Procedimento de Operação Da Sulfitação Paulo Stefani

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SISTEMA DE SULFITAÇÃO POR MULTI-JATOS

PROCEDIMENTOS DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

1. OBJETIVO DA SULFITAÇÃO

A sulfitação tem como objetivo principal a eliminação de materiais corantes do caldo para a
fabricação de açúcar branco, mas proporciona também a redução da viscosidade do caldo, xarope,
massas, méis, etc., reduzindo o tempo de cozimento e melhorando a cristalização. Mas possui o
inconveniente de aumentar o teor de cinzas no açúcar e aumentar as incrustações nos
aquecedores e evaporadores.

2. INTRODUÇÃO

O sistema de sulfitação por multi-jatos tem o objetivo de substituir com vantagens os


sistemas convencionais, tais como:

 Maior capacidade de queima por m² de superfície de combustão do forno.

 Maior absorção de SO2 pelo caldo, resultando em menor consumo de enxofre e melhor
qualidade de açúcar.

 Menos manutenção

 Maior facilidade operacional

Obs.: Só que esse sistema necessita de maior estabilidade operacional, por isso que o controle de
vazão de caldo é importante.

3. ACESSÓRIOS

É composto pelos seguintes acessórios:

 Sistema de alimentação automática de enxofre (moega e rosca dosadora com controle de


rotação)

 Forno rotativo

 Câmara de sublimação

 Coluna de resfriamento de SO2

 Multi-jatos

 Tanque de selagem de caldo

 Respiro

 Descarga de SO2 para a atmosfera


4. OPERAÇÃO

A operação consiste nas seguintes etapas:

 No início de operação o forno deverá receber uma carga inicial de enxofre e deverá ficar
parado até que esteja bem quente. Depois disso, deve-se ligar o motor e iniciar o
funcionamento normal.

 O enxofre a granel ( granulado e bem seco) deverá ser colocado na moega de alimentação, de
onde á controlada a quantidade de enxofre que deverá ser utilizada de acordo com o ajuste da
rotação do motor da rosca dosadora.

 Os multi-jatos têm um número de bicos, de acordo com a capacidade média de caldo que
deverá receber. Mas, como nem sempre a vazão de caldo é exatamente a vazão de trabalho
do multi-jato, pode ser necessário tampar alguns bicos de forma a obter a pressão de 1,5 a 2,0
kgf/cm² na entrada de caldo.

 Com essa pressão, o vácuo deverá succionar o ar que entra pelo forno em dois pontos
distintos, cada qual com a sua finalidade.

 Na entrada de ar principal (tampa de entrada de ar), deverá ter sempre uma abertura e nunca
deverá ficar fechado porque a combustão necessita de ar. Caso fique fechada, o enxofre se
evaporará devido ao calor, tendo consumo que não será aproveitado, pois o enxofre irá se
tornar um gás de enxofre, e não sulfito.

S + O2 = SO2 (combustão completa)

Sem o oxigênio, o gás produzido será de S gasoso e se sublimará em contato com o caldo ou
com as tubulações, transformando-se novamente e enxofre sólido e não terá efeito nenhum sobre
o caldo. É claro que uma parte se transformará em SO 2 devido à entrada de ar pelas frestas da
tampa do forno, o que mantém a combustão, mas a eficiência do sistema de sulfitação será bem
menor.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

A maneira de controlar a abertura da tampa do forno é pela cor da chama que deverá ser
azulada. Se estiver amarelada ou avermelhada é porque está faltando ar e a abertura de entrada
deverá ser aumentada.

A entrada de ar pela frente (entre o forno e a câmara de sublimação) tem o objetivo de


controlar a quantidade de enxofre que está sendo queimado. Caso esteja queimando mais do que
o necessário, esta deve ser aumentada, e vice-versa.

5. PARADAS DA MOENDA

No caso de paradas da moenda, a falta de caldo fará com que os gases saiam pela porta do
forno. Para evitar esse problema, existe um tubo com uma válvula que deve ser aberta quando isso
ocorrer para que os gases saiam para a atmosfera, evitando que esses gases se dispersem pelo
ambiente de trabalho.

6. PARÂMETROS DE CONTROLE

Para controlar a sulfitação, deverão ser mantidos os seguintes parâmetros, em condições


normais para obter açúcar branco de boa qualidade:
 pH do caldo sulfitado = 3,8 a 4,2

 Teor de sulfito = 400 a 600 ppm

 pH do caldo caleado = 7,2 a 7,4

 pH do caldo clarificado = 6,9 a 7,0

 Temperatura dos gases na combustão = entre 150 e 200 ºC

 Quantidade de enxofre queimado = 300 a 400 gramas por Tonelada de cana

Considerando a moagem de 6.000 TCD, a queima de enxofre será de:

 Quantidade de enxofre queimado por hora = 75 a 100 kg/h

 Quantidade de enxofre queimado por minuto = 1.250 a 1.670 g/min

Obs.: Esse valor deverá ser utilizado para fazer o controle da dosagem de enxofre. Ou seja, o
operador poderá coletar o enxofre que está caindo durante 1 ou 2 minutos e depois pesar para
conferir se está sendo queimada a quantidade desejada. Esse valor deve ser confrontado com as
análises de pH e teor de sulfito para ver se estão correspondentes.

7. MANUTENÇÃO

O sistema de sulfitação dá muito pouca manutenção, mas apenas limpezas periódicas, sendo:

 O forno pode acumular impurezas provenientes das cinzas contidas no enxofre. Quando essas
cinzas estiverem atrapalhando o funcionamento do forno, devem ser removidas com o auxílio
de uma pá.

 Na câmara de sublimação também ocorre o mesmo, mas com maior freqüência porque a maior
parte das cinzas vão parar nesse local. A cada período de 1 mês, mais ou menos (dependendo
da qualidade do enxofre utilizado), deve-se abrir a porta de inspeção e fazer a limpeza.

 Existem outras portas de inspeção articuladas nos tubos de SO 2 que devem ser abertas
periodicamente para limpar as incrustações que se formam.

 A parte de cima dos multi-jatos também tem uma porta de inspeção para fazer a limpeza dos
bicos. Dependendo do caso, podem vir algumas impurezas grandes que entopem os bicos.

 O sistema de resfriamento também pode sofrer incrustações na parte externa (lado da água).
Uma solução de soda elimina essas impurezas que são formadas basicamente por matérias
orgânicas.
8. FLUXOGRAMAS

FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE SULFITAÇÃO


CIRCUITO DE CALDO

SO2
CALDO SECUNDÁRIO
T = 150 A 200 ºC

ENTRADA DE MULTI-JATOS
CALDO MISTO PARA BALÃO
CALDO FILTRADO
P = 1,5 A 2,0 kgf/cm² DE FLASH

AQUECEDORES
MEDIDOR
DE VAZÃO
MEDIDOR
DE VAZÃO

ÁCIDO LEITE
FOSFÓRICO DE CAL
TANQUE
PULMÃO

  

BOMBAS DE
CALDO
CALEADO

TANQUE DE TANQUE DE
CALDO CALDO
SULFITADO CALEADO

INVERSOR DE
FREQUÊNCIA
SO2 RESFRIADO
ENTRE 150 E 200 ºC

FORNO DE ENXOFRE
(QUEIMA DO ENXOFRE)

ENXOFRE

VISTA FRONTAL
SILO DO FORNO
DE GIRANDO
ENXOFRE (EM CORTE)
ROSCA DOSADORA

ÁGUA

FORNO ROTATIVO
CÂMARA DE
S + O2 = SO2 SUBLIMAÇÃO
AR
(OXIGÊNIO)
ENXOFRE

AR PARA CONTROLE
DA QUANTIDADE DE
ENXOFRE QUEIMADO

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