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Artigo4 - Aumento Da Força e Massa Muscular em Atletas de Culturismo
Artigo4 - Aumento Da Força e Massa Muscular em Atletas de Culturismo
DE CULTURISMO
SUPLEMENTADOS COM PROTEINA i
Nailza Maestá
Faculdade de Medicina – UNESP/Botucatu
RESUMO RESUMO
O propósito deste estudo foi analisar o efeito de duas
situações alimentares distintas: dieta basal contendo 61 kcal/kg e 1,5 g de proteína/kg de peso
corporal/dia (D1) e dieta hiperprotéica contendo cerca de 80 kcal/ kg e 2,5 g de proteína/kg de
peso corporal/dia (D2), sobre os ganhos de massa e força muscular, em atletas de culturismo.
Para tanto, 6 atletas do sexo masculino (26,1 ± 3,0 anos e 91,3 ± 17,4 kg), foram previamente
selecionados. O período de aplicação de cada dieta foi de quinze dias consecutivos, dentro dos
quais os atletas se mantiveram em regime normal de treinamento (rotina de seis dias de
treinamento com um dia de descanso por semana, parcelada em peitoral, ombros e tríceps nos
dias 1 e 4; costas, bíceps e antebraço nos dias 2 e 5; coxas, panturrilha e abdômen nos dias 3 e
6). Avaliações antropométricas foram realizadas na véspera dos três momentos do estudo (M1,
M2 e M3). Da mesma forma, o teste de peso máximo (1RM) foi aplicado em cinco exercícios
(extensões de tríceps com barra, desenvolvimento pela frente, supino, levanta mento de terra e
agachamento), com a finalidade de avaliar os níveis de força. A associação treinamento de
força/suplementação protéica (M3/M1) resultou em ganhos significantes de força (14%) e massa
muscular (4,9% ou 2,840 kg). Estes achados demonstram que a ingestão protéica entre 1,5 e 2,5
g de proteína/kg de peso corporal/dia parece ser adequada para o aumento de força e massa
muscular, em atletas de culturismo.
Palavras chave: culturismo; proteína; massa muscular; força muscular; treinamento de força.
ABSTRACT
ABSTRACT
The purpose of this study was to analyze the effect of two different dietetics situations: basic diet
designed with 61 kcal/kg and 1.5 g protein/kg of body weight/day (D1), and higher protein diet,
designed with 80 kcal/kg and 2.5 g protein/kg of body weight/day (D2), on the gains of muscle
mass and strength in body builders. Thus, 6 male athletes (26.1 ± 3.0 years and 91.3 ± 17.4 kg)
were selected early. The period of application of each diet was 15 consecutive days, in which the
athletes performed their normal training (routine of six days of training and one day to rest per
week, the training divided into chest, shoulders and triceps exercises in days 1 and 4; back,
biceps and forearm in days 2 and 5; thigh, calves and abdominals in days 3 and 6).
Anthropometric evaluations were performed during the day before the three moments of the study
(M1, M2, M3). In the same way, the maximum weight test (1RM) was performed in five exercises
(supine triceps extensions, military press, bench press, deadlift and squat), in order to evaluate
the levels of strength. The association between resistance training and protein supplementation
(M3/M1) resulted in significant gains of strength (14%) and muscle mass (4.9% or 2.840 kg).
These findings showed that the protein intake between 1.5 and 2.5 g/kg of body weight/day
seems appropriate to the increase of strength and muscle mass in bodybuilders.
Key words: bodybuilding; protein; muscle mass; muscle strength; resistance training.
10 CYRINO, MAESTÁ & BURINI
braço (CAT), abdômen (CAB), perna (CP) e A área muscular do braço (AMB) foi
coxa (CC) de acordo com as técnicas calculada a partir da seguinte equação
convencionais, descritas por CALLAWAY et al. (FRISANCHO, 1984):
(1988). As exceções foram as circunferências de
AMB (cm2) = {[CB (cm) - p.TR (cm)]2/4.p} - 10
coxa, tomada no ponto meso-fe mural
(RODRIGUES & ROCHA, 1985) e braço contra A massa muscular (MM), em gramas, foi
ído, tomada no ponto meso-umeral, no final de calcu lada de acordo com a equação proposta
uma contração voluntária máxima do bíceps, de por MARTIN et al. (1990):
acordo com a técnica descrita por FRANÇA & MM = A(0,0553.Gt2 + 0,0987. Gf2 + 0,0331Gc2) -
VÍVOLO (1987). 2445
onde A é a estatura, Gt é a circunferência medidas repetidas (ANOVA). O teste de Scheffé
de coxa corrigida pela sua respectiva dobra foi empregado para a localização das diferenças
cutânea, G
entre os tratamentos nos diferentes momentos,
aplicação do protocolo dietético D1), M2 (no
sendo adotado como nível de significância p <
último dia de aplicação de D1) e M3 (no último
0,05.
dia de apli cação de D2).
Momentos Dietéticos
dietéticos. Parâmetros M3
M1 M2
Momentos Dietéticos
dietéticos. Parâmetros M3
M1 M2
91,60 ± 8,13
92,65 ± 8,28 a
41,48 ± 3,47 b, c CBC (cm) 43,28 ± 3,66 b, c CAB (cm) 94,42 ± 8,28 b, c CAT (cm)
Aumentos significativos, entre cada momen 2840 g (4,9%), dos quais 1440 g (2,5%) no perío
to do estudo, foram encontrados nas variáveis P, do de suplementação protéica (M3/M2),
IMC, SI e CAB. De forma idêntica, o % gordura, enquanto a área muscular do braço aumentou
AMB, MM, CB, CBC, CC e CP também sofreram 6,8% (M1/M3). Esses aumentos foram
eleva ções significativas ao longo dos trinta dias acompanhados da elevação de cerca de 1,2
de ex perimento; contudo, as diferenças se pontos percentuais na adiposidade corpórea
deram entre M3/M2 e/ou M3/M1. Vale ressaltar (tabela 1), sendo a maioria (0,75) no úl timo
que o aumento da massa muscular no período momento dietético (M3/M2), conseqüente ao
experimental foi de acúmulo suprailíaco (tabela 2).
Dif. Sig.: aM1/M2¹ ≠ Pré Experimento; bM2/M3¹ ≠ Pré Experimento; cM2/M3¹ ≠ M1/M2 (p < 0,05)
REVISTA TREINAMENTO DESPORTIVO 15
Tabela 4 – Força absoluta e relativa de acordo com o teste de 1RM em atletas de culturismo
nos três momentos do estudo.
108,67 ± 16,52
118,00 ± 16,00 a
155,00 ± 24,81
165,00 ± 24,55 a
570,00 ± 44,07
624,00 ± 38,80 a
GUEDES, D.P. Composição corporal: princípios, KUHN, E. The effect of work load on amino acid
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