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Primeiro Manual de Condutas Blefaroplastia - SBCPO
Primeiro Manual de Condutas Blefaroplastia - SBCPO
A313p
Akaishi, Patricia.
1º manual de condutas blefaroplastia / Patricia Akaishi, Roberto
Murillo Limongi, Filipe José Pereira e Allan Pieroni. – Goiânia : Conexão
Propaganda e Editora, 2019.
72 p. ; il.
Inclui referências bibliográficas
ISBN
1. Blefaroplastia. 2. Plástica ocular. I. Limongi, Roberto Murilo. II. Perei-
ra, Filipe José. III. Pieroni, Allan. IV.Titulo.
CDU 617.7
Tiragem
2.000 exemplares
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2019
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
PREFÁCIO
3
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
PREFÁCIO
Patricia Akaishi
Vice-Presidente SBCPO 2018-2020
5
AUTORES
PATRICIA AKAISHI
Doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP
Chefe dos setores de Estética Periocular e Vias Lacrimais, departamento de Oftalmologia, Otorrinola-
ringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HCFMRP-USP
ALLAN PIERONI
Professor de Pós-Graduação da disciplina de Oftalmolgia da Faculdade de Medicina da USP
Chefe do serviço de Plastica Ocular da Faculdade de Medicina do ABC
6
COLABORADORES
SUZANA MATAYOSHI
Professora associada de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
SIMONE BISON
Profa Afiliada Chefe do Setor de Vias Lacrimais do Departamento de Oftalmologia da UNIFESP
Mestre e Doutora em Oftalmologia pela UNIFESP
FERNANDO PROCIANOY
Professor Adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Coordenador Fellowship Oculoplástica - Hospital das Clínicas de Porto Alegre
7
JOSÉ VITAL FILHO
Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia em Oftalmogia- 2008- 2010
Chefe da Órbita da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
ELIANA FORNO
Doutora pela FMUSP
Especialista em Cirurgia Plástica Ocular pela FMUSP
DAVI ARAF
Doutor em Oftalmologia e Colaborador do Setor de Cirurgia Plástica Ocular do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Chefe do Setor de Cirurgia Plástica Ocular, Órbita e Vias Lacrimais do Hospital Cema- São Paulo
GEORGE CARNEIRO
Chefe do serviço de Plástica Ocular da Hospital de Olhos Leiria de Andrade e da Santa Casa de Mise-
ricórdia de Fortaleza
Presidente da Sociedade Cearense de Oftalmologia
MIDORI OSAKI
Coordenadora da Divisão de Estética Palpebral e Periorbital, Setor de Oculoplástica, Departamento
de Oftalmologia e Ciências Visuais, Universidade Federal de São Paulo– EPM
Chefe do Setor de Oculoplástica do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais, Universidade
Federal de São Paulo – EPM (2005-2016)
8
RICARDO MORSCHBACHER
Professor Adjunto de Oftalmologia - Universidade Federal das Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Coordenador de Ensino - Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre
TAMMY OSAKI
Chefe do Setor de Oculoplástica do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulis-
ta de Medicina/ Universidade Federal de São Paulo (EPM/ UNIFESP)
Professora Afiliada do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da EPM/ UNIFESP
ANDRÉ BORBA
Doutor em Ciencias Médicas pela USP
Membro da SBCPO
CÉLIA SATHLER
Chefe do Setor de Plástica Ocular do Hospital de Olhos Paulista
Médica Assistente do Setor de Plástica ocular da Santa Casa de São Paulo
ADRIANO BACCEGA
Mestrado e Doutorado em Ciências Médicas pela FMRP USP
Membro da SBCPO e American Academy of Ophthalmology
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1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
ÍNDICE
CAPÍTULO 1
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS EM BLEFAROPLASTIA 13
CAPÍTULO 2
BLEFAROPLASTIA SUPERIOR 33
CAPÍTULO 3
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À
BLEFAROPLASTIA SUPERIOR 45
CAPÍTULO 4
BLEFAROPLASTIA INFERIOR 55
CAPÍTULO 5
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À
BLEFAROPLASTIA INFERIOR 67
CAPÍTULO 6
BLEFAROPLASTIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS:
ORIENTAIS, ORBITOPATIA DE GRAVES, XANTELASMA 79
CAPÍTULO 7
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS 93
11
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
CAPÍTULO 1
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS
EM BLEFAROPLASTIA
Suzana Matayoshi
Simone Haber Bison
Ivana Cardoso Pereira
Filipe Pereira
13
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS EM BLEFAROPLASTIA
1. INTRODUÇÃO
Avaliação pré-operatória do paciente que irá se submeter à blefaroplastia é impor-
tante para o planejamento e sucesso do procedimento cirúrgico. Constitui ainda um
período onde se forja a relação médico-paciente e se estabelece os laços de confiança
que permitem o ato operatório.
2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS
2.1. Avaliação clínica pré-operatória do paciente
Devemos estabelecer comunicação clara para entender melhor a proposta da cirur-
gia. A comunicação paciente-médico deve transformar queixa subjetiva em objetiva para
poder mensurar o efeito da cirurgia. Assim, é interessante pedir para o paciente se olhar
no espelho e apontar as áreas onde se quer melhorar. As demandas do paciente assim
observadas, serão os pontos que o cirurgião deverá focar para obter o resultado esperado.
Figura 1: A. Paciente de 62 anos com ptose bilateral assimétrica, sendo mais intensa a direita. B. Fotografia
da mesma paciente aos 23 anos evidencia ptose mínima a direita e ausência de ptose a esquerda.
14
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
15
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS EM BLEFAROPLASTIA
A B C
Figura 3: A região frontal deve ser avaliada quanto a altura e características implantação capilar em relação
ao supercílio, em posição primária (B) e laterais direita (A) e esquerda (B),
além da presença de sulcos e rugas horizontais.
Figura 4: Paciente com paresia do ramo frontal do nervo facial a esquerda. A fronte apresenta menos rugas e
o supercílio é mais baixo a esquerda devido a ausência de contração do músculo frontal do lado afetado.
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1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Pálpebra superior: os seguintes aspectos devem ser verificados: excesso de pele, bolsas
de gordura, anomalias da prega palpebral (pregas múltiplas, altas, atenuadas, assimétricas
ou ausentes), ptose palpebral, retração (atentar para a possibilidade de orbitopatia disti-
reoidiana), depressão supratarsal e ptose de glândula lacrimal. É relativamente frequente
encontrar ptose leve associada à dermatocálaze. Nesses casos, o teste da fenilefrina 2,5% ou
10% pode ser útil para associar a conjuntivomullerectomia à blefaroplastia (Figura 5).
A B
Figura 5: A. Paciente com ptose palpebral bilateral. B. Mesma paciente 5 minutos após
receber 1 gota de fenilefrina 10% em ambos os olhos. Note a melhora da posição palpebral.
Pálpebra inferior: excesso de pele (em geral quantidade menor à superior), bolsas
de gordura, flacidez tarsoligamentar, retração e alterações de margem palpebral (ectró-
pio e entrópio).
Região malar: anotar a presença e profundidade da goteira lacrimal (Tear Trough); ede-
ma malar, festoon e ptose de terço médio (Figura 6).
17
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS EM BLEFAROPLASTIA
2.5. Fotodocumentação
A fotodocumentação é essencial não somente para o médico como para o paciente.
É utilizada no prontuário médico como registro temporal da evolução, para o planeja-
mento pré-operatório, como referência no pré-operatório, como uma ferramenta para
a auto-avaliação do cirurgião, no compartilhamento de informações com colegas, em
apresentações e publicações. É muito considerada também para propósitos de seguro
médico e questões médico-legais.
3. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
3.1. Cuidados pré-operatórios para evitar complicações durante a cirurgia
3.1.1. Suspensão de medicações
Cabe ao cirurgião incluir na sua anamnese a lista de medicamentos e hábitos ali-
mentares do paciente a fim de alertá-lo sobre quais deles devem ser usados até o dia da
cirurgia e quais devem ser suspensos ou reduzidos. Sempre que possível, a suspensão
deve ser realizada pelo profissional responsável pela sua prescrição.
18
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
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CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS EM BLEFAROPLASTIA
- Levobupivacaína 0,50 ou 0,75%: latência 15-20 minutos, duração 160-220 minutos, to-
xicidade intermediária ao SNC
- Ropivacaína 0,20 ou 0,75 ou 1%: latência 15-20 minutos, duração 140-180 minutos,
toxicidade intermediária ao SNC.
As 3 primeiras drogas estão disponíveis com ou sem vasoconstritor. A ropivacaína já
tem um efeito vasoconstritor intrínseco e, portanto, sua apresentação é sem vasocons-
tritor. A toxicidade se manifesta com inquietação, gosto metálico, vertigem, alteração da
fala, convulsões, hipotensão, hipóxia, bradicardia, parada cardiorrespiratória.
A anestesia infiltrativa é dolorosa se sedação for mais superficial pois as soluções
anestésicas disponíveis comercialmente são ácidas. A alcalinização com bicarbonato
sódico 8,4% diminui a dor e aumenta a fração ionizada da droga o que potencializa o
seu efeito e permite a sua diluição diminuindo a sua toxicidade. Essa prática é pouco
difundida em nosso meio e, portanto, a maioria dos cirurgiões oculoplásticos não utiliza
o bicarbonato com essa finalidade.
20
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
21
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS EM BLEFAROPLASTIA
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Perioperative fasting in adults and children: guidelines from European Society of Anesthe-
siology 2011.
7ª diretriz brasileira de hipertensão arterial Arq Bras Card Volume 107, Nº 3, Supl. 3, Se-
tembro 2016.
Fleisher LA, Beckman JA, Brown KA et al – 2009 ACCf/ AHA Focused Update on perioperative
beta blockade incorporated into the ACC/AHA 2007 Guidelines on Perioperative Cardiovascu-
lar evaluation and care for noncardiac surgery. Circulation, 2009: 120:169-276.
Williamson EM. Drug Interation Herbal and Prescription Medicines. Drug Safety 2003. Pro-
tocolos em Anestesia , Departamento de anestesia e reanimação de bicêtre. Editora: Ma-
nole, 11a edição, 2009 .
Casagrande C.; Pereira FJ. Plástica da Face Rejuvenescimento Facial. Rio de Janeiro : Di-
Livros, 2018, v.1. p.433.
Ivo SC , Fonseca FP, Caldeira EL. Solução anestésica alcalinizada e diluída para uso em
cirurgia ambulatorial de varizes de membros inferiores. Cir Vasc Angiol 10(1):14-18,1994
Neff LL(1), Humphrey CD, Kriet JD. Setting up a medical portrait studio
Facial Plast Surg Clin North Am. 2010 May;18(2):231-6.
22
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Ong CT, Yap JF, Wai YZ, Ng QX.A Review Of Oculoplastic Photography: A Guide For Clinician
Photographers. Cureus. 2016 Aug 11;8(8):e733.
Apfelbaum JL, Caplan RA, Barker SJ, et al. Practice Advisory for the Prevention and Manage-
ment of Operating Room Fires. An Updated Report by the American Society of Anesthesiolo-
gists Task Force on Operating Room Fires. Anesthesiology, 118, n. 2; 271-90, 2013.
23
SEÇÃO INTERATIVA
CAPÍTULO 1
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS EM BLEFAROPLASTIA
Sim 44%
Não 56%
Abstenções 0%
Sim 100%
Não 0%
Abstenções 0%
Nota: A avaliação do olho seco faz parte da avaliação oftalmológica. Identificar os casos de olho seco é im-
portante no planejamento da blefaroplastia. Pacientes com olho seco se beneficiam
de colírios lubrificantes desde o pré-operatório.
26
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Sim 45%
Não 55%
Abstenções 0%
Nota: O teste de Schirmer avalia a produção lacrimal aquosa basal e reflexa. No entanto há outros testes que
podem ser usados para avaliar a qualidade lacrimal, o que justifica o baixo
índice de concordância das respostas.
Sim 100%
Não 0%
Abstenções 0%
Nota: Para identificar a presença de ptose do supercilio, os cirurgiões concordam que o exame deve ser
realizado com o músculo frontal relaxado. O controle do relaxamento do músculo frontal é essencial durante
a medida e a documentação fotográfica das cirurgias palpebrais que afetam a posição do supercílio
(blefaroplastia, elevação do supercilio, ptose palpebral).
27
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS EM BLEFAROPLASTIA
Sim 46%
Não 54%
Abstenções 0%
Nota: O teste da fenilefrina auxilia no diagnóstico etiológico da ptose e no planejamento terapêutico. Nos
casos de ptose leve identificada durante a avaliação da blefaroplastia, o resultado do teste é especialmente
útil para cirurgiões que utilizam a técnica de conjuntivomullerectomia para correção da ptose.
Sim 85%
Não 10%
Abstenções 5%
28
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Sim 90%
Não 10%
Abstenções 0%
Sim 90%
Não 10%
Abstenções 0%
Nota: As soluções antissépticas cutâneas em geral não devem ser aplicadas em mucosas.
O contato com a superfície ocular pode causar danos importantes a córnea.
29
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS EM BLEFAROPLASTIA
Sim 69%
Não 0%
Abstenções 31%
Nota: A suplementação de oxigênio é utilizada nas anestesias com sedação endovenosa. Uma das medidas
para reduzir o risco de combustão é interromper o fluxo do oxigênio antes de
utilizar o eletrocautério durante a cirurgia.
Sim 91%
Não 0%
Abstenções 9%
Nota: Outra maneira simples de evitar combustão é expor toda a face durante a blefaroplastia,
evitando-se assim a alta concentração localizada de oxigênio.
30
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
11. Para reduzir a dor durante a infiltração do anestésico local nas pálpebras,
deve-se adicionar bicarbonato sódico 8.4% à solução anestésica.
Sim 17%
Não 56%
Abstenções 27%
Nota: A alcalinização da solução anestésica é uma das várias medidas conhecidas para reduzir a dor durante
a infiltração. Essa é uma opção pouco frequente entre os cirurgiões oculoplásticos.
31
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
CAPÍTULO 2
BLEFAROPLASTIA
SUPERIOR
33
BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
1. INTRODUÇÃO
A blefaroplastia começou desde o início do século I quando Celsius descreveu a reti-
rada do excesso de pele das pálpebras superiores.
O termo blefaroplastia foi incialmente descrito por von Graeffe em 1818 para desig-
nar reconstrução palpebral por tumores.
Hoje blefaroplastia é usada para a retirada do excesso de pele da pálpebra por moti-
vos estéticos ou patológicos.
A blefaroplastia superior é a cirurgia estética mais realizada no Brasil, depois da ci-
rurgia de mama e lipoaspiração. Como as complicações afetam os olhos, é importante
fazer esta cirurgia de modo cauteloso.
2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS
Inicia-se a cirurgia, geralmente sob anestesia local com sedação, raramente é indi-
cada a anestesia geral. Mesmo sob anestesia geral, faz parte do procedimento infiltrar o
tecido subcutâneo com anestésico associado a adrenalina.
A primeira etapa é a marcação da área de pele a ser retirada. É realizada uma marca-
ção seguindo a prega palpebral superior, geralmente em torno de 10 mm de altura ou
1 mm a menos da área desejada. O excedente de pele é marcado e, com auxilio de uma
pinça, prendemos a pele a ser retirada, quantificando assim o excesso (Figura 1A). Po-
demos ou não avançar esticando a cicatriz lateral, seguindo uma das rugas laterais num
ângulo de cerca de 15º. Esta angulação pode ser maior em mulheres para promover um
“olhar de gato”, amendoado (Figura 1B) e menor em homens para não deixar o olhar fe-
minino. A marcação não deve ser muito extensa em homens e mulheres com tendência
a má cicatrização pois a cicatriz lateral ficará evidente. A marcação superior da pele a
ser retirada deve ter as mesmas proporções em relação ao supercílio.
A B
34
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Para retirada das bolsas de gordura, podemos abrir todo o septo ou localmente
para expor as bolsas que devem ser excisadas cuidadosamente. A quantidade a ser re-
tirada não deve ser em excesso, pois pode promover o aspecto esquelético da pálpe-
bra. Não esquecer de excisar as bolsas mediais que tem uma coloração mais esbran-
quiçada (Figura 3), pois promovem uma melhor estética no canto interno palpebral.
35
BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
Hoje em dia damos preferência a fazer exérese das bolsas palpebrais através de cau-
tério monopolar com eletrodo tipo Colorado.
A sutura da pele deve ser feita cuidadosamente para minimizar ao máximo as cica-
trizes. Fios de nylon 6-0 ou 7-0, seda 6-0, ou mesmo fios absorvíveis podem ser usados.
Pontos podem ser separados ou simples ou mistos de acordo com a vontade do cirur-
gião (Figura 4).
36
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
3. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
A prevenção de trombose utilizando meias próprias e aparelhos para bombear a
panturrilha são recursos utilizados pelos cirurgiões em diversas cirurgias. Sua utilização
deve ser avaliada para cada caso.
Um curativo na pálpebra inferior com fita do tipo Steri Strip, tamanho médio, que
se estende ao canto lateral e superior deve ser mantido por 48 horas para evitar edema
excessivo com distensão dos tecidos das pálpebras inferiores (Figura 5).
Este curativo ajuda a manter o canto lateral em posição. Por fim, uma sutura de “pseu-
do Frost” pode ser feita para prevenir danos ao globo ocular, ajudando a manter a oclusão
das pálpebras no pós-operatório imediato até que o efeito do anestésico local acabe.
No pós-operatório compressas com soro gelado sobre as pálpebras com os olhos
fechados, colírios de associação de antibióticos e corticóides, lágrimas artificiais e anal-
gésicos orais são preconizados. Não há necessidade de terapia com antibióticos sistê-
micos no pós-operatório, exceto quando a cirurgia tiver alguma intercorrência e em
pacientes imunodeprimidos. A antibioticoterapia preventiva endovenosa deve ser feita
quando o paciente adentra a sala de cirurgia.
As complicações para esta cirurgia são diversas: hematomas, lagoftalmo, ptose pal-
pebral, deiscência de sutura, cicatriz inestética, epicanto, olho seco, reações alérgicas,
locais e sistêmicas, síndrome de Stevens-Johnson, paresias e paralisias oculares, he-
morragia retrobulbar e cegueira.
37
BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Stewart, WB. Surgery of the eyelid, orbit and lacrimal system, volume 2, American Aca-
demy of Ophthalmology, San Francisco, CA, 1994.
Lima CGMG, Siqueira BG, Cardoso IH, Sant’Anna AEBPP, Osaki MH. Avaliação do olho seco
no pré e pós-operatório da blefaroplastia. Arq Bras Oftalmol. 2006; 69(3):377-82.
Limongi R, Matayoshi S, Akaishi P, Pimentel AR. Estética periocular. Rio de Janeiro: Cultura
Médica, c2018.
ASPS. Plastic Surgery statistics Reports. American Society of Plastic Surgeons; 2017; Avai-
lable from: https://www.plasticsurgery.org/documents/News/Statistics/2017/cosmetic-
-procedures-women-2017.pdf.
38
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
SEÇÃO INTERATIVA
CAPÍTULO 2
39
BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
Sim 95%
Não 5%
Abstenções 0%
Nota: Um dos cuidados com a marcação da blefaroplastia superior é realiza-la antes da infiltração anesté-
sica, quando não se adiciona hialuronidase a solução. Essa medida evita que a marcação seja afetada pela
distorção tecidual produzida pelo volume do anestésico.
Sim 100%
Não 0%
Abstenções 0%
Nota: O músculo orbicular pretarsal é importante no funcionamento da bomba lacrimal e sua remoção
causa prejuízos funcionais e estéticos.
40
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
3. A remoção tecidual deve ocorrer por planos (pele e músculo orbicular pré-septal).
Sim 52%
Não 48%
Abstenções 0%
Nota: A remoção da pele e do músculo orbicular pré-septal pode ser feita por planos
ou em bloco, de acordo com a preferência do cirurgião.
Sim 100%
Não 0%
Abstenções 0%
Nota: Além da dermatocalaze, a perda de volume é um dos sinais de envelhecimento da pálpebra superior. A
blefaroplastia, nesses casos, deve ser conservadora, com remoção do excesso cutâneo, porém sem remoção
do músculo orbicular para não acentuar o déficit volumétrico.
41
BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
Sim 5%
Não 95%
Abstenções 0%
Nota: Embora o bloqueio nasociliar promova analgesia das bolsas adiposas, outros métodos podem ser
utilizados para promover a remoção das bolsas sem dor. A infiltração anestésica direta das bolsas, principal-
mente se associada a sedação do paciente é suficiente na maioria dos casos.
Sim 80%
Não 20%
Abstenções 0%
Nota: A incisão fria (com bisturi) produz bordas mais regulares, diferente da incisão com
eletrocautério ou com laser, que causam evaporação tecidual.
42
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
7. A sutura cutânea contínua com fio inabsorvível 6-0 está associada a menor taxa
de complicações (deiscência, granuloma).
Sim 92%
Não 8%
Abstenções 0%
Nota: A maioria dos cirurgiões que realiza a sutura continua na blefaroplastia concorda que
há menor taxa de deiscência e granuloma com esse tipo de sutura.
43
BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
44
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
CAPÍTULO 3
PROCEDIMENTOS
CIRÚRGICOS
COMPLEMENTARES À
BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
45
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
1. INTRODUÇÃO
Em 1913, a American Encyclopedia and Dictionary of Ophthalmology definiu blefa-
roplastia como a modificação, substituição, ajuste ou transplante de qualquer tecido
palpebral. Atualmente, essa definição mudou e o termo blefaroplastia refere-se à re-
moção de redundância da lamela anterior com ou sem excisão de gordura orbitária.
Embora haja indicações funcionais para a realização da blefaroplastia, na maioria dos
casos a cirurgia é realizada por motivos estéticos.
Com a evolução da cirurgia oculoplástica, diversos procedimentos complementares
foram acrescidos à técnica básica da blefaroplastia.
2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS
PROCEDIMENTOS COMPLEMENTARES EMPREGADOS NA BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
2.1. Correção do prolapso da glândula lacrimal
A glândula lacrimal está situada no ângulo súpero-externo da órbita. Ela é uma estru-
tura única formada por dois lobos unidos por um estreito istmo tecidual situado lateral-
mente ao corno lateral da aponeurose do músculo levantador da pálpebra superior. O
lobo orbitário se encontra entre acima da aponeurose e o palpebral entre a aponeurose
e a conjuntiva palpebral. Clinicamente, o prolapso do lobo orbital é visto, em muitos
pacientes como uma protrusão nodular na porção lateral da pálpebra. Muitos pacientes
que desejam blefaroplastia mencionam essa protuberância como algo inestético a ser
corrigido durante a cirurgia (Figura1A-D).
A B
C D
Figura1: A. Prolapso importante do lobo orbitário da glândula lacrimal em paciente com Orbitopatia de Gra-
ves. B-D Reposicionamento da glândula ao rebordo orbital interno com sutura absorvível 5-0.
46
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
47
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
A B
Figura 3: A. Sutura de Brassiere. O músculo orbicular pré-septal é fixado ao rebordo orbital.
B. Aspecto após enodamento das suturas.
48
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Friedhofer H, Orel M, Saito FL, Alves HR, Ferreira MC. Lacrimal gland prolapse: manage-
ment during aesthetic blepharoplasty. Review of the literature and case reports. Aesthe-
tic Plast Surg. 2009;33(4):647-53.
May Jr JW, Fearon J, Zingarelli P. Retro-orbicularis oculus fat (ROOF) resection in aesthe-
tic blepharoplasty: a 6 year study in 63 patients. Plast Reconstr Surg. 1990;86(4):682-9.
Milind N Naik, Santosh G Honavar, Sima Das, Savari Desai & Niteen Dhepe. Blepharo-
plasty: an Overview, Journal Cutan Surg. 2009 jan-jun: 2(1): 06-11. Doi: 10.4103/0974-
2077.53092
Wood CA (ed): The American Encyclopedia of Ophthalmology. Chicago, Cleveland Press, 1913.
Zarem HA, Reznick JL, Carr RM, et al. Browpexy: lateral orbicularis muscle fixation as an
adjunct to upper blepharoplasty. Plast Reconstr Surg. 1997; 100 (5): 1258-61.
49
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
SEÇÃO INTERATIVA
CAPÍTULO 3
51
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
Sim 70%
Não 10%
Abstenções 20%
Sim 85%
Não 10%
Abstenções 5%
52
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Sim 60%
Não 15%
Abstenções 25%
Nota: Quanto à sutura de Brassiere, parcela significativa dos especialistas (40%) não
tem convicção firmada sobre o efeito do procedimento na posição do supercílio.
Sim 96%
Não 0%
Abstenções 4%
53
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À BLEFAROPLASTIA SUPERIOR
Sim 0%
Não 80%
Abstenções 20%
Sim 93%
Não 0%
Abstenções 7%
54
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
CAPÍTULO 4
BLEFAROPLASTIA
INFERIOR
55
BLEFAROPLASTIA INFERIOR
1. INTRODUÇÃO
A pálpebra inferior é uma estrutura complexa da região orbitária que possui a função
de, juntamente com a pálpebra superior, proteger o globo ocular de agentes externos,
além de auxiliar na lubrificação do olho feita pela lágrima. Além disso, é muito importante
na estética facial, visto que seu envelhecimento contribui sobremaneira em criar na face
uma “aparência cansada”, seja pelo excesso de pele ou pela herniação das bolsas de gor-
dura orbitárias. A blefaroplastia inferior visa tratar uma séria de alterações que ocorrem
nessa região, dentre elas: blefarocalaze, dermatocalaze, herniação das bolsas de gordura
orbitárias, rítides palpebrais, ectrópio, lagoftalmo, dentre outras (Figura 1).
E algumas das alterações da pálpebra inferior também podem ser causadas por
essa cirurgia – principalmente se a técnica cirúrgica for inadequada, tais como ectrópio
(eversão da pálpebra com afastamento da mesma do globo ocular), lagoftalmo (fecha-
mento incompleto das pálpebras) e esclera aparente (esclera situada entre o limite infe-
rior da íris e a margem ciliar exageradamente visível). A blefaroplastia inferior pode ser
realizada por meio de dois acessos: o transcutâneo e o transconjuntival. A escolha da
técnica cirúrgica depende da experiência do cirurgião e do paciente a ser submetido à
blefaroplastia inferior. Como existe a possibilidade de apresentar o ectrópio como com-
plicação da técnica transcutânea, hoje existe uma certa preferência de alguns cirurgiões
pela a técnica transconjuntival (Figura 2). A quantidade de pele e gordura a ser retirados
depende de cada caso, sempre devendo ser feito com certa economia. Deve–se ser lem-
brado que na pálpebra inferior existem três compartimentos adiposos, o medial, central
56
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
e lateral (Figura 3). Ainda pelo acesso transconjuntival, temos a opção de simplesmente
retirar os bolsões de gordura ou transferí-los para a região do arco marginal no rebordo
inferior, que corresponde à área de depressão conhecida como goteira lacrimal ou “tear
trough”, melhorando o sulco nasojugal (região das olheiras”).
2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS
Na avaliação pré-operatória, a pálpebra inferior é avaliada quanto à existência de ex-
cesso de pele, herniação de gordura orbital, retração, concavidade inferior e frouxidão.
57
BLEFAROPLASTIA INFERIOR
A B
Figura 4: Snap back test. A. Paciente em repouso. B. Distensão das pálpebras inferiores sob tração.
C. Frouxidão palpebral moderada evidenciada pelo teste. A pálpebra não retorna espontaneamente
a posição de repouso após a interrupção da tração.
58
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
A B C
Figura 6. A. Marcação inicial da incisão na blefaroplastia inferior. B. O excesso cutâneo é marcado com auxilio
de pinça, enquanto o paciente olha para cima. C. Aspecto final da marcação com delimitação
da área de pele a ser removida.
59
BLEFAROPLASTIA INFERIOR
60
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bem Simons, GJ, McCann, JD. Cosmetic eyelid and facial surgery. Surv Ophtalmol. 2008
Sep-Oct; 53(5):426-42
DeMeere M, Wood Ot, Austin W. Eye Complications with blepharoplasty and other facial
surgery. Plast Reconstr Surg. 1974 Jun; 53(6): 634-7
Mélega, JS, editor. Cirurgia Plástica: Fundamentos e Arte. (Cirurgia Estética). Rio de Ja-
neiro: Guanabara Koogan, 2003. 105-129, 167-78
Thorne, CH, editor. Grabb and Smith’s Plastic Surgery. 6a ed. Philadelphia: Lippincott
Williams & Wilkins, 2007. 486-97.
Trussler AP, Rohrich RJ. Blepharoplasty. Plast Reconstr Surg. 2008 Jan; 121 (1 Suppl):1-19.
McCORD, Clinton; CODNER, Mark. 1st Edition. St.Louis, Missouri: Quality Medical Pu-
blishing, 2008.
DUTTON, Jonathan. Oculoplastic and Orbital Surgery. 1st Edition. Philadelphia: Lippin-
cott Willians e Wilkins, 2001.
61
SEÇÃO INTERATIVA
CAPÍTULO 4
BLEFAROPLASTIA INFERIOR
Sim 20%
Não 60%
Abstenções 20%
Sim 16%
Não 74%
Abstenções 10%
Nota: A concordância negativa indica que a maioria dos cirurgiões utiliza a blefaroplastia transconjuntival
com o objetivo de remover das bolsas de gordura, embora a transposição possa ser
realizada por essa via em casos selecionados.
64
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Sim 24%
Não 76%
Abstenções 0%
Nota: Quando se realiza a dissecção subcutânea na blefaroplastia inferior, é comum remover somente a pele
excedente, preservando o músculo orbicular que pode ser tracionado e fixado ao rebordo lateral. Quando a
dissecção é miocutânea, parte do músculo orbicular é removido com a pele excedente.
Sim 65%
Não 0%
Abstenções 35%
Nota: O vetor orbital é determinado pela relação entre a superfície ocular e a eminência malar. Considera-se
vetor negativo quando o plano da córnea está anteriorizado em relação a projeção malar, seja por hipoplasia
da eminência malar ou por exoftalmia. A blefaroplastia inferior nesses casos requer atenção especial.
65
BLEFAROPLASTIA INFERIOR
Sim 70%
Não 0%
Abstenções 30%
Nota: A técnica transconjuntival permite acessar as bolsas retroseptais sem danos a lamela anterior (pele e
músculo orbicular), o que diminui a chance de produzir tecido
cicatricial responsável pela retração palpebral.
66
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
CAPÍTULO 5
PROCEDIMENTOS
CIRÚRGICOS
COMPLEMENTARES À
BLEFAROPLASTIA INFERIOR
Eliana Forno
Davi Araf
George Carneiro
Ana Paula Ximenes Alves
67
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À BLEFAROPLASTIA INFERIOR
1. INTRODUÇÃO
A blefaroplastia inferior é indicada quando se deseja melhorar o aspecto estético das
pálpebras inferiores. A depender de cada caso, pode-se remover os tecidos que estejam
em excesso como pele, bolsas de gordura e, em alguns casos, parte do músculo orbicu-
lar, caso este esteja hipertrófico.
Nas últimas duas décadas o conceito de apenas remoção tecidual vem se transfor-
mando e atualmente procura-se não apenas remover, mas também reposicionar e re-
forçar as estruturas palpebrais.
2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS
Há vários aspectos fundamentais a serem observados quando se indica uma blefa-
roplastia inferior. O entendimento e decisão do que será realizado deve ser explicado
claramente ao paciente, apontando as alterações verificadas durante o exame clínico,
mostrando assimetrias, caso sejam observadas e dizendo o que pode ser corrigido e até
o que não é possível melhorar com a cirurgia. Esta conduta ajuda a prevenir insatisfa-
ções e frustrações no pós- operatório.
Para a melhor indicação de um procedimento cirúrgico complementar a blefaroplastia
inferior, devemos avaliar os seguintes fatores:
Frouxidão palpebral inferior: como descrito no capítulo anterior, a adequada análi-
se da presença de flacidez ligamentar horizontal pode sugerir um procedimento cirúrgi-
co associado com intuito de evitar resultados inadequados como o ectrópio pós-opera-
tório. Os testes que devem ser feitos rotineiramente para verificar a função do orbicular
e tensão horizontal das pálpebras inferiores são o snap back test e distraction test.
Bolsas palpebrais inferiores: a quantidade e localização das bolsas são importantes
na programação cirúrgica para ressecar ou não, e realizar transposição nos casos em
que se deseja preencher sulcos profundos, como o sulco nasojugal (“tear trough”) e a
rima orbital inferior (Figura1).
Terço médio da face: quando o paciente apresenta queda do terço médio da face,
pode-se associar a sua elevação por técnicas de “midface lifting”, principalmente “SOO-
F-SMAS lift” pré-periosteal.
Qualidade da pele: em pacientes que possuem dermatocalaze leve e rugas, com fo-
totipo de Fitzpatrick até 3, procedimentos podem ser associados para melhorar a qua-
lidade da pele sem ressecá-la como: “peeling” químico, laser de CO2 e radiofreqüência
(fracionada e pulsada).
68
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Figura 1: Paciente com projeção das bolsas inferiores e sulcos nasojugal e orbitomalar evidentes
A B
Figura 2: Cirurgia de pexia do retináculo lateral tracionando-o com um ponto em “U e fixando o ponto junto
ao rebordo súpero lateral da rima orbital.
69
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À BLEFAROPLASTIA INFERIOR
Em alguns casos também pode ser feita a fixação do músculo orbicular junto ao peri-
ósteo lateralmente.
- Casos com flacidez horizontal acentuada:
Nestes casos uma simples cantopexia não é suficiente para manter o posicionamento
adequado da pálpebra inferior, podendo acarretar o ectrópio pós-cirúrgico. Impõe-se a
necessidade de um encurtamento palpebral que pode ser realizado pela técnica da tira
tarsal ou “tarsal strip” ou mesmo pela técnica de “Bick” original. Ambas as técnicas encur-
tam a pálpebra inferior proporcionando bom posicionamento do canto externo quando
realizadas com cuidado (Figura 3).
Figura 3: Técnica da tira tarsal para encurtamento da pálpebra inferior nos casos de frouxidão acentuada.
70
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
pontos em “U” junto ao periósteo da face anterior da maxila preenchendo toda a depres-
são na projeção do sulco nasojugal. Pode-se utilizar fio absorvível 5-0 ou 6-0 de poliglac-
tina (Vicryl).
Não há necessidade de suturar a conjuntiva.
Elevação do terço médio da face: Há várias técnicas para o “midface lifting, mas o
conceito atual privilegia técnicas mais conservadoras que elevam em vetores verticais e
superolaterais, por via cutânea subciliar (Figura 4) ou transconjuntival. O objetivo é criar
um retalho de SMAS/orbicular e/ou SOOF por dissecção subcutânea do músculo orbicular
e extensão inferior no plano pré-periostal até o rebordo orbital inferior, lateralmente ao
ligamento retentor orbital após sua liberação. O retalho é encurtado se necessário e avan-
çado superolateralmente e suturado com fios inabsorvíveis (como o polipropileno 5-0) na
fáscia temporal ou periósteo do rebordo lateral.
Tratamento da pele: nos casos de dermatocalaze leve e/ou presença de rugas palpe-
brais inferiores, pode-se evitar a retirada de pele e realizar o tratamento dessa região pro-
porcionando rejuvenescimento cutâneo.
Os métodos mais utilizados associados à blefaroplastia inferior são o laser de CO2 e a
radiofrequência fracionada, mas o peeling químico também pode ser usado. A associação
cirúrgica mais frequente é a blefaroplastia inferior transconjuntival com ressecção e/ou
reposicionamento das bolsas e aplicação do método desejado para melhorar a qualidade
da pele no intra-operatório.
71
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À BLEFAROPLASTIA INFERIOR
A B
Figura 6: A. Paciente com bolsas palpebrais proeminentes com mínima dermatocalaze e presença de rugas.
B. Após a remoção das bolsas pelo acesso transconjuntival, a pele foi tratada com radiofrequência
pulsada com multiagulhas em aplicação única.
72
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alster TS, Lupton JR. Nonablative cutaneous remodeling using radiofrequency devices.
Clin Dermatol. 2007;25(5):487-91.
Anderson RL, Gordy DD. The Tarsal strip procedure. Arch Ophthalmol. 1979;97(11):2192-6.
Araf D, Silva ALB. Radiofrequência. In: Limongi R, Matayoshi S, Akaishi P, Pimentel AR.
Estética periocular. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 2018. P 168-176.
Georgescu D. Surgical preferences for lateral canthoplasty and canthopexy. Currin Opin
Ophthalmol. 2014;25(5):449-54
Jelks GW, Jelks EB. Repair of lower lid deformities. Clin Plast Surg. 1993;20:417.
Lima EA. Pulsed radiofrequency with multineedles: a therapeutic proposal for wrinkles,
sagging, and periorbital pigmentation. Surg Cosmet Dermatol. 2015;7(3):223-6.
Pimentel AR, Forno EA, Gonçalves ACP. Blefaroplastia inferior. In: Limongi R, Matayoshi S,
Akaishi P, Pimentel AR. Estética periocular. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 2018. P 85-96.
Silva ALB, Araf D. Lasers. In: Limongi R, Matayoshi S, Akaishi P, Pimentel AR. Estética pe-
riocular. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 2018. p. 145-155.
Tao JP, Limongi RM. Short-Incision Midface-Lift In Lower Blepharoplasty. JAMA Facial
Plast Surg 2016;18(4):313-4.
73
SEÇÃO INTERATIVA
CAPÍTULO 5
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À BLEFAROPLASTIA INFERIOR
Sim 95%
Não 0%
Abstenções 5%
Sim 85%
Não 15%
Abstenções 0%
Nota: A maioria dos cirurgiões prefere realizar cantoplastia nos casos de frouxidão importante da pálpebra
inferior durante a blefaroplastia. A conduta alternativa é realizar cantopexia associada a outras técnicas de
sustentação da região malar, como a elevação do SOOF (suborbicularis oculi fat).
76
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Sim 40%
Não 50%
Abstenções 10%
Nota: Observa-se que não há concordância em relação a técnica preferida para transposição das bolsas em
blefaroplastia inferior, que pode ser realizada no plano sub ou pré-periosteal.
Sim 100%
Não 0%
Abstenções 0%
77
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS COMPLEMENTARES À BLEFAROPLASTIA INFERIOR
Sim 11%
Não 18%
Abstenções 72%
Nota: O alto índice de abstenções nessa questão indica que os cirurgiões não utilizam com frequência os
tratamentos ablativos cutâneos como radiofrequência ou laser de CO2 para correção da dermatocalaze.
78
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
CAPÍTULO 6
BLEFAROPLASTIA EM
SITUAÇÕES ESPECIAIS:
ORIENTAIS, XANTELASMA E
ORBITOPATIA DE GRAVES
Midori H. Osaki
Ricardo Morschbacher
Tammy H. Osaki
Maria Antonieta Ginguerra
79
BLEFAROPLASTIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS: ORIENTAIS, XANTELASMA E ORBITOPATIA DE GRAVES
1. INTRODUÇÃO
A blefaroplastia é um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados no mundo. Para
que se obtenha os melhores resultados, o cirurgião deve realizar uma avaliação pré-ope-
ratória e planejamento cirúrgico cuidadosos, além de atentar a algumas situações espe-
ciais, como no caso de pacientes de origem asiática, e naqueles que apresentam xantelas-
ma palpebral e orbitopatia de Graves.
Este capítulo visa fornecer aos cirurgiões oculoplásticos um guia prático referente à
blefaroplastia nessas situações especiais, baseado na experiência de membros da SBCPO.
2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS
2.1. Blefaroplastia em orientais
Devido às diferenças anatômicas entre a pálpebra asiática e a não-asiática, a blefaro-
plastia em orientais apresenta algumas particularidades.
É importante notar que Asiáticos que se submetem a uma blefaroplastia desejam
manter suas características étnicas e, por isso, o conhecimento dessas diferenças é fun-
damental para que se atinjam resultados satisfatórios.
Uma das principais diferenças está relacionada à prega palpebral, ausente em cerca
de 40 a 60% dos asiáticos, dependendo da etnia (Figura1).
Quando presente, esta apresenta-se em posição mais baixa. Por este motivo, a marca-
ção da incisão inferior da blefaroplastia superior em asiáticos é realizada em posição mais
baixa, quando comparada com caucasianos. Nos indivíduos que não apresentam a prega
palpebral, esta pode ser confeccionada durante a blefaroplastia superior ou isoladamen-
te, por meio de várias técnicas. O cirurgião deve discutir com o paciente sobre as carac-
80
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Além disso, os orientais apresentam pálpebras com maior quantidade de gordura, lo-
calizadas em diversos planos (subcutâneo, sub-orbicular e epitarsal), além das bolsas de
gordura pré-aponeuróticas.
Na blefaroplastia em orientais, em geral, marca-se a prega palpebral de 4-6 mm em ho-
mens e de 6-8 mm em mulheres, a partir da linha ciliar (Figura 3). Deve-se evitar estender
a marcação lateral acima de 5 a 8 mm da rima lateral, pois orientais tendem a apresentar
cicatrização mais evidente nessa região, devido à maior espessura cutânea. Caso o ex-
cesso de pele lateral seja abundante, considerar associar a remoção cutânea abaixo do
supercílio durante a blefaroplastia (Figura 4).
81
BLEFAROPLASTIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS: ORIENTAIS, XANTELASMA E ORBITOPATIA DE GRAVES
Figura 3: Marcação da blefaroplastia superior com confecção de prega palpebral em paciente oriental jovem.
É importante lembrar que a dieta dos orientais costuma ser rica em alimentos e er-
vas que podem alterar a coagulação, como gingko biloba, gengibre, alho, ginseng e chá
verde. Assim, é recomendável orientar os pacientes que reduzam o consumo destes 2 se-
manas antes do procedimento cirúrgico. Além disso, os Asiáticos costumam apresentar
edema pós-cirúrgico mais prolongado, quando comparados com caucasianos, e devem
ser orientados quanto a isso.
82
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
tade dos casos está relacionado com hiperlipedemias e, por este motivo, recomenda-se
que pacientes com xantelasma palpebral realizem perfil lipídico sérico. Caso constatada
hiperlipidemia, esta deve ser tratada clinicamente antes do tratamento local.
83
BLEFAROPLASTIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS: ORIENTAIS, XANTELASMA E ORBITOPATIA DE GRAVES
Figura 6: Orbitopatia de Graves. Note o aumento volumétrico na região do supercílio devido ao aumento do
ROOF (retro-orbicularis oculi fat), além da retração palpebral superior e inferior características da doença.
84
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mimura M, Osaki MH, Osaki TH. Blefaroplastia em Asiáticos. In: Osaki & Kikkawa, eds.
Rejuvenescimento Palpebral e Periorbital. Elsevier: Sao Paulo, 2019.
Saonanon P. Update on Asian eyelid anatomy and clinical relevance. Curr Opin Ophthal-
mol 2014;25:436-42.
Watanabe A, Yoshimura A, Wakasugi T, et al. Serum lipids, lipoprotein lipids and coronary
heart disease in patients with xanthelasma palpebrarum. Atherosclerosis. 1981;38(3-
4):283-90.
Osaki MH, Castela G, Lopes N. Xantelasma palpebral. In: Osaki & Kikkawa, eds. Rejuve-
nescimento Palpebral e Periorbital. Elsevier: Sao Paulo, 2019.
Osaki TH, Osaki MH. Management of diffuse xanthelasma palpebrarum using trichlo-
roacetic acid application to reduce lesions followed by surgical excision. Aesthet Surg J
2019; 39(1): NP6-NP8.
Shorr N, Seiff S. The Four Stages of Surgical Rehabilitation of the Patient with Dysthyroid
Ophthalmopathy. Ophthalmology 1986; 93:476-483.
Ekstein A., Schittkowski M., Esser, J. Surgical treatment of Graves’ ophthalmopathy. Best
Practice Res Clin Endocrinol Metabol 2012; 26: 339–358.
85
BLEFAROPLASTIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS: ORIENTAIS, XANTELASMA E ORBITOPATIA DE GRAVES
Konstantinos I. et al. Eyebrow Fat and Soft Tissue Expansion in Patients With Thyroid-As-
sociated Orbitopathy. Arch Ophthalmol 2012; 130 (3): 319-28.
86
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
SEÇÃO INTERATIVA
CAPÍTULO 6
87
BLEFAROPLASTIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS: ORIENTAIS, XANTELASMA E ORBITOPATIA DE GRAVES
Sim 100%
Não 0%
Abstenções 0%
Nota: O sulco palpebral em homens e mulheres orientais, quando presente, é naturalmente baixo. Dessa
forma, a incisão da blefaroplastia nesses pacientes deve ser mais baixa para preservar
as características naturais da pálpebra oriental.
Sim 60%
Não 30%
Abstenções 10%
Nota: A pálpebra oriental apresenta, entre outras características, a presença de gordura epitarsal. Embora
não seja necessária para confecção do sulco, a remoção parcial dessa gordura associada a sutura de confec-
ção do sulco, promove adesões permanentes e estáveis.
88
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Sim 95%
Não 0%
Abstenções 5%
Nota: A oftalmopatia de Graves cursa com anomalia do mecanismo do piscar e disfunção lacrimal.
A blefaroplastia, nesses casos, deve ser bastante conservadora para prevenir danos a superfície ocular.
Sim 20%
Não 20%
Abstenções 60%
Nota: Essa é uma questão controversa, uma vez que até pequenas remoções do músculo orbicular
pré-septal podem afetar o mecanismo do piscar nesses pacientes.
89
BLEFAROPLASTIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS: ORIENTAIS, XANTELASMA E ORBITOPATIA DE GRAVES
Sim 40%
Não 25%
Abstenções 35%
Sim 59%
Não 0%
Abstenções 41%
Nota: O déficit tecidual gerado pela remoção do xantelasma pode necessitar de enxerto cutâneo. A pele
removida durante a blefaroplastia pode ser utilizada para essa finalidade.
90
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
7. O xantelasma pode ser tratado com eficácia por meio de acido tricloroacético
(ATA), laser de CO2 ou radiofrequência fracionada, antes da blefaroplastia.
Sim 35%
Não 22%
Abstenções 43%
Nota: O tratamento não cirúrgico do xantelasma é uma alternativa terapêutica que pode ser
oferecida ao paciente, em casos selecionados.
91
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
CAPÍTULO 7
CUIDADOS
PÓS-OPERATÓRIOS
André Borba
Célia Simões Cardoso de Oliveira Sathler
Vitor Marques de Alencar
Adriano Baccega
93
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, com o crescente aumento da expectativa de vida, a população tem se
mantido profissionalmente ativa até uma idade mais avançada. Assim, estar fisicamente
bem, mantendo a jovialidade, está associado a uma melhor imagem de produtividade e
inserção profissional. Esse fato tem levado a uma procura crescente por cirurgias plásti-
cas, incluindo a blefaroplastia, além de procedimentos minimamente invasivos, princi-
palmente em indivíduos após os 45 anos.
Diversos trabalhos publicados demonstram o aumento da auto-estima após a reali-
zação da blefaroplastia. Porém, a realização de uma cirurgia plástica está, quase sempre,
associada a um variável grau de ansiedade por parte do paciente ou de seus familiares.
Uma das formas de minimizá-lo é informar minuciosamente sobre a evolução do período
pós-operatório. O paciente e a família devem seguir corretamente a prescrição médica. O
presente capítulo tem o objetivo de fornecer recomendações dos cirurgiões oculoplásti-
cos aos casos operados de blefaroplastia.
2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS
Algumas orientações gerais são de grande importância após a cirurgia e devem ser
observadas para melhorar a recuperação e resultado cirúrgico.
2.1. Manter a cabeceira da cama elevada num ângulo de 30º por pelo menos 3 dias
pode acelerar a diminuição do edema na área operada;
2.2. Curativos compressivos devem ser evitados após a blefaroplastia. Eles podem
ocultar hemorragias importantes.
2.3. Bolsas de gelo ou compressas geladas com água mineral ou soro fisiológico de-
vem ser prescritas para minimizarem o edema e prevenir equimoses no pós-operatórios
e devem ser utilizadas nas primeiras 48 horas, pelo menos 5 vezes/dia por 30 minutos.
2.4. Colírios lubrificantes devem ser utilizados várias vezes ao dia, de acordo com os
sintomas irritativos dos pacientes.
2.5. A antibioticoterapia profilática endovenosa durante a indução anestésica está
indicada nas blefaroplastias com procedimentos associados. Entende-se portanto, que
a antibioticoterapia oral é desnecessária nos casos de blefaroplastia superior e inferior
na ausência de procedimentos associados, como: laser de CO2, lipoenxertias, suspen-
são de supercílio e peelings químicos faciais.
2.6. O tratamento local com pomadas oftálmicas sem corticóide melhoram a cicatriz
da blefaroplastia quando utilizadas na primeira semana da cirurgia.
Recomenda-se que as suturas inabsorvíveis sejam removidas de 5 a 7 dias após a cirurgia.
94
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
2.7. Os esforços físicos devem ser evitados por pelo menos por 30 dias após a cirur-
gia. Recomenda-se a não exposição ao sol por pelo menos 60 a 90 dias. Quando inicia-
rem pequenas exposições ao sol, usar protetor solar com FPS igual ou superior a 30,
óculos escuros, chapéus ou boné.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Friedland, Jack A. M.D.; Lalonde, Don H. M.D.; Rohrich, Rod J. M.D. An Evidence-Based
Approach to Blepharoplasty.Plastic and Reconstructive Surgery. V. 126, Issue 6, p 2222-
2229, Dec 2010
Pacella, Salvatore J.; Codner, Mark A. Minor Complications after Blepharoplasty: Dry
Eyes, Chemosis, Granulomas, Ptosis, and Scleral Show.Plastic and Reconstructive Sur-
gery. 125(2):709-718, February 2010.
95
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS
VIANA, Giovanni André Pires; OSAKI, Midori Hentona; NISHI, Mauro. Blefaroplastia in-
ferior: poderia a cirurgia proporcionar satisfação aos pacientes?. Arq. Bras. Oftalmol.,
São Paulo , v. 75, n. 6, p. 402-406, Dec. 2012 .
96
SEÇÃO INTERATIVA
CAPÍTULO 7
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS
Sim 90%
Não 0%
Abstenções 10%
Nota: Os curativos compressivos devem ser evitados porque em caso de sangramento importante após a
blefaroplastia, há risco de hematoma orbital e perda visual.
Sim 85%
Não 7%
Abstenções 8%
Nota: A maioria dos cirurgiões não prescreve antibióticos de rotina após a blefaroplastia
tradicional sem intercorrências e sem procedimentos associados.
98
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Sim 90%
Não 10%
Abstenções 0%
Nota: Nas cirurgias de blefaroplastia com procedimentos associados (elevação do supercílio, miectomia
do corrugador, elevação do SOOF, lipoenxertia, laser CO2, peelings químicos, etc.) a maioria dos cirurgiões
indica antibioticoterapia profilática endovenosa durante a indução anestésica.
Sim 100%
Não 0%
Abstenções 0%
Nota: A utilização de compressas gelada é utilizada por todos os cirurgiões, devido ao seu efeito benéfico,
podendo ser iniciada durante a cirurgia com soro fisiológico estéril gelado.
99
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS
Sim 60%
Não 30%
Abstenções 10%
Nota: Alguns cirurgiões utilizam pomadas oftalmológicas na incisão da blefaroplastia com o objetivo de
aumentar a umectação da pele e melhorar a cicatrização. Devemos lembrar que a higienização da ferida
cirúrgica é fundamental para uma cicatrização adequada.
Sim 100%
Não 0%
Abstenções 0%
Nota: As suturas não devem ser removidas antes do 5º dia devido ao risco de deiscência e não devem ser
mantidas após o 7º dia pelo risco de induzirem a formação de granulomas na incisão.
100
1º MANUAL DE CONDUTAS - BLEFAROPLASTIA
Sim 90%
Não 10%
Abstenções 0%
Nota: Os colírios lubrificantes são benéficos no pós-operatório da blefaroplastia, para prevenir sintomas de
olho seco após a cirurgia, principalmente em pacientes portadores de blefarite crônica. A blefarite deve ser
controlada antes da cirurgia em todos os casos para reduzir o desconforto ocular. Produtos para higiene da
margem palpebral como Blephagel® devem ser mantidos no pós-operatório da blefaroplastia.
101
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Referências Bibliográficas: 1) Rolando M et al. The correct diagnosis and therapeutic management of tear dysfunction: recommendations of the P.IC.A.S.S.O. board. Int Ophthalmol (2017). doi:10.1007/s10792-017-
0524-4. 2) Ang BCH et al. Sodium Hyaluronate in the Treatment of Dry Eye Syndrome: A Systematic Review and Meta Analysis. Sci Rep 2017;7:9013. 3) Schmidl D et al. Tear film thickness after treatment with artificial tears
in patients with moderate dry eye disease. Cornea 2015;34(4):421-6. 4) Park Y et al. A randomized multicenter study comparing 0.1%, 0.15% and 0.3% sodium hyaluronate with 0.05% cyclosporine in the treatment of dry
eye. J Ocular Pharmacol Therap 2017;33(2):66-72. 5) Sanchez MA et al. Comparative analysis of carmellose 0.5% versus hyaluronate 0.15% in dry eye: a Flow cytometric study. Cornea 2010;29(2):167-71. 6) Guillaumie
F et al. Comparative studies of various hyaluronic acids produced by microbial fermentation for potential topical ophthalmic applications. J Biomed Materials Res 2010 doi:10.1002/jbm.a.32481. 7) Bula do produto.
HYABAK®. Solução sem conservantes para hidratação e lubrificação dos olhos e lentes de contato. Frasco ABAK®. QUANDO SE DEVE UTILIZAR ESTE DISPOSITIVO: HYABAK® contém uma solução destinada
a ser administrada nos olhos ou nas lentes de contato. Foi concebido: • Para humedecimento e lubrificação dos olhos, em caso de sensações de secura ou de fadiga ocular induzidas por fatores exteriores, tais como, o
vento, o fumo, a poluição, as poeiras, o calor seco, o ar condicionado, uma viagem de avião ou o trabalho prolongado à frente de uma tela de computador. • Nos utilizadores de lentes de contato, permite a lubrificação e
a hidratação da lente, com vista a facilitar a colocação e a retirada, e proporcionando um conforto imediato na utilização ao longo de todo o dia. Graças ao dispositivo ABAK®, HYABAK® permite fornecer gotas de solução
sem conservantes. Pode, assim, ser utilizado com qualquer tipo de lente de contato. A ausência de conservantes permite igualmente respeitar os tecidos oculares. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS
DE UTILIZAÇÃO: • Evitar tocar nos olhos com a ponta do frasco. • Não injetar, não engolir. Não utilize o produto caso o invólucro de inviolabilidade esteja danificado. MANTER FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
INTERAÇÕES: É conveniente aguardar 10 minutos entre a administração de dois produtos oculares. COMO UTILIZAR ESTE DISPOSITIVO: POSOLOGIA: 1 gota em cada olho durante o dia, sempre que
necessário. Nos utilizadores de lentes: uma gota em cada lente ao colocar e retirar as lentes e também sempre que necessário ao longo do dia. MODO E VIA DE ADMINISTRAÇÃO: INSTILAÇÃO OCULAR. STERILE
A - Para uma utilização correta do produto é necessário ter em conta determinadas precauções: • Lavar cuidadosamente as mãos antes de proceder à aplicação. • Evitar o contato da extremidade do frasco com os
olhos ou as pálpebras. Instilar 1 gota de produto no canto do saco lacrimal inferior, puxando ligeiramente a pálpebra inferior para baixo e dirigindo o olhar para cima. O tempo de aparição de uma gota é mais longo do
que com um frasco clássico. Tapar o frasco após a utilização. Ao colocar as lentes de contato: instilar uma gota de HYABAK® na concavidade da lente. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER
CONSULTADO. Registro MS nº 8042140002.
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