Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Politica Pombalina Word
A Politica Pombalina Word
Em meados do século XVIII, quando as remessas de ouro brasileiro começaram a diminuir, Portugal viu-se
numa nova crise.
A situação de crise e da nossa dependência face à Inglaterra coincidiram com o governo de Marquês de
Pombal. O Marquês pôs em prática um conjunto de medidas para reforçar a economia nacional.
Os grandes objectivos da política pombalina foram a redução do défice e a nacionalização do sistema
comercial português. Para diminuir a importação de bens de consumo, relançar as indústrias e oferecer ao
comércio português estruturas que lhe garantissem a segurança e a rentabilidade foram tomadas máximas
mercantilistas.
O rei criou a Junta do Comércio, a quem competia:
Regulação da actividade económica do reino;
Reprimir o contrabando;
Intervir na importância de produtos manufacturados;
Vigiar as alfândegas;
Coordenar a partida das frotas para o Brasil;
Licenciar a abertura de lojas e a actividade dos homens de negócios.
Criaram-se companhias monopolistas, que procuravam serem superiores, economicamente, aos ingleses.
Pombal volta a dar importância ao sector manufactureiro. Assim, procedeu à revitalização das indústrias
existentes e à criação de novas.
Todas as manufacturas pombalinas receberam privilégios (instalações, subsídios, exclusivos) e foram
providas das técnicas mais adequadas.
O Marquês procurou valorizar a classe mercantil, tornando-a mais capaz e conferindo-lhe maior estatuto.
Criou-se a Aula do Comércio que fornecia uma preparação adequada aos futuros comerciantes, privilegiando no
currículo matérias de carácter prático.
A alta burguesia, accionista das companhias monopolistas, recebe o estatuto nobre, que, à data, abria as
portas de acesso a numerosos cargos e dignidades. Deve-se a Pombal o fim da distinção entre cristãos-novos e
cristãos-velhos bem como a subordinação do Tribunal do Santo Ofício à Coroa.
O Marquês não dá tanto valor ao nascimento, mas sim ao mérito próprio, visto que o marquês não
gostava nada da nobreza.
Os resultados da política pombalina fizeram-se sentir de imediato. As áreas económicas sob controlo das
companhias prosperaram, desenvolveram-se outros produtos coloniais como o algodão, o café e o cacau, em
muitos ramos da indústria as produções internas substituíram as importações e aumentaram também as
exportações para o Brasil, de produtos manufacturados da metrópole.
A balança comercial obteve saldo positivo. Guerras e revoluções afectaram o comércio francês e inglês,
contribuindo para desenvolver a Lisboa um pouco da sua antiga grandeza como entreposto atlântico.
As conclusões de Galileu a favor do heliocentrismo provocaram uma onda de entusiasmo e uma onda de
indignação. Elas foram reforçadas por Kepler. Galileu foi julgado e condenado pelo Santo Ofício.
As academias científicas tinham aumentado bastante e existiam já nas principais capitais da Europa. As
publicações de boletins periódicos tornaram-se corrente, permitindo a divulgação rápida e barata dos estudos
desenvolvidos.
O gosto pela experimentação generalizou-se. No fim do século XVIII, o público tinha-se apaixonado pela
ciência. O mundo natural separou-se, com nitidez, do sobrenatural e as razões de fé deixaram de ser aceites
como explicações credíveis dos factos da Natureza.
A diminuição das remessas de ouro do Brasil e a doença prolongada do rei (D. João V) desorganizaram a
máquina governativa. O descalabro financeiro, a inoperância das instituições e a corrupção dos seus oficiais
abatem-se sobre o reino e as suas colónias, pondo em causa o modelo de governo centralizado e o próprio
absolutismo régio.
Sentiu-se a necessidade de racionalizar o aparelho de Estado e havia que pôr ordem nas finanças do
reino. Para isso Pombal:
Reestruturou a política fiscal e financeira das colónias;
Melhorou o sistema de cobrança de impostos do reino;
Reprimir o contrabando que punha em causa os monopólios concedidos às companhias de comércio.
Criação do Erário Régio, permitiu a gestão das contas públicas.
Pombal empenha-se na reforma do sistema judicial. Uniformiza o país para efeitos judiciais e derroga os
antigos privilégios de foro da nobreza e do clero. Estes privilégios, bem como as excepções criadas pelo direito
local, constituíam um pesado entrave à boa justiça do rei. Criou-se a Intendência-Geral da Polícia que representa
a operacionalização do sistema através de um organismo centralizado e eficiente. É criado também o
Desembargo do paço que era um tribunal que controlava a aplicação da justiça.
No ano seguinte, houve um atentado contra D. José que deu o pretexto para uma repressão dirigida
contra as principais famílias nobres onde estas famílias foram condenadas à pena máxima. A violência e o
aparato com que foi executada a sentença, encheu de horror o país e a Europa. A nobreza com medo do que
aconteceu às famílias nobres (como os Távora), reprimiu-se.
Com o fim de reduzir a influência do clero, o Marquês procurou controlar o Tribunal de Santo Ofício que,
progressivamente, subordinou à Coroa. Instituiu, também, um organismo de censura estatal - a Real Mesa
Censória -, que tomou para si as funções de avaliação das obras publicadas, até aí competência dos inquisidores.
Alvo particular da animosidade do ministro foi a Companhia de Jesus, que detinha um papel de relevo na
missionação dos índios brasileiros e nas instituições de ensino.
O sismo ocorreu no dia 1 de Novembro de 1755, e foi neste desastre que Pombal mostrou a sua valia e a
sua eficiência. Logo no próprio dia do sismo, tomou as primeiras das mais de 200 providências que levou a efeito
para ‘’sepultar os mortos e cuidar dos vivos’’.
Foi ele o responsável pela tarefa de reerguer a cidade, o projecto foi feito pelos engenheiros Manuel da
Maia e Eugénio dos Santos, a reconstrução tinha um traçado completamente novo. As ruas eram largas e
rectilíneas, inscritas numa geometria rigorosa. Os prédios eram iguais, as fachadas eram de quatro andares. Não
eram permitidos projectos próprios que identificassem a “classe social” dos moradores.
Adoptaram-se soluções originais para a distribuição de água (às habitações) e para a drenagem dos
esgotos, concebendo, até, um engenhoso sistema de construção anti-sísmica.
Considerando a ignorância o maior entrave ao progresso dos povos, a filosofia iluminista colocou o
ensino no centro das preocupações dos governantes. Foram tomadas medidas no sentido de alargar a rede de
instrução pública e de renovar, à luz das novas pedagogias, as antigas instituições. Este espírito chegou a
Portugal por via dos estrangeirados.
Pombal criou um colégio destinado aos jovens nobres, com o objectivo de os preparar para o
desempenho dos altos cargos do Estado. O Real Colégio dos Nobres foi organizado de acordo com as mais
modernas concepções pedagógicas, integrando as línguas vivas, as ciências experimentais, a música e a dança,
estas últimas imprescindíveis à frequência dos círculos sociais aristocráticos a que os alunos pertenciam. O
projecto do Real Colégio não prosperou, talvez pela renitência dos nobres em colocarem os seus filhos numa
instituição tão conotada com um ministro que detestavam.
A expulsão dos Jesuítas obrigou ao encerramento de todos os seus colégios. Foram criados postos para
‘’mestres de ler e escrever’’. Para os alunos que pretendessem prosseguir estudos, instituíram-se mais de duas
centenas de aulas de retórica, filosofia, gramática grega e literatura latina, cujo conhecimento era imprescindível
a quem quisesse ingressar na universidade.
Criou-se a Junta da Previdência Literária que fica incumbida de estudar a reforma da universidade. A
Universidade recebe os seus novos estatutos, estes configuram uma reforma radical, quer no que respeita ao
planeamento dos cursos, quer no que toca às matérias e aos métodos de ensino, que passam a ser orientados
por critérios racionalistas e experimentais. Uma vez que a reforma no ensino ia dar muitas despesas, foi criado
um novo imposto, o Subsídio Literário, sobre a carne, o vinho e a aguardente, pagável no reino e nas colónias.
A subida ao trono de D. Maria I significou a desgraça do ministro que, desapossado dos múltiplos cargos
que exercia, se viu desterrado e perseguido.
Revoluções liberais – movimentos político-sociais influenciados pelos ideais das Luzes. Movimentos de
contestação ao Antigo Regime. Tendo como objectivos: a eliminação do absolutismo e da sociedade de ordens; a
consagração dos direitos naturais do Homem, da soberania popular e da divisão dos poderes; a instauração da
livre iniciativa em matéria económica; a libertação de nações do jugo colonial e estrangeiro.
A Revolução americana
Na Guerra dos Sete Anos, os colonos americanos sentiram-se agradecidos pela protecção que a
metrópole lhes concedia contra os vizinhos das colónias francesas.
Para os colonos ingleses da América do Norte abria-se um grande campo de expansão para oeste,
desembaraços agora da concorrência francesa. Uma proclamação real reservava aos índios o território a oeste. A
Inglaterra, em dificuldades financeiras pelo esforço de guerra suportado, decidiu pedir aos colonos da América
um contributo para refazer o tesouro público. Tal contributo saldou-se num conjunto de taxas aduaneiras,
votadas pelo Parlamento britânico. Iriam onerar as importações coloniais de melaço, papel, vidro, chumbo e chá.
Em simultâneo, decretou-se um imposto de selo sobre os documentos legais e as publicações periódicas.
As autoridades britânicas quiseram levar até às últimas consequências a teoria mercantilista do exclusivo
comercial: determinaram que as mercadorias da América do Norte só poderiam ser exportadas para a Inglaterra
ou para outras colónias inglesas. Foram sentidas como um ultraje, estas medidas, pelos colonos americanos que
tinham tomado consciência da importância estratégica e económica dos seus territórios.
Os americanos lamentavam que, na sua qualidade de cidadãos britânicos, não estivessem representados
naquela assembleia. A resposta surgiu: ‘’Sem representação não há imposição’’. Esta foi a conclusão de um
congresso reunido em Nova Iorque, em 1765, o Stamp Act Congress que contou com a presença de delegados de
nove das colónias americanas. Aos cidadãos ingleses residentes ou não na Inglaterra, não se poderia impor
nenhuma contribuição que não tivesse sido aprovada pelos seus representantes.
Entendendo por bem recuar, o Governo de Londres revogou as taxas, em 1770, à excepção das que
incidiam sobre o chá. Para piorar a situação, a concessão do monopólio da venda do chá à Companhia das índias
privava os comerciantes americanos dos lucros do transporte e da revenda daquele produto na América.
O Boston Tea Party ocorreu em 1773, em Boston, quando um grupo de jovens disfarçados de índios,
lançaram ao mar a carga de chá transportada pelos navios da Companhia das Índias.
O rei Jorge III ordenou o encerramento do porto de Boston e a ocupação da cidade por regimentos
ingleses, exigindo-lhes o pagamento de uma pesada indemnização.
A América inglesa preparava-se para a luta. E se no primeiro Congresso de Filadélfia, reunido em 1774,
ainda foram poucas as vozes a clamar pela separação de Inglaterra, preferindo a defesa dos direitos pela via
negocial, a verdade é que, de seguida, todo um dispositivo revolucionário se organizou.
Em 1776, Thomas Jefferson redigiu uma Declaração de Independência, que os delegados de todas as
colónias aprovaram no dia 4 de Julho, no segundo Congresso de Filadélfia.
George Washington foi escolhido para comandante-chefe do futuro exército americano. Só após a
batalha de Saratoga, em 1777, na qual os americanos fizeram capitular um pequeno exército britânico, a França
se inclinou para uma aliança oficial. Ao apoio da França somou-se o da sua aliada, Espanha. Em 1781, o principal
exército inglês capitulou em Yorktown.
A Inglaterra decidiu-se pelas negociações de paz. Pelo Tratado de Versalhes, assinado em 1783,
reconheceu a independência das 13 colónias, e devolveu à França e a Espanha as suas terras.
Quanto ao modelo político: os pequenos Estados, uma federação bastante descentralizada em que cada
Estado seria praticamente autónomo. Já os Estados de maior dimensão, desejavam um governo central forte.
Os representantes de 12 dos 13 Estados, que haviam assinado a Declaração de Independência chegaram a
um acordo em 1787. A Constituição (lei máxima do Estado) assinada instituiu a República dos Estados Unidos da
América sob a forma de uma república federal, na qual um Estado central poderoso, ocupando-se da defesa e
das relações internacionais, coexistia com os vários Estados federados, soberanos em matéria de justiça e
administração, autoridade policial e sistema de ensino.
A Constituição adoptou o princípio da divisão dos poderes e do seu equilíbrio através de uma fiscalização
mútua.
O poder legislativo foi confiado a um Congresso, formado por duas câmaras, que votava as leis e o
orçamento. A Câmara dos Representantes reunia os deputados de cada Estado. No Senado, por sua vez, tinham
assento dois representantes por Estado.
O presidente detinha o poder executivo, comandava os exércitos e escolhia o governo. Um Tribunal
Supremo que reunia nove membros inamovíveis nomeados pelo presidente, regulava os conflitos entre os
Estados, superintendendo no poder judicial.