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Música na PRIMÓRDIOS

Idade Média
Cristianismo
313: Constantino: cristianismo permitido
392: Imp. Theodosius: cristianismo como religião oficial
476: Queda do Império Romano do Ocidente
600: Toda a área antes conquistada pelo Império Romano é Cristã
Idade Média
Socialmente (cristianismo): 392 – 1517
Politicamente (queda império romano): 476 - 1453
Diminuição do comércio – isolamento econômico
Quando me lembro das lágrimas derramadas ao ouvir os cânticos
da vossa igreja nos primórdios da minha conversão à fé, e ao sentir-
me agora atraído, não pela música, mas pelas letras dessas
melodias, cantadas em voz límpida e modulação apropriada,
reconheço, de novo, a grande utilidade deste costume. Assim flutuo
entre o perigo e o prazer e os salutares benefícios que a experiência
nos mostra. Portanto, sem proferir uma sentença irrevogável,
inclino-me a aprovar o costume de cantar na igreja para que, pelos
deleites do ouvido, o espírito, demasiado fraco, se eleve até aos
afectos da piedade. Quando, às vezes, a música me sensibiliza mais
do que as letras que se cantam, confesso, com dor, que pequei.
Nestes casos, por castigo, preferia não ouvir cantar. Eis em que
estado me encontro. Chorai comigo, chorai por mim, vôs que
praticais o bem no vosso interior, donde nascem as boas ações.
Estas coisas, Senhor, não Vos podem impressionar, porque não as
sentis. Porém, ó meu Senhor e meu Deus, olhai para mim, ouvi-me,
vede-me, compadecei-vos de mim e curai-me. Sob o Vosso olhar
transformei-me, para mim mesmo, num enigma que é a minha
própria enfermidade.
Música no culto cristão
Hinos
Salmos
Facilitar a projeção vocal nas grandes basílicas
PALAVRA
Música instrumental: não era apropriada.
Santo Agostinho (354-430 d.C.)

389 : De Musica
Platão e Pitágoras
Música como imitação do divino que está em nós. ETHOS
Elevação espiritual X Prazer
O “número” é o gerador da ordem e da harmonia de todo o
movimento, que pode desenvolver-se por proporções de
igualdade ou desigualdade
Clarificada a ordenação dos números, já se pode ter o
conhecimento racional e científico da medição do
movimento, no qual nossos sentidos são capazes de perceber
e experimentar o ritmo. E mesmo que estes sentidos tenham
limitações perceptivas, nesta capacidade radical pode
perceber-se os vestígios que da harmonia superior estão
impressos no nosso espírito e aclarar para nós o estudo da
música, aqui estabelecida como verdadeira filosofia no
sentido platônico (...)
Boécio
(480 – 524)
De instituitione musica - Sec. VI
Compilação de fontes gregas

Música como ciência do número


Música

Mundana Humana Instrumental


Música Mundana: universo
Música Humana: microcosmos
Música Instrumental: a que era audível e possível de ser feita
pelos homens
Simplicidade e humildade (Oratória)
A beleza está no simples
Proporções mais simples
Oitava 2:1
Quinta 3:2
Quarta 4:3
Música na Igreja
Cantochão: melodias simples vocais, em uníssono, acompanhando
textos sagrados
Memorização e Expansão da palavra
Música instrumental proibida
Dialetos (musicais): bizantino, ambrosiano, moçárabe, ganglicano e
gregoriano
Melodias da liturgia Cristã do ocidente
Monofônica (a princípio)
A partir do séc. IX: notações encontradas
Fontes Francas
Cantochão Junção entre o dialeto romano antigo e o franco : CANTO
GREGORIANO
Schola cantorum: escola de
cantores
800: Carlos Magno, coroado rei do
Sagrado Império Romano Franco,
obriga todo o território a unificar
os cânticos cristãos.
Lenda do Papa Gregório: melodias vindas do
Espírito Santo

Não há evidências de que o Papa Gregório tenha


criado qualquer melodia
 Melodias: frases e períodos do
texto
Não é mensurável
Movimento e senso do texto
Transmitido de forma oral
Notação
Fórmulas comuns: oralidade
Lenda Gregório e obrigação do canto gregoriano: unificarem o reino poliglota carolíngeo
Sec VIII e IX: músicos romanos no norte
Escrita: Memória – Unificação
Neumas: encontrados no sec IX, mas utilizados desde o sec VIII

Acentos das palavras ´ ` ^


Primeira notação medieval encontrada: século IX
Séc. X: notação diastemática (intervalar)
Guido d´Arezzo
Séc. XI: pauta de 4 linhas
Letras no começo da linha: C ou F
ABCDEFG: herança grega – Boécio
Séc. XII: notação quadrada
Teoria Musical
Boécio (séc. VI): Pitágoras e escritos gregos ( Nicômaco e Ptolomeu)
Musica enchiriadis ( séc. IX): modos e polifonia( falamos depois)
Guido d´Arezzo (séc. XI) Micrologus
Guido d´Arezzo (900 – 1050)
Micrologus
Ut re mi fa sol la
Solmização: TTSTTT
B mole (b) e B duro (♮): indicar o semitom (mi-fa)
Hexacorde
Educação musical na Idade Média.
Modos ou Tons Eclesiásticos
Baseado nos echoi bizantinos – 8 modos e finais fixos
Processo gradual - Aureliano de Reomé (séc. IX)
Tropos (maneira) > Modo (tradução de Boécio) > Tons (confusão)
Oito notas em que se desenvolve a melodia
Distribuição de T e ST em uma sequencia de 8 notas
Tenor (dominante): tom de recitação
Final (tônica): nota conclusiva
Repertório
sacro
Repertório Sacro
Ofícios - Antifonário
Missas: última ceia > Graduale
Ordinário e Próprio
Ordinário: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei
Salmodia: tom da salmodia
Antífona: canto antes e depois da leitura do salmo
Responsório: coro responde a leitura do salmo pelo solista
Formas posteriores: Tropos, Sequências e Dramas Litúrgicos
Música Secular
Canções - Danças
Chanson de geste: contos de heróis
Jograis ou menestréis (séc. X)
Trovadores e Troveiros: poetas compositores
Cantigas: cancioneiros
Cantigas de amor – Virgem Maria
Pastorela
Cantigas de Santa Maria
Refrão

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