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Joel Almeida- Filosofia

O PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO  Descartes não está a dizer que existe um génio
maligno, está apenas a dizer-nos que não
 Existem duas teorias fundamentais explicativas podemos excluir a possibilidade de ele existir.
do conhecimento:  No entanto, este génio maligno só me pode fazer
o Racionalismo: A origem do acreditar nisto se eu realmente existir, logo,
conhecimento é a razão. É reforça o cogito.
conhecimento a priori, analítico,
necessário, inato. Vai cair num CARACTERISTICAS E FUNÇÕES DO COGITO
dogmatismo -> verdades absolutas.
 Primeira certeza de Descartes.
Segundo este o conhecimento é
possível.  Permite ultrapassar o ceticismo e demonstra que
o Empirismo: A origem do conhecimento é possível conhecer.
 Primeira verdade clara e distinta. (indubitável)
é a experiência. É conhecimento a
posteriori, sintético, contingente. Vai  Funda na razão a origem do conhecimento
cair num ceticismo -> dúvida que deve seguro. (a priori)
caracterizar o conhecimento. Segundo
CRITÉRIO DE VERDADE SEGUNDO DESCARTES
este o conhecimento não é possível.
 Todo o conhecimento, para ser considerado
A TEORIA RACIONALISTA: O RACIONALISMO
verdadeiro, deve ser claro e distinto, isto é,
CARTESIANO
evidente.
A razão por si só constrói um conhecimento  Ideias inatas: aquelas que se apresentam com tal
universalmente válido. evidencia ao espírito humano que não podemos
duvidar da sua verdade nem as confundir com
A DÚVIDA CARTESIANA METÓDICA outras.

 Descartes usa metodicamente a dúvida em 3


CRÍTICAS AO RACIONALISMO
etapas principais:
o Rejeitar a informação com base nos  É exclusivista;
sentidos, pois eles são enganadores.  É dogmático;
o Rejeitar o conhecimento racional,  É circular;
porque muitas vezes nos enganamos ao  Afirma a existência como predicado.
raciocinar.
o Rejeitar tudo o que até aí havia entrado DAVID HUME E O EMPIRISMO
na sua mente, porque muitas vezes o
sonho se confunde com a vigília. O hábito é o grande guia da vida humana
DA DÚVIDA AO COGITO  Todo o conhecimento provém da experiência.
 A mente é, à partida uma tábua rasa.
 Mesmo que duvide de tudo, há uma coisa que
 Não existem ideias inatas.
não posso duvidar. Se duvido é porque penso, e
se penso existo, ainda que seja apenas uma
AS IMPRESSÕES SENSÍVEIS
substância pensante.
 Penso, logo existo (cogito ergo sum)  Os primeiros dados do conhecimento são
impressões sensíveis sobre a forma de
O GÉNIO MALIGNO perceções/ representações.
 Segundo Hume, existem dois tipos de perceções:
 O génio maligno é uma espécie de deus
o as impressões (sensações)
enganador, um ser empenhado em fazer-nos
o as ideias (imagens ou cópias).
viver na ilusão. Sem que o soubéssemos este
 As impressões e as ideias diferem quanto à
poderia controlar os nossos pensamentos. Como
qualidade e quanto ao grau de intensidade.
tudo não passa de uma ilusão, estaremos
sistematicamente a cometer erros.
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Joel Almeida- Filosofia
IMPRESSÕES TIPOS OU MODOS DE CONHECIMENTO
 Podem ser impressões de sensação (cor, som…) CONHECIMENTO DE IDEIAS | RELAÇÕES DE IDEIAS
 Podem ser impressões de reflexão (alegria, ódio)
 É um conhecimento a priori e consiste em
 Correspondem a experiências; são mais vívidas,
estabelecer relações entre as ideias que
mais fortes do que as ideias, isto é, mais claras e
constituem cada uma das proposições.
mais pormenorizadas.
 A sua verdade pode ser conhecida pela mera
inspeção lógica do que afirmam.
IDEIAS  São verdades analíticas e, como tal, nada nos
 São um produto da memória ou da imaginação. dizem sobre o que existe e acontece no mundo.
Da memória, quando recordamos uma impressão
passada; da imaginação, quando formamos no CONHECIMENTO DE QUESTÕES DE FACTO
nosso espírito a imagem de um objeto possível
 Verdades que implicam justificação pela
ou existente.
experiência.
 São cópias das impressões, representações e
 O seu valor de verdade está dependente do teste
imagens das impressões; são menos vívidas,
empírico. É um conhecimento a posteriori.
menos fortes, são as imagens enfraquecidas das
 São verdades sintéticas, que nos dizem qualquer
impressões no pensamento e no raciocínio.
coisa sobre o que acontece e se passa no mundo
 As ideias necessitam de um critério de sentido.
e que não está presente nos elementos
Tem sentido uma ideia se for apoiada em
relacionados.
impressões.
 Hume afirma a existência de ideias simples e RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO
ideias complexas.
o As ideias simples são ideias que não  É geralmente entendida como uma conexão
podem ser decompostas, como a ideia necessária, mas não dispomos de qualquer
de cor ou de forma; derivam de impressão relativa à ideia de conexão necessária
impressões simples. entre esses fenómenos.
o As ideias complexas são combinações  A única coisa que percecionamos é que entre
de ideias simples. Por exemplo a ideia dois fenómenos se verifica uma conjunção
de uma montanha de ouro, é composta constante. O conhecimento acerca dos factos
pelas ideias simples de montanha e futuros é apenas suposição ou probabilidade,
ouro. assentando na expectativa.
 As certezas relativas aos factos futuros têm só
COMO PROCEDE O ESPÍRITO AO RACIOCINAR E um fundamento psicológico: o hábito ou
CONSTRUIR CONHECIMENTO? costume.
 O nosso raciocínio funciona por associação de
ideias. CAUSALIDADE E INDUÇÃO
 Semelhança: Se dois objetos se assemelham,
 Factos que esperamos que se verifiquem no
então a ideia de um conduz o pensamento ao
futuro têm por base uma inferência causal, de
outro.
caracter indutivo.
 Contiguidade no espaço e no tempo: Se dois
 Exemplo: Até hoje, o sol sempre “nasceu”, logo
objetos são contíguos no espaço e no tempo, a
isso irá igualmente verificar-se amanhã.
ideia de um leva facilmente à ideia de outro.
 Causa ou efeito: Pensamos nos objetos em
CRÍTICAS AO EMPIRISMO
função da relação de um com o outro. A causa
traz-nos ao pensamento o efeito. O efeito  É reducionista
transporta o pensamento para a causa.  É cético

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