Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila Medina Legal
Apostila Medina Legal
Olá, primeiramente irei me apresentar a você, caro aluno, meu nome é Paulo Roberto do Vale, sou
formado em engenharia mecânica pela UFRN, atualmente sou Perito Criminal e professor das disciplinas de
Medicina Legal e Criminalística. Na minha carreira de concurseiro, fui aprovado para os cargos de agente
administrativo da Secretaria da Saúde, Guarda Municipal, DataNorte, Ministério do Trabalho e Emprego, Petrobrás
e para o cargo que exerço atualmente, o de Perito Criminal do ITEP/RN, neste tendo sido classificado em 1º lugar.
Agora apresentado, estarei discorrendo sobre a matéria de Medicina Legal que é essencial para a sua prova. Sendo
assim, vamos começar?!
Sumário
1. Introdução 6
2. Histórico 6
3. Perícia Médico-Legal 7
3.1 Peritos Oficiais 7
4. Morte 7
4.1 Morte Natural 7
4.2 Morte Violenta 7
4.3 Tipos de Morte Violenta 7
5. Balística Forense 14
5.1 Definição 14
5.2 Objetivo 15
5.3 Estudo da arma 15
5.4 Estudo da munição 15
5.5 Cartuchos das armas raiadas 15
5.6 Exame balístico 15
6. Classificação das armas de fogo 15
6.1. Quanto à alma do cano 15
6.2. Quanto à dimensão 15
6.3. Quanto ao carregamento 15
6.4. Quanto ao calibre 15
6.5. Anatomia da arma de fogo 16
7. Classificação dos tiros 16
7.1. Quanto ao trajeto 16
7.1.1. Penetrante 16
7.1.2. Transfixante 16
7.1.3 Raspão 17
7.2. Quanto à distância 17
7.2.1. Tiro à distância 17
Ausência de sinais secundários do tiro 17
7.2.2. Tiro à curta distância ou queima roupa 17
7.2.3. Tiro encostado / tiro apoiado 18
8. Agentes Físicos 18
8.1 Conceito 18
8.2 Tipos de agentes físicos 18
8.3 Calor 18
8.3.1. Temperatura 19
8.4. Pressão atmosférica 20
8.5. Eletricidade 20
8.6 Radioatividade 21
8.7 Luz 21
8.8 Som 21
9. Asfixiologia 21
9.1. Conceito 21
9.2.. Classificação Médico Legal 21
9.3. Puras 21
9.4. Complexas 22
9.5. Mistas: Esganadura 22
9.6 Asfixias Puras 22
9.6.1 – Por Modificação Física do Meio 22
Gases irrespiráveis 22
Confinamento: 22
Monóxido de Carbono: 22
Vícios de ambiente: asfixia por permanência em ambientes saturados de gases como de
22
esgotos, fossas, além dos seguintes
9.6.1 – Por Modificação Física do Meio 22
9.6.2 – Por Constrição no Pescoço 22
9.6.3 - Por Sufocação Direta 22
9.6.4 - Sufocação indireta 22
9.7 Sinais de asfixia: 22
9.7.1 Sinais externos 22
9.7.2. Sinais internos 23
9.7.3 Enforcamento 23
9.7.4 Causa jurídica 23
9.7.5 Estudo do laço 23
9.7.6 Ponto de fixação 23
9.7.7. Classificação de enforcamento 23
9.7.8 Sinais de Enforcamento 24
9.8 Estrangulamento 24
9.8.1 Sinais de Estrangulamento 25
10 Esganadura 25
10.1 Definição 25
10.2 Causa jurídica 25
10.3 Sinais 25
11 Soterramento: 25
11.1 Definição 25
11.2 Causa jurídica 25
11.3 Sinais 26
12 Afogamento: 26
12.1 Definição 26
12.2 Locais 26
12.3 Classificação 26
12.4 Sinais 26
13. Tanatologia Forense 26
13.1 Definição 26
13.2. Tipos de Morte: 26
13.3 Natural 26
13.4 Súbita 26
13.5 Violenta 26
13.6 Fetal 26
13.7 Materna 26
13.8 Catastrófica 27
13.9 Presumida 27
14. Tanatologia: 27
14.1 Tanatosemiologia (morte+sinal+estudo) 27
14.2 Tanatodiagnóstico (morte+diagnose) 27
14.3 Cronotanatognose (tempo+morte+conhecimento) 27
14.4 Tanatoscopia (morte + ver = observar) 27
14.5 Tanatoconservação (morte+conservação) 27
14.6 Tanatolegislação (morte+legislação) 27
14.7. Aspectos Médicos Legais da Morte 27
14.8. Noções Preliminares 27
14.8.1 Importância Médica 27
14.8.2 Importância Jurídica 27
14.8.3 COMORIÊNCIA 28
14.8.4 PREMORIÊNCIA 28
15. TANATOSSEMIOLOGIA 28
16. TANATOCRONOLOGIA OU CRONOTANATOGNOSE 28
16.1. Livores de Hipóstase 28
16.2. Rigidez Cadavérica 28
16.3. Mancha Verde Abdominal 28
16.4. Fauna Cadavérica 28
16.5 Gases de Putrefação 29
16.6 Cristais de Sangue Putrefeito (WESTENHOFFER-ROCHA- VALVERDE): 29
17. Tanatoscopia: 29
17.1. Conceito 29
17.2 Sinonímias 29
17.3. Finalidades 30
17.4 Legislação 30
18. Exames Necroscópicos 30
18.1. Inspeção externa 30
18.2 Inspeção interna 30
19. Lesões “intra vitam” e “post mortem” 30
19.1. Tanatoconservação 30
19.2 Tanatolegislação 30
20. Exumação 31
20.1 Etimologia/conceito 31
20.2 Legislação 31
20.3 Tipos de exumação 31
20.4 Administrativas 31
20.5 Judiciárias 31
21. Tipos de mortes violentas: Homicídio, Suicídio, Acidente 32
22. Sexologia forense 32
23. Conjunção carnal: 32
23.1 Conceito 32
23.2 Evidências 32
23.3. Exames 32
24. Estupro qualificado 33
25. Importunação sexual 33
26. Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou
33
de pornografia
27. Violência sexual mediante fraude 33
28. Estupro de vulnerável 34
29. Abortamento 34
29.1 Conceitos 34
29.1.1 Jurídico 34
28.1.2 Médico 34
29.2. Tipos de aborto 34
29.2.1 Aborto provocado pela gestante 34
29.2.2 Aborto provocado por terceiro 34
29.2.3 Aborto legal (Código Penal) 34
29.2.4. Aborto necessário ou terapêutico 34
29.2.6 Aborto seletivo (Eugênico) 34
30. Toxicologia Forense 35
30.1 Dependência 35
30.2 Dependência psíquica 35
30.3 Dependência física 35
30.4 Síndrome de abstinência 35
30.5 Tolerância 35
30.6 Overdose 36
31. Regiões anatômicas do corpo humano 36
32. QUESTÕES 39
1. Introdução:
Esta obra pretende abranger conceitos fundamentais em Medicina Legal de uma forma direta, simples e
descomplicada sem perder a essência, sendo destinada inicialmente para o estudante que pretende ingressar na
carreira pericial ou para todo aquele interessado nessa área, tais como advogados, promotores, juízes, assistentes
técnicos, Peritos judiciais, entre outros, que possam dela se utilizar como uma ferramenta de trabalho.
Dessa forma, não há aqui nenhuma pretensão de esgotar esse tema e tudo o que dele deriva, mas sim
como um auxílio rápido e eficaz para a compreensão desta importante disciplina que é a Medicina Legal.
Espero que lhe seja bastante útil e desejo um bom aprendizado e sucesso!
2. Histórico:
A Medicina Legal deu início ao desenvolvimento da Datiloscopia e de todo o sistema da Criminalística. Foi na
Medicina Legal que iniciaram-se os primeiros estudos científicos com metodologia científica aplicando, tais
métodos, nas investigações de crimes contra a pessoa e a vida.
Pré-História: historiadores citam a existência de reproduções de impressões a tinta, desenhos em cavernas,
vestígios de mãos e dedos;
1560 (França): Ambroise Paré estudou os ferimentos produzidos por arma de fogo;
1563 (Portugal): João de Barros desenvolveu a Datiloscopia, com estudos das linhas papilares;
1651 (Itália): Paolo Zachias publicou em Roma uma obra intitulada “Questões Médico Legais”,
conquistando assim o título de PAI DA MEDICINA LEGAL;
1665 (Itália): Marcelo Malpighi, médico anatomista, deu continuidade ao trabalho, empregando
conhecimentos de anatomia estudando as papilas dérmicas nas mãos e nas extremidades dos dedos.
1753 (França): Boucher realizou estudos sobre balística, disciplina que mais tarde se chamaria Balística
Forense;
1805 (Áustria): teve início o ensino da Medicina Legal; na Escócia ocorreu em 1807 e na Alemanha, em
1820; por essa época também se verificou na França e na Itália;
1823 (Alemanha): João Evangelista Purkinje, professor de anatomia na Universidade de Breslaw,
agrupou os desenhos papilares das extremidades digitais em nove tipos fundamentais e estabeleceu o sistema
déltico;
1858 (Inglaterra): William James Herschel: iniciou estudos sobre as impressões digitais, concluindo pela sua
imutabilidade;
1891 (Argentina): Francisco Latzina e Juan Vucetich implementaram o sistema datiloscópico que é usado
até hoje no Brasil;
1893 (Alemanha): Hans Gross, Juiz de instrução e professor de Direito Penal, autor da obra
“System der Kriminalistik - Sistema de Criminalística” é considerado o “PAI DA CRIMINALISTICA”;
1894 (França): Alphonse Bertillon passou a tomar as impressões digitais como sistema organizado em uma
ficha. (Bertillonage)
1902 (Portugal): início da utilização das impressões plantares e palmares como complemento da identificação
datiloscópica;
1903 (Brasil): Implantação do Sistema Dactiloscópico de VUCETICH;
1947 (Brasil): I Congresso de Criminalística;
1988 (Constituição Federal):
Avanços no campo legislativo e estrutural;
Novas Constituições Estaduais;
Início da desvinculação dos órgãos periciais da estrutura da Polícia Civil;
2008 - Lei Federal nº. 11.690 de 09 de Junho - Alterou o Código de Processo Penal: Estabelece que a
perícia deve ser realizada por perito oficial, portador de curso superior; que nos locais sem perito oficial a
perícia deve ser realizada por dois profissionais com nível superior; prevê a indicação e atuação de assistentes
técnicos; prevê disponibilização no ambiente do órgão oficial, que mantém a guarda, do material probatório que
serviu de base à perícia, para exame pelos assistentes, na presença de perito oficial.
2009 - Lei Federal 12.030 de 17 de setembro – Estabelece normas gerais para as perícias oficiais de
natureza criminal; assegura autonomia técnica, científica e funcional para o perito oficial; que os peritos estão
sujeitos à regime especial de trabalho; que são os peritos oficiais os peritos criminais, os médicos-legistas e os
odontolegistas.
6
3. Medicina Legal – Conceito
A Medicina legal, assim como a Criminalística, tem sido definida de forma variada por diversos autores.
Utilizamos aqui a definição que consideramos abrangente e direta dada pelo ilustre médico-legista paraibano
Genival Veloso França que assim a definiu: “É a Medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais”.
Os exames dos vestígios intrínsecos (na pessoa) são da alçada da Medicina Legal.
3.1. Perícia Médico-Legal
É o exame feito pelo perito Médico- Legista com o objetivo de esclarecer à polícia e à Justiça acerca de um
definido fato criminoso.
4. Morte
Definição: A morte poder-se-á definir como a cessação total e permanente das funções vitais.
a) Agente Mecânico – Aquele que tem a capacidade de modificar o estado de repouso ou de movimento do
corpo. Temos então a seguinte classificação:
Armas Naturais: Mão, pé, unha, cotovelo, cabeça, etc;
Armas propriamente ditas: armas de fogo, espada, sabre, punhal, etc;
7
Armas eventuais (arma branca): faca, facão, foice, tesoura, lâmina de barbear, etc;
Peças de máquinas e maquinismos: moentes, polias, correias, cabos, etc;
Animais: cães, cobras, felinos, etc.;
Mistos: precipitações, explosões, desabamento, etc.
c) Formas de ação:
→ Flexão
→ Extensão
→ Torção
→ Pressão-compressão
Os instrumentos mecânicos classificam-se em: cortantes, contundentes, perfurantes, perfuro-
cortantes, corto-contundentes e perfuro-contundentes. Produzem ferimentos, respectivamente, incisos,
contusos, puntiformes, perfuro-incisos, corto contusos, perfuro-contusos. Para resumir faremos uma tabela para
melhor fixação:
Instrumento Tipo de Aplicação Mecanismos Tipo de Lesões Exemplos
Agulha, Alfinete,
Pressão + Puntiforme
Perfurantes Ponto Prego, Espinho,
Penetração (Punctória)
Seta, etc.
Pau, tábua, cano,
Choque, Pressão,
granada, pedra,
Contundentes Área + Massa Etc. Contusa
cassetete, tijolo,
etc.
Incisa (Cortante,
Lâmina de barbear,
Cortantes Linha Deslizamento segundo Genival
navalha, bisturi, etc.
Veloso de França)
Faca, canivete,
Pressão + Secção
Perfuro- Cortantes Ponto + Linha Perfuro - Incisa punhal, lima,
(Deslizamento)
peixeira, etc.
Projétil de arma de
fogo, ponta de
Perfuro- Penetração +
Ponto + Massa Perfuro-Contusa guarda-chuva,
Contundentes Pressão
ponta de grade de
ferro, etc.
Machado, facão,
Deslizamento +
Corto-Contundentes Linha + Massa Corto-Contusa foice, enxada,
Pressão
dentes, etc.
Veremos agora as características das lesões produzidas pelos tipos de instrumentos acima citados:
d) Instrumentos Perfurantes: Atuam por pressão através da ponta, afastando as fibras do tecido, e raramente,
seccionando-as; possuem forma cilíndrico-cônica. Exemplos:
8
Características das feridas puntiformes ou punctórias:
Quando a lesão tiver a profundidade de penetração maior que o próprio comprimento do instrumento, devido à
depressibilidade dos tecidos superficiais, como no ventre, essa lesão se chama “Ferida em Acordeão ou de
Lacassagne”.
Importante observar que o aspecto dos ferimentos na pele é definido pelas Leis de Filhos e pela Lei de
Langer:
Primeira Lei de Filhos (Lei da Semelhança): As soluções de continuidade são feridas que se assemelham
às produzidas por instrumentos perfuro-cortantes de dois gumes e de lâmina achatada.
Segunda Lei de Filhos (Lei do Paralelismo): Os instrumentos cilíndricos ou cilindro cônicos determinam
direção constante para cada região do corpo onde as linhas de força tenham um só sentido.
Lei de Langer (Lei do Polimorfismo): Um instrumento cilíndrico, exercendo ação perfurante em um ponto
da pele onde convergem linhas de força de sentidos diferentes, produz ferida triangular, ou em ponta de seta,
ou mesmo em quadrilátero.
e) Instrumentos Cortantes: Agem por deslizamento produzindo a secção uniforme dos tecidos. Exemplos:
→ Bordas regulares;
→ Vertentes regulares;
→ Bordas separadas;
→ Sangramento abundante;
→ Centro mais profundo que as extremidades;
→ Presença de cauda de escoriação quando há angulação no corte;
(praticamente imperceptível em ferimentos retos e com mesma pressão
em toda a sua extensão)
→ Ausência de vestígios traumáticos.
9
Feridas especiais produzidas por instrumentos cortantes:
(http://reginaldofranklin.com.br/degolamento)
10
5. Espostejamento: Quando há a separação do corpo em múltiplas partes irregulares;
6. Evisceração: Corte com exposição das vísceras;
f) Instrumentos Contundentes: São todos os objetos capazes de agirem traumaticamente sobre o organismo.
As lesões podem ser produzidas por: pressão, explosão, deslizamento, percussão, compressão, descompressão,
distensão, torção, fricção, contragolpe ou de forma mista. Exemplos:
Devido à elasticidade da pele, esta se conserva íntegra e a lesão se produz em nível profundo. Os principais
tipos de lesões contundentes são:
Equimose: quando há rompimento de vasos e derrame sanguíneo infiltrando os tecidos. Contusão mais
freqüente e mais importante na prática. Suas características são:
O tecido externo apresenta-se íntegro;
Ocorre derrame sanguíneo interno e, com isto, ocorre produção de mancha de variado tamanho, conforme
a extensão da área que sofreu o choque;
O material extravasado vai ser reabsorvido e isto provoca uma variação cromática que vai do início ao
pleno reparo da lesão. É o chamado espectro equimótico que serve para:
avaliar a data da lesão ou se ocorreram várias lesões em dias diferentes;
Precisar a sede da contusão;
Indicar o instrumento contundente;
Afirmar a natureza do atentado;
Traduzir fenômeno vital.
O Espectro equimótico em geral, é lívida ou avermelhado no 1.º dia; arroxeada entre o 2.º e o 3.º;
azulado entre o 4.º e o 6.º; esverdeada entre o 7.º e o 10.º; amarelada entre o 12.º e o 15.º dias, e depois a
tendência é desaperecer.
Tipos de equimoses:
Petéquias: pequeno ponto vermelho no corpo - na pele ou mucosas, causado por uma pequena
hemorragia de vasos sanguíneos, tendem a desaparecer em 4 a 5 dias.
Sugilação: É um conjunto de petéquias numa área de maior pressão decorrente de uma sucção (chupão)
ou ventosas.
Víbices: Duas equimoses paralelas (víbices) com centro livre como no caso de lesão produzida por
instrumento cilíndrico (cassetete).
12
Bossas e hematomas: quando o derrame sanguíneo não encontra condições de se difundir e forma
coleções localizadas. A Bossa é o acúmulo de sangue sobre planos ósseos, conhecido como “Galo”. Já o
Hematoma é uma coleção sanguínea produzida por extravasamento de sangue de um vaso bastante
calibroso e a sua não difusão nas malhas dos tecidos moles. Tem absorção mais demorada do que as
equimoses, forma relevo na pele e comprime os tecidos vizinhos.
g) Instrumentos Perfuro cortantes: São aqueles instrumentos que tem uma ponta e pelo menos uma lâmina
ou gume. Age afastando as fibras facilitando a penetração, depois seccionando-as. Produzem ferimentos
perfuro-incisos. Exs.:
Monocortante (um gume): faca, canivete, espada, etc;
Bicortante (dois gumes): punhal, faca vazada, etc;
Tricortante (três gumes): lima.
h) Instrumentos Corto contundentes: São aqueles instrumentos que possuem uma lâmina ou borda cortante,
mas também atuam agridem pela contusão. Exs.: Exemplos: foice, facão, machado, enxada, dentes, rodas de
trem, guilhotina, etc.
Características da lesões: São lesões sempre profundas, com bordas e formas irregulares, com destruição de
tecidos, inclusive com fraturas.
13
i) Instrumentos Perfuro Contundentes: Agem perfurando e contundindo. Exemplos: projétil de arma de fogo,
ponta de guarda-chuva, ponta de vergalhão, etc.
Características das lesões perfuro-contusas:
→ Causam perfuração e ruptura dos tecidos;
→ bordas irregulares;
→ predomínio da profundidade;
→ caráter penetrante ou transfixante.
Resumo das características dos ferimentos produzidos por projéteis de arma de fogo:
Ferimento de entrada
Forma arredondada (regular);
Bordas invertidas;
Possui as orlas e zonas;
O diâmetro é proporcional ao projétil;
Há pouco sangramento.
Ferimento de saída
Forma irregular;
Bordas evertidas;
Não possuem orlas e zonas;
O diâmetro é desproporcional;
Há muito sangramento.
OBS: Quando há um anteparo rígido sob o ferimento de saída pode ocorrer a formação de uma aréola equimótica
chamada de Sinal de Romanese.
5. Balística Forense:
5.1. Definição: É a ciência que estuda as armas de fogo e os projéteis de armas de fogo.
14
5.2. Objetivo: Identificação da arma pelo projétil ou pelo estojo (cápsula).
5.6. Exame balístico: utilizado para examinar o funcionamento das armas e munições, bem como realizar a
comparação balística entre a munição e a arma suspeita de ter sido utilizada em alguma ação criminosa.
15
Obs.: O calibre nominal é usado para designar um tipo particular de munição. Também é utilizado nas armas nas
quais este tipo de munição é empregado. O calibre nominal, de forma diferente do calibre real, não se refere
apenas ao diâmetro do projétil, Apresenta, também, uma série de outras informações, como comprimento do
estojo; a forma de travamento desse estojo na câmara, indicando assim se este estojo é com aro ou sem aro ou se
é do tipo garrafinha, cinturado ou apresenta ainda outras formas construtivas; o sistema de percussão, se de fogo
central ou de fogo circular. Portanto, cartucho de mesmo calibre não significa que pode ser utilizado em outra
arma de igual calibre.
Arredondadas ou ovaladas
Ferimento de Entrada Bordas regulares e invertidas
Menor que a ferida de saída
16
Forma Irregular
Bordas irregulares e evertidas
Ferimento de Saída
Maior que a ferida de entrada
Ausência de orla ou zona
17
Orla de escoriação
Orla de enxugo
Orla equimótica
Zona de tatuagem
Zona de esfumaçamento
Zona de Chamuscamento
8. Agentes Físicos:
8.1 Conceito: capazes de modificar o estado físico dos corpos e de provocar lesões corporais e morte, como a
temperatura, a eletricidade, a pressão atmosférica, assim como a luz e o som.
8.2 Tipos de agentes físicos: Calor, Pressão, Eletricidade, Som, Luz, Radiação.
8.3 Calor: corresponde à energia em trânsito que se transfere de um corpo para outro em razão da diferença de
temperatura.
18
8.3.1. Temperatura:
Os animais e o corpo humano exposto por períodos prolongados a temperaturas muito baixas são passíveis
de congelação, designando-se geladuras as lesões corporais resultantes da mesma. Segundo Callisen as
geladuras comportam-se em três graus: eritema, flictenas e necrose ou gangrena.
1.º grau: Eritema; 2º grau: Flictenas; 3º Grau: necrose ou gangrena.
Frio
No vivo: Na necropsia:
Sonolência; Hipóstase vermelha-claro
Perturbação dos movimentos; Rigidez cadavérica precoce
Anestesia; Sangue de tonalidade menos
Congestão; escura
Sinais de anemia visceral;
Convulsões.
19
Queimaduras de 1º Grau: lesão na camada mais externa da pele causando eritemas, edema e dor local;
Queimadura de 2º Grau: lesão na camada mais externa da pele e em camadas subjacentes causando bolhas
(flictenas) além dos sinais das queimaduras de 1º grau;
Queimadura de 3º Grau: lesão estende-se para camadas mais profundas da pele causando extensos danos.
8.5. Eletricidade:
Artificial: Eletropressão (Marca elétrica de Jellinek – marca da queimadura do fio elétrico). Aspecto
duro e seco.
20
Natureza Resultado Descarga letal Ferimento
Eletroplessão (Pode
Industrial Eletrocussão Marca de Jellineck
ser letal ou não)
Fulguração
Natural Fulminação Marca de Lichtenberg
(Não letal)
8.6 Radioatividade:
As lesões locais são conhecidas como Radiodermites. Essas podem ser agudas ou crônicas: As agudas
podem ser divididas em 1º, 2º e 3º grau.
São de duas formas: depilatória e eritematosa.
A de 1º Grau dura cerca de 60 dias e apresenta uma mancha escura que desaparece lentamente.
A de 2º grau (forma pápulo-eritematosa), tem ulceração muito dolorosa e recoberta por crosta
seropurulenta. Difícil cicatrização.
A de 3º grau tem o aspecto ulceroso, contendo várias zonas de necrose. São conhecidas por úlceras de
Röentgen.
8.7 Luz
A incidência de feixes luminosos de alta intensidade sobre os olhos, pode provocar perturbações
neurossensoriais nos globos oculares e perda irreparável da visão.
Lesões agudas: Luz de alta potência (laser) - Pode levar à cegueira imediata.
Lesões crônicas: Exposição solar não protegida - Danos à córnea, cristalino e retina - Perda gradual da visão.
8.8 Som
Onda sonora ou som é uma perturbação ou distúrbio mecânico transmitido através de um meio elástico em
que a oscilação é a pressão. Ondas sonoras com frequência abaixo de 20Hz) são chamadas infrassom e acima de
20.000Hz, ultrassom.
→ Lesões agudas - Sons extremamente altos (ex.: explosões); lesão imediata do sistema auditivo.
→ Lesões crônicas - Exposição demorada a ruídos altos (>85dB, 40h/semana); danos à cóclea (células ciliares);
zumbidos; perda bilateral, lenta e progressiva da audição; zumbidos crônicos.
9.1. Conceito: É o impedimento da hematose (troca gasosa ao nível da membrana alveolar) devido às alterações
da mecânica respiratória ou do meio ambiente.
9.2.. Classificação Médico Legal: As asfixias são classificadas, segundo Afrânio Peixoto, em:
9.3. Puras: mecanismo respiratório (hipóxia - redução do oxigênio e hipercapnia- aumento do gás carbônico):
Confinamento, Sufocação Direta, Sufocação Indireta, Soterramento, Afogamento.
21
9.4. Complexas: mecanismo respiratório, vascular e nervoso: Enforcamento e Estrangulamento.
Gases irrespiráveis:
Confinamento: permanência em ambiente com pouca renovação do ar, consumindo, assim, o oxigênio e
aumentando o teor de gás carbônico.
Monóxido de Carbono: O CO (monóxido de carbono) se fixa à hemoglobina impedindo o transporte de
oxigênio aos diversos tecido do corpo. A rigidez cadavérica e a putrefação é tardia, face rósea, manchas de
hipóstases claras, sangue fluido e róseo (acarminado).
Vícios de ambiente: asfixia por permanência em ambientes saturados de gases como de esgotos,
fossas, além dos seguintes:
Gases de combate: Bromureto de Benzila, Iodureto de Benzila, Gás mostarda.
Gases sufocantes: Cloro, Oxicloreto de carbono.
Gases industriais: Gás Butano, Gás das Minas de Metano, Carvão.
Gases anestésicos: Éter, Clorofórmio, Halotano.
22
9.7.2. Sinais internos:
Equimoses nas pleuras; (Manchas de Paltauf – típica dos afogados);
Equimoses viscerais do pulmão (Manchas de Tardieu);
Sangue fluido e vermelho escuro; (vermelho claro nos afogados e acarminado na sufocação por monóxido de
carbono);
Edema cerebral e pulmonar;
Congestão polivisceral (todos os órgãos ficam cheios de sangue - Sinal de Etiénne-Martin).
9.7.3 Enforcamento:
É a constrição do pescoço feita por um laço, tendo como força ativa o peso do próprio corpo.
Tipos de laços
23
Suspensão Completa ou Típica: o corpo está suspenso totalmente.
9.8 Estrangulamento:
1. Definição:
É a constrição ativa do pescoço feita por laços, por algum objeto ou por meio do antebraço (mata-leão),
joelhos ou outra parte do corpo, tendo como forças atuantes uma força externa.
2. Causa jurídica:
Homicídio (mais comum);
Acidente (Ex.: asfixia erótica).
Execução judicial;
Suicídio: raro.
24
9.8.1 Sinais de Estrangulamento:
Enforcamento Estrangulamento
10 Esganadura:
10.1 Definição: É a contrição do pescoço feita pela mão humana.
10.3 Sinais:
Externos: Sinais de asfixia e estigmas ungueais (marcas de unhas) no pescoço;
Internos: Sinais gerais de asfixia, lesões nas cartilagens Tireoide e Cricoide.
11 Soterramento:
11.1 Definição: É um tipo de asfixia que se caracteriza pela penetração de areia, materiais semissólidos ou
pulverulentos nas vias respiratórias.
12 Afogamento:
12.1 Definição:
É um tipo de asfixia que se caracteriza pela penetração de águas nas vias nasais.
12.2 Locais:
→ Mares→ Açudes→ Lagoas→ Piscinas→ Fossas
→ Latrinas→ Pântanos→ Lamaçais, etc.
12.3 Classificação:
Afogado Azul ou afogado úmido: morreu do afogamento.
Afogado Branco ou afogado seco de Parrot: morreu de outras causas, como
inibição, ataque cardíaco, etc, e, por algum motivo, foi jogado (ou caiu) na água.
12.4 Sinais:
Externo: Cogumelo de espuma, pele anserina, maceração da epiderme, livores e manchas de hipóstase claros,
retração dos mamilos, saco escrotal e pênis, mancha verde da putrefação na região torácica, dentes róseos (pink
teeth), destruição das partes moles (crustáceos).
Interno: Sinais gerais de asfixia, sangue fluido, manchas de Paltauf, hemorragia temporal (Sinal de Niles),
extravasamento sanguíneo no ouvido médio e nos seios mastoideos, hemorragia etmoidal (Sinal de Vargas-
Alvarado), constituído de um extravasamento sanguíneo no osso etmoide.
13.4 Súbita:
É a Morte imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa manifesta, atingindo pessoas em
aparente estado de boa saúde.
13.5 Violenta:
É aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou continuada e persistente de um
agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo. Ex.: Homicídio, suicídio ou acidente.
13.6 Fetal:
Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe
independente da duração da gravidez.
13.7 Materna:
Morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da
gestação, independente da duração ou localização da gravidez.
26
13.8 Catastrófica:
É toda morte violenta de origem natural ou de ação dolosa do homem em que por um mesmo motivo,
ocorre um grande número de vítimas fatais.
13.9 Presumida:
É a morte que se verifica pela ausência ou desaparecimento de uma pessoa, depois de transcorrido um
prazo determinado pela Lei (se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II – se
alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da
guerra). C.C. Art. 10, 481 e 483. - C.P.P. Art. 1.161 e 1.163 -Lei nº 6.015/73.
14. Tanatologia:
14.1 Tanatosemiologia (morte+sinal+estudo):
Parte da Tanatologia que estuda os sinais (fenômenos) cadavéricos.
14.8.3 COMORIÊNCIA:
É a morte de duas ou mais pessoas em um mesmo evento e ao mesmo tempo.
14.8.4 PREMORIÊNCIA:
Quando se pode provar que uma delas faleceu momento antes.
15. TANATOSSEMIOLOGIA:
DENOMINAÇÃO FENÔMENOS
Inconsciência
Insensibilidade
ABIÓTICOS IMEDIATOS Imobilidade
Parada da Respiração
Parada da Circulação
Desidratação
Algidez
ABIÓTICOS CONSECUTIVOS
Rigidez
Livores e Manchas de Hipóstase
Autólise
TARDIOS DESTRUTIVOS Maceração
Putrefação: Coloração, Gasoso, Coliquativo, Esqueletização.
28
OBS.: Sobre a Rigidez cadavérica:
O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento
muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que
acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis).
A energia para a contração muscular vem das moléculas de ATP (adenosina trifosfato) produzidas durante a
respiração celular. Estas moléculas atuam na ligação de miosina à actina, ocasionando a contração muscular.
a) Regra de Bonnet – A rigidez se inicia logo após a morte, atingindo o seu total desenvolvimento até a 15ª
hora, e depois desaparece lentamente. Acaba quando os fenômenos destrutivos, de putrefação, se instalam.
b) Regra de Fávero – O processo se inicia logo na primeira hora e se generaliza após 2 a 3 horas, atingindo o
seu máximo depois de 5 a 8 horas.
c) Regra de Niderkorn – Considera-se precoce a rigidez que ocorre até a 3ª hora; é normal entre a 3ª e 6ª
horas; diz-se tardia quando sobrevém entre a 6ª e 9ª horas; por fim, chama-se de muito tardia quando ocorre
depois da 9ª hora.
17. Tanatoscopia:
17.1. Conceito:
"É um conjunto de operações que tem como meta fundamental evidenciar a causa mortis quer do ponto de
vista médico quer jurídica".
17.2 Sinonímias:
Tanatoscopia, Autópsia, Necropsia, Necroscopia, Necrotomoscopia.
29
17.3. Finalidades:
Diagnóstico da realidade e da causa da morte, auxiliar na determinação da natureza jurídica da morte;
diagnóstico do tempo decorrido da morte; informações sobre circunstancias da morte; Identificar o morto.
17.4 Legislação:
CPP Art. 162. A autopsia será feita pelo menos seis (06) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pelas
evidências dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Período da Incerteza de Tourdes: 6 horas e 6 horas depois não se pode afirmar se as lesões foram antes ou
depois da morte
19.1. Tanatoconservação:
Congelamento = Câmara frigorífica com uma temperatura entre +5° C. a -20° C.
Embalsamamento.
Formolização: Aldeído Fórmico (Formol) 4 a 5 l (I.A.); Método Espanhol: Serragem, carvão vegetal, KPO4,
Naftalina e Cânfora.
Mumificação: Egito, Índia etc.
19.2 Tanatolegislação:
Código Civil:
Art. 10 - A existência da pessoa natural termina com a morte.
Art. 11 - Comoriência.
Art. 315 - A sociedade conjugal termina.
Art. 395 - Extingue-se o pátrio poder.
Código Penal:
Art. 108 - Extingue-se a punibilidade. I - Pela morte do agente.
Art. 121 - Matar alguém.
Art. 211 - Destruir ou subtrair ou ocultar cadáver.
Art. 212 - Vilipendiar cadáver.
30
Código de Processo Penal
Art. 162 - A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito.
20. Exumação:
20.1 Etimologia/conceito:
Etimologicamente exumação vem do latim exumare (ex, equivalente a ec, movimento para fora, e húmus,
terra e ar), portanto, exumar significa o desenterramento do cadáver com a finalidade de atender aos recursos da
Justiça na averiguação da exata causa de morte.
20.2 Legislação:
Código de Processo Penal:
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade policial providenciará para que em dia
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. Parágrafo Único: O
administrador do cemitério público ou particular indicará o lugar o lugar da sepultura, sob pena de desobediência.
No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de se encontrar o cadáver em lugar não destinado
a exumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará o auto.
Art. 164. Os cadáveres serão, sempre que possível, fotografados na posição em que forem encontrados.
Art. 165. Para representa as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo
do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquisição de testemunhas, lavrando-se
auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
Parágrafo Único: Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados que
possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e
responderão aos quesitos formulados.
Código Penal:
Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena – reclusão, de um a três anos e multa.
Art. 211. Destruir, ou subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de um a três anos e multa.
Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - reclusão, de um a três anos e multa.
20.4 Administrativas:
→ mudança de sepultura dentro de um mesmo cemitério
→ remoção do esqueleto para o ossuário;
→ retirada do cadáver ou restos esqueletais para cremação;
→ translado dos restos humanos para outro cemitério ou para o estrangeiro;
→ troca de urna funerária;
→ recuperação de joias ou documentos.
20.5 Judiciárias:
→ inumações clandestinas em locais não autorizados;
→ inumações em locais autorizados, sem certidão de óbito;
→ inumações cuja certidão de óbito não contemple de forma plena os dados exigidos na mesma;
→ dúvidas quanto a identidade do morto;
→ inumação em casos de morte violenta, sem necropsia prévia;
→ necropsia incompleta ou parcial;
→ erros, omissões ou contradições no exame necroscópico;
→ falsa necropsia ou simulação de necropsia, com descrição apenas das lesões externas;
→ omissões nos procedimentos técnicos detectados no laudo pericial;
→ diagnósticos incompletos, insuficientes ou errados, no laudo pericial;
→ declaração de óbito com diagnóstico impreciso, ocorrendo dúvidas quanto ao mecanismo da causa da morte;
31
→ diagnóstico baseado em alteração macroscópica sem lastro anatomopatológico;
→ reconhecimento especial de determinada lesão;
→ recolhimento de determinado material tegumentar ou visceral.
→ Em síntese, procede-se a exumação com fins cíveis ou médicos- legais.
→ Cumpridas as formalidades legais, a critério da autoridade sanitária, os despojos, que deverão se constituir
apenas do esqueleto, podem ser removidos para fins de translado, cremação, ou outra qualquer finalidade
administrativa.
Suicídio é a morte, por vontade e sem constrangimento, de si próprio, sendo chamado de suicida o autor da
própria morte.
Os meios mais comumente utilizados são o enforcamento, precipitação, arma de fogo e o envenenamento.
A conceituação dessa modalidade jurídica de morte exige dois elementos: um, subjetivo, o desejo de
morrer; outro, objetivo, o resultado morte.
Excluem-se os que morrem em cumprimento do dever, como os militares e os bombeiros em ação, os que
testam novos medicamentos, os que tentam salvar pessoas em perigo, os que, em função da sua profissão,
entram em contato com pessoas com doenças contagiosas, entre outros.
Acidente é a causa jurídica da morte representada por acidentes resultantes de fenômenos atmosféricos e
geofísicos, como chuvas abundantes, avalanches, desabamentos, terremotos, raios, etc, e devido à ação humana,
em sua maioria por imprudência, imperícia e negligência, como os que ocorrem no trânsito, ou desrespeito às leis
ambientais, como os que constroem em zonas de proteção ambiental (beira mar) ou no sopé de morros.
23.3. Exames
Presença de espermatozoides.
Dosagem de Fosfatase Ácida (aumentada) – Indício.
Glicoproteína P30 (PSA) – Certeza.
32
24. Estupro qualificado:
Art. 213. (...)
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou
maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos
§ 2º Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.
Exclusão de ilicitude
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de
natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da
vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos.
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública
incondicionada.
Parágrafo único. (Revogado). (NR)
“Art. 226. ................................................................................................................................................
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor,
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela;
........................................................................................................................................................................
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:
Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;
Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (NR)
“Art. 234-A. ............................................................................................................................................
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível
de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.” (NR)
33
Pena: Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Ex.: - o agente conduz a vítima a uma forma de não resistência
por inibição ou enfraquecimento das faculdades mentais: embriaguez completa, anestesia, estados hipnóticos,
drogas alucinógenas “boa noite cinderela”; - confusões quanto à identidade da pessoa.
29. Abortamento
29.1 Conceitos:
29.1.1 Jurídico: a interrupção da gestação, com o intuito da morte fetal, independentemente da idade
gestacional.
28.1.2 Médico: interrupção, voluntária ou não, da gestação antes de completar 22 semanas; quando IG
desconhecida, considera-se peso <500 g.
30.1 Dependência
A toxicodependência pode ser definida como o consumo repetido, permanente e compulsivo de uma droga.
Embora o fenómeno da dependência das drogas compreenda quatro componentes ou manifestações bem distintas,
como a dependência psíquica, a dependência física, a síndrome de abstinência e a tolerância, a sua presença e
intensidade variam de acordo com a substância que as provoca e o grau de dependência.
30.2 Dependência psíquica.
A dependência psíquica pode ser definida como um desejo compulsivo de estar e manter-se sob o efeito de
uma determinada droga e costuma manifestar-se através de um estado de agitação e ansiedade provocado pela
ausência dos efeitos.
30.3 Dependência física.
Como as drogas alteram e desequilibram o funcionamento orgânico, o seu excesso e repetido consumo
costuma provocar uma dependência física, ou seja, para se adaptar e poder funcionar de forma adequada, o
organismo é obrigado a desenvolver uma série de mecanismos, fazendo com que o organismo não consiga
funcionar corretamente sem o consumo da droga, depois de se estabelecer a dependência física.
30.4 Síndrome de abstinência.
Designa o conjunto de problemas provocado quando um indivíduo dependente de uma droga interrompe a
sua administração. No caso de algumas drogas, como os derivados do cânhamo ou os alucinógenos, esta síndrome
é muito pouco evidente ou praticamente inexistente. Por outro lado, no caso de outras drogas, como o álcool e a
heroína, a síndrome pode ser muito grave. Na maioria dos casos, quanto maior for a dependência física, mais
intensa será a síndrome de abstinência.
30.5 Tolerância.
A tolerância é um fenômeno através do qual um indivíduo dependente de uma droga necessita de doses
cada vez mais significativas para conseguir os efeitos desejados. Este fenómeno, semelhante ao da dependência
física, é provocado pela progressiva adaptação do organismo à droga.
35
30.6 Overdose.
A tolerância tem um limite, já que a denominada "dose letal" (overdose), ou seja, a dose de uma droga que
provoca a morte do indivíduo, não é necessariamente superior para os dependentes do que para a população em
geral.
36
VISÃO POSTERIOR
37
VISÃO LATERAL
38
32. QUESTÕES
02 – Trata-se de lesão corporal de natureza gravíssima, conforme o Artigo 129 do Código Penal Brasileiro:
a) Perigo de vida.
b) Deformidade permanente.
c) Debilidade permanente de membro, sentido ou função.
d) Incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias.
04 – O art. 162 do Código do processo penal, descreve que – “A autópsia será feita pelo menos ______ depois do
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes.” A lacuna é
corretamente preenchida por:
a) em 12 horas
b) em 24 horas
c) em 36 horas
d) 6 horas
05 – O exame de corpo de delito não pode ser solicitado diretamente ao médico-legista. Deve ser através do
diretor do IML, por
a) advogado do interessado.
b) autoridade policial.
c) promotor.
d) juiz.
e) autoridade militar.
06 – B.N. foi vítima de agressão por navalha. A avaliação da lesão sofrida revelou nítido predomínio da extensão
sobre a profundidade, com bordas regulares, vertentes planas e ângulos agudos. Mediante as características da
lesão observadas e descritas, qual o tipo de ferimento apresentado por B.N.?
a) Ferimento contuso.
b) Ferimento inciso.
c) Ferimento perfurante.
d) Ferimento corto contuso.
e) Ferimento punctório
07 – Ao examinar um paciente, o perito encontra uma ferida em região peitoral com formato de dois semiarcos, de
concavidades voltadas uma para a outra, mostrando equimoses periféricas, de profundidades variáveis e
laceração tecidual. O perito conclui que se trata de mordedura. As feridas produzidas por mordedura causada
pela arcada dentária humana se classificam como:
a) perfuro contundente. d) perfuro cortante.
b) contundente. e) corto-contundente.
c) corto-contusa.
39
08 – Um cadáver encontrado próximo à linha férrea apresenta desarticulação de todos os membros, além de
separação do corpo da cabeça. É correto afirmar que se trata de:
a) esquartejamento e esgorjamento.
b) esquartejamento e decapitação.
c) espostejamento e esgorjamento.
d) esquartejamento e vitriolagem.
e) espostejamento e decapitação.
09 – Uma pericianda é considerada desvirginada, quando, ao exame de conjunção carnal, constata-se:
a) Rotura himenal.
b) Gravidez.
c) Presença de espermatozoide no conduto vaginal.
d) Presença de líquido espermático no conteúdo vaginal.
e) Todas as alternativas acima estão corretas.
11 – Sob o tipo de lesão simples “punctória”, o instrumento típico associado a esta lesão é:
a) Martelo
b) Estilete
c) Cassete
d) Pedra
e) Linha de cerol
14 – Trata-se de sinal indiscutível, no orifício de entrada do projétil, por tiro a curta distância:
a) orla de escoriação.
b) orla de contusão.
40
c) halo de enxugo.
d) halo equimótico.
e) zona de tatuagem.
15 – A descrição de um orifício de entrada de projétil de arma de fogo com buraco de mina de Hoffmann,
escoriação de massa de mira (sinal de Werkgaertner), zona de esfumaçamento, zona de tatuagem, equimoses
e queimaduras, está relacionada com:
a) tiro disparado a grande distância.
b) tiro disparado de arma de fogo de grosso calibre.
c) tiro disparado a curta distância.
d) lesão produzida por projéteis múltiplos.
e) tiro encostado.
17 – A presença no cadáver de um sulco horizontal e contínuo no pescoço, com bordas iguais, profundidade
uniforme e não apergaminhado, situado sobre o laringe, infiltração abaixo do sulco e sinais gerais de asfixia,
todos esses elementos em conjunto caracterizam a morte por:
a) enforcamento.
b) estrangulamento.
c) esganadura.
d) sufocação.
e) afogamento.
18 – Acerca das mortes causadas por asfixia por constrição cervical, assinale a alternativa correta.
a) O enforcamento pode ser classificado como completo quando o corpo está totalmente suspenso, ou parcial
quando está apoiado parcialmente.
b) O sulco provocado pelo enforcamento completo pode ser confundido com o sulco provocado por
estrangulamento.
c) O sulco encontrado no enforcamento em condições habituais é oblíquo e descendente em relação ao nó.
d) É comum a causa acidental de morte por asfixia por estrangulamento.
e) A asfixia por esganadura pode ser suicida, como causa jurídica.
19 – Flictena é caracterizado pela formação de vesículas que suspendem a epiderme. Assinale a alternativa que
melhor representa o grau de queimadura para esta lesão:
a) Queimaduras de 1ª grau
b) Queimaduras de 2ª grau
c) Queimaduras de 3ª grau
d) Queimaduras de 4ª grau
e) Carbonização total.
20 – Cicatrizes irregulares de aspecto espantoso, formação de queloides, lesões graves dos olhos e cegueira,
estenose esofagiana e perfurações gástricas são exemplos de sequelas de:
a) vitriolagem. d) asfixia.
b) estrangulamento. e) afogamento.
c) hipóxia.
41
21 – São designados processos tanatológicos conservadores:
a) autólise e putrefação.
b) maceração e saponificação.
c) autólise e mumificação.
d) putrefação e maceração.
e) saponificação e mumificação.
25 – Em relação ao crime de estupro, as seguintes elementares e circunstâncias do tipo penal são corretas,
EXCETO:
a) constranger mulher honesta.
b) mediante violência ou grave ameaça.
c) ter conjunção carnal.
d) ou praticar ou permitir que se pratique.
e) outro ato libidinoso.
27 – O meio abortivo em que são introduzidos no útero soluções cáusticos superconcentradas é denominado meio:
a) Químico. c) Mecânico.
b) Físico. d) Médico.
28 – Ferimento produzido por instrumento perfurante de calibre médio em região de cruzamento de linhas de força
de sentidos diferentes obedece à:
a) Segunda Lei de Filhos. d) Primeira Lei de Filhos.
b) Lei de Nysten. e) Lei de França.
c) Lei de Langer.
29 – Mancha que aparece na parede abdominal direita (exceto nos afogados e bebês) e depois se distribui pelo
corpo:
a) Manchas de Paltaulf. d) Mancha verde.
b) Manchas de Tardieu. e) Equimose.
c) Mancha de Sommer-Larcher.
42
30 – Verificando o local de encontro de cadáver, o delegado anota as lesões presentes no corpo descritas pelo
perito como “lesão cortante na região anterior do pescoço, retilínea, profundidade uniforme atingindo até a
coluna vertebral”. Com estas observações, o delegado infere o nome da lesão e sua natureza jurídica como:
a) Degolamento – homicídio. d) Esgorjamento – homicídio.
b) Degolamento – suicídio. e) Decapitação – homicídio.
c) Esgorjamento – suicídio.
32 – A morte de um indivíduo ocorreu da seguinte forma: Após caminhar horas a fio por dunas áridas, sob um sol
escaldante, veio a sofrer um mal súbito e cair sobre a terra quente e seca. Algumas semanas depois, o seu
cadáver foi ali encontrado, conservado, ressecado, com a pele apergaminhada sobre a estrutura óssea, sem
exalar odores da putrefação. Esse fenômeno cadavérico é denominado:
a) Saponificação. d) Adipocera.
b) Esqueletização. e) Corificação.
c) Mumificação.
33 – Ferimento de forma linear, com regularidade das bordas, regularidade do fundo da lesão, ausência de
vestígios traumáticos em torno da ferida e hemorragia sempre abundante são características de lesão produzida
por instrumento:
a) contundente. d) perfuro cortante.
b) perfurante. e) perfuro contundente.
c) cortante.
34 – Lesão em forma de botoeira, com um dos ângulos mais agudo que o outro, predomínio da profundidade
sobre a extensão e cauda de escoriação são características de lesão produzida por instrumento:
a) contundente. d) perfuro cortante.
b) perfurante. e) perfuro contundente.
c) cortante.
Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez”.
Thomas Edison.
Conte comigo para o que precisar, ajudarei o máximo possível e estarei mandando energias positivas.
Paulo Roberto do Vale – Professor e Perito Criminal.
Instagram: @paulovale.pericia – email: petcrim@hotmail.com
YouTube: Paulo Vale Perícia.
43