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SEMINARIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL

CURSO BACHARELANDO EM TEOLOGIA DEPARTAMENTO DE


TEOLOGIA EXEGÉTICA

EXEGESE DOS EVANGELHOS

RAPHAEL NOVAES DA FONSECA CARDOSO, 3° ANO.

GOIANIA
2021
SEMINARIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL
CURSO BACHARELANDO EM TEOLOGIA DEPARTAMENTO DE
TEOLOGIA EXEGÉTICA

EXEGESE DOS EVANGELHOS


JOÃO 18.28-32

Trabalho com o objetivo de cumprir as


exigências da disciplina de Exegese dos
Evangelhos, como requisito parcial para a
conclusão do curso de Bacharel em Teologia
pelo Seminário Presbiteriano Brasil Central,
professora orientadora: profª. Lázara Divina
Coelho.

GOIANIA
2021

LISTA DE ABREVIATURAS DOS LIVROS DA BIBLIA


ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO

Gênesis ......................................Gn Mateus .................................... Mt


Êxodo ........................................Ex Marcos .................................... Mc
Levítico .....................................Lv Lucas ....................................... Lc
Números ....................................Nm João ......................................... Jo
Deuteronômio ...........................Dt Atos dos Apóstolos ................. At
Josué .........................................Js Romanos ................................. Rm
Juízes .........................................Jz 1 Coríntios............................... 1 Co
Rute ...........................................Rt 2 Coríntios .............................. 2 Co
1 Samuel ...................................1 Sm Gálatas .................................... Gl
2 Samuel ...................................2 Sm Efésios..................................... Ef
1 Reis ........................................1 Rs Filipenses ................................ Fp
2 Reis ........................................2 Rs Colossenses ............................. Cl
1 Crônicas .................................1 Cr 1 Tessalonicenses ................... 1 Ts
2 Crônicas .................................2 Cr 2 Tessalonicenses ................... 2 Ts
Esdras ........................................Ed 1 Timóteo ................................ 1 Tm
Neemias ....................................Ne 2 Timóteo ................................ 2 Tm
Ester ..........................................Et Tito ......................................... Tt
Jó ...............................................Jó Filemon ................................... Fm
Salmos .......................................Sl Hebreus ................................... Hb
Provérbios .................................Pv Tiago ....................................... Tg
Eclesiastes .................................Ec 1 Pedro .................................... 1 Pe
Cântico dos Cânticos ................Ct 2 Pedro .................................... 2 Pe
Isaías .........................................Is 1 João ...................................... 1 Jo
Jeremias ....................................Jr 2 João ...................................... 2 Jo
Lamentações de Jeremias .........Lm 3 João ...................................... 3 Jo
Ezequiel ....................................Ez Judas ....................................... Jd
Daniel ........................................Dn Apocalipse .............................. Ap
Oséias ........................................Os
Joel ............................................Jl
Amós .........................................Am
Obadias .....................................Ob
Jonas .........................................Jn
Miquéias ...................................Mq
Naum .........................................Na
Habacuque ................................Hc
Sofonias ....................................Sf
Ageu ..........................................Ag
Zacarias .....................................Zc
Malaquias ..................................Ml

OUTRAS ABREVIATURAS
a. C. ......................................................... antes de Cristo
apud ........................................................ citado por, conforme, segundo
ca. ............................................................ cerca de
cap. ......................................................... capítulo
cf. ............................................................. confira, confronte
coord. ....................................................... coordenador
d. C. ......................................................... depois de Cristo
ed. ........................................................... edição
Ed. .......................................................... editor
e. g. .......................................................... por exemplo
et al. ......................................................... e outros
etc. ........................................................... assim por diante
gr. ........................................................... grego
hb. ............................................................ hebraico
idem, Id .................................................. mesmo autor
ibidem, Ibid ............................................. na mesma obra
i. e. ........................................................... isto é
loc. cit. ..................................................... no lugar citado
op. cit. ...................................................... obra citada e não antecedente
Org. ......................................................... organizador da obra
p. ............................................................. página
pp. ............................................................ aqui e ali, em várias passagens
s., ss. ........................................................ seguinte, seguintes
séc. .......................................................... referência ao século
et seq ...................................................... sequentia, seguinte
vl., vls. ..................................................... Volume, volumes
v.. VV. ..................................................... Versículo, versículos
SIGLAS

AT ........................................................... Antigo Testamento


BHS ......................................................... Bíblia Hebraica Stuttgartensia
BG ........................................................... Bíblia de Genebra
BJ ............................................................ Bíblia de Jerusalém
CFW ........................................................ Confissão de Fé de Westminster
CMW ....................................................... Catecismo Maior de Westminster
DITAT ..................................................... Dicionário Internacional de Teologia do AT
DITNT...................................................... Dicionário Internacional de Teologia do NT
GNT......................................................... The Greek New Testament
NT............................................................ Novo Testamento
NVI .......................................................... Nova Versão Internacional

SINAIS E CONVENÇÕES

Colchetes, ([ )] .............................acréscimos
Colchetes, ([...)] .............................omissões, etc.
Colchetes, ([sic]) ............................incorreções, etc.
Colchetes, ([ ! ]) .............................ênfase, ao texto citado
Colchetes, ([ ? ]) ............................dúvida, ao texto citado
Grifo, itálico (“grifo nosso”) .........destaque com inscrição “grifo nosso”
Aspas duplas, (“ “) .......................citações diretas, literais ou textuais
Aspas simples, (´ ´) ......................citação de citação
Asterisco, ( * ) ...............................comunicações pessoais em notas de rodapé

1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é apresentar uma pesquisa exegética, construída a
partir dos principais passos que constituem o processo de pesquisa e análise, sendo
estes, fundamentais para uma ideal interpretação do texto bíblico no livro do quarto
evangelho.
Os focos estarão sobre o capítulo 18.28-32 do evangelho de João, o autor nos
mostra a forma como Jesus foi apresentado perante Pilatos, nesse ponto nota-se que a
narrativa possui mais detalhes “que os evangelhos sinóticos”, os relatos apontados por
João dentro da Pericope narra os religiosos tentando burlar o sistema em relação a
observância do sábado, buscando aos seus próprios interesses, a narrativa segue com
Pilatos interrogando o réu e aos “acusadores” que queriam condenar o nosso Senhor. A
princípio; esse primeiro fato ocorre fora da casa de Pilatos, diferente do segundo que
ocorre dentro do pretório, o autor traz uma clareza sobre a perspectiva do Governador
em questionar Jesus sobre o que cometera em relação as acusações que foram
levantadas sobre sua pessoa. (CARSON, 2009, p.1595).
A forma de pesquisa se dará por meio de uma bibliografia adequada, a análise
se dará respeitando o contexto histórico, através da observância de aspectos sociais,
políticos e culturais, juntamente com a análise gramatical/semântica do texto original
Grego e, ao final, explicar o pensamento teológico-bíblico do autor.
Os passos exegéticos estarão baseados no Manual de Exegese Bíblica, de
Douglas Stuart e Gordon D. Fee, da editora Vida Nova.
O método trabalhado neste trabalho será o histórico-gramatical. Este método
submete o texto bíblico a um exame coerente quanto ao seu conteúdo histórico, literário
e quanto à sua composição. (FEE; STUART. 2008).
2 ESTRUTURA
Deste ponto em diante será feita uma análise da estrutura apresentada na
passagem sugerida. A estrutura do texto é importante para compreender o enunciado
apresentado pelo autor, neste caso será apresentado duas partes: uma será o esboço da
obra e o esboço da passagem.
A estrutura ajuda o exegeta a colher informações importantes sobre as unidades
do texto. Essa estrutura é chamada de esboço, que deve seguir os padrões originais dos
textos fazendo as divisões principais da perícope, a partir dele podemos fazer nossas
observações dentro de uma estrutura mais ampla. ” (STUART; FEE 2008)
Seguindo os critérios dessa estrutura será feito o esboço do evangelho de João,
logo em seguida farei o esboço da passagem em João 18.28-32.

2.1 ESBOÇO DO EVANGELHO DE JOÃO1

1. Prólogo: a eficácia da glória de Cristo, 1: 1-18.


a. Pré-encarnação de sua glória, 1-9.
b. A encarnação de sua glória, 10-18.
2. O ministério público de Cristo, 1: 19-12: 50.
1. O primeiro testemunho de Cristo, 1: 19-51.
a. João Batista e o seu testemunho, 19-31.
b. O testemunho para o povo através do batismo, 32-34
c. Mais dois discípulos de Jesus, 35-.51
3. Os primeiros sinais da glória de Cristo, 2: 1-4: 54.
a. O 1° sinal, a transformação da agua em vinho em Caná da Galiléia 3:1-12
b. Em Jerusalém, 2: 13-3: 21.
i. A purificação do templo, 2: 13-25.
ii. A conversa com Nicodemos, 3: 1-21.
b. Cristo na Judéia, 3: 22-36.
c. Cristo em Samaria, 4: 1-42.
d. O segundo sinal, a cura do filho de um oficial na Galiléia, 4: 43-54.
4. Os conflitos e controvérsias crescentes entre Cristo e os governantes, 5: 1-11:
57. 
1
Autoria do Esboço por Raphael Novaes Da Fonseca Cardoso, aluno do seminário Presbiteriano Brasil
Central, Anápolis-Go, 23/08/2021, com referência em CARSON D.A. Comentário ao evangelho de João.
São Paulo, Ed. Shedd Publicações, 2007.
a. A cura do homem paralitico no tanque de Betesda, 5: 1-47.
i. A cura do homem, 1-18.
ii. O discurso de Jesus para a oposição, 19-47.
b. Jesus alimenta uma multidão de pessoas e caminha sobre as águas, 6: 1-71.
i. Jesus realiza os milagres, 1-21.
ii. O discurso de Jesus, 22-59.
iii. As implicações em quem ouviu o discurso, 60-71.
c. Cristo na festa dos Tabernáculos, 7: 1-8: 59.
i. O Caminho para a festa, 7: 1-13.
ii. As controvérsias no “meio das festas”, 7: 14-36.
iii. A mensagem “no último dia”, 7: 37- 8:59. 
d. Jesus cura o cego, 9:1-41.
e. Cristo a luz do mundo e a festa da dedicação, 10:1-42.
f. O milagre da ressurreição de Lázaro, 11: 1-57.
5. A conclusão do ministério público de Jesus, 12: 1-50. 
a. As manifestações da fé de várias pessoas, 1-36.
b. A explicação para os incrédulos e as implicações dos ensinos de Jesus, 37-50.
6. O ministério particular de Cristo junto aos discípulos, 13: 1-17: 26.
a. As várias Instruções de Jesus, 13: 1-38.
i. A humildade do mestre com seus servos, 1-17.
ii. Jesus aponta o traidor, 18-30.
iii. O novo mandamento de amar uns aos outros, 31-35.
iv. O aviso sobre as negações de Pedro, 36-38.
b. O consolo de Jesus e a promessa de outro consolador, 14: 1-31.
c. Cristo Exorta aos seus discípulos para amarem uns aos outros, 15: 1-27.
d. Profecia, 16: 8-33.
i. A respeito do ministério do Espírito, 8-15.
ii. A respeito da certeza do triunfo de Cristo sobre a morte, 16-33.
e. Intercessão, 17: 1-26.
i. A oração de Cristo por si mesmo, 1-5.
ii. A oração de Cristo pelos onze apóstolos, 6-19.
iii. A oração de Cristo por todos os crentes, 20-26.
7. A manifestação da glória de Cristo ao mundo, 18: 1-20: 31.
a. A traição, 18: 1-11.
b. As provações, 18: 12-19: 16.
c. A crucificação, 19: 17-37.
d. O enterro, 19: 38-42.
e. A ressurreição, 20: 1-31.
8. Epílogo, 21: 1-25.
a. O aparecimento de Cristo aos sete, 1-14.
b. A conversa com Pedro, 15-23.
c. A conclusão, 24-25.

2.1.2 ESBOÇO DA PASSAGEM DE JOÃO 18.28-32


A estrutura de uma passagem deve seguir padrões originais, o exegeta deve
observar e fazer comparações da passagem entre duas traduções diferentes, havendo
indiferenças, cabe o interprete decidir qual será a sua unidade a ser seguida. (STUART;
FEE 2008)
“Dentro do esboço o objetivo é resumir o contexto, e se possível, seu proposito
e função na passagem. ” (GORMAN, 2017, p.109).
Segue-se o esboço da passagem de João 18.28-32

a. Pilatos Busca a verdade acerca das acusações contra Jesus (28-29)


b. As mentiras dos Judeus contra Jesus (30)
c. A omissão de Pilatos (31a)
d. A hipocrisia dos Judeus (31b)
e. O Cumprimento das palavras de Jesus (32)

Dentro da estrutura foram feitos os esboços da obra em João, e o esboço da


passagem em João 18.28-32, este passo facilita a melhor compreensão para os passos a
seguir, como a análise do texto, delimitação da passagem, analise textual e contexto
histórico em geral e os demais que serão apresentados neste trabalho de exegese.

2..1.3 Analise dos tópicos


A estrutura de João se baseia em uma “mistura de palavras e ações”, a sua
estrutura é diferente dos evangelhos sinóticos, todavia essa estrutura de João ela se
divide em etapas, a primeira é o prologo (1.1-18) esse é como se fosse um apêndice,
esse mostra a Glória de Jesus e o estabelecimento do seu reino e sua encarnação, a
segunda seção é o ministério público de Cristo (1:19-12:50) essa seção tende a mostrar
os fatos de Jesus se dirigir ao mundo, as autoridades, as festas religiosas. Dentro dessa
seção ainda vemos os primeiros sinais da glória de Cristo, (2: 1-4:54), como os
milagres, sendo o primeiro da transformação da agua em vinho. Devido os diversos
milagres realizados por Jesus vemos vários conflitos e controvérsias crescentes entre
Cristo e os governantes, (5:1-11:57), os grandes sinais demostrados por Cristo,
incomodavam a oposição, levantando assim inimigos contra Ele. A conclusão do
ministério público de Jesus, (12:1-50), a conclusão do seu ministério é marcada pela
conversão de várias pessoas, e por Jesus trazer uma explicação do resultado de seus
ensinos, O ministério particular de Cristo junto aos discípulos, (13:1-17:26), esse tópico
é marcado porque é o tempo que Jesus traz vários ensinamentos para os seus discípulos,
sai para orar, aponta o traidor, promete o consolador, antes no cap. 13 ele ceia com seus
discípulos, esse movimento dentro da Narrativa já nos revela como Jesus estava se
preparando para o que estava por vir.
Nos últimos capítulos o discípulo amado, assim como era chamado narra a
manifestação da glória de Cristo ao mundo, (18:1-20:31), esta seção revela um dos
momentos mais importantes para toda a humanidade, pois nela acontece a trajetória do
julgamento, morte e ressurreição de Cristo, sem esses fatos descritos aqui, nós não
teríamos hoje a vida eterna, a narrativa traz para o mundo esperanças de dias melhores.
No final do livro, temos o epilogo que marca a trajetória de Cristo antes de ser assunto
aos céus, Ele aparece aos seus discípulos e conversa com Pedro. Estou certo que toda a
narrativa demostra a paixão pelo autor ao expor cada fato narrado aqui dentro desse
evangelho, expondo o seu pensamento, não só como algo que ouviu, mas como
testemunha ocular.2
Por fim podemos compreender o que o Apostolo João quis nos ensinar dentro
da sua narrativa, uma das marcas que difere dos demais evangelhos, foi a organização
cronológica da vida do Senhor, a forma detalhada demostrada em cada evento,
precisamos considerar a precisão “como o escritor detalhou cada cena e as pessoas para
quem a narrativa se destina. ” (LIGHTFOOT, 2018, p. 73)

2.2 DELIMITAÇÃO DA PASSAGEM

2
Autoria da análise dos tópicos por Raphael Novaes Da Fonseca Cardoso, aluno do seminário
Presbiteriano Brasil Central, Anápolis-Go, 23/08/2021, com referência em CARSON D.A. Comentário ao
evangelho de João. São Paulo, Ed. Shedd Publicações, 2007. p. 101-104. E MICHAELS Ramsey J. Novo
comentário Bíblico contemporâneo em João. Deerfild-FL, 1994, Ed.Vida. p.23-26.
Delimitação é a identificação da extensão do texto como unidade literária. “O
mais importante é que a Perícope delimitada forme um todo coeso e orgânico de forma
que seu início e fim sejam perfeitamente identificáveis” (WEGNER, 1998, p. 85).
Segue-se a delimitação da pericope em questão:

28 Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã.
Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa.
29 Então, Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse: Que acusação trazeis contra este
homem? 30 Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos.
31 Replicou-lhes, pois, Pilatos: Tomai-o vós outros e julgai-o segundo a vossa lei.
Responderam-lhe os judeus: A nós não nos é lícito matar ninguém; 32 para que se
cumprisse a palavra de Jesus, significando o modo por que havia de morrer. 3

O quarto evangelho é uma unidade completa dividida em partes, fazendo uma


ordem cronológica do ministério, vida e da Paixão de Jesus. Sendo assim, podemos
afirmar que a pericope em questão está em uma unidade dentro do livro da paixão que
faz parte da vida privada de Jesus, que se estende do capitulo 13 até o final do livro, no
entanto, o livro da paixão se divide em duas partes, a primeira abrange um período que
Jesus passa com seus discípulos e ceia com eles e faz os discursos de despedida (13-17),
e a outra parte abrange “a narrativa da paixão”, que começa no capitulo 18 e se estende
até o cap. 21.25, esse tópico inicia com o episódio da traição de Jesus, segue com sua
prisão, morte, ressureição e sua aparição dos seus discípulos. (DODD, 2003, p.503-545)
Quanto a passagem, a narrativa está dentro das narrativas da paixão, o autor
traz detalhes sobre os diálogos de Jesus com Pilatos (18.28-19.16), e a sua condenação,
quando Pilatos faz a vontade dos Judeus e o entrega para ser crucificado. (MICHAELS,
1994, p.322-334).
Diante disto, para chegarmos a essa conclusão da delimitação, os critérios
utilizados foram; observei que a ARA ela tem uma divisão de tópicos que facilita bem a
interpretação de cada passagem, busquei ainda ler a passagem na NVI, a pericope em
questão estudada ela começa no versículo 28 do cap.18 e segue até o versículo 40 do
mesmo capitulo, contudo, optei pela ARA, pois ela tem a divisão em tópicos e facilitou
na hora de fazer a análise. Em seguida, buscamos pesquisar em alguns livros e
3
Almeida Revista e Atualizada. (1993). (Jo 18.28–32). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
comentários, gostei muito do livro a introdução ao quarto evangelho de Charles Dodd e
o comentário de J. Ramsey Michaels, pois eles facilitaram por suas colocações em
relação as divisões dos capítulos e das seções das narrativas. Mediantes isso,
passaremos agora para a tradução da passagem.

2.3 TRADUÇÃO DA PASSAGEM


A passagem em estudo faz parte da unidade das narrativas da paixão de Cristo,
essa passagem nos mostra Jesus diante de Pilatos e das autoridades Judaicas no pretório,
a ARA nos apresenta essa narrativa no cap. 18.28-32, portanto para compreendermos
como essa pericope é apresentada nos Originais, na tradução literal e na idiomática.
Segue as traduções do texto em questão.

2.3.1 Texto Original Grego de João 18.28-32.

28 Ἄγουσιν οὖν τὸν Ἰησοῦν ἀπὸ τοῦ Καϊάφα εἰς τὸ πραιτώριον· ἦν δὲ πρωΐ· καὶ αὐτοὶ
οὐκ εἰσῆλθον εἰς τὸ πραιτώριον, ἵνα μὴ μιανθῶσιν ⸀ἀλλὰ φάγωσιν τὸ πάσχα. 29
ἐξῆλθεν οὖν ὁ Πιλᾶτος ⸀ἔξω πρὸς αὐτοὺς καὶ ⸀φησίν· Τίνα κατηγορίαν φέρετε ⸀κατὰ
τοῦ ἀνθρώπου τούτου; 30 ἀπεκρίθησαν καὶ εἶπαν αὐτῷ· Εἰ μὴ ἦν οὗτος ⸂κακὸν ποιῶν ⸃,
οὐκ ἄν σοι παρεδώκαμεν αὐτόν. 31 εἶπεν οὖν αὐτοῖς ⸀ὁ Πιλᾶτος· Λάβετε αὐτὸν ὑμεῖς,
καὶ κατὰ τὸν νόμον ὑμῶν κρίνατε αὐτόν. ⸀εἶπον αὐτῷ οἱ Ἰουδαῖοι· Ἡμῖν οὐκ ἔξεστιν
ἀποκτεῖναι οὐδένα· 32 ἵνα ὁ λόγος τοῦ Ἰησοῦ πληρωθῇ ὃν εἶπεν σημαίνων ποίῳ
θανάτῳ ἤμελλεν ἀποθνῄσκειν.4

2.3.2 Tradução Literal

28. Conduziram, portanto, o Jesus de Caifás para o palácio do governador, era então
cedo de manhã e eles não entraram em o palácio do governador para não serem
contaminados, mas, para comerem a páscoa.
29. Saiu então o Pilatos a eles e disse, que acusação trazei para contra o homem este?
30. Responderam e disseram a ele, se não fosse este criminoso não a ti teríamos
entregue ele.

4
Holmes, M. W. (2011–2013). The Greek New Testament: SBL Edition (Jo 18.28–32). Lexham Press;
Society of Biblical Literature. Tirado do Software Logos.
31. Disse então a eles o Pilatos, tomai-o vós e segundo a lei vossa julgai-o, disseram
então a ele os judeus, a nós não é licito matar ninguém.
32. para que a palavra do Jesus fosse cumprida, a que disse indicando com que tipo de
morte estava para morrer.

2.3.3 Tradução idiomática

28. Era bem de manhã e levaram, pois, Jesus da casa de Caifás para o palácio do
governador, eles não quiseram entrar, para não se contaminarem e poderem participar
da páscoa.
29. Pilatos então saiu e lhes disse: qual a acusação vocês têm contra esse homem?
30. Os judeus disseram, ele é um criminoso, se não nós não teríamos entregado ele a
você.
31. Pilatos respondeu, pegue este homem e julgue conforme a vossa lei, os judeus
retrucaram, nós não podemos matar ninguém.
32. Essas palavras indicavam o modo da morte de Jesus, para que a sua palavra se
cumprisse.

2.4 CRITICA TEXTUAL


Faz-se necessário neste momento analisar crítica-textualmente a passagem.
Conforme já sabemos, a Bíblia foi originalmente escrita nas línguas antigas: hebraica
nos livros do Antigo Testamento e grega para os livros do Novo Testamento (com
alguns poucos trechos em aramaico). Estes originais (autógrafos) foram perdidos no
tempo, porém, inúmeras cópias foram sendo feitas logo nos primeiros anos da era cristã.
Sendo assim se torna necessário constatar as diferenças entre os diversos manuscritos
que possuem cópias do trecho de nossa análise, e analisar qual das variantes
encontradas, poderia melhor corresponder ao texto originalmente escrito pelo autor.
(WEGNER, 1998).
A qualidade dos manuscritos que reproduzem uma variante deve predominar
sobre a mera quantidade”. “Variantes cujos manuscritos atestem ampla expansão
geográfica devem ser preferidas àquelas originadas em um mesmo local”. ‘Variantes
testemunhadas pelo tipo de texto alexandrino devem ser preferidas às demais, sobretudo
por sua neutralidade estilística e sua brevidade. ” (WEGNER, 1998)
Baseando na 4a edição do Novo Testamento Grego de Kurt Aland,
encontramos as seguintes variantes no versículo 30 de João Cap.18.

Texto grego: 30. Ἀπεκρίθησαν καὶ εἶπαν αὐτῷ· Εἰ μὴ ἦν οὗτος ⸂κακὸν ποιῶν⸃,
οὐκ ἄν σοι παρεδώκαμεν αὐτόν.
Texto em ARA: Responderam-lhe: Se este não fosse um Malfeitor, não to
entregaríamos.

2.4.1 Aparato critico: 30 {B} κακὸν ποιῶν (a* κακὸν ) B L W ite //
κακoνποιῶν C* 33 ita (r1) Cyril 1/2
// κακοποιός A C3 Dsupp  087 0141 f1 f13 28 157
180 205 565 579 597 700 892 1006 1010 1071 1241 1243 1292 1342 1424 1505 Byz [E
G H N] Lect itb C' f' ff2'9 vg slav Asterius Chrysostom Cyril1/2; Augustine

2.4.2 Decodificação do Aparato Critico:


“O GNT apresenta 2 variantes para uma leitura que considera originais na
passagem (Jo 18.30) cada variante é seguida de uma série de testemunhas e, sinalizando
o início de uma nova variante para a leitura proposta, ocorre o uso de dois traços
transversais. ” (COELHO, Pág.1)

Agora será feita a análise das variantes do versículo em questão:

30


 κακὸν ποιῶν / κακὸν 




 κακoνποιῶν

κακοποιός



Leitura: κακὸν ποιῶν / κακὸν 


Tradução: Mau fazendo/Fazer mau
CRITÉRIOS TESTEMUNHAS
‫א‬ B L W ite

IDADE IV IV VIII - XIII

QUALIDADE I I - - V
(CATEGORIA)

EXPANSÃO - - - - AE - -

TIPO A B B B - - -
TEXTUAL

Avaliação: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, notamos que essa leitura
pode ser considerada com o texto original. “Os editores apresentaram-na precedida pela
sigla B, dentre de chaves { }”, para indicar “ um referente nível de verdade com base
em considerações internas, bem como de provas externas, para a leitura adotada como
texto.” No caso, a letra B“ significa que há um grau elevado de certeza [quanto] a se o
texto contém a leitura superior. ” “Fazendo uma análise da pesquisa, vamos observar
que: o comitê não encontrou dificuldades para decidir qual melhor decisão tomar sobre
o texto e qual variante foi melhor para ser colocada diante do texto. ” (GNT, 1983)

Variante 1: κακoνποιῶν
Tradução: Mau fazendo
CRITÉRIOS TESTEMUNHAS

C  33 ita Cyril1/2

IDADE V IX/X IX II 444


III
QUALIDADE II II I II -
(CATEGORIA)

EXPANSÃO - - - GI -
NA
TIPO A B/A A - A
TEXTUAL

Interpretação: Essa variante sofreu um acréscimo por parte dos copistas, eles
acrescentaram a variante o que pode trazer uma certa dificuldade na
interpretação, mas, não muda o sentido do texto. (CHAMPLIN, 2002).

Variante 2: κακοποιός
Tradução: Malfeitor/Criminoso

CRITÉRIOS TESTEMUNHAS

A C D   087 014 f1 f13


1

IDADE V V VI IX IX XI X 949 1200

QUALIDADE I II III - - III II II III

(CATEGORIA)

EXPANSÃO - - - - - - - -

TIPO A A O - - A B B B

TEXTUAL

CRITÉRIOS TESTEMUNHAS

28 157 180 205 565 579 597 700

IDADE XI 1125 XII XV IX XIII XIII XI

QUALIDADE III III III III III III III III


(CATEGORIA)

EXPANSÃO - - - - - - -
TIPO Byz Byz Byz Byz Byz Byz Byz Byz
TEXTUAL

CRITÉRIOS TESTEMUNHAS

Byz [E G H N] Lec itb C' Ff1 'ff2 vg


t

IDADE - VI/IX - II V VIII V IV/V

III

QUALIDADE - II - II II - - -
(CATEGORIA)

EXPANSÃO - - - - - - -

TIPO B - - - A - - -
TEXTUAL

CRITÉRIOS TESTEMUNHAS

slav Asterius Chrysostom Cyril1/2; Augustin -


e

IDADE - Post 341 407 444 IV

QUALIDADE - - II I III -
(CATEGORIA)

EXPANSÃO - - - NA -

TIPO - - - A - -
TEXTUAL
AVALIAÇÃO: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, notamos que essa leitura
pode ser considerada com o texto original. “Os editores apresentaram-na precedida pela
sigla B, dentre de chaves { }”, para indicar “ um respectivo nível de veracidade com
base em considerações internas, bem como de provas externas, para a leitura adotada
como texto.” No caso, a letra B“ significa que há um grau elevado de certeza [quanto] a
se o texto contém a leitura superior. ” Fazendo uma análise da pesquisa, vamos observar
que: o comitê não encontrou dificuldades para decidir qual melhor decisão tomar sobre
o texto e qual variante foi melhor para ser colocada diante do texto. (GNT, 1983)

INTERPRETAÇÃO: κακοποιός (Malfeitor) {B}

A variante admitida no presente trabalho é a que contém o adjetivo κακο

(mau) junto com o verbo ποιός (fazer), essa junção pode admitir as duas formas para
serem usadas. Ela é apoiada por sólida evidência manuscrita, testemunhada pelos
melhores (conforme tabela apresentada) e mais antigos textos. Esta opção concorda com
Omanson que acrescenta as razões teológicas de alguns copistas que fizeram uma
construção gramatical “ (uma construção perifrástica feita do verbo “ser” e de um
particípio presente com um substantivo) ” a pesquisa mostra que os copistas
introduziram o substantivo κακοποιός a partir da epistola de lPe 2.12; 4.15, portanto,

esta foi a melhor opção, κακοποιός, que traduzimos por Malfeitor ou criminoso.
(OMANSON,2010).

Para esta argumentação foi escolhida a variante κακοποιός , pois é a que


possui testemunhas mais antigas e unciais dos sécs. IV e V, contém textos com melhor
qualidade como o Alexandrino. É também a variantes com maior abrangência. Portanto,
seguimos o exemplo de Omanson que explica que essa troca de variantes não altera o
sentido e nem o significado do texto. (OMANSON, 2010, p.209).

CONCLUSÃO

Conforme as pesquisas realizadas, notamos que o texto alexandrino é considerado o


mais fiel ao original, por isso existe uma preferência por estes textos considerados como
qualidade “A ou B”. Após análise do versículo 30 com os critérios externos e internos
chegamos à conclusão de que as variantes κακoνποιῶν e κακοποιός é contida no
texto original, visto que aparece nos manuscritos: {B} κακὸν ποιῶν (a* κακὸν
) B L W it e // κακoνποιῶν C* 33 ita (r1) Cyril 1/2
// κακοποιός A C3 Dsupp 
087 0141 f1 f13 28 157 180 205 565 579 597 700 892 1006 1010 1071 1241 1243 1292
1342 1424 1505 Byz [E G H N] Lect itb C' f' ff2'9 vg slav Asterius Chrysostom Cyril 1/2;
Augustine.

Esses manuscritos são provas textuais dessa narrativa, relembramos aqui que
além de ser um texto de qualidade “A e B”, ainda conta com textos de datas mais
retrógradas que remontam os séculos I-V, comprovados pelos textos Alexandrinos,
como está nos quadros acima. A GNT, no seu aparato, nos traz essa certeza do texto,
pelo fato ser de qualidade {B}, e os copistas apesar de introduzirem outras variantes,
mesmo assim, por se tratar de um texto Alexandrino, podemos confiar na originalidade
do texto.

Concluímos aqui as primeiras partes desta pesquisa exegética, vimos, portanto,


da introdução até a crítica textual, essas analises nos ajudarão com os demais tópicos a
seguir, passaremos a partir de agora para as análises contextuais e veremos em seguida a
analise gramatical, onde estudaremos as análises das palavras da pericope em questão.

3.ANALISE HISTÓRICA

A parte a seguir do trabalho, visa analisar o contexto histórico em geral da


passagem bíblica do evangelho de João, chamado de discípulo amado. Estudaremos o
pano de fundo de João, que integra o conjunto de escritos chamados os evangelhos. A
análise contextual é composta por diversos tópicos, tais como: o contexto histórico
geral, especifico, literário e canônico. Segue-se então a composição dos contextos
mencionados:

3.1 CONTEXTO HISTÓRICO

Esta parte do trabalho engloba as questões sobre a canonicidade; fontes do


texto, autenticidade e integridade do texto; título da obra; gênero literário; autoria;
destinatários; data e local; ocasião e propósito, e outras informações pertinentes para
compreensão do mesmo. Logo, é necessário fazer uma pesquisa detalhada do texto, para
analisarmos questões levantadas sobre os escritos Joaninos. (EGGER, 1994, p.191-199).
Portanto, a primeira questão analisada será a canonicidade, autenticidade e
integridade da obra. A canonicidade se refere a uma junção de fatores traçados como
uma linha ou régua, para identificar a veracidade de um determinado texto ou livro,
segundo J.D. Douglas, “o cânon é uma lista de livro que a igreja reconhece como
Escrituras inspirada. ”(Douglas, 1995).

O Cânon do Novo Testamento é formado por livros inspirados pelo Espirito, á


ser considerado isto pela visão da igreja primitiva, o próprio termo cânon tinha o
significado de vara de medir passando posteriormente a expressão: padrão. “No que fere
ao Novo Testamento, refere-se aqueles livros aceitos pela Igreja como o padrão
autorizativo de crença e conduta” (GUNDRY, 2003, p.61).

A expressão do Novo Testamento (NT) “é usada para denominar a segunda


parte da literatura bíblica” (BRUCE, 2009, p. 1384). Encontramos então no NT cinco
livros narrativos, vinte e uma epístolas e um livro totalmente distinto dos demais
chamado: Apocalipse. “O ‘cânon’ mais antigo foi aquele que a igreja em Tessalônica
possuía logo após o ano 50d.C, e consistia em duas cartas, ambas de Paulo” (BRUCE,
2009 p.1395). Porém, com os livros do NT circulando já por um longo tempo, acabou-
se ocorrendo um reconhecimento universal do conteúdo mencionado.

Os textos no NT em sua maioria, já eram aceitos como livros de autoridade


divina já nos primeiros anos da Igreja. “Em sua maioria, os documentos do NT são
citados como autorizado já bem cedo. Isso incluí os quatro evangelhos, as treze cartas
paulinas, 1 Pedro e 1 João.” (CARSON, 2009, p.23), deixando claro que sua inspiração
foi reconhecida desde os primeiros séculos. Nesse caso em João, nota-se citações nos
escritos de por Papias que era discípulo de João (Eusébio nega essa hipotese). Clemente
de Alexandria (95 d.c.), Já no final do século 2º, Irineu, que foi bispo de Lyon e Vienne,
no sul da Franca e discípulo de Policarpo, Heráclito, Justin mártir,Taciano , 150-170
citações 1: 5; 4:24, todos esses “não somente citou os textos, mas também a atribuiu a
João, o apostolo do Senhor” (HENDRIKSEN, 2004, p.19-24).

Dodd ainda nos mostra uma citação de Augustinho em uma de suas passagens
das confissões (VII,9), ele cita parte do prologo de João, essa era uma época dominada
pelo platonismo, eles entendiam que esse texto de João era cheio de simbolismo, devido
estarem em uma época de várias linguagens filosóficas, dominada pelo mundo
Helenístico.(DODD, 2003, p.27-28).
Diante disso, podemos concluir que João foi um texto inspirado divinamente, e
por isso possui credibilidade e autoridade sendo este transmitido com integridade,
trazendo então confiabilidade. Sendo necessário somente verificar questões de
autenticidade do escrito bíblico.

Em relação a autenticidade, o evangelho de João é autentico podendo ser


comprovado no Egito antes de 150 D.C, essa comprovação “se encontra no Papiro de
Rylands 457, esse é considerado o mais antigo fragmento do N.T.” além desses
podemos comprovar dentro dos evangelhos o uso de João como um texto autoritativo
que se encontra dentro “do papiro Egerton 2, datado antes de 150 D.C.” (DOUGLAS,
1995, p.842).

No que tange a essa comprovação externa, consideramos ainda o seu uso por
Tarciano em seu Diatessaron, e por Irineu (em c.de 180 D.C), além desses podemos
mencionar as tradições acerca da autoria de João que foram apresentadas por Irineu, ele
afirma que o quarto evangelho foi publicado em Éfeso, logo mais tarde essa mesma
tradição também é citada por Clemente de Alexandria (c. 200), o evangelho de João
também aparece no cânon Muratório, no prólogo antimarcionita de João e em Irineu.
(DOUGLAS, 1995, p.842).

A autoridade do Novo Testamento foi reconhecida pelos pais da igreja e no


século IV foi encerrado o cânon contendo todos 27 livros, do qual João faz parte.
Acreditamos que os pais da igreja, depois de uma minuciosa avaliação, foram
divinamente inspirados a aceitar certos livros e rejeitar outros como os apócrifos. Essa
autenticidade do Evangelho pode ainda ser confirmada pela quantidade numerosa de
manuscritos existentes, dos quais os mais antigos são a partir do segundo século, uma
data considerada muito próxima com o tempo de vida do autor e se compararmos com
outros escritos pagãos, como: “os gnósticos como Heracleon, Ptolemaeus, Basilides, e o
apócrifo Evangelho de Tomé; Marcião que rejeitou todos os evangelhos, exceto Lucas;
e o adversário pagão do Cristianismo, Celsus,” embora eles a recusaram ou tenham
faltado com a verdade, mesmo assim, atribuíram o quarto evangelho ao apóstolo João.
(MACARTHUR, 2015, p.3133-3135)5

Quanto a integridade se dá pelo fato de João ser um apostolo e ter vivido e


andado ao lado de Jesus, ele era conhecedor das circunstâncias que a igreja estava

5
Obs: A paginação pode estar incorreta, devido ser um livro digitalizado para Pdf)
vivendo, o apostolo era chamado como discípulo amado de Jesus, as evidencias internas
são suficientes para considerar a integridade do autor, tais como: “O autor conhecia os
ensinos e rituais judaicos e compartilhou a visão deles do mundo,” João possuía
conhecimento geográfico da Palestina e Jerusalém, a principal evidencia são as
afirmações dele ser uma testemunha ocular (1.14, 19.35, 21.24), além dele possuir
conhecimento do tempo e espaço, evidenciando assim que ele era membro do grupo dos
apóstolos. (UTLEY, 2000, p.36). No entanto não há provas suficientes para
desconsiderar a integridade do autor.

As fontes para provar a autoria dos escritos Joaninos, Macarthur, nos mostra
que João foi testemunha ocular dos eventos narrados, além disso era um palestino Judeu
e conhecia perfeitamente o espaço geográfico da Palestina e lugares arredores, isso era
apenas para quem de fato já havia vivido na palestina, ele era um dos doze, “estava
familiarizado com o que os outros pensavam ou estava sentido”, além disso, ele foi
mencionado nos evangelhos sinóticos cerca de 27 vezes, essas riquezas de detalhes,
poderiam vir somente de alguém que tenha vivido passo a passo com Jesus, e também
pode ter tido fontes confiáveis como testemunhas que repassaram as imagens e fatos de
Jesus. (MACARTHUR, 2015, p.3135-3136)

A conclusão que chegamos até aqui nos leva a mensurar o tamanho do


Evangelho segundo João, observamos até o momento da pesquisa, informações que irão
nos direcionar até aos próximos passos que iremos analisar.
REFERENCIAS

ALAND, Kurt e Barbara; KARAVIDOUPUOLOS, Johannes; MARTINI, Carlo M.;


METZGER, Bruce M. (eds.). The greek New Testament. 4a. ed. rev.Stuttgart:
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traduzida por J. Sanchez Bosch.

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Publicações, 2007.

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2002.

COELHO Lazara, Artigo de MPE, Critica Textual. 2019, 5 páginas

DODD. Charles Harold. A interpretação do quarto evangelho. São Paulo: Ed.


Teológica, 2003.

DOUGLAS, J.D. O Novo dicionário da Bíblia. São Paulo: Ed. Vida Nova, 1995.

EGGER Wilhelm. Metodologia do Novo Testamento, Introdução aos métodos


lingüísticos e histórico-críticos, 1994, Ed. Loyola: São Paulo-SP.

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BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. São Paulo:


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FEE Gordon D.; STUART. D, Manual de Exegese Bíblica, São Paulo: Ed. Vida
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GUNDRY. R. H, Panorama do Novo Testamento, São Paulo: Ed. Vida Nova, 2008.

HENDRIKSEN, William. O Evangelho de João, São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

LIGHFOOT. J.B. O evangelho de João. São Paulo: Cultura Cristã, 2018.

MACARTHUR. John, O Comentário do Novo Testamento, São Paulo: 2015.


MICHAELS Ramsey J. Novo comentário Bíblico contemporâneo em João. Deerfild-
FL, 1994, Ed.Vida.

OMANSON, Roger L.Variantes textuais do Novo Testamento. Análise e avaliação


do aparato crítico de “O Novo Testamento Grego” / Roger L. Omanson; tradução e
adaptação de Vilson Scholz. Barueri, SP : Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.

UTLEY dr. Bob. Pesquisa do novo testamento-Mateus – Apocalipse. 2000. Juerp

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