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GOIANIA
2021
SEMINARIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL
CURSO BACHARELANDO EM TEOLOGIA DEPARTAMENTO DE
TEOLOGIA EXEGÉTICA
GOIANIA
2021
OUTRAS ABREVIATURAS
a. C. ......................................................... antes de Cristo
apud ........................................................ citado por, conforme, segundo
ca. ............................................................ cerca de
cap. ......................................................... capítulo
cf. ............................................................. confira, confronte
coord. ....................................................... coordenador
d. C. ......................................................... depois de Cristo
ed. ........................................................... edição
Ed. .......................................................... editor
e. g. .......................................................... por exemplo
et al. ......................................................... e outros
etc. ........................................................... assim por diante
gr. ........................................................... grego
hb. ............................................................ hebraico
idem, Id .................................................. mesmo autor
ibidem, Ibid ............................................. na mesma obra
i. e. ........................................................... isto é
loc. cit. ..................................................... no lugar citado
op. cit. ...................................................... obra citada e não antecedente
Org. ......................................................... organizador da obra
p. ............................................................. página
pp. ............................................................ aqui e ali, em várias passagens
s., ss. ........................................................ seguinte, seguintes
séc. .......................................................... referência ao século
et seq ...................................................... sequentia, seguinte
vl., vls. ..................................................... Volume, volumes
v.. VV. ..................................................... Versículo, versículos
SIGLAS
SINAIS E CONVENÇÕES
Colchetes, ([ )] .............................acréscimos
Colchetes, ([...)] .............................omissões, etc.
Colchetes, ([sic]) ............................incorreções, etc.
Colchetes, ([ ! ]) .............................ênfase, ao texto citado
Colchetes, ([ ? ]) ............................dúvida, ao texto citado
Grifo, itálico (“grifo nosso”) .........destaque com inscrição “grifo nosso”
Aspas duplas, (“ “) .......................citações diretas, literais ou textuais
Aspas simples, (´ ´) ......................citação de citação
Asterisco, ( * ) ...............................comunicações pessoais em notas de rodapé
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é apresentar uma pesquisa exegética, construída a
partir dos principais passos que constituem o processo de pesquisa e análise, sendo
estes, fundamentais para uma ideal interpretação do texto bíblico no livro do quarto
evangelho.
Os focos estarão sobre o capítulo 18.28-32 do evangelho de João, o autor nos
mostra a forma como Jesus foi apresentado perante Pilatos, nesse ponto nota-se que a
narrativa possui mais detalhes “que os evangelhos sinóticos”, os relatos apontados por
João dentro da Pericope narra os religiosos tentando burlar o sistema em relação a
observância do sábado, buscando aos seus próprios interesses, a narrativa segue com
Pilatos interrogando o réu e aos “acusadores” que queriam condenar o nosso Senhor. A
princípio; esse primeiro fato ocorre fora da casa de Pilatos, diferente do segundo que
ocorre dentro do pretório, o autor traz uma clareza sobre a perspectiva do Governador
em questionar Jesus sobre o que cometera em relação as acusações que foram
levantadas sobre sua pessoa. (CARSON, 2009, p.1595).
A forma de pesquisa se dará por meio de uma bibliografia adequada, a análise
se dará respeitando o contexto histórico, através da observância de aspectos sociais,
políticos e culturais, juntamente com a análise gramatical/semântica do texto original
Grego e, ao final, explicar o pensamento teológico-bíblico do autor.
Os passos exegéticos estarão baseados no Manual de Exegese Bíblica, de
Douglas Stuart e Gordon D. Fee, da editora Vida Nova.
O método trabalhado neste trabalho será o histórico-gramatical. Este método
submete o texto bíblico a um exame coerente quanto ao seu conteúdo histórico, literário
e quanto à sua composição. (FEE; STUART. 2008).
2 ESTRUTURA
Deste ponto em diante será feita uma análise da estrutura apresentada na
passagem sugerida. A estrutura do texto é importante para compreender o enunciado
apresentado pelo autor, neste caso será apresentado duas partes: uma será o esboço da
obra e o esboço da passagem.
A estrutura ajuda o exegeta a colher informações importantes sobre as unidades
do texto. Essa estrutura é chamada de esboço, que deve seguir os padrões originais dos
textos fazendo as divisões principais da perícope, a partir dele podemos fazer nossas
observações dentro de uma estrutura mais ampla. ” (STUART; FEE 2008)
Seguindo os critérios dessa estrutura será feito o esboço do evangelho de João,
logo em seguida farei o esboço da passagem em João 18.28-32.
2
Autoria da análise dos tópicos por Raphael Novaes Da Fonseca Cardoso, aluno do seminário
Presbiteriano Brasil Central, Anápolis-Go, 23/08/2021, com referência em CARSON D.A. Comentário ao
evangelho de João. São Paulo, Ed. Shedd Publicações, 2007. p. 101-104. E MICHAELS Ramsey J. Novo
comentário Bíblico contemporâneo em João. Deerfild-FL, 1994, Ed.Vida. p.23-26.
Delimitação é a identificação da extensão do texto como unidade literária. “O
mais importante é que a Perícope delimitada forme um todo coeso e orgânico de forma
que seu início e fim sejam perfeitamente identificáveis” (WEGNER, 1998, p. 85).
Segue-se a delimitação da pericope em questão:
28 Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã.
Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa.
29 Então, Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse: Que acusação trazeis contra este
homem? 30 Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos.
31 Replicou-lhes, pois, Pilatos: Tomai-o vós outros e julgai-o segundo a vossa lei.
Responderam-lhe os judeus: A nós não nos é lícito matar ninguém; 32 para que se
cumprisse a palavra de Jesus, significando o modo por que havia de morrer. 3
28 Ἄγουσιν οὖν τὸν Ἰησοῦν ἀπὸ τοῦ Καϊάφα εἰς τὸ πραιτώριον· ἦν δὲ πρωΐ· καὶ αὐτοὶ
οὐκ εἰσῆλθον εἰς τὸ πραιτώριον, ἵνα μὴ μιανθῶσιν ⸀ἀλλὰ φάγωσιν τὸ πάσχα. 29
ἐξῆλθεν οὖν ὁ Πιλᾶτος ⸀ἔξω πρὸς αὐτοὺς καὶ ⸀φησίν· Τίνα κατηγορίαν φέρετε ⸀κατὰ
τοῦ ἀνθρώπου τούτου; 30 ἀπεκρίθησαν καὶ εἶπαν αὐτῷ· Εἰ μὴ ἦν οὗτος ⸂κακὸν ποιῶν ⸃,
οὐκ ἄν σοι παρεδώκαμεν αὐτόν. 31 εἶπεν οὖν αὐτοῖς ⸀ὁ Πιλᾶτος· Λάβετε αὐτὸν ὑμεῖς,
καὶ κατὰ τὸν νόμον ὑμῶν κρίνατε αὐτόν. ⸀εἶπον αὐτῷ οἱ Ἰουδαῖοι· Ἡμῖν οὐκ ἔξεστιν
ἀποκτεῖναι οὐδένα· 32 ἵνα ὁ λόγος τοῦ Ἰησοῦ πληρωθῇ ὃν εἶπεν σημαίνων ποίῳ
θανάτῳ ἤμελλεν ἀποθνῄσκειν.4
28. Conduziram, portanto, o Jesus de Caifás para o palácio do governador, era então
cedo de manhã e eles não entraram em o palácio do governador para não serem
contaminados, mas, para comerem a páscoa.
29. Saiu então o Pilatos a eles e disse, que acusação trazei para contra o homem este?
30. Responderam e disseram a ele, se não fosse este criminoso não a ti teríamos
entregue ele.
4
Holmes, M. W. (2011–2013). The Greek New Testament: SBL Edition (Jo 18.28–32). Lexham Press;
Society of Biblical Literature. Tirado do Software Logos.
31. Disse então a eles o Pilatos, tomai-o vós e segundo a lei vossa julgai-o, disseram
então a ele os judeus, a nós não é licito matar ninguém.
32. para que a palavra do Jesus fosse cumprida, a que disse indicando com que tipo de
morte estava para morrer.
28. Era bem de manhã e levaram, pois, Jesus da casa de Caifás para o palácio do
governador, eles não quiseram entrar, para não se contaminarem e poderem participar
da páscoa.
29. Pilatos então saiu e lhes disse: qual a acusação vocês têm contra esse homem?
30. Os judeus disseram, ele é um criminoso, se não nós não teríamos entregado ele a
você.
31. Pilatos respondeu, pegue este homem e julgue conforme a vossa lei, os judeus
retrucaram, nós não podemos matar ninguém.
32. Essas palavras indicavam o modo da morte de Jesus, para que a sua palavra se
cumprisse.
Texto grego: 30. Ἀπεκρίθησαν καὶ εἶπαν αὐτῷ· Εἰ μὴ ἦν οὗτος ⸂κακὸν ποιῶν⸃,
οὐκ ἄν σοι παρεδώκαμεν αὐτόν.
Texto em ARA: Responderam-lhe: Se este não fosse um Malfeitor, não to
entregaríamos.
2.4.1 Aparato critico: 30 {B} κακὸν ποιῶν (a* κακὸν ) B L W ite //
κακoνποιῶν C* 33 ita (r1) Cyril 1/2
// κακοποιός A C3 Dsupp 087 0141 f1 f13 28 157
180 205 565 579 597 700 892 1006 1010 1071 1241 1243 1292 1342 1424 1505 Byz [E
G H N] Lect itb C' f' ff2'9 vg slav Asterius Chrysostom Cyril1/2; Augustine
30
κακoνποιῶν
κακοποιός
QUALIDADE I I - - V
(CATEGORIA)
EXPANSÃO - - - - AE - -
TIPO A B B B - - -
TEXTUAL
Avaliação: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, notamos que essa leitura
pode ser considerada com o texto original. “Os editores apresentaram-na precedida pela
sigla B, dentre de chaves { }”, para indicar “ um referente nível de verdade com base
em considerações internas, bem como de provas externas, para a leitura adotada como
texto.” No caso, a letra B“ significa que há um grau elevado de certeza [quanto] a se o
texto contém a leitura superior. ” “Fazendo uma análise da pesquisa, vamos observar
que: o comitê não encontrou dificuldades para decidir qual melhor decisão tomar sobre
o texto e qual variante foi melhor para ser colocada diante do texto. ” (GNT, 1983)
Variante 1: κακoνποιῶν
Tradução: Mau fazendo
CRITÉRIOS TESTEMUNHAS
C 33 ita Cyril1/2
EXPANSÃO - - - GI -
NA
TIPO A B/A A - A
TEXTUAL
Interpretação: Essa variante sofreu um acréscimo por parte dos copistas, eles
acrescentaram a variante o que pode trazer uma certa dificuldade na
interpretação, mas, não muda o sentido do texto. (CHAMPLIN, 2002).
Variante 2: κακοποιός
Tradução: Malfeitor/Criminoso
CRITÉRIOS TESTEMUNHAS
(CATEGORIA)
EXPANSÃO - - - - - - - -
TIPO A A O - - A B B B
TEXTUAL
CRITÉRIOS TESTEMUNHAS
EXPANSÃO - - - - - - -
TIPO Byz Byz Byz Byz Byz Byz Byz Byz
TEXTUAL
CRITÉRIOS TESTEMUNHAS
III
QUALIDADE - II - II II - - -
(CATEGORIA)
EXPANSÃO - - - - - - -
TIPO B - - - A - - -
TEXTUAL
CRITÉRIOS TESTEMUNHAS
QUALIDADE - - II I III -
(CATEGORIA)
EXPANSÃO - - - NA -
TIPO - - - A - -
TEXTUAL
AVALIAÇÃO: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, notamos que essa leitura
pode ser considerada com o texto original. “Os editores apresentaram-na precedida pela
sigla B, dentre de chaves { }”, para indicar “ um respectivo nível de veracidade com
base em considerações internas, bem como de provas externas, para a leitura adotada
como texto.” No caso, a letra B“ significa que há um grau elevado de certeza [quanto] a
se o texto contém a leitura superior. ” Fazendo uma análise da pesquisa, vamos observar
que: o comitê não encontrou dificuldades para decidir qual melhor decisão tomar sobre
o texto e qual variante foi melhor para ser colocada diante do texto. (GNT, 1983)
(mau) junto com o verbo ποιός (fazer), essa junção pode admitir as duas formas para
serem usadas. Ela é apoiada por sólida evidência manuscrita, testemunhada pelos
melhores (conforme tabela apresentada) e mais antigos textos. Esta opção concorda com
Omanson que acrescenta as razões teológicas de alguns copistas que fizeram uma
construção gramatical “ (uma construção perifrástica feita do verbo “ser” e de um
particípio presente com um substantivo) ” a pesquisa mostra que os copistas
introduziram o substantivo κακοποιός a partir da epistola de lPe 2.12; 4.15, portanto,
esta foi a melhor opção, κακοποιός, que traduzimos por Malfeitor ou criminoso.
(OMANSON,2010).
CONCLUSÃO
Esses manuscritos são provas textuais dessa narrativa, relembramos aqui que
além de ser um texto de qualidade “A e B”, ainda conta com textos de datas mais
retrógradas que remontam os séculos I-V, comprovados pelos textos Alexandrinos,
como está nos quadros acima. A GNT, no seu aparato, nos traz essa certeza do texto,
pelo fato ser de qualidade {B}, e os copistas apesar de introduzirem outras variantes,
mesmo assim, por se tratar de um texto Alexandrino, podemos confiar na originalidade
do texto.
3.ANALISE HISTÓRICA
Dodd ainda nos mostra uma citação de Augustinho em uma de suas passagens
das confissões (VII,9), ele cita parte do prologo de João, essa era uma época dominada
pelo platonismo, eles entendiam que esse texto de João era cheio de simbolismo, devido
estarem em uma época de várias linguagens filosóficas, dominada pelo mundo
Helenístico.(DODD, 2003, p.27-28).
Diante disso, podemos concluir que João foi um texto inspirado divinamente, e
por isso possui credibilidade e autoridade sendo este transmitido com integridade,
trazendo então confiabilidade. Sendo necessário somente verificar questões de
autenticidade do escrito bíblico.
No que tange a essa comprovação externa, consideramos ainda o seu uso por
Tarciano em seu Diatessaron, e por Irineu (em c.de 180 D.C), além desses podemos
mencionar as tradições acerca da autoria de João que foram apresentadas por Irineu, ele
afirma que o quarto evangelho foi publicado em Éfeso, logo mais tarde essa mesma
tradição também é citada por Clemente de Alexandria (c. 200), o evangelho de João
também aparece no cânon Muratório, no prólogo antimarcionita de João e em Irineu.
(DOUGLAS, 1995, p.842).
5
Obs: A paginação pode estar incorreta, devido ser um livro digitalizado para Pdf)
vivendo, o apostolo era chamado como discípulo amado de Jesus, as evidencias internas
são suficientes para considerar a integridade do autor, tais como: “O autor conhecia os
ensinos e rituais judaicos e compartilhou a visão deles do mundo,” João possuía
conhecimento geográfico da Palestina e Jerusalém, a principal evidencia são as
afirmações dele ser uma testemunha ocular (1.14, 19.35, 21.24), além dele possuir
conhecimento do tempo e espaço, evidenciando assim que ele era membro do grupo dos
apóstolos. (UTLEY, 2000, p.36). No entanto não há provas suficientes para
desconsiderar a integridade do autor.
As fontes para provar a autoria dos escritos Joaninos, Macarthur, nos mostra
que João foi testemunha ocular dos eventos narrados, além disso era um palestino Judeu
e conhecia perfeitamente o espaço geográfico da Palestina e lugares arredores, isso era
apenas para quem de fato já havia vivido na palestina, ele era um dos doze, “estava
familiarizado com o que os outros pensavam ou estava sentido”, além disso, ele foi
mencionado nos evangelhos sinóticos cerca de 27 vezes, essas riquezas de detalhes,
poderiam vir somente de alguém que tenha vivido passo a passo com Jesus, e também
pode ter tido fontes confiáveis como testemunhas que repassaram as imagens e fatos de
Jesus. (MACARTHUR, 2015, p.3135-3136)
CARSON. D. A, Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Ed. Vida Nova, 1992.
DOUGLAS, J.D. O Novo dicionário da Bíblia. São Paulo: Ed. Vida Nova, 1995.
FEE Gordon D.; STUART. D, Manual de Exegese Bíblica, São Paulo: Ed. Vida
Nova, 2008.
GUNDRY. R. H, Panorama do Novo Testamento, São Paulo: Ed. Vida Nova, 2008.