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XII Encontro Mineiro Sobre Investigação na Escola

II Seminário Institucional da Residência Pedagógica e VIII Seminário Institucional do PIBID

VYGOTSKY X PIAGET:
CONTRASTE ENTRE A TEORIA
HISTÓRICO-CULTURAL E
CONSTRUTIVISTA
Gabriel A. Freitas
Vlademir Marim
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e
Matemática – Mestrado Profissional (PPGECM)

Fundamentos e Pressupostos Teóricos para o


Ensino de Ciências e Matemática

• Construtivista - Piaget
• Histórico-Cultural – Vygotsky David
Jean Piaget
• Aprendizagem Significativa – Ausubel (1896-1980)
Ausubel
(1918-2008)
• Campos Conceituais - Vergnaud

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já


elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum
tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos Gérard Lev. S.
estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas Vergnaud Vygotsky
bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas (1933-2021) (1896-1934)
que se propõem à análise das diversas posições acerca de um
problema, também costumam ser desenvolvidas quase
exclusivamente mediante fontes bibliográficas. (GIL, 2002, p. 44)
Jean Piaget
• Teoria do Construtivismo: mais de 500
(quinhentos) artigos científicos e cerca de
aproximadamente 100 (cem) livros.
• Conceitos cognitivos: assimilação, acomodação e
equilibração.
Jean Piaget (1896-1980)
Teoria do desenvolvimento cognitivo
de Piaget
• Assimilação: Geográficos, tecnológicos,
matemáticos entre outros. Equilibração
• Equilibração: entre assimilação e
Necessária para conciliar os
acomodação, ou seja, ela assegura a interação
aportes da maturação, da
do sujeito com o meio-ambiente. experiência dos objetos e da
experiência social

Primeiro Postulado: Todo esquema de assimilação tende a


alimenta-se, isto é, a incorporar elementos que lhe são exteriores
Desenvolvimento
e compatíveis com a sua natureza. Segundo Postulado: Todo cognitivo
esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos elementos Acomodação
que assimila, isto é, a se modificar em função de suas
Assimilação
particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade Momento da ação do
Uma tentativa de integrar dados
(portanto, seu fechamento enquanto ciclo de processos objeto sobre o sujeito da experiência a esquemas ou
interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilação. estruturas previamente
(PIAGET, 1975, p. 14) construídos
Lev. S. Vigotsky

Teoria Histórico-Cultural:
• Rússia pós-revolucionária.
• Transformações nas diferentes áreas do conhecimento, como
na poesia, cinema, teatro, etc.
Lev. S. Vigotsky
[...] história colocava para a sociedade russa pós-revolucionária a necessidade de encontrar os meios para (1896-1934)
sobreviver sem apoio e auxílio e convivendo, ainda, com ameaças militares, políticas e econômicas do
ocidente. Um país enorme em proporções geográficas, com grande atraso econômico e cultural, arrasado
pela guerra civil e pela guerra imperialista, deveria transformar-se em um curto espaço de tempo em um
país capaz de produzir o suficiente para garantir a sobrevivência e satisfação da população, sob pena de
mergulhar na mais profunda barbárie (TULESKI, 2002, p. 55).

Vigotski tinha preocupação com às necessidades sociais do homem, onde “é nessa vinculação da psicologia
com a prática humana que Vygotski encontra o significado da verdadeira ciência” (TULESKI, 2002, p. 68).
Fundamentos da psicologia
histórico-cultural
• Tuleski (2002) indaga:
[...] só seria possível com a elaboração de uma ‘nova
psicologia’ que tratasse a relação homem e natureza. (...)
Significaria abandonar as relações mecânicas, empíricas e Objetivação
simples entre os fenômenos, para compreender o homem
como um ser complexo e dinâmico, cujas relações
estabelecidas com o meio determinam sua forma de ser e agir
(p. 65, grifo nosso). Apropriação
O ensino e aprendizagem alicerçado pela THC, ocorre pela
interação com os sujeitos, trazendo para o contexto da
matemática, isto ocorre quando as atividades de ensino
Historicidade
são pautadas no contexto histórico do conceito que se é
ensinado.
Teoria histórico-cultural
Reflexão sobre a construção do saber
pelo olhar de Vygotsky e Piaget
Essa concepção, característica da velha teoria educacional, também impregna os
escritos de Piaget, que acredita que o pensamento da criança passa por certas fases e
estágios, independentemente de qualquer instrução que ela possa receber; a instrução
permanece um fator externo. O nível do desenvolvimento da criança não deve ser
avaliado por aquilo que ela aprendeu através da instrução, mas sim pelo modo como
ela pensa sobre assuntos a respeito dos quais nada lhe foi ensinado. Aqui, a separação
– na verdade, a oposição – entre aprendizado e desenvolvimento é levada ao seu
extremo [...] (VYGOTSKY, 1991. p. 82).

Primeiro, eu gostaria de esclarecer a diferença entre dois problemas: o problema do


desenvolvimento e o da aprendizagem. [...] desenvolvimento é um processo que diz respeito à
totalidade das estruturas de conhecimento. Aprendizagem apresenta o caso oposto. Em geral, a
aprendizagem é provocada por situações – provocada por psicólogos experimentais; ou por
professores em relação a um tópico específico; ou por uma situação externa. – limitado a um
problema único ou a uma estrutura única. Assim, eu penso que desenvolvimento explica
aprendizagem, e essa opinião é contrária à opinião amplamente difundida de que o desenvolvimento
é uma soma de experiências discretas de aprendizagem (PIAGET, 1964, p. 176).
Reflexão sobre a construção do saber
pelo olhar de Vygotsky e Piaget
Signos

A relação dos conceitos científicos com a experiência pessoal da criança é diferente da relação dos conceitos
espontâneos. Eles surgem e se constituem no processo de aprendizagem escolar por via inteiramente diferente
que no processo de experiência pessoal da criança. As motivações internas, que levam a criança a formar
conceitos científicos, também são inteiramente distintas daquelas que levam o pensamento infantil à formação
dos conceitos espontâneos. Outras tarefas surgem diante do pensamento da criança no processo de assimilação
dos conceitos na escola, mesmo quando o pensamento está entregue a sim mesmo [...] considerações
igualmente empíricas nos levam a reconhecer que a força e a fraqueza dos conceitos espontâneos e científicos
no aluno escolar são inteiramente diversas: naquilo em que os conceitos são fortes os espontâneos acaba sendo
a fraqueza dos conceitos científicos (VYGOTSKY, 2001, p. 263).

Piaget valoriza a maturação biológica, já Vygotsky privilegia o contexto social do individuo.

O eu, o outro e o nós – É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um
modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas
diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na
instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros,
diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo
em que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso
de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio (BNCC, 2018, p.40).
Considerações finais
Apresenta uma teoria com caráter sociointeracionista, ou seja, acredita que
o desenvolvimento humano ocorre por meio das interações entre as
pessoas.

• Vygotsky acredita que o desenvolvimento ocorre por meio de processos


recíprocos, isto é, a aprendizagem ocorre por meio da interação entre os
sujeitos.
Apresenta uma teoria Construtivista, no qual dá ênfase no papel da criança, onde
o desenvolvimento ocorrerá por meio de experiências concretas e transmissões
culturais.

• Piaget já postula que a aprendizagem é designada anteriormente ao


desenvolvimento e tem menor impacto sobre o mesmo.
Referências

• BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.


• FERRACIOLI1, M. U.; LAROCCA, P.; FERREIRA, L. G. Psicologia da educação e letramento
docente nas licenciaturas: Revista de Educação Pública, [S. l.], v. 24, n. 55, p. 103-122, 2014.
DOI: 10.29286/rep.v24i55.1068.
• GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa, v. 4, p. 44, 2002.
• OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-
histórico. São Paulo, Scipione, 1993.
• TULESKI, Silva Calvo. Vygotski: a construção de uma psicologia marxista. Maringá: EDUEM,
2002.
• MACIEL, Talita Santana; DE OLIVEIRA, Anna Augusta Sampaio. As contribuições dos
estudos de Vygotski à educação: notas sobre um pensamento revolucionário. Revista Educação
e Emancipação, v. 11, n. 2, p. 83-107, 2018.
• SHUARE, Marta. La psicologia soviética como yo la veo. Moscú: Editorial Progresso, 1990.
Disponível em: https://docero.com.br/doc/s5en1e5.
Referências

• MARKUS, George. Marxism and anthropology: the concept of ‘human essence’ in the philosophy of Marx.
Netherlands: Van Gorcum Assen, 1978.

• PASQUALINI, J. C. Psicologia Histórico-Cultural: origens e fundamentos teórico-filosóficos. In: _____.


Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural para a educação escolar de crianças de 0 a 6 anos: desenvolvimento
infantil e ensino em Vigotski, Leontiev e Elkonin. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Educação
Escolar, FCLar, UNESP. Araraquara, 2006.

• PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1964.

• PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

• PIAGET, Jean. A construção do conhecimento. São Paulo: Secretaria de Estado da Educação. Coordenadoria de
Estudos e Normas Pedagógicas, 1987.

• PIAGET, Jean. Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Vozes: Petrópolis, 1996.

• VIGOTSKY, Lev Semenovich. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

• WADSWORTH, Barry. Inteligência e Afetividade da Criança. 4. Ed. São Paulo: Enio Matheus Guazzelli, 1996.
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