de 1,14 mg por litro de ar expelido pelos pulmões, valor superior ao permitido em
lei – acima de 0,33 miligrama é caracterizado o crime de embriaguez ao volante.
O MPF ressaltou que o fato encontra tipificação no artigo 306 do Código de Trânsito Brasi-
leiro e, após análise de folha de antecedentes criminais do denunciado, propôs a suspensão
condicional do processo, de acordo com as disposições do artigo 89* da Lei n. 9.099/1995
e do artigo 77 do Código Penal, sugerindo o benefício nos seguintes termos: doação pes-
soal, bimestral, durante dois anos, de um salário mínimo ao Instituto Vicky Tavares – Vida
Positiva, que atende crianças portadoras do vírus HIV, sediada em Brasília (DF).
Em defesa prévia, o acusado alegou improcedência da denúncia, reservando-se a discutir
o mérito da acusação durante a fase de instrução processual. Manifestou-se ainda pela
aceitação da proposta de suspensão processual, nos termos apresentados pelo MPF.
Ao analisar o Inquérito, a relatora afirmou que os elementos fáticos e jurídicos contidos
nos autos autorizam recebimento da denúncia. Segundo a ministra, “a peça acusatória
descreve satisfatoriamente todos os elementos configuradores de prática do ilícito penal,
descrito no artigo 306, do Código de Trânsito Brasileiro, presentes os indícios suficientes
de autoria e materialidade, necessários à instauração da ação penal”.
Destacou também que o STF firmou orientação sobre a possibilidade de suspensão con-
dicional do processo em casos análogos, “sendo legítima e proporcional a condição sus-
pensiva consistente no pagamento de prestação pecuniária a entidade assistencial indi-
cada pelo próprio MPF para obtenção do benefício”.
Por fim, a  ministra votou pelo recebimento da denúncia, com sursis processual, nos
termos propostos pelo MPF. O voto foi seguido por unanimidade pela Segunda Turma.

Questão 6 (CESPE/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) Pedro, mesmo sabendo


que seu amigo Jaime se encontrava embriagado e com a CNH vencida, entregou-lhe a condução
de seu veículo automotor. Jaime, tão logo assumiu a direção do veículo, provocou um acidente
de trânsito que causou lesões corporais em Maria.
Nessa situação hipotética, conforme a jurisprudência pertinente e a Lei n. 9.503/1997,
a) Jaime responderá pelo delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor,
desde que Maria ofereça representação, exceto se do crime lhe tiver resultado lesão corporal
grave ou gravíssima.

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b) por Jaime ter conduzido o veículo automotor com a CNH vencida, incidirá causa de aumento
de pena no delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
c) Jaime não responderá pelo crime de embriaguez ao volante, o qual será absorvido pelo de-
lito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, que será, no entanto, aplicado
em sua forma majorada por força do princípio da consunção.
d) para que Jaime responda pelo delito de embriaguez ao volante, é imprescindível a aferição
de concentração de álcool por litro de sangue superior ao limite permitido pela lei, por se tratar
de circunstância objetiva elementar do tipo penal em questão.
e) Pedro responderá pelo crime de entrega da direção de veículo automotor a pessoa sem con-
dições de conduzi-lo com segurança, o qual se teria configurado ainda que não tivesse sido
demonstrado o perigo concreto de dano a terceiros.

Letra e.
O STJ entende que constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veícu-
lo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações
previstas no art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano
concreto na condução do veículo.

Questão 7 (FGV/MPE-RJ/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – PROCESSUAL/2016)


Carlos é investigado pela prática do crime de homicídio culposo na direção de veículo automo-
tor (art. 302, CTB – pena: detenção, de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de se obter a per-
missão ou habilitação para dirigir veículo automotor). No curso das investigações, o Ministério
Público encontra dificuldades na obtenção da justa causa, mas constam informações de que
Carlos conversa e ri dos fatos com amigos ao telefone, admitindo o crime. Diante disso, o de-
legado representa pela interceptação de comunicações telefônicas. Sobre os fatos narrados,
é correto afirmar que a interceptação:
a) não deverá ser decretada, pois ainda na fase de inquérito policial.
b) poderá ser decretada, mas não poderá ultrapassar o prazo de 30 dias, prorrogável por igual
período.

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c) não deverá ser decretada em razão da pena prevista ao delito investigado.


d) poderá ser decretada e a divulgação de seu conteúdo sem autorização judicial configura
crime.
e) poderá ser decretada, sendo que o conteúdo interceptado deverá ser, necessariamente,
integralmente transcrito.

Letra c.
A letra C é a correta, pois não se admite a decretação de interceptação telefônica em crimes
punidos com pena de reclusão. A questão é do ano de 2016, e você deve ficar atento à nova
redação do crime previsto no art. 302 do CTB, pois em uma de suas formas qualificadas prevê
pena de reclusão:

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3
(um terço) à metade, se o agente (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014)
I  – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (Incluído pela Lei n. 12.971,
de 2014)
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014)
III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; (In-
cluído pela Lei n. 12.971, de 2014)
IV – no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passa-
geiros. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014)
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substân-
cia psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017)
Penas – reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017)

Questão 8 (FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Sobre os


institutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/1995, marque a alternativa incorreta:
a) A transação penal não será admitida nas seguintes hipóteses: ter sido o autor da infração
condenado, pela prática de crime, à  pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; ter
sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) anos, com a transação penal;

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não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os


motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
b) É perfeitamente viável a utilização de prestação pecuniária ou de serviços à comunidade
tanto como pena restritiva de direitos, quanto como condição na proposta de sursis processu-
al sem caráter sancionatório.
c) Aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa não se aplicam os benefícios da transação
penal e da suspensão do processo, se o agente estiver: sob a influência de álcool ou qual-
quer outra substância psicoativa que determine dependência; participando, em via pública, de
corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em
manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; transitando em ve-
locidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).
d) A suspensão do processo será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser pro-
cessado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano, e poderá
ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou
descumprir qualquer outra condição imposta.

Letra c.
O Sursis Processual não entra na hipótese do §1º do artigo 291 do CTB.
A afirmativa da letra b está correta: A afirmativa está correta, pois na suspensão condicional
do processo (sursis processual), nos termos do artigo 89 da lei 9.099, o juiz poderá especificar
outras condições (além das previstas no parágrafo primeiro do citado artigo), desde que ade-
quada ao fato e a situação pessoal do acusado. O STF já decidiu sobre a matéria, destacando
que é “perfeitamente viável a utilização de prestação pecuniária ou de serviços à comunidade
tanto como pena restritiva de direitos, quanto como condição na proposta do sursis processu-
al sem caráter sancionatório”. (Recurso Ordinário em Habeas Corpus 133.039 Minas Gerais).
A afirmativa c está incorreta: A questão requer muita atenção do candidato, pois diante das
circunstâncias descritas na presente questão, o artigo 291, §1º, da lei 9.503/97 (CTB) veda:
1) composição civil dos danos (artigo 74 da lei 9.099/95); 2) transação penal (artigo 76 da lei
9.099/95) e 3) a aplicação do artigo 88 da lei 9.099/95, passando a ação penal a ser pública

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incondicionada. Assim, nas hipóteses abaixo não há vedação a suspensão condicional do pro-
cesso.
Como a questão pode a alternativa incorreta, o gabarito é a letra c.

Questão 9 (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Aquele que conduz veículo automo-


tor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine depen-
dência e, nessas condições, causa morte de terceiro por imprudência responde por
a) homicídio culposo na direção de veículo automotor e embriaguez ao volante, em concurso
formal.
b) homicídio culposo na direção de veículo automotor, qualificado.
c) homicídio culposo na direção de veículo automotor e embriaguez ao volante, em concurso
material.
d) homicídio doloso, na modalidade dolo eventual e embriaguez ao volante, em concurso
formal.
e) homicídio doloso, na modalidade dolo eventual e embriaguez ao volante, em concurso
material.

Letra b.
A alternativa B está de acordo com a nova redação do § 3º do art. 302 do CTB:

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor


Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substân-
cia psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017)
Penas – reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017)

Questão 10 (VUNESP/TJ-RO/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) Mévio, de 70 anos, em


função de prescrição de remédio que não causa dependência, mas que pode comprometer a

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capacidade psicomotora, foi proibido de dirigir. Tendo lido na bula que o comprometimento
da capacidade psicomotora acomete menos de 1% dos usuários, Mévio decide descumprir a
proibição médica e continua a dirigir. Em uma tarde, Mévio foi buscar os netos na escola. Ao re-
tornar, com os netos no carro, em um trecho de curva, manteve o carro em reta, vindo a colidir
de frente com o muro de uma casa. No acidente, faleceu o neto mais novo. O mais velho teve
a perna amputada. Feita a perícia, constatou-se que Mévio dirigia na velocidade permitida, não
se apontado falha ou defeito mecânico. Ao prestar depoimento, Mévio informou que estava
sob efeito de medicação e disse acreditar estar com a capacidade psicomotora alterada, já que
o trajeto onde o acidente aconteceu lhe era bastante conhecido. Diante da situação hipotética,
tendo em vista os crimes de trânsito e o Código Penal, é correto afirmar que Mévio
a) praticou homicídio culposo de trânsito e lesão corporal culposa de trânsito.
b) praticou homicídio culposo de trânsito e lesão corporal culposa de trânsito, ambos com inci-
dência de causa de aumento, em decorrência de estar sob influência de substância que altera
a capacidade psicomotora.
c) praticou homicídio culposo qualificado de trânsito e lesão corporal culposa qualificada de trân-
sito, em decorrência de estar sob influência de substância que altera a capacidade psicomotora.
d) não praticou qualquer crime de trânsito, pois não infringiu nenhuma norma objetiva de
cuidado, sendo que os resultados morte e lesão corporal são decorrentes de fatalidade.
e) praticou homicídio culposo de trânsito e lesão corporal culposa qualificada de trânsito.

Letra a.
Tendo em vista o que rege o art.  302 do CTB, Mévio responderá pelas formas simples do
homicídio culposo e lesão corporal culposa decorrentes de acidente de trânsito, uma vez que a
substância usada, apesar de alterar a capacidade psicomotora, não causa dependência.

Questão 11 (INSTITUTO ACESSO/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2019) João, muito


feliz com seu noivado com Isabel, marcou um churrasco comemorativo com os familiares
de ambos. A comemoração foi marcada para o dia 21/07/2017 e ocorreu na casa de Isabel.
O festejo teve início às 12 horas, perdurando até às 22 horas. Por volta das 23 horas, João se

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despediu da noiva e partiu para casa em seu carro. No caminho de regresso, João – que es-
tava com sua capacidade psicomotora visivelmente alterada, em decorrência de bebida alco-
ólica que ingeriu durante a comemoração – subiu com seu carro em uma calçada e atropelou
Marcos, causando-lhe lesões leves, em diversas partes do corpo. João pediu socorro, ligando
para o corpo de bombeiros e a polícia. Com a chegada dos policiais João foi submetido ao
teste de dosagem alcoólica no ar expirado (exame de bafômetro), que fez voluntariamente.
Constatou-se que a concentração de álcool por litro de seu sangue era superior à quantidade
permitida na lei. Marcos, por sua vez, foi atendido e encaminhado para um hospital.
Tendo em vista a situação narrada e as regras sobre os crimes de trânsito constantes no
Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei n. 9.503/97), é INCORRETO afirmar que, no presente
caso, incide
a) uma causa especial de aumento de pena conforme determina o § 1º do art. 303 combinado
com o art. 302, § 1º, II todos do CTB.
b) o § 2º do art. 291 do CTB e deverá ser lavrado um termo circunstanciado sobre a ocorrência.
c) o § 2º do art. 291 do CTB e deverá ser aberto inquérito policial para investigar a infração.
d) o rol de crimes previstos nos art. 303, caput, (lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor) bem como o previsto no art.  306, caput, (condução de veículo automotor com
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool) ambos do CTB, todos
fundamentados pelo art. 69 do Código Penal (CP).
e) a circunstância prevista no art.  291, §  1º, I, do CTB, em razão da lesão corporal culposa
decorrente da condução de veículo automotor sob a influência de álcool e se afasta, portanto,
a possibilidade da aplicação de benefícios presente na Lei n. 9.099/1995.

Letra b.
Como João estava embriagado quando do atropelamento que vitimou Marcos, haverá o afas-
tamento da Lei n. 9.099/1995, o que torna incorreta a letra B, portanto não será lavrado termo
circunstanciado.

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Questão 12 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2019) Se o agente


pratica homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 da Lei n. 9.503/1997), em
uma ocasião na qual estava conduzindo o veículo com a capacidade psicomotora alterada
em razão da influência de álcool (art. 306 da Lei n. 9.503/1997), se implementa um concurso
formal de delitos.

Errado.
Se o condutor embriagado causar um homicídio culposo em decorrência de acidente de
trânsito, responderá pela forma “qualificada” do art. 302 do CP:

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substân-
cia psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017)
Penas – reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017)

Questão 13 (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) A respeito dos delitos tipificados


na legislação extravagante, julgue o item a seguir, considerando a jurisprudência dos tribunais
superiores.
Situação hipotética: Simão praticou lesão corporal culposa enquanto conduzia veículo auto-
motor. Além de ter dirigido com a capacidade psicomotora alterada em razão da ingestão
de bebida alcoólica, o condutor apresentou carteira de habilitação vencida. Assertiva: Nessa
situação, segundo entendimento do STJ, Simão responderá pelos delitos de embriaguez ao vo-
lante e de lesão corporal na condução de veículo automotor, devendo incidir, ainda, a causa de
aumento de pena, por ter conduzido veículo automotor com a carteira de habilitação vencida.

Errado.
Simão responderá pelos dois delitos em concurso, sendo que o art.  302 do CTB não prevê
como causa de aumento de pena o fato de o motorista estar com a habilitação vencida.

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Questão 14 (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Com relação a


crimes de trânsito, julgue os itens a seguir.
I – De acordo com o STJ, a conduta de permitir a direção de veículo automotor a pessoa
que não seja habilitada constitui crime somente na hipótese em que for constatado
perigo de dano concreto na condução do veículo.
II – Aplica-se à lesão corporal culposa a transação penal, exceto se o agente estiver sob a
influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência.
III – A remoção do veículo por seu condutor imediatamente após a ocorrência de acidente
automobilístico configura o crime de fraude processual.
IV – Em caso de acidente de trânsito de que resulte vítima, ao condutor do veículo não se
imporá a prisão em flagrante nem se exigirá fiança caso ele preste pronto e integral
socorro à vítima.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) I, III e IV.
Letra c.
O tópico I está equivocado pois o crime do art. 310 do CTB não exige que terceiros sejam ex-
postos a risco. O tópico III está equivocado, uma vez que a remoção do carro alterando a cena
do acidente de trânsito configura crime do art. 312 do CTB e não crime previsto no art. 347 do
CP. O tópico II está de acordo com uma das hipóteses de não incidência da Lei n. 9.099/1995
no caso de prática de lesão corporal culposa em decorrência de acidente de trânsito. O tópico
IV está de acordo com o art. 301 do CTB.

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Questão 15 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Julgue o item seguinte, referen-


te a crimes de trânsito e a posse e porte de armas de fogo, de acordo com a jurisprudência e
legislação pertinentes.
Situação hipotética: Após grave colisão de veículos, pessoas que transitavam pelo local – con-
dutores de outros veículos e pedestres alheios ao evento – deixaram, sem justificativa, de prestar
imediato socorro às vítimas. Assertiva: Nessa situação, os terceiros não envolvidos no acidente
não responderão pelo crime de omissão de socorro previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Certo.
A alternativa está correta, uma vez que os terceiros não envolvidos no acidente não responde-
rão pelo crime previsto no CTB e sim pelo crime previsto no art. 135 do CP.

Questão 16 (VUNESP/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2018) De acordo com o § 1º


do art. 302 da Lei n. 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), no homicídio culposo cometido
na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente
a) estiver sob efeito de álcool ou droga.
b) não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação.
c) for contumaz infrator das leis de trânsito.
d) praticá-lo conduzindo em velocidade excessiva.
e) praticá-lo durante corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela
autoridade competente.

Letra b.
A alternativa B está de acordo com o que dispõe o § 1º do art. 302 do CTB:

§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3
(um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014)
I – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

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Questão 17 (VUNESP/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Considere o seguinte caso


hipotético.
A velocidade máxima permitida na Rua A é de 50 Km/h. “Y”, conduzindo seu veículo a 120 Km/h
pela Rua A, atropela “Z”, provocando-lhe lesões corporais. Diante do exposto e considerando
que “Y” cometeu um crime culposo de trânsito nos termos da Lei no 9.503/1997, é  correto
afirmar que a conduta de “Y” tipifica o crime de
a) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública condicionada
e com possibilidade de aplicação da composição dos danos civis prevista na Lei n. 9.099/1995.
b) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública condicionada
e com possibilidade de aplicação da transação penal prevista na Lei no 9.099/1995.
c) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública incondicionada,
não sendo possível a aplicação da transação penal prevista na Lei n. 9.099/1995.
d) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública incondi-
cionada e com possibilidade de aplicação da composição dos danos civis prevista na Lei
n. 9.099/1995.
e) tentativa de homicídio na direção de veículo automotor, de ação penal pública incondicionada,
não sendo possível a aplicação da transação penal prevista na Lei n. 9.099/1995.

Letra c.
Quando o condutor causar lesão corporal culposa em virtude de acidente por estar conduzindo
automóvel em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h, haverá o afas-
tamento da Lei n. 9.099/1995.

Questão 18 (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2018) Assinale a opção correta


a respeito dos crimes de trânsito.
a) A condução de veículo automotor em via pública por motorista com a habilitação suspensa
configurará crime apenas se a situação gerar perigo de dano.
b) Para a constatação do crime de embriaguez ao volante, é imprescindível a realização de
prova por teste de bafômetro ou etilômetro.

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c) A lesão corporal culposa cometida na direção de veículo automotor por condutor sob a
influência de álcool dispensa a representação do ofendido.
d) A suspensão da habilitação, aplicada cumulativamente na sentença condenatória por ho-
micídio culposo na direção de veículo automotor, deve ter o mesmo prazo da pena de prisão.
e) É causa de aumento de pena a utilização de veículo em que tenham sido adulterados
equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento.

Letra c.
Quando o condutor causar lesão corporal culposa em virtude de acidente por estar conduzindo
automóvel embriagado, haverá o afastamento da Lei n. 9.099/1995, e assim o crime será de
ação penal pública incondicionada.

Questão 19 (FAPEMS/PC-MS/DELEGADO DE POLÍCIA/2017) Leia o caso a seguir.


Na Avenida Afonso Pena, localizada em Campo Grande-MS, Ulisses atropelou Ramon logo
após sair de um bar. Submetido a exame pericial, constatou-se a influência de álcool. Metros
depois, na mesma via de trânsito, Arnaldo perdeu o controle de seu veículo, atropelando Marcel.
Testemunhas afirmaram que outro veículo não identificado disputava um racha com Arnaldo.
Devido aos acidentes, Ramon e Marcel sofreram pequenas lesões corporais. Encaminhados à
Delegacia, a autoridade de plantão, de ofício, instaurou os inquéritos, cumprindo as diligências
necessárias. Ao final, relatou que os condutores agiram com culpa, indiciando-os pelo crime
de lesão corporal culposa de trânsito, cuja pena privativa de liberdade é detenção, de 6 meses
a 2 anos (artigo 303 da Lei n. 9.503/1997).
Com base no caso proposto, assinale a alternativa correta.
a) Recebendo os inquéritos, o Promotor de Justiça avaliará a possibilidade de ofertar transa-
ção penal aos infratores, salvo se os envolvidos alcançarem a composição dos danos civis.
b) A instauração dos inquéritos policiais dependia de representação dos ofendidos, pois o cri-
me de lesão corporal culposa é de ação penal pública condicionada.
c) Nenhuma medida preliminar à instauração dos inquéritos policiais fazia-se necessária, pois,
em ambos os casos, trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.

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d) A instauração dos inquéritos policiais dependia de requerimento das vítimas, pois o crime
de lesão corporal culposa é de ação penal privada.
e) Tratando-se de infrações de menor potencial ofensivo, o Delegado não deveria ter instaura-
do os inquéritos policiais, senão lavrado os respectivos termos circunstanciados.

Letra c.
Como já exaustivamente estudado na aula de hoje, quando o motorista causar lesão corporal
culposa “leve” em virtude de “racha”, haverá o afastamento da Lei n. 9.099/1995, e assim o pri-
meiro crime será apurado por meio de inquérito, sendo de ação penal pública incondicionada.

Questão 20 (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS


– REMOÇÃO/2017) A respeito dos crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro – Lei
n. 9.503/1997, assinale a alternativa correta:
a) Nos crimes previstos o Código de Trânsito Brasileiro, a suspensão ou a proibição para se ob-
ter permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor deve ser imposta cumulativamente
com outras penalidades, não como pena autônoma.
b) Nos termos da Lei n. 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro – a pena de suspensão da
habilitação para dirigir veículo automotor deve durar duas vezes o período da pena privativa
de liberdade aplicada, e não é iniciada enquanto o sentenciado, por efeito de condenação pe-
nal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.
c) No caso de réu reincidente em crime de trânsito – Lei n. 9.503/1997, é obrigatório que o
magistrado, ao julgar a nova infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à suspensão da
permissão ou habilitação de dirigir veículo automotor.
d) São circunstâncias que sempre agravam as penas no crime de trânsito praticá-lo perto de
faixa de trânsito temporário destinada a pedestre e com a carteira de habilitação vencida.

Letra c.
A alternativa C está de acordo com a letra do art. 296 do CTB:

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Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a pena-
lidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das
demais sanções penais cabíveis.

Questão 21 (FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO – REAPLICAÇÃO/2018) O homicídio


culposo na direção de veículo automotor
a) depende da ausência de ingestão de bebida alcoólica, caso em que se verifica o dolo eventual.
b) a pena é aumentada de um terço até a metade se praticado na calçada.
c) tem como consequência facultativa da condenação a suspensão da habilitação para dirigir
veículo automotor.
d) tem a mesma pena do homicídio culposo do Código Penal, mas tem causas de aumento de
pena específicas.
e) na modalidade tentada permite a aplicação de pena restritiva de direitos.

Letra b.
A alternativa B está de acordo com a letra do art. 302 do CTB:

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3
(um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014)
(…)
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014)

Questão 22 (VUNESP/TJM-SP/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2016) O Código de Trânsito

Brasileiro preceitua que o Juiz, como medida cautelar, poderá decretar, em decisão motivada,

a proibição da obtenção da habilitação para dirigir veículo automotor

a) e dessa decisão caberá recurso em sentido estrito, com efeito suspensivo.

b) quando o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em cinco dias, a carteira de

habilitação.

c) com prejuízo das demais sanções penais cabíveis.

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d) durante a ação penal, se a penalidade administrativa de suspensão do direito de dirigir tiver

duração superior a um ano.

e) em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia

da ordem pública.

Letra e.

A letra E está de acordo com o que rege o art. 294 do CTB:

Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia
da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada,
a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o re-
querimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. (Grifei)

Questão 23 (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS

– PROVIMENTO/2016) De acordo com a Lei n. 9.503/1997, no homicídio culposo cometido

na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente

a) possuir Carteira de Habilitação.

b) praticá-lo em faixa de pedestres.

c) possuir Permissão para Dirigir.

d) prestar socorro à vítima do acidente.

Letra b.
A letra B está de acordo com o inc. II do art. 302 do CTB:

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3
(um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
(…)
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014)

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Questão 24 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2016) O Código de


Trânsito Brasileiro, em seu art. 311, prevê pena de detenção ou multa sempre que o condutor
trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais,
estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja
grande movimentação ou concentração de pessoas.

Errado.
A assertiva está equivocada, uma vez que a conduta deve gerar perigo de dano, como se verifica
pela leitura do art. 311 do CTB:

Art.  311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas,
hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde
haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Questão 25 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2016) Segundo o


disposto no art. 298 do Código de Trânsito Brasileiro, são circunstâncias que sempre agravam
as penalidades, entre outras, ter o condutor do veículo cometido a infração com permissão
para dirigir ou carteira de habilitação de categoria diferente da do veículo.

Certo.
A assertiva está de acordo com o inc. IV do art. 298 do CTB:

Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o con-
dutor do veículo cometido a infração:
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;

Questão 26 (FUNCAB/PC-RO/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2014) Fabiano entregou a


direção de seu veículo a Maria, penalmente imputável, mesmo sabendo que ela não possui
Carteira Nacional de Habilitação. Já Maria, ao conduzir o veículo em via pública, gerou perigo
de dano. Nessa situação hipotética, os dois cometeram crime de trânsito com detenção de:
a) 1 ano a 2 anos e multa.
b) 6 meses a 1 ano e multa.
c) 6 meses a 1 ano ou multa.

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d) 6 meses a 2 anos e multa.


e) 6 meses a 2 anos ou multa.

Letra c.
Os dois crimes previstos no CTB possuem penas de detenção de 6 meses a 1 ano d ou multa.

Questão 27 (FUNIVERSA/PC-DF/DELEGADO DE POLÍCIA/2015) Em relação à Lei n.


9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, assinale a alternativa correta.
a) De acordo com a referida lei, constitui crime de trânsito punido com detenção a conduta do
agente que trafegue em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de esco-
las, gerando perigo de dano.
b) Não há, na lei, previsão de pena de reclusão, sendo os crimes previstos puníveis com deten-
ção e(ou) multa.
c) Não é prevista, entre as penalidades constantes na lei, multa reparatória.
d) Consoante essa norma, é circunstância que pode agravar a penalidade do crime de trânsito,
conforme a apreciação subjetiva do juiz, ter o condutor do veículo cometido a infração sobre
faixa de trânsito destinada a pedestre.
e) Uma das críticas que a doutrina faz ao legislador em relação aos crimes de trânsito se re-
laciona à ausência de previsão legal de benefício ao condutor do veículo que, após a prática
da infração, preste pronto e integral socorro à vítima.

Letra a.
A letra A está de acordo com o que rege o art. 311 do CTB:

Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hos-
pitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja
grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

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Questão 28 (FUNIVERSA/PC-DF/DELEGADO DE POLÍCIA/2014) No homicídio culposo


cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o
agente estiver:
a) na direção de veículo de transporte coletivo de passageiros, quando em serviço.
b) com a Carteira Nacional de Habilitação incompatível com a da categoria do veículo.
c) conduzindo veículo com placas falsas.
d) com a Carteira Nacional de Habilitação suspensa.
e) utilizando veículo em que tenha sido adulterado equipamento que afete a sua segurança.

Letra a.
A letra A está de acordo com o que rege o inciso IV do § 1º do art. 302 do CTB:

§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3
(um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
I  – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (Incluído pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; (In-
cluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
IV – no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passa-
geiros.

Questão 29 (CESPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) No que se refere aos crimes


previstos na legislação de trânsito e na legislação antidrogas, julgue o próximo item.
Para a caracterização do delito de embriaguez ao volante, é necessária a demonstração do
efetivo perigo de dano ao bem jurídico protegido pela norma, no caso, a  incolumidade do
trânsito, não bastando, para tanto, a mera constatação de concentração de álcool por litro de
sangue do condutor do veículo acima do limite legal permitido.

Errado.
Você deve memorizar que o STJ entende que o crime do art. 306 do CTB é de perigo abstrato,
sendo despicienda a demonstração da efetiva potencialidade lesiva da conduta.

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Questão 30 (VUNESP/DETRAN-SP/OFICIAL DE TRÂNSITO/2013) Nos termos do art. 293


do C.T.B., a penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor tem a duração de
a) 3 (três) meses a 5 (cinco) anos.
b) 3 (três) meses a 4 (quatro) anos.
c) 2 (dois) meses a 4 (quatro) anos.
d) 2 (dois) meses a 5 (cinco) anos.
e) 1 (um) mês a 2 (dois) anos.

Letra d.
A alternativa D está de acordo com o que rege o “caput” do art. 293 do CTB:

Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para


dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos. (Grifei)

Questão 31 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2016) O Código de


Trânsito Brasileiro, em seu art.  304 e parágrafo único, penaliza criminalmente o condutor
do veículo que, na ocasião do acidente, deixar de prestar imediato socorro à vítima, ou, não
podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, não solicitar auxílio da autoridade pública, ain-
da que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instan-
tânea ou com ferimentos leves.

Certo.
A assertiva está de acordo com o que rege o art. 304 do CTB:

Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à víti-
ma, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
pública:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime
mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua
omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com feri-
mentos leves.

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Questão 32 (CETREDE/PREFEITURA DE ITAPIPOCA-CE/PROCURADOR/2016) Marque a


opção CORRETA em relação aos crimes de trânsito.
a) No homicídio doloso cometido na direção de veículo automotor, a pena será aumentada se
o agente não possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação.
b) A prática de crime consistente em conduzir veículo automotor, com capacidade psicomotora
alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência, será constatada por concentração igual ou superior a 3 decigramas de álcool por
litro de sangue ou igual ou superior a 0,6 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
c) São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido a infração com permissão para dirigir ou carteira de habilitação
de categoria diferente da do veículo.
d) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima se, imporá
a prisão em flagrante, ainda que prestar pronto socorro àquela.
e) Transitado em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade
judiciária, em setenta e duas horas, a permissão para dirigir ou a carteira de habilitação.

Letra c.
A letra c está de acordo com o que rege o inc. IV do art. 298 do CTB:

Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o con-
dutor do veículo cometido a infração:
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;

Questão 33 (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – REAPLICAÇÃO/2016)Bentinho,


que é médico, vinha conduzindo seu veículo falando ao celular e não percebeu a retenção do
trânsito e atingiu a traseira da motocicleta conduzida por Capitu. Prontamente parou o veí-
culo, chamou o socorro e prestou os primeiros atendimentos à vítima que ficou gravemen-
te ferida. Com a chegada da ambulância, Capitu foi removida para a emergência hospitalar,
porém, veio a falecer no caminho. A polícia militar preservou o local do acidente, conduziu e
apresentou Bentinho à autoridade policial. A  autoridade policial, após advertir do direito ao

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silêncio, verificou que o conduzido portava CNH regular e em seguida ouviu Bentinho que
confessou conduzir o veículo e falar ao celular, bem como ouviu as demais testemunhas que
confirmaram a narrativa. Como deve proceder a Autoridade Policial?
a) Deverá lavrar o auto de prisão em flagrante e representar pela suspensão da habilitação de
dirigir veículo.
b) Por se tratar de pena máxima de 04 anos, o delegado deverá arbitrar fiança.
c) O Delegado de Polícia deverá lavra:” o auto de prisão em flagrante.
d) O delegado deverá registrar a ocorrência, instaurar inquérito por portaria, não impor ao
indiciado a prisão em flagrante e nem exigir fiança.
e) Deverá lavrar o termo circunstanciado e encaminhar ao Juizado Especial Criminal.

Letra d.
Apesar de o cabeçalho da questão ser extenso, ela representa basicamente o cotidiano policial.
Caso o condutor causador do acidente de trânsito com vítima fatal permaneça no local e preste
o devido socorro à vítima, mesma que ela venha a óbito, o Delegado de Polícia determinará o
registro de ocorrência policial, depois o IP será instaurado por portaria, e não por auto de prisão
em flagrante, por conta da redação do art. 301 do CTB.

Questão 34 (MPE-PR/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO/2016) Assinale a única alterna-


tiva correta, relativa aos crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9503/1997):
a) Não se configura a conduta típica prevista no artigo 304, “caput” do Código de Trânsito
Brasileiro (“Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato
socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxí-
lio da autoridade pública: Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não
constituir elemento de crime mais grave”.) se a omissão for justificada ou suprida por terceiros.
b) Somente se aplicam as disposições Lei n. 9.099/1995 aos crimes de lesão corporal culposa,
embriaguez ao volante e participação em competição não autorizada, se não houver riscos de
dano ou à incolumidade pública ou de terceiros.

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c) Aplicam-se a todos os crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro as disposições da


Lei n. 9.099/1995;
d) As penalidades de suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo somente podem ser imposta cumulativamente com outras penalidades;
e) Deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal de lesão corpo-
ral culposa se o agente estiver sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoati-
va que determine dependência; participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor,
não autorizada pela autoridade competente; transitando em velocidade superior à máxima
permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).

Letra e.
De acordo com o que rege o art. 291 do CTB, deverá ser instaurado inquérito policial para a in-
vestigação da infração penal de lesão corporal culposa se: 1) o agente estiver sob a influência
de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência, 2) participando,
em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstra-
ção de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente,
ou 3) transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta
quilômetros por hora).

Questão 35 (FMP CONCURSOS/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2017)


Em relação aos crimes de trânsito, é CORRETO afirmar:
a) É pacífica na doutrina e na jurisprudência a tese da inconstitucionalidade do crime previsto no
artigo 305 do Código de Trânsito Brasileiro (fuga do local do acidente), por ofensa ao princípio
da não autoincriminação.
b) A infração penal prevista no artigo 309 do Código de Trânsito Brasileiro (condução de veícu-
lo automotor sem habilitação) é considerada de perigo abstrato, de acordo com a doutrina e a
jurisprudência.

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c) O crime previsto no artigo 306 da Lei n. 9.503/97 (embriaguez ao volante) admite, em tese,
a proposta de suspensão condicional do processo.
d) Admite-se a punição do agente pela prática do crime previsto no artigo 307 do Código de
Trânsito Brasileiro, ainda que não tenha sido notificado pessoalmente da penalidade adminis-
trativa de suspensão da habilitação.
e) O crime de lesões corporais culposas na condução de veículo automotor é de ação penal
pública incondicionada.

Letra c.
A pena mínima do crime de embriaguez ao volante admite a suspensão condicional do proces-
so, porém ao verificarmos a pena máxima, depreende-se que não é cabível a transação penal,
inclusive o STF já decidiu acerca do assunto em uma Ação Penal Originária, como já expus em
outra questão:

2ª Turma concede suspensão condicional do processo a deputado acusado de embria-


guez ao volante
Na sessão desta terça-feira (30), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF),
por unanimidade, recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o depu-
tado federal Gladson de Lima Cameli (PP-AC) por embriaguez ao volante, crime previsto
no artigo 306 da Lei 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro) e lhe concedeu o bene-
fício da suspensão condicional do processo, nos termos da Lei n. 9.099/1995 (Lei dos
Juizados Especiais). O parlamentar deverá realizar pagamento de prestação pecuniária a
entidade assistencial pelo prazo de dois anos, conforme proposta do MPF.
Consta na denúncia do MPF que, no dia 31 de janeiro de 2012, em operação de rotina da
Polícia Militar do Distrito Federal, o veículo conduzido pelo deputado federal foi abordado.
Na ocasião, o parlamentar realizou o teste do etilômetro, que indicou concentração de
álcool de 1,14 mg por litro de ar expelido pelos pulmões, valor superior ao permitido em
lei – acima de 0,33 miligrama é caracterizado o crime de embriaguez ao volante.
O MPF ressaltou que o fato encontra tipificação no artigo 306 do Código de Trânsito Bra-
sileiro e, após análise de folha de antecedentes criminais do denunciado, propôs a sus-
pensão condicional do processo, de acordo com as disposições do artigo 89* da Lei n.

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9.099/1995 e do artigo 77 do Código Penal, sugerindo o benefício nos seguintes termos:


doação pessoal, bimestral, durante dois anos, de um salário mínimo ao Instituto Vicky
Tavares – Vida Positiva, que atende crianças portadoras do vírus HIV, sediada em Brasí-
lia (DF).
Em defesa prévia, o acusado alegou improcedência da denúncia, reservando-se a discutir
o mérito da acusação durante a fase de instrução processual. Manifestou-se ainda pela
aceitação da proposta de suspensão processual, nos termos apresentados pelo MPF.
Ao analisar o Inquérito, a relatora afirmou que os elementos fáticos e jurídicos contidos
nos autos autorizam recebimento da denúncia. Segundo a ministra, “a peça acusatória
descreve satisfatoriamente todos os elementos configuradores de prática do ilícito penal,
descrito no artigo 306, do Código de Trânsito Brasileiro, presentes os indícios suficientes
de autoria e materialidade, necessários à instauração da ação penal”.
Destacou também que o STF firmou orientação sobre a possibilidade de suspensão con-
dicional do processo em casos análogos, “sendo legítima e proporcional a condição sus-
pensiva consistente no pagamento de prestação pecuniária a entidade assistencial indi-
cada pelo próprio MPF para obtenção do benefício”.
Por fim, a  ministra votou pelo recebimento da denúncia, com sursis processual, nos
termos propostos pelo MPF. O voto foi seguido por unanimidade pela Segunda Turma.

Questão 36 (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO CRIMINAL FEDERAL – ÁREA 12/2018) Dois


motoristas, Pedro e José, foram levados à central de flagrantes da polícia civil após terem sido
parados em uma blitz no trânsito. Segundo a polícia civil, Pedro, de trinta e dois anos de idade,
foi submetido ao teste do bafômetro, durante a blitz, e o resultado mostrou 0,68 miligramas de
álcool por litro de ar expelido. Ele pagou fiança e deverá responder em liberdade por crime de
trânsito. Conforme os policiais, José, de vinte e dois anos de idade, se recusou a submeter-se
ao teste do bafômetro, mas o médico legista do Instituto Médico Legal (IML) que o examinou
comprovou alteração da capacidade psicomotora em razão do consumo de substância psi-
coativa que determina dependência. José também pagou fiança para ser liberado.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

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A conduta de conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da


influência de substância psicoativa que não seja bebida alcóolica não está prevista como cri-
me no Código de Trânsito Brasileiro.

Errado.
A conduta de conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de substância psicoativa que não seja bebida alcoólica é crime previsto no art. 306
do CTB:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei n.
12.760, de 2012)
Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Grifei).

Questão 37 (QUESTÃO INÉDITA) Segundo o STJ, compete à Justiça Federal o julgamento


de crime consistente na apresentação de Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo
(CRLV) falso à Polícia Rodoviária Federal.

Certo.
O crime de uso de documento falso praticado contra servidores públicos federais é de compe-
tência da Justiça Federal, segundo julgado do STJ.

Questão 38 (QUESTÃO INÉDITA) O crime de adulteração de chassis (número de identificação


veicular) está previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Errado.
O crime em estudo está previsto no art. 311 do Código Penal:

Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automo-
tor, de seu componente ou equipamento: (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

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§ 1º – Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumen-
tada de um terço. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 2º – Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou regis-
tro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial.
(Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)

Questão 39 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item a seguir,


é apresentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser
julgada, com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Alfredo, conduzindo seu veículo automotor sem placas, atropelou um pedestre. Alessandro,
dirigindo um veículo de categoria diversa das que sua carteira de habilitação permitia, causou
lesão corporal culposa em um transeunte, ao atingi-lo. Nessas situações, as penas impostas
a Alfredo e a Alessandro serão agravadas, devendo o juiz aplicar as penas-base com especial
atenção à culpabilidade e às circunstâncias e consequências do crime.

Certo.
A questão está correta de acordo com o art. 298, II e IV, da Lei n. 9.503/1997.

Questão 40 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item a seguir,


é apresentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser
julgada, com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Lucas, motorista de ônibus, quando dirigia seu coletivo, atropelou e matou, culposamente,
uma pedestre. Sávio, ao conduzir seu veículo em um passeio com a família, atropelou culpo-
samente, na faixa de pedestre, uma pessoa, que faleceu no mesmo instante. Severino, ao di-
rigir seu veículo, atropelou culposamente uma transeunte que estava na calçada; ela morreu
em seguida. Nessas situações, Lucas, Sávio e Severino responderão por crime de trânsito,
cujas penas poderão, pelas circunstâncias fáticas, ser aumentadas até a metade, e suas ha-
bilitações para dirigir deverão ser suspensas.

Certo.

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A pena de Severino poderá ser aumentada até a metade, pois atropelou uma pessoa na calça-
da. Já a de Sávio será aumentada por ter atropelado a pessoa numa faixa de pedestres. Lucas,
por ser motorista profissional, também terá a sua pena aumentada.

Questão 41 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item a seguir,


é apresentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser
julgada, com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Felipe, ao violar a suspensão para dirigir, foi flagrado e autuado pela autoridade competente, em
operação de fiscalização, conduzindo seu veículo automotor em via pública. Nessa situação,
Felipe responderá por crime de trânsito e poderá receber como pena nova imposição adicional
de suspensão pelo dobro do primeiro prazo, sendo vedada a substituição de pena privativa de
liberdade por restritiva de direito, em razão da natureza da infração.

Errado.
De acordo com o art. 307 do CTB será aplicada nova pena idêntica à primeira, sendo possível
a substituição por pena restritiva de direito:

Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir


veículo automotor imposta com fundamento neste Código:
Penas – detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo
de suspensão ou de proibição. (Grifei).

Questão 42 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Ao final de uma festa, Godo-


fredo e Antônio realizaram uma disputa automobilística com seus veículos, fazendo manobras
arriscadas, em via pública, sem que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda, houve
colisão dos veículos, o que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um transeunte.
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro,
julgue o item a seguir.
Godofredo e Antônio responderiam por crime de trânsito independentemente da lesão corpo-
ral causada, pois a conduta de ambos gerou situação de risco à incolumidade pública.

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Certo.
Godofredo e Antônio responderiam pelo menos pelo caput do art. 308 do CTB, mesmo que não
tivesse causado lesão na transeunte:

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou com-
petição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade
pública ou privada: (Redação dada pela Lei n. 13.546, de 2017)
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veí c u lo automotor. (Redação dada pela Lei n. 12.971,
de 2014)

Questão 43 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item a seguir, é apre-


sentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada,
com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Dirigindo seu veículo automotor, Luciano atropelou um transeunte, causando-lhe ferimen-
tos leves. Luciano não prestou socorro à vítima nem solicitou auxílio da autoridade pública.
Nessa situação, a conduta de Luciano será considerada atípica caso um terceiro tenha pres-
tado apoio à vítima em seu lugar.

Errado.
A assertiva está em desacordo com o que rege o art. 304 do CTB, pois ainda que 3º preste
socorro para a vítima de acidente de trânsito, haverá o crime em comento:

Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à víti-
ma, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
pública:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime
mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua
omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com feri-
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Questão 44 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Ao final de uma festa,


Godofredo e Antônio realizaram uma disputa automobilística com seus veículos, fazendo ma-
nobras arriscadas, em via pública, sem que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda,

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houve colisão dos veículos, o  que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um
transeunte.
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro,
julgue o item a seguir.
Godofredo e Antônio estão sujeitos à pena de reclusão, em razão do resultado danoso da
conduta delitiva narrada.

Certo.
Em 2017, houve uma alteração legislativa no crime previsto no art.  308 do CTB, e  assim a
exibição não autorizada com resultado lesão grave é punido com pena de reclusão:

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou com-
petição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade
pública ou privada: (Redação dada pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veíc u lo automotor. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as cir-
cunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo,
a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras pe-
nas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)

Questão 45 (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO CRIMINAL FEDERAL – ÁREA 12/2018) Dois


motoristas, Pedro e José, foram levados à central de flagrantes da polícia civil após terem sido
parados em uma blitz no trânsito. Segundo a polícia civil, Pedro, de trinta e dois anos de idade,
foi submetido ao teste do bafômetro, durante a blitz, e o resultado mostrou 0,68 miligramas de
álcool por litro de ar expelido. Ele pagou fiança e deverá responder em liberdade por crime de
trânsito. Conforme os policiais, José, de vinte e dois anos de idade, se recusou a submeter-se
ao teste do bafômetro, mas o médico legista do Instituto Médico Legal (IML) que o examinou
comprovou alteração da capacidade psicomotora em razão do consumo de substância psi-
coativa que determina dependência. José também pagou fiança para ser liberado.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

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José cometeu infração administrativa, mas não crime, ao  se recusar a fazer o teste do
bafômetro.

Errado.
Tanto Pedro como José praticaram crime previsto no art. 306 do CTB. Mesmo José tendo se
recusado a se submeter ao teste, quando avaliado na perícia, o médico legista constatou que
ele estava alterado por conta do uso de drogas.

Questão 46 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) No item que se segue,


é  apresentada uma situação hipotética relativa a infrações previstas no Código de Trânsito
Brasileiro, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Márcio conduzia seu veículo automotor produzindo fumaça em níveis superiores aos legal-
mente permitidos. Nessa situação, conforme o nível de fumaça exalada, a conduta de Márcio
pode configurar tanto infração administrativa como crime de trânsito.

Errado.
A conduta de Márcio não é prevista como crime previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Questão 47 (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Wellington, maior e capaz,


sem habilitação ou permissão para dirigir veículo automotor, tomou emprestado de Sandro,
também maior e capaz, seu veículo, para visitar a namorada em um bairro próximo àquele
onde ambos residiam. Sandro, mesmo ciente da falta de habilitação de Wellington, emprestou
o veículo.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item que se segue, à luz do Código
de Trânsito Brasileiro.
Sandro responderá por crime de trânsito somente se a condução de Wellington causar perigo
de dano.

Errado.
O STJ entende que constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veícu-
lo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações

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previstas no art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano


concreto na condução do veículo.

Questão 48 (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/2009) Um motorista


dirigia seu veículo automotor pelas ruas de sua cidade sob a influência de cocaína. Com os
reflexos comprometidos, atropelou uma pessoa que passava pela faixa de pedestres, tendo,
no entanto, prestado imediato socorro à vítima, que sofreu apenas ferimentos leves. A perícia
constatou que o condutor transitava em velocidade superior à máxima permitida para a via,
estabelecida em 50 km/h. A partir dessa situação hipotética e com base na Lei n. 9.503/1997
– CTB, assinale a opção correta.
a) Como se trata de infração de menor potencial ofensivo, não deverá ser instaurado inquérito
para a apuração do fato, mas tão somente a lavratura de termo circunstanciado.
b) Havendo composição dos danos civis entre o condutor e a vítima do atropelamento, o acor-
do a ser homologado acarretará a renúncia ao direito de queixa ou representação.
c) O fato narrado só se tornou criminoso em razão do atropelamento, uma vez que a simples
condução de veículo automotor em via pública sob influência de cocaína, ao contrário da influ-
ência de álcool, não é crime.
d) Não será imposta prisão em flagrante ao condutor do veículo pelo crime de trânsito, no en-
tanto deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.
e) Segundo o CTB, não é criminosa a omissão do motorista que provocou acidente e deixou de
prestar imediato socorro à vítima que teve morte instantânea, por ser inútil o ato.

Letra d.
a) Errada. Com a reforma do Código de Trânsito Brasileiro imprimida pela “Lei Seca”, o crime
de lesão corporal culposa ocorrido por acidente de trânsito será apurado por termo circunstan-
ciado. Será apurado por inquérito policial quando:
1. o condutor estiver embriagado ou sob efeito de substâncias entorpecentes;
2. o condutor estiver participando de competição ou exibição não autorizadas;
3. o condutor transitar em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km.

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b) Errada. Nas hipóteses acima não se aplicam os benefícios da Lei n. 9.099/1995, no caso a
composição civil, ao condutor de veículo que causar acidente de trânsito.
c) Errada. A condução de veículo automotor em via pública sob influência de cocaína é crime.
Vejamos o que dispõe o art. 306 do CTB:

Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue
igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa
que determine dependência:
Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permis-
são ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

d) Certa. A alternativa d está de acordo com o CTB, mesmo que o condutor cause um acidente
e venha socorrer a vítima, será instaurado inquérito policial para investigar sua conduta.
e) Errada. Contraria o disposto no art. 304 do CTB, que dispõe:

Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não
podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime
mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua
omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimen-
tos leves. (Grifo nosso).

Questão 49 (FGV/PC-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA/2008) Segundo o Código de Trânsito


Brasileiro (Lei n. 9.503/1997), não constitui crime o seguinte procedimento:
a) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira
ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo
Contran.
b) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal
ou civil que lhe possa ser atribuída.
c) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou,
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública.
d) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
e) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilita-
ção, gerando perigo de dano.

Letra a.
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A alternativa a traz a conduta que não constitui crime, configurando apenas uma infração
administrativa de trânsito.
A alternativa b retrata a conduta do crime previsto no art. 305 do CTB.

Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil
que lhe possa ser atribuída:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

A alternativa c reproduz o crime previsto no art. 304 do CTB:

Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não
podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime
mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua
omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com feri-
mentos leves.

Já a alternativa d traz a conduta do crime previsto no art. 303 do CTB, que é a lesão corporal
culposa na direção de veículo automotor.
Por fim, a alternativa e traz a conduta daquele que pratica o crime previsto no art. 309 do CTB:

Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou,
ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Volume 4. Legislação Penal Especial. 15ª Edição.
Editora Saraiva.

NUCCI, Guilherme. Leis Penais e Processuais Penais Especiais. Vol. 1 e Vol. 2. Editora Forense.

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